CFBE - Apostila de Brigada de Incêndio - 2016
CFBE - Apostila de Brigada de Incêndio - 2016
CFBE - Apostila de Brigada de Incêndio - 2016
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3
2 TEORIA DO FOGO ...................................................................................................... 7
3 PROPAGAÇÃO DO FOGO........................................................................................ 10
4 CLASSES DE INCÊNDIO .......................................................................................... 12
5 MÉTODOS DE EXTINÇÃO ........................................................................................ 13
6 AGENTES EXTINTORES .......................................................................................... 15
7 EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO ....................................................... 18
8 SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO - SPCIP ................... 42
9 ABANDONO DE ÁREA ............................................................................................. 50
PRIMEIROS SOCORROS:
10 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 52
11 AVALIAÇÃO DA CENA E ABORDAGEM DE VÍTIMAS ......................................... 54
12 OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO – OVACE ............... 69
13 REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR – RCP .......................................................... 74
14 ESTADO DE CHOQUE ............................................................................................ 82
15 HEMORRAGIAS ...................................................................................................... 84
16 FRATURAS, LUXAÇÕES E ENTORSES ................................................................ 90
17 FERIMENTOS .......................................................................................................... 97
18 QUEIMADURAS .................................................................................................... 101
19 MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE VÍTIMAS ............................................... 107
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 112
CURSO DE FORMAÇÃO DE BRIGADISTAS EVENTUAIS 3
1 INTRODUÇÃO
Um dos grandes marcos da história da civilização humana foi o domínio do fogo pelo
homem. A partir daí, foi possível aquecer e coser alimentos, fundir metais para fabricação
de utensílios e máquinas. Essa conquista possibilitou o desenvolvimento e progresso da
sociedade, ainda que associado a essa descoberta tenha surgido o risco de incêndio.
Mas esse mesmo fogo que tanto constrói, pode destruir. E quando o fogo ameaça o
homem, hoje, a sua reação é igual à do homem primitivo: ele FOGE.
nome, foto, função na empresa dos brigadistas, telefone de contato, para facilitar o
acionamento por qualquer funcionário da edificação, em caso de emergência.
1.2.1 Brigadista
1.2.2 Líder
1.2.4 Coordenador-Geral
Ações de Emergência
2 TEORIA DO FOGO
Combustível;
Comburente;
Fonte de calor.
2.1 COMBUSTÍVEL
É todo corpo capaz de queimar e alimentar o fogo. Quanto ao seu estado físico,
os combustíveis classificam-se em:
Gasoso (exemplo: metano, etileno, gás liquefeito de petróleo, gás natural etc.).
2.2 COMBURENTE
2.3 CALOR
Vale ressaltar que o calor é uma fonte de energia térmica que pode ocorrer em
reações químicas ou físicas.
3 PROPAGAÇÃO DO FOGO
O calor de objetos com maior temperatura é transferido para aqueles com temperatura
mais baixa, levando ao equilíbrio térmico e podendo causar o surgimento do fogo nos
materiais que estão recebendo a quantidade suficiente de calor para entrar em
combustão.
3.1 CONDUÇÃO
Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte
de calor, as moléculas desta extremidade absorverão calor; elas vibrarão mais
vigorosamente e se chocarão com as moléculas vizinhas, transferindo-lhes calor.
Quando dois ou mais corpos estiverem em contato, o calor é transmitido através deles
como se fosse um só corpo.
3.2 CONVECÇÃO
mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do
ambiente, enquanto o ar frio toma lugar nos níveis mais baixos.
As massas de ar aquecidas podem levar calor suficiente para iniciar o fogo em corpos
combustíveis com os quais entrem em contato.
3.3 IRRADIAÇÃO
É a transmissão de calor por meio de ondas e raios que se processa através do espaço
vazio, não necessitando de continuidade molecular entre a fonte e o corpo que recebe o
calor.
4 CLASSES DE INCÊNDIO
5 MÉTODOS DE EXTINÇÃO
5.1 RESFRIAMENTO
5.2 ABAFAMENTO
Consiste na retirada, diminuição ou interrupção do material não atingido pelo fogo, com
suficiente margem de segurança, para fora do campo de propagação do fogo.
