Arte Portuguesa

“Anunciação” de Frei Carlos, pintura portuguesa da década de vinte do século XVI, que, segundo alguns autores, é de influência flamenga reunindo em si claras sugestões italianas. Terá uma breve análise iconográfica, a história da temática escolhida pelo autor - a Anunciação, e as diversas interpretações que foram dadas sobre o retábulo por vários autores ao longo dos séculos. Serão focadas, sobretudo, a espacialidade e a perspectiva envolvidas na Anunciação.

O presente livro, resultado da edição da tese de doutoramento defendida em 2012, tem como objecto de estudo as agências e as filiais da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência (CGDCP) projectadas de raiz (tanto as erguidas como as não edificadas) e/ou remodeladas entre 1929 e 1970. Estes equipamentos constituem uma das presenças mais marcantes no universo da arquitectura do Estado Novo. Da quantidade e qualidade do investimento na consolidação de uma rede de dependências esteticamente credível – tutelado, de forma directa, pelo Ministério das Obras Públicas (e Comunicações) entre 1942 e 1970 –, resultou um conjunto construtivo que justifica uma análise historiográfica, contextualizada no âmbito quer da «campanha de obras públicas» promovida pelo regime, quer da arquitectura bancária internacional.
Partindo de um retrato global da evolução da arquitectura bancária desde as suas origens até à actualidade, passando por uma reflexão sobre o dinheiro enquanto realidade social, focamos a nossa análise em três pontos. Primeiramente, sintetizamos a história da CGD, desde a sua fundação, em 1876, até 1974. Examinamos, com particular detalhe, a transformação e o papel da instituição no decurso do Estado Novo, bem como a expansão da rede de dependências da Caixa, averiguando o impacto das diversas conjunturas político-económicas na sua difusão territorial. Procura-se compreender não apenas o cuidado que a CGDCP colocou na criação e promoção da sua identidade imagética, mas também o «capital» da arquitectura na construção ideológica do Estado Novo.
Em seguida, decompõem-se as instâncias e os mecanismos de decisão no campo da arquitectura pública, desde a Ditadura Militar até 1970. Retrata-se, em traços gerais, o respectivo enquadramento normativo-jurídico e o papel do Presidente do Conselho neste universo. Aprofunda-se, depois, tomando como estudo de caso os edifícios da CGDCP, a responsabilidade das várias estruturas e agentes envolvidos no processo do seu financiamento, planeamento, aprovação superior e execução: a CGDCP, a Comissão Administrativa das Obras da CGDCP, a Comissão de Revisão da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, o Conselho Superior de Obras Públicas, o(s) ministro(s) das Obras Públicas, o Ministério da Educação Nacional, as câmaras municipais e os arquitectos.
Finalmente, caracterizam-se, de forma problematizante, as linguagens estéticas adoptadas na tipologia em estudo, desde 1929 a 1970. Nesse sentido, começamos por traçar um balanço da historiografia portuguesa acerca da arquitectura produzida durante o Estado Novo, levantando algumas interrogações à interpretação dominante sobre este património. Procurando fundamentar uma leitura alternativa, discutimos, nos dois subcapítulos seguintes, a ascensão e queda da construção historiográfica de um «moderno» singular e a relação entre modernismo e fascismo. Debruçamo-nos, a partir daí, sobre a arquitectura da CGDCP. Apresenta-se o programa base das dependências da CGDCP, bem como as suas consequências, quer ao nível da codificação dos comportamentos e movimentos dos indivíduos (funcionários e público), quer na organização espacial interna e na identidade arquitectónica da instituição. Analisaremos, então, as correntes estéticas adoptadas, os motivos que ditaram a sua preferência e os significados que lhe foram associados. Subjacente estará, tanto um conceito amplo e multifacetado de modernismo (no qual se argumenta a inclusão da arquitectura do Estado Novo), como uma visão dinâmica e plural do regime chefiado por António de Oliveira Salazar. Concluímos sublinhando as principais ideias defendidas e apontando pistas para futuras investigações.


