Science">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Prática, Seminário e Estágio Pedagógico, 11 Classe

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 65

REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
GABINETE PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO DO CUANDO CUBANGO
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA”-CUCHI

MANUAL DE APOIO DE
PRÁTICA, SEMINÁRIO E
ESTÁGIO PEDAGÓGICO

P.S.E.P.
11ª CLASSE

3ª Edição

“O bom profissional da educação sabe que a aula não se dá, pelo


contrário, constrói-se entre professores e alunos”

Elaborado pelo: Daniel Manuel Catengo

CUCHI-2023

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

TEMAS
TEMA: O ESPAÇO PEDAGÓGICO

Subtema:
● Introdução à Disciplina
TEMA 1 - O CONTEXTO ESCOLAR

Objectivos gerais:
 Compreender a relação pedagógica e a integração da escola no meio com vista a
caracterização dos problemas pedagógicos que decorrem.
 Analisar a realidade concreta das escolas e dos alunos, em meios diversificados.

Subtemas:
● Observação do comportamento dos alunos;
● Relações interpessoais.
TEMA 2 – ENSINO EM ANGOLA

Objectivos gerais:
 Conhecer o estatuto do ensino geral e da modalidade do ensino
Secundário e primário em Angola.

Subtema:
● Organização do Ensino em Angola
TEMA 3 – PLANIFICAÇÃO

Objectivos gerais:
 Desenvolver competências de observação crítica das aulas observadas.

Subtemas:
● Planificação por objectivos;
● Observação das aulas ministradas pelo professor da escola anexa.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

INTORODUÇÃO

A educação é, antes de tudo, uma actividade social e já está provado que o


desenvolvimento educacional tem grande influência no processo de aprendizagem da
criança. Contudo na prática, o professor quase sempre não considera essa perspectiva.

O professor tem que estar consciente que suas actitudes são primordiais na formação dos
educandos, pois o aprendizado não se dá apenas pelo aspecto intelectual e racional. O
acto de aprender também envolve sentimentos e emoções. O professor tem, sem dúvida,
uma influência direta sobre seus alunos, a partir de sua personalidade, sua atitude, da
relação que mantêm com seus alunos, seu modo de interpretar as normas da instituição.

Na 11ª classe limitar-se-á a tomar contacto com a instituição escolar e a observar aulas
ministradas pelos professores experientes; a partir da 12ª classe classe começará a
colaborar na leccionação do Professor Tutor, acompanhado de perto pelo Supervisor da
Prática Pedagógica; este acompanhamento irá diminuindo progressivamente no sentido
de tornar o professor cada vez mais autónomo. O processo culminará na 13ª classe, altura
em que se integrará completamente na escola, assumindo plenamente as
responsabilidades inerentes à função docente.

A Prática Pedagógica, sendo uma área de integração deverá, contudo, desenvolver-se em


articulação particularmente íntima com as disciplinas de Metodologias e de Ciências da
Educação (Teoria de Educação e Desenvolvimento Curricular, Análise Sociológica
da Educação, Administração e Gestão Escolar, Psicologia do Desenvolvimento e
Aprendizagem e Necessidades Educativas Especiais).

Durante a prática pedagógica é fundamental a análise de situações reais que permitam a


consciencialização gradual dos diferentes papeis que um professor é chamado a
desempenhar.

É fundamental que o estudante durante as práticas, seja um crítico, um investigador de


situações decorrentes da observação, procurando deste modo contribuir para a melhoria
da actuação pedagógica, científica nas escolas.

Diante desses factos, concluímos que hoje, mais do que nunca, é necessário reflectir sobre
o ensino e a aprendizagem.

TEMA: O ESPAÇO PEDAGÓGICO


ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

SUBTEMA: Introdução da disciplina

As Práticas pedagógicas são acções conscientes e participativas que visam a atender


expectativas educacionais de uma determinada comunidade.

A Prática Pedagógica constitue uma autónoma para onde concorrer e se integrou diversos
saberes e aprendizagem adquirida ao longo da formação.

IMPORTÂNCIA DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Elas são importantes para garantir a aprendizagem de todos os alunos e atender às suas
necessidades. Sabemos que existem alunos que aprendem melhor de tal forma, outros
que precisam de mais atenção ou técnicas diferentes para fixar o conteúdo abordado.

É de grande importância para os alunos, a equipa escolar e principalmente para os


professores alcançarem suas metas.

Porém, para que isso ocorra é necessário que essas práticas estejam elaboradas de forma
planejadas.

P.S.E.P- significado: Prática Seminário e Estágio Pedagógico.

OBJECTIVO DE ESTUDO DE P.S.E.P

Tem como objectivo estimular o aprendizado dos alunos, proporcionando acções que
serão facilitadoras e úteis para seu aprendizado, isso se relaciona com o contexto social
e cultural, as suas necessidades e a etapa de ensino escolar em que estão.

O objectivo de prática pedagógica é aprimorar o aprendizado dos alunos por meio de


instrumentos e técnicas que façam com que ambos se interessem pela matéria e fixem os
conteúdos. Essa prática é fundamental para auxiliar as escolas a atingirem suas metas.

Alguns objectivos essenciais:


 Compreender os problemas de correntes da acção educativa no ensino primário e Iº Ciclo
do ensino secundário;
 Entender a dificuldade de articulação entre as escolas anexas e as instituições de
formação;
 Analisar a realidade concrecta das escolas e dos alunos, em meio diversificado tendo em
conta a estrutura física;
 Conhecer a instituição escolar;
 Analisar a turma onde vai lecionar;
 Analisar as relações interpessoais;
 Desenvolver a competência de observação, crítica das aulas observadas e adquirir
comportamentos, atitudes e técnicas que devem ao sucesso do processo de ensino e
aprendizagem;
 Conhecer o estatuto do ensino primário e Iº Ciclo;

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

O ESPAÇO PEDAGÓGICO

É uma instituição escolar, com espaço coberto de edificação onde se ensina, instrui e
educa.

É o lugar da realização da aprendizagem entre educador e educando pela acção


intencional, esta intencionalidade é conseguida por meio das actividades orientadoras de
ensino.

A importância da organização do espaço físico

A organização do espaço físico é importante para uma melhor gestão das tarefas e dos
comportamentos na sala de aula, podendo ser um forte contributo para maximizar a
produtividade. A disposição das cadeiras é fundamental em qualquer sala de aula.

O meio de Socialização

As atitudes das pessoas que o rodeiam também influenciam no seu comportamento


psicológico, tais como a família, amigos, colegas e professores no sentido de a família e
amigos pertencerem na socialização primária e os professores e colegas pertencerem na
socialização secundária.

O SUCESSO E INSUCESSO ESCOLAR

Sucesso escolar: processo pelo qual os alunos percorrem os anos escolares em progressão
crescente, desenvolvendo aprendizagens significativas relativas a conhecimentos
selecionados e vistos como relevantes para a vida na sociedade contemporânea.

O sucesso escolar diz respeito ao aproveitamento popsitivo dos alunos na escola. Este
fenómeno depende tanto da instituição escolar e do aluno como do apoio parental.

Insucesso escolar: são as dificuldades que o aluno apresenta para acompanhar a


formação académica e atingir os objectivos de aprendizagem propostos no tempo
previsto.

É um dos mais graves problemas do sistema escolar principalmente das crianças mais
pobres. O insucesso escolar evidenciam-se pelo grande número de reprovações dos
diferentes níveis de ensino.

As causas do insucesso escolar:


 As características individuais dos alunos:
 As condições familiares;
 O corpo docente;
 Interação professor- aluno;
 Os aspectos internos estruturais da organização das escolas.

