Jean Mac Cole Tavares Santos
Augusto Sávio Guimarães do Nascimento
(Organizadores)
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO
E NOVAS TECNOLOGIAS
Mossoró/RN - 2012
Copyright © Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.
Categoria
E-book em formato PDF distribuído em CD-ROM, egresso de evento de comissão científica
nacional. [Ref. II Seminário Nacional do Ensino Médio: Profissão Docente, Currículo e Novas
Tecnologias – 28 a 30 de novembro de 2012, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
UERN – Campus Mossoró ]
ORGANIZADORES
Jean Mac Cole Tavares Santos
Augusto Sávio Guimarães do Nascimento
REVISÃO
Os Autores
DIAGRAMAÇÃO, CAPA E ARTE-FINAL
Augusto Sávio Guimarães do Nascimento
A exatidão das informações e os conceitos e opiniões emitidos
são de exclusiva responsabilidade dos autores.
ESTA PUBLICAÇÃO NÃO PODE SER VENDIDA. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.
PUBLICADA EM 2012
Profissão Docente, Currículo e Novas Tecnologias / Organização: Jean Mac Cole Tavares
Santos, Augusto Sávio Guimarães do Nascimento. Mossoró: UERN, 2012.
Textos submetidos para apresentações orais no II Seminário Nacional do Ensino Médio, entre 28
a 30 de novembro de 2012 na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN – Campus
Mossoró.
1 Meio Digital: CD-ROM e E-Book
2 Vários autores.
3 Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-7621-048-1
1. Ensino Médio 2.Profissão Docente 3. Tecnologia 4. Educação e Cidadania 5. Educação
Científica e Tecnológica
CONSELHO EDITORIAL
Profa. Dra. Ana Lúcia Aguiar Lopes Leandro (UERN)
Prof. Dr. Ivonaldo Neres Leite (UFPB)
Prof. Dr. Francisco Ari de Andrade (UFC)
Prof. Dr. Jean Mac Cole Tavares Santos (UERN)
Profa. Dra. Maria Antonia Teixeira da Costa (UERN)
Prof. Dr. Francisco das Chagas Silva Souza (IFRN)
Prof. Ms. Albino Oliveira Nunes (IFRN)
Profa. Dra. Araceli Sobreira Benevides (UERN)
Profa. Dra. Edna Cristina do Prado (UFAL)
Prof. Dr. Ailton Siqueira de Sousa Fonseca (UERN)
Profa. Dra. Geovania da Silva Toscano (UFPB)
Profa. Dra. Elione Maria Nogueira Diogenes UFAL)
Profa. Dra. Rosemeire Reis da Silva (UFAL)
Profa. Dra. Veronica Maria de Araujo Pontes (UFAL)
Profa. Dra. Sandra Regina Paz da Silva (UFAL)
Profa. Dra. Maria Lindaci Gomes de Souza (UEPB)
Profa. Dra. Maria Aparecida Barbosa Carneiro (UEPB)
Prof. Dr. Isauro Beltrán Núñez (UFRN)
Profa. Dra. Patricia Cristina de Aragao Araujo (UEPB)
Profa. Dra. Hostina Maria Ferreira do Nascimento (UERN)
Profa. Dra. Maria do Socorro da Silva Batista (UERN)
Profa. Dra. Cicilia Raquel Maia Leite (UERN)
Prof. Dr. Julio Ribeiro Soares (UERN)
Profa. Dra. Betânia Leite Ramalho (UFRN)
Profa. Dra. Maria Aliete Cavalcante Bormann (UFRN)
Profa. Dra. Janote Pires Marques (IFMA)
Profa. Dra. Helena de Lima Marinho Rodrigues Araujo
Prof. Dr. Wagner Jose Silva de Castro
Profa. Dra. Ana Maria Leite Lobato
Prof. Dr. Alcides Fernando Gussi
APOIO
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN)
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN)
Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte (SEEC)
Universidade Federal da Paraíba - UFPB
Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Universidade Federal do Ceará - UFC
Universidade Potiguar - UNP
Faculdade de Educação da UERN
Curso de Pedagogia (FE/UERN)
Grupo de Estudo e Pesquisa em Estado, Educação e Sociedade - GEPEES (UERN)
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – PROPEG (UERN)
Núcleo de História e Memória da Educação – NHIME (UFC)
Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado em Educação) da UERN
Laboratório de Estudos e Pesquisas em Paulo Freire e Educação Popular - LEFREIRE
PET Pedagogia UERN
PET Ciências Sociais - PETCIS UERN
PET Conexões de Saberes UFERSA
PIBID – UFERSA
PAFOR – UFERSA
ENDEREÇOS PARA CORRESPONDÊNCIA
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Faculdade de Educação FE/UERN – Campus Universitário Central
BR 110 - Km 46 – Rua Prof. Antônio Campos, s/n - Costa e Silva
CEP: 59.633-010 - Mossoró – RN
Fone: (84) 3315-2203 - Faculdade de Educação
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
O ensino médio e a educação profissional no Ceará: um
estudo longitudinal a partir dos resultados dos alunos no
SPAECE
Alanna Oliveira Pereira Carvalho (UFC) 112
Emanuella Sampaio Freire (UFC) 113
Ana Paula de Medeiros Ribeiro (UFC) 114
Cláudio de Albuquerque Marques (UFC) 115
RESUMO
O Ensino Médio no Brasil, ao longo de sua história, tem enfrentado dificuldades
na garantia da educação fundamental e da formação profissional. Atualmente,
o Ministério da Educação (MEC) tem investido significativamente no Ensino
Médio, por meio da ampliação da rede federal e estadual de educação
profissional e tecnológica em todo o Brasil. No Ceará, foram implantados os
Institutos Federais de Educação de Ciência e Tecnologia - IFET’S na capital e
