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Volume 8 MUSEOLOGIA e PATRIMÓNIO Fernando Magalhães · Luciana Ferreira da Costa Francisca Hernández Hernández · Alan Curcino · COORDENADORES ESECS · Politécnico de Leiria Fernando Magalhães Luciana Ferreira da Costa Francisca Hernández Hernández Alan Curcino (Coordenadores) MUSEOLOGIA E PATRIMÓNIO Volume 8 MUSEOLOGIA E PATRIMÓNIO Volume 8 POLITÉCNICO DE LEIRIA Presidente Rui Filipe Pinto Pedrosa ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS POLITÉCNICO DE LEIRIA Diretor Pedro Gil Frade Morouço EDIÇÕES https://www.ipleiria.pt/esecs/investigacao/edicoes/ Conselho Editorial Alan Curcino (Universidade Federal de Alagoas, Brasil) Dina Alves (Instituto Politécnico de Leiria, Portugal) Emeide Nóbrega Duarte (Universidade Federal da Paraíba, Brasil) Fernando Paulo Oliveira Magalhães (Instituto Politécnico de Leiria, Portugal) José António Duque Vicente (Instituto Politécnico de Leiria, Portugal) Leonel Brites (Instituto Politécnico de Leiria, Portugal) Luciana Ferreira da Costa (Universidade Federal da Paraíba, Brasil) Marco José Marques Gomes Alves Gomes (Instituto Politécnico de Leiria, Portugal) Silvana Pirillo Ramos (Universidade Federal de Alagoas, Brasil) FICHA TÉCNICA Título: Museologia e Património - Volume 8 Coordenadores: Fernando Magalhães, Luciana Ferreira da Costa, Francisca Hernández Hernández, Alan Curcino Projeto gráfico: Alan Curcino, Luciana Ferreira da Costa, Leonel Brites Capa: Leonel Brites Imagem da capa: “Coração de Florim” (2021) por Renan Florindo Edição: Escola Superior de Educação e Ciências Sociais – Politécnico de Leiria ISBN 978-989-8797-64-3 Setembro de 2021 ©2021, Instituto Politécnico de Leiria APOIOS Centro de Investigação em Qualidade de Vida UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Rede de Pesquisa e (In)Formação em Museologia, Memória e Patrimônio Facultad de Geografía e Historia: Grupo de Investigación Gestión del Patrimonio Cultural UNIVERSIDAD COMPLUTENSE MADRID À contínua cooperação entre os amigos brasileiros, espanhois e portugueses em torno da Museologia e do Património. ÍNDICE Apresentação ....................................................................................................... Fernando Magalhães Luciana Ferreira da Costa Francisca Hernández Hernández Alan Curcino Prologue Public memory as the art of quality maintenance for societal development (some notes on mindset and the context) ................................................................................................... Tomislav Sladojević Šola 7 13 Museos españoles en tiempos de pandemia ............................... Nancy Farias Dolors Vidal-Casellas 45 O Jardim i Sensorial de Castelo de Vide ........................................ Manuel da Costa Leite 71 Objetos museológicos: a estrutura de um modelo de valoração ................................................................................................ Antonio Carlos dos Santos Oliveira Marcus Granato O peso de imagens sacramentadas e os desafios científicos e educativos do Museu Paulista ...................................................... Cecilia Helena de Salles Oliveira Da Casa de Morada ao Museu-Casa de Cultura Hermano José ............................................................................................................ Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira Bertrand Pereira Martins 102 137 184 Considerações sobre o conceito de Fratrimônio ....................... Diogo Jorge de Melo Priscila Faulhaber 213 As coisas, o museu, seus processos e o público: a pedagogia das exposições metamuseológicas ................................................. Manuelina Mara Duarte Cândido 234 A simbiose entre Universidades e Museus Comunitários na extensão universitária: o Museu dos Assentados, metodologias, passado, presente e apontamentos futuros ... Leonardo Giovane Moreira-Gonçalves Rosângela Custodio Cortez Thomaz 255 O Patrimônio Educativo de uma escola de educação básica: memória e formação de identidade ............................................... Ana Paula Borges Eloi Ivana Marta da Silva Reginaldo Alberto Meloni Feito à Mão: Museu do Quilombo do Ipiranga, Conde, Paraíba, Brasil, como Patrimônio Comunitário ......................... Robson Xavier da Costa 299 331 Museologia e Património – Volume 8 AS COISAS, O MUSEU, SEUS PROCESSOS E O PÚBLICO: A PEDAGOGIA DAS EXPOSIÇÕES METAMUSEOLÓGICAS Manuelina Mara Duarte Cândido Universidade