Há técnicas que se encaixam nesse método de atuação, pois há outras formas de atuar
no combustível que não apenas a retirada do que ainda está intacto. Ex.: fechamento de
válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso, retirada de
materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.
6 AGENTES EXTINTORES
São substâncias que empregadas contra o fogo, atuarão cancelando a ação de um dos
elementos do quadrado do fogo. Trataremos apenas dos agentes extintores mais
comuns, que são utilizados em aparelhos extintores.
6.1 ÁGUA
6.2 ESPUMA
A rigor, a espuma é mais uma das formas de aplicação da água, pois se constitui de um
aglomerado de bolhas de ar envoltas por película de água. Mais leve que todos os
líquidos inflamáveis, é utilizada para extinguir incêndios por abafamento e, por conter
água, possui uma ação secundária de resfriamento.
Também conhecido como dióxido de carbono ou CO2, é um gás mais denso (mais
pesado) que o ar, sem cor, sem cheiro. É um agente extintor limpo, não condutor de
eletricidade, não tóxico, mas asfixiante. Age principalmente por abafamento, tendo
secundariamente ação de resfriamento.
Por não deixar resíduos, nem ser corrosivo, é um agente extintor apropriado para
combater incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais
telefônicas e computadores). O grande inconveniente deste tipo de agente extintor é o
risco de queimaduras por parte do operador, pois ao ser liberado para a atmosfera, a
expansão do gás pode gerar temperaturas da ordem de – 40 ºC na proximidade do
difusor do extintor.
São compostos químicos formados por elementos halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo).
Esses compostos atuam na quebra da reação em cadeia devido às suas propriedades
específicas e, de forma secundária, por abafamento.
Os gases inertes contêm elementos químicos como o Argônio, Hélio, Neônio e dióxido
de carbono. Este tipo de agente extintor não é normalmente utilizado em extintores
portáteis de incêndio, mas sim em instalações fixas para proteger, por exemplo, salas de
computadores e outros riscos semelhantes.
7.1 EXTINTORES
Extintores são recipientes que contêm em seu interior agente extintor para o combate
imediato e rápido a PRINCÍPIOS DE INCÊNDIO, isto é, incêndio em sua FASE INICIAL.
Podem ser portáteis ou sobre rodas, conforme o tamanho. Classificam-se conforme a
classe de incêndio a que se destinam: “A”, “B”, “C” e “D”. Para cada classe de incêndio
há um ou mais extintores adequados.
Gatilho
Manômetro
Alça de Transporte
Rótulo
Recipiente, vasilhame
Etiqueta de validade ou corpo do extintor
É indicado para classes de incêndio tipo "A". Dentro do cilindro existe um gás junto com
a água, quando acionado o gatilho, a água é expelida resfriando o material, tornando a
temperatura inferior ao ponto de ignição.
Não deve ser utilizado em classes de incêndio tipo "C", pois pode acarretar choque
elétrico e curto-circuito no equipamento.
É indicado para classe de incêndio tipo "B" mas pode ser utilizado em incêndio tipo "C".
Dentro do cilindro existe um composto químico em pó, normalmente bicarbonato de
sódio, com um gás propulsor, normalmente dióxido de carbono ou Nitrogênio. Ao entrar
em contato com as chamas, o pó impede a reação em cadeia e isola o oxigênio da
superfície do líquido inflamável, indispensável à combustão, extinguindo também o fogo
por abafamento.
O pó não se dissipa tão facilmente como o gás e tem também maior alcance do jato,
então sua utilização é diferente. O jato não deve ser dirigido à base do fogo, devem ser
aplicados jatos curtos de modo que a nuvem expelida perca velocidade e se assente
sobre o foco.
Para sua utilização, empunhar a mangueira e apertar o gatilho, dirigindo o jato para um
anteparo, de forma que a espuma gerada escorra cobrindo o líquido em chamas. Não se
deve jogar a espuma diretamente sobre o líquido
É indicado para classes de incêndio tipo "C" mas pode também ser utilizado em incêndio
tipo "B", considerando a área e o local (ambiente aberto ou confinado). Dentro do cilindro
contém dióxido de carbono, um agente extintor não condutor de eletricidade, limpo, não
tóxico, mas asfixiante, que recobre o fogo em forma de uma camada gasosa, isolando o
oxigênio, indispensável à combustão, extinguindo o fogo por abafamento.