ABSTRACT

The object of study of this book is the set of agencies and branches of Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência (CGDCP) that were designed (both built and non-built) and/or remodelled between 1929 and 1970. These devices are one of the most striking presences in the world of the architecture of Estado Novo. From the quantity and quality of the investment in consolidating a network of aesthetically credible branches – directly guarded by the Ministry of Public Works (and Communications) between 1942 and 1970 -, resulted a constructive set that justifies a historiographic analysis, contextualized in the scope of both the “campaign of public works” that was promoted by the regime, and international banking architecture.
Drawing from a global portray of the evolution of banking architecture, from its origins to the present day, through a reflection exercise on money as a social reality, we focus our analysis in three points. Firstly, we outline the history of CGD, from its founding in 1876, to 1974. In particular, we examine the transformation and the role of the institution during Estado Novo, as well as the expansion of CGD’s branch network, examining the impact of the several political and economic conjunctures in its territorial diffusion. We seek to understand not only the care with which CGDCP created and promoted its imagery identity, but also the “capital” of the architecture in the ideological construction of Estado Novo.
Following, we decompose the decision-making bodies and mechanisms in the field of public architecture, since the Military Dictatorship to 1970. We depict, in general terms, the respective regulatory and legal framing and the role of the President of Council in this matter. Subsequent, using the CGDCP buildings as case study, we deepen the analysis of the responsibility of the several structures and agents involved in the process of its financing, planning, superior approval and execution: CGDCP, CGDCP’s Works’ Administrative Commission, the Review Commission of the General Division for National Buildings and Monuments, the Superior Council for Public Works, the minister(s) of Public Works, the National Education Ministry, the local councils and architects.
Lastly, the aesthetic languages that were adopted in the typology being studied are characterized, from 1929 to 1970, in a problematizing manner. In that sense, we begin by outlining a balance of Portuguese historiography on the architecture that was produced during Estado Novo, raising some questions on the dominating interpretation of this patrimony. Aiming to justify an alternative interpretation, we discuss, in the two chapters that follow, the rise and fall of the historiographic construction of a singular “modern” and the relation between modernism and fascism. From there, we look into the architecture of CGDCP. The program for the CGDCP branches is presented, as well as its consequences, both in the coding of the behaviour and movement of individuals (employees and public) and in the internal spatial organization and the architectural identity of the institution. Following, we analyse the adopted aesthetic currents, the reasons that dictated its preference and the meanings that were associated to it. Underlying will be an ample and multifaceted concept of modernism, as well as a dynamic and plural view of the regime led by António de Oliveira Salazar. We conclude by highlighting the main advocated ideas and point some clues for future investigations.

Uma entrevista de 1999 (As flores - Homenagem a Mapplethorpe) e outros artigos e notas sobre exposições entre 1991 e 2006, passando pelo D. Sebastião de Lagos vinte anos depois (1973-1993) e pelo Monumento ao 25 de Abril
Expresso 1991-2006 / Blog
Research Interests: Sculpture,

Catálogo da exposição de 2010, Mercado de Santa Clara, CML Lisboa. Organização de Alexandre Pomar e Rui M. Pereira.
Arte tradicional africana e arte moderna. Uma colecção reunida a partir de Lourenço Marques e de Johannesburg. Em destaque Malangatana e Tito Zungo. Colaboração de Alda Costa (Revisiting the years when Pancho Guedes lived in Mozambique), Elizabeth (Betty) Schneider (African art's influence on Pancho Guedes) Ana Tostões (Pancho Guedes the architect). Rui Pereira (The  collection and allotment of African art and handicrafts). Alexandre Pomar ("There were a lot of people hovering around: Ulli Beier, Frank McEwen, Julian Beinart, Black Orpheus)