de Liège, Bélgica/Universidade Federal de Goiás, Brasil http://orcid.org/0000-0001-9695-3807 1. Introdução: Este texto apresenta reflexões realizadas no âmbito do projeto de pesquisa Os sentidos, os tempos e os destinos das coisas, coordenado por mim desde 2017 na Universidade Federal de Goiás, Brasil, e também, a partir de 2018, na Universidade de Liège, na Bélgica. Seu mote inicial foi a exortação por parte de Umberto Eco, à necessidade de criação de uma teoria da filtragem, à qual associei o campo da Museologia. Ao mesmo tempo em que procuro, juntamente com pesquisas desenvolvidas por orientandas e orientandos de graduação, de mestrado e de doutorado e outros(as) colegas de pesquisa perceber as conexões entre a Museologia e esta possível teoria da seleção ou da filtragem, investigamos os destinos e usos das coisas que se tornam ou deixam de ser acervos de museus (Oliveira, 2021; Oliveira, 2018; Silva, 2017), com ênfase em processos de seleção e de descarte (Nonato, 2017, Araújo, 2017), mas também das coisas do cotidiano que não vêm a passar por processos de musealização e de patrimonialização, mas que, eventualmente, podem ganhar uma segunda vida em feiras de coisas usadas (Rosa, 2021), na reciclagem, entre outros66. Por outro lado, investigamos conjuntos de artefatos ou coisas que mesmo estando em museus não conseguiram vencer o destino de silenciamento e de apagamento (Mendes et al. 2019), o próprio destino dos museus como mega artefatos (Duarte Cândido et al. 2019) e como compartilhar com o público estes processos e escolhas que são inerentes à musealização (Amaral, 2021) permite contribuir para uma 66 Uma obra inspiradora para este projeto é o livro Antropologia dos restos, de Octave Debary (2017) 234 Museologia e Património – Volume 8 pedagogia museológica (Bruno, 2006) e para o avanço da Museologia (Collineau, 2020). Dados do campo dão conta de um crescimento anual médio das coleções de 1 a 2%, mesmo em instituições com políticas de aquisição consistentes (Lord & Lord, 1989, apud Mairesse, in Desvallées & Mairesse, 2011, p. 262). Considerando o ônus, em geral público, que representam estes acúmulos, é importante discutir, compartilhar decisões, estimular a racionalização das aquisições por museus (mesmo quando por coleta ou doação), publicizar reflexões sobre a formação dos acervos e não os apresentar ao público como algo dado. Neste sentido, o foco deste texto são as questões envolvendo reflexividade em museus e a forma de apresentá-la ao público, no que Martin Schärer chamou de “expor a Museologia” (Schärer, 2018) e eu chamarei também de metamuseologia, em diálogo com a formulação de Cristina Bruno a respeito de pedagogia museológica como “las reciprocidades entre las siguientes acciones: - la identificación de la musealidad que es responsable de las propuestas de incentivo a la observación y a la percepción; - el perfeccionamiento de la percepción selectiva que reitera la potencialidad del ejercicio de la visión y de la identificación de lo que es visto. Ese despertar de posibilidades de percepción e identificación lleva a compromisos en... - el tratamiento de los bienes seleccionados que, a su vez, representa una inducción al uso calificado de las referencias culturales, potenciando las rutas constitutivas de la herencia cultural en función de - la valorización de los bienes patrimoniales.” (Bruno, 2014, p. 3, grifos da autora) Esta abordagem contribui para expandir a Museologia, segundo a autora, porque a configura como um processo pedagógico em sua totalidade, valorizando sua potencialidade para dar um destino àquilo que as sociedades elegeram como relevante, de forma que exerçam sua função social (Bruno, 2014, p. 3). 235 Museologia e Património – Volume 8 2. A pesquisa e a musealização como camadas de mediação que também podem ser exibidas Em texto de 2005 eu me referia aos diferentes contextos para a cultura material segundo Peter Van Mensch: contexto primário (P), contexto arqueológico (A) e contexto museológico (M). O autor sublinha que “Quanto mais intermediada é a passagem do contexto primário para o museológico, maior o número de processos de interpretação e seleção pelo qual o objeto passou” (Duarte Cândido, 2005, p. 83). A forma tradicional de exposição de museus é fazer referência somente ao seu contexto primário, e descartar as camadas de biografia que a trajetória do objeto vai sobrepondo a seu primeiro momento de produção e uso. Não se fala do seu descarte, que pode estar na origem