Engenharia #615 PDF
Engenharia #615 PDF
Engenharia #615 PDF
9 770013 770009
www.brasilengenharia.com
0 0 6 1 5
MTUA
www.brasilengenharia.com
I ENGENHARIA
Profissional do CREA:
no espere mais para ter acesso
ao melhor da medicina por at metade do preo.
Ligue e confira:
Metade do preo: em comparao a produtos similares no mercado de planos de sade individuais (tabela de abril/2013 - Omint). De acordo com a disponibilidade da rede mdica da operadora escolhida e do plano contratado. Conforme condies contratuais.
Planos de sade coletivos por adeso, conforme as regras da ANS. Informaes resumidas. Os preos e a rede esto sujeitos a alteraes, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposies contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condies contratuais disponveis para anlise. Junho/2013.
Bradesco Sade:
ANS n 005711
Golden Cross:
ANS n 403911
www.brasilengenharia.com
Omint:
ANS n 359661
SulAmrica:
ANS n 000043
Qualicorp
Adm. de Benefcios:
ANS n 417173
www.brasilengenharia.com.br
ISSN 0013-7707
REVISTA ENGENHARIA
rgo Oficial do Instituto de Engenharia
38
LINHA DE FRENTE
ASSINATURAS
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
ENGENHARIA 606 / 2011
NESTA
46
ENTREVISTA
CARTAS
PALAVRA DO LEITOR
12
CURTAS
18
DIVISES TCNICAS
28
SEES
Fundadores
Apparcio Saraiva de Oliveira Mello (1929-1998)
Ivone Gouveia Pereira de Mello (1933-2007)
100
MEMRIAS DA ENGENHARIA
101
CRNICA
102
104
BIBLIOTECA
106
OPINIO
www.brasilengenharia.com
52
I ENGENHARIA
CAPA / ENGENHARIA
CAPA
Especial Recursos Hdricos:
Corrida contra o tempo
Criao: Andr Siqueira/Via Papel
A EDIO
ENGENHARIA TRANSPORTE / ARTIGO
86
90
96
CAUSAS FREQUENTES DE
REIVINDICAES CONTRATUAIS
Roberto Ricardino
Srgio Alfredo Rosa da Silva
Cludio Tavares de Alencar
www.brasilengenharia.com
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
A MISSO DO
INSTITUTO DE
ENGENHARIA
engenharia
ENGENHARIA 615 / 2013
ENGENHARIA I
PRESIDNCIA
PRESIDENTE
Camil Eid
presidencia@iengenharia.org.br
ASSESSOR DA PRESIDNCIA
Victor Brecheret Filho
assessoria@iengenharia.org.br
ASSESSORIA DE
COMUNICAO
Fernanda Nagatomi
fernanda@iengenharia.org.br
Isabel Cristina Dianin
isabel.dianin@iengenharia.org.br
Marlia Ravasio
marilia@iengenharia.org.br
DIRETOR DA CMARA DE
MEDIAO E ARBITRAGEM
Maahico Tisaka
camara@iengenharia.org.br
1 DIRETOR SECRETRIO
Pedro Grunauer Kassab
pedrokassab@iengenharia.org.br
2 DIRETOR SECRETRIO
Reginaldo Assis de Paiva
reginaldopai@gmail.com
DIRETOR DE ASSUNTOS ESPECIAIS
Joo Ernesto Figueiredo
jefigueiredo@iengenharia.org.br
VICE-PRESIDNCIA DE
ADMINISTRAO E FINANAS
VICE-PRESIDENTE
Jos Olimpio Dias de Faria
jodf@iengenharia.org.br e jodf@uol.com.br
1 DIRETOR FINANCEIRO
Roberto Bartolomeu Berkes
robertoberkes@terra.com.br
2 DIRETOR FINANCEIRO
Mauro Jos Loureno
maurojl@iengenharia.org.br
SUPERINTENDENTE
Ruth Julieta Votta
superintendencia@iengenharia.org.br
VICE-PRESIDNCIA DE
ATIVIDADES TCNICAS
VICE-PRESIDENTE
Miriana Pereira Marques
miriana.marques@terra.com.br
DIRETOR RESPONSVEL PELA
REVISTA ENGENHARIA
Miguel Lotito Netto
mlotito@uol.com.br
DIRETOR DA BIBLIOTECA
Miriana Pereira Marques
miriana.marques@terra.com.br
DIRETOR DE CURSOS
Ricardo Kenzo Motomatsu
kenzo@atech.br
VICE-PRESIDNCIA
DE RELAES EXTERNAS
VICE-PRESIDENTE
Jorge Pinheiro Jobim
jpjobim@uol.com.br
CONSELHO DELIBERATIVO
PRESIDENTE
Camil Eid
CONSELHEIROS
Alfredo Cotait Neto
Alfredo Mrio Savelli
Aluizio de Barros Fagundes
Angelo Sebastio Zanini
Antonio Carlos P. de Souza Amorim
Antonio Helio Guerra Vieira
Antonio M Claret Reis de Andrade
Arnaldo Pereira da Silva
Carlos Eduardo Mendes Gonalves
Dario Rais Lopes
Eduardo Ferreira Lafraia
Francisco A. N. Christovam
Ivan Metran Whately
Joo Alberto Viol
Joo Antonio Machado Neto
Joo Jorge da Costa
Jos Roberto Bernasconi
Jos Roberto Cardoso
Luiz Clio Bottura
Marcel Mendes
Marcelo Rozenberg
Miracyr Assis Marcato
Nestor Soares Tupinamb
Odcio Braga de Louredo Filho
Plnio Oswaldo Assmann
Renato Casali Pavan
Roberto Kochen
Tunehiro Uono
Vahan Agopyan
Walter Coronado Antunes
CONSELHO CONSULTIVO
PRESIDENTE
Joo Ernesto Figueiredo
VICE-PRESIDENTE
Andr Steagall Gertsenchtein
SECRETRIO
Joo Antonio Machado Neto
CONSELHEIROS
Alberto Pereira Rodrigues
Alfredo Eugenio Birman
Alfredo Mrio Savelli
Aluizio de Barros Fagundes
Amndio Martins
Andr S. Gertsenchtein
Angelo Sebastio Zanini
Antonio Carlos P. de S. Amorim
Antonio Galvo A. de Abreu
Antonio Hlio Guerra Vieira
Arlindo Virgilio Machado Moura
Arnaldo Pereira da Silva
Braz Juliano
Camil Eid
Carlos Antonio Rossi Rosa
Carlos Eduardo Mendes Gonalves
Cludio A. DallAcqua
Cludio Arisa
Clorival Ribeiro
Dario Rais Lopes
Instituto de Engenharia
Reconhecido de utilidade pblica pela lei n 218, de 27.05.1974
Av. Dr. Dante Pazzanese, 120 - CEP 04012 180 - So Paulo - SP
Telefone: (+55 11) 3466 9200 - Fax (+55 11) 3466 9252
Internet: www.iengenharia.org.br
E-mail: secretaria@iengenharia.org.br
engenharia
ENGENHARIA 615 / 2013
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
PALAVRA DO PRESIDENTE
I ENGENHARIA
www.brasilengenharia.com
CAMIL EID
setor pblico e, assim, os
Presidente
do
Instituto
de
Engenharia
temas como saneamento,
presidencia@iengenharia.org.br
abastecimento de gua,
energia, transportes, logstica, portos e aeroportos ganham um grande
destaque.
Mas no podemos somente nos ater a esses temas. Queremos cobrir as demais atividades que sejam do interesse dos profissionais da
engenharia, pelo menos aquelas com elevado
contedo tecnolgico ou potencial de inovao.
Precisamos valorizar, apoiar e nos dedicarmos s Divises Tcnicas, principalmente aquelas mais distantes do espectro de obras pblicas.
Queremos mant-las como referncia na engenharia nacional. Algumas j possuem pblico
fiel e participativo; outras necessitam de incentivos para o engajamento dos associados para
uma ao mais atuante dentro do cenrio de
nossa instituio.
Pretendemos firmar parcerias com as escolas
de engenharia para a criao de novas Divises
Tcnicas e de novos cursos. de fundamental
importncia agregar estudantes e professores
para compor os departamentos e as Divises
Tcnicas. Com a finalidade de atingir esse objetivo, precisamos perceber a demanda do mercado sobre os estudantes, determinar o interesse
dos pblicos, identificar e atrair os professores
e profissionais capacitados.
As atividades tcnicas, alm de serem a principal porta de entrada de novos associados, so
o instrumento para que a engenharia continue
competitiva e competente e para que o Instituto
de Engenharia permanea independente e forte
rumo ao centenrio. Mas, como de resto, isso
tudo s ser possvel com a colaborao dos colegas engenheiros.
Em funo disso, convido-os para participarem dos debates permanentes das questes
e atuaes no setor, trazendo suas ideias e inquietaes para juntos caminharmos para o engrandecimento do profissional, da profisso e
da engenharia nacional.
PALAVRA
DO LEITOR
CARTAS&E-MAILS
HOMENAGEM AO
ENGENHEIRO CALCULISTA
O vereador Floriano Pesaro (PSDB),
sensvel s manifestaes da sociedade,
homenageou o engenheiro Joo Birman,
projetista estrutural, que viabilizou os
grandes edifcios da cidade de So Paulo
nas dcadas de 1930 a 1980 (vide matria
na edio 609-2012, pgina 37, da REVISTA ENGENHARIA). Com o apoio de
todos os vereadores, foi referendado pelo
prefeito Fernando Haddad, que atravs de
lei denomina Viaduto Engenheiro Joo
Birman a obra de arte pblica que inicia
na pista local da Avenida Santos Dumont,
continuao da Avenida Tiradentes, e termina na pista expressa da Marginal do Rio
Tiet, em sentido Rodovia Ayrton Senna.
Este reconhecimento como personalidade
e pelo conjunto de sua obra motivo de
orgulho para todos ns engenheiros, pelo
que cumprimentamos e agradecemos ao
vereador Floriano Pesaro, Cmara Municipal e ao prefeito da cidade de So
Paulo, Fernando Haddad.
Alfredo Eugenio Birman,
filho do engenheiro Joo Birman,
Conselheiro do Instituto de Engenharia
So Paulo - SP
SURPRESAS GEOLGICAS
NAS OBRAS
Durante os ltimos anos estamos
presenciando casos de acidentes e de aumentos de custos de obras de infraestrutura barragens, tneis, estradas e canais,
dentre outras decorrentes, segundo
justificativas amplamente divulgadas, de
surpresas geolgicas encontradas durante a execuo destas obras.
No posso concordar com tais afirmaes e, no s eu, tambm todo o meio
tcnico profissional que atua em geologia
de engenharia e geotecnia.
O Brasil detm experincia relevante
na elaborao de estudos geolgicos para
o projeto de obras de engenharia e para o
acompanhamento tcnico de sua construo. No primeiro caso (estudos para cada
fase de projeto) somos profundos conhecedores das tcnicas e das metodologias
de investigao e de caracterizao de
nossos solos e rochas que, submetidos ao
clima tropical e chuvoso, apresentam-se
com particularidades e diferenas significativas em relao aos macios rochosos
dos pases desenvolvidos, onde predominam o clima frio e pouco chuvoso, menos
agressivos na decomposio e fragilidade
www.brasilengenharia.com
PALAVRA
DO LEITOR
CARTAS&E-MAILS
o entendimento que o BIM se resume em
comprar um software, talvez umas mquinas e treinar a equipe. Sabem que vo
precisar comprar, no sabem bem porque,
querem saber se argumento para repassar
custos ou garantir que no haver aumento.
Esse texto tem o objetivo de esclarecer que o BIM uma oportunidade para
empreender. Em todo empreendimento h
custos, mas o valor agregado da engenharia
consultiva vai aumentar exponencialmente
dentro da cadeia produtiva. Entendo que o
empresrio que entender isso vai largar na
frente e as grandes empresas de engenharia consultiva do sculo 21 comearo a ser
forjadas com base nesta nova tecnologia.
Marcus Granadeiro
Presidente da Construtivo.com
So Paulo - SP
TNEL SANTOS-GUARUJ:
UM TRIBUTO AO FUTURO
O Brasil comea a vencer em 2014 um
desafio de oito dcadas: a construo de um
tnel unindo Santos ao Guaruj as duas
mais importantes cidades do litoral paulista.
To importante quanto o projeto em si a
alternativa tcnica escolhida. A Dersa (Desenvolvimento Rodovirio S.A.) e o governo
estadual tiveram o descortino de escolher a
alternativa mais adequada do ponto de vista tecnolgico. Optou-se pela construo
de um tnel imerso, com blocos colocados
em sequncia sob o fundo do mar, em rea
prxima ao canal do porto. Exaustivamente utilizada em pases como Holanda que
conta hoje com mais de 80 tneis imersos
e diversos outros pases desenvolvidos, a
tcnica a resposta mais eficaz ao desafio
representado pela travessia do canal. No
projeto em estudo esto previstas trs faixas de trfego em cada sentido, mais rea
para Veculo Leve sobre Trilhos (VLT) e galeria isolada para pedestres e ciclistas estes,
inclusive, tero um trecho ainda mais facilitado, com 22 metros de escadas rolantes e
1 000 metros de caminhada. uma soluo
completa e a que produz menos impactos na
regio durante a sua construo. A soluo
convencional em ponte, ao contrrio, na alternativa j projetada, contava com apenas
duas faixas de rolamento em cada sentido.
