Apostila Brigada de Incêndio
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Apostila Brigada de Incêndio
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CO
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IT O
1921
T O
S A N
1997
CURSO DE FORMAO
DE BRIGADA DE INCNDIO
APOSTILA
www.cb.es.gov.br
SUMRIO
2 BRIGADA DE INCNDIO..................................................................................................
3 QUMICA DO FOGO.........................................................................................................
5 CLASSES DE INCNDIO.................................................................................................
10
7 AGENTES EXTINTORES..................................................................................................
12
13
9 ABANDONO DE REA.....................................................................................................
29
30
PRIMEIROS SOCORROS
1 INTRODUO...................................................................................................................
35
2 CONCEITOS......................................................................................................................
35
3 SOCORRISTA...................................................................................................................
35
4 DIMENSIONAMENTO DA CENA......................................................................................
36
5 ABORDAGEM DA VTIMA................................................................................................
37
46
7 PARADA CARDIORRESPIRATRIA...............................................................................
50
8 ESTADO DE CHOQUE.....................................................................................................
56
9 HEMORRAGIA..................................................................................................................
59
10 TRAUMA MSCULOESQUELTICO............................................................................
64
11 FERIMENTOS.................................................................................................................
68
12 QUEIMADURAS..............................................................................................................
72
76
REFERNCIAS....................................................................................................................
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Brigada de Incndio
2 BRIGADA DE INCNDIO
A Brigada de Incndio possui regulamentao prpria, relatada na NT 07/CAT/CBMES
(formao), datada de 22 de dezembro de 2009, e na NBR 14.276 (composio, atribuio,
organizao), nas quais descrevem definies e caractersticas que envolvem a natureza da
atividade exercida pelos brigadistas.
Segundo a NT 07/CAT/CBMES, brigada de Incndio todo grupo organizado de pessoas
voluntrias ou indicadas, pertencente populao fixa de uma edificao, que so treinadas e
capacitadas para atuarem, sem exclusividade, na preveno e no combate a incndio, no
abandono de rea e prestao dos primeiros socorros.
Aps a capacitao dos funcionrios, cabe ao profissional da rea de segurana do trabalho ou
da CIPA (Comisso interna de Preveno de Acidentes) a organizao e estruturao da
brigada de incndio.
Apenas possuir brigadistas em seu quadro de funcionrios, no caracteriza que a organizao
ou edificao possui brigada de incndio. Para se considerar uma brigada, os brigadistas
devero pertencer a um grupo ORGANIZADO, com funes e aes pr-estabelecidas.
A seguir, o organograma de uma brigada de incndio, de acordo com a NBR 14.276:
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Brigada de Incndio
2.2.2
Aes de Emergncia
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3 QUMICA DO FOGO
Fogo uma reao qumica, na qual o material combustvel combina-se com o comburente
(normalmente o oxignio do ar atmosfrico), produzindo luz e calor. Essa reao qumica
chama-se combusto, sendo necessria a unio de trs elementos:
Combustvel;
Comburente;
Fonte de calor.
3.1 COMBUSTVEL
todo corpo capaz de queimar e alimentar o fogo. Quanto ao seu estado fsico, os
combustveis classificam-se em:
Madeira em combusto
Papel
Gasolina
gua raz
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Gs natural veicular
Gs liquefeito de petrleo
3.2 COMBURENTE
o elemento qumico que se combina com o combustvel, possibilitando o surgimento do fogo.
O comburente mais comum o oxignio, encontrado no ar atmosfrico em uma concentrao
de aproximadamente 21% (a chama ser discreta em ambientes na faixa de 8% a 16% de O2 e
no haver combusto abaixo de 8%).
3.3 CALOR
o elemento responsvel pelo incio da combusto, que representa a energia mnima
necessria para o incio do fogo. Esta energia pode ser produzida por choque, frico, presso,
fasca, por um ponto quente ou por chama viva.
Vale ressaltar que o calor uma fonte de energia trmica que pode ocorrer em reaes
qumicas ou fsicas.
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4.1 CONDUO
a transmisso de calor que ocorre de molcula para molcula, atravs do aumento do seu
movimento vibratrio, acarretando, tambm, em um aumento de temperatura em todo o corpo.
Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro prxima a uma fonte de
calor, as molculas desta extremidade absorvero calor; elas vibraro mais vigorosamente e se
chocaro com as molculas vizinhas, transferindo-lhes calor. Quando dois ou mais corpos
estiverem em contato, o calor transmitido atravs deles como se fosse um s corpo.
4.2 CONVECO
Quando a gua aquecida num recipiente de vidro, pode-se observar um movimento, dentro
do prprio lquido, de baixo para cima. medida que a gua aquecida, ela se expande e fica
menos densa (mais leve) provocando um movimento para cima. Da mesma forma, o ar
aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do ambiente, enquanto o ar frio
toma lugar nos nveis mais baixos.
As massas de ar aquecidas podem levar calor suficiente para iniciar o fogo em corpos
combustveis com os quais entrem em contato.
4.3 IRRADIAO
a transmisso de calor por meio de ondas e raios que se processa atravs do espao vazio,
no necessitando de continuidade molecular entre a fonte e o corpo que recebe o calor.
As ondas de calor propagam-se em todas as direes, e a intensidade com que os corpos so
atingidos aumenta ou diminui medida que esto mais prximos ou mais afastados da fonte de
calor. Isso se deve ao fato de que as molculas do ar absorvem parte do calor irradiado
fazendo com que a propagao perca fora com a distncia.
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5 CLASSES DE INCNDIO
Quase todos os materiais so combustveis, no entanto, devido diferena de composio,
queimam de formas diferentes e exigem maneiras diversas de extino. Por este motivo,
convencionou-se dividir os incndios em quatro classes: A, B, C e D.