Tipos de insucesso escolar

1- Insucesso primário: é comum nos primeiros anos de escolaridade, o insucesso escolar


primário é caraterizado pelo surgimento de prolemas no desempenho. Ademais, está
relacionado ás dificuldades de amadurecimento da criança, sendo que estas podem
tornar-se um problema de insucesso erscolar permanente, quando não atempadamente
solucionadas.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

2- Insucesso secundário: costuma ser decorrente do insucesso escolar primário, nos


primeiros anod após o começo da escolaridade do aluno. Via de regra, devem-se a
mudanças no aluno, como a transição da infância para a adolescência.

3- Insucesso circunstancial: transtório e isolado, o insucesso escolar circunstancial


acontece numa época determinada da vida da criança, por isso está associada a causas
específicas e excecionais. Quando essas causas são identificadas, é possível abordá-las e
tratá-las sem maiores contratempos.

4- Insucesso habitual: crianças que vivem o insucesso escolar habitual recebem más notas
e são frequemente suspensas. Este tipo de fracasso está relacionado a causas individuais
do aluno, como por exemplo, o facyto de sofrer de um transtorno de desenvolvimento, o
que leva a uma dificuldade de adaptação á escola.

Consequências do insucesso escolar


São várias as consequências do insucesso escolar, sendo que estas afetam não apenas o
aluno, mas também os profissionais docentes, as famílias e a própria sociedade. Confira
as principais:

1- Insatisfação e sentimento de incompetência;


2- Insatisfação dos professores;
3- Desigualdade social e problemas trabalhistas;
4- Abondono escolar;

Como superar o insucesso escolar


O insucesso escolar pode ser superado quando a escola, a sociedade e a família se unem
em prol desta causa. Para isso, é indispensável repensar medidas políticas e
administrativas das instituições de ensino, eliminar práticas pedagógicas obsoletos, bem
como mitigar problemas sociais que afastam crianças e adolescentes do abiente escolar.

Quanto à família, esra pode colaborar para o fim do insucesso escolar, basta que para isso
se comprometa a adoptar alguns cuidados, como:
 Envolver-se na vida escolar dos seus filhos;
 Ouvir e compreender as preocupações dos filhos sobre a escola;
 Estar atento a quaisquer mudanças de comportamento que possam evidenciar possíveis
transtornos de aprendizagem ou psicológicos;
 Não tirar a autonomia do estudo ao aluno, como fazer por ele os trabalhos de casa.
 Não tornar o medo dos castigos a principal motivação para o estudo;
O método didáctico
O método didáctico: é um meio de ensinar e é a ligação da palavra da verdade e é um
conjunto de instrumentos que facilitam aprendizagem mediante os estímulos e
incentivos.
Exemplos:
 Objectos originais; gravuras de fotos.
 Representação de objecto original; modelo, máquina, áudio-visual, vídeo.

É um recurso que o professor se serve para efectivar o momento ou parte do método na


realização de ensino e aprendizagem.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

A didáctica tem grande importância no processo educativo de ensino-aprendizagem, pois


ela auxilia o docente a desenvolver métodos que favorecem a maneira pela quão o
professor ou o instrutor de ensino utiliza para ensinar aos seus alunos.

Este é um procedimento didáctico importantíssimo para analisar o interesse quando o


conteúdo exposto e significativo, vinculado as experiências dos alunos.

PRÁTICA SEMINÁRIO E ESTÁGIO PEDAGÓGICO

Prática: acto em efeito de praticar, maneira habitual de proceder, costume, rotina…


Seminário: grupo de trabalho e estudo com base em exposições individuais.
Estágio: tirocínio, aprendizagem.
Pedagógico: relativa a pedagogia-arte da educação e ensino.

O OBJECTO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Toda ciência faz insidio a sua pesquisa sobre um determinado domínio da realidade,
sobre a qual vai constituindo o seu corpo de conhecimento. O domínio da realidade sobre
que uma ciência incide ou se debruça e traduz-se em conhecimento, o conhecimento é o
seu objecto.

Há autores que, quanto ao objecto de uma ciência distingue: objecto material e objecto
formal.

Objecto material: domínio da realidade concreta, uma determinada categoria de


fenómenos que fazem parte da realidade que nos serão e dos quais uma ciência se ocupa.

Objecto formal: não é já a “realidade” em bruto, os factos ou fenómenos tal como se


apresentam no concreto, mas sim a sua representação e reformulação através de conceitos
e outros instrumentos teóricos (princípios, critérios de estruturação intelectuais)

ESTRUTURAS

Estrutura: é a representação gráfica de um objecto. Ou um sistema gerido por um


indivíduo.
Edifício: construção de carácter físico formado ou duradoura com parede e tetos de
dimensões médias ou grandes.
Instituição: organização ou estabelecimento de uso privado ou público.
Gestão: um processo de se conseguir, obter resultados bens ou serviços com esforço dos
outros.

Funções de gestão

As funções de gestão são; planificação, organização, direcção e avaliação ou controle.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Planificação
P

Organização O A Avaliação

D
Direcção

Planificação: pode ser definida como processo de determinar antecipadamente o que


deve ser feito, e como fazer.

Organização: consiste em estabelecer relações formais entre pessoas, entre essas e os


recursos para atingir os objectivos propostas. Um dos aspectos fundamentais destas
funções é assegurar que a pessoa certa com as qualificações certas, está no local e no
tempo certo para que melhor sejam cumpridos os objectivos.

Direcção: é intendida como processo de determinar, isto é, afectar ou influenciar o


comportamento dos outros. A direcção envolve: motivação, liderança e comunicação.

Motivação; em termos gerais, pode ser entendida como reforço da vontade das pessoas
se esforçarem por conseguir alcançar o objectivo da organização.
Liderança; capacidade de conseguir que as outras pessoas façam aquilo que o líder quer
que as façam.
Comunicação; processo de transparência de informação, ideias, conceitos ou
sentimentos entre as pessoas.
Avaliação ou controlo: é o processo de comparação do actual desempenho da
organização com standard previamente estabelecido apontando as eventuais acções
correctivas.

Ensino

O ensino: é uma forma sistemática de construção de conhecimentos utilizado pelos


humanos para instruir e educar seus semelhantes, geralmente em locais conhecidos como
escolas. O ensino pode ser praticado de diferentes formas.

As principais são: o ensino formal, o ensino informal e o ensino não formal.

O ensino formal: é aquele praticado pelas instituições de ensino, com respaldo de


conteúdo, forma, certificação, profissionais de ensino etc.
O ensino informal está relacionado ao processo de socialização do homem. Ocorre
durante toda a vida, muitas vezes até mesmo de forma não intencional.
O ensino não formal, por sua vez, é intencional. Em geral, é aquele relacionado a
processos de desenvolvimento de consciência política e relações sociais de poder entre
os cidadãos, praticadas por movimentos populares, associações, grêmios etc. Os limites
entre essas três categorias de educação não são extremamente rígidos, são permeáveis.
Pois estamos aprendendo constantemente e por diferentes vias e agentes.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Profissão

Atualmente, a pedagogia tem como objectivo principal a melhoria no processo de


aprendizagem dos indivíduos, através da reflexão, sistematização e produção de
conhecimentos. Como ciência social, a pedagogia está conectada com os aspectos da
sociedade e também com as normas educacionais do país. O pedagogo, que trabalha para
garantir e melhorar a qualidade da educação, tem diversos campos de atuação, podendo
citar dois deles: a administração e o magistério, de modo que pode tanto gerenciar e
supervisionar o sistema de ensino quanto orientar os alunos e os professores.