O tnel Santos-Guaruj ter apenas
1 800 metros dos quais apenas 700 metros sob o fundo do canal. um trecho
curto, integrado por transporte coletivo
de qualidade, acesso livre, fcil e rpido a
pedestres e ciclistas. Durante a construo e instalao do tnel o Porto de Santos ter as atividades interrompidas por
10
As cartas redao devem trazer o nome, endereo e nmero da cdula de identidade do leitor, mesmo aquelas enviadas pela internet. Por
questes de espao e clareza a revista reserva-se
o direito de resumir as cartas.
www.brasilengenharia.com
www.brasilengenharia.com
11
PALAVRA DO LEITOR
12
razo disto decorre da complexidade do processo de tratamento, grau de depurao requerido para lanamento em
corpo receptor, dificuldades operacionais e custos envolvidos
(CAPEX e OPEX).
Consideraes tcnicas sobre a capacidade da ETE Barueri
em continuar recebendo o chorume dos aterros
A ETE Barueri, maior estao de tratamento de esgotos
da Amrica Latina, capacitada a tratar em ciclo completo
uma vazo mdia de 9,5 m/s (820 800 m/dia) e uma carga
orgnica mdia de 250v000 kg DBO/dia, rene teoricamente
as condies de propiciar o tratamento de chorume e outros
ENDs conjuntamente com os esgotos sanitrios coletados.
Considerando-se uma vazo diria mdia de chorume
de 4.700 m e uma carga orgnica diria mdia de 7.700 kg
DBO/dia a relao de diluio volumtrica que se obtm
superior a 99% naquela ETE. No que tange carga orgnica,
todavia, esta relao se reduz a 97%.
Entretanto, com relao a N-NH3, considerando-se um
aporte dirio de 7 000 kg N-NH3 devido apenas ao chorume
lanado no Piqueri, a relao obtida de preocupantes 26%
em relao carga total diria de N-NH3 afluente ETE
Barueri (27 000 kg/dia ou o equivalente a 33 mg/L). Alis, a
concentrao de nitrognio amoniacal nos esgotos afluentes
ETE Barueri aproximadamente o dobro das outras ETEs
do sistema principal da RMSP.
Embora no haja obrigatoriedade legal na remoo do
N-NH3 do efluente de ETEs que tratam esgotos sanitrios
por fora da Resoluo Conama N 397/2008, que postergou a fixao deste parmetro estabelecido originariamente
em 20 mg/L pelo Conama 357/2005, no efluente tratado o
nitrognio amoniacal pode interferir no funcionamento das
ETEs, pois requer maior disponibilidade de oxignio, aumenta a produo de lodo e pode afetar a qualidade do efluente
final por excesso de turbidez ocasionada por denitrificao
no decantador secundrio.
A ETE Barueri, implantada na dcada de 1980, no previu
denitrificao em seu processo de tratamento, estando, pois,
sujeita a estes fenmenos, principalmente com o incremento
de grandes quantidades de chorume. Ademais, encontra-se
atualmente sobrecarregada pelo aumento das vazes afluentes, prximas a 11 m/s atualmente, onerando hidraulicamente e sobrecarregando tanto a sua fase lquida como a slida,
necessitando de urgente ampliao, pois o excedente da sua
vazo afluente j est sofrendo by pass, consequentemente, no recebendo nenhum tratamento.
Enquanto perdurar esta situao e para que seja restaurada a conformidade ambiental, pelo menos parte dos ENDs
especialmente chorume, encaminhada atualmente por
transporte rodovirio ETE Barueri, via Piqueri deveria ser
desviada para outras ETEs mesmo as situadas fora da RMSP.
Em qualquer dos casos, deve-se verificar previamente a capacidade de suporte das estaes de tratamento no recebimento do chorume, cuidando-se da proteo dos sistemas biolgicos (aerbios e anaerbios) e o atendimento legislao.
* Jos Eduardo Cavalcanti presidente do Grupo
Ambiental, membro do Conselho Superior de Meio
Ambiente da Fiesp e associado do Instituto de Engenharia
E-mail: cavalcanti@novaambi.com.br
engenharia 615 / 2013
13
PALAVRA DO LEITOR
REFINARIAS: INVESTIMENTO
ESTRATGICO PARA O PAS
ANTONIO MLLER* e GUILHERME PIRES DE MELLO**
14
OS DESAFIOS DO PLANEJAMENTO
DE INFRAESTRUTURA E A SOLUO
POR MEIO DA TECNOLOGIA
DANIEL QUEIROZ*
s chamados grandes eventos (Copa e Olmpiadas) aumentaram o foco sobre a questo da infraestrutura no
Brasil. O Brasil est sendo desafiado a mostrar que pode
executar grandes projetos.
Com este cenrio o governo federal anunciou em agosto do
ano passado o Programa de Investimentos em Logstica, focado
em diminuir eventuais gargalos de infraestrura. Mas, para executar
um plano com tanta complexidade, ainda temos que pensar em
alguns desafios.
Devemos levar em considerao que projetos de infraestrutura
so grandes, complexos e geralmente envolvem vrias empresas.
Ento o desafio aqui como todos esses profissionais de diferentes
disciplinas podem trabalhar em colaborao.
Quando a colaborao e comunicao no acontecem de maneira efetiva, temos excesso de mudanas no projeto durante a
construo. Isso impacta em custos, prazo, e consequentemente
gera prejuzo para as companhias envolvidas. Isso sem contar as
restries ambientais cada vez mais severas e como mitigar o impacto de grandes obras no meio ambiente.
Ento, a melhor forma de minimizar eventuais problemas repensar a forma de comunicao entre todas as empresas envolvidas
na obra. Geralmente quando pensamos em como as companhias de
engenharia informam seus projetos, pensamos no CAD tradicional.
Engenheiros e projetistas compartilham suas plantas o tempo todo
www.brasilengenharia.com
15
PALAVRA DOIMPORTANTE
LEITOR
COMUNICADO
16
Estao de Tratamento de
Efluentes
- Projetos e implantao de
sistemas
- Reabilitao de unidades
existentes
- Operao e monitoramento
Resduos Slidos
- Classificao de resduos
- Projetos de aterros especiais
- Co-processamento de resduos
em fornos de cimento
- Unidade mvel de secagem
Emisses Atmosfricas
- Avaliao de qualidade do ar
- Medio de chamins
www.brasilengenharia.com
17
PALAVRA DO LEITOR
CURTAS
CURTAS
VEDACIT/OTTO BAUMGART
SEM MANCHAS
NA PAREDE
DIVULGAO
FRAL CONSULTORIA
DIVULGAO
18
engenharia 615
615 // 2013
2013
ENGENHARIA
DERSA
APROVAO DA
NOVA TAMOIOS
Com 26 votos a favor, zero contrrios e duas
abstenes o Conselho Estadual do Meio Ambiente
(Consema) aprovou, em junho, o parecer tcnico
da Companhia Ambiental do Estado de So Paulo
(Cetesb) sobre as propostas de mitigao do impacto
ambiental e socioeconmico para a implantao da
Nova Tamoios Serra. O prximo passo a concesso
da licena ambiental prvia (LP), necessria para a
execuo das obras, que sero viabilizadas por meio
de parceria pblico-privada (PPP). A aprovao do
Consema atestou a viabilidade socioambiental do
empreendimento, permitindo o incio do processo
de licitao. Os estudos foram coordenados por
tcnicos da Dersa, equipe que j havia obtido xito
no licenciamento ambiental da duplicao do
Trecho de Planalto, em andamento, e implantao
dos contornos rodovirios de Caraguatatuba e So
Sebastio, cujas obras j foram contratadas. O processo
de licenciamento considerou os questionamentos e
sugestes apresentados nas audincias pblicas,
promovidas nas cidades beneficiadas com a obra,
bem como a manifestao de rgos municipais,
estaduais e federais.
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
CURTAS
SPMAR
ENGENHARIA/TECNOLOGIA
INOVAO PREVINE
ATAQUE CARDACO
passaro pela regio do Grande ABC, em
municpios como Ribeiro Pires e Mau,
haver a utilizao de aproximadamente
100 000 toneladas de concreto betuminoso
usinado a quente (CBUQ). A expectativa que
se faa 20 000 toneladas de asfalto por ms.
DIVULGAO
CASE CONSTRUCTION
DIVULGAO
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
19
PALAVRA
CURTASDO LEITOR
CURTAS
DIVULGAO
ATLAS COPCO
ROMPEDORES DE DEMOLIO
A Atlas Copco amplia sua linha de rompedores
pesados de demolio para maior performance
e reduo de custos. Os seus rompedores de
carreta so divididos em trs classes: HB (Heavy
Breaker), MB (Medium) e SB (Solid Body), com
diferentes variaes de potncia, totalizando
40 modelos de rompedores. O HB, por exemplo,
varia entre as verses 2000 a 10000 (o nmero
relativo ao peso de servio). J a classe de
peso da carreta para comportar essas verses,
varia de 22 a 38 toneladas para o HB 2000 e
de 85 a 140 toneladas para o HB 10000. Entre
algumas das principais verses e aplicaes
dos modelos de rompedores da Atlas Copco
PARKER HANNIFIN
JOHN DEERE
MERCADO EMERGENTE
Por meio de joint-ventures a John Deere d mais um
passo rumo consolidao de sua diviso de Construo
no Brasil: a Tauron Equipamentos, distribuidora da linha
de Construo da empresa no sul do pas, iniciou suas
atividades em maio passado na Cidade Industrial de
Curitiba (PR). Com 21 000 metros quadrados de rea total,
a loja ir comercializar escavadeiras, retroescavadeiras,
motoniveladoras, tratores de esteira e ps carregadeiras
John Deere, alm de escavadeiras Hitachi. A Tauron
conta com o apoio do Centro de Distribuio de Peas
John Deere, em Campinas (SP), e oferece um portflio
completo de peas para toda a linha da marca. O Brasil
um mercado que mais cresce no mundo, e a inaugurao
deste distribuidor para a Regio Sul parte do nosso
planejamento. Estamos cada vez mais perto de nossos
clientes, afirma Roberto Marques, gerente da diviso de
construo da empresa.
2020
engenharia
ENGENHARIA 615
615 // 2013
2013
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
CURTAS
GERDAU
CORTE E DOBRA
nas unidades do Brasil esto adoo de entregas
e o reforo na qualificao das equipes de vendas
e de atendimento tcnico s construtoras. A
previso que todas as unidades do Brasil estejam
capacitadas no novo modelo at 2015. O sistema
de ao cortado e dobrado possibilita entregar o
produto em quantidade, formato e tamanhos
necessrios para a obra, de acordo com cada
projeto. Junto com os produtos prontos para
aplicao, como colunas, telas e trelias, o sistema
corte e dobra proporciona redues de at 15%
no gasto com produtos de ao.
DE OLHO NO FUTURO
Para estimular o surgimento de novas ideias
e discutir o futuro das grandes cidades, o
Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia
(Sinaenco), que est completando 25 anos,
lanou em maio passado um website que
permite que a populao envie sugestes para
melhorar a vida nas grandes metrpoles. Alm
do concurso de ideais a campanha tambm
envolve a realizao de 13 eventos regionais.
A proposta discutir como estaro estas
metrpoles em 2038. Vinte e cinco anos
passam muito depressa, mas a transformao
das cidades muito intensa. Por isso vamos
promover esse debate em cada uma dessas
cidades, para provocar nossos engenheiros,
arquitetos, urbanistas e a sociedade a pensar
agora a cidade que queremos em 2038, ressalta
o presidente do rgo, Joo Alberto Viol. O
ciclo de eventos teve incio em Belo Horizonte
(MG) em maio passado, depois Vitria (ES)
em junho. E prosseguir com Porto Alegre
(RS) e Joo Pessoa (PB), em julho; Curitiba
(PR) e Rio de Janeiro (RJ), em agosto; Goinia
(GO) e Fortaleza (CE), em setembro; Braslia,
Recife (PE) e Salvador (BA), em outubro; e
Florianpolis e So Paulo, em novembro. Para
participar do concurso basta acessar o site
(www.olhonofuturo.org.br).
DIVULGAO
SINAENCO
NEW HOLLAND
AQUECIMENTO
GERA DEMANDA
Apostando no aquecimento do mercado,
a fabricante de equipamentos de
construo New Holland investe no
Par, com inaugurao, em maio
passado, da sua nova concessionria
na regio a Bamaq. Vivenciamos um
crescimento contnuo do mercado de
mquinas no Brasil, e o Norte uma
regio potencial para investimentos
no segmento de construes, declara
Marco Borba, diretor comercial e de
marketing da New Holland Construction
para a Amrica Latina, referindo-se
a hidreltricas, ferrovias, portos e
estradas. A New Holland e a Bamaq
esto preparadas para participar deste
importante momento, considera Borba.