5.1 CLASSE A
o incndio que ocorre em materiais slidos ou fibrosos comuns, que ao se queimarem
deixam resduos. Esses materiais queimam tanto em superfcie, quanto em profundidade.
Exemplo: madeira, papel, tecido, espuma etc.
5.2 CLASSE B
o incndio que ocorre em materiais lquidos inflamveis. Esses materiais queimam somente
em sua superfcie e no deixam resduos. Exemplos: gasolina, querosene, lcool, tinta etc.
5.3 CLASSE C
o incndio que ocorre em equipamentos eltricos energizados (equipamentos que se
encontram conectados corrente eltrica). Exemplos: mquinas e motores em geral, painis
eltricos etc.
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5.4 CLASSE D
o fogo que ocorre em metais pirofricos, tambm chamado de ligas metlicas. Exemplos:
magnsio, potssio, alumnio em p, zinco, antimnio, etc.
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6.2 ABAFAMENTO
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxignio com o material combustvel. No
havendo comburente para reagir com o combustvel, no haver fogo. Como excees esto
os materiais que tm oxignio em sua composio e queimam sem necessidade do oxignio
do ar, como os perxidos orgnicos e a plvora.
H tcnicas que se encaixam nesse mtodo de atuao, pois h outras formas de atuar no
combustvel que no apenas a retirada do que ainda est intacto. Ex.: fechamento de vlvula
ou interrupo de vazamento de combustvel lquido ou gasoso, retirada de materiais
combustveis do ambiente em chamas, realizao de aceiro, etc.
6.4 EXTINO QUMICA
A extino qumica se d quando os hidrocarbonetos
halogenados e sais inorgnicos atuam como agentes
extintores e interferem na cadeia de reaes, que se
realizam durante a combusto. Como exemplo, temos o P
Qumico Seco (PQS).
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7 AGENTES EXTINTORES
So substncias que empregadas contra o fogo, atuaro cancelando a ao de um dos
elementos do quadrado do fogo. Trataremos apenas dos agentes extintores mais comuns, que
so utilizados em aparelhos extintores.
7.1 GUA
agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por resfriamento, devido a
sua propriedade de absorver grande quantidade de calor. Atua tambm por abafamento
(dependendo da forma como utilizada, podendo ser aplicada em diversos tipos de jato, como:
neblinado, neblina e compacto).
Em razo da existncia de sais minerais em sua composio qumica, a gua conduz
eletricidade e seu usurio, em presena de materiais energizados, pode sofrer choque eltrico.
Quando a gua utilizada no combate ao fogo em lquidos inflamveis, h o risco de ocorrer
transbordamento do lquido que est queimando, aumentando, assim, a rea do incndio.
o agente extintor "universal". A sua abundncia e as suas caractersticas de emprego, sob
diversas formas, possibilitam a sua aplicao em inmeros materiais combustveis.
7.2 ESPUMA
A espuma pode ser qumica ou mecnica conforme o seu processo de formao. A espuma
qumica resulta da reao entre as solues aquosas de sulfato de alumnio e bicarbonato de
sdio, e a mecnica produzida pelo batimento da gua, LGE (lquido gerador de espuma) e
ar.
A rigor, a espuma mais uma das formas de aplicao da gua, pois se constitui de um
aglomerado de bolhas de ar envoltas por pelcula de gua. Mais leve que todos os lquidos
inflamveis, utilizada para extinguir incndios por abafamento e, por conter gua, possui uma
ao secundria de resfriamento.
7.3 P QUMICO SECO (PQS)
Os Ps Qumicos Secos so substncias constitudas de bicarbonato de sdio, bicarbonato de
potssio ou cloreto de potssio, que, pulverizadas, formam uma nuvem de p sobre o fogo,
extinguindo-o por quebra da reao em cadeia e por abafamento. O p deve receber um
tratamento anti-higroscpico para no umedecer, evitando assim a solidificao no interior do
aparelho.
Os ps so classificados conforme a sua correspondncia com as classes de incndios, a que
se destinam a combater, conforme as seguintes categorias:
P ABC composto a base de fosfato de amnio ou fosfatomonoamnico, sendo chamado de
triclssico, pois atua nas classes A, B e C.
P BC nesta categoria est o tipo de p mais comum e conhecido, o PQS ou P Qumico
Seco. Os extintores de PQS para classe B e C utilizam os agentes extintores bicarbonato de
sdio, bicarbonato de potssio, cloreto de potssio, tratados com um estearato a fim de tornlos antihigroscpios e de fcil descarga.
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Gatilho
Ala de Transporte
Rtulo
Etiqueta de validade
Recipiente, vasilhame
ou corpo do extintor
Extintor porttil
Extintor sobre-rodas
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gua pressurizada
gua a pressurizar
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Espuma mecnica
pressurizado
Espuma qumica
Espuma mecnica a
pressurizar
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OBSERVAES:
Nos extintores pressurizados diretamente, basta retirar a trava de segurana e acionar o
gatilho. Nos extintores a pressurizar, necessrio abrir a vlvula do cilindro de pressurizao,
para que o gs propelente entre no corpo do extintor e pressurize o agente extintor, acionando
o gatilho em seguida.
Aps o uso dos extintores em uma situao de incndio, depois de utilizado ou depois de
testado e constatada a falha, o extintor deve ser deixado deitado para que outros no percam
tempo tentando us-lo.
8.1.3 Manuteno e Inspeo
A manuteno comea com o exame peridico e completo dos extintores e termina com a
correo dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficaz. realizada
atravs de inspees, onde so verificados: localizao, acesso, visibilidade, rtulo de
identificao, sinalizao, lacre e selo da ABNT, peso, danos fsicos, obstruo do esguicho e
presso dos manmetros (nos que possuem).
