Educação Em Museu

Esta pesquisa de Doutorado em Artes iniciada em 2011 no Instituto de Artes da UNESP, intitulada Mediação cultural em museus e exposições de história. Conversas sobre imagens/história e suas interpretações, sob a orientação da Profa. Dra. Rejane Coutinho, foi construída a partir da hipótese de que o discurso expositivo criado nos museus de história desde o século XIX, para construir uma memória nacional a partir da utilização de uma visualidade, ainda se faz presente e reverbera no trabalho de mediação cultural, reproduzindo ou criticando tal visualidade. Foi realizada pesquisa de campo no Museu Paulista no ano de 2012 que englobou desde a análise de documentação referente à gestão Taunay bem como a observação do trabalho educativo; também em 2013/2014 foi realizada pesquisa em Londres durante o período do Doutorado sanduíche, tais momentos resultaram em dois diários de campo que foram importante fonte de dados e reflexões. A tese inicia com uma contextualização do surgimento dos Museus de História Nacionais (virada dos séculos XVIII/XIX), da discussão da relação entre imagens e história e de conceitos como representação e visualidade. Também apresenta a relação imagem/história no que se refere ao uso pedagógico da imagem a partir do mesmo recorte temporal do surgimento dos Museus Nacionais de História até os dias atuais, enfocando no método intuitivo de ensino (as “lições de coisas”), na metodologia da Educação Patrimonial e na proposta da educação como mediação. Por fim, apresenta o trabalho de mediação realizado pelos educadores do Museu Paulista, especialmente na exposição concebida por Affonso Taunay para o centenário da Independência do Brasil, e, propõe um exercício de contextualização, análise e imaginação do dito trabalho de mediação cultural que procura discutir os conceitos de dissenso (RANCIÈRE), sintoma (DIDI-HUBERMAN), contravisualidade (MIRZOEFF) e pedagogia do evento (ATKINSON). A tese tem uma proposta de escrita como mediação, deixando ao final um caminho para se pensar a Abordagem Triangular (BARBOSA) como possibilidade para além do ensino da Arte.

Este presente relatório estabelece de uma forma sucinta e sugestiva os conteúdos
abordados no âmbito de estágio curricular, realizado entre Março a Junho 2018, em colaboração
entre a instituição de ensino superior ISCTE-IUL e a entidade de acolhimento Museu Nacional
de Arte Contemporânea do Chiado (M.N.A.C.). O departamento museológico em que se foca
a investigação é o Serviço Educativo M.N.A.C. com a coordenação de Drª Catarina Moura. A
metodologia utilizada foi observação direta não-participada com objetivos na compreensão das
funções museológicas, obtenção e comprovação de resultados aferidos à realização de
atividades diárias observadas. O relatório estabelece para essa finalidade, um enquadramento
teórico e revisão bibliográfica sobre o museu e departamento educativo, relatórios de atividades,
proposta de atividades educativas, considerações finais de índole pessoal no que caraterizou a
experiência orientada e aprendizagem consolidada pela prestação enquanto estagiário.

Palavras-Chave: Museologia; Mediação Cultural; Educação; Responsabilidade Social.

Este artigo pretende discutir o uso de imagens em exposições históricas a partir da análise da construção de um discurso expositivo que propõe refletir sobre a figura do bandeirante no Museu Paulista da USP, a criação do mito e alguns desdobramentos. Também, refletir sobre as possibilidades de leituras das imagens contidas na dita exposição e propostas pela ação educativa da instituição.

Um Museu... Vários olhares...
A valorização da cultura material na escola é uma prática necessária no sentido de fomentar a preservação dos bens culturais dos diferentes grupos sociais, possibilitando a ampliação do respeito à diversidade e do exercício da cidadania. Porém, é preciso que o professor esteja sensibilizado em relação às práticas de ensino-aprendizagem que abram espaço para que diferentes conhecimentos sejam construídos pelos alunos
a partir do questionamento e da pesquisa.
Por meio de uma parceria entre Secretaria Municipal de Educação e Museu do Café foi possível experimentar essa construção de conhecimento em um espaço muito propício para os encontros que chamamos Oficina na Bolsa.