progressivamente no interior. Com o Decreto nº 5.154 de 2004, do governo Lula,
é possível perceber a importância que se concede à Educação Profissional,
estabelecendo através dela a educação profissional técnica de nível médio,
também disposta na Lei nº 9.394 de 1996 – a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira, como uma educação integrada, concomitante ou
subsequente. Esta mudança oferece ao educando uma educação pública voltada
à sua habilitação profissional técnica de nível médio. O presente trabalho utiliza
como metodologia de análise o estudo longitudinal amostral, com os resultados
do SPAECE no período de 2010-2011, das proficiências nas disciplinas de
Português e Matemática do 1ª, 2ª e 3ª do EM, em escolas que possuem e não
possuem educação profissional. Na oportunidade foi investigada a proficiência
das escolas numa perspectiva comparativa e assim verificou-se possíveis
112
Mestranda em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC) na linha de pesquisa
em Avaliação Educacional. Email: alannaop1@yahoo.com.br
113
Doutoranda em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC) na linha de pesquisa
em Avaliação Educacional. Email: emanuellasampaio@gmail.com
114
Doutora em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC) na linha de pesquisa em
Avaliação Educacional. Professora Adjunta do Departamento de Teoria e Prática do Ensino (DTPE) da
Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará. Email: apmedeiros.ufc@gmail.com
115
Ph.D. em Educação Superior pela Universidade do Arizona (USA), Professor Adjunto da
Universidade Federal do Ceará. Email: marquesclaudio@yahoo.com
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
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II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
diferenças entre as modalidades de ensino, frente ao desempenho dos alunos
nas avaliações externas. Após a análise, verificou-se que as escolas com
educação profissionalizante possuem melhores resultados no Spaece,
comparando-se às demais, que ainda não inseriram a modalidade. Pode-se
inferir que a educação, ao integrar o mundo do trabalho ao currículo no Ensino
Médio, promove avanços significativos no desempenho dos alunos.
Palavras – chave: Avaliação externa; Educação Profissional; SPAECE.
INTRODUÇÃO
A educação básica e profissional no Brasil está profundamente marcada
historicamente pela dualidade. Constata-se que até o século XIX não existia
qualquer registro de iniciativas sistemáticas no campo da educação profissional.
Anteriormente
a
educação
era
propedêutica
para
as
elites,
voltada
exclusivamente para a formação de futuros dirigentes.
No início do século seguinte, ocorre um esforço público na educação
profissional modificando do assistencialismo aos menores abandonados e
órfãos, para a preparação de operários para o exercício profissional.
Na década de 1990 surge no contexto do Ensino Médio a retomada
legalmente do sentido propedêutico, agora separados os cursos técnicos do
Ensino Médio passam a ser ofertado de duas formas. O aluno pode fazer ao
mesmo tempo o Ensino Médio e um curso técnico com uma matrícula e
currículo distintos, na mesma instituição ou em instituições diferentes. E a outra
maneira seria concluir o Ensino Médio.
A retomada da integração entre o Ensino Médio e a educação
profissional ocorre no início do mandato do governo federal em 2003. Logo em
seguida, veio o Decreto nº 5.154 de 2004, que estabelece a importância à
Educação Profissional, através da educação profissional técnica de nível médio,
também disposta na Lei nº 9.394 de 1996 – a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira, como uma educação integrada. Com essa mudança a
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
493
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
educação pública passa oferecer uma habilitação profissional técnica de nível
médio.
Desde 2004 através da Proposta de Políticas Públicas para a Educação
Profissional e Tecnológica - PPPEPT (BRASIL, 2004) o Ensino Médio vem se
modificando e implementando em suas estruturas diretrizes que se voltem para
a educação integral do educando, estimulando a sua participação no mundo do
trabalho com a habilitação necessária, além de desempenhar o seu
aprimoramento como cidadão.
Em 2007 ao lançar o programa Brasil Profissionalizado, o governo federal
fortaleceu nas redes estaduais a criação e ampliação da educação profissional e
tecnológica.
No Ceará, a criação dos Institutos Federais de Educação de Ciência e
Tecnologia - IFET’s foi imediata, além da adesão ao programa Brasil
Profissionalizado, o que redimensionou o currículo, atividades, metodologias
das Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEP). Ainda existem Escolas
de Ensino Médio Estaduais, onde o ensino técnico profissional não é
desenvolvido, apenas o currículo do ensino médio em suas disciplinas teóricas.