8.1.3.1 Inspees
a) Semanais: nas inspees semanais devem ser verificados se o acesso, a visibilidade e a
sinalizao dos extintores esto desobstrudos, alm de observar se os aparelhos esto de fato
nos lugares determinados pelo memorial descritivo dos extintores.
b) Mensais: verificar se o esguicho est desobstrudo, se a presso nos manmetros est na
marcao recomendada (nos extintores que possuam manmetro), e se o lacre e a trava de
segurana esto em perfeitas condies.
c) Semestrais: observar o peso dos aparelhos extintores, principalmente no extintor de CO2.
Caso o peso tenha diminudo de 90% do peso de trabalho, prudente recarregar o aparelho.
d) Anuais: verificar se no existem danos fsicos no corpo do aparelho extintor, e recarreg-lo.
e) Quinquenais: efetuar o teste hidrosttico, que a prova a que se submete o aparelho
extintor a cada 5 anos, ou todas as vezes que o aparelho sofrer acidente, tais como: batidas,
exposio a temperaturas altas, ataques qumicos (corroso) etc.
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8.1.3.2 Recarga
Os aparelhos extintores devem ser recarregados aps o uso em princpios de incndio, quando
tiverem o lacre de segurana rompido (mesmo que acidentalmente) e todas as vezes que
completarem 1 ano da sua recarga anterior, mesmo que no tenham sido utilizados.
8.1.4 Quadro Informativo de Uso dos Extintores
Classe de
Incndio
A
GUA
ESPUMA
PQS
CO2
HALON
SIM
SIM
INEFICAZ
INEFICAZ
INEFICAZ
Excelente
Regular
SIM
S superfcie S superfcie
SIM
SIM
S superfcie
SIM
NO
Excelente
C
NO
Excelente
SIM
Bom
SIM
Excelente
SIM
Bom
Excelente
Excelente
NO
NO
NO
Ps especiais
NO
NO
Alcance do jato
10 m
5m
5m
2,5 m
3,5 m
Tempo de
descarga
60 seg
60 seg
15 seg
25 seg
15 seg
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8.2.1 Hidrantes
So dispositivos existentes em redes hidrulicas que possibilitam a captao de gua para
emprego nos servios de bombeiros, principalmente no combate a incndio. Esse tipo de
material hidrulico depende da presena do homem para a utilizao da gua no combate ao
fogo. a principal instalao fixa de gua, de funcionamento manual.
8.2.1.1 Hidrante de Coluna Urbano Tipo Barbar
Hidrante Industrial
Dispositivo que integra o Sistema Hidrulico Preventivo (SHP) das edificaes. Localizado no
interior das caixas de incndio ou abrigos, poder ser utilizado nas operaes de combate a
incndio pelo Corpo de Bombeiros, brigada de incndio e ocupantes da edificao que
possuam treinamento especfico. Obrigatoriamente, as caixas de incndio devero possuir: 01
esguicho, 01 chave de mangueira e mangueiras de incndio, conforme o projeto da edificao.
Hidrante de parede
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8.2.2 Mangueiras
So condutores flexveis, utilizados para conduzir a gua sob presso da fonte de suprimento
ao local onde deve ser lanada. Flexvel, pois permite o seu manuseio para todos os lados,
resistindo a presses elevadas.
As mangueiras podem ser de 1 ou 38 milmetros, e de 2 ou de 63 milmetros, de acordo
com a especificao no projeto contra incndio e pnico. So constitudas de fibra de tecido
vegetal (algodo, linho, etc.) ou de tecido sinttico (polister), dependendo da natureza de
ocupao da edificao. Possuem um revestimento interno de borracha, a fim de suportar a
presses hidrostticas e hidrodinmicas, oferecidas pelo SHP.
Mangueira de 2 pol
Mangueira de 1 pol
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8.2.3 Esguichos
So peas metlicas, conectadas nas extremidades das mangueiras, destinadas a dirigir e dar
forma ao jato dgua.
8.2.3.1 Esguicho agulheta
um tipo de esguicho simples,
considerado comum, encontrado em algumas
edificaes por conta da aprovao antiga do
seu projeto de preveno contra incndio e
pnico. Esse esguicho s produz jato
compacto, no possui controle de vazo e
est sendo substitudo pelos esguichos
regulveis.
Agulheta 1 pol
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Esguicho regulvel
8.2.3.3 Chave de mangueira
Chave de mangueira
8.3 SISTEMA DE DETECO E ALARME
So equipamentos que tem por objetivo detectar e avisar a todos os ocupantes da edificao,
da ocorrncia de um incndio ou de uma situao que possa ocasionar pnico. O alarme deve
ser audvel em todos os setores da edificao, abrangidos pelo sistema de segurana.
8.3.1 Funcionamento
O acionamento do alarme pode ser manual ou automtico. Quando for automtico, o mesmo
estar conectado a detectores de fumaa ou de calor. A edificao deve contar com um plano
de abandono de rea, a fim de aperfeioar a utilizao do alarme de incndio.
8.3.1.1 Alarme de acionamento manual
So equipamentos que necessitam do acionamento direto, a fim de fazer soar a sirene.
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Acionadores manuais
Sirene
Detectores de fumaa
Detectores de calor
8.4 SISTEMA DE ILUMINAO DE EMERGNCIA
O Sistema de Iluminao de Emergncia o conjunto de componentes que, em
funcionamento, proporciona a iluminao suficiente e adequada para permitir a sada fcil e
segura do pblico para o exterior, no caso de interrupo da alimentao normal, como
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Escadas de emergncia
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Porta cortafogo
Barra de ferro
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8.6.4 Corta-a-Frio
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8.6.6 Moto-Abrasivo
Aparelho com motor que, mediante frico, faz cortes
em estruturas metlicas e de alvenaria.
Moto-abrasivo
8.6.7 Malho
Modelos de picareta
9 ABANDONO DE REA
Ningum espera o acontecimento de um incndio. Baseado nesta afirmao preciso ter um
plano de abandono, para ser utilizado em caso de sinistro, pois o incndio poder ocorrer em
qualquer lugar.
importante falar que todo incndio comea pequeno, e se no for controlado no incio, pode
atingir propores que o prprio Corpo de Bombeiros ter dificuldade em combat-lo. Portanto,
se faz necessrio observar se a edificao possui todos os recursos destinados a preveno e
combate a incndio e pnico, de acordo com a legislao vigente.