A nova unidade est localizada em
Marituba, no km 13 da rodovia BR-316,
Decouville, e ir centralizar a demanda
do mercado de construes do estado
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
engenharia 615
615 // 2013
2013
ENGENHARIA
21
PALAVRA DO LEITOR
CURTAS
22
www.brasilengenharia.com
Fabricados no Brasil
11 3478 8700
www.atlascopco.com.br
Produtividade Sustentvel
www.brasilengenharia.com
www.blogar.ind.br
23
ENGENHARIA I
associe-se
Nome:
Formao:
Instituio:
Ano de Concluso:
Registro CREA:
Endereo residencial:
Cidade:
UF:
Tel.:
Fax:
CEP:
E-mail:
Endereo comercial:
Cidade:
UF:
Tel.:
Fax:
Correspondncia.:
Endereo residencial n
CEP:
E-mail:
Endereo comercial n
Desejando fazer parte do Instituto de Engenharia, na qualidade do associado, peo a incluso do meu nome no respectivo quadro social
Local:
Data:
Assinatura:
ANUAL
R$ 30,85
Outros Municpios
R$ 15,45
MENSALIDADE
TRIMESTRE
At 01 ano de formado
- Capital e Grande SP
- Outro Municpio
R$ 22,50
R$ 11,25
R$ 67,50
R$ 33,75
R$ 225,00
R$ 112,50
At 02 anos de formado
- Capital e Grande SP
- Outro Municpio
R$ 30,00
R$ 15,00
R$ 90,00
R$ 45,00
R$ 300,00
R$ 150,00
At 03 anos de formado
- Capital e Grande SP
- Outro Municpio
R$ 36,00
R$ 18,00
R$ 108,00
R$ 54,00
R$ 360,00
R$ 180,00
MENSALIDADE
TRIMESTRE
R$ 90,00
Primeiros seis meses R$ 60,00
R$ 270,00
Primeiros seis meses R$ 180,00
R$ 900,00
R$ 45,00
R$ 135,00
R$ 450,00
ENGENHEIRO RECM-FORMADO
TITULAR
Capital e Grande So Paulo
Outros Municpios
CONTRIBUIES ASSOCIATIVAS
As contribuies so atravs de boleto e de 03 formas distintas: Trimestral ou Mensal ou Anual
MENSALIDADE
TRIMESTRE
COLETIVO I
At 30 funcionrios
02 representantes
R$ 180,00
R$ 540,00
R$ 1.800,10
COLETIVO II
De 31 a 100 funcionrios
04 representantes
R$ 360,00
R$ 1.080,07
R$ 3.600,20
COLETIVO III
Acima de 100 funcionrios
08 representantes
R$ 720,00
R$ 2.160,13
R$ 7.200,40
CATEGORIA
24
www.iengenharia.org.br
engenharia
615 / 2013
I ENGENHARIA
www.viapapel.com.br
25
Anuncie www.iengenharia.org.br
MAIS DE 2 MIL
ENGENHEIROS VISITAM
O SITE POR DIA
AQUI A SUA EMPRESA
TEM VISIBILIDADE
NA INTERNET
OPO DE PUBLICIDADE
NA NEWSLETTER
ENVIADA PARA
MAILING DE 40 MIL
PROFISSIONAIS
O MELHOR
CUSTO BENEFCIO
EM PUBLICIDADE
DIRIGIDA
CONHEA AS VRIAS
OPES DE FORMATOS
E LOCALIZAO
PARA OS ANNCIOS
www.viapapel.com.br
PREOS
PROMOCIONAIS
PARA
ASSOCIADOS AO
INSTITUTO DE
ENGENHARIA
26
www.brasilengenharia.com
28 - 30 Agosto
30.000 visitantes
UM OFERECIMENTO DE
www.concreteshow.com.br
APOIO
www.brasilengenharia.com
REALIZAO
27
Organograma
DIVISES TCNICAS
presidente: CAMIL EID
vice-presidente de atividades tcnicas: MIRIANA PEREIRA MARQUES
gerncia de programao
diretor de programao: Fernando Bertoldi Corra
diviso de telecomunicaes
diviso de acstica
Coordenador: Schaia Akkerman
diviso de logstica
diviso de trnsito
coordenador: Maria da Penha Pereira Nobre
vice-coordenador: Claudinei Pereira dos Santos
secretrio: Vanderlei Coffani
departamento de engenharia de agrimensura e geomtica
diretor: Miguel Prieto
vice-diretor: Aristeu Zensaburo Nakamura
secretrio: Pedro Guidara Jnior
diviso de cadastro urbano e rural
coordenador: Rgis Fernandes Bueno
diviso de pesquisa
vice-coordenador: Antonio Pedro Timoszczuk
departamento de arquitetura
diretor: Ricardo Martins Cocito
secretria: Milene Costa Facioli
diviso de biomdica
vice-coordenador: ngelo Sebastio Zanini
secretria: Maria Cludia Ferrari de Castro
28
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
PANORAMA ENERGTICO
MIRACYR ASSIS MARCATO*
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
ENGENHARIA 615
615 // 2013
2013
engenharia
29
DIVISES TCNICAS
para o mercado nacional. Tambm em
maro de 2013 o Brasil importou GN
da Bolvia e GNL de vrias origens,
num montante de 48,8 MMm/dia ao
preo mdio de US$ 12/MMBTu (milho de BTu-British Thermal Unit) totalizando dispndios de 662 milhes
de dlares no ms (ANP). Paralelamente os Estados Unidos, que consomem
cerca de 1 800 MMm/d de GN implementaram a partir de 2005 a nova
tecnologia do gs de xisto que hoje j
supre 23% da demanda de GN do pas,
devendo alcanar 50% em 2035, quando a demanda total atingir cerca de
2 200 MMm/d graas participao
de milhares de produtores independentes, uma rede de gasodutos de cerca
de 355 000 quilmetros e reservas estimadas que cobrem a demanda atual
dos norte-americanos por cerca de 100
anos (AIE). A concorrncia baixou os
preos do GN no mercado americano
para cerca de US$ 3,5/MMBTu e deu
origem a uma revoluo silenciosa no
mercado mundial de energia provocando a reduo nos preos do carvo
30
engenharia 615
615 // 2013
2013
ENGENHARIA
EDMILSON LUCHESI
Escola de Engenharia
de So Carlos (EESC)
da Universidade de So
Paulo comemora, este
ano, seu 60 aniversrio
de fundao. Para registrar esta marca
expressiva, a EESC uma das principais
instituies de excelncia na formao de
engenheiros no pas, havendo conquistado o reconhecimento de Unidade da USP
de classe mundial elaborou para os prximos meses uma sequncia de eventos,
que sero promovidos ao longo de 2013,
tais como palestras, painis, homenagens, exposio e lanamentos de livros.
No dia 8 de maro passado, por ocasio
do evento de abertura das comemoraes, o jornalista e consultor Washington
Novaes, prestigiado especialista brasileiro em questes ambientais, ministrou a
palestra O Engenheiro como Agente de
Mudana para uma Sociedade Sustentvel: Perfil e Desafios.
Por meio da apresentao de Washington Novaes a EESC almeja chamar
31
DIVISES TCNICAS
pois hoje no se faz engenharia sem se
preocupar com sustentabilidade.
UM POUCO DE HISTRIA
A Escola de Engenharia de So Carlos
um dos frutos mais vistosos da Lei n
161, de 24 de setembro de 1948, cujo
texto dispe sobre a criao de estabelecimentos de ensino superior em cidades do interior do Estado de So Paulo.
Sob a direo do professor Theodoreto
Henrique Igncio de Arruda Souto a
EESC, fundadora do campus na cidade,
foi solenemente inaugurada em 18 de
abril de 1953 com aula magna ministrada pelo ento governador de So Paulo,
Lucas Nogueira Garcez.
Hoje, aos 60 anos de atuao, a nossa escola de engenharia tem 8 932 egressos dos cursos de graduao e 6 600 dos
programas de ps-graduao, afirmou
Martins da Costa. Esses egressos ocupam posio slida no mercado, destacando-se em universidades, institutos de
pesquisa, indstrias e cenrio poltico.
O diretor da EESC destaca tambm
que os cursos de engenharia oferecidos,
com qualidade reconhecida, buscam
suprir necessidades do mercado e da sociedade em sua expresso mais ampla.
So eles: aeronutica, ambiental, eltrica
(nfase em eletrnica), eltrica (nfase
em sistemas de energia e automao), civil, computao, materiais e manufatura,
mecnica, mecatrnica e produo.
No caso dos programas de ps-graduao, tambm altamente qualificados
e atendendo a uma demanda diversifica-
32
engenharia
ENGENHARIA 615
615 // 2013
2013
www.brasilengenharia.com
33
DIVULGAO
DIVISES TCNICAS
DIVULGAO
34
utiliza o trlebus
em grande escala.
O 2 Seminrio
Trlebus
apresentou ainda as modernas
tecnologias em
de s e n vol v im e nto no Brasil e no
mundo, em particular o uso de
supercapacitores, sistemas de induo e baterias com maior capacidade
que permitem mais autonomia, com a
possibilidade de substituio da rede
area a mdio prazo.
Sobre essa inovao, Edson Corbo,
do consrcio Illuminatti- Elektron-
35
DIVISES TCNICAS
energia eltrica dedicada. Para isso
preciso desenvolver o prottipo de
uma estao de recarga rpida, sem
rede dedicada, com o respectivo impacto na rede local de fornecimento.
O projeto do veculo j est concludo e o da estao dever ficar
pronto at o final deste ano. Estamos pensando num veculo que no
vai ser uma dor de cabea para as distribuidoras de energia eltrica, assegura Corbo. Sua proposta tem o apoio
do diretor da Associao Brasileira
de Veculos Eltricos (ABVE), Antonio Vicente Albuquerque, para quem
o trlebus, usando ultracapacitores,
representa um custo pequeno, pois
sendo exclusivamente eltrico requer
apenas algum investimento nas estaes. A cada parada numa estao
para embarcar e desembarcar passageiros o trlebus recebe uma carga
ultrarrpida, de 20 a 30 segundos, e
parte para a prxima estao, onde
ser submetido mesma operao.
O evento teve as atenes concentradas principalmente nas vantagens
ambientais de se utilizar o trlebus,
que possui energia limpa e renovvel,
em relao aos outros veculos sobre
pneus movidos a combustvel fssil.
Autoridades federais, estaduais e
municipais se mostraram, de forma
unnime, favorveis ao remanejamento energtico do transporte pblico, a comear pelo gerente setorial
de mobilidade do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), Carlos Henrique Reis
Malburg. Ele anunciou medidas (e financiamentos) para incentivar novas
modalidades de transporte. Resgatar
o papel do transporte coletivo como
um dos principais vetores estruturadores do desenvolvimento urbano
uma prioridade do governo, afirmou
Malburg.
O banco tem uma reserva, includa
no PAC Mobilidade Grandes Cidades,
de 12 bilhes de reais em financiamento e 6 bilhes de reais em recursos do Oramento Geral da Unio
(FAT e FGTS), a serem distribudos
entre diversos programas ligados a
transportes, somados de 7 bilhes de
reais para o PAC Mobilidade Cidades
Mdias.
O plano do governo federal pre-
36
engenharia 615
615 // 2013
2013
ENGENHARIA
tende equacionar fontes de financiamento aos Estados e grandes municpios para permitir inclusive viabilizar
novas concesses e parcerias pblicoprivadas (PPP).
O mesmo empenho ficou demonstrado pelo presidente da Empresa
Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU/SP), Joaquim Lopes, um
incentivador do sistema eltrico, j
que o corredor Metropolitano ABD
que circula entre So Paulo, de So
Mateus at o Jabaquara, passando
pelas cidades de Santo Andr, Mau,
So Bernardo e Diadema quase
que totalmente eletrificado e o ltimo
trecho, que liga o Terminal de Diadema at o Morumbi, ser percorrido
por veculos com novas tecnologias
eltricas que j esto sendo testadas
no Brasil e no exterior.
No menos interessado se mostra o poder pblico municipal de So
Paulo. Segundo Jilmar Tatto, secretrio municipal dos Transportes (SMT),
dos 15 000 veculos sobre rodas que
integram o complexo de transporte
pblico na cidade, 1 747 usam energia
limpa, sendo que a SMT pretende incrementar e modernizar o sistema de
trlebus na cidade por meio da aquisio de 50 novos nibus desse tipo.
A frota de nibus eltricos da cidade de 192 veculos, distribudos
em 11 linhas que transportam 2,2
milhes de passageiros/ms. Os novos 50 coletivos substituiro os j
existentes. Nos prximos dias ser
lanado o edital de licitao que tratar da operao do sistema, anunciou Tatto.
MAIS SEMINRIOS
O presidente do Instituto de Engenharia (IE), Camil Eid, se mostrou
otimista diante do panorama exposto pelas autoridades. Mas preciso
incrementar a implantao do nibus
eltrico, cuja participao ainda
muito pequena no nosso sistema intermodal, destacou Eid, ao anunciar
que o IE est apenas iniciando o debate sobre um dos modais de transporte. Estamos preparando, para um
prximo seminrio, um amplo enfoque dos demais modais.
Tambm o eng Ivan Metran Whately, coordenador da Diviso Tcnica
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
37
FOTOS: DIVULGAO
38
www.brasilengenharia.com
AlceuSegamarchiJunior
I ENGENHARIA
www.brasilengenharia.com
39
FOTOs: DIVULGAO
40
www.brasilengenharia.com
I ENGENHARIA
os currculos para que eles se coadunem
com as reais necessidades do pas. Porque
a gente est ficando para trs, mesmo em
relao a parceiros da America do Sul. Pode
ser uma coisa aparentemente no to importante, mas quando se pensa sob a tica
da infraestrutura, a qualidade tem muita
importncia. Afinal, a qualidade de vida
no s da infraestrutura de um lugar
determinante, inclusive, para a escolha das
multinacionais que querem se instalar na
Amrica Latina.
Antes de entrar no assunto parcerias pblico-privadas, as PPPs, qual sua
opinio sobre da Lei de Licitaes? solicitamos.
Eu vinha dizendo que no s as grandes empreiteiras deixam a desejar em relao qualidade das obras internas. Outra
vertente dessa precariedade so as subempreitadas de obras. As grandes empresas de
engenharia esto fugindo como o diabo da
cruz da Lei 8.666/93, das licitaes. Hoje
elas esto interessadas em concesso, PPP,
parcerias de todo gnero. Alguns representantes de grandes empresas de engenharia, que me procuraram recentemente,
me afirmaram categoricamente que em
curto espao, at 2014 ou 2015, elas no
vo mais participar de licitaes no Brasil, por conta da 8.666. Porque elas esto
achando impossvel manter a estrutura que
elas so obrigadas a sustentar, tendo, ao
mesmo tempo, que rebaixar o preo. Alis, a lei j est sendo revista. A Lei 8.666
parte do principio de que todo mundo
desonesto. A legislao anterior, o Decreto
2.300, de 1986, partia do princpio de que
todo mundo era honesto. Quer dizer, nem
tanto ao mar, nem tanto terra. Tem que
haver um meio termo que permita ao poder pblico optar pela qualidade. Porque o
menor preo, na maioria dos casos, no
a melhor soluo e acaba saindo mais caro
para o contribuinte. H muitos exemplos
que podem ilustrar isso.