da formação de um novo contexto, o arqueológico67. Eventualmente, alguns museus e exposições de Arqueologia passaram a falar do contexto arqueológico, e apresentar em seu discurso expositivos elementos que permitiam compreender a pesquisa arqueológica: as hipóteses, o trabalho de campo, as análises, as interpretações, as controvérsias. Desta forma, o registro arqueológico68 passou a compor algumas exposições a partir da decisão de ir além da exibição dos vestígios arqueológicos, apresentando, por exemplo, cadernos de campo, desenhos, fichas, planilhas, fotografias e depoimentos de várias pessoas envolvidas com a pesquisa arqueológica, inclusive moradores locais69. Nem todos os objetos passam pelo contexto arqueológico antes de chegarem ao contexto museológico, passando diretamente do contexto primário ao contexto museológico. 68 O registro arqueológico “es la parte de la metodología que inventaría (recoge, observa, define, identifica, ordena y ficha) los bienes arqueológicos, que, por su mediación, pasan a ser bienes patrimoniales. El registro arqueológico es el instrumento metodológico que autentifica el hallazgo, lo convierte en patrimonio arqueológico y lo transmuta en dominio público.” (De la Torre, 2017, p. 27) 69 Um bom exemplo é a exposição Loulé: territórios, memória e identidades, realizada no Museu Nacional de Etnologia, em Portugal, de 21 de junho de 2017 a 23 de junho de 2019 e disponível online em http://www.museunacionalarqueologia.gov.pt/?p=7573. Em um módulo final da exposição quem a visita é convidado(a) a conhecer mais de 20 habitantes 67 236 Museologia e Património – Volume 8 Tanto eu no meu texto (resultante de minha dissertação de mestrado em Arqueologia) como Peter Van Mensch estávamos nos referindo a patrimônio arqueológico e a museus de Arqueologia, mas evidentemente isto é válido para museus de outras naturezas, que podem (ou devem) apresentar os processos de produção do conhecimento e suas conexões com a formação de coleções nas mais diferentes áreas do conhecimento, que vão da História às ciências naturais, passando pela Antropologia, História da Arte, etc. Estas estratégias são também pedagógicas no sentido de mostrar como se constroem os saberes, algo tão importante em tempos de negacionismo científico e de confusão entre ciência e opinião70. A metamuseologia seria um passo a mais, de mostrar ao público outras camadas de mediação que são adicionadas às coisas desde sua entrada no museu, e desnaturalizar também a musealização, evidenciando interesses, escolhas, prioridades, silenciamentos, tensões, desconfortos, disputas. Tudo isto é extremamente didático, conduz o público a um olhar sem ingenuidades sobre o discurso que tem diante de si e, na melhor das hipóteses, a uma consciência crítica e capacidade de leitura de mundo (Freire, 1989) que o acompanharia em outras visitas de museus, tornando-o autônomo, e na própria vida. No texto sobre o itinerário biográfico de uma garrafa de sidra Thierry Bonnot (2015) nos apresenta os percursos que levaram uma garrafa de grés produzida em Palinges a uma exposição em uma pequena igreja em Comblot, na França. Em seu trabalho de etnografia, o autor persegue toda a cadeia operatória de produção da garrafa desde o ponto de coleta da argila. Tornada mercadoria pelo processo industrial de produção das garrafas em meados do século XIX, ela é provavelmente transportada por barcos até uma fábrica de sidra na Normandia, onde não é mais vendida como recipiente, mas como sidra que, após consumida, tem novo estatuto: de simples resíduo. Seu último uso neste contexto ainda primário (mas com tantas camadas, da cidade de Loulé que são considerados(as) guardiães e guardiãs do patrimônio arqueológico do município e que colaboraram com o Museu Municipal doando peças, ou que ainda mantém e zelam pelos sítios arqueológicos em suas propriedades. 70 Sobre a importância dos museus exprimirem controvérsias e perguntas mais que afirmações reificadas, sugiro a leitura de Doom (2020). 