RESUMEN
En este articulo pretendemos exponer con argumentos científicos cuáles son los elementos
artísticos de origen portugués que podemos ver reflejados en el arte canario, y
cuáles no, porque existen publicaciones que afirman sin base alguna que cualquier elemento
distinto registrado en la arquitectura popular y religiosa canaria es de origen
«portugués», dando por válido este aserto y sin realizar un estudio crítico. Por ello queremos
dignificar la verdadera herencia portuguesa que ha recibido el arte canario con el
fin de valorar, en sí mismo, la originalidad y elegancia del arte portugués.
Palabras llave: Arte Portugués, Arte Canario, Arquitectura canaria.
ABOUT ART IN THE CANARIES AND PORTUGAL. XVI-XVIII CENTURY
SUMMARY
In this article we aim to make scientific arguments what artistic elements of Portuguese
origin we can see reflected in Canary art, and what not, because there are publications
that claim without any basis other than anything recorded in the Canary Islands popular
and religious architecture is «Portuguese» source, giving valid this assertion and
without a critical study. Therefore we want to dignify the real Portuguese heritage that
has received the Canary art for assessing, in itself, originality and elegance of
Portuguese art.
Words key: Portuguese art, Canary art, Canarian architecture.

Em 1995,  o Centre Culturel Calouste Gulbenkian, Paris, organizou uma exposição do escultor Canto da Maya (Ponta Delgada, 1890 - Ponta Delgada, 1981). A Professora Maria de Lourdes Belchior, então diretora do Centro, pediu-me uma introdução para o catálogo. Como volta e meia me pedem esse texto e e ele não está disponível gratuitamente na NET (só comprando o católogo), aqui fica ele para os interessados.

!999-2000, «At the Edge – A Portuguese Futurist, Amadeo de Souza Cardoso» Corcoran Gallery, Washington / AXA Gallery, Nova Iorque
2001, Mondrian - Amadeo — Da Paisagem à Abstracção, Museu de Serralves
«Encontro em Paris»
2006, Amadeo - Diálogo de Vanguardas, Gulbenkian

A intenção de desenvolver um projecto na área da arte  portuguesa moderna e contemporânea resultou nesta dissertação, executada no âmbito do Mestrado em Técnicas e Conservação de Pintura, da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.
O levantamento do estado de conservação do acervo, da identificação dos materiais, dos mecanismos de deterioração e a elaboração de um inventário, foi o ponto de partida deste trabalho.
A dissertação divide-se em cinco capítulos: Aspectos do panorama artístico português; Manuel de Brito e a sua coleção; Inventário da Coleção do Centro de Arte Manuel de Brito; Estado de Conservação da Coleção do Centro de Arte Manuel de Brito; e O Centro de Arte Manuel de Brito: Questões de Conservação Preventiva.
A necessidade de elaboração de um estudo sério desta coleção, um dos mais importantes núcleos da arte portuguesa do século XX, que promovesse o seu conhecimento não só em termos históricos, mas também em termos da conservação, foi
o objectivo desta dissertação, assim como a necessidade de elaboração de um inventário, ferramenta fundamental no funcionamento de uma instituição cultural que tem como
acervo esta valiosa coleção.

El papel de Isabel de Castilla (1470-1498) en el devenir histórico de la Península Ibérica a finales del siglo XV se ha visto historiográficamente ensombrecido por los fatídicos hechos de su trágica vida. Poco sabemos de ella, sigue en la sombra, a pesar de haber sido la hija primogénita de los Reyes Católicos, heredera de los reinos de Castilla y Aragón hasta el nacimiento de su hermano Juan, princesa de Portugal por su primer matrimonio con el príncipe Alfonso en abril de 1490 del que enviuda en junio del siguiente año tras quince meses de matrimonio, convertida en reina de Portugal como esposa del rey Manuel I en 1497, y de nuevo heredera del resto de los reinos peninsulares tras la trágica muerte de su hermano.

Na escultura sentiam-se mais dificuldades ainda do que na pintura para prosseguir essa definição convincente e razoavelmente original; faltavam as condições favorecedoras para assumir a renovação sólida e concretizadora. Apesar de mais dependente de viabilização externa do que a pintura, vivenciou momentos extremamente simbólicos, espécie de enclave na expressão global das artes, contrastando com a remanescência da estatuária — e de figuras na escultura — ao serviço de uma arquitectura subsistente.
Enquanto que o Neo-realismo se afirmava já desde 1935 como corrente conotada a uma ideologização semi-ocultada (sob a própria designação) — através de artigos manifestos e polémicos — o Surrealismo  tivera a primeira manifestação pública apenas em 1940, na 1ª exposição colectiva de pintura de António Pedro, António Dacosta e Pamela Boden. O Surrealismo  impôs-se como facto cultural emblemático, de vanguarda e marginalidade na moderada vida cultural portuguesa — Grupo Surrealista de Lisboa  em 1949; fruto de posicionamento colectivo, donde constavam alguns elementos artisticamente insatisfeitos provenientes do Neo-realismo.
(...)