O senhor pode falar sobre as PPPs
dos piscines? Qual a meta de construo de reservatrios? Quantos esto
com obras contratadas? Quantos esto
em processo de licitao? E quantos esto com recursos garantidos? questionamos.
Bom, a PPP, como se sabe, um contrato de prestao de servios ou obras pelo
qual as empresas so pagas diretamente
pelo governo para realizar uma tarefa e
podem ainda obter parte de seu retorno
financeiro explorando o servio. Ns j publicamos o edital de licitao internacional
para selecionar as empresas participantes
da PPP que ser responsvel pela construo de sete piscines na Regio Metropolitana de So Paulo, alm da manuteno
www.brasilengenharia.com
41
42
I ENGENHARIA
do o patrimnio e a dvida correspondente
para a CPTM. Na ocasio, eu cuidei pessoalmente da transferncia dos funcionrios
pouco mais de 1 000 pessoas. Era necessrio tratar caso a caso: quem quer ser
transferido, quem no quer, como vai ser
feita a transferncia, uma dificuldade adicional. Mas quando houve a transferncia,
em fevereiro de 1996, essa parte j estava
equacionada.
O senhor continuava vinculado
Fepasa? pedimos que explicasse.
Nesse perodo, eu ainda estava na
Fepasa. A CPTM era outra empresa. Os
funcionrios iam para CPTM, eu tinha que
fazer uma anotao na carteira de trabalho deles, uma sub-rogao do contrato
de trabalho. Mas logo depois fui sondado
pelo ento presidente da CPTM, para ver
se eu no queria mudar de lado. Na verdade, ele no sabia nem por onde comeava
o processo de botar ordem na casa. Porque, imagine s: voc tinha um contrato
de trabalho com funcionrios da CBTU que
era federal, com todo um plano prprio de
cargos e salrios. E tinha o pessoal estadual. Com todos fazendo o mesmo tipo de
servio. D para sentir a confuso trabalhista que foi isso? Mas, felizmente, logo
pudemos aprovar um plano novo de cargos
e salrios que o que vigora at hoje na
CPTM. Fiquei na CPTM de 1996 a 2009.
Na companhia, em nvel gerencial eu fiz
praticamente de tudo. Eu fui da diretoria
administrativa e financeira, que permeava
todas as reas. Fui superintendente administrativo, fui superintendente financeiro
e de patrimnio. Eu j estava no topo de
carreira, no tinha outro atrativo que no
fossem os novos desafios. Do ponto de vista financeiro a companhia no tinha nada
a me acrescentar ou a me suprimir.
O que aconteceu depois disso?
indagamos.
Em 2009, no segundo mandato do prefeito Gilberto Kassab, passei para a secretaria municipal de Gesto, que tambm cuidava do patrimnio imobilirio. Mas eu nem
conhecia o Kassab. Fui para l a convite de
Rodrigo Garcia, que era o secretrio de Gesto. Fiquei l dois anos, at a sada do Garcia. Depois disso voltei para a CPTM. Mas
no cheguei a assumir na CPTM, porque o
Edson Giriboni, secretrio estadual de Saneamento e Recursos Hdricos, que tambm
tem origem ferroviria e que eu conheo
h 30 anos tambm por conta da Fepasa
, assumiu a secretaria e me chamou para
ajud-lo. Pelo compromisso que assumi com
Giriboni, acabei vindo para o DAEE.
Como as etapas da ampliao da
calha do Tiet j colaboram para a melhoria da qualidade de vida da Regio
Metropolitana de So Paulo? Em quanto
www.brasilengenharia.com
43
44
discusso que s est comeando. Nos estudos do Plano Diretor de Aproveitamento dos
Recursos Hdricos para a Macrometrpole
Paulista isso vai ficar bastante explicito.
Pode falar mais sobre o Sistema
Produtor So Loureno? insistimos.
O So Loureno pode e deve ter o seu
potencial explorado totalidade. O custo
dessa obra vale a pena. Estamos argumentando com o governo estadual que o ponto
de vista do DAEE de que o prprio governo, atravs do DAEE e no a Sabesp deveria ficar frente das providncias a serem
tomadas. Vou tentar explicar. A Sabesp a
concessionria de um servio pblico municipal, que o saneamento bsico. Desde
a constituio de 1988 os municpios so
responsveis por esse servio e a Sabesp,
embora empresa estatal estadual, presta um
servio s prefeituras, tanto que ela tem assinado os contratos de programa com cada
uma delas. Ento, do ponto de vista institucional, seria mais seguro para todos inclusive para a prpria Sabesp que o governo
estadual fizesse a parceria pblico-privada,
com a garantia de compra do produto por
contrato. claro que a Sabesp uma companhia importantssima. A Sabesp est fazendo So Loureno simplesmente porque
precisa, no tem alternativa. O Alto Tiet j
est no limite. Ns devemos subir um pouco
agora o nvel da Barragem de Taiaupeba,
no municpio de Mogi das Cruzes est em
tratativas , para a gente poder captar mais
gua. E assim por diante. H vrias alternativas em estudo. O governo est empenhado, atravs da Secretaria da Casa Civil, em
coordenar esse programa, para que se possa
tirar um aproveitamento mximo das fontes
que ns j temos como Alto Tiet, Billings,
Guarapiranga, Alto Cotia , de modo que se
possa garantir certa segurana de abastecimento. Incluindo a o So Loureno. At
que a gente consiga fazer parar em p um
projeto de maior porte, ou seja, de buscar
gua mais longe. Isso no novidade para
ningum. O Sistema Cantareira j uma
transposio. Algo que provavelmente no
vamos fazer ir buscar gua no Rio Paraba do Sul, porque estaramos deflagrando
uma guerra entre os estados de So Paulo e
Rio de Janeiro. Mas existem alternativas de
grande porte que precisam ser estudadas.
Por falar em obras de porte, as ocupaes chegam a inviabilizar grandes
projetos de engenharia na Grande So
Paulo perguntamos.
O Parque Vrzeas do Tiet, para citar
um grande projeto poderia citar Pirajussara, Oratrio, enfim, desfiar um tero de
reza... Mas vamos ficar s no Parque Vrzeas. Nesse projeto, a obra de engenharia em
si construo de centros de lazer, remoo
fsica de aterros e construes em geral vai
Presente
em todo o BRASIL.
I ENGENHARIA
NEW HOLLAND.
Construindo novos tempos.
www.brasilengenharia.com
www.newholland.com.br
engenharia 615 / 2013
45
46
www.brasilengenharia.com
www.brasilengenharia.com
I ENGENHARIA
A gesto dos
recursos hdricos
um processo
dinmico, mas
perene
www.brasilengenharia.com
www.brasilengenharia.com
engenharia
engenharia 615
615 // 2013
2013
47
48
I ENGENHARIA
Edson Giriboni
49
50
O Parque Vrzeas
do Tiet um projeto
audacioso do
governo estadual,
tanto em extenso
quanto investimento
REVISTA ENGENHARIA Qual a importncia do sistema de outorga e fiscalizao dos recursos hdricos para
o desenvolvimento socioeconmico e
gerao de negcios no Estado de So
Paulo?
GIRIBONI A outorga mais um dos
instrumentos de gesto dos recursos
hdricos. A concesso de uma outorga
I ENGENHARIA
www.brasilengenharia.com
Edson Giriboni
51
CAPA
Corrida contra
52
www.brasilengenharia.com
o tempo
www.brasilengenharia.com
53
CAPA
54
www.brasilengenharia.com
55
CAPA
FOTO: divulgao
56
www.brasilengenharia.com
www.brasilengenharia.com
57
CAPA
58
www.brasilengenharia.com
www.brasilengenharia.com
59
CAPA
so em vrias partes do mundo. Ns estamos
trabalhando com ele pelas vrias facilidades
que ele oferece. Com o ferramental atual e os
equipamentos de processamento, nosso modelo permite simular a bacia integralmente.
Contamos, inclusive, com a orientao de
consultores da Deltares, o famoso laboratrio de hidrulica de Delft, Holanda. Na prtica, para simular a bacia preciso alimentar
esse software com os dados fsicos; o uso de
ocupao do solo atual, para fazer o diagnstico; e o uso de ocupao futuro, para
o caso do prognstico. Quando avaliamos a
massa de informaes que teramos de colocar no nosso banco de dados, ns achamos
tendo em vista a nossa experincia anterior com outros projetos que ficaramos
muito tempo dependendo da chegada dessa coleta de dados para podermos, depois,
efetuar corretamente as anlises. Ento para
que fssemos tendo resultados e tambm
a noo do que ns estvamos descobrindo , resolvemos trabalhar por camadas, o
que daria agilidade a nossas atividades. Mais
precisamente, trs camadas. interessante
ressaltar tambm que, para a elaborao
dessa base de dados, ns usamos as bases
cartogrficas levantamentos topogrficos
fornecidos pela Emplasa [Empresa Paulista
de Planejamento Metropolitano] e pela prefeitura paulistana. Os da Emplasa so mais
antigos. Os da prefeitura so mais recentes
de metro em metro, como mencionei de
passagem h pouco.
Em sua narrativa, Oliveira comenta que
a camada 1 a de maior complexidade
pega os drenos principais, que so o Rio Tiet propriamente dito, o Tamanduate, desde
Mau, o Rio Juqueri (Mairipor Franco da
Rocha e Caieiras) e o Rio Pinheiros, que vem
do Sistema Billings. A Represa Billings um
dos maiores e mais importantes reservatrios de gua da Grande So Paulo. A oeste, faz limite com a Bacia Hidrogrfica da
Guarapiranga e, ao sul, com a Serra do Mar.
Seus principais rios e crregos formadores
so o Rio Grande ou Jurubatuba, Ribeiro
Pires, Rio Pequeno, Rio Pedra Branca, Rio
Taquacetuba, Ribeiro Boror, Ribeiro Cocaia, Ribeiro Guacuri, Crrego Grota Funda, Crrego Alvarenga, e o Rio Juqueri, desde a Barragem Paulo de Paiva Castro, que
foi construda pela Sabesp a fim de fornecer
gua para a cidade de So Paulo.
E como so as camadas 2 e 3? solicitamos.
Inicialmente ns tnhamos fixado que
a camada 2 seria constituda pelos afluentes
a jusante da Barragem da Penha, na zona
leste de So Paulo, com rea de drenagem
superior a 100 quilmetros quadrados. Mas
isso s no incio. Depois fomos ajustando
esse critrio at por conta da importncia
da sub-bacia. Ento inclumos na camada
2 algumas sub-bacias menores que tambm
so fundamentais para a anlise. Finalmente
chegamos na camada 3, que so os demais
60
contribuintes. Com isso, ns fomos colocando informaes de tal maneira que ns pudssemos ir traando os contornos porque
um modelo muito complexo , e colhendo
os primeiros resultados para a camada 1. Depois ns fomos agregando as informaes
das outras duas camadas, ajustando novamente o modelo, e verificando as vazes do
coletor principal. E finalmente jogando a
camada 3 e verificando o efeito. Isso para
permitir que o trabalho fosse progredindo
medida que as informaes fossem chegando at porque essas informaes so muito
demoradas, muito difceis de obter.
Pode dar mais detalhes sobre o software Sobek? pedimos a Oliveira.
Essa ferramenta de modelagem hidrodinmica, que usamos para operar este
modelo hidrolgico/ hidrulico, trabalha em
1D e 2D bidimensional horizontal para
considerar o espraiamento pelas vrzeas.
um modelo que trabalha integrado ou
seja, simula chuva e o escoamento nos rios,
piscines e barragens e em tempo real.
Isto , voc simula a bacia toda com a chuva
real, incluindo sua distribuio diferenciada
pelo territrio. Na verdade, o modelo trabalha com simulao de entradas de chuvas de
dez em dez minutos. O modelo toma a precipitao observada nos eventos naturais, e
aplica na bacia subdividindo-a por rea de
dois por dois quilmetros. Ento ele simula
quadradinhos de 4 quilmetros quadrados
em todos os 5 868 quilmetros quadrados,
simultaneamente. E pelo tempo que se quiser. Para que voc opere esse modelo preciso primeiro ter a chuva de calibrao, que
vem dos eventos naturais de grande porte
que j ocorreram no passado foram considerados os ltimos 30 anos com nfase a
partir de 2005 com suas correspondentes
leituras atravs do radar meteorolgico de
So Paulo e dos pontos de medio telemtricos. E o modelo tem que reproduzir exatamente: isso chama-se calibrar o modelo.
Quando se calibra o modelo so ajustados
os parmetros para que ele represente o
evento natural o mais prximo da realidade
possvel. Na verdade se est transformando
chuva em vazo e vazo em nvel dgua.
Ou seja, partindo-se de uma chuva real,
voc ajusta coeficientes desse modelo, que
pode prever uma futura rea de inundao
para uma chuva mais severa. Tudo associado a um menor risco.
Houve alguma adaptao do Sobek
para o caso da Bacia do Alto Tiet? perguntamos a Oliveira.
Uma das novidades desse trabalho,
que o modelista, ou melhor, a equipe de
consultoria, que oriunda da Holanda,
queria que os eventos fossem variveis no
tempo. Ento ns tivemos que buscar essa
informao dentro do prprio sistema do
DAEE e transformar esse dado. Isso, num
primeiro momento, parecia ser algo relativamente fcil, mas acabou dando bastan-
www.brasilengenharia.com
61
CAPA
para essas tormentas chamadas eventos
crticos ns fizemos toda aquela anlise
de chuvas e de potencializao de chuvas.
Escolhemos eventos de forte impacto que
coincidiram com o transbordamento dos
rios Tiet, Pinheiros, Tamanduate e Juqueri
at para ter uma distribuio espacial daquilo que tinha ocorrido na realidade.