237 Museologia e Património – Volume 8 vejam), é o reaproveitamento da garrafa como material de construção na obstrução de uma pequena janela durante a reforma da igreja em Comblot, onde acaba ainda por se tornar, além de parte da edificação, habitação de um enxame de abelhas. Ela é encontrada pelos arqueólogos em 1998 neste vilarejo de 68 habitantes, onde segundo o autor, provavelmente não seria tocada se não fosse a necessidade de remover a colmeia de abelhas no processo de restauração da igreja. Este exercício de retraçar sua biografia nos mínimos detalhes faz com que o objeto, absolutamente banal, seja revestido de um grande interesse e a paróquia deseje expô-la como parte do patrimônio local quando da reabertura da igreja. Bonnot aproveita para lançar no texto uma série de provocações sobre que localidade teria mais legitimidade para patrimonializar a garrafa (Palinge ou Comblot?) Ou ainda qual a última etapa de sua biografia, lembrando que “o advento patrimonial que constitui para o objeto a entrada no museu não é um fim de percurso, um estatuto definitivo: ele pode ser exposto ou colocado na reserva, emprestado ou utilizado pelo pessoal do museu em questão – para decorar o balcão da recepção, por exemplo.” (Bonnot, in Duarte Cândido & Ruoso, 2015, p. 139) O autor lembra ainda que “A biografia de uma coisa é, de fato, a história das suas singularizações sucessivas e das classificações e reclassificações às quais ela foi submetida.” (Bonnot, in Duarte Cândido e Ruoso, 2015, p. 146) Isto nos leva a concluir que sua apresentação em um museu não deveria privilegiar somente o contexto primário (P) e nem mesmo uma somatória de contexto primário e contexto de pesquisa básica71 (PB) – que uso aqui para substituir o contexto arqueológico de Peter van Mensch e adaptar seu esquema a outras tipologias de museu –, mas também exprimir em seu discurso expositivo o contexto museológico (M). Se “examinar a biografia das coisas pode dar grande realce a facetas que de outra forma seriam Para compreender minha maneira de usar pesquisa básica em museu como algo diferente da pesquisa aplicada ou pesquisa museológica, ver Duarte Cândido (2019). 71 238 Museologia e Património – Volume 8 ignoradas” (Kopytoff, 1986, p. 93), é importante jogar luz também sobre o que se passa na sua vida depois que elas chegam ao museu, pois sua trajetória não se encerra aí. Por outro lado, considerar e revelar nas exposições museológicas os sucessivos contextos (P – PB – M) permitiria um caminho na direção das perspectivas decoloniais sobre o colecionamento evocados por Camila Moraes Wichers, já que raramente vemos neles “a história das coleções, no que tange as formas de coleta e inserção desses vestígios nos museus, tantas vezes marcadas por saques e espólios.” (Moraes Wichers, 2019, p. 60). 3. Metamuseologia: mostrar as entranhas do processo de musealização Temos aqui, portanto, uma vasta gama de argumentos que sugerem adotar o discurso da metamuseologia em exposições, com o intuito de promover uma pedagogia museológica. Esta pedagogia, segundo Bruno (2006), é capaz de levar à reflexão crítica sobre as escolhas feitas no decorrer do processo de musealização e também sobre sua reversibilidade. Desta forma, indica que a Museologia não apenas socializa os resultados de seu trabalho, mas também é capaz de compartilhar procedimentos técnico-metodológicos e mesmo suas formas de pensar e de conduzir processos, o que está em sintonia com as tendências contemporâneas para uma Museologia mais participativa, colaborativa e co-criadora. Ela também explica a razão de alguns museus contemporâneos escolherem deixar traços das antigas formas de musealizar e expor como estratégias de promover reflexão crítica, desde que isto não seja subterfúgio para manter as coisas imóveis. Evidentemente é necessário, para que o público acompanhe esta proposta autorreflexiva, que não seja simplesmente um abandono das possibilidades de transformação, mas a criação de dispositivos em metalinguagem que permitam se interrogar sobre os próprios gestos de colecionar e de expor72. Porém, estas estratégias não convêm O Africamuseum de Tervuren, na Bélgica, tentou com estes recursos se recolocar quando da abertura, em 2019, diante da imagem do museu mais emblemático do colonialismo, uma herança ou identidade difícil de superar, ainda mais pelo fato do tombamento da edificação em que se encontra ter sido 72 239 Museologia e Património – Volume 8 sempre. Em seu texto de 2007, Durand se refere à ideia de musealização de um museu como algo desconcertante, quando críticas ao fechamento do Museu de Arte Popular de Portugal consideram “que, além do edifício, tinha de se preservar o seu projecto e o tipo de olhar que propunha sobre a ’cultura popular’” (Durand, 2007, p. 380). Portanto, é necessário cuidar para que este tipo de abordagem não seja instrumentalizado como justificativa para tudo manter conservado como no passado, expressão de pura nostalgia e acomodação. O que