A diferença entre estes ensinos se dá pelas suas formas de organização de curso,
currículo, metodologias, materiais didáticos, estruturas físicas. As escolas de
educação profissional apresentam toda uma estrutura física e pedagógica capaz
de integrarem o ensino médio ao ensino técnico, proporcionando ao indivíduo
ambas competências: preparação para o mundo do trabalho e continuação dos
estudos. Já a escola estadual tem sido menos enaltecida pelo fato de não haver
essa integração.
Mas estas disposições físicas, logísticas e pedagógicas vêm resultando na
educação de qualidade pretendida para o Ensino Médio? Para além desses
questionamentos, observamos que o Ensino Médio tem enfrentado problemas
quanto: à frequência, aprovação e desempenho. No Estado do Ceará, o Índice
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
494
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do Ensino Médio tem se
colocado de forma insatisfatória.
No atual contexto, faz-se necessário analisar como as políticas
educacionais têm influenciado no desempenho dos alunos, para evidenciar se
os objetivos estão sendo alcançados, como estabelece a proposta de ensino
integral. Para isso, o presente trabalho utilizou os relatórios do Sistema
Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) para
investigar os resultados de dois anos consecutivos de um município do Ceará, a
fim de verificar a evolução ou retrocesso das intervenções pedagógicas de
escolas com e sem educação profissional, frente aos resultados de um ano para
outro.
O ENSINO MÉDIO E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO CEARÁ
A proposta de um Ensino Médio integrado à educação profissional ainda
é muito recente no estado do Ceará. Segundo Lobo (2008) a proposta de
educação profissional iniciou-se com a Rede Federal de Educação Profissional e
Tecnológica 116, implantando no Ceará em 1937, no Liceu Industrial de
Fortaleza. Desde então essa escola profissional tinha os desígnios de uma
formação para o mercado, modificando sua estrutura e currículo diante das
necessidades do sistema federal de ensino. Hoje, denominados de Institutos
Federais de Educação de Ciência e Tecnologia - IFET’s têm suas ações voltadas
para o ensino médio, tecnólogo e superior, porém não abrangem todo o estado,
em virtude da sua oferta e currículo que é bastante amplo, mas não
diversificado para as individualidades de cada região do Ceará, contemplando
somente 17 disciplinas.
A implantação efetiva do Ensino Médio integrado ao ensino profissional
no Ceará aconteceu em 2008, com o programa Brasil Profissionalizado do
116
Originada em 1909 pelo presidente da República Nilo Peçanha que introduziu as escolas de
Aprendizes de Artífices através do Decreto nº 7.566 de 23 de setembro.
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
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II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
governo federal. Segundo Holanda (2009) esse programa oferece assistência
técnica e financeira ao estado a fim de ampliar e qualificar as ofertas à educação
científica e profissional de nível médio. A oferta ao Ensino Médio integrado ao
ensino profissional daria uma identidade e maior sentido a esta modalidade de
ensino, permitindo uma maior garantia no preparo do jovem ao mercado de
trabalho.
Segundo Holanda (2009) o Programa Brasil Profissionalizado apoia a
gestão educacional na elaboração ou ajuste do plano de carreira para os
profissionais da educação, estima a participação nos Conselhos Escolares e visa
a interação com a sociedade, tanto comunidade escolar quanto setor produtivo.
Nas práticas pedagógicas o programa fornece programas de iniciação científica,
apoio ao estágio e empreendedorismo e cooperativismo, além de dar suporte na
formação inicial e continuada dos professores. Na estrutura física o programa
financia construção e reforma das unidades escolares, laboratórios científicos e
tecnológicos, aquisição de acervo bibliográfico e aquisição de equipamentos e
materiais diversos que precisam ser garantidos para uma melhor aprendizagem
profissional.
As Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEP) desde 2008 tem
demonstrado um diferencial na formação dos jovens que atende. Além da
estrutura física, pedagógica e gerencial que o programa financia e apoia, as
escolas de tempo integral se dedicam a um currículo integrado com adição do
núcleo comum ao profissional, as disciplinas obrigatórias do ensino médio são
aprendidas de maneira a vislumbrar além da teoria. Com as disciplinas
profissionais é possível criar um elo entre a teoria e a prática.
Dentro da proposta das EEEP’s o Governo do Estado do Ceará, por meio
da Secretaria de Educação do Ceará, implantou o Projeto e-Jovem que
visa oferecer formação em Tecnologia da Informação e
Comunicação, tendo como princípios básicos a formação
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
496
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
continuada, o protagonismo e empreendedorismo juvenil, a
qualificação profissional, oportunizando melhores condições de
inserção no mundo do trabalho e geração de emprego e renda
para os jovens concluintes do Ensino Médio e egressos da rede
pública estadual. (CEARÁ, 2012)
O programa desenvolvido pelo governo federal oferece aos jovens a
oportunidade de ingressarem no mundo do trabalho, e ainda optarem pela
formação superior. No Ceará os cursos oferecidos em 2009 pelas EEEP’s são de
técnico em Informática, Enfermagem, Guia de Turismo, Segurança do Trabalho,
Comércio, Finanças, Agroindústria, Meio Ambiente, Aquicultura, Edificações,
Fruticultura, Estética, Produção de Moda e Massoterapia. Cada região do
estado atende a um número significativo de cursos, priorizando a necessidade
daquela região, contribuindo ainda mais para a formação qualificada de
profissionais no mercado de trabalho.