Criado em 1999 pela professora Tizuko Kishimoto, o Museu da Educação e do Brinquedo (MEB) apresenta grande importância na história da Faculdade de Educação (FEUSP), constituindo-se em um espaço de alta relevância para infância, brinquedos e brincadeiras. Neste artigo apresentaremos um balanço da atuação da nova coordenação do museu desde 2014, demarcando a ampliação de seu escopo ao reafirmar-se como um museu da educação em parceria com outros laboratórios e setores da FEUSP e abarcar a Educação em Museus como um novo foco. Abordaremos os principais desafios e potencialidades de um museu universitário na definição de sua identidade e na gestão das ações em ensino, pesquisa e extensão, desenvolvidas em projetos sobre a história, a constituição do acervo, as ações educativas e a comunicação no MEB.

Pampulha Cultural Heritage of Humanity and an education city.

Resumo: O Este artigo apresenta uma discussão sobre os conceitos de Memória e Patrimônio Cultural. Descreve uma narrativa da história da região da Pampulha em Belo Horizonte antes e a partir da fase modernista. Discorre sobre a genialidade presente no Conjunto Moderno da Pampulha que justificou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade conferido pela Unesco. Tece considerações a partir da análise dos dados de entrevistas com 243 moradores da capital. E, por fim, aponta a importância da criação de políticas públicas voltadas para apropriação deste espaço pela população em consonância com os princípios da Declaração de Barcelona ou Carta das Cidades Educadoras da qual Belo Horizonte é signatária.
Palavras-chave: Patrimônio Cultural da Humanidade; identidade; cidades educadoras.

Abstract: This article presents a discussion about the concepts of  Memory and Cultural Heritage. It narrates the history of the Pampulha region in the city of Belo Horizonte before and from the Modernist phase. It discusses the genius, present in Pampulha Modern Ensemble that justified a title of Cultural Heritage of Humanity granted by Unesco. It makes some considerations from the data analysis of interviews with 243 residents of the capital of Minas Gerais State. Finally, it points out the importance of the creation of public policies aimed at a fuller of this space by the population in accordance with the principles of the Barcelona Declaration or Charter of Educating Cities to which Belo Horizonte is a signatory.
Keywords: Pampulha Cultural Heritage of Humanity; identity; education cities.

Recebido em: 23/11/2019  – Aceito em 31/12/2019

Ao longo das últimas duas décadas surgiram redes de educadores em museus no Brasil, organizações voluntárias e informais cujo interesse é articular as experiências advindas das práticas e teorias pertinentes e a partir delas elaborar, implementar, acompanhar, avaliar e reivindicar ações e políticas específicas para o campo. São treze os estados que contam com redes desta natureza, abertas a trabalhadores de museus, estudantes, pesquisadores e professores de ensino fundamental e médio interessados em refletir conjuntamente sobre o papel educativo dos museus (MARTINS, 2018; IBRAM, 2018; Estatuto REM-Goiás, 2016). Elas atuam na educação não formal, visando fornecer conhecimentos selecionados a grupos particulares da população (DEMARTINI apud WORCMAN e PEREIRA, 2006). Este texto discorrerá acerca das redes de educadores em museus, com recorte no estado de Goiás. A Rede de Educadores em Museus de Goiás, doravante REM-Goiás, surgiu em 2010 comungando dos mesmos ideais das demais, ou seja, fortalecer os pontos e fios tecidos nas redes para novas propostas, projetos e ações, constituindo o que chamamos de comunidades de práticas.