está sendo discutido aqui é a possibilidade eventual de manutenção (ou recriação) de algumas referências à forma de musealização já considerada ultrapassada, como elementos pedagógicos. Estas referências podem suscitar uma partilha, com o público, de reflexões e escolhas que ocorrem nos bastidores dos museus, ao longo do processo curatorial73, e, consequentemente, de seus aspectos políticos. Para Martin Schärer (2018), o interesse deste tipo de exposição está em compartilhar com o público um pouco da reflexão teórica da Museologia. Para ele isto faz tanto sentido quanto também já foi experimentado por outros tipos de mídias, como o teatro de Bertold Brecht. Esta posição assume (e compartilha com o público) notadamente a consciência da não neutralidade do museu, ao evidenciar seus mecanismos de controle do passado, dos quais os(as) profissionais de museus são conscientes, mas o público, nem sempre: « C’est pourquoi le musée n’est pas du tout aussi neutre ni, en un sens, aussi inoffensif qu’il semble être à première vue. Ne fait-il que rassembler de vieux objets qui ne sont plus utilisés ou de prestigieuses pièces de collection que l’on se doit d’admirer? Si tel était le cas, un examen plus approfondi révélerait le danger d’une telle feito juntamente com as pinturas murais e outros elementos arquitetônicos dificilmente aceitáveis hoje em perspectivas decoloniais. 73 Adoto aqui o conceito de curadoria como “ciclo completo e todas as ações em torno do objeto museológico - formação de coleções, pesquisa, conservação, documentação, exposição e educação” (Cury, 2021, p. 15). 240 Museologia e Património – Volume 8 entreprise. Comme le musée ne peut ni tout réunir ni tout exposer, il doit forcément sélectionner les objets qu’il acquiert et ceux qu’il expose. Or, cette sélection et la manière de présenter les objets sont non seulement soumises à des modes, mais elles sont également très subjectives. Le musée comme lieu de communication multimédiatique, de fiction et de manipulation est donc tout sauf une institution neutre. Il transmet aux visiteurs de manière latente, mais très rarement en thématisant cette dimension, une conception particulière de l’histoire et du monde. Cette position de contrôle sur le passé (et donc sur l’avenir) confère de fait un certain rapport de force dont il faut user consciemment et de manière responsable. »74 (Schärer, 2018, p. 16) A título de exemplo, Schärer compartilha o processo de criação de uma parte da exposição de longa duração no Museu que dirigiu em Vevey, na Suíça, o Alimentarium. Trata-se de uma intervenção na exposição de longa duração que como se pode imaginar, tem como tema alimentação. Para esta intervenção foi adotado um objetogerador, como diria Régis Lopes Ramos (2004) uma sopeira: “É por isso que o museu não é de modo algum tão neutro ou, de certa forma, tão inofensivo quanto parece à primeira vista. É apenas uma coleção de objetos antigos que não estão mais em uso, ou itens de colecionadores de prestígio que devem ser admirados? Se este fosse o caso, um olhar mais atento revelaria o perigo de um tal empreendimento. Como o museu não pode coletar e exibir tudo, ele deve necessariamente selecionar os objetos que adquire e aqueles que exibe. Mas esta seleção e a forma como os objetos são apresentados não estão apenas sujeitos à moda, eles também são altamente subjetivos. O museu como lugar de comunicação multimídia, ficção e manipulação é, portanto, tudo menos uma instituição neutra. Ela transmite aos visitantes de forma latente, mas muito raramente tematizando esta dimensão, uma concepção particular da história e do mundo. Esta posição de controle sobre o passado (e, portanto, sobre o futuro) confere um certo poder que deve ser usado de forma consciente e responsável.” (Tradução livre) 74 241 Museologia e Património – Volume 8 « il s’agit d’un dispositif théorique, heuristique, qui ne veut et ne peut expliquer une réalité beaucoup plus complexe. Le but de cette installation est d’ouvrir des pistes de réflexion sur des phénomènes muséologiques. Le visiteur intéressé (plus exigeant que la moyenne, il est vrai!) a très bien accueilli ce message, qui a peut-être transformé son regard et sa compréhension de l’exposition. »75 (Schärer, 2018, p. 21) Após esta introdução o(a) visitante chega a um livro gigante sonorizado criado em torno da sopeira, que procura explicar a exposição como uma mídia pela qual se podem transmitir as diferentes etapas da biografia da sopeira, desde o momento em que é utilizada, guardada como lembrança, colecionada e conservada, até sua entrada no museu e a própria exposição. Estressando a temática, o autor nos provoca a pensar a possibilidade de criação de um “Musearium”, um museu museológico onde os temas seriam a Museologia e o próprio museu (Schärer, 2018, p. 21) e passar a apresentar diversos casos de museus que já enveredaram por esta reflexão metamuseológica em suas exposições. 