No Ceará, foi utilizado à experiência exitosa de Pernambuco com o
Programa de Desenvolvimento dos Centros de Ensino Experimental –
PROCENTRO e de sua filosofia de gestão denominada TESE – Tecnologia
Empresarial Sócio Educacional que está servindo como base para definição dos
princípios básicos das Escolas Estaduais Profissionais, tais como: Protagonismo
Juvenil, Formação Continuada, Atitude Empresarial, Corresponsabilidade e
Replicabilidade. Os professores também participam obtendo formação
continuada sobre filosofia de gestão. (MOTA apud MAGALHÃES, 2008).
SISTEMA PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO
CEARÁ (SPAECE)
Só sistemas descentralizados conseguem
analisar cada uma das escolas e
identificar o que elas precisam para
melhorar o desempenho dos alunos,
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
497
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
considerando as características de cada
uma.
Maria Helena Guimarães de Castro
No ano 1992, o Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da
Educação (SEDUC), cria o Sistema de Avaliação do Ceará, conhecido
inicialmente por Avaliação do Rendimento Escolar dos Alunos de 4ª e 8ª séries
e, atualmente, denominado como Sistema Permanente de Avaliação da
Educação Básica do Ceará (SPAECE). Ressalta-se que a criação do sistema de
avaliação no Estado foi um passo importante, constituindo-se como um dos
primeiros sistemas estaduais de avaliação do País.
A criação do Sistema Permanente de Avaliação da Educação
Básica (SPAECE) tem como objetivo fornecer subsídios para
formulação, reformulação e monitoramento das políticas
educacionais, além de possibilitar aos professores, dirigentes
escolares e gestores um quadro da situação da Educação Básica
da rede pública de ensino. (CEARÁ, 2011, p.2)
O SPAECE, por meio dos diversos ciclos de avaliação realizados, passa a
caracteriza-se como uma avaliação externa em larga escala que avalia as
competências e habilidades dos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino
Médio, em Língua Portuguesa e Matemática. Detectando a existência de
problemas nessas disciplinas, por meio dos resultados das avaliações, quanto ao
nível de proficiência do desempenho dos alunos.
A avaliação é realizada de forma censitária e universal, abrange as
escolas estaduais e municipais, utiliza a matriz de referência em seus testes e
possui como base os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Também são
aplicados, questionários socioeconômicos destinados aos alunos, professores e
diretores.
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
498
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
De acordo com Vieira (2007, p.51), “pela primeira vez trabalhou-se com
instrumentos que auxiliam a escola a enxergar seu próprio desempenho,
identificando fraquezas e potencialidades, o que representa importante subsídio
para sua melhoria”.
Em 2007, foi lançado o SPAECE- ALFA que contou com “o apoio
financeiro do MEC/ INEP e desenvolvido pelo Centro de Políticas Públicas e
Avaliação da Educação (CAED), da Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF)” (CEARÁ, 2009, p. 49). Desta forma, o SPAECE passa a ter três focos:
x
x
x
Avaliação da Alfabetização - SPAECE-Alfa (2º ano).
Avaliação do Ensino Fundamental (5º e 9º anos) e
Avaliação do Ensino Médio (1a, 2a e 3a séries).
O percurso da avaliação no Estado retrata a necessidade contínua de
responsabilizar o papel dos dirigentes, diretores, supervisores e coordenadores
para uma educação pública e gratuita de qualidade.
O PERCURSSO METODOLÓGICO DA PESQUISA
A pesquisa proposta se caracterizou como pesquisa documental 117 e
bibliográfica, uma vez que fez uso de documentos estatísticos digitais. Como
metodologia de análise foi utilizada o estudo longitudinal amostral dos
resultados do SPAECE no período de 2010-2011. Os sujeitos envolvidos na
pesquisa foram os alunos do 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio. O critério de
escolha foi a partir dos municípios e suas respectivas escolas com índices
intrigantes quanto a diferença de desempenho no SPAECE entre escolas
estaduais que possuem e não possuem educação profissional da CREDE 118 9.
117
São considerados documentos as fontes primárias que ainda não receberam análise. Como por
exemplo: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos adquiridos em escolas em escolas e
instituições, documentos oficiais, cartas, diários, fotografias, relatórios, avaliações, etc. (VIEIRA &
MATOS, 2001)
118
Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação.