Acompanha e avalia, ainda, o processo de aprendizagem e as aptidões de cada aluno.


Pode trabalhar também com portadores de deficiências físicas ou intelectuais, auxiliando
em sua inclusão na sociedade, ou com educação a distância. Porém, todos aqueles que
atuam no processo educativo (professores, pais, orientadores, psicólogos etc.) também
devem conhecer os princípios básicos de pedagogia.

TEMA 1: CONTEXTO ESCOLAR

SUBTEMA 1.1: OBSERVAÇÃO DO COMPORTAMENTO DOS ALUNOS.

SUBTEMA 1.2: RELAÇÕES INTERPESSOAIS

A sala de aula, enquanto contexto de ensino, pode configurar-se como local apropriado
para a observação das relações professor-aluno, bem como das demais variáveis que
interferem no processo ensino-aprendizagem A aquisição do desígnio de leitura e escrita
nas classes iniciais (Ensino Primário) e do Iº Ciclo tem se mostrado problemática,
principalmente para as crianças de classes sociais menos favorecidas, onde os incentivos
para a leitura e escrita são quase inexistentes devido, principalmente, ao nível
educacional dos pais e às condições socioeconómicas.

A tendência da maioria dos professores é de atribuir à criança a culpa pelo fracasso,


contribuindo, com isso, para o fortalecimento dos estigmas sociais que, em interação com
outras condições, acabam por levar a criança a acreditar que de facto ela é culpada
e incapacitada para aprender. (José Gonçalves Medeiros; jul./dez. 2003, (7), p. 31-41)

1-OBSERVAÇÃO DO COMPORTAMENTO DOS ALUNOS.

2-TIPOS DE COMPORTAMENTOS DO ALUNO

Existem três (3) tipos de comportamentos


Comportamento afectivo;
Comportamento psicológico;
Comportamento sócio-económico

1.1.2.1-COMPORTAMENTO AFECTIVO

O comportamento afectivo é o único caminho para a educação.

O comportamento afectivo se constitui em uma área de comportamento complexa e


difícil de ser estudada. Porém, por acreditar em sua importância na construção do
conhecimento. O afecto é considerado o elemento básico da afectividade.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

O dicionário português define a palavra afecto do Latim Affect como: Afeição, simpatia,
amizade, amor, sentimento, paixão, objecto de apego (Ferreira, 1986 , p. 55).

A palavra afectividade, para se ter uma maior compreensão da palavra afecto, é definida
como qualidade ou carácter de afectivo e conjunto de fenômenos psíquicos que se
manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da
impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de
gostar ou não gostar, de aceitação ou rejeição, de alegria ou tristeza.

A palavra afecto está ligada a amizade, ao amor, ao sentimento, a paixão e a emoção,


que são alguns elementos básicos para qualquer tipo de convivência ou interação. Em se
tratando do ambiente escolar, esses elementos são imprescindíveis para uma boa relação
professor e aluno. Há muitas formas de transmissão de conhecimentos, mas o acto de
educar fica muito mais fácil quando este se dá com afecto e com amor.

O domínio afetivo é particularizado por envolver o comportamento denominado emoção


que, por sua vez, é considerado como sendo a força propulsora da dinâmica da
personalidade, que representa uma interação complexa entre o contexto físico-social do
indivíduo e o seu organismo completo. A emoção ainda é vista como um aspecto
irracional do ser humano, porém, a emoção não pode ser reduzida apenas aos reflexos
primários, pois estes ultrapassam a noção de que estão ligadas aos conceitos de estímulos
e respostas primitivas.

Afecto na relação entre professor-aluno no âmbito escolar, segundo alguns autores


conceituados no assunto. Verificou-se que o afecto influencia a velocidade com que se
constrói o conhecimento, pois, quando as pessoas se sentem seguras, aprendem com mais
facilidade. Destacou-se que o afecto e a aprendizagem constituem aspectos inseparáveis,
presentes em qualquer actividade em proporções variáveis. Notou-se a necessidade de
uma constante auto-avaliação de atitudes por parte do professor, já que este possui
influência directa sobre os alunos. Conclui-se que uma boa da relação entre professor-
aluno penetrada com afecto, respeito, alegria, elevação da auto-estima entre outros,
favorece e enriquece o aprendizado.

A relação de afectividade não será instalada para ocupar cargos de pai, mãe ou outros
familiares, nem tão-pouco será estabelecida como pré-requisito do aprendizado. Ela deve
ocorrer de maneira espontânea, sem que os envolvidos se esqueçam de seus papéis na
escola (o de aluno e o de professor). O afecto encontrado em sala de aula será totalmente
diferente do encontrado no seio familiar. São emoções diversas que não estão atreladas
ao valor familiar, mas sim a um modo de agir mais sensível.

Na relação entre professor-aluno não há laços familiares, mas laços educacionais. Há


alguns casos em que em nome do amor e do afecto, o educador deixa o seu compromisso
com a educação de lado e passa a se envolver com as dificuldades pessoais e familiares
dos alunos. A afectividade na escola não é de forma a se tornar "amiguinho" ou "mãe"
do aluno, mas sim respeitá-lo como ser humano, mesmo que um pequeno ser humano.

O comportamento humano, portanto, pode ser classificado em três aspectos: cognitivo


(pensamento), afectivo (sentimento) e psicomotor (acção). Cada uns dos aspectos
podem ser tratados e estudados separadamente e de maneira independente, porém não
podemos esquecer que o ser humano é um ser uno, indiviso e que seus comportamentos
traduzem, ao mesmo tempo, a cognição, afectividade e psicomotricidade.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

1.1.2.1.1-A AFECTIVIDADE E O CAMINHO DAS RELAÇÕES

Este capítulo apresenta as reflexões teóricas sobre a afectividade enfocando a importância


das relações sociais como um dos aspectos fundamentais para o desenvolvimento integral
do ser humano.

O capítulo foi dividido em dois momentos:

Um olhar sobre a afectividade; refletindo sobre as características afectivas do


comportamento humano, suas manifestações e sua influência no desenvolvimento
cognitivo e a forma com que os aspectos afectivos estão presentes na criança de 0 a 3
anos;

A afectividade na construção da auto-estima: uma aprendizagem significativa,


enfatizando a importância da relação social para o processo de construção da identidade
e personalidade humana.

No dicionário da Língua Portuguesa, afectividade está definida como:


Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções,
sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de
satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.
(FERREIRA, 2009, p. 61).

Ao referir-se às reflexões de Piaget, Pulaski (1986) destaca que o conhecimento é


construído pelo próprio indivíduo, não sendo nem uma determinação genética nem uma
determinação do meio, mas sim, uma troca entre as ações sobre os objectos e entre suas
próprias relações.

O educador como intermediador do mundo

O trabalho docente é carregado de uma função social, pois, quando realizado


competentemente, através de uma acção mediadora, oportuniza ao aluno relacionar os
acontecimentos e situações a sua volta e buscar acções e atitudes que possam transformar
o meio em que vive. Esse processo reflexivo organiza a dimensão afectiva do ser humano
ao possibilitar a percepção de pertencer à realidade (BORBA; SPAZZIANI, 2007).

Pensando em um professor que vai desenvolver um determinado curso, seja ele no ensino
primário, 1º ciclo, médio ou superior, pode-se identificar cinco decisões por ele
assumidas no planejamento e desenvolvimento do curso, as quais certamente terão
implicações marcadamente afectivas, interferindo profundamente na futura relação que
se estabelecerá entre o aluno e o objecto de conhecimento em questão. Segue-se uma
síntese de cada uma dessas cinco decisões.