4. A metamuseologia espalhada em exposições pelo mundo Outros exemplos de grande interesse poderiam ser mencionados, como a exposição Exercício de inventário: a propósito de duas doações de olaria portuguesa, no Museu Nacional de Etnologia, de Portugal76, que privilegiou revelar ao público os procedimentos de documentação museológica de uma coleção de alfaias rurais; e a "É um dispositivo teórico, heurístico, que não explica e não pode explicar uma realidade muito mais complexa. O objetivo desta instalação é abrir caminhos para a reflexão sobre os fenômenos museológicos. O visitante interessado (reconhecidamente mais exigente do que a média!) acolheu muito bem esta mensagem, o que pode ter transformado sua visão e compreensão da exposição. " (Tradução livre) 76 A exposição pôde ser vista até 21 de setembro de 2011. Mais informações em https://mnetnologia.wordpress.com/2008/10/29/exercicio-deinventario-a-proposito-de-duas-doacoes-de-olaria-portuguesa/. 75 242 Museologia e Património – Volume 8 exposição Jews, Money, Myth, realizada de 19/03 a 17/10/2019 no Museu Judaico de Londres77, que apresentou entre os textos todo um diálogo entre o curador e o diretor da instituição discutindo o que e como apresentariam, inclusive a decisão de abrir seus diálogos no formato de textos apostos às paredes da exposição. Também a exposição de longa duração do Museu Histórico Abílio Barreto, em Belo Horizonte explorou este recurso. Figura 2: Texto da exposição Jews, Money, Myth. Museu Judaico de Londres, 2019. Foto: Léontine Meijer-van Mensch 77 https://jewishmuseum.org.uk/exhibitions/jews-money-myth/. 243 Museologia e Património – Volume 8 Na Bélgica, posso destacar a exposição Les trucs (As coisas), no MAS78, da cidade de Antuérpia até 01/05/202279. Trata-se de uma exposição temporária que foi montada na entrada da reserva técnica visível80 do museu, portanto, encontra-se em diálogo com ela, provocando reflexões sobre acumulação e sobre o colecionamento como forma de organizar o mundo. A exposição tem como ponto de partida a aquisição, pelo museu, de uma coleção de 10.000 objetos coletados pelo filósofo belga Jaap Kruithof (1929-2009). Eles são apresentados como “objetos que ninguém quer”. O filósofo tinha, entre seus interesses, uma crítica da cultura do descartável. Com sua morte e musealização da coleção em 2018, o museu pretendia investigar o valor destes objetos. Um primeiro experimento é a instalação dos artistas Guy Rombouts e Benjamin Verdonck, criada a partir de metade da coleção, que ancora a exposição. Ela mostra, nas paredes, fichas com fotografias dos objetos, tendo em destaque seus números de inventário. Uma seleção ampla de objetos é apresentada em uma vitrine ao nível do solo. A reflexão intrínseca é sobre acumulação: são objetos absolutamente banais que ganham significado ao estarem juntos, constituindo o registro material de um pensamento. A sala seguinte da exposição se constitui pela reserva visível, que permite às pessoas que visitam compreender um pouco dos bastidores do museu. Ainda na Bélgica, a ação denominada Apporte-moi ton trésor, realizada pelo Prehistomuséum de Ramioul em fevereiro de 2020, trazia uma proposta que posso associar à metamuseologia, embora não tenha sido concebida com base em premissas teóricas da Museologia, mas por uma das arqueólogas da equipe do museu. Vale dizer que esta instituição já recorre a artifícios metamuseológicos desde sua criação, pois o seu Centre de conservation, d’étude et de documentation (CCED) é uma área de trabalho visível ao público que pode, assim, como parte do O museu é mais conhecido pela sigla de sua denominação em holandês, Museum Aan de Stroom, que quer dizer Museu sobre o rio. 79 https://mas.be/fr/trucs. . 80 A reserva técnica visível, também experimentada no Museu do Quai Branly em Paris, por exemplo, não chega a ser uma reserva técnica visitável porque visitantes não podem realmente entrar nela e ali realizar um percurso, mas podem, ainda que de seu exterior, visualizar parte dela através de superfícies transparentes (vidro, acrílico) ou vazadas, como telas em metal. 