A pergunta que no quer calar: as vazes de projeto do Tiet subiram? Por qu?
perguntamos a Andr Luiz de Medeiros
Monteiro de Barros.
Sim, subiram. Quando do PDMAT-1, a
vazo projetada para o rio Tiet na foz com
o Rio Pinheiros (no Cebolo) era da ordem
de 1.100 metros cbicos por segundo e hoje,
em 2013, 15 anos depois, estimada entre
1 700 e 1 800 metros cbicos por segundo.
A ordem de grandeza desses nmeros
representa que houve muito mais invaso,
ocupao do solo, ou s reflexo da mudana de modelo tecnolgico de anlise?
questionamos Barros.
Fui coordenador dos estudos de rebaixamento e alargamento da calha do Rio
Tiet. Na poca, foi ressaltado que a vazo
de projeto, com tempo de retorno de 100
anos, deveria perdurar no Rio Tiet at mais
ou menos 2010 ou 2015, se fossem feitas
aes no sentido de controlar o uso e a
ocupao do solo; e se o programa de piscines respondesse plenamente s expectativas que se tinha com sua implantao. Ento, esses dois ses estavam bem destacados
na ocasio. Em relao ao uso e ocupao
do solo, a verdade que nada aconteceu
de positivo. Foram feitos planos diretores
etc., mas a cidade de So Paulo continuou
crescendo de uma forma descontrolada e se
impermeabilizando. Todos ns sabemos disso. Isso no novidade para ningum. No
s a capital continuou se expandindo de
forma desordenada. Os outros municpios
da regio metropolitana tambm. Ento,
a impermeabilizao cresceu. Nessas condies, aquela vazo de algo como 1 100
metros cbicos por segundo no conseguiu
se manter. O controle da ocupao das vrzeas do Tiet a montante da barragem da
Penha, crtica para a manuteno das vazes do Tiet, est agora sendo resolvida
pelo DAEE no mbito do projeto Parque
Vrzeas do Tiet. Quanto aos piscines, sua
contribuio esperada para a manuteno
das vazes dos principais afluentes do Tiet
se confirmou parcialmente. Alm disso, o
histrico de eventos crticos sobre a Bacia
do Alto Tiet tambm mudou, tendo sido
observadas chuvas de caractersticas mais
crticas para a bacia nos ltimos anos.
Como feita a avaliao da impermeabilizao do solo? seguimos com Andr
Barros.
A avaliao da impermeabilizao de
grandes extenses territoriais antigamente era feita a partir da anlise de imagens
de satlite e fotos areas, nas quais se pro-
62
63
CAPA
e de estrutura de drenagem uma funo
pblica de interesse comum. Mas, perceba
que o cuidado poltico na conduo dessa
delicada matria tem que ser enorme. Numa
regio metropolitana existe um conselho
metropolitano. E geralmente o ente estadual oferece diretrizes que deveriam ser detalhadas no nvel municipal. Bom, tenho aqui
um pequeno levantamento: quantos municpios tm plano municipal de drenagem
na Grande So Paulo e seus quase 40 municpios? No mais que trs. A cidade de So
Paulo, com quase 460 anos de histria, est
fazendo agora o seu primeiro plano municipal de drenagem. Ento, obviamente, se
os rgos estaduais cuidarem dos grandes
canais, mas os municpios no cuidarem do
uso e ocupao do solo, no iremos muito
longe. Geralmente existe um plano de drenagem, que vai orientar o plano diretor, que
vai orientar o uso e ocupao do solo... Se
no se avanar na rea municipal, no teremos sustentabilidade nas obras dos grandes
canais. Faz-se uma obra agora e daqui a
pouco vamos ter que aumentar seu tamanho. Esta a gravidade do problema.
Sem dvida, mas quantas pessoas esto conscientes disso? emendamos.
A opinio pblica no tem muita noo disso. E tambm muitas das autoridades
municipais com quem conversamos, no
tm a devida conscincia sobre a seriedade
do assunto. No municpio de So Paulo, por
exemplo, na sua lei de uso e ocupao do
solo, tem um artigo extremamente importante, que o artigo 32. Ele faculta a troca
de imveis em reas inundveis por potencial de ocupao. So os Cepac [Certificados
de Potencial Adicional de Construo], que
so valores mobilirios emitidos pela Prefeitura do Municpio de So Paulo, atravs
da SP Urbanismo, utilizados como meio de
pagamento de contrapartida para a outorga
de Direito Urbanstico Adicional dentro do
permetro de uma Operao Urbana Consorciada. Cada Cepac equivale a determinado
valor de metros quadrados para utilizao
em rea adicional de construo ou em
modificao de usos e parmetros de um
terreno ou projeto. Observe que essa uma
modalidade fantstica de se ir desocupando
regio de fundo de vale sem ter que investir em desapropriao. H a troca por potencial construtivo, que, esse sim, pode ser
negociado. Mas no se trata de negociao
imediata. Estamos nos referindo s reas de
interveno urbana, as AIUs. preciso ter
um plano, elaborado por urbanistas e engenheiros, para cada lugar desses, cada bairro.
Ou seja, os planos de bairros previstos pelo
Plano Diretor de So Paulo. necessrio ter
os planos de bairros para poder trabalhar essas AIUs e poder efetivamente regulamentar
esse artigo 32 em nvel local. Para contextualizar melhor, as AIUs so regies da cidade j definidas no Plano Diretor nas quais
a prefeitura tem a inteno de implementar
64
www.brasilengenharia.com
65
66
CAPA
www.brasilengenharia.com
67
CAPA
68
A OAS Solues Ambientais, brao do grupo OAS criado especificamente para o segmento de gua e
esgotamento sanitrio, assumiu em
novembro do ano passado a concesso plena (gua e esgoto) da cidade de Araatuba, no interior de So
Paulo, por meio da Sociedade de Propsito Especfico Samar (Solues
Ambientais de Araatuba).
Hoje a Samar responsvel
pela operao e manuteno
de 602 quilmetros de redes
de distribuio e 597 quilmetros de redes coletoras
de esgoto, com um total de
69 300 ligaes de gua e
esgoto em todo o municpio de Araatuba que hoje
conta com cerca de 183 500
habitantes, diz Louzival
Mascarenhas Jnior, diretor-
www.brasilengenharia.com
www.brasilengenharia.com
Louzival
Mascarenhas
Jnior, diretorsuperintendente
da OAS Solues
Ambientais
FOTO: divulgao
69
70
CAPA
www.brasilengenharia.com
71
72
CAPA
***
HIDROCONSULT
Fundada em 1972, a Hidroconsult, logrou ao longo de sua
existncia, um lugar de destaque dentre suas congneres.
Atuando no ramo de servios de consultoria, tem por
misso a elaborao de estudos e projetos de engenharia,
assessoria tcnica e o gerenciamento de empreendimentos.
Nveis de Atuao
- Investigaes bsicas;
- Estudos de viabilidade;
- Anteprojetos funcionais e tcnicos;
- Projetos bsicos e executivos;
- Acompanhamento tcnico de obras;
- Gerenciamento de implantao de
empreendimentos;
- Superviso e fiscalizao de obras;
- Treinamento de pessoal.
Contato
www.brasilengenharia.com
73
CAPA
no Rio Tamanduate, porque a velocidade
das guas muito alta l. Ou seja, decanta muito pouco ao longo dele. Toda terra e
outros materiais que vm l de Mau, em
sua nascente inclusive pegando um trecho grande que canalizado e vai at So
Caetano , corre velozmente. Quando o rio
chega perto do Tiet, o Tamanduate diminui
a velocidade e comea a depositar. uma
areia contaminada que fica caro purificar, ou
seja, peneirar para uso na construo civil.
No se poderia usar para construo normal,
s serviria para alguns aspectos mais brutos, como muros. A cada segundo, 50 litros
de sedimento assoreiam o Tiet. Ento um
absurdo. E nas barcaas ns fazemos uma
separao dos materiais, porque vem muito
lixo junto. Depois fazemos batimetria. Feita
a batimetria a gente define cada trecho onde
sedimentou maior quantidade de detrito em
relao ao projeto original da calha. Isso varia em cada perodo chuvoso em funo
de que a bacia muito grande e tem casos
em que chove mais de um lado ou do outro.
A gente tem a topografia do projeto original
e sabe onde acumula mais e l a gente est
fazendo sempre a batimetria. O que dispara
o gatilho de quando preciso desassorear
justamente a batimetria. Se bem que a gente
desassoreia tanto, num trabalho constante,
que at inadequado falar em gatilho. Em
termos de bota-fora, estamos mandando a
maior parte do material retirado diretamente para Carapicuba. O DAEE tem contrato
comprometendo-se a encher a cava da Lagoa de Carapicuba. L tem muito ainda a
encher. Para dar uma ideia, a capacidade que
a lagoa ainda tem para ser preenchida com
material d para 20 anos de desassoreamento do Rio Tiet.
74
Projetos/Gerenciamento
de Obras e Sistemas
Gerenciamento da Obra da
Estao de Transbordo de
Resduos Slidos de Salvador.
Geotecnia
Rua Camandocaia 77 - Campo Belo - Cep: 04606-040 - So Paulo/SP - Tels: (55 11) 5093-7709 / 5093-3591 / 5531-6540 Fax: (55 11) 5543-1430
www.brasilengenharia.com
75
CAPA
e indiretamente toda a populao da RMSP.
Segundo Guerra, o PVT ser implementado em trs etapas. A primeira objeto de
financiamento do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) a ser executada em
cinco anos (So Paulo e Guarulhos), num trecho de cerca de 25 quilmetros da Barragem
da Penha at a divisa com Itaquaquecetuba.
O valor contratado com o BID de 199,78
milhes de dlares. Sendo 115,7 milhes de
dlares do BID e 84,08 milhes de dlares de
contrapartida do Tesouro estadual. Mas temos coisas a comentar. Quando o contrato
foi negociado ele foi orado nesses quase 200
milhes de dlares iniciais. Isso corresponderia s obras. Mas depois foram aparecendo
outras necessidades, como as desapropriaes. Estas ficaram oradas em algo como
500 milhes de reais. Depois veio a questo
da realocao das pessoas, do reassentamento
das famlias. Hoje estamos com 7 500 famlias
6 900 em So Paulo e 600 em Guarulhos.
razo de mais ou menos 100 000 reais por
famlia, j so cerca de 800 milhes de reais.
Ao somarmos isso com mais 500 milhes de
reais das desapropriaes, o montante j de
1,3 bilho de reais. Se a gente somar isso aos
mais de 150 milhes de reais da contrapartida
estadual [os 85 milhes de dlares citados] do
contrato com o BID, d para ter ideia da magnitude do empreendimento em sua primeira
etapa. Depois de retirar as populaes vamos
retirar os aterros que as famlias fizeram para
construir suas casas, e vamos renaturalizar
essa vrzea, inclusive com replantio da vegetao. Ento toda essa rea ser como se fosse um grande piscino. Vamos ter que retirar
mais ou menos 1 milho de metros cbicos
de terra. Interessante citar que nos trechos do
PVT existem ainda muitos meandros. E esses
no foram retificados. A retificao do Rio
Tiet da Barragem da Penha para baixo. ,
simplesmente, a Marginal do Tiet. Era uma
coisa at bonita na poca, mas se previssem
as consequncias, talvez no tivessem levado
a ideia avante.
O coordenador do PVT confirma que,
considerando-se as estimativas atuais das demandas do projeto e tendo como referncia
convnio assinado em meados de 2010, so
necessrias aproximadamente 7 500 unidades habitacionais para viabilizar a implantao do Parque. Nos termos do acordo entre
o governo estadual e a prefeitura paulistana,
Secretaria Municipal de Habitao (Sehab)
e a Companhia Metropolitana de Habitao
(Cohab-SP) devem responsabilizar-se pelo
provimento a 50% da demanda do municpio
de So Paulo, ou seja, 3 450 unidades habitacionais. A Secretaria da Habitao do Estado de So Paulo (SH), alm de outras 3 450
unidades habitacionais destinadas demanda
do municpio de So Paulo, deve ofertar mais
600 residncias para famlias a serem removidas do permetro do PVT em Guarulhos.
O investimento total previsto para as trs
etapas de 1,7 bilho de reais, at 2020. A se-
76
A DPBarros atua tanto no setor pblico como na rea privada e est amplamente capacitada
para atender as mais variadas demandas do mercado. Alm de prestar a melhor assistncia
Via de inter
na elaborao do projeto, a empresa oferece orientao tcnica, execuo e manuteno
l
Oeste-Jardim igao corredor
Silveira - Ba
de obras nos mais diversos segmentos, tais como: construo industrial, comercial,
rueri
residencial e obras de infraestrutura em geral.
A DPBarros est em atividade h mais de 35 anos e durante todo este perodo acumulou a experincia
necessria conquista do atual patamar de credibilidade que desfruta, assim como para dar um grande
salto de qualidade nos servios prestados. Dessa forma, com um atendimento mais eficiente, fica
garantida a satisfao dos seus clientes.
A DPBarros pratica engenharia sustentvel para garantir um futuro melhor para as novas geraes.
FONE:
(11) 2181 1600
www.brasilengenharia.com
WWW.DPBARROS.COM.BR
77
CAPA
78
www.brasilengenharia.com
senvolvimento socioeconmico das comunidades que se servem delas. Existem centenas de aquferos no mundo, sendo que
dois dos maiores os aquferos Guarani
e Alter do Cho ficam total ou parcialmente no subsolo brasileiro. O Aqufero
Guarani abrange quatro pases da Amrica do Sul e oito estados do Brasil. A rea
ocupada pelo Guarani de 1,15 milho de
quilmetros quadrados e 70% disso est
no subsolo do centro-sudoeste do Brasil.