Resumo: Este artigo apresenta uma proposta de mediação cultural em um museu de História, levando em consideração a visualidade da expografia como um todo: uma narrativa visual. Foi feita uma pesquisa de campo no Museu Paulista em 2012, especificamente a exposição concebida para o centenário da Independência, para tese de doutorado (ALENCAR, 2015) usada como suporte deste artigo. A proposta de mediação apresentada aqui considera a concepção da exposição pelo seu autor, Affonso Taunay, o discurso dos educadores da instituição apresentando e problematizando tal expografia, para, a partir disto, imaginar um trabalho de mediação que procure discutir os conceitos de dissenso (RANCIÈRE), sintoma (DIDI-HUBERMAN), contravisualidade (MIRZOEFF,) e pedagogia do evento (ATKINSON). Abstract: This paper proposes a cultural mediation in a History museum, taking into account the visually of expography as a whole: a visual narrative. A field research was done in the Paulista Museum in 2012, specifically in the exhibition designed to the centenary of Independence, for doctoral thesis (ALENCAR, 2015) used to support this paper. The mediation proposed presented here considers the design of the exhibition by its author Affonso Taunay, the discourse of the institution's educators presenting and questioning such visual narrative, for, from this, imagine a mediation work that discuss the concepts of dissensus (RANCIÈRE), symptom (DIDI-HUBERMAN), countervisuality (MIRZOEFF) and pedagogy of the event (ATKINSON).

As Perguntas & Respostas (Q&A) abaixo convidam à reflexão sobrepatrimôniocultural,suainstitucionalização,conflitos/ negociação e abordagens desde o patrimônio aplicado aos estudos de patrimônio crítico. Aspectos sobre patrimônio integral, educação patrimonial, patrimônio arqueológico e sua relação com museus, profissionais da arqueologia e sociedade são alguns dos tópicos aqui abordados. Para debater tais tópicos, Alejandra Saladino, museóloga, especialista em conservação, mestra em arqueologia e professora Departamento de Estudos e Processos Museológicos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e do Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural (IPHAN) compartilha seu ponto de vista mirado para uma sociedade sustentável.

Este trabalho busca refletir acerca da necessidade de criarmos umaencruzilhada teórica para lidar com os possíveis caminhos à inserção de pensamentos e práticas decoloniais dentro do escopo teórico-metodológico da Educação Museal no Brasil. Seguindo a sensibilidade analítica da Interseccionalidade e a categoria psico-política de amefricanidade como cunhada por Lélia Gonzáles, reflito sobre a construção de uma Educação Museal desobediente, que fuja das esquemáticas modernas de territorialidade -- cujos processos de valoração ainda perpassam pelos pactos da branquitude colonial. Esta desobediência epistêmica demandaria a construção de uma Educação Museal no Brasil pela dimensão política amefricana; emancipada a partir de suas redes de afetos e representação, indisciplinada e relocalizada como formativa de linguagem na (re)construção da Memória para sujeitos em Améfrica. Conclui-se a necessidade de adentrar em encruzilhadas discursivas, fazer protocolos teóricos e práticos alçarem status de ebós literários, fazer do Museu caminho, descentralizá-lo de si. A pergunta que fica é: estamos prontos para esta oferenda?

As Perguntas & Respostas (Q&A) abaixo convidam à reflexão sobrepatrimôniocultural,suainstitucionalização,conflitos/ negociação e abordagens desde o patrimônio aplicado aos estudos de patrimônio crítico. Aspectos sobre patrimônio integral, educação patrimonial, patrimônio arqueológico e sua relação com museus, profissionais da arqueologia e sociedade são alguns dos tópicos aqui abordados. Para debater tais tópicos, Alejandra Saladino, museóloga, especialista em conservação, mestra em arqueologia e professora Departamento de Estudos e Processos Museológicos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e do Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural (IPHAN) compartilha seu ponto de vista mirado para uma sociedade sustentável.

I present my reflections and experiences as a member of several networks, among them some networks of educators in museums, exposing the challenges and possibilities found in this entanglement trajectory. Getting entangled is not linear, on the contrary, it has different facets, it is immersed in a relational field, a field of conflict, very characteristic of the field of museums and heritage. I will speak of this theme under the light of my experience in the Educators Network in Museums of Goiás (REM­‑Goiás).