Observações:
Após o uso dos extintores em uma situação de incêndio, depois de utilizado ou depois
de testado e constatada a falha, o extintor deve ser deixado deitado para que outros não
percam tempo tentando usá-lo.
A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina com
a correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficaz. É
realizada através de inspeções, onde são verificados: localização, acesso, visibilidade,
rótulo de identificação, sinalização, lacre e selo da ABNT, peso, danos físicos, obstrução
do esguicho e pressão dos manômetros (nos que possuem).
7.1.3.1 Inspeções
7.1.3.2 Recarga
Classe de
ÁGUA ESPUMA PQS CO2 HALON
Incêndio
A SIM SIM INEFICAZ INEFICAZ INEFICAZ
Excelente Regular Só superfície Só superfície Só superfície
B SIM SIM SIM SIM
NÃO
Excelente Excelente Bom Excelente
C SIM SIM SIM
NÃO NÃO
Bom Excelente Excelente
D Pós
NÃO NÃO NÃO NÃO
especiais
Alcance do jato 10 m 5m 5m 2,5 m 3,5 m
Tempo de
60 seg 60 seg 15 seg 25 seg 15 seg
descarga
7.2 HIDRANTES
Esse sistema também pode ser utilizado para abastecer as viaturas do Corpo de
Bombeiros, em casos de extrema necessidade onde não existam hidrantes de coluna
nas proximidades.
7.3 MANGUEIRAS
São condutores flexíveis, utilizados para conduzir a água sob pressão da fonte de
suprimento ao local onde deve ser lançada. Flexível, pois permite o seu manuseio para
todos os lados, resistindo a pressões elevadas.
Armazenar em local arejado, livre de mofo e umidade, protegida da incidência direta dos
raios solares;
Periodicamente recondicionar as mangueiras para evitar a formação de quebras;
Conservar o forro com talco e as uniões com grafite, evitando o uso de óleos ou graxa.
7.4 ESGUICHOS
São peças metálicas, conectadas nas extremidades das mangueiras, destinadas a dirigir
e dar forma ao jato d’água.
Para que o brigadista possa realizar entradas forçadas, a fim de acessar locais para
salvar vidas ou extinguir chamas, precisa ter ferramentas que possibilitem executar tais
serviços, bem como conhecer sua nomenclatura e emprego.
7.5.1 Alavanca
Barra de ferro rígida que se emprega para mover ou levantar objetos pesados.
Apresenta-se em diversos tamanhos ou tipos.
Croque
7.5.4 Corta-a-Frio
7.5.6 Moto-Abrasivo
Moto-abrasivo
7.5.7 Malho
Ferramenta similar a uma marreta de grande
tamanho, empregado no trabalho de
arrombamento e demolição de pequenas partes
de alvenaria.
Os materiais utilizados como EPI possuem formatos diferentes, pois precisam proteger
as mais variadas partes do corpo, como por exemplo: a cabeça, o tronco e os membros.
7.6.1.1 Cabeça
Os EPI’s precisam proteger o crânio, os olhos, a face e a nuca das lesões que podem
ser ocasionadas por impactos de materiais, partículas, respingos ou vapores de produtos
químicos e de radiações luminosas.
a) Capacetes de bombeiro
b) Óculos de proteção
Roupas de aproximação
a) Mãos
Luvas de proteção
b) Pés
Estes equipamentos requerem atenção especial, pois são eles que permitem ao
brigadista trabalhar em locais saturados com fumaça, com baixa concentração de O2 e
muitas vezes com temperaturas elevadas. É importante ressaltar que a não utilização
destes aparelhos pode ter consequências sérias e até mesmo levar a morte.
Máscara autônoma
Entende-se por material hidráulico acessório, todo aquele que será utilizado para auxiliar
no emprego dos materiais hidráulicos, dependendo do esquema a ser montado.
7.7.1 Divisor
É um aparelho que recebe uma linha de mangueira, denominada ADUTORA, para dividí-
la em duas ou três LINHAS DE ATAQUE.