1) Para onde ir – a escolha dos objectivos de ensino.


A escolha dos objectivos de ensino nunca foi uma questão técnica; ao contrário, é uma
decisão que sempre reflete valores, crenças e determinadas concepções de quem decide,
seja um professor ou uma equipe de trabalho. Por exemplo: a decisão sobre os objectivos
da alfabetização escolar reflete inúmeras concepções do corpo docente, tais como
concepção de escrita, concepção sobre o papel da escrita no desenvolvimento da
cidadania, concepção de leitura, concepção sobre o papel do aluno, etc.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

2) De onde partir – o aluno como referência.


Ausubel apresenta a questão da decisão sobre o ponto de partida do ensino de forma
muito clara. "Se eu tivesse que reduzir toda a Psicologia da Educação a um único
princípio eu formularia este: de todos os factores que influenciam a aprendizagem, o mais
importante consiste no que o aluno já sabe. Juntamente com esse princípio, o autor propôs
o conceito de aprendizagem significativa, que implica o relacionamento entre o conteúdo
a ser aprendido e aquilo que o aluno já sabe, "especificamente com algum aspecto
essencial de sua estrutura cognitiva, como, por exemplo, uma imagem, um conceito, uma
proposição" (Ronca, 1980). Isso significa que planejar o ensino a partir do que o aluno
já sabe sobre o objecto em questão, aumenta as possibilidades de se desenvolver uma
aprendizagem significativa, marcada pelo sucesso do aluno em apropriar- se daquele
conhecimento.

As implicações pedagógicas deste princípio parecem claras: a decisão sobre o início do


ensino só deve ser assumida após o professor realizar uma avaliação diagnóstica sobre o
que os alunos já sabem sobre o tema, e não a partir de decisões burocráticas ou de
pressupostos irreais.

3) Como caminhar – a organização dos conteúdos.


Quando os conteúdos de um curso são organizados de forma aleatória, não se respeitando
a lógica da organização do conhecimento na área, dificulta-se sobremaneira o processo
de apropriação do referido conhecimento por parte do aluno. Em algumas situações, a
falta de uma organização lógica pode aumentar as possibilidades de fracasso por parte
do aluno, tendo como consequência, já citada, deterioração das relações entre o aluno e
o referido objecto em questão.

4) Como ensinar – a escolha dos procedimentos e actividades de ensino.


A escolha das actividades de ensino é um aspecto bastante discutido pois envolve a
relação professor-aluno naquilo que ela tem de mais visível. São relações observáveis,
geralmente com efeitos prontamente identificados na própria situação. Nesta dimensão,
são indiscutíveis os aspectos afectivos envolvidos, o que talvez explique a preferência
das recentes pesquisas que têm estudado a afectividade em sala de aula através da relação
professor- aluno.

5) Como avaliar – uma decisão contra ou a favor do aluno?


Sem dúvida, a questão da avaliação escolar tem sido apontada como um dos grandes
problemas do ensino, ou seja, como um dos principais factores responsáveis pelo fracasso
escolar de grande parcela da população, em especial das crianças pobres. A avaliação
torna-se profundamente aversiva quando o aluno discrimina que as consequências do
processo podem ser direcionadas contra ele próprio. Geralmente, esta é a lógica do
modelo tradicional de avaliação: o professor ensina e avalia; se o aluno for bem, é sinal
que o professor ensinou de forma adequada; se o aluno for mal, é o único
responsabilizado, podendo ser reprovado ou excluído. Nesta perspectiva, ensino e
aprendizagem são entendidos como processos independentes: o ensino é tarefa do
professor; a aprendizagem é obrigação do aluno; e ambos se independem.

Assim, a avaliação deve ser planejada e desenvolvida como um instrumento sempre a


favor do aluno e do processo de apropriação do conhecimento.

Em síntese, percebe-se que a afectividade está presente em todas as principais decisões


de ensino assumidas pelo professor, constituindo-se como factor fundante das relações
que se estabelecem entre os alunos e os conteúdos escolares. A natureza da mediação,

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

portanto, é um dos principais factores determinantes da qualidade dos vínculos que se


estabelecerão entre o sujeito e o objeto do conhecimento.

1.1.3-COMPORTAMENTO PSICOLÓGICO

 Comportamento Psicológico do aluno é a maneira em que o aluno vai apresentar as suas


características mentais de acordo o meio escolar.
 É o estado emocional que o aluno apresenta no decorrer da sua formação académica.

Por exemplo na sala de aula, recreio e outras actividades escolares organizativas.

1.1.3.1-TIPOS DE COMPORTAMENTOS PSICOLÓGICOS DOS ALUNOS

Durante o estudo feito destacamos os seguintes comportamentos:


Comportamento agressivo; Comportamento afectivo; Comportamento infantil;
Comportamento silencioso; Comportamento conservador; Comportamento activo.
Comportamento agressivo, este comportamento é caracterizado pela forma agressiva,
utilizando esta atitude como um mecanismo de defesa.
Comportamento afectivo, é caracterizado pela busca do relacionamento a partir do
pensamento. O seu objectivo básico é ser querido e amado.
Comportamento infantil, é caracterizado pelo tratamento de uma forma muito especial
utilizando o charme pessoal ou da carência emocional como a forma de atrair atenção.
Comportamento silencioso, é caracterizado pela dificuldade de expressar, muitas vezes,
por segurança e por medo do que os outros vão pensar ou de dizer sobre a sua opinião.
Tem medo de errar de ser zombado pelos seus colegas.
Comportamento conservador, é caracterizado pela busca da tensão através da sua
impressão social mais o fez de forma inadequada pois o momento não é propício.
Comportamento activo, é caracterizado pelo activismo que requer sempre estar em
evidência, é mais prático, mais dependente a nível de maturidade emocional pode querer
ganhar atenção e afecto de forma inadequada.

Influência do espaço físico do comportamento psicológico dos alunos

De acordo com diversos autores, uma das melhores ferramentas de gestão disponíveis na
sala de aula é a utilização da proximidade física – a presença do professor entre os alunos.

Neste contexto, torna-se importante reflectir sobre algumas estratégias essenciais para
uma melhor gestão do comportamento dos alunos na sala de aula, diminuindo a
probabilidade de ocorrência de comportamentos indesejáveis:

 É importante que o professor circule com frequência pela sala, optando por não
permanecer sempre à frente, junto ao quadro;

 Criar um espaço físico livre de barreiras (mesas, bancadas, cadeiras), permitindo o fácil
acesso a todos os alunos da sala;

 O professor poderá aproximar-se dos alunos, fornecendo pistas (por exemplo, colocar
uma mão no ombro do aluno e/ou tocar na mesa), de uma forma calma e discreta, mas

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

que funcionarão como claros lembretes sobre as expectativas em relação ao(s) seu(s)
comportamento(s).

1.1.4-COMPORTAMENTOS SOCIOECONÓMICOS DOS ALUNOS

Comportamento Sócio-económico do aluno é o estado financeiro em que o aluno vai


apresentar- se no decorrer da sua formação académica.

Na escola, este comportamento é diversificado de forma heterogénea, o estado financeiro


dos alunos, no ponto de vista sócio-económico uns estão bem na qual possui alguns
requisitos básicos para manter a sustentabilidade da sua formação; porém outros estão
mal na qual tem certas dificuldades de adquirir meios básicos de ensino para a sua
formação.