A seguir, veremos uma srie de orientaes que, se seguidas, daro condies aos ocupantes
da edificao, para que possam sair em segurana.
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Viseira incolor
Viseira refletiva
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b) culos de proteo
Roupas de aproximao
10.1.3 Mos e ps
a) Mos
Os EPIs visam proteger contra a ao de objetos cortantes, abrasivos, corrosivos, alergnicos,
alm de produtos graxos e derivados de petrleo.
Luvas de proteo
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b) Ps
Os EPIs visam proteger contra leses ocasionadas de origem mecnica (quedas de materiais),
agentes qumicos, trmicos e objetos perfurantes ou cortantes.
Calado industrial
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Traquia e mscara
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Unidade purificadora de ar
Mscara autnoma
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PRIMEIROS SOCORROS
1 INTRODUO
Seja qual for o trabalho desempenhado por um brigadista, possvel que ele seja acionado
para atender e socorrer vtimas dos mais variados acidentes. Nessas horas, importante que
ele saiba como atuar para realmente ajudar o acidentado, pois o socorro inadequado pode
muitas vezes significar o agravamento das leses sofridas pelas vtimas, ou mesmo a sua
morte.
importante que o brigadista conhea e saiba colocar em prtica os conhecimentos para
fornecer o suporte bsico de vida. Saber fazer o certo, na hora certa, pode significar a
diferena entre a vida e a morte de um acidentado. Alm disso, a aplicao correta dos
primeiros socorros pode minimizar os resultados decorrentes de uma leso, reduzir o
sofrimento da vtima e coloc-la em melhores condies para receber o tratamento definitivo.
O domnio das tcnicas de suporte bsico de vida permitir ao brigadista identificar o que h de
errado com a vtima, realizar o tratamento adequado e transport-la, alm de transmitir
informaes sobre seu estado ao mdico que se responsabilizar pela sequncia de seu
tratamento.
As tcnicas de primeiros socorros no requerem equipamentos sofisticados para seu correto
emprego, at porque, nem sempre o brigadista ir contar a todo o momento com um
estojo/bolsa de emergncia, portanto, importante que ele saiba utilizar os meios de fortuna,
ou seja, objetos encontrados no prprio local do acidente e improvis-los como meios
auxiliares no socorro.
2 CONCEITOS
Primeiros Socorros: so os cuidados imediatos prestados a uma pessoa cujo estado
fsico coloca em perigo a sua vida ou a sua sade, com o fim de manter as suas funes
vitais e evitar o agravamento de suas condies, at que receba assistncia mdica
especializada.
Atendimento Pr-hospitalar: conjunto de procedimentos realizados por profissional
capacitado, no local da emergncia e durante o transporte da vtima, visando mant-la com
vida e estvel at sua chegada em uma unidade hospitalar.
Suporte Bsico da Vida: uma sequncia de aes de medidas de emergncia que
consistem no reconhecimento e correo da falncia do sistema respiratrio e/ou
cardiovascular, ou seja, manter a pessoa respirando, com pulso e sem hemorragias.
Trauma: leso causada ao organismo por um agente externo.
3 SOCORRISTA
a pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com segurana, avaliar e identificar
problemas que comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequado socorro prhospitalar e o transporte do paciente sem agravar as leses j existentes. Para ser um bom
prestador de primeiros socorros e exercer sua funo da melhor forma possvel, o socorrista
deve:
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Manter a Calma: antes de atuar o socorrista deve ter calma e autocontrole para tomar
decises corretas, pois vai enfrentar situaes de emergncia que envolve pnico e
sofrimento;
Infundir Confiana: deve ter capacidade de liderana para assumir o controle da situao.
Repassar confiana para o paciente. Evitar dvidas e hesitaes, para evitar que se gaste
um tempo maior na prestao do socorro;
Fazer o Possvel no Correndo Riscos Desnecessrios: atuar de forma segura para
no se tornar uma nova vtima.
As responsabilidades do socorrista no local da emergncia incluem o cumprimento das
seguintes atividades:
a) Utilizar os equipamentos de proteo individual;
b) Controlar o local do acidente, identificando e gerenciando os riscos, de modo a proteger a si
mesmo, sua equipe, o paciente e prevenir outros acidentes;
c) Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessrios para a situao;
d) Fazer o melhor possvel para proporcionar uma assistncia de acordo com seu
treinamento, no correndo riscos desnecessrios;
e) Decidir quando a situao exige a movimentao e a mudana da posio ou local do
paciente. O procedimento deve ser realizado com tcnicas que evitem ou minimizem os riscos
de outras leses;
f) Solicitar, se necessrio, auxlio de terceiros presentes no local da emergncia e coordenar
as atividades;
g) Fornecer um atendimento humanizado ao paciente, tratando a vida humana com dignidade
e respeito.
4 DIMENSIONAMENTO DA CENA
Antes de se iniciar o atendimento, de fundamental importncia que o socorrista faa a correta
anlise do local do acidente, a fim de identificar o nmero de vtimas, os possveis riscos,
garantindo a sua segurana e das vtimas.
De forma alguma, o responsvel pelas aes de primeiros socorros deve se expor a riscos que
podem torn-lo uma nova vtima.
Essas anlises no devem tomar muito tempo e so importantssimas para que o auxlio
vtima seja prestado de forma precisa. Analisando a vtima, o socorrista saber exatamente o
que fazer, ganhando, contudo, tempo.