No divisor, a boca que recebe a ADUTORA denomina-se boca de admissão e as demais
se chamam bocas de expulsão, sendo todas elas do tipo STORZ.
7.7.2 Coletor
É um aparelho de metal que tem uma única saída e duas ou mais entradas para água,
podendo coletá-la de fontes distintas. Possuem ou não registro de paragem, e são
providos de juntas de união, do tipo engate rápido (STORZ) nas admissões e expulsões.
Alguns são providos internamente de válvula de retenção, para recalques a grandes
alturas. O diâmetro de ambas as entradas, admissão e expulsão, será normalmente de
63mm.
É uma válvula utilizada para permitir o fluxo de água em um único sentido e também para
montar a coluna d'água em operações de sucção e recalque. Podemos encontrar este
tipo de material, isoladamente, ou em conjunto com outros acessórios, tais como coletor,
filtro, esguicho canhão, etc.
Existem dois tipos de válvula de retenção:
É um acessório utilizado para aduzir extrato à água, na proporção desejada, que varia
de 1 a 6%, dando origem à pré-mistura (água + extrato), cujo esguicho próprio para
espuma gerará e lançará a espuma mecânica.
O misturador “entrelinhas” dispõe de dispositivo “venturi”, que succiona o LGE e possui
válvula dosadora, com graduação variando de 1 a 6%, para ser usada conforme o tipo
de LGE.
O proporcionador pode ser usado entre dois lances de mangueiras, daí o nome
“entrelinhas”, diretamente da expedição da bomba ou junto ao esguicho.
Na utilização do proporcionador, deve-se observar a diferença de altura e a distância
entre ele e o equipamento formador de espuma. Os equipamentos não devem estar em
desnível superior a 4,5 m e a uma distância superior a 45 m.
Sob pena de prejudicar a formação da espuma, a pressão de entrada no proporcionador
deve ser 7 kgf/cm2 (100 PSI) e nunca inferior a 5 kgf/cm2 (75 PSI).
Encontra-se esse acessório nos diâmetros de 38mm e 63mm, e providos de juntas de
união, do tipo STORZ.
É utilizada para embutir as mangueiras que se encontram nas vias com tráfego de
veículos, protegendo-as do impacto com as rodas e a consequente interrupção do fluxo
de água quando sob pressão.
7.7.6 Chaves
Chave de registro de hidrante tipo VOLANTE – para abrir os registros de hidrante que
possuem volante e os mesmos encontram-se além do alcance de um braço. O conector
triplo da extremidade, chamado de “pé de galinha”, é encaixado no volante da válvula e
ao se girar a barra transversal, a torção é transmitida ao volante permitindo a operação
da válvula.
7.7.8 Reduções
Peças metálicas utilizadas para correção do diâmetro da junta de união, quando houver
diferença que impossibilite o acoplamento.
7.7.9 Adaptadores
Acessório utilizado para impedir a entrada de corpos estranhos que possam danificar as
bombas e demais acessórios hidráulicos quando é feita a sucção por meio de mangotes.
As grades do ralo impedem que pedras e galhos maiores sejam sugados com a água, e
a válvula de retenção impede que a água retorne ao manancial e segura a coluna d’água
nos casos de viaturas que não possuem bombas de escorva para sucção.
7.7.11 Cesto
Material utilizado como complemento adicional ao ralo, pois, suas malhas impedem a
entrada de corpos estranhos menores no interior das bombas.
São equipamentos que tem por objetivo detectar e avisar a todos os ocupantes da
edificação, da ocorrência de um incêndio ou de uma situação que possa ocasionar
pânico. O alarme deve ser audível em todos os setores da edificação, abrangidos pelo
sistema de segurança.
8.2.1 Funcionamento
São equipamentos que necessitam do acionamento direto, a fim de fazer soar a sirene.
Detectores de fumaça
Detectores de calor
Esse sistema é obrigatório nas áreas comuns das edificações, sendo elas: corredores,
escadas, elevadores, saídas de emergência etc.
O sistema centralizado de iluminação de emergência com baterias não pode ser utilizado
para alimentar quaisquer outros circuitos ou equipamentos.
As portas corta-fogo são próprias para o isolamento e proteção das vias de fuga,
retardando a propagação do incêndio e da fumaça na edificação.