O restante se distribui entre o nordeste da
Argentina, noroeste do Uruguai e sudeste
do Paraguai. A populao atual do domnio de ocorrncia do aqufero estimada
em 15 milhes de habitantes. Em territrio
brasileiro o Guarani abrange os estados de
Mato Grosso do Sul (213 700km), Rio
Grande do Sul (157 600km), So Paulo (155 800km), Paran (131 300km),
Gois (55 000km), Minas Gerais
(51
300km),
Santa
Catarina
(49 200km), Mato Grosso (26 400km).
Nomeado em homenagem tribo
Guarani, o aqufero possui um volume
de aproximadamente 35 000 quilmetros
cbicos e profundidade mxima por volta de 1800 metros, com uma capacidade
de recarregamento de aproximadamente
166quilmetros cbicos ao ano por precipitao pluvial. Costuma-se dizer que esta
vasta reserva subterrnea pode fornecer
gua potvel ao mundo por 200 anos. Devido a uma possvel falta de gua potvel
no planeta, que comearia em 20 anos,
este recurso natural est rapidamente
sendo politizado, tornando-se o controle
79
CAPA
uma quantidade de
do Aqufero Guarani
gua muito grande.
cada vez mais controOs poos so granverso. Em termos de
des produtores de
geologia, o Aqufero
gua subterrnea.
Guarani consiste priA vazo do aqumariamente de sedifero em Ribeiro
mentos arenosos que,
Preto pode chegar
depositados por proa ter 400 000 licessos elicos durantros/hora com gua
te o perodo Trissico
na
temperatura
(h aproximadamente
normal.
Porque
220 milhes de anos),
ali estamos prxiforam retrabalhados
mos da franja do
pela ao qumica da
abastecimento.
gua, pela temperamedida que vamos
tura e pela presso e
mergulhando
no
se transformaram em
Guarani e os poos
uma rocha sedimentar Carlos Eduardo Nascimento Alencastre,
vo ficando mais
chamada arenito. Essa diretor regional do DAEE em Ribeiro Preto e
profundos pode-se
rocha muito perme- diretor da Bacia Pardo Grande
obter mais gua,
vel e assim permite a
que j sai quente. A cada 30 metros que o
acumulao de gua no seu interior. Mais
aqufero se aprofunda h o aumento de 1
de 90% da rea total do aqufero recograu centgrado na temperatura da gua.
berta por extruses de basalto, rocha gQuando se chega s cercanias da regio
nea e de baixa permeabilidade, depositade Araatuba e Presidente Prudente a
da durante o perodo Cretceo na fase do
gua j tem uma temperatura de 50 ou 60
vulcanismo fissural [em que os materiais
graus centgrados. Em alguns lugares so
vulcnicos foram expulsos atravs de fratuguas jorrantes, dependendo de onde ele
ras da superfcie terrestre]. O basalto age
se localiza e da presso. Quando a presso
sobre o Aqufero Guarani como um aquiinterna maior que a presso externa, a
tardo [formao geolgica de natureza segua acaba jorrando. mais ou menos o
mipermevel], diminuindo sua infiltrao
princpio dos vasos comunicantes: voc
de gua e dificultando seu subsequente
tem uma caixa dagua em cima, abre uma
recarregamento, mas tambm o isola da
torneira em baixo, a gua escapa forte.
zona mais superficial e porosa do solo,
evitando a evaporao e evapotranspira Qual a profundidade mdia do Aquo da gua nele contida. A pesquisa e
fero Guarani em Ribeiro Preto? pergunmonitoramento do aqufero para melhor
tamos a Alencastre.
gerenci-lo como recurso hdrico algo
A 150 metros de profundidade voc
importante, uma vez que o crescimento
j encontra gua de excelente qualidade
da populao em seu territrio relatival. interessante notar que essa gua do
mente alta, aumentando riscos relacionaaqufero na regio de Ribeiro Preto tem
dos ao consumo e a poluio.
por volta de 2 000 anos de depsito. J
Segundo o eng Carlos Eduardo Nasfoi encontrada gua em outros pontos do
cimento Alencastre, diretor regional do
Guarani com at 40 000 anos de depsiDAEE em Ribeiro Preto e diretor da Bacia
to. medida que se vai mergulhando no
Pardo Grande, o volume do reservatrio de
aqufero as guas vo ficando mais antigua do Guarani estimado nos citados
gas. Mas medida que as guas entram
35 000 quilmetros cbicos prprio de
pelas franjas e a regio de Ribeiro est
um aqufero recarregvel. Significa que
prxima das franjas elas ficam mais
ele no uma jazida que est confinada,
novas. E por ter essa idade e estar numa
como no caso de uma jazida de petrleo,
zona confinada a gua tem uma excelente
em que possvel exaurir tudo e acabar
qualidade, uma vez que se filtrou tudo o
com a jazida. O Guarani tem entradas
que poderia ser filtrado, porque ali rode gua de chuva nas suas bordas, que
cha, no areia solta.
a gente chama tecnicamente de franjas.
Como tem sido a explotao do
H uma franja que sai das proximidades
aqufero em Ribeiro Preto? Est havendo
de Ribeiro Preto, vai descendo, pega
rebaixamento do lenol? questionamos
praticamente o Brasil inteiro, uma hora
Alencastre.
se estreita, outra hora se alarga. Afinal a
A explotao alta, a populao aunatureza cheia de meandros e no uma
menta e com ela os problemas tambm
linha reta. Tem uma franja do lado leste
vo crescendo. Isso porque os canos das
e outra do lado oeste. O aqufero uma
redes vo ficando cada vez mais velhos,
bacia, uma camada de arenito chamado
se investe muito pouco em renovao
arenito Botucatu e depois tem o arenito
e tambm os reservatrios vo ficanPiramboia, por baixo do Botucatu. Todo
do velhos e obsoletos. Como no h neesse arenito embebido em gua e produz
cessidade de construo de estaes de
80
www.brasilengenharia.com
81
CAPA
Hoje s temos uma cidade que no trata esgoto a montante de Ribeiro Preto.
Trata-se de Serrana, com pouco menos de
50 000 habitantes mas est no forno
para sair um contrato do gua Limpa. Se
voc zerar a questo do tratamento de
esgoto vai haver uma qualidade maior da
gua. Isso porque as grandes usinas de
acar e lcool so muito fiscalizadas pela
Cetesb e essa parte est controlada. Houve apenas um acidente uns 15 anos atrs
quando houve o rompimento um tanque
de melao para fazer o acar. Foi alto
ndice de acar no rio e o oxignio da
gua foi a zero em questo de segundos.
Houve 200 quilmetros de mortandade de
peixe. Mas foi um acidente.
E a questo da infiltrao de vinhaa
das usinas em relao ao Aqufero Guarani? continuamos.
No atinge. A Embrapa andou fazendo pesquisas, mas a infiltrao muito
superficial, no chega no aqufero l embaixo. Lgico que estamos sempre atentos. Porque a contaminao pode chegar
por um poo mal construdo, no s pela
infiltrao natural. Entre um poo e outro
preciso ser respeitada uma distncia padro. E h inclusive uma nova legislao
em estudo. Hoje a regio da cidade de Ribeiro Preto foi dividida em trs zonas. Na
zona de pior constatao de rebaixamento
do lenol est terminantemente proibida
a abertura de novos poos. S o servio
de gua e esgoto pode abrir, e assim mesmo ele tem que desativar um poo para
construir outro. Em relao aos novos
poos, tanto de empresas como particulares precisam manter 1 000 metros de
distncia entre um e outro. E as regras
das zonas esto sendo rigidamente aplicadas. Dentro das zonas no se fura nada
sem passar pelo poder pblico municipal
para conseguir uma permisso para uso e
ocupao do solo. Depois disso preciso
dar entrada no DAEE, que vai verificar se
tem poo prximo, se est perto de algum
curso dgua, se est em algum local com
suspeita de contaminao ou contaminado. Por exemplo, um posto de gasolina
um local com suspeita de contaminao.
Quase todos esses postos contaminam o
subsolo com diferentes graus de gravidade. Hoje em dia muito difcil perfurar um
poo novo em Ribeiro Preto. A maior parte das solicitaes que o DAEE recebe parte do servio municipal de gua e esgoto.
Quantos poos esto ativos em Ribeiro? emendamos.
O ltimo nmero a que tive acesso
de 104 poos. Se voc fizer uma conta
simples e considerar que vai tirar 150 000
litros por hora de 104 poos, ver que
possvel abastecer duas cidades do porte de Ribeiro Preto. O ndice de perda
rural e de desperdcio urbano na regio
de Ribeiro muito alto. Trata-se de uma
82
www.brasilengenharia.com
83
CAPA
A maior parte no d essas diretrizes
e a a deciso acaba sendo do DAEE.
Teramos que evoluir nesse campo. Por
exemplo, quem faz enquadramento de
corpos hdricos? A competncia do
comit de bacia. Quem deveria decidir,
nos planos de bacia quando houver
criticidade , os corpos dgua que deveriam ter prioridade nas outorgas? Os
comits de bacia, novamente. Isso est
na lei. Mas, na realidade, os planos ainda no esto, individualmente, atentando para esses aspectos. A precariedade
dos comits de bacia reside apenas em
relao a diretrizes para outorga. Porque os comits tm belos planos, muito
bons diagnsticos e at competentes
prognsticos nos aspectos gerais.
Que tipo de utilizao de gua a
outorga abrange? prosseguimos.
Todas. A outorga ser ve para captao superficial e subterrnea. Qualquer
poo, seja urbano ou rural, ele tem que
ter outorga. Quando a vazo menor
que 5 metros cbicos por dia, o usurio
precisa ter um cadastro pelo menos o
cadastro obrigatrio e isso vale tanto
para gua superficial quanto subterrnea. Os lanamentos dos ef luentes todos em rios e corpos hdricos de qualquer tipo. E todas as obras hidrulicas:
barragem, canalizao, travessia. Alm
disso, os ser vios: o desassoreamento
de um rio, dos reser vatrios. O Rio Paraba, por exemplo, a ANA quem d
outorga porque se trata de um rio que
atravessa trs estados: Rio de Janeiro, So Paulo e Minas Gerais. J para
os af luentes do Paraba, o DAEE que
concede a outorga. Agora s existem
rios federais e rios estaduais. Antes
havia rios municipais tambm, mas a
Constituio de 1988 revogou os rios
municipais. Os antigos rios municipais
passaram a ser estaduais.
Qual a importncia da outorga
para desenvolvimento socioeconmico e
gerao de negcios no Estado? perguntamos.
De uma forma bem geral, a gua
um dos insumos mais importantes para
o desenvolvimento. um insumo que
pode ser indutor, onde existe em quantidade suficiente para atrair mercado.
Ou pode ser, ao contrrio, um limitador
como hoje j acontece na Bacia do
Alto Tiet como um todo. Isso para as
empresas que precisam utilizar bastante
gua. De uns 20 anos para c, indstrias siderrgicas e metalrgicas, por
exemplo, tm sado do Estado. Muitas
unidades de apoio da indstria automobilstica da Grande So Paulo mudaram
para Minas Gerais, Mato Grosso, para
regies onde havia mais abundncia de
gua, em funo da baixa disponibili-
84
AL
RI
TE
MA
EN
E
R
GI
A
A
ESS IA.
IDE
GU
A
E
IENT
AMB
27 - 29 | AGOSTO 2013
NTE
E
T
SUS
SOCIAL
www.expogbcbrasil.org.br
Participe tambm da 4 Conferncia Internacional! Uma importante oportunidade para atualizao
e qualificao profissional em contato com grandes profissionais e tcnicos do setor da construo sustentvel.
Patrocnio Diamante:
Realizao:
www.twitter.com/ExpoGBC
Patrocnio Ouro:
Patrocnio Prata:
Organizao e Promoo:
Proibida a entrada de menores de 16 anos, mesmo que acompanhados. Evento exclusivo e gratuito para profissionais do setor que fizerem o seu pr-credenciamento por meio
do site ou apresentarem o convite do evento no local. Caso contrrio, ser cobrada a entrada no valor de R$ 55,00 no balco de atendimento.
www.brasilengenharia.com
85
ENGENHARIA I TRANSPORTE
86
engenharia
ENGENHARIA 615
615 // 2013
2013
I ENGENHARIA
87
ENGENHARIA I TRANSPORTE
88
engenharia
ENGENHARIA 615
615 // 2013
2013
Figura 5 - Hospitais Gerais da Rede Municipal e Estadual no MSP (Fontes: Secretaria Municipal de
Sade, Coordenadoria de Epidemologia e Informao, Ceinfo; e Secretaria de Estado da Sade)
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
I ENGENHARIA
cluindo os corredores da capital, somam cerca de 160 quilmetros de corredores. Os corredores metropolitanos
esto passando por grande ampliao
no momento: Corredor TucuruviGuarulhos, na regio Leste e ItapeviButant, na regio Oeste da RMSP.
Alm das linhas e corredores municipais e metropolitanos, circulam
no municpio, linhas intermunicipais
da RMSP que tambm so gerenciadas pela EMTU.
A figura 7 ilustra o sistema nibus
no MSP e os corredores municipais e
metropolitanos em operao e futuros.
O sistema metroferrovirio (Metr/CPTM) formado por 75 quilmetros de metr e 130 quilmetros
de trens metropolitanos operando na
cidade de So Paulo, totalizando 205
quilmetros sobre trilhos. O MSP
possui 61 terminais de integrao
em operao, sendo 28 da SPTrans,
31 do Metr/CPTM e dois da EMTU.
A figura 8 ilustra a distribuio
dos terminais urbanos no municpio
de So Paulo.
Alm disso, todos os sistemas esto em expanso prevendo futuras
implantaes de corredores de nibus
municipais, corredores metropolitanos, novas linhas de metr, monotrilhos e modernizao da ferrovia.