Análise do tríptico "A Vida", realizado por António Carneiro nos finais do século XIX. Esta é considerada uma das poucas obras de cariz simbolista da arte portuguesa. Os três páineis que a constituem revelam um tema típico do simbolismo, o ciclo da vida.

Se aprovechan los resultados de la lectura estratigráfica de los edificios alto-medievales de San Miguel de Lillo y Santianes de Pravia (Asturias) para contextualizar su escultura decorativa. Así se distinguen grupos pertenecientes a proyectos arquitectónicos y talleres escultóricos distintos, que se relacionan entre sí y con producciones propias de otros lugares, especialmente asturianas y portuguesas, y que se propone que abarcan desde mediados del s. Ix al s. X.

“Literatura, Arte e Sociedade em Portugal: da Modernidade à Contemporaneidade”debruça-se sobre a literatura ficcional em prosa portuguesa do século XX, dando particular destaque à produção literária ficcionada, produzida durante os 48 anos de Ditadura (1926-1974), e àquela que foi produzida logo depois da Revolução de 25 de Abril de 1974.
Através de um trabalho analítico e reflexivo de âmbito sócio-literário, a obra abarca, igualmente, reflexões que permitem estabelecer um diálogo entre a Literatura e outras manifestações artísticas, como a arte mural pós-revolucionária, o cinema ou a canção de intervenção, dedicando, ainda, um capítulo à literatura de autoras mulheres (nomeadamente no período que se segue à Revolução de Abril).

Prefácio de Isabel Pires de Lima: "É então de saudar o aparecimento de obras, como o presente trabalho de Ana Saldanha, que procura, através de uma lente plurifocal, percorrer bem mais de meio século de literatura portuguesa, ensaiando uma leitura que entendo inserível no domínio do que usualmente se designa por historiografia literária. Acresce, para a valorização da relevância desta obra, o diálogo que a autora promove entre literatura e sociedade e literatura e outras manifestações artísticas, do cinema à música, da pintura à arte de rua, também ele não muito comum na construção dos ensaios de historiografia literária que têm vindo a ser feitos mesmo nas décadas mais recentes".

A ideia subjacente à exposição "Mares Sem Tempo" foi a possibilidade de relacionar produções do passado e produções da contemporaneidade, proporcionando diálogos entre distintas épocas e culturas artísticas com formulação de um discurso abrangente, num momento em que se celebram os 500 anos da elevação de Tavira a cidade (1520-2020).

O estudo que se apresenta centra-se na documentação que subsiste e que diz respeito à casa denominada do Pau de Bandeira, localizada no bairro da Lapa, em Lisboa. A correspondência estudada permite uma aproximação aos objectos que actualmente subsistem, assim como facilita a compreensão de algumas op- ções tomadas para a decoração interna do edifício. O levantamento fotográ co efectuado é o único registo grá co de muitos dos detalhes referidos na docu- mentação.

Recorrido por las principales instituciones de difusión del arte contemporáneo españolas y portuguesas, atendiendo a los cambios experimentados en ambos países en sus periodos democráticos y a las relaciones de intercambio que se han establecido entre ellos. Se examina la dotación, ámbito de actuación y modo de funcionamiento de las infraestructuras artísticas portuguesas, factores que estarían en el origen de las relaciones asimétricas observadas entre ambos países; así como las disposiciones que han presentado los agentes artísticos y que se traducirían en relaciones de proximidad o de distancia.

This analysis of the main institutions disseminating contemporary art in Spain and Portugal assesses the changes both countries have undergone since the return of democracy and the exchange partnerships established between them. It also examines the contribution and sphere of activity of Portual's art infrastructures and the way in which they operate -factors that lie at the basis of the asymmetrical relationships observed between both countries. In addition, it looks at the conditions of the artistic agentes which result in close or distant relationships.