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
499
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
A partir dos relatórios estatísticos foi analisada a proficiência que é
calculada de acordo com o desempenho do aluno na avaliação. Os intervalos de
proficiência são colocados em uma escala onde são divididos, pelos valores, em
uma categoria onde o aluno, a turma, escola ou município se encontra, vejamos
eles:
Tabela 1 – Níveis de Desempenho
Língua
Níveis de
Matemática
Portuguesa
Desempenho
Proficiência de Desempenho
Muito Crítico
Cada
0 – 225
0 – 250
Crítico
225 – 275
250 – 300
Intermediário
275 – 325
300 – 350
Adequado
325 – 500
350 – 500
nível
a
equivale
um
grau
de
consolidação
das
habilidades/competências daquele ano e disciplina, quando se está no nível
mais crítico a consolidação das habilidades se refere àquelas mais básicas e
assim por diante até atingir o nível adequado que representa as habilidades e
competências mínimas que deveriam ser atingidas ao término do ano avaliado.
O tópico seguinte apresenta a discussão dos achados de acordo com a
proficiência dos alunos. Para uma melhor compreensão dos dados, será
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
500
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
apresentado por meio de gráfico o desempenho dos alunos por: município,
modalidade 119 e série.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seguir serão apresentados os dados do estudo numa dimensão
descritiva e interpretativa. Foram levados em consideração os municípios que
apresentaram pelo menos uma escola de Ensino Médio Profissional e uma
escola de Ensino Médio Regular a fim de comparar as proficiências entre elas
relativas aos anos de 2010 e 2011, edições mais recentes do SPAECE. De seis
municípios, da CREDE apenas quatro escolas possuem ensino médio
profissional, três municípios de 1ª a 3ª série e um somente com a 1ª série. Para
uma melhor visualização do gráfico foi acordado que as proficiências médias se
limitariam a um número inteiro, sem casas decimais a direta.
A
seguir
seguem as discussões do estudo, organizados por proficiência entre os anos
2010-2011 dos municípios de Horizonte, Pacajus e Cascavel, das disciplinas de
Língua Portuguesa e Matemática entre as duas modalidades de ensino.
No
gráfico 1, temos os resultados do município de Horizonte das escolas EEM
(Escola de Ensino Médio) Raimundo Nogueira e EEEP (Escola Estadual de
Educação Profissional) Maria Dolores Alcântara e Silva.
Gráfico 1 – Relação entre as proficiências das EEM e EEP de Horizonte.
119
A pesquisadora utiliza-se do termo modalidade para indicar escolas estaduais que possuem e não
possuem educação profissional.
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
501
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
Proficiência Média Língua Portuguesa - 2010
Média
- 2010Média
a 2011
Proficiência Proficiência
Média Matemática
- 2010de Horizonte
Proficiência
Língua Portuguesa - 2011
Proficiência Média Matemática - 2011
Proficiência Média Matemática - 2011; MARIA
DOLORES ALCÂNTARA E SILVA, EEEP 2ª SÉRIE
Proficiência Média Matemática - 2011; MARIA
Proficiência
Média
Matemática - 2010;EM;
MARIA
345
Proficiência -Média
- 2011;
MARIA Média
Proficiência Média Matemática
2010;Matemática
MARIA
Proficiência
Língua EEEP
Portuguesa
- 2011;
MARIA Média
DOLORES
ALCÂNTARA
E SILVA,
3ª MARIA
SÉRIE
Proficiência
Matemática
- 2010; EEEP
MARIA
Proficiência
Média
Língua Portuguesa
- 2011;
DOLORES
ALCÂNTARA
E SILVA,
2ª SÉRIE
DOLORES
ALCÂNTARA
E SILVA,
1ª SÉRIE
DOLORES ALCÂNTARA
EEEP
1ª SÉRIE
Proficiência
MédiaEEEP
Língua
Portuguesa
- 2010;EMARIA
MédiaE SILVA,
Língua
- 2011;
MARIA
DOLORES
ALCÂNTARA
SILVA, EEEP
2ªDOLORES
SÉRIE
Proficiência
Média
Língua
Portuguesa
- 2010;
MARIA
DOLORES
ALCÂNTARA
E EM;
SILVA,
EEEP
3ª SÉRIE
Proficiência Média Proficiência
Língua Portuguesa
- 2010;Portuguesa
MARIA
EM; 324
ALCÂNTARA
E 327
SILVA,
EEEP
3ª SÉRIE
EM; EEEP
319 ALCÂNTARA
EM; 319
DOLORES
E
SILVA,
EEEP
2ª
SÉRIE
DOLORES
ALCÂNTARA
E
SILVA,
1ª
SÉRIE
EM;
315
DOLORES
ALCÂNTARA
E SILVA,
3ª SÉRIE
EM; EEEP
305
EM; 312
DOLORES ALCÂNTARA E SILVA, EEEP 1ª SÉRIE
EM;
305
EM;
304
EM; 301
EM; 300
Proficiência
MédiaProficiência
MatemáticaMédia