Boa parte dessas crianças chegam à escola sem ter tido a oportunidade de frequentar a
pré-escola. E uma proporção daquelas que frequentaram não apresenta os repertórios
básicos mínimos necessários para um processo de alfabetização com sucesso. Começam,
então, a aparecer os “problemas” para o professor que se vê diante de crianças que não
demonstram sucesso no processo de alfabetização.

A auto-estima dos alunos

O auto-conhecimento é uma importante ferramenta na tarefa de elevação dos níveis de


auto-estima. É saber de suas qualidades e limitações. Esse conhecimento de si próprio
auxiliará nas escolhas, de acordo com as possibilidades, evitando fracassos e adquirindo
sentimento de capacidade de produzir e obter sucesso. Consequentemente elevando a
auto-estima.

A auto-estima pode ser afectada quando ocorre discriminação expressada em forma de


brincadeiras e apelidos, realizados tanto de aluno para aluno quanto de professor para
aluno. Por parecer inofensivo para muitos professores, não é combatida, e ao se tornar
constante, mina pouco a pouco, a auto-estima.

Piaget (1992), dedicou-se ao desenvolvimento emocional e em seus estudos afirmava


que afectividade e inteligência não se dissociam, e que para que a inteligência funcione
é preciso um motor, que é a afectividade. Em Psicologia da criança o aspecto cognitivo
das condutas consiste na estruturação (estratégias) da actividade, e o aspecto afetivo, em
sua energética. Para Piaget, a afectividade, tal qual a inteligência, obedece a um processo
evolutivo onde a assimilação do mundo e nossa acomodação nos auto-regulam e nos dão
autonomia cognitiva e afectiva.

Atualmente, o bom professor não é aquele que apenas transfere conhecimentos, mas sim
aquele que lança desafios, instiga aos alunos a encontrar soluções diferenciadas e ensina-
lhes a buscar as respostas e, entre muitas coisas, aquele que possui capacidade de se
emocionar com a sua profissão.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

2-RELAÇÕES INTERPESSOAIS

1.2.1-RELAÇÃO ALUNO-ALUNO

A relação entre aluno-aluno, os alunos entre eles relacionam-se de acordo com os


trabalhos em grupo, visando a união entre eles.

Quanto mais convivem mais se envolvem, por intermédio dos professores e da escola os
alunos conseguem adaptar- se e criar laços.

Dentro da sala de aula, não existe apenas a relação entre aluno e professor, há também a
relação entre aluno-aluno, que é de uma extrema importância, pois quando é feito com
estrutura e senso de direcção, o professor consegue transmitir-lhes mensagens
(conteúdos). O professor ao fazer isso necessita de cuidados para que as situações criadas
não levem a rivalidade entre os alunos, mas sim a competitividade e a cooperatividade.
Os professores nem sempre encontram turmas homogéneas, e podem através dos
trabalhos colectivos tentar a interação dos alunos discriminados ao grupo.

As estratégias de aprendizagem cooperativa estão especialmente iniciadas em ambientes


multiculturais, quando se trata de melhorar as relações entre grupos de alunos e diminuir
(ou acabar com) preconceitos.

Surge assim a necessidade de o professor criar as condições para que haja uma boa
relação entre os alunos através de labores colectivos dentro da sala de aula, dessa maneira
criar- se-á condições para colmatar essa problemática.

Também é necessário que os próprios alunos estejam conscientes das diferenças


existentes entre eles e os seus colegas, provocando dessa forma:

 Respeitar as particularidades individuais cognitivos dos seus colegas;


 Reconhecer e respeitar as diferenças sociais, culturais e religiosas entre os colegas na
sala de aula.

Contudo, o professor joga um papel crucial para que haja uma boa relação entre alunos-
alunos, mais não é único responsável, sendo que os próprios alunos devem respeitar-se e
ajudarem-se nas diversas actividades levadas a cabo dentro da sala de aula.

1.2.2-RELAÇÃO ALUNO-PROFESSOR

A relação entre professores e alunos tem sido uma das grandes preocupações do ambiente
escolar nos últimos anos. Os entraves desta relação têm um papel significativo nos
processos de ensino e aprendizagem, influenciando-os de maneira decisiva. Esta relação
não deve ser imposta, mas, sim, estabelecer uma relação de respeito mútuo. O aluno deve
ser considerado um ser interativo na construção do seu próprio conhecimento, porém vale
ressaltar que o professor é o mediador de todo o processo.

A relação entre professor e aluno é fundamental para o processo ensino e aprendizagem


em sala de aula, esta relação em especial a afetividade pode influenciar esse processo de
forma bastante significativa.

O professor é responsável por estabelecer uma mediação entre o aluno e o conhecimento


de maneira atuante e prazerosa, pois é nessa relação que o aluno deve adquirir a maior
gama de conhecimento de forma que possa aplicá-la na sua vida futura, sendo assim, a

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

relação de afetividade entre o aluno e o professor é muito relevante na construção do


conhecimento.

A relação professor-aluno começa a ser construída no ingresso da criança à escola, onde


ela passa a conhecer e estar em contato com um mundo diferente, um lugar fora do lar.
As relações que antes eram essencialmente familiares, passam a ser ampliadas. Neste
momento a criança se vê mergulhada numa série de sentimentos confusos: a falta da mãe;
a incerteza da sua volta; a insegurança por estar num lugar estranho com pessoas
desconhecidas principalmente se ela for muito pequena. Para muitas é um processo
traumático que silencia a curiosidade e a euforia do novo.

Na opinião de H. WALLON, professores e alunos “não possuem o mesmo sistema de


codificação e de descodificação”, isto é, não se situam ao mesmo nível de
conhecimentos.

Mas, é preciso uma boa comunicação entre eles. O professor terá que se aproximar, é o
professor, porque os alunos não sabem “como fazer”.

Ele se aproximará do nível dos alunos para mais facilmente os entender e se fazer
entender, de um modo a que a comunicação seja possível e os conhecimentos circulem
entre eles como em vasos comunicantes.

O papel do professor é de mediador do conhecimento. Queira ou não, ele é um modelo


na sua forma de expressar valores, resolver conflitos, comunicar-se; na forma de ouvir,
falar e de relacionar-se com os outros professores e com os alunos. E a forma como o
professor se relaciona com o aluno se reflete nas relações do aluno com o conhecimento
e na relação aluno-aluno.

1.2.2.1-O professor e sua prática

Muitos professores que actuam nas escolas não se dão conta da importante dimensão que
tem o seu papel na vida dos alunos. Nesse sentido, um dos aspectos que se quer ressaltar
neste artigo é a importância da formação do professor e da compreensão que ele deve ter
em relação a esse assunto. Pois, não há como acontecer na escola uma educação adequada
às necessidades dos alunos sem contar com o comprometimento ativo do professor no
processo educativo.

Mudar essa realidade é necessário para que uma nova relação entre professores e alunos
comece a existir dentro das escolas. Para tanto, é preciso compreender que a tarefa
docente tem um papel social e político insubstituível, e que no momento actual, embora
muitos factores não contribuam para essa compreensão, o professor necessita assumir
uma postura crítica em relação a sua actuação recuperando a essência do ser “educador”.
E para o professor entender o real significado de seu trabalho, é necessário que saiba um
pouco mais sobre sua identidade e a história de sua profissão.

O aproveitamento escolar, a motivação e a sociabilização melhoram quando os


estudantes são acolhidos. Não se deve deixar o trabalho com as emoções apenas para os
momentos críticos, o tema deve ser incluído na proposta pedagógica.