A região norte, e em particular o distrito de Bragança, tem ganho
especial interesse por parte dos historiadores e dos historiadores de arte, expresso na publicação de estudos que incidem sobre o seu património material e imaterial. No entanto, muito ainda se encontra por realizar no que concerne à divulgação de fontes documentais desse património, que nos dão pistas sobre os seus intervenientes e, em especial, sobre os seus autores. Partindo do concelho de Carrazeda de Ansiães no período setecentista, com evidente carência de estudos específicos sobre o seu património, propomo-nos, neste artigo, lançar pistas sobre os artistas e artífices que, no século XVIII, residiam e trabalhavam nas diversas obras deste concelho

A presente comunicação foi realizada no dia 2 de Novembro de 2017 no Museu de São Roque em Lisboa,  no ambito do congresso organizado pelo GIEHA, dedicado ao tema A arte portuguesa no mundo e a arte do mundo em Portugal.

Os olifantes, dizem respeito a instrumentos sonoros, esculpidos na forma do próprio dente do elefante. Reservados à realeza e à nobreza, eram utilizados para convocar e convidar para banquetes, guerras, audiências. Nas caçadas da nobreza eram empregues para aturdir as presas e levá-las a saírem dos seus refúgios, mas também para anunciar a sua captura aos restantes membros do grupo.
O conjunto de olifantes que propomos estudar diz respeito a peças esculpidas em marfim africano, por artesãos da Antiga Serra Leoa. Estes artefactos apresentam uma decoração organizada em secções, onde são visíveis cenas cinegéticas.
A sua matéria-prima, esteve sempre presente na relação entre africanos e europeus no mundo Atlântico e por isso é um exemplo da arte da expansão portuguesa do século XVI. Adornado com elementos heráldicos da casa de Avis-Beja e do Duque Carlos III de Saboia (1486-1553), a peça que é o cerne deste trabalho é o exemplo da promulgação de uma tradição que remonta ao tempo do infante D. Henrique (1394-1460). A prática de colecionar objetos africanos, que depois eram distribuídos como presentes diplomáticos nas cortes europeias.
Existem mais de quarenta olifantes sapi-portugueses, mas alguns distinguem-se pela sua qualidade plástica, pelas suas dimensões e pelo facto de apresentarem uma forte inspiração em fontes visuais europeias. Os animais, a indumentária, a fisionomia dos caçadores e as armas por eles utilizadas, permitem delimitar a temática decorativa dessas mesmas peças a fontes iconográficas de origem europeia, produzidas na Europa do final do século XV e inícios do XVI.
Através de uma reconsideração da perceção do olifante da coleção da Armaria Real de Turim, e de outros semelhantes a si, pretende-se detetar a importância que os artesãos Sapi tiveram para o desenvolvimento das relações diplomáticas entre o Rei Dom Manuel I e as restantes potencias políticas europeias. Para isso realizar-se-á um levantamento das cenas cinegéticas e dos elementos heráldicos que adornam estas peças.

A figura da lésbica é uma presença obsessiva da literatura erótica e pornográfica muito antes da homossexualidade ter sido inventada pela medicina psiquiátrica. O retrato das " duas amigas " , já presente na pintura, nas estampas eróticas e pornográficas do século XVIII, torna-se um motivo muito em voga a partir da segunda metade do século XIX. No presente artigo, estabelecemos um rastreamento do motivo pictórico em produções artísticas no Portugal da segunda metade do século XIX até os anos 1940 para demonstrar como acompanha a visão social da homossexualidade feminina.

Hoje o público tece considerações – com propriedade e lucidez ou não – quando se confronta com atividades, produtos e ideias que se posicionam em termos artísticos ou culturais. As problematizações acerca do “gosto” possuem todo um perfil histórico… que tomou proporções obsessivas no séc. XVIII, genuinamente atravessado pela questão/querela/antinomia estética do “gosto”. Na atualidade manifestam‐se mais e mais pertinentes, suscitando novas ramificações...

Contemporary stained glass models were developed in this work using colourless float glass with luminescent glass threads or flecks, and painted with luminescent enamels. CO2 laser engraving was also used to explore the image effects on float glass coated with layers of luminescent glass.