- 2010;Matemática
RAIMUNDO
Proficiência -Média
RAIMUNDO
- 2011; RAIMUNDO
Proficiência Média Matemática
2010;Matemática
RAIMUNDO- 2011;
NOGUEIRA
EEMMédia
3ª
SÉRIE
EM;Portuguesa
2553ª SÉRIE
Proficiência Média
Matemática
- 2010;
RAIMUNDO
Proficiência
Média
Matemática
- 2011;
RAIMUNDO
2ª SÉRIE
EM;
256
NOGUEIRA
EM; 255
Proficiência
Língua
- 2011;
Proficiência
Média
Língua Portuguesa
- 2010;EEM
Proficiência
Média
Língua
Portuguesa
- 2011;
NOGUEIRA
2ªNOGUEIRA
SÉRIE
EM;EEM
249
Proficiência
Média
Língua EEM
Portuguesa
- 2010;
Proficiência
Média
Língua
Portuguesa
2011;
NOGUEIRA
EEM
1ª
SÉRIE
EM;
245
NOGUEIRA
EEM -1ª2010;
SÉRIE EM;RAIMUNDO
243
RAIMUNDO
Proficiência Média Língua
Portuguesa
RAIMUNDO NOGUEIRA
EEM 3ªNOGUEIRA
SÉRIE EM;EEM
257 3ª SÉRIE EM; 258
RAIMUNDO
NOGUEIRA EEM 2ªNOGUEIRA
SÉRIE EM;EEM
251 2ª SÉRIE EM; 255
RAIMUNDO
NOGUEIRA
1ª SÉRIE
RAIMUNDO
NOGUEIRA
EEM 1ªEEM
SÉRIE
EM; 245EM; 249
De acordo com o gráfico, podemos notar a evolução de proficiência e a
diferença da mesma entre as escolas do município de Horizonte. É possível
perceber que as três séries do ensino integrado se sobressaem diante da escola
de Ensino Médio não integrado, em seus dois anos avaliados. Apesar do
crescimento entre os anos este se apresenta pouco expressivo, admite-se que
este ainda é maior no ensino integrado do que no Ensino Médio não integrado.
Na primeira escola quando há crescimento de proficiência se resume em um ou
dois pontos, já na segunda escola a diferença se faz com mais de dez pontos.
No gráfico 2, iremos analisar os resultados do município de Pacajus das
escolas
EEM (Escola de Ensino Médio)
Padre Coriolano e EEEP (Escola
Estadual de Educação Profissional) José Maria Falcão.
Gráfico 2 – Relação entre as proficiências das EEM e EEP de Pacajus.
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
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II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
Proficiência
Proficiência
Proficiência
Proficiência
Média
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Proficiência
Média
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Proficiência
Média
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Proficiência
Média
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Proficiência
Média
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Proficiência
Média
Média
Média
Média
Proficiência
Média
Língua
Portuguesa
2010
Proficiência
Matemática
Matemática
Língua
Língua
Matemática
Portuguesa
Portuguesa
-Língua
2010;
Matemática
- 2011;
-Língua
Portuguesa
- Matemática
Portuguesa
- 2010;
Língua
- Matemática
- 2011;
Língua
Portuguesa
- Matemática
Portuguesa
-- 2010;
Língua
- Matemática
- 2011;
Língua
Portuguesa
- Matemática
Portuguesa
- 2010;
Língua
-Média
Matemática
- 2011;
Língua
Portuguesa
- Matemática
Portuguesa
- 2010;
Língua
-- 2010
Matemática
Língua
-Matemática
2011;
Portuguesa
- Portuguesa
- 2010;
- -2011;2010;
2011;
PADRE
PADRE
PADRE
PADRE
2010;Média
PADRE
PADRE
2011;Língua
PADRE
PADRE
2010;
PADRE
PADRE
2011; PADRE
2010; JOSE
JOSE
2011;MARIA
MARIA
JOSE
JOSE
2010;
MARIA
MARIA
JOSE
JOSE
2011;
MARIA
MARIA
JOSE
JOSE
2010;
MARIA
2011;
JOSE
JOSE
JOSE
JOSE
MARIA
MARIA
MARIA
MARIA
Proficiência
Portuguesa
-PADRE
2011
Proficiência
Média
Matemática
-MARIA
2011
CORIOLANO
CORIOLANO
CORIOLANO
CORIOLANO
CORIOLANO
EEM
EEM
EEM
CORIOLANO
EEM
CORIOLANO
CORIOLANO
EEM
EEM
CORIOLANO
EEM
CORIOLANO
EEM
CORIOLANO
CORIOLANO
EEMEEM
FALCÃO,
EEM
FALCÃO,
EEM
FALCÃO,
EEEP
FALCÃO,
EEEP
1ªEEEP
FALCÃO,
1ªEEEP
FALCÃO,
1ªFALCÃO,
1ªEEEP
FALCÃO,
EEEP
2ªEEEP
FALCÃO,
2ªEEEP
FALCÃO,
FALCÃO,
FALCÃO,
2ª 2ªEEEP
EEEP
EEEP
EEEP
3ª 3ª3ª
3ª
1ª
1ª1ªSÉRIE
SÉRIE
SÉRIE
1ª SÉRIE
EM;
EM;
EM;
2ª241
243
EM;
SÉRIE
2ª
249SÉRIE
248
2ª EM;
SÉRIE
2ª EM;
SÉRIE
253EM;
255
3ª SÉRIE
EM;
257
3ª SÉRIE
251
3ª EM;
SÉRIE
3ª EM;
SÉRIE
259EM;
257
SÉRIE
EM;
261
SÉRIE
268
EM;
SÉRIE
EM;
SÉRIE
290EM;
304EM;
SÉRIE
284SÉRIE
283EM;
SÉRIE
EM;
SÉRIE
286EM;
299EM;
SÉRIE
305SÉRIE
319
SÉRIE
SÉRIE
EM;EM;
292
EM;
EM;295
293
306
Proficiência Média de Pacajus - 2010 a 2011
Neste segundo gráfico é possível verificar traços semelhantes aos do
gráfico anterior, mais uma vez o ensino integrado desenvolve melhor a
proficiência do educando tanto em Língua Portuguesa quanto em Matemática.