4.1 GERENCIAMENTO DE RISCOS
Consistem na avaliao minuciosa por parte do socorrista em toda a cena de emergncia,
possibilitando eliminar ou minimizar, as situaes de risco existentes: incndio, exploso,
choque eltrico, contaminao com produtos qumicos e agentes biolgicos, intoxicao,
asfixia, atropelamento, ocorrncia de novos acidentes etc.
4.2 EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL (EPI)
EPIs so equipamentos destinados proteo da integridade fsica do socorrista durante a
realizao de atividades onde possam existir riscos potenciais sua pessoa.
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Estabilizao da cervical e
verificao do nvel de
conscincia.
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Varredura digital
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2 Etapa:
B - Verificar a respirao
Aps a abertura das vias areas, deve-se verificar se a vtima est respirando
espontaneamente. Para realizar essa avaliao, o socorrista deve aplicar a tcnica do ver,
ouvir e sentir VOS.
Colocando a lateral de sua face bem prximo boca e o
nariz da vtima, o socorrista poder ver os movimentos
torcicos associados com a respirao, ouvir os rudos
caractersticos da inalao e exalao do ar e sentir a
exalao do ar atravs das vias areas superiores.
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Respirao boca-a-boca
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Consideraes Importantes:
Se a vtima respira, logo tem pulso;
Se no respira e tem pulso, realizar manobra de reanimao pulmonar;
Se no respira e no tem pulso, realizar manobra de reanimao cardiopulmonar.
Contudo, o socorrista leigo, isto , aquele que no profissional da area da sade ou que na
sua vida profissional no atua com o atendimento pr-hospitalar ou hospitalar, como por
exemplo, Brigadista de Incndio ou concludente de Curso de Primeiros Socorros que no atue
ROTINEIRAMENTE na rea, no tem experincia suficiente para verificar o pulso da vtima e,
em razo disso, a fim de que no haja perda de tempo pela demorar em auferir o pulso, no se
exige tal procedimento dele.
Diante disso, caso a vtima se apresente sem responsividade aps as insuflaes de resgate e
no sendo caso de OVACE, iniciar-se- imediatamente, a reanimao cardiopulmonar.
4 Etapa:
D - Incapacidade neurolgica
Observar as pupilas da vtima, pois em situao normal so do mesmo tamanho e possuem
contornos regulares.
Em caso de trauma, a anormalidade das pupilas se apresenta em lado oposto ao traumatizado.
Pupilas contradas um indicativo de m oxigenao no crebro e, uma das causas, pode ser
a utilizao de drogas.
Pupilas desiguais pode ser consequncia de traumatismo craniano ou acidente vascular
cerebral.
Pupilas dilatadas podem significar inconscincia, sofrimento do Sistema Nervoso Central ou
bito.
Pupilas desiguais
Pupilas contradas
Pupilas dilatadas
5 Etapa:
E - Exposio dos ferimentos
Retirar vestimentas pesadas que impeam a correta avaliao da existncia de ferimentos,
expondo somente as partes lesionadas para tratamento, prevenindo o choque e preservando a
intimidade da vtima, sempre que possvel.
5.3 EXAME SECUNDRIO
O exame secundrio avaliao da cabea aos ps do acidentado. O socorrista deve
completar o exame primrio, identificar e tratar as leses que ameaam a vida antes de
comear o exame secundrio. Seu objetivo identificar leses ou problemas que no foram
identificados durante o exame primrio.
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Temperatura: a diferena entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo humano.
Valores normais: 36,5 a 37,0 C independente da faixa etria.
Temperatura Relativa da Pele
Em atendimento pr-hospitalar, o socorrista verifica a temperatura relativa da pele colocando o
dorso da sua mo sobre a pele do paciente (na testa, no trax ou no abdmen). O socorrista
estima a temperatura relativa da pele pelo tato.
Convm recordar que a pele a grande responsvel pela regulao da temperatura e poder
apresentar-se normal, quente ou fria, mida ou seca.
Durante o monitoramento, o socorrista dever utilizar o termmetro clnico, para real
certificao da temperatura corporal.
Com relao colorao, a pele poder estar:
Plida,
Ruborizada ou
Ciantica.
Nas pessoas afrodescendentes, a cianose poder ser notada nos lbios, ao redor das fossas
nasais e nas unhas.
Presso arterial (PA): a presso exercida pelo sangue no sistema arterial, que depende
da fora de contractilidade do corao e a frequncia de contrao (quantidade de sangue
circulante no sistema arterial e da resistncia perifrica das artrias).
A presso mxima ou sistlica quando o corao est comprimido (bombeando o sangue),
geralmente entre 60 e 140 mmHg, e mnima ou diastlica quando o corao est relaxado
(recebendo o sangue), geralmente entre 60 e 90 mmHg.
Para aferirmos a presso arterial necessria a utilizao de um aparelho chamado
esfigmomanmetro.
5.3.3 Guia para realizar o exame fsico detalhado
O exame fsico detalhado da cabea aos ps deve ser realizado pelo socorrista em cerca de 2
a 3 minutos.
O exame completo no precisa ser realizado em todos os pacientes, apenas limitado queles
que sofreram pequenos acidentes ou que possuem emergncias mdicas evidentes.
Ao realizar o exame padronizado da cabea aos ps, o socorrista dever:
1. Verificar a regio posterior e anterior do pescoo (regio cervical), observando o
alinhamento da traquia.
2. Verificar se no crnio h afundamentos ou escalpes (couro cabeludo e testa).
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12. Examinar os membros superiores, procurando por ferimentos, fraturas e reas dolorosas.
13. Pesquisar a presena de pulso distal, motricidade, perfuso e sensibilidade.
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Colocar a raiz do polegar de uma das mos entre a cicatriz umbilical e o apndice xifide;
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Pressionar o abdome da vtima puxando-o para si e para cima, por 5 vezes, forando a
sada do corpo estranho;
Obs. 1: caso a compresso abdominal seja invivel, por tratar-se de paciente obeso ou
gestante, realizar as compresses na poro mdia inferior do osso esterno.