CONSIDERAES FINAIS
A partir dos dados levantados,
pode-se perceber que no MSP, nas
macrozonas mais populosas e que
apresentam maior quantidade de unidades de sade onde ocorrem mais
deslocamentos para outras regies
em busca de atendimentos de sade.
Remete-se ao setor da sade a
sugesto de uma investigao mais
apropriada no sentido de se apurar as
causas desses deslocamentos. Torna-se
necessrio um aprofundamento da coleta de dados mais especficos do setor
da sade, como: cadastro com dados
gerais dos pacientes, quantificao de
leitos hospitalares por regio, levantamento de equipamentos para exames
e, sobretudo, realizao de pesquisas
qualitativas e quantitativas para se ter
uma avaliao mais consistente da situao do atendimento da sade.
O conhecimento das situaes que
levam pessoas a se deslocarem das
regies de origem para outros locais,
muitas vezes muito distantes, em busca de servios de sade, possibilitar
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
[1] OLIVEIRA, Edgar Costa O Socilogo que Redefiniu o Conceito
de Engenharia referente FREYRE, Gilberto. Homens, Engenharias
e Rumos Sociais. So Paulo: Realizaes, 2010. Disponvel em:
(http://univesp.ensinosuperior.sp.gov.br).
[2] METR - COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SO PAULO et
alii. Pesquisa Origem Destino 2007. Banco de Dados.
[3] SECRETARIA MUNICIPAL DA SADE - (http://www.prefeitura.
sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/epidemiologia_e_informacao/).
[4] SECRETARIA DE ESTADO DA SADE (http://sistema.saude.
sp.gov.br/consulta_cnes).
[5] IBGE - Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
(www.ibge.gov.br/).
[6] METR - COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SO PAULO
(http://www.metro.sp.gov.br/).
[7] CPTM - COMPANHIA PAULISTA DE TRENS METROPOLITANOS
(http://www.cptm.sp.gov.br/).
[8] EMTU - EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS (http://www.emtu.sp.gov.br/).
89
ENGENHARIA I GERENCIAMENTO
Causas frequentes de
reivindicaes contratuais
ROBERTO RICARDINO*
SRGIO ALFREDO ROSA DA SILVA**
CLUDIO TAVARES DE ALENCAR***
OBJETIVO
Este artigo tem por objetivo apresentar as
causas mais frequentes de reivindicaes em
contratos administrativos para execuo de
empreendimentos de infraestrutura e obras e
servios de grande complexidade tcnica, tais
como aeroportos, portos, usinas hidreltricas, rodovias, obras de arte e de saneamento,
doravante denominados neste trabalho simplesmente como empreendimentos de construo pesada. O conhecimento de tais causas relevante formulao da estratgia e
planejamento do processo de gerenciamento
de reivindicaes, concebido na fronteira dos
atos de identificao, avaliao e formulao
do plano de respostas aos riscos de execuo
do empreendimento.
So relatados alguns aspectos das reivindicaes contratuais e do seu processo
de gerenciamento, seguindo-se uma breve
descrio da pesquisa de campo realizada e
a apresentao dos principais resultados obtidos, relativos ao assunto aqui tratado.
Este artigo foi elaborado como parte
integrante das atividades acadmicas do
programa de doutorado da Escola Politcnica da Universidade de So Paulo, na rea
de concentrao referente engenharia de
construo civil e urbana.
REIVINDICAES CONTRATUAIS
Na indstria da construo, uma reivindicao tida como a demanda por algo
devido, ou que se acredita ser devido, em
geral resultante de uma ao, orientao ou
ordem de mudana que contraria os termos
e condies de um contrato acordado, e que
90
engenharia
ENGENHARIA 615 / 2013
DIVULGAO
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
I ENGENHARIA
no pode ser economicamente resolvida entre as partes (PMI, 2008).
O objetivo da reivindicao restaurar a
equao de equilbrio econmico-financeiro
do contrato, pactuada pelas partes na sua
assinatura. Para que surja o direito ao reequilbrio do contrato (e correspondente dever da outra parte de reequilibrar o contrato)
necessrio que o fato que provocou o desequilbrio tenha sido imprevisvel (ou previsvel mas de consequncias incalculveis) e
se contenha na lea extraordinria do negcio, afirma Amaral (2010, p. 190, grifos do
autor). Ainda segundo o mesmo autor, esse
conhecimento essencialmente orientado aos
contratos administrativos tambm aplicvel a contratos de direito privado. O que
Tabela 1
Alguns exemplos de relaes de causa e efeito
TIPO DE REIVINDICAO
Acelerao do trabalho
Alterao de grande
importncia
Alterao construtiva
Especificaes defeituosas
Atraso em aprovaes
Atraso na emisso de
Ordem de Mudana
Atraso na emisso de
Ordem de Incio
Condies locais inesperadas
Interferncia na execuo
Superviso inadequada
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
cidos pela sigla ADR (Alternative Dispute Resolution). Os processos de ADR mais conhecidos no Brasil so a mediao, conciliao e
arbitragem (Tisaka, 2011).
O procedimento de reequilbrio da
equao econmico-financeira do contrato encerra-se com o Termo de Aditamento
que consolida as alteraes decorrentes da
readequao de preo, ou ressarcimento de
nus incorridos, e/ou a fixao de novo cronograma fsico-financeiro contratual, como
sugere a figura 1.
Qualquer que seja o processo, a negociao o nico em que as partes atuam sem
o auxlio de uma terceira parte neutra (Ricardino, 2007, p. 41). As diretrizes de ao
contidas no Relatrio de Recomendao, resultante dos procedimentos de mediao ou
de conciliao, representam uma nova oportunidade para que as partes voltem a negociar e superem suas divergncias por meio
do entendimento direto. importante destacar que a documentao de acontecimentos, feita por meio de registros, constitui a
principal fonte de evidncias na resoluo de
disputas e mitigao de virtuais reivindicaes (Wickwire et al., 2003).
GERENCIAMENTO DE REIVINDICAES
O gerenciamento de reivindicaes
constitui um processo especialmente importante nos empreendimentos de construo
pesada em cuja execuo as reivindicaes
contratuais desempenham um papel significativo. O processo tem por objetivo evitar a
ocorrncia de reivindicaes e, sempre que
isso no for possvel, resolv-las o quanto
antes, ao menor custo e menor perturbao
ao andamento do contrato (PMI, 2008).
Esse processo aplica-se ao longo do ciclo
de construo e divide-se em quatro partes:
(1) identificao de situaes com potencial
para gerar reivindicaes, derivadas do contrato ou da sua execuo; (2) quantificao
da situao julgada procedente tendo em vista compensao adicional, extenso de prazo ou ambas; (3) preveno da ocorrncia
de reivindicaes mediante reconhecimento
antecipado de problemas latentes e sua franca discusso entre as partes, com respeito a
possveis alternativas e alteraes ao plano
original; e (4) resoluo, mediante negociao entre as partes, da reivindicao que no
pde ser evitada, antes do acionamento de
processos alternativos de soluo de disputas
previstos no contrato (PMI, 2008).
A correta identificao de situaes
capazes de acarretar reivindicaes impe
conhecimento suficiente do escopo do empreendimento e dos requisitos contratuais.
Assim, o procedimento inicia-se com a interengenharia 615 / 2013
ENGENHARIA
91
ENGENHARIA I GERENCIAMENTO
ENGENHARIA
pretao do contrato e seus anexos, seguida
da descrio documentada da situao que
ultrapassou os limites das obrigaes con-
Tabela 2
Causas consideradas de extrema frequncia em reivindicaes
FREQUNCIA DE
FREQUNCIA
RESPOSTAS (EM % )
ACUMULADA (EM %)
11,22
11,22
10,83
22,05
10,64
32,69
9,86
42,55
8,32
50,87
7,54
58,41
5,61
64,02
5,61
69,63
5,22
74,85
10
5,22
80,07
11
4,84
84,91
12
3,68
88,59
Interferncias subterrneas
imprevistas
13
2,91
91,50
Envolvimento de novas
garantias e deveres
14
1,55
93,05
15
1,35
94,40
Mudana de legislao
16
1,35
95,75
Greve
17
1,35
91,10
18
0,97
98,07
Surto inflacionrio
19
0,77
98,84
Guerra, insurreio
e outras hostilidades
20
0,58
99,42
Inundao
21
0,39
99,81
Abalo ssmico
22
0,19
100,00
CAUSAS
Mudana do escopo
pela Contratante
Atraso em desapropriaes
Atraso na liberao
de reas de trabalho
Atraso em aprovaes
da Contratante
Geologia
Atraso de pagamento
da Contratante
Acelerao do prazo
Atraso na emisso
de Ordem de Servio
Condies locais
diferentes das previstas
Especificao tcnica incorreta
ou insuficiente
POSIO
9292
engenharia
ENGENHARIA 615
615 // 2013
2013
I ENGENHARIA
ciamento de reivindicaes, realizou-se um
levantamento de campo com a finalidade
Tabela 3
Causas consideradas de muita e de extrema frequncias em reivindicaes
FREQUNCIA DE
FREQUNCIA
RESPOSTAS (EM % )
ACUMULADA (EM %)
10,75
10,75
9,93
20,68
9,39
30,07
8,30
38,37
Acelerao do prazo
6,82
45,19
Geologia
6,66
51,85
6,39
58,24
6,11
64,35
5,51
69,86
10
5,19
75,05
11
4,69
79,74
12
4,42
84,16
Interferncias subterrneas
imprevistas
13
3,23
87,39
14
2,78
90,17
Envolvimento de novas
garantias e deveres
15
2,18
92,35
Mudana de legislao
16
1,97
94,32
Greve
17
1,58
95,90
18
1,47
97,37
Surto inflacionrio
19
1,09
98,46
Inundao
20
0,76
99,22
21
0,49
99,71
Abalo ssmico
22
0,29
100,00
CAUSAS
Atraso na liberao de reas
de trabalho
Atraso em aprovaes da
Contratante
Atraso em desapropriaes
Mudana do escopo pela
Contratante
Atraso de pagamento da
Contratante
Atraso na emisso de Ordem
de Servio
Especificao tcnica incorreta
ou insuficiente
Condies locais diferentes das
previstas
POSIO
[Nota: H uma semelhana de motivo e consequncia entre atraso em liberao de reas de trabalho (1
posio de frequncia de respostas nesta tabela) e atraso em desapropriaes (3 posio)]
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
93
ENGENHARIA I GERENCIAMENTO
meiras causas frequentes de reivindicaes
so atribuveis parte contratante. Os resultados reforam a afirmao de Fogel, de que
em geral as reivindicaes no decorrem de
falhas tcnicas, resultam da falta de gerenciamento (2009, p. 212).
Os dados procedentes do levantamento de campo mostram-se em conformidade
com o referencial terico da pesquisa, revelando divergncias pouco significativas
quando comparados entre si.
CONCLUSO
Em contratos para execuo de empreendimentos de infraestrutura e obras e
servios de grande complexidade tcnica,
em que alta a probabilidade de ocorrerem
mudanas, a correta prtica do gerenciamento de reivindicaes um dos processos
imprescindveis preservao da equao
de equilbrio econmico-financeiro do contrato, bem como ao seu restauro, no caso
da ocorrncia de fatos extraordinrios que
perturbem ou mesmo impeam o seu normal
andamento.
O processo de gerenciamento de reivindicaes cujo propsito evitar a ocorrncia de pleitos e, quando isso no for possvel, buscar resolv-los o quanto antes ter
maior eficcia se for precedido da acurada
identificao de situaes potencialmente
perigosas, capazes de colocar o contrato em
risco ao afetar o respectivo patamar de equilbrio econmico-financeiro planejado.
Nesse sentido, a identificao das
possveis categorias ou tipos de reivindicaes s quais a implantao de um
determinado empreendimento estar mais
sujeita, por fora de sua natureza e demais condies de contorno a ela associadas, permitir: (i) um monitoramento
do desempenho do contrato com foco
mais preciso em potenciais ofensores; (ii)
maior capacidade de deteco da ocorrncia de desvios potencialmente capazes
de colocar em risco o patamar de equilbrio econmico-financeiro, a partir da
identificao de ofensores passveis de
serem associados a estas categorias de
reivindicaes (alertas antecipados);
e (iii) maior capacidade de reao, preventiva ou corretiva, a estas situaes de
desvio da condio de equilbrio econmico-financeiro do contrato.
Portanto a capacidade de considerar,
desde a fase de planejamento da implantao de um empreendimento, os tipos de
reivindicaes com maior possibilidade de
ocorrncia, torna-se um fator crtico manuteno da sua equao de equilbrio (a
condio de equilbrio econmico-finan-
94
engenharia
ENGENHARIA 615 / 2013
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
[1] AHUJA, H. N.; DOZZI, S. P.; ABOURIZK, S. M. - Project Management: techniques in planning and controlling
construction projects. 2nd ed. New York:
Wiley, 1994.
[2] AMARAL, A. C. C. - Licitao e Contrato Administrativo: estudos, pareceres e
comentrios. 3. ed. Belo Horizonte: Forum,
2010.
[3] BRAMS, R. S.; LERNER, C. - Construction claims deskbook management: documentation, and presentation of claims. New
York: Aspen, 1996.
[4] FOGEL, I. M. - Estudos em gerenciamento de aquisies: gerenciando
para evitar reclamaes. In: DINSMORE,
P. C.; CABANIS-BREWIN, J. AMA - Manual de gerenciamento de projetos. Rio
de Janeiro: Brasport, 2009. cap. 15A, p.
212-216.
[5] LEVIN, P. - Claims and changes: handbook for construction contract management. 4th ed. Maryland: WPL Associates,
1980.
[6] KAYE, R. E. (Org.) - 2003-2 Cumulative
Supplement. In: BRAMS, R. S.; LERNER, C.
(Ed.) - Construction claims deskbook: management, documentation, and presentation of claims. New York: Aspen, 2003.