Por fim o gráfico 3, vejamos os resultados do município de Cascavel das
escolas
EEM (Escola de Ensino Médio) Custódio da Silva Lemos e Edson
Queiroz EEEP (Escola Estadual de Educação Profissional) José Maria Falcão.
Gráfico 3 – Relação entre as proficiências das EEM e EEP de Cascavel.
Proficiência
Proficiência
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Proficiência
Média
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Proficiência
Média
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Média
Proficiência
Proficiência
Média
Média
Média
Média
Proficiência Média
Proficiência
Portuguesa
2010
Proficiência
Matemática
Língua
Matemática
Língua
Matemática
Portuguesa
Portuguesa
Língua
- 2010;
Matemática
- -2011;
Portuguesa
Língua
- Média
Matemática
Portuguesa
-Língua
2010;
Língua
- Matemática
- Portuguesa
Língua
2011;
- Matemática
Portuguesa
--2010;
Língua
- Matemática
- 2011;
Portuguesa
Língua
- Matemática
Portuguesa
- 2010;
Língua
-Média
Matemática
- 2011;
Portuguesa
Língua
- Matemática
Portuguesa
- 2010;
-- 2010
-Língua
Matemática
2011;
- Portuguesa
- 2011;2010;
2011;
CUSTÓDIO
CUSTÓDIO
CUSTÓDIO
CUSTÓDIO
2010;
DACUSTÓDIO
DA
CUSTÓDIO
DA
2011;
DA
CUSTÓDIO
CUSTÓDIO
DA
2010;
DA Portuguesa
CUSTÓDIO
CUSTÓDIO
DA
2011;
DA CUSTÓDIO
CUSTÓDIO
DA 2010;
EDSON
DA
DA
EDSON
2011;
EDSON
QUEIROZ,
EDSON
QUEIROZ,
2010;
EDSON
EDSON
2011;
EDSON
QUEIROZ,
EDSON
EDSON
2011; QUEIROZ,
EDSON
Proficiência
Média
Língua
-DA
2011
Proficiência
Média
Matemática
-QUEIROZ,
2011
SILVA
SILVA
SILVA
LEMOS
LEMOS
SILVA
LEMOS
EEFM
SILVA
EEFM
LEMOS
SILVA
EEFM
LEMOS
SILVA
LEMOS
EEFM
SILVA
EEFM
LEMOS
SILVA
EEFM
LEMOS
SILVA
EEFM
LEMOS
SILVA
LEMOS
EEFM
LEMOS
EEFM
QUEIROZ,
EEFM
EEEP
QUEIROZ,
EEFM
1ªEEEP
EEEP
SÉRIE
1ª
1ªQUEIROZ,
EEEP
EM;
SÉRIE
EEEP
1ªQUEIROZ,
EM;
2ªEEEP
EEEP
SÉRIE
2ª
2ªEEEP
EM;
SÉRIE
EEEP
QUEIROZ,
2ªEM;3ª SÉRIE
EEEPEM;
3ª
1ª1ªSÉRIE
SÉRIE
1ª SÉRIE
EM;
EM;
2ª 245
242
SÉRIE
EM;
243
2ª SÉRIE
2ª
244
EM;
SÉRIE
2ªEM;
258
SÉRIE
EM;
259
3ª SÉRIE
255
3ª
EM;SÉRIE
3ª255
EM;
SÉRIE
3ªEM;
266
SÉRIE
EM;
264
SÉRIE
EM;
263 268
EM;
SÉRIE
298
293EM;
303
SÉRIE
298 EM;
SÉRIE
308297EM;
332
312 SÉRIE311
EM; 303
Proficiência Média de Cascavel - 2010 a 2011
Proficiência
Proficiência
Média
Média
Língua
Matemática
Portuguesa
- 2010;
2010;
EDSON
EDSON
QUEIROZ,
QUEIROZ,
EEEP 3ªEEEP
SÉRIE
3ªEM;
SÉRIE EM;
00
No terceiro gráfico, os resultados em 2010 para a 3ª série da escola de
ensino integrado foram colocados como zero por não existirem no sistema de
dados do SPAECE. Ademais, quando comparamos a evolução das séries de
cada escola vemos mais uma vez que a escola de ensino integrado demonstra
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
503
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
uma diferença visível enquanto a escola de ensino não integrado quando
apresenta um crescimento que se faz em torno de um a dois pontos apenas.