Elas devem resistir ao calor no mínimo por 60 min, devem abrir sempre no sentido de
fuga (saída das pessoas), o fechamento deve ser completo, não poderão estar trancadas
por cadeados, não deverão estar calçadas com nenhum dispositivo que possam mantê-
las abertas e deverão ter o dispositivo de fechamento sempre manutenidos (dobradiça
por gravidade ou por molas).
A Capacidade Extintora mínima de cada tipo de extintor portátil, para que se constitua
uma unidade extintora, deve ser:
Capacidade extintora
9 ABANDONO DE ÁREA
É importante falar que todo incêndio começa pequeno, e se não for controlado no início,
pode atingir proporções que o próprio Corpo de Bombeiros terá dificuldade em combatê-
lo. Portanto, se faz necessário observar se a edificação possui todos os recursos
destinados a prevenção e combate a incêndio e pânico, de acordo com a legislação
vigente.
A seguir, veremos uma série de orientações que, se seguidas, darão condições aos
ocupantes da edificação, para que possam sair em segurança.
PRIMEIROS SOCORROS
10 INTRODUÇÃO
Seja qual for o trabalho desempenhado por um brigadista, é possível que ele seja
acionado para atender e socorrer vítimas dos mais variados acidentes. Nessas horas, é
importante que ele saiba como atuar para realmente ajudar o acidentado, pois o socorro
inadequado pode muitas vezes significar o agravamento das lesões sofridas pelas
vítimas, ou mesmo a sua morte.
O domínio das técnicas de suporte básico de vida permitirá ao brigadista identificar o que
há de errado com a vítima, realizar o tratamento adequado e transportá-la, além de
transmitir informações sobre seu estado ao médico que se responsabilizará pela
sequência de seu tratamento.
10.1 CONCEITOS
Primeiros Socorros: È o primeiro atendimento recebido por uma vítima numa cena
de emergência, com o intuito de evitar o agravamento de seu estado, até a chegada
de socorro especializado.
Manter a Calma: antes de atuar o socorrista deve ter calma e autocontrole para
tomar decisões corretas, pois vai enfrentar situações de emergência que envolva
pânico e sofrimento.
Essas análises não devem tomar muito tempo e são importantíssimas para que o auxílio
à vítima seja prestado de forma precisa. Analisando a vítima, o brigadista saberá
exatamente o que fazer, ganhando, contudo, tempo.
Todas essas etapas são realizadas com rapidez e eficiência com o intuito de minimizar
o tempo gasto na cena. Não se pode permitir que vítimas graves permaneçam no local
do trauma para outro cuidado, que não o de estabilizá-los para transporte, a menos que
estejam presos ou existam outras complicações que impeçam o transporte imediato.
É uma avaliação rápida, dividida em cinco etapas (CABDE do trauma), sendo que as
etapas “D” e “E” serão realizadas após a estabilização da vítima.
Ao abordar a vítima, o brigadista deve checar sua responsividade (se está respirando,
se não está respirando ou se está com dificuldade de respirar), e dar início ao (CABDE
do trauma).
C - compressões torácicas
A - abertura das vias aéreas com a manobra adequada
B - ventilação
D - incapacidade neurológica
E - exposição de ferimentos
C – Compressões torácicas
- Apóie a cabeça da vítima colocando a mão sobre sua testa, com o objetivo de evitar a
movimentação da cabeça e do pescoço, até que se estabilize sua coluna cervical.
1
De acordo com as diretrizes da American Heart association 2010 para RCP e ACE, a definição da palavra gasping
é respiração anormal.
Considerações Importantes
Observar no paciente:
Esta manobra deve ser realizada apenas em casos clínicos (angina, infarto,
desmaio, etc).
Esta manobra deve ser utilizada apenas em casos de trauma (atropelamento, quedas de
altura maior do que a sua, acidente automobilístico, etc), e durante a sua aplicação não
eleve ou rotacione a cabeça da vítima, pois o seu objetivo é abrir as vias aéreas sem
movimentar a cabeça e o pescoço.
B - Respiração
Após a abertura das vias aéreas e, caso a vítima não esteja respirando, fazer duas
ventilações (respiração boca-a-boca, uso de ambú, pocket mask etc).