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Obs. 2: se a vtima da obstruo for a prpria pessoa e esta se encontrar sozinha, dever
forar a tosse de maneira insistente, ou utilizar-se do espaldar de uma cadeira para que seja
possvel comprimir o abdome.
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7. PARADA CARDIORRESPIRATRIA
A parada cardiorrespiratria o cessar da atividade mecnica do corao. Ao se detectar uma
parada cardaca, o socorrista deve realizar compresses torcicas, de acordo com os passos
demonstrados a seguir.
7.1 MANOBRA DE REANIMAO CARDIOPULMONAR (RCP) PARA VTIMAS DE TRAUMA
A reanimao cardiorrespiratria ou cardiopulmonar requer uma sequencia de procedimentos
parecidos com o ABCD da avaliao inicial, com a diferena que o D da RCP se refere
desfibrilao:
A - Via area: manter a via area para a passagem do ar;
B - Respirao: ventilar os pulmes da vtima com presso positiva;
C - Circulao: fazer compresses torcicas;
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CIRCULAO (C)
6 passo: inicie as compresses torcicas conforme demonstrado a seguir:
a) Localizao do ponto da compresso torcica para adultos e crianas:
Dedilhar as costelas at chegar ao processo xifide;
Colocar dois dedos logo aps o dedo que localizou o processo xifide;
Colocar o calcanhar da mo sobre a poro mdia inferior do esterno, logo aps os dois
dedos;
Entrelaar os dedos das mos, mantendo o calcanhar da mo sobre a poro mdia inferior
do esterno. Os dedos do brigadista no tocam o trax da vtima durante as compresses.
Os braos tambm devero permanecer eretos e perpendiculares ao trax da vitima durante
todo o tempo. Para isso, o socorrista dever inclinar-se.
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Vtima criana: o brao deve ficar estendido e o brigadista deve utilizar o peso do brao para
efetuar as compresses. Dependendo do tamanho da criana, pode-se utilizar o
posicionamento para adulto.
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Vtima lactente: Os dedos mdio e anelar ficam no local da compresso e a fora utilizada a
da mo.
d) Realizao das compresses e insuflaes
Intercalam-se compresses cardacas com respiraes artificiais (insuflaes), de acordo com
a tabela a seguir.
3
Adulto
Criana
Beb
Posio das
mos
Compresso
Mnima
2 polegadas
4
ou 5 cm
Repeties
30 compresses
02 insuflaes
30 compresses
02 insuflaes
30 compresses
02 insuflaes
Ciclos
5 vezes
5 vezes
5 vezes
Observaes:
Uma vez iniciado o procedimento, o mesmo s pra com a chegada de uma equipe de
socorro especializada, com a chegada da vtima em um hospital ou quando esboar algum
sinal de retorno dos sinais vitais. O socorrista deve monitorar constantemente a vtima;
O procedimento de reanimao poder ser realizado por dois socorristas, que invertero
suas posies de compresso e insuflao ao final do ciclo;
Cada ventilao de resgate deve ser aplicada em, aproximadamente, 1 segundo, e deve
provocar a elevao do trax;
Frequncia de compresso mnima de 100/minuto6;
Retorno total do trax aps cada compresso;
Minimizao das interrupes nas compresses torcicas.
3
Exceto recm-nascido.
De acordo com as novas diretrizes da Associao Americana do Corao (American Heart Association
- AHA/2010), em uma vtima adulta, o esterno deve ser comprimido, no mnimo, 2 polegadas (5 cm).
Antes, as compresses eram de aproximadamente 4 a 5 cm. Tal mudana se fez necessria pelo fato
de que havia confuso quando se recomendava uma faixa de profundidade; por isso, agora, recomendase uma profundidade de compresso especfica. Ademais, a cincia disponvel sugere que as
compresses de, pelo menos, 2 polegadas sejam mais eficazes do que as de 1 polegada. Isto porque as
compresses criam fluxo sanguneo principalmente por aumentarem a presso intratorcica e
comprimirem diretamente o corao. Portanto, as compresses geram fornecimento de fluxo sanguneo,
oxignio e energia, crticos para o corao e o crebro.
5
Tratando-se de socorrista leigo, deve-se utilizar a relao compresso-ventilao de 30:2 para todas
as vtimas e ainda que haja 02 socorristas. Contudo, se houver 02 socorristas profissionais de sade
deve-se utilizar a relao compresso-ventilao de 15:2 apenas para as vtimas crianas e bebs e
30:2 para vtimas adultas.
6
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP enfatizam a necessidade de uma RCP de alta qualidade, por
isso, houve a mudana na frequncia de compresso de aproximadamente 100/minuto para no
mnimo 100/minuto. A alterao justificada pelo fato de que o nmero de compresses torcicas
aplicadas por minuto durante a RCP um fator determinante/importante para o retorno da circulao
espontnea e da sobrevivncia com boa funo neurolgica. O nmero real de compresses torcicas
aplicadas por minuto determinado pela frequncia das compresses torcicas e o nmero e a durao
das interrupes nas compresses (para, por exemplo, abrir a via area, aplicar ventilaes de resgate
ou permitir anlise do DEA/DAE). Na maioria dos estudos, a aplicao de mais compresses est
associada a maiores taxas de sobrevivncia, ao passo que a aplicao de menos compresses est
associada a uma menor sobrevivncia. A aplicao de compresses torcicas adequadas exige nfase
no somente na frequncia adequada de compresses, mas tambm em minimizar interrupes a este
componente crtico da RCP. Uma frequncia de compresso inadequada ou interrupes frequentes (ou
ambas) reduziro o nmero total de compresses aplicadas por minuto.