"Da Outra Margem do Atlántico-alguns exemplos do video arte e da fotografia portuguesa" "Ce sont des fragments d'images impulsives, ou compulsives, ou plus simplement pulsives, spontanées, d'une seconde ou deux, par lesquelles le temps se précède lui-même dans l'invisible. » 1 0 A propósito da fotografia como imagem e convocando a percepção visual, tanto quanto a razão e sentimento: é tudo uma questão de olhar, de saber olhar, para ver, para enxergar. Sendo o olhar, por excelência, um "ver" = imanente que significará a Luz, simbolizando o Conhecimento. Será questão, ab initio, de saber para onde olhar. Pois se constata a diversidades de olhar: "o olhar do outro" (Jean-Paul Sartre), "o olhar viajante" (Sérgio Cardoso), "o olhar do flâneur" (Baudelaire, Walter Benjamin…), "o olhar do Wanderer"(Herman Hesse), "o olhar do estrangeiro" (Nelson Brissac Peixoto), "o olhar que não conduz a lugar nenhum" (Rainer Marie Rilke), "o olhar errante" (Bruce Chatwin), "o olhar da alma", "o olhar simbólico", "o olhar mítico", "o olhar cego", "o olhar reflectido", "o olhar utopista", "o olhar hermético", "o olhar saturniano", o "olhar plutuniano", o "olhar onírico" até mesmo "o olhar de serpente"…-salvaguardando a diferença de ordens epistemológicas enunciadas nesta listagem incompleta…A todos e cada das respectivas tipologias de olhar corresponderá a concretização estética de reconhecer o impulso gerador das imagens, quer fotográficas, quer videográficas que os artistas desenvolvem ou cumprem. Nuns casos, o olhar determinador da imagem, decorre de motivações mais enxutas e lúcidas, noutros casos, não está isentado de psico-afectivadade, compromisso societário, investimento ideológico ou compulsividade de uma qualquer axiologia identitária. Fala-se que em certos períodos da historiografia da arte europeia ocidental, em particular, no caso português, a melancolia se mascarou de saudade…Essa melancolia que foi considerada categoria estética privilegiada e que sustenta confrontos com carismas mais desafectados de emoção. A melancolia que Dürer gravou em simbologias referenciadas a hermetismos, ganhando-lhes adesão esoterista, soube converter-se em sublimidade e lamento…como nos relembrou Georges Didi-Huberman, num estudo acerca das imagens enquanto nelas residem-em são convívio-encenação, indiferença, crítica e muito frequentemente (nos media) vêem-se lamentação. Reconhecemos-lhes, uma certa percentagem (variável) de pathos… "L'image se découpe; elle est pure et nette comme une lettre: elle est la lettre de ce qui me fait mal. Précise, complète. Fignolée. Définitive, elle ne 1 Pascal Quignard, Sur le Jadis, Paris, Gallimard, 2002, pp.28-29

Jorge Soares, mestre do azulejo recortado, e a sua casa da Boavista, Praia Azul, Torres Vedras. Sinopse de um filme co-realizado com Tiago Pereira
Every  exterior and interior surface of the house has been invaded by a proliferating, chaotic and often parodic figuration, made from a wide diversity of materials, techniques and inspirations, always with rudimentary resources. A personal world was created, an encyclopedic puzzle; the work of a master of the broken tile who is first and foremost a humorist.

Resumo: Este artigo focar-se-á especificamente na extraordinária visão paisagística de Maria Gabriel, tal como na análise de algumas das suas obras, como por exemplo Paisagem fragmentada (1969), O apelo à paisagem (1972);  e algumas colagens fragmentadas de gravuras com outros médios da série Ritmos Campestres (2000), e tem como objectivo chamar a atenção para notável trabalho de Maria Gabriel.
Palavras chave: gravura, xilogravura, Maria Gabriel, paisagem, colagem

Title: The fragmented landscape of Maria Gabriel’s prints.
Abstract: This article will focus specifically on the extraordinary vision of Mary Gabriel landscape, such as the analysis of some of his works, such as exemplo Paisagem fragmentada (1969), O apelo à paisagem (1972), and some fragmented collages of prints with other medium series Ritmos Campestres (2000), and is intended to call attention to impressive work of Mary Gabriel.
Keywords:  printmaking, woodcut, Maria Gabriel, landscape,