D - Incapacidade neurológica
- Sinal: É tudo aquilo que o socorrista pode observar ou sentir no paciente enquanto o
examina.
Exemplos: palidez, sudorese, etc.
- Sintoma: É tudo aquilo que o socorrista não consegue identificar sozinho. O paciente
necessita contar sobre si mesmo.
Pulso
É o reflexo do batimento cardíaco palpável nos locais onde as artérias calibrosas estão
posicionadas próximas da pele e sobre um plano duro.
Valores normais:
Adulto: 60-100 batimentos por minuto (bpm);
Criança: 80-140 bpm;
Lactentes: 85-190 bpm.
Respiração
Processo fisiológico de troca de gases entre as artérias e o alvéolo.
Valores normais:
Adulto: 12-20 ventilações por minuto (vpm);
Criança: 20-40 vpm;
Lactentes: 40-60 vpm.
Temperatura
Pálida,
Ruborizada ou,
Cianótica.
Nas pessoas negras, a cianose poderá ser notada nos lábios, ao redor da fossas nasais
e nas unhas.
O exame físico detalhado da cabeça aos pés deve ser realizado pelo socorrista em cerca
de 2 a 3 minutos. O exame completo não precisa ser realizado em todos os pacientes.
Ele pode ser realizado de forma limitada em pacientes que sofreram pequenos acidentes
ou que possuem emergências médicas evidentes.
Sinal universal de asfixia: a vítima segura o pescoço com o polegar e o dedo indicador;
Vítima consciente:
Em pé ou sentada:
Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-
a em torno do abdome;
Colocar a raiz do polegar de uma das mãos entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifóide;
Envolver a mão que se encontra sobre o abdome da vítima com a outra mão;
Pressionar o abdome da vítima puxando-o para si e para cima, por 5 vezes, forçando a
saída do corpo estranho;
Obs. 1: caso a compressão abdominal seja inviável, por tratar-se de paciente obeso ou
gestante, realizar as compressões na porção média inferior do osso esterno.
Obs. 2: se a vítima da obstrução for a própria pessoa e essa se encontrar sozinha, deverá
forçar a tosse de maneira insistente, ou utilizar-se do espaldar de uma cadeira para que
seja possível comprimir o abdome.
Deitada:
Vítima Inconsciente:
Para vítimas sem responsividade, deve ser aplicada a RCP, pois as compressões
torácicas forçam a expelição do corpo estranho e mantém a circulação sanguínea,
aproveitando o oxigênio ainda presente no ar dos pulmões.
Importante ressaltar que durante a abertura das vias aéreas para a aplicação das
ventilações, o socorrista deverá inspecionar a boca e remover quaisquer objetos visíveis.
Segurar o bebê sobre um dos braços, com o pescoço entre os dedos médio e polegar e
com o dedo indicador segurar o queixo da vítima para manter as vias aéreas abertas,
deixando-o com as costas voltadas para cima e a cabeça mais baixa que o tronco;
Dar 5 pancadas com a palma da mão entre as escápulas do bebê;
Girar o bebê de modo que ele fique de frente, ainda mantendo a cabeça mais baixa do
que o tronco, e efetuar 5 compressões torácicas através dos dedos indicador e médio
sobre a linha dos mamilos (idêntica às compressões realizadas na RCP);
Colocar o bebê sobre uma superfície plana e tentar retirar o corpo estranho;
Realizar 1 insuflação e, caso o ar não passe, reposicionar a abertura das vias aéreas;
Abrir as vias aéreas e efetuar outra insuflação. Caso o ar não passe, retornar para as
pancadas entre as escápulas e as compressões torácicas, e repetir os procedimentos
até que o objeto seja expelido ou a vítima fique inconsciente. Nesse caso, proceder a
manobras de RCP.
Dessa forma, se for possível manter a oferta de oxigênio aos tecidos e recuperar a
respiração e a circulação espontâneas, antes da morte biológica dos tecidos, a
reanimação é conseguida com sucesso.
Esta tabela mostra a evolução da morte clínica até a morte biológica e os vários cenários
possíveis após a RCP, segundo o tempo decorrido entre a parada circulatória e a
restauração do fluxo sanguíneo espontâneo.
