A aventura de formar professores
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Sobre este e-book
Aprimorar a formação do professor requer muita criatividade e ousadia. Não nos tem faltado uma boa dose desses ingredientes para reinventar processos escolares e acadêmicos. No caminho em direção ao diálogo, muitas propostas autoritárias vêm sendo enfrentadas.
Assim, com o propósito de fomentar debates críticos, esta obra oferece subsídios para a discussão sobre o desenvolvimento profissional docente em suas múltiplas dimensões. - Papirus Editora
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A aventura de formar professores - Ilma Passos Alencastro Veiga
Martins
PARTE I: PROFESSORES NO BRASIL
1
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL: PERSPECTIVAS E DESAFIOS
As transformações do mundo contemporâneo
A globalização talvez seja o fenômeno mais enfatizado quando se discute o mundo contemporâneo. A globalização é o fenômeno da expansão de inter-relações, principalmente de natureza econômica, em escala mundial, entre países de todo o mundo. Ela se expressa na difusão de padrões internacionais de organização econômica e social, que resultam do jogo das pressões competitivas do mercado. As principais transformações acarretadas pela globalização situam-se no âmbito da organização econômica, das relações sociais, das condições de vida e cultura, das transformações do Estado e, consequentemente, da política.
Por outro lado, as transformações dos meios de comunicação e da tecnologia que provocaram mudanças institucionais e formas de organização da convivência, na estruturação da família e na ampliação do conceito de escola, têm provocado alterações nas formas de pensar, sentir e agir das novas gerações. É o mito da sociedade da informação, do progresso tecnológico que, paradoxalmente, convive com o crescimento da pobreza, em todas as regiões do mundo. E o mito do aperfeiçoamento das técnicas de comunicação e a circulação de objetos e ideias culturais convivem com a crescente exclusão social, aumentando a distância social e econômica entre incluídos e excluídos.
No mundo globalizado, os interesses políticos subordinam-se aos interesses mercadológicos. O resultado é o enfraquecimento da cidadania e da participação, fortalecendo o individualismo e o descompromisso social.
No campo da educação, destacam-se as propostas de mudanças nos paradigmas do conhecimento e nos produtos do pensamento, a cultura e a arte. Neste mundo complexo e de profundas transformações, também ficam mais complexas as práticas educativas e torna-se inquestionável uma nova forma de organização do trabalho das instituições e dos processos de formação inicial e continuada de professores, bem como um novo posicionamento de todos os que trabalham na educação.
Apesar desse quadro, não podemos deixar de lado a importância dos nossos avanços, nos últimos 20 anos:
a) expandimos a educação, ampliando a educação básica;
b) organizamos sindicatos e associações diversificadas que fortalecem com práticas de reuniões sistemáticas as reflexões em torno da educação, conquistando lugares em muitos dos comitês de decisões políticas;
c) expandimos as matrículas da escola básica à pós-graduação e continuamos o movimento em prol da melhoria da escola pública;
d) ampliamos o número de autores e observamos que o movimento editorial não para de expandir-se;
e) presenciamos o desenvolvimento de experiências educacionais universitárias e escolares que representam a faceta resistente e criativa da sociedade e da educação brasileira.
Se podemos afirmar que todos esses avanços e experiências são imprescindíveis para o desenvolvimento do processo educativo, é preciso reconhecermos os desafios que os atravessam em diferentes níveis, dos quais destacaremos:
a) a precária e frágil articulação entre as experiências, vinculando-as aos novos processos de formação de professores;
b) o caráter de transitoriedade , ou seja, a descontinuidade que vem acompanhando essas experiências, que tem muito a ver com as políticas partidárias e a forma como elas são desenvolvidas entre nós;
c) a escola básica como uma realidade propulsora de novos problemas, tanto mais difíceis de resolver quanto mais variados se apresentam os modelos familiares e quanto maior a fragilidade das estruturas familiares de apoio às crianças e aos adolescentes;
d) a fragmentação das relações de vizinhança, uma vez que as redes naturais de apoio ao desenvolvimento e à aprendizagem não existem mais para a maioria das crianças das grandes cidades.
Assim, a escola não pode se limitar à função de ensinar. Dela são exigidas, cada vez mais, a função de ensinar e a ocupação educativa dos tempos livres com ações pedagógicas. A escola deve ser cada vez mais próxima à realidade. Muitos dos problemas enfrentados por ela relacionam-se com a crescente diversidade cultural e social dos alunos. No entanto, essa diversidade pode ser encarada não apenas como um problema, mas também como uma força, caso o currículo deixe de ser homogêneo e passe a dar espaço e voz à própria escola.
A concepção de escola é outra. É preciso refletir sobre a criação de espaços e tempos escolares para colocar à disposição de todos os alunos o acesso aos bens culturais e a ocupação educativa dos tempos livres: mais tempo de escola para os alunos que carecem de adequadas estruturas familiares e das relações de vizinhança.
Na verdade, a cada ano letivo são imputadas mais atribuições à escola, em face das mudanças ocorridas no mundo do trabalho. Mas é preciso alertar para o processo de ampliação das suas funções que ultrapassa os limites de suas possibilidades. Essa ampliação não só dilui a especificidade de sua função precípua, que é a de ensinar, como se confunde o processo de ensinar, desenvolvendo-se as diferenças entre práxis pedagógica escolar e práxis pedagógica social
(Kuenzer 2000, p. 21).
Portanto, o aprimoramento do processo de formação requer muita ousadia e criatividade. Dada a importância do trabalho do professor para a melhoria do atendimento escolar, fica evidenciada a necessidade de investir na qualidade da formação profissional para o magistério e no aperfeiçoamento das condições de trabalho nas