The Coina Royal Glass Factory worked from 1719 to 1747 before being transferred to Marinha Grande on the initiative of John Beare. A detailed historical study on this glass factory was published by Jorge Custódio [1], who was also responsible for the archaeological excavation on its grounds. In 1769 the Portuguese King D. José I and his prime-minister Marquis of Pombal greatly supported William Stephens, allowing him to re-establish a previous ruined glass production centre that bankrupted under John Beare administration in 1767. The production at the new Royal Glass Manufacture in Marinha Grande started ca. 1770 and was administrated by William Stephens. In this work, we report some highlights of the four arcana found in Marinha Grande which consist in truly experimental notebooks where different formulations are carefully essayed and discussed [2] while providing a unique insight into the technology available at the early years of this manufacture. The study of these four arcanes was completed and in this communication we will discuss the recipes used for coloured glass while interpreting the chemical nomenclature used.

References:
[1] Jorge Custódio, A Real Fábrica de Vidros de Coina (1719-1747) e o Vidro em Portugal nos séculos XII e XVII. Ed. Instituto Português do Património Arquitectónico, Lisboa, Portugal, 2002
[2] António Pires de Matos, Carlos Queiroz, Filipa Lopes, Andreia Ruivo, Augusta Lima, Márcia Vilarigues, Glass colours at Marinha Grande by the last quarter of the 18th century, Annual Meeting of The Society of Glass Technology, Cambridge, September, 2009.

The work of surveying, study and dissemination of music iconography in portuguese paintings of the fourteenth and fifteenth centuries, allowed us to reflect and experience other ways of seeing the retable painting but also disseminate other primary sources - some unpublished - for recognition of musical practices in those times.  The work carries on from the seventeenth century centered in private collections, municipal museums, the Museu Nacional de Soares dos Reis and other institutions in the city of Oporto. What information do the images that were collected and analyzed in situ bring us?

Em meados dos anos 1930, António Pedro assinou o famoso Manifesto Dimensionista, ao lado de artistas internacionais como Alexander Calder, Ben Nicholson, Hans Arp, o casal Delaunay, Antoine Huidobro, Joan Miró, Marcel Duchamp, W. Kandinsky, Lazslo Moholy-Nagy ou Francis Picabia, todos eles tendo convergido para Paris no período posterior à 1ª Guerra Mundial. O autor do Manifesto foi Charles Sirato, tendo António Pedro assumido o impulso de o disseminar em Portugal, publicando em 1936 “Manifesto resumo do DimenSionisMo...

The Fountain of Manga (1528-34) was built during the spiritual reform of the Augustinian monastery of Santa Cruz de Coimbra led by Fr. Brás de Barros. The present work shows how the fountain’s architecture and its carvings were conceived as a surprising translation of the book “Spiegel der Volcomenheyt” (1501) written by the mystic Franciscan Hendrik Herp. It was based on this book that Fr. Brás outlined the spiritual reform of the monastery. In particular, the Fountain of Manga was designed according to both the medieval tradition and the Renaissance aesthetics. It is also in the spirit of the “Devotio Moderna” that its architectural form creates an ingenious allegory with an educational purpose, having the Franciscan mysticism and asceticism as “Leitmotiv”.

Este ensaio, que serviu de prefácio ao livro- catálogo de uma exposição antológica de Costa Pinheiro na Casa da Gandarinha - Fundação D. Luís I em Cascais, faz um percurso através da obra e procura tematizar as principais linhas de força que conduziram o desenvolvimento desta mesma obra.

A definição da concepção filosófica do corpo tem variado consoante os autores, as sociedades e os tempos, tendo igualmente em consideração parâmetros e critérios específicos que se enquadram na conformidade a valores religiosos, éticos, sócio-culturais e políticos. Refere-se à diversidade conceptual na abordagem dos pressupostos que se revelam fundadores para a sua explicitação, legitimação e vigência específica da definição do conceito. Apresenta-se ainda condicionada a sua presença e representação no domínio artístico: o tratamento social, o valor simbólico, a relação com o outro através da singularidade do corpo próprio, e em termos genéricos a relação do corpo singular com o mundo.1