2º passo: inspecione a cavidade oral e certifique-se que não há nenhuma obstrução por
prótese, vômito, sangue e outros. Retirar conforme técnicas já descritas.
b) RESPIRAÇÃO (B)
3º passo: Fazer o VOS (ver, ouvir e sentir). Se não há nenhuma movimentação do tórax
e nenhum ar exalado, a vítima está sem respirar. O ideal é que essa avaliação dure de
3 à 5 segundos. Se constatar que não há respiração, a respiração é inadequada ou
ainda, você não tem certeza sobre a situação, inicie as ventilações artificiais.
5º passo: Se houve passagem de ar e a vítima não respira, mas possui pulso, isto é, a
vítima está em PARADA RESPIRATÓRIA, deve-se realizar a reanimação pulmonar, que
consiste em ciclos de 10 a 12 ventilações por minuto para um adulto (1 ventilação a cada
5 segundos) e 12 a 20 ventilações por minuto para lactentes ou crianças (1 ventilação a
cada 3 segundos).
Após cada ciclo, observar se a vítima ainda apresenta pulso carotídeo. Continuar com
as ventilações até que a vítima restabeleça a respiração ou entre em parada
cardiorrespiratória.
c) CIRCULAÇÃO (C)
6º passo: Checar pulso em artérias centrais, como carótida e femoral; em lactentes,
utiliza-se a palpação da artéria braquial. Se ausente, a vítima apresenta PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA, deve-se iniciar a compressão torácica externa na metade
inferior do osso esterno.
d) DESFIBRILAÇÃO (D)
Se após 5 ciclos de RCP o paciente não tiver pulso e se houver um desfibrilador
disponível, deverá ser lançado mão imediatamente para normalizar os batimentos
cardíacos que entram em movimentos descompassados como a fibrilação ventricular
(FV) e a taquicardia ventricular sem pulso (TV).
Em adultos Em Crianças
Em Lactentes
Sequência:
ADULTO: o esterno é comprimido 5-6 cm, utilizando-se a região hipotenar de 2 mãos.
As compressões são feitas na frequência de 100- 120/min, com 5 ciclos de 30:2
(compressão/ventilação) ou aproximadamente 2 minutos.
O procedimento de reanimação poderá ser realizado por dois socorristas, que inverterão
suas posições de compressão e insuflação ao final do ciclo.
14 ESTADO DE CHOQUE
Queimaduras graves;
Hemorragias;
Acidentes por choque elétrico;
Envenenamento por produtos químicos e intoxicações;
Ataque cardíaco;
Exposição a extremos de calor ou frio;
Dor aguda;
Infecção grave;
Fraturas.
14.3 TRATAMENTO
Observar a vítima, pois em caso de vômito deve-se virar a cabeça da vítima para que ela
não se asfixie. Caso haja suspeita de lesão da coluna cervical a cabeça não deve ser
virada;
15 HEMORRAGIAS
Dor local;
Pele pálida e fria;
Edema em expansão;
Muitos tipos de hemorragia interna podem se apresentar, mas neste tópico vamos
abordar aqueles que podem ser encontrados com mais frequência.
Manifesta-se após um acesso de tosse, e o sangue que sai pela boca é de cor vermelho
rutilante.
Deite a vítima mantendo-a em repouso;
Tranquilize-a e não a deixe falar;
Procure imediato auxílio médico e remova a vítima para um pronto socorro.
A vítima apresenta náuseas e pode vomitar sangue vivo ou digerido, semelhante à borra
de café.
Mantenha a vítima em repouso e providencie sua remoção para o hospital.
É de mais fácil identificação, pois basta visualizar o local onde ocorre a perda de sangue.
Os sinais e sintomas são praticamente os mesmos descritos para as hemorragias
externas e, os métodos de contensão, veremos a seguir:
É a técnica mais adequada e mais utilizada, pois além de parar o sangramento, não
interrompe a circulação sanguínea para o membro ferido.
A compressão direta não sendo suficiente para estancar o sangramento, deve-se elevar
o membro lesionado. Deve-se ter cuidado ao elevar uma extremidade fraturada ou com
uma luxação.