As tendências pedagógicas foram evoluindo e foram divididas em cinco abordagens,


dentre as quais algumas colocaram como seu maior objectivo o refletir, o pensar e o
fazer do professor.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

A primeira abordagem a ser retomada é a “Tradicional”. Nessa teoria, o processo ensino-


aprendizagem era totalmente centrado no professor. Tinha como objetivo principal
formar o aluno ideal, contudo não se levava em conta seus interesses.

Em seguida, vem a abordagem “Comportamentalista”. Teoria baseada no empirismo


que vê o aluno como produto do meio. E o experimento é a base do conhecimento, que,
segundo Skinner, estudioso dessa abordagem, o comportamento resulta de um
condicionamento operante. A resposta esperada do aluno ocorre quando ela é estimulada
por meio de reforços.
O professor é aquele que planeja, organiza e controla os meios para atingir seus objetivos,
os quais são estruturados em pequenos módulos, conhecidos como estudos programados.

A abordagem “Humanista” apresenta seu enfoque no aluno. Segundo Mizukami (1986),


a ênfase dessa teoria ocorre por meio das relações interpessoais e do crescimento que
delas resulta.

A quarta abordagem é a “Cognitivista”. Segundo Mizukami (1986, p.59), essa


abordagem percebe a aprendizagem de forma científica, como um produto do meio,
resultante dos fatores externos. Preocupa-se com as relações sociais sem deixar de
privilegiar a capacidade do aluno em assimilar as informações.

1.2.3- RELAÇÃO PROFESSOR-PROFESSOR

Estudos sobre a importância das interações entre professores para o seu próprio
desenvolvimento e para o desenvolvimento do projecto político-pedagógico da escola
são escassos. Pensar essas interações segundo a perspectiva sociocultural construtivista,
significa considerar a construção de conhecimentos por uma pessoa participante activa
das sugestões culturais colectivas, o que implica uma forma de trabalho de cada um.
Afirma, então, que mais importante do que formar é formar-se, pois, segundo ele, todo
conhecimento é autoconhecimento e toda formação é autoformação.

Ao mesmo tempo, Nóvoa (2001) considera que a escola precisa mudar


institucionalmente, pois, o contexto em que exercemos nossas actividades influencia
fortemente o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Por isso, sugere que o
professor veja a escola não só como o lugar onde ele ensina, mas onde aprende. Considera
que a atualização e a produção de novas práticas de ensino só surgem de uma reflexão
partilhada entre os colegas, que tem lugar na escola e nasce do esforço de encontrar
respostas para problemas educativos.

Aponta, então, para a necessidade de se construir no debate sobre a formação, políticas


de melhoria das escolas e de definição de uma carreira docente digna e prestigiada.
Caberá, assim, à escola e ao governo criar condições básicas, com infra-estrutura e
incentivos à carreira.

1.2.4-RELAÇÃO PROFESSOR-FAMÍLIA

O professor e a família, assim como outras relações, vêm passando por profundas
transformações ao longo da história. Estas mudanças acabam por interferir na estrutura
familiar e na dinâmica escolar de forma que a família, em vista das circunstâncias, entre
elas o facto de as mães e/ou responsáveis terem de trabalhar para ajudar no sustento da
casa, tem transferido para a escola algumas tarefas educativas que deveriam ser suas.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Desta forma, percebe-se que, tendo em vista todas as mudanças ocorridas na família ao
longo da história em função de diversos factores, entre eles a emancipação feminina, que
os papéis da escola foram ampliados para dar conta das novas demandas da família e da
sociedade.

Negar este facto é agir fora da realidade, pois as mudanças na família além de afectar a
sociedade como um todo, afecta também a educação dos filhos refletindo
indiscutivelmente sobre as actividades desenvolvidas pela escola.

Sendo assim, essa relação deve ter como ponto de partida do professor e da própria
escola, visto que os pais têm pouco ou nenhum conhecimento sobre características de
desenvolvimento cognitivo, psíquico e tão pouco, entendem como se dá a aprendizagem,
por isso a dificuldade em participar da vida dos filhos.

Percebe-se desta forma que a interação professor/família é necessária, para que ambas
conheçam suas realidades e suas limitações, e busquem caminhos que permitam e
facilitem o entrosamento entre si, para o sucesso educacional do filho/aluno. Nesse
sentido, faz-se necessário retomar algumas questões no que se refere à escola e à família
tais como: suas estruturas e suas formas de relacionamentos, visto que, a relação entre
ambas tem sido destacada como de extrema importância no processo educativo das
crianças.

MARCHESI (2004) nos diz que a educação não é uma tarefa que a escola possa realizar
sozinha sem a cooperação de outras instituições e, a nosso ver, a família é a instituição
que mais perto se encontra da escola. Sendo assim se levarmos em consideração que
Professor e Família buscam atingir os mesmos objetivos, devem elas comungar os
mesmos ideais para que possam vir a superar dificuldades e conflitos que diariamente
angustiam os profissionais da escola e também os próprios alunos e suas famílias.

A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade educacional da família


jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação com ela apenas começa. É preciso
o diálogo entre escola, pais e filhos. (REIS, 2007 , p. 6).

A escola deve também exercer sua função educativa junto aos pais, discutindo,
informando, orientando sobre os mais variados assuntos, para que em reciprocidade,
escola e família possam proporcionar um bom desempenho escolar e social às crianças.
Pois, se toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também possuem o
direito de serem, senão educados, ao menos, informados no tocante à melhor educação a
ser proporcionada a seus filhos. (PIAGET, 2007, p. 50).

É importante que a família esteja engajada no processo ensino-aprendizagem. Isto tende


a favorecer o desempenho escolar, visto que o convívio da criança com a família é muito
maior do que o convívio com a escola.

1.2.4.1-A família

A Família é vista como a base da sociedade, porém diante das mudanças económicas,
políticas e, sobretudo sociais, vê-se a instituição familiar estruturada de forma totalmente
diferente de anos atrás. O antigo padrão familiar, antes constituído de pai, mãe e filhos e
outros membros, cujo comando centrava-se no patriarca e/ou matriarca, deixa de existir
e em seu lugar surgem novas composições familiares. Ou seja, famílias constituídas sob
as mais variadas formas, desde as mais simples, formadas apenas por pais e filhos, outras
formadas por casais oriundos de outros relacionamentos, até famílias compostas por
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

homossexuais e famílias apenas composta por avós e netos, o que não significa que estas
novas formações não possam ser consideradas famílias. Constituídas de forma diferente,
mas famílias.

Além disso, os atropelos da vida moderna que acarretam a falta de tempo dos pais para
uma boa convivência com os filhos, a velocidade com que essas transformações têm
ocorrido, além do grande número de separações e divórcios, dificultam para as famílias
oferecer o que costumamos chamar de “educação de berço”. Essas mudanças e o aumento
da expectativa de vida, a diminuição do índice de mortalidade, o aumento de mulheres
ingressando no mundo do trabalho, além do aumento das separações e divórcios,
anteriormente citados, foram algumas das heranças deixadas pelo século XX. Em
consequência disso, a família contemporânea, assim como a instituição do casamento
parece estar vivenciando uma grande mudança. E, em decorrência, percebe-se um
aumento considerável de pequenas famílias chefiadas por jovens esposas tentando se
firmar financeiramente.

Com tudo, tendem melhorar o relacionamento com às ecolas juntos dos professores para
assegurar ou melhorar os laços entre professores e famílias.