78 244 Museologia e Património – Volume 8 percurso de longa duração do museu, visualizar parte da reserva técnica e dos laboratórios, com indicações precisas e dispositivos de mediação que chamam a atenção para a cadeia operatória de trabalho por trás das exposições, da escavação à conservação, estudo e difusão de acervos e pesquisas. O texto de introdução desta parte da exposição dá o tom: « ARCHÉOLOGIE, MÉTIERS ET RECHERCHE En parcourant cette exposition, découvrez toutes les facettes des métiers de l’archéologie, de la fouille à la diffusion des données archéologiques, en passant par la conservation et l’étude des collections. Vous pénétrez dans le véritable Centre de conservation, d’étude et de documentation du Préhistomuséum, et découvrez la face cachée du musée. À l’aide de votre tablette, explorez les réserves, rencontrez des spécialistes de l’archéologie et faites apparaître l’invisible. Bonne visite ! »81 (Préhistomuséum, s.d.) Como o texto anuncia, a visita é autônoma, com mediação realizada por meio de tablets que ficam à disposição de visitantes. É possível perceber, na imagem a seguir, a simulação do próprio sítio arqueológico, ao centro, por meio de uma adesivagem no chão, os locais de onde se visualizam a reserva técnica (esquerda), os trabalhos de gabinete (em frente) e parte do trabalho de difusão do museu por meio de suas publicações à direita. Infelizmente a comunicação por meio de exposições e ações educativas não aparece evidenciada nesta cadeia operatória, que acaba por privilegiar os trabalhos no âmbito da “ARQUEOLOGIA, PROFISSÕES E PESQUISA Nesta exposição, você descobrirá todas as facetas da arqueologia, desde a escavação até a divulgação de dados arqueológicos, incluindo a conservação e o estudo de coleções. Você entrará no verdadeiro Centro de Conservação, Estudo e Documentação do Préhistomuséum, e descobrirá o lado oculto do museu. Com a ajuda de seu tablet, explore as reservas, encontre especialistas em arqueologia e faça o invisível aparecer. Boa visita!” (tradução livre). 81 245 Museologia e Património – Volume 8 Arqueologia82. As áreas mencionadas são dotadas de QR codes que, lidos pelos tablets, informam sobre os trabalhos que se realizam ali. Figura 3: Préhistomuséum, Ramioul (2018). Foto: Manuelina Duarte Também à esquerda e em frente, uma série de caixas com artefatos e documentos de campo, devidamente protegidas com tampos de vidro, possui igualmente os QR codes que remetem a informações sobre as diferentes etapas da pesquisa e do tratamento dos artefatos, destacando a diversidade de profissionais que compõem a equipe como arqueólogo(a), administrador(a), geólogo(a), técnico(a) de escavações, técnico(a) de coleções, conservador(a), fotógrafo(a), desenhista, designer gráfico(a), educador(a)83, etc. A cada etapa da cadeia operatória são informadas as profissões a ela associadas e as Importante lembrar que a Museologia na Bélgica é considerada uma especialização da formação em História da Arte e Arqueologia ou algo que se aprende na prática em museus, mas não um campo autônomo. 83 A declinação das profissões no feminino foi opção minha e não aparece no original, embora o francês diferencie as grafias destas profissões no masculino e no feminino. A escrita inclusiva é ainda mais rara em museus belgas que nos brasileiros, bem como os postos superiores dos museus ocupados predominantemente por homens, e o campo da Arqueologia bastante sexista. 82 246 Museologia e Património – Volume 8 atividades realizadas, que podem inclusive ser simuladas (como higienizar ou numerar um artefato, por exemplo) por meio de realidade aumentada. Figura 4: Préhistomuséum, Ramioul (2018). Foto: Manuelina Duarte Para a ação Apporte-moi ton trésor, infelizmente realizada apenas pontualmente, e não integrante dos programas regulares de ação educativa do museu, cada criança era convidada a trazer seu bem mais precioso, um brinquedo. Com este objeto em mãos, a criança participante é conduzida a agir simulando o trabalho do museu, passando-o pelas etapas de quarentena, lavagem, condicionamento, descrição e, finalmente, inscrição de seu tesouro no “patrimônio da humanidade”: « En effet, au-delà de cette expérience concrète, c’est toute une réflexion muséologique qui est abordée, en toute transparence, par le musée. Comment des objets archéologiques sont-ils arrivés au sein de l’institution ? Qui les accueille et les légitime en tant que patrimoine ? Comment