Consiste em cobrir o local do sangramento com gaze ou pano limpo e estéril, se possível,
e envolvê-lo firmemente com uma atadura. É uma técnica de estancamento adequada e
mais utilizada, pois para o sangramento e não interrompe a circulação.
15.4.5 Torniquete
Fechada ou simples: quando a pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas
Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação, num local que não
possui articulação.
16.3 LUXAÇÃO
16.5 ENTORSE
São similares aos das fraturas e aos da luxação. Mas nas entorses, os ligamentos
geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocado por movimentação brusca.
Talas de tração;
Colares cervicais;
Colete de imobilização dorsal (KED);
Macas rígidas; e
Bandagens triangulares ou ataduras.
Na maioria das vezes, é impossível saber se a vítima é mesmo portadora de uma fratura,
entorse ou luxação. A confirmação virá quando a vítima for submetida a um exame de
raio-x. No entanto, até que se faça o exame em ambiente hospitalar, devemos tratá-la
como se tivesse sofrido uma fratura.
17 FERIMENTOS
Ferimento ou trauma fechado ocorre quando a lesão é abaixo da pele, porém não existe
perda da continuidade na superfície, ou seja, a pele continua intacta.
Ferimentos são lesões causadas na pele ou em outro tecido, produzidos por agentes
físicos, químicos, biológicos ou radioativos.
17.1.2 Incisão
17.1.3 Laceração
17.1.4 Contusão
17.1.5 Avulsão
17.1.6 Perfuração
17.1.7 Transfixação
17.1.8 Evisceração
17.1.9 Amputação
17.2 TRATAMENTO
- Ferimento fechado:
Estas lesões podem variar desde lesões abaixo da pele até lesões severas em órgãos
internos. O tratamento é o seguinte:
Avalie o acidentado;
Identifique a lesão;
Trate a hemorragia interna com imobilização da região, prevenindo o estado de choque;
e
Transporte rapidamente para um pronto socorro.
- Ferimento aberto:
Não remova um curativo já colocado, caso não tenha ocorrido a contenção, coloque mais
curativo sobre o primeiro, e proceda assim até que seja feita a contenção da hemorragia.
18 QUEIMADURAS
- Queimaduras de 1º grau
- Queimaduras de 2º grau
- Queimaduras de 3º grau
Queimaduras graves são as grandes queimaduras que atingem mais de 13% de área
corporal queimada.
O risco de vida está mais relacionado com a extensão (choque, infecção) do que com a
profundidade.
Em períneo;
Queimaduras do 3º Grau, elétricas, por radiação;
Com mais de 13% da área corpórea;
Com lesão das vias aéreas;
Queimaduras em pacientes idosos, infantis, e pacientes com doença pulmonar.
Apagar o fogo da vítima com água, rolando-a no chão ou cobrindo-a com um cobertor
(em direção aos pés).
Verifique as vias aéreas, respiração, e nível de consciência (especial atenção para VAS
em queimadas de face);
CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS – SEÇÃO DE CURSOS EXTERNOS
105 CURSO DE FORMAÇÃO DE BRIGADISTAS EVENTUAIS
Lavar o olho com água em abundância ou, se possível, com soro fisiológico por no
mínimo 15 minutos.
Encaminhar a vítima para um pronto socorro o mais rápido possível.
A vítima não deverá ser movimentada, a menos que exista um perigo imediato para ele
ou para o brigadista que está prestando os primeiros socorros. Para tanto, é preciso
avaliar rapidamente a vítima, para que o brigadista tenha condições de escolher a melhor
técnica para sua condição física e a condição de saúde da vítima.
A escolha da técnica de transporte a ser utilizada deve ser baseada nos aspectos da
vítima, que veremos a seguir.
Rolamento de 90º
Rolamento de 180º
Elevação Cavaleira
Esta técnica deve ser utilizada após a análise primária e secundária, no momento em
que o brigadista observar que a vítima apresenta um quadro estável e não possui
nenhuma fratura (nos membros dos dois lados – os dois braços, por exemplo) ou lesão
de coluna cervical. Caso o brigadista perceba que a possibilidade de uma lesão de
cervical existe, deverá deixar a vítima em decúbito dorsal (ventre para cima).
REFERÊNCIAS