1.2.4.2-A função da família

A família se modifica através da história, mas continua sendo um sistema de vínculos


afectivos onde se dá todo o processo de humanização do indivíduo. Um ambiente familiar
estável e afectivo parece contribuir de forma positiva para o bom desempenho escolar da
criança. Um lar deficiente, mal estruturado social e economicamente, tende a favorecer
o mau desempenho escolar das crianças. Sabe-se que, quando algo não vai bem ao
ambiente familiar, o escolar será também de certa forma afectado. Desta forma, percebe-
se que a grande maioria das dificuldades apresentadas pelas crianças é proveniente de
problemas familiares. Isso ficou claro, quando das conversas com os pais e seus filhos
no decorrer de nosso trabalho.

Percebe-se desta forma que a família possui papel decisivo na educação formal e
informal, pois, além de refletir os problemas da sociedade, absorve valores éticos e
humanitários e aprofunda os laços de solidariedade. Portanto, é indispensável à
participação da família na vida escolar dos filhos, pois crianças que percebem que seus
pais e/ou responsáveis estão acompanhando de perto tudo o que está acontecendo, que
estão verificando o rendimento escolar – perguntando como foram as aulas, questionando
as tarefas etc. – tendem a se sentir mais segura e, em consequências dessas atitudes por
parte da família, apresentam melhor desempenho nas actividades escolares.

Diante da colocação acima, entende-se que a família deve, portanto, se esforçar para estar
mais presente em todos os momentos da vida de seus filhos, inclusive da vida escolar.
No entanto, esta presença implica envolvimento, comprometimento e colaboração. O
papel dos pais, portanto, é dar continuidade ao trabalho da escola, criando condições para
que seus filhos tenham sucesso tanto na sala de aula como na vida.

1.2.4.3-A família e o desempenho escolar

O ambiente familiar, bem como suas relações com o aprendizado escolar revela-se um
campo pouco explorado, porém muito importante para o desenvolvimento e
aprendizagem das crianças.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Nesse sentido, pode-se afirmar que a família é fundamental na formação de qualquer


indivíduo, culturalmente, socialmente, como cidadão e como ser humano, visto que, todo
mundo faz parte da mais velha das instituições que é a família. Porém, ao tratarmos da
família relacionando-a com a escola, faz-se necessário um estudo sobre o panorama
familiar atual, não esquecendo que a família através dos tempos vem passando por um
profundo processo de transformação. A família é o primeiro e principal contexto de
socialização dos seres humanos, é um entorno constante na vida das pessoas; mesmo que
ao longo do ciclo vital se cruze com outros contextos como a escola e o trabalho. (
GOMES, 2003, p. 203)

1.2.4.4-A escola

As mudanças pelas quais a sociedade tem passado atualmente em decorrência de


aceleradas informações, os grandes avanços tecnológicos e tantos outros fatores já
mencionados no decorrer deste estudo, tem repercutido na estrutura da família e
consequentemente da escola. Portanto, faz-se necessário também voltar nossa atenção
para a escola que, apesar das mudanças, continua exercendo a função de transmitir
conhecimentos científicos.

Entretanto, a escola tem encontrado dificuldades em assimilar as mudanças sociais e


familiares e incorporar as novas tarefas que a ela têm sido delegadas, embora isso não
seja um processo recente. No entanto, a escola precisa ser pensada como um caminho
entre a família e a sociedade, pois tanto a família quanto a sociedade volta seus olhares
exigentes sobre ela. A escola é para a sociedade uma extensão da família, porque é
através dela que a sociedade consegue influência para desenvolver e formar cidadãos
críticos e conscientes.

Sendo assim, faz-se necessário que a escola repense sua prática pedagógica para melhor
atender a singularidade de seus alunos, o que a obriga a uma parceria com a família,
deforma a atingir seus objetivos educativos. É importante que a escola busque estreitar
suas relações com a família em nome do bem-estar do aluno. Ficou claro durante a
implementação do projeto que, para maior fluência desses objetivos, a escola necessita
da participação efetiva da família. Por outro lado, a família também se sente mais segura
quando é orientada mais de perto pelos profissionais da escola.

As responsabilidades da escola hoje vão além de simples transmissora de conhecimento


científico. Sua função é muito mais ampla e profunda. Tem como tarefa árdua, educar a
criança para que ela tenha uma vida plena e realizada, além de formar o profissional,
contribuindo assim para melhoria da sociedade em questão.

Como afirma TORRES: uma das funções sociais da escola é preparar o cidadão para
o exercício da cidadania vivendo como profissional e cidadão. (TORRES, 2008. p. 29).

1.2.4.5- Importância da relação família/escola

Vida familiar e vida escolar perpassam por caminhos concomitantes. É quase impossível
separar aluno/filho, por isto, quanto maior o fortalecimento dessa relação família/escola,
tanto melhor será o desempenho escolar desses filhos/alunos. Nesse sentido, é importante
que família e escola saibam aproveitar os benefícios desse estreitamento de relações, pois
isto irá resultar em princípios facilitadores da aprendizagem e formação social da criança.

Tanto a família quanto a escola deseja a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo;
no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia
e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita da família para concretizar
o seu projeto educativo. (PAROLIM, 2003, p. 99)

TEMA 2- O ENSINO EM ANGOLA

SUBTEMAS: 2.1-ORGANIZAÇÃO DO ENSINO EM ANGOLA

2-ANÁLISE DOS PROGRAMAS EM VIGOR NO Iº CICLO DO ENSINO


SECUNDÁRIO

2.1- ORGANIZAÇÃO DO ENSINO EM ANGOLA

2.1.1-A educação em Angola antes da independência e pós


2.1.2-Finalidades da educação no período colonial em Angola
2.1.3-Vantagens e desvantagens

2.1.1-EDUCAÇÃO EM ANGOLA ANTES DA INDEPENÊNCIA E PÔS

A educação em Angola diz respeito ao conjunto de elementos formais que se somam para
formar do sistema de ensino do país, que mescla estabelecimentos de ensino público,
privado e comunitário/confessional.

Dada a característica do país, de colonização e independência tardia, o sistema


educacional angolano demorou sobremaneira para desenvolver-se, pautando-se em ciclos
de franca expansão, com períodos de praticamente dormência. A independência da nação
e sua subsequente vinculação ao bloco socialista, bem como as guerras colonial e civil,
influiu bastante no sistema de ensino da jovem nação.

DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

2.1.1.1- PERÍODO PRÉ-COLONIAL

Ao chegar a bacia do congo, em 1482, Portugal encontrou uma série de Estados africanos
que dominavam a região. Esse contato deixou registrado que naqueles territórios já havia
uma educação formal, pelo menos voltada às cortes reais locais, aos chefes tribais e aos
indivíduos mais influentes daquelas sociedades.

No Reino do Congo os portugueses tanto se impressionaram do grau de instrução das


pessoas que ali viviam que, depois de se familiarizarem, os chamaram de "gregos de
África". Já no século XV existiam escolas de mestres em Mabanza Congo, a capital do
reino, fato que levou os portugueses a levar alguns daqueles cidadãos do Congo para
ministrar aulas de humanidades na metrópole. Em contrapartida, a comitiva de Diogo
Cão, com autorização do rei João I do Congo, partiu com um grupo de nobres do
Congo "a fim de serem educados em Portugal e instruídos e baptizados na fé cristã".