fait-on pour les intégrer 247 Museologia e Património – Volume 8 à une collection ? Quels valeurs ou statuts attribue-ton à cette collection ? »84 (Collineau, 2020, p. 56). Durante a atividade, todo um trabalho de apresentação dos materiais neutros usados pelo museu e de suas funções também é realizado. Da mesma forma, na simulação do inventário, toda uma explicação sobre a necessidade de recolher o máximo de informações possíveis sobre o objeto no momento de sua entrada para o acervo também é realizada. O público, mesmo o infantil, pode, portanto, compreender e passar a ter elementos para refletir criticamente sobre as escolhas e sobre os procedimentos realizados internamente pelo museu: « Cette expérience propose donc de partager avec un jeune public, en adoptant un discours à sa mesure, les doutes et la remise en question constants que suscite la préservation d’une collection. La nécessité pour le personnel muséal, en charge des collections, de faire des choix pour la bonne préservation des objets et artefacts inscrits au patrimoine. La lecture de cette expérience nous permet de mettre en lumière l’utilité et l’intérêt que cela a pour le public de découvrir le fonctionnement d’une institution, les divers métiers ou professions que celle-ci abrite et surtout l’importance de sa mission au sein de la société. »85 (Collineau, 2020, p. 64). “Na verdade, além desta experiência concreta, o museu está se aproximando de toda uma reflexão museológica, com transparência. Como é que os objetos arqueológicos chegaram à instituição? Quem os acolhe e os legitima como herança? Como eles são integrados em uma coleção? Que valores ou status são atribuídos a esta coleção?” (tradução livre) 85 “Esta experiência se propõe, portanto, a compartilhar com um público jovem, adotando um discurso adaptado às suas necessidades, as constantes dúvidas e questionamentos que a preservação de uma coleção suscita. A necessidade do pessoal do museu, encarregado das coleções, de fazer escolhas para a preservação adequada dos objetos e artefatos inscritos no patrimônio. A leitura desta experiência nos permite destacar a utilidade e o interesse do público em descobrir o funcionamento de uma instituição, os diversos ofícios 84 248 Museologia e Património – Volume 8 5. Considerações finais O interesse principal deste tipo de atividade é, a meu ver, revelar para o público as engrenagens da musealização, o que permite enterrar, de uma vez por todas, o mito da neutralidade dos museus, pois evidencia escolhas, interesses, atribuição e valores que hierarquizam e priorizam certos objetos (e, portanto, certas memórias), automaticamente deixando outras em segundo plano. Outra potencialidade comumente destacada é suscitar vocações para o trabalho no campo dos museus e do patrimônio. Estelle Collineau vai mais além e lembra do potencial da metamuseologia para fazer evoluir a própria Museologia, como forma de reflexão crítica sobre a prática que por sua vez vai alimentar novas teorias (Collineau, 2020, p. 72). Na acepção mais pedagógica, esta metamuseologia se constitui como o que Cristina Bruno chama de pedagogia museológica: Trata-se de uma pedagogia direcionada para a educação da memória, a partir das referências patrimoniais que, por um lado, busca amparar do ponto de vista técnico os procedimentos museológicos e, por outro, procura ampliar as perspectivas de acessibilidade e problematizar as noções de pertencimento”. (Bruno, 2006, p. 122) Assim, defendo que a aplicação das estratégias baseadas na metamuseologia no discurso dos museus junto a seus públicos, notadamente em sua linguagem mais específica que é a exposição, garante compartilhar com o público os processos internos ao museu em seu tratamento do destino das coisas e, desta forma confrontar as noções de permanência outrora tão caras ao mundo dos museus em direção a noções mais dinâmicas e que considerem a reversibilidade, a falha, a mudança de paradigma, a busca de outros futuros possíveis. Isto é essencial para retirar os museus da esfera puramente ligada a ou profissões que ela abriga e, especialmente, a importância de sua missão dentro da sociedade.” (Tradução livre) 249 Museologia e Património – Volume 8 nostalgia e manutenção do status quo, conectando-os com o futuro e com a transformação social. Referências Amaral, Stélia Braga Castro do. (2021). Museus normativos e as novas práticas museológicas: um estudo dos processos curatoriais. 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