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TEMPO
4 a 6 minutos
45 a 90 minutos
4 a 6 horas
Anafiltico: resulta
vasodilatadores.
de
reao
alrgica
grave,
que
produz
substncia
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Fornecer oxignio;
Afrouxar as roupas da vtima, para facilitar respirao e circulao;
Cobrir a vtima com cobertores ou sacos plsticos para mant-la aquecida;
Acalmar a vtima;
No administrar nada via oral (gua, alimentos, medicao);
Reavaliar frequentemente os sinais vitais.
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9 HEMORRAGIA
9.1 DEFINIO
o extravasamento de sangue provocado pelo rompimento de um vaso sanguneo ou das
cavidades do corao, podendo provocar estado de choque e bito.
Dependendo da gravidade pode provocar a morte em alguns minutos, por isso, o controle de
grandes hemorragias prioridade. Deve-se estancar imediatamente a hemorragia, fazendo no
local um dos mtodos demonstrados neste captulo.
A hemorragia deve, portanto, ser tratada na anlise primria, para depois tratar a via area e a
ventilao do paciente. Nesta fase deve-se remover a roupa do paciente para examinar as
hemorragias.
9.2 CLASSIFICAO
As hemorragias podem ser classificadas de acordo com:
Tipo de vaso sanguneo:
Arterial: quando o vaso atingido uma artria, caracteriza-se por hemorragia que faz jorrar
sangue pulstil e de cor vermelho vivo; a perda de sangue rpida e abundante.
Venoso: quando o vaso atingido uma veia, caracteriza-se por hemorragia na qual o fluxo
de sangue que sai contnuo, na cor vermelho escuro, podendo ser abundante.
Capilar: quando o vaso atingido um capilar, o sangue escoa lentamente, normalmente
numa cor menos viva que o sangue arterial.
Localizao da hemorragia:
Externa: ocorre devido a ferimentos abertos, onde o sangue eliminado para o exterior do
organismo. Pode ser controlada utilizando tcnicas bsicas de primeiros socorros.
Interna: ocorre quando h leso de um rgo interno e o sangue se acumula em uma
cavidade do organismo, como: peritnio, pleura, pericrdio, meninges ou se difunde nos
interstcios dos tecidos. Geralmente no visvel. No h mtodos de estancamento da
hemorragia no pr-hospitalar, o paciente precisa ser tratado no hospital.
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Encaminhe a vtima ao pronto socorro, pois esse tipo de hemorragia pode ser a
manifestao de determinadas doenas.
b) Trax e Abdome
Comprima o ferimento com um pano dobrado, amarrando-o com atadura larga;
Mantenha o acidentado deitado com a cabea mais baixa que o corpo, exceto em casos de
fratura de crnio.
c) Hemorragia dos Pulmes
Manifesta-se aps um acesso de tosse, e o sangue que sai pela boca de cor vermelho
rutilante.
Deite a vtima mantendo-a em repouso;
Tranquilize-a e no a deixe falar;
Procure imediato auxlio mdico e remova a vtima para um pronto socorro.
d) Hemorragia Digestiva
A vtima apresenta nuseas e pode vomitar sangue vivo ou digerido, semelhante borra de
caf.
Mantenha a vtima em repouso e providencie sua remoo para o hospital.
9.3.2 Hemorragia Externa
de mais fcil identificao, pois basta visualizar o local onde ocorre a perda de sangue.
9.3.2.1 Sinais e Sintomas
Agitao;
Palidez;
Sudorese;
Pele fria;
Pulso acelerado e fraco;
Hipotenso9;
Sede;
Fraqueza;
Alterao do nvel de conscincia;
Estado de choque.
9.3.2.2 Tratamento / Mtodos de Conteno
a) Compresso Direta
Comprimir diretamente o local do ferimento, pressionando o ponto de hemorragia, usando
compressa estril, se possvel. A interrupo precoce da compresso direta remover o
cogulo semiformado, reiniciando a hemorragia.
Nos ferimentos com objetos penetrantes, devem-se comprimir ambos os lados do objeto. Podese fazer um curativo compressivo usando compressas ou faixas elsticas, se isso for suficiente
para o estancamento da fratura, caso contrrio mantenha a compresso direta.
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b) Elevao do Membro
Eleve o membro de modo que o ferimento fique acima do nvel do corao. Essa tcnica pode
ser usada em conjunto com a compresso direta nas hemorragias de membro superior ou
inferior. Os efeitos da gravidade vo ajudar a diminuir a presso do sangue, auxiliando no
controle da hemorragia. Essa tcnica no deve ser empregada quando houver suspeita de
fratura, entorse ou luxao.
c) Pontos de Presso
Comprima a artria que passe rente a uma superfcie do corpo prximo a uma estrutura ssea.
O fluxo de sangue ser diminudo, facilitando a conteno da hemorragia. Essa tcnica dever
ser utilizada aps a presso direta ou quando a presso direta com elevao do membro tenha
falhado.
No membro superior, o ponto de compresso a artria braquial (prxima ao bceps),
conforme figura; e no membro inferior a artria femural (prxima virilha).
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revistas.
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11.3.2 Inciso
Leso de bordos regulares produzidas por objetos cortantes, que podem causar sangramento
varivel e danos a tecidos profundos, como tendes, nervos e msculos.
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11.3.3 Lacerao
Leso de bordos irregulares, produzida por trao ou compresso.
11.3.4 Contuso
Leso, sem rompimento da pele, decorrente de trauma direto aos tecidos moles e que provoca
dor e edema (inchao).
11.3.5 Avulso
Extrao ou arrancamento total ou parcial de uma parte do corpo.
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11.3.6 Perfurao
Leso que avana atravs da pele e danifica os tecidos em uma linha transversal. Podem ser
provocados por objetos pontiagudos e armas de fogo. Uma leso penetrante pode ser
perfurante, quando h um ponto de entrada e outro de sada.
11.3.7 Transfixao
Leso similar a perfurao, mas o objeto perfurante fixa-se ao corpo.
11.3.8 Eviscerao
Leso na regio do abdmen em que as vsceras ficam expostas.