Outra particularidade desta modalidade de ensino é a taxa de evasão que
faz decrescer quando comparada ao Ensino Médio não integrado. Nos
relatórios das escolas pesquisadas percebe-se que as escolas integradas a
frequência fica acima de 96% enquanto na escola de Ensino Médio não
integradas decresce para até 74%.
De acordo com as porcentagens verificadas pela quantidade de alunos e
o nível 120 que estes se inseriam é possível estabelecer que os níveis
intermediário e adequado estão mais presentes nas séries das escolas de ensino
integrado, e os níveis muito crítico e crítico estão mais presentes nas escolas de
Ensino Médio não integrado. Além disso, há uma diferença entre as
proficiências de Língua Portuguesa e Matemática, na primeira o ensino
integrado não passa do intermediário, mas já na segunda ele atinge até o nível
adequado.
A leitura dos resultados ora indicados nos gráficos, comunica que as
escolas com o ensino profissional possuem melhores desempenhos que as
escolas não integradas. Podemos inferir que os princípios e pressupostos da
integração entre formação geral e formação profissional revelam-se como um
grande diferencial na educação dos estudantes.
A Teoria Empresarial Socioeducacional (TESE)
também pode ter
influenciado positivamente no desempenhos dos alunos pesquisados. Já que é
“definida como a arte de coordenar e integrar tecnologia específicas e educar
pessoas por meio de procedimentos simples, que facilmente podem ser
implantados na rotina escolar” (MOTA, 2011, p. 61). Outro componente
importante dessa ferramenta são as ações de planejamento, gerenciamento e
avaliação das atividades da comunidade, inclusive dos estudantes. Além disso,
120
Tabela 1 – Níveis de desempenho.
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
504
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
na TESE o aluno assim que ingressa na escola é solicitado a elaborar um Projeto
de Vida, que revisitado periodicamente para verificar se os resultados
almejados foram alcançados ou se novos projetos devem ser planejados.
Os professores do ensino técnico possuem uma carga horária
diferente, pois o ensino profissionalizante é feito por
profissionais contratados pelo Governo do Estado junto ao
CENTEC - Instituto de Sociedade Civil que é responsável pela
admissão de profissionais de maior qualificação e colocação no
mercado, isso é um diferencial, pegar aquele que estar atuando
no mercado de trabalho atualizado. (MOTA, 2011, p. 132).
O potencial de investimento na Educação Profissional tem revestido em
curto prazo, um salto qualitativo e quantitativo na vida dos jovens estudantes
das escolas estaduais. Em que as perspectivas de futuro tornam-se algo
palpável e promissor na carreira dos alunos.
CONCLUSÕES
A referida pesquisa teve como objetivo central investigar a partir dos
resultados do SPAECE, o desempenho dos alunos oriundos do Ensino Médio e
Educação Profissional. Promovendo uma reflexão comparativa entre essas duas
modalidades de ensino vigentes no Ceará. De acordo com os nossos achados e
conclusões, as escolas de Ensino Profissionalizante possuem propósitos bem
mais alinhados com a qualidade da educação e melhores condições de trabalho
aos sujeitos durante todo o processo de formação, com enfoque na inclusão
social, à cidadania e a integralidade do currículo escolar.
Os projetos incluídos ao currículo das Escolas Profissionais se dedicam
não somente à formação técnica de uma mão de obra centralizada no
mecanismo e na produção, mas investe nos pilares fundamentais do
conhecimento, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e
aprender a ser. (MOTA, 2011). A condição de ser estar além do fazer, o ensino
público muito tem se preocupado com o fazer e desprendido o ser, o que
PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
505
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
interfere nitidamente no desempenho dos jovens.
Os sistemas de avaliações
externas, como SPAECE, existem para que os ensinos sejam regulados e
modificados considerando o processo de ensino aprendizagem como
fundamental nos investimentos educacionais. Os resultados da amostra
pesquisada apresentados pelo SPACE demonstram que o ensino das escolas
não integradas devem se modificar a ponto de no mínimo parecem às escolas
de ensino integrado. E que as escolas de ensino integrado devem garantir cada
vez mais a eficácia do seu currículo na formação do jovem, que ao sair desse
ensino, como planejou, pode seguir o caminho que desenhou. Os índices de
desempenho aqui apresentados indicam que o jovem não se prepara tão
somente para as técnicas de trabalho, mas prepara-se para o mercado
apontando também para a continuidade nos estudos, no ensino superior.
As Escolas Profissionais possibilitam aos jovens de ensino público do
Ceará, cultivarem seus lugares que são de direito não somente no mercado de
trabalho, mas na área acadêmica.
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Proposta em Discussão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do
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PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
506
II SEMINÁRIO NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
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PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |
507