O poema explora os temas do amor não expresso e da identidade fragmentada. O eu lírico sente amor por alguém, mas não sabe como expressar o que sente. Ele reflete sobre quem é e o que significa a própria existência, sentindo-se como um "mar de sargaço" de pensamentos e desejos dispersos.
O poema explora os temas do amor não expresso e da identidade fragmentada. O eu lírico sente amor por alguém, mas não sabe como expressar o que sente. Ele reflete sobre quem é e o que significa a própria existência, sentindo-se como um "mar de sargaço" de pensamentos e desejos dispersos.
O poema explora os temas do amor não expresso e da identidade fragmentada. O eu lírico sente amor por alguém, mas não sabe como expressar o que sente. Ele reflete sobre quem é e o que significa a própria existência, sentindo-se como um "mar de sargaço" de pensamentos e desejos dispersos.
O poema explora os temas do amor não expresso e da identidade fragmentada. O eu lírico sente amor por alguém, mas não sabe como expressar o que sente. Ele reflete sobre quem é e o que significa a própria existência, sentindo-se como um "mar de sargaço" de pensamentos e desejos dispersos.
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O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar. Sabe bem olhar p'ra ela, Mas não lhe sabe falar. Entre o sono e o sonho, Entre mim e o que em mim Quem quer dizer o que sente É o quem eu me suponho, Não sabe o que há-de dizer. Corre um rio sem fim. Fala: parece que mente... Tudo que faço ou medito Quando as crianças brincam Cala: parece esquecer... Passou por outras margens, Fica sempre na metade. E eu as oiço brincar, Diversas mais além, Querendo, quero o infinito. Qualquer coisa em minha alma Ah, mas se ela adivinhasse, Naquelas várias viagens Fazendo, nada é verdade. Começa a se alegrar. Se pudesse ouvir o olhar, Que todo o rio tem. E se um olhar lhe bastasse Que nojo de mim me fica E toda aquela infância P'ra saber que a estão a amar! Chegou onde hoje habito Ao olhar para o que faço! Que não tive me vem, A casa que hoje sou. Minha alma é lúcida e rica, Numa onda de alegria Mas quem sente muito, cala; Passa, se eu me medito; E eu sou um mar de sargaço — Que não foi de ninguém. Quem quer dizer quanto sente Se desperto, passou. Fica sem alma nem fala, Um mar onde boiam lentos Se quem fui é enigma, Fica só, inteiramente! E quem me sinto e morre Fragmentos de um mar de além... E quem serei visão, No que me liga a mim Vontades ou pensamentos? Quem sou ao menos sinta Mas se isto puder contar-lhe Dorme onde o rio corre — Não o sei e sei-o bem. Isto no coração. O que não lhe ouso contar, Esse rio sem fim. Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar... Pessoa by Miguel Yeco. O Teatro íntimo do ser. 1986.