[7] MANUELE, V. O. - Acts of God. In: BRAMS, R. S.; LERNER, C. (Ed.) - Construction
claims deskbook: management, documentation, and presentation of claims. New
York: Aspen, 1996a. cap. 3, p. 33-46.
[8] ______. Acts of Government. In: BRAMS, R. S.; LERNER, C. (Ed.) - Construction
claims deskbook: management, documentation, and presentation of claims. New
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
I ENGENHARIA
CONTAINER
ACOPLADOS
REVESTIDOS
GUARITAS
PROJETOS ESPECIAIS
www.brasilengenharia.com
95
ENGENHARIA I CIVIL
Aplicao da tecnologia
de hidrofresa em grandes
escavaes urbanas
GERARDO MAROTE RAMOS*
sistema de hidrofresa est
projetado especialmente
para a execuo de paredes diafragma em solos de
alta resistncia, trabalhos
de escavao profunda e aplicao em situaes nicas que exigem um mtodo de mxima confiabilidade e segurana. Em obras
urbanas envolvendo grandes escavaes, a
soluo de hidrofresa tem muitas vantagens
sobre outros mtodos construtivos.
O Grupo Terratest executou mais de
600 000 metros quadrados de paredesdiafragma com hidrofresa em todos os tipos
de solos e projetos. Entre as principais aplicaes se destaca a execuo de escavaes
profundas para obras de metr e ou trens
de alta velocidade, tneis, estacionamentos,
cut-and-cover de linhas frreas e fundaes
profundas de estruturas especiais.
DESCRIO DO SISTEMA
DE HIDROFRESA
O equipamento de perfurao de hidrofresa est baseado numa estrutura pesada
de ao com duas rodas de corte localizadas
num plano vertical na parte inferior. O acionamento hidrulico das rodas, com rotao
em sentidos contrrios, combinado com o
empuxo vertical ligado ao peso da ferramenta, faz o corte do solo que, misturado com
a lama de perfurao, bombeado para a
estao de tratamento pela bomba de suco
instalada na hidrofresa. Na estao so separados os detritos e a lama reciclada e transferida aos tanques de armazenamento para
posterior bombeamento para a perfurao.
A perfurao com hidrofresa, ao contrrio do que acontece com todos os sistemas
convencionais de perfurao com equipamentos de caamba tipo clam-shell, um
processo contnuo e perfeitamente estruturado. O ciclo de perfurao consiste em cinco fases interrelacionadas (figura 1).
1) Produo (1 e 2), bombeamento (3) e armazenamento (5) da lama de perfurao.
2) Bombeamento da lama (6) da usina ao
painel de trabalho da hidrofresa.
3) Perfurao com hidrofresa (8) e bombeamento de retorno (7) da mistura de material
escavado e lama de perfurao.
4) Separao dos detritos da lama de perfurao na estao desarenadora (4).
5) Tratamento da lama residual com filtroprensa (9 e 10).
EQUIPAMENTOS
Para executar o procedimento de escavao descrito na figura 1 necessrio contar com os equipamentos principais relacionados a seguir.
96
engenharia
ENGENHARIA 615 / 2013
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
I ENGENHARIA
97
ENGENHARIA I CIVIL
projetos so as seguintes:
a) um sistema contnuo de escavao, que
no precisa que a ferramenta de perfurao
seja extrada em cada passada, minimizando
o risco de comprometer estruturas vizinhas
e maximizando a estabilidade da escavao,
pois no causa flutuaes na lama de perfurao.
b) Devido elevada capacidade de perfurao da hidrofresa, mesmo em solos de massas de rochas, no necessrio utilizar broca
para progredir em camadas adequadas. Isso
minimiza o rudo e as vibraes, e o processo
de perfurao tem uma influncia mnima
sobre o ambiente.
c) A hidrofresa oferece a possibilidade de
trabalhar em grandes escavaes com alta
confiabilidade, graas aos sistemas de controle de desvios instalados nos equipamentos. Para complementar esses sistemas, o
98
engenharia
ENGENHARIA 615 / 2013
WWW.BRASILENGENHARIA.COM
www.brasilengenharia.com
I ENGENHARIA
Sistema Koden
Grupo Terratest
incorpora,
em
projetos especiais
que requerem tolerncias rigorosas de execuo,
a medio do
perfil real de escavao com tecnologia Koden.
SISTEMA
KODEN
O sistema Koden constitudo
por uma estrutura metlica de proteo e um guincho que
suspende uma sonda emissora e receptora
de ultrassom. O envio contnuo de sinais
da sonda para as paredes da escavao e a
recepo do eco desses sinais, ao longo de
toda a profundidade do mdulo de diafragma, permite calcular a distncia real entre a
sonda e as paredes. A anlise em tempo real
das distncias torna-se um registro contnuo
do perfil da escavao, no qual podem ser
detectados os desvios que tenham ocorrido
em relao posio terica.
A preciso da tecnologia Koden um complemento ideal para as informaes fornecidas
pelos sistemas de controle instalados na hidrofresa. Alm disso, o Grupo Terratest desenvolveu um software chamado Anako que, a partir
dos resultados do Koden, permite calcular a
sobreposio entre os painis ao longo de toda
a profundidade da escavao, definindo assim
a configurao real da parede-diafragma executada (figura 4).
Vibraes mnimas
SOFTWARE ANAKO
a) Devido formao de uma junta de qualidade, por sobreposio, entre os painis, no
necessria a utilizao de formas de juntas
planas ou circulares que, devido ao seu peso
e dimenso, envolvem tarefas de instalao
trabalhosas e at perigosas.
b) No necessria a utilizao de caminhes no interior do canteiro para extrair o
material escavado, porque a rea de despejo
est limitada parte inferior dos desarenadores. Evitando-se assim o trfego de caminhes na frente de trabalho. J o material
escavado tem baixo teor de umidade aps
passar atravs do ciclo de remoo de areia,
tornando o entulho mais fcil de transportar
para a reutilizao ou para o aterro.
CONCLUSES
A execuo de paredes diafragma com
hidrofresa uma tcnica muito interessante que se adapta perfeitamente escavao
de solos resistentes, grandes profundidades
e projetos com tolerncias rigorosas de execuo. A verticalidade da parede diafragma
executada, a estanqueidade das juntas entre
os painis, a confiabilidade do processo e a
capacidade de produo em situaes desfavorveis, tornam esse sistema uma tecnologia adequada para lidar com grandes
escavaes em reas urbanas. Alm disso, a
flexibilidade oferecida pelos diferentes tipos
de hidrofresa permite executar uma grande
variedade de projetos com a garantia de qualidade e desempenho exigida.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
[1] MAROTE (2008) - Aplicao da tecnologa de hidrofresa em grandes escavaes
urbanas. Conselho superior de Investigaes
Cientficas (CSIC).
[2] BAUER MASCHINEN GMBH (2012) Bauer trench cutter systems. Dados tcnicos
do produto.
99
MEMRIAS DA ENGENHARIA
100
CRNICA
Limites humanos
www.brasilengenharia.com
101
ENGENHARIA
I
ENGENHO&ARTE
A melhor amiga
102
como a causa principal da alterao. Enquanto outras substncias qumicas podem estar envolvidas, o TCA considerado o principal agente.
formado pelas reaes qumicas dos
fenis, componentes orgnicos presentes
na cortia, na uva e nas plantas. Alguns
degustadores podem perceber menos de
uma parte por trilho, enquanto outros
necessitam de 15 p.p.t. para identific-lo.
Alinha entre os aromas mais poderosos
existentes, junto, por exemplo, com o da
urina dos felinos, um dos mais penetrantes de nossos conhecidos. Quando um
gato faz xixi sobre as garrafas de uma
adega a mesma est severamente comprometida.
Estima-se que 10 bilhes de dlares
sejam perdidos anualmente com vinhos
contaminados por TCA, e alguns produtores famosos, por causa dessa contaminao, foram obrigados a recolher milhares de garrafas de sua produo (como
fez Jean Marie Guffens, enlogo da Verget, excepcional produtor da Borgonha,
na safra de 1994).
O TCA tambm pode estar presente
na adega de processamento da vincola.
Alguns Chateaux de Bordeaux trocaram
suas paredes e telhados porque a madeira
de que eram feitos emitiam molculas que
contaminavam o vinho pelo ar. Cansado
de sofrer com os aromas alterados em
seu vinhos, o conhecido Chateau Canon
de Saint Emilion identificou o problema
com produtos qumicos que haviam sido
aplicados em sua adega para preservar o
madeirame existente. O TCA tambm j
foi detectado nos tonis, nos engradados
ou nas garrafas de vidro vazias.
O vinho bouchone tem um aroma
normalmente descrito como de trapos
mofados ou papelo molhado. Seu gosto horrvel, com o desaparecimento de
qualquer trao de fruta no vinho. Quando voc encontrar um vinho assim, num
restaurante, avise o mais rapidamente
possvel o garom ou o somellier.
Em caso de dvida alguns vinhos
podem estar apenas ligeiramente alterados manifeste-se, sem constrangimentos. O profissional que o atende tem a
obrigao de conhecer o produto e providenciar sua reposio, se for o caso, sem
cobrar pelo vinho com problema. O direito de troca est implcito no custo do
vinho quando servido num restaurante.
No caso de um vinho comprado em
um supermercado ou numa importadora, conveniente que a garrafa seja devolvida o mais completa possvel, junto
com sua rolha original. As importadoras
costumam ter especialistas que podero
dizer se realmente o vinho est alterado.
J nos casos dos supermercados, procure
conversar diretamente com o gerente. O
estabelecimento poder trocar a mercadoria ou, caso no haja mais garrafa do
mesmo exemplar disponvel, devolver o
dinheiro.
O percentual de ocorrncia de vinhos
bouchone tema bastante controverso.
Enquanto o famoso enlogo Paul Pontalier (do Chateau Margaux) acredita
tratar-se de um fenmeno muito raro,
alguns vinicultores americanos falam de
8 a 10%, at para justificar a utilizao
de rolhas sintticas em seus vinhos. A
empresa American Corky Supply, da Califrnia, produtora dessas rolhas, estima
este percentual em 1,7%. Rolhas sintticas esto sendo pesquisadas com muito
carinho (e dinheiro), especialmente nos
Estados Unidos da Amrica. A empresa
Supreme Cork, em Washington, produz
uma rolha a partir de um elastmero termoplstico que imita a cortia na maior
parte de seus predicados.
Na mdia um percentual de 4% do
total deve estar prximo da perda real
dos vinhos bouchone. Parece pouco?
Significa que em duas dzias de garrafa,
uma estar estatisticamente estragada.
Dependendo do valor unitrio do vinho,
o prejuzo poder ser muito grande.
www.brasilengenharia.com
I ENGENHARIA
do vinho
A utilizao de rolhas sintticas em
larga escala ainda parece longe da realidade. evidente que vinhos correntes,
de baixo valor agregado, ou de consumo
rpido, poderiam utiliz-las. As embalagens tetra pak ou sacos aluminizados,
introduzidas pela indstria para envase
de vinhos ordinrios (no sentido de comuns), e que visavam a substituio das
garrafas, no vingaram (ao menos at
agora). Muitos argumentam que o vinho,
por ser um produto natural, inteiramente
orgnico, requer uma rolha que reforce
esta ideia, no a contrarie.
Alguns produtores, na dvida da
melhor alternativa, propem novas experincias. A vincola californiana Joseph Phelps, produtor do Phelps Insignia,
engarrafou metade de uma safra recente com rolhas naturais e a outra metade
com rolhas sintticas para, daqui a alguns anos, verificar qual ter apresentado melhor desempenho.
Recentemente, um grupo europeu
anunciou haver praticamente resolvido o
problema da contaminao da rolha de
cortia por qualquer agente, por meio
de um processo que utiliza microondas
para sua completa desinfeco. As rolhas
assim tratadas esto em teste em 25 vincolas, entre elas a do produtor alemo
Dr. Burklin-Wolf e do famoso produtor
de vinhos do Porto Taylor Fladgate. Estes
dois produtores podem ser encontrados
no mercado brasileiro, caso voc queira
averiguar a correo da medida.
Os defensores da rolha sinttica afirmam ser esta completamente neutra,
propiciando um ambiente vedado que
permitir ao vinho envelhecer mais lentamente e com mais nobreza. Os que ad-
www.brasilengenharia.com
103
ENGENHARIA
BIBLIOTECAI
104
engenharia
ENGENHARIA 615
615 // 2013
2013
I ENGENHARIA
BUENO, Ricardo.
Borracha na Amaznia: as cicatrizes de um ciclo
fugaz e o incio da industrializao.
105
OPINIO
A importncia da cobrana
pelo uso da gua
106
www.viapapel.com.br
Cursos e Palestras
do Instituto
de Engenharia
O Brasil est crescendo e no h desenvolvimento sem um
sistema de infraestrutura bem planejado. E, para que isso
ocorra, o pas precisa de profissionais qualificados em vrios
setores da engenharia.
Para aproveitar essa oportunidade e crescer profissionalmente, voc precisa estar atualizado. O Instituto de Engenharia oferece cursos, que abordam temas de relevncia
para o aperfeioamento e a reciclagem do profissional, ministrados por profissionais reconhecidos no setor.
As 26 Divises Tcnicas realizam palestras e eventos, vrios deles com transmisso ao vivo pela TV Engenharia, sobre assuntos fundamentais para o dia a dia do engenheiro.
Muitos desses eventos so gratuitos, basta se inscrever.
O Instituto de Engenharia dispe de salas de aula, auditrios e amplo estacionamento no local. Alm disso, voc
tem a oportunidade de entrar em contato com profissionais
que atuam no mercado, ampliando seu network.
Aprendizado e conhecimento o ano todo em um s lugar.
www.brasilengenharia.com
107
108
www.brasilengenharia.com