Implementação Dos PCN em Sala de Aula - Dificuldades e Possibilidades PDF
Implementação Dos PCN em Sala de Aula - Dificuldades e Possibilidades PDF
Implementação Dos PCN em Sala de Aula - Dificuldades e Possibilidades PDF
leitura, a discusso e a busca de comprecisa mudar e os professores quetanto, o documento salienta que no
preenso dos documentos do MEC em
rem mudar! Como educar um sujeito
se trata de uma imposio, mas de um
seu todo, assim como do projeto
autnomo se a escola no d espao
exerccio que procura contemplar as
poltico-pedaggico da escola, so
para que o aluno discuta, fale, particompetncias gerais e os conhecimencondies necessrias. Necessrias
cipe? Como levar os alunos a contitos, os quais no se excluem, mas se
mas no suficientes, pois as propostas
nuar aprendendo se o professor no
complementam, se desenvolvem mupor elas mesmas no mudam as pro faz?
tuamente.
ticas de sala de aula, mas a reflexo e
Certamente, essa reorientao no
A partir das trs grandes compea avaliao destas podem levar a
se d de uma hora para outra, um
tncias de representao e comunicareorientaes signiprocesso de contio, investigao e compreenso,
O Ensino Mdio ir preparar
ficativas.
nuidade e rupturas.
contextualizao scio-cultural, os
no s para o
Essa apropriaContinuidade das
PCNs+ sugerem para a Fsica os
prosseguimento dos
o do todo da propropostas, avaliaseguintes temas: movimentos: variaestudos, mas tambm para
posta, e no apenas
es, reavaliaes e
es e conservaes; calor, ambiente e
que o aluno possa fazer
de partes isoladas,
inovaes que do
usos de energias; som, imagens e inforescolhas e, tanto quanto
enfatizada pelos
resultados satisfatmaes; equipamentos eltricos e telecopossvel, decidir seu futuro
PCNs e DCNEM,
rios; e rupturas com
municaes; matria e radiao; Univerpois, dada a dimenprticas que se mosso, Terra e vida. Cada um desses temas
so da proposta de reforma, inovaes
tram inadequadas ou ineficientes, coso subdivididos em unidades temtisolitrias em uma disciplina correm
mo o ensino propedutico, no qual o
cas e evidenciadas suas relaes entre
o risco de serem um clamor no
que se ensina s ter sentido, se que
as competncias mais especficas e os
deserto e no envolvem a escola. A
tem, em etapas posteriores educao
conhecimentos fsicos envolvidos. Os
elaborao do projeto poltico-pedaformal. Isso no se aplica mais a um
PCNs+ se aliam aos PCNs procurando
ggico da escola deveria ser uma
nvel de ensino que etapa final. O
dar um novo sentido ao ensino da Fsiconstruo coletiva. Isso, por outro
Ensino Mdio ir preparar no s para
ca, destacando que se trata de conslado, no implica inventar novas
o prosseguimento dos estudos, mas
truir uma viso da Fsica voltada para
disciplinas ou que a escola trabalhe
tambm para que o aluno possa fazer
a formao de um cidado contemcom um nico tema, mas que haja
escolhas e, tanto quanto possvel,
porneo, atuante e solidrio, com insuma ao articulada com vistas aos
decidir seu futuro, que pode no ser
trumentos para compreender, intervir
problemas e desafios da comunidade,
um vestibular, mas um curso profise participar na realidade (MEC,
da cidade, enfim, que a escola no seja
sionalizante, por exemplo. Isso no
2002b). , portanto, de se perguntar
mero cenrio, mas que de fato seja um
significa admitir que haja um camino somente sobre o que ensinar de
ambiente privilegiado das relaes sonho inevitvel ao mercado de trabaFsica, mas principalmente para que
ciais. E, que a tica, valores e atitudes
lho, significa sim, pensar que nem
ensinar Fsica. Acrescentam ainda os
sejam tambm contedos a ensinar.
todos os alunos egressos do Ensino
PCNs+ que o nvel de aprofundaNesse sentido, as DCNEM ressalMdio iro imediatamente para um
mento e as escolhas didticas depentam como princpios pedaggicos a
curso superior. Para esses, do que serdem das necessidades/realidade de caidentidade, a diversidade e a autonovir a escola? Do que servir a Fsica?
da escola, por isso que o projeto polmia. Autonomia para a escola elaboAlgumas dessas preocupaes estico-pedaggico ter que ser uma elarar seu projeto verdadeiramente polto presentes nos PCNs+, que trazem
borao coletiva, pois tais decises
tico e substancialmente pedaggico,
importantes subsultrapassam o alOs PCNs+ se aliam aos
que contemple as caractersticas redios para a implecance de um profesPCNs procurando dar um
gionais e ao mesmo tempo cumpra a
mentao da prosor isoladamente.
novo sentido ao ensino da
base curricular comum estabelecida
posta de reforma. O
Mas, o que se
Fsica, destacando que se
em lei e que ser objeto de avaliao
objetivo central despoderia entender
trata de construir uma
pelo MEC, envolvendo tambm a
se documento
por competncias
viso da Fsica voltada para
diversidade. E, que cada escola tenha
proporcionar uma
no contexto da rea formao de um cidado
e assuma uma identidade, proporciopossibilidade de
forma? Ao que pacontemporneo, atuante e
nada especialmente pela parte diversiorganizao escolar,
rece, a discusso
solidrio, com instrumentos
ficada do currculo, na qual podero
dentro de cada rea
acerca da noo de
para compreender, intervir e
ser complementados e aprofundados
de conhecimento,
competncias na
participar na realidade
alguns dos saberes trabalhados no nbuscando esclarecer
educao brasileira
cleo comum. Nessa parte do currculo
formas de articuganhou fora aps
a escola pode ousar mais, ou seja,
lao entre as competncias gerais e
a LDB/96. Um dos autores que tem
partir para o desenvolvimento de proos conhecimentos de cada disciplina
sido fonte de leitura e discusso sobre
jetos inovadores, engajar os alunos, a
em potencial. Para isso, oferecem
esse tema Philippe Perrenoud, j com
comunidade, enfim, no h uma reainda um conjunto de temas estruvrios livros traduzidos para o
ceita pronta, h sim uma escola que
turadores da ao pedaggica. Entreportugus. Paradoxalmente, a comFsica na Escola, v. 4, n. 1, 2003
compreenso, que transcende o cotiepistemolgica e no apenas uma prdiano, ou espao fsico proximal do
tica metodolgica, ou multidisciplieducando. A contextualizao auxilia
nar, ou ainda simples exemplos ilusna problematizao dos saberes a ensitrativos que envolvam outras reas.
nar, fazendo com que o aluno sinta a
As DCNEM, os PCNs e os PCNs+
necessidade de adquirir um conheciainda so documentos relativamente
mento que ainda no tem. Todavia, a
novos e, portanto, suas propostas
aprendizagem se d pela elaborao
precisam ser discutidas e debatidas.
de pensamento e
Um exemplo disso
As mudanas na sociedade
capacidade de absso alguns entendiatual esto ocorrendo e h,
trao, de modo
mentos de que a
bem ou mal, uma reforma
que no se pode
noo de competneducacional em andamento.
confundir a concias, ao centralizar
Pode-se considerar duas
textualizao com
unicamente no inalternativas: protagonizar a
uma diluio em
divduo o processo
reforma, dentro do alcance
informaes genformativo, poderia
de cada um, ou ser
ricas e superficiais,
esconder a inteno
atropelado por ela
desprezando o rigor
de lhe atribuir a
que as disciplinas cientficas exigem.
responsabilidade por no conseguir
Tambm a interdisciplinaridade
realizar seus planos pessoais e colemais que a mera justaposio de metivos, em vez de responsabilizar aspectodologias e linguagens de mais de
tos scio-econmicos excludentes ainuma disciplina. a complexidade do
da presentes em nossa sociedade. Por
objeto que se pretende conhecer/comoutro lado, tais documentos oferecem
preender que exige reconhecer e ultraimportantes subsdios que possibipassar os limites de uma nica discilitam uma reorientao no ensino das
plina. o dilogo, o complemento, o
cincias que pode contribuir para a
confronto com outros conhecimentos
superao dessa condio. O que a
com vistas a uma melhor compreenFsica pode fazer pelos alunos? Essa
so do mundo. Isso coloca a interdisuma questo fundamental.
ciplinaridade em uma dimenso
Observa-se ainda que h uma
Agradecimento
Gostaria de agradecer ao Prof. Dr.
Arden Zylbersztajn, do Departamento
de Fsica da UFSC, pelas contribuies
dadas a este artigo.
Astolfi, J.P e Develay, M. A Didtica das
.
Cincias. Traduo de Magda S. Fonseca. 5.
ed. So Paulo: Papirus, 1995, 132 p.
Ricardo, E.C. As Cincias no Ensino Mdio
e os Parmetros Curriculares Nacionais: da
proposta prtica. Ensaio - avaliao e
polticas pblicas em educao. Rio de Janeiro,
v. 10, n. 35, p. 141-160, abr/jun. 2002.
Ricardo, E.C. e Zylbersztajn, Arden. O
Ensino das Cincias no Nvel Mdio: um estudo
de caso sobre as dificuldades na implementao
dos Parmetros Curriculares Nacionais.
Caderno Brasileiro de Ensino de Fsica. Florianpolis, v. 19, n. 3, p. 351-370, dez. 2002.
Referncias Bibliogrficas
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