2.1.1.2-PERÍODO COLONIAL ANTIGO (1482 A 1926)

O ensino escolar de influência portuguesa em Angola teve início no século XVI, portanto
muito antes do actual território constituir uma unidade. No decorrer da sua presença no
Reino do Congo, os padres católicos presentes na corte de Mabanza Congo empenharam-
se em divulgar não apenas o cristianismo, mas também a língua portuguesa e a
correspondente escrita, bem como rudimentos de matemática.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Em 1514, já existiam no Reino do Congo escolas masculinas de influência católico-


portuguesa em Sundi, Quimbamba, Bambata e Pango. Uma irmã do rei ensinava
meninas numa escola de Mabanza Congo. Essas gerações de mestres eram compostos
também por congoleses formados em Portugal nos Lóios e as Cartilhas de ensino
impressas nas oficinas congolesas. Em 1548, o padre Diogo Gomes foi mandado ao
Congo, abrindo uma escola para 600 estudantes.

Depois da fundação das Praças Fortes de Luanda e de Benguela, estabeleceram-se lá


algumas escolas de nível básico, inicialmente apenas para filhos dos colonos brancos,
inclusive alguns que tiveram mulheres africanas, depois também para um pequeno
número de crianças africanas. Nesta fase, as escolas não constituíam um sistema de
ensino e nem sequer tinham estruturas muito definidas.

Entre 1548 e o século XIX o ensino foi basicamente capitaneado pelos missionários
católicos. A primeira viragem ocorreu no ano de 1699, quando foi iniciada a Aula de
Geometria e Fortificação, o primeiro curso de Engenharia da África Subsaariana, voltado
para os militares portugueses, tendo como finalidade preparar os mesmos para erguer as
edificações da colônia. Em 24 de Abril de 1789 foi criada a Aula de Medicina e
Anatomia de Luanda, pela Carta Patente de D. Maria I, sendo a predecessora reclamada
da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto. Em 29 de Dezembro de
1836 a Aula de Medicina passou a denominar-se Escola Médico-Cirúrgica de Luanda e,
em 2 de Abril de 1845, alterou-se finalmente a denominação para Instituto Prático de
Medicina da África Ocidental Portuguesa.

Assim, apenas em 1845 foi instituída em Angola uma estrutura oficial do ensino, pelo
decreto de 14 de agosto de 1845, criado por Joaquim José Falcão, ministro do Estado, da
Marinha e do Ultramar, e assinado pela rainha D. Maria II. Falcão criou algumas escolas,
tal como a Escola Principal de Instrução Primária, e constituiu um Conselho Inspetor de
Instrução Pública.

O final deste ciclo pode-se dizer que ocorreu com a instalação do primeiro liceu angolano,
o Liceu Central de Luanda (atual Magistério Mutu-ya-Kevela), em 22 de fevereiro de
1919, somente equiparado ao regime jurídico dos liceus da metrópole em 13 de
Dezembro de 1923.

2.1.1.3-PERÍODO COLONIAL CLÁSSICO (1927 A 1961)

No início do século XX, delimitado no essencial o território colonial, iniciou-se a


construção de um Estado colonial e, inclusive, de um incipiente sistema de ensino: ao
lado das escolas missionárias, criaram-se nos ambientes urbanos escolas básicas do
Estado e, pouco a pouco, alguns liceus. Em meados dos anos 1920, com o advento do
Salazarismo em Portugal, houve uma primeira sistematização deste sector, que durou 30
anos e que, no período do "colonialismo tardio", cedeu o lugar a um sistema inteiramente
reformulado. Para o período de ocupação colonial podem, portanto, distinguir-se duas
fases no domínio da educação escolar, uma de 1928 a 1958, e outra de 1958 a 1975.

O primeiro período caracteriza-se pela aplicação ao ensino de uma política de separação


por raças que chegou a ser apelidada de apartheid branda. Para o nível primário e
secundário geral foi introduzida uma distinção e separação entre escolas que obedeciam
ao modelo introduzido em 1927 em Portugal, reservados aos "civilizados" (brancos, a
maior parte dos mestiços, uma ínfima parte dos negros) e escolas para "indígenas" que,
geralmente, não iam para além da segunda classe. Na primeira categoria, as escolas eram
na sua maioria estatais, mas numa parte significativa (a partir dos anos 1930) também
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

privadas ou de comunidades religiosas. O número de alunos do ensino primário nesta


categoria, cerca de 4000 em 1929/30, chegou a mais de 35 000 em 1959/60, sendo pouco
menos da metade brancos, perto da quarta parte mestiços, e mais da quarta parte negros.
O desenvolvimento a nível secundário foi mais lento e acentuou-se apenas nos anos 1950.
Para além de liceus em Luanda e no Lubango houve sobretudo os seminários menores
da Igreja Católica.

Uma situação nova dá-se com a assinatura, em 1941, do chamado Acordo Missionário.
Este acto entrega às Missões Católicas a responsabilidade integral do ensino para
indígenas, então designado como "ensino rudimentar" (e mais tarde como "ensino de
adaptação"). As suas escolas são reconhecidas como oficiais. A manutenção do mesmo
tipo de escolas é permitida às Missões Protestantes, mas sem reconhecimento como
oficiais.

2.1.1.4-EXPANSÃO COLONIAL TARDIA (1962 A 1975)

Já nos últimos anos 50, houve alterações no sentido de uma flexibilização do sistema.
Registou-se uma maior articulação entre os sistemas primários "regular" e "de
adaptação", em termos de programas e de possibilidades de passar do segundo para o
primeiro. Em reacção às primeiras manifestações de uma resistência anti-colonial
armada, ocorridas em 1961, Portugal adoptou medidas radicais, concebidas para opor às
ideologias nacionalistas o modelo de uma real integração. Em 1962 foi abolido o Estatuto
do Indigenato, reconhecendo a todos o estatuto de cidadão. No domínio do ensino
primário, houve uma unificação: a uma classe pré-primária seguia-se quatro anos
regulares. As escolas elementares de artes e ofícios mantiveram-se a título de excepção.

Em consequência destas medidas, houve uma verdadeira explosão primeiro do ensino


primário, a seguir do ensino secundário. Além disto, foram fundados alguns institutos
profissionais de nível médio, bem como a Universidade de Luanda (com uma faculdade
no Huambo). Em 1972/73, o total dos alunos tinha quadruplicado em relação a 1961/62:
o seu total era ligeiramente superior a 600 000 - mais de 500 000 no ensino primário,
cerca de 75 000 no ensino secundário, mais de 3000 no ensino normal (preparação de
professores do ensino primário) e um número sensivelmente igual no ensino superior.

Foi esta mesma pressão que levou à introdução de algumas instituições de ensino
superior. A mais importante foram os chamados "Estudos Gerais Universitários", criados
em Luanda em 1962/63 e mais tarde transformados em Universidade de Luanda, com
faculdades de economia e medicina em Luanda e uma faculdade de agronomia no
Huambo. Ao mesmo tempo foi dada à Igreja Católica a permissão para acrescentar um
curso superior ao Instituto Pio XII de Educação e Serviço Social.

Objectivo geral da educação antes da independência

A educação na era colonial visou formar um homem submisso, subserviente dos


interesses do colono, ainda tinha como objectivo reproduzir a classe dirigente.

Angola como sendo na altura colonia portuguesa, dominada pela administração


portuguesa e vigia ao cidadão Angolano a integrar-se profundamente na religião Católica
como um meio de educação para favorecer os interesses do colono. O objectivo
educacional consistia em ocultar a realidade concreta do povo para que o cidadão
angolano não descobrisse que estava a ser dominado.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

O ensino só se desenvolveu numa primeira fase, onde havia concentração de população


colonial, isto é, nas principais cidades. A medida que a população colonial crescia e se
espalhava pelo território também o ensino crescia, mas sempre mais ou menos reservador
os filhos dos colonos, embora não houvesse impedimento legal para