11.3.9 Amputao
Tipo de avulso em que membro ou sua parte totalmente arrancada.
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11.4 TRATAMENTO
11.4.1 Ferimento Fechado
Estas leses podem variar desde leses abaixo da pele at leses severas em rgos internos.
Basicamente, o tratamento pr-hospitalar consiste em:
Avaliar o acidentado;
Identificar a leso;
Tratar a hemorragia interna com imobilizao da regio, prevenindo o estado de choque; e
Transportar rapidamente para um pronto socorro.
11.4.2 Ferimento Aberto
Tratamento bsico:
Exponha o local do ferimento (se necessrio, corte as vestes);
Cubra o ferimento com um curativo estril para controlar sangramentos e prevenir a
contaminao;
Mantenha o paciente em repouso e tranquilize-o;
Previna o estado de choque.
Observao: No remova um curativo j colocado, caso no tenha ocorrido a conteno,
coloque mais curativo sobre o primeiro e proceda assim at que seja feita a conteno da
hemorragia.
Tratamento especfico:
Abraso: lavar o ferimento com gua limpa corrente;
Inciso: aproximar as bordas;
Transfixao: no remover objetos encravados e estabilize-os;
Eviscerao: proteger as vsceras com plstico estril ou compressa mida, no introduzilas na cavidade abdominal; no retirar pedaos das vsceras e mant-las midas;
Amputao: guardar a parte amputada envolta em gaze ou compressa estril (pode ser
tambm um pano limpo), umedecido com soluo fisiolgica; colocar a parte amputada,
agora protegida, dentro de um saco plstico e em seguida dentro de um segundo saco ou
caixa de isopor repleta de gelo e transporta-la ao hospital.
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12 QUEIMADURAS
12.1 DEFINIO
Leso do tecido de revestimento do corpo, causada por agentes trmicos, qumicos,
radioativos ou eltricos, podendo destruir total ou parcialmente a pele e seus anexos, at
atingir camadas mais profundas (msculos, tendes e ossos).
Ex: vapores quentes; objetos congelados; substncias qumicas (cidos e lcalis); radiaes
infravermelhas e ultravioletas; materiais energizados; descargas atmosfricas.
12.2 CLASSIFICAO DAS QUEIMADURAS
12.2.1 Quanto profundidade
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ADULTO
9%
9% cada
18%
18%
18% cada
1%
100%
CRIANA/LACTENTE
18%
9% cada
18%
18%
13,5% cada
1%
100%
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b) Queimaduras Qumicas
Limpe e remova substncias qumicas da pele do paciente e das roupas antes de lavar o
local;
Lave o local queimado com soro ou gua limpa corrente por, no mnimo, 15 minutos, sem
presso ou frico;
Se lcali seco no lavar, retirar manualmente (exemplo: soda custica);
Cubra com curativo estril toda a rea de leso.
c) Queimadura nos Olhos
Lavar o olho com gua em abundncia ou, se possvel, com soro fisiolgico por no mnimo
15 minutos;
Cubra a regio com curativo estril mido, umedea o curativo a cada 5 minutos.
d) Queimaduras Eltricas
Os problemas mais graves produzidos por uma descarga eltrica so: parada respiratria ou
cardiorrespiratria, danos no sistema nervoso central e leses em rgos internos.
Desligar a fonte ou afastar a vtima da fonte;
Verificar sinais vitais da vtima;
Avaliar a queimadura (ponto de entrada e de sada);
Aplicar curativo seco;
Prevenir o choque.
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13.1.3 Rolamento de 90
Tcnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este se encontrar em
decbito dorsal.
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REFERNCIAS
Apostila da Disciplina Atendimento Pr-Hospitalar do Curso de Formao de Soldados do
CBMES. Organizadora: 1 Ten BM Lorena Sarmento Rezende. Serra, 2009.
Apostila do Curso de Bombeiro Profissional Civil. Centro de Instruo e Ensino de
Bombeiros/CBMERJ. Rio de Janeiro, 2008.
Curso de Emergencista Pr-Hospitalar. SENASP/MJ. Braslia. Fbrica de Cursos, 2007.
Curso de Formao de Bombeiro Profissional Civil. SOCORROS DE URGNCIA.
Organizadora: Cap BM Lorena Sarmento Rezende. Serra, 2009.
Manual de Atendimento Pr-Hospitalar do CBMDF. Braslia, 2007.
Manual de Fundamentos do CBMESP. So Paulo, 2008.
Manual de Fundamentos do CBMSP. ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR. So Paulo, 2007.
Manual de Operaes do CBMSC. PRIMEIROS SOCORROS. Santa Catarina, 2006.
Manual de Preveno e Combate a Incndio do CBMERJ. Rio de Janeiro, 2009.
Manual de Preveno e Combate a Incndio do CBMES. Esprito Santo, 2000.
Manual Tcnico Profissional para Bombeiros do CBMDF. Brasla, 2006.
RASIA, Carlos Alberto; BARROS, Cludio Caetano; MARCELINO, Slvio Cludio; et al.
MANUAL DE ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR. Braslia: Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal, 2007.
SOUZA Alexsander Loureiro de; TORQUATO Joathan Bulhes; MILAGRE Cesar Augusto.
Manual de Atendimento Pr-hospitalar. CAPACITAO EM EMERGNCIA. Primeira
Resposta. Esprito Santo. 2007.
Imagens: Curso de Habilitao de Cabos/2009 e Curso de Formao de Soldados/2009, Corpo
de Bombeiros Militar do Esprito Santo.
ORGANIZAO:
ST BM Saulo de Trcio Corra Lima
Al Cb BM Luciana Gama Encarnao
CURSO DE FORMAO
DE BRIGADA DE INCNDIO
Rua 1B, s/n, lote 09, quadra 03, CIVIT II, Serra-ES
CEP 29168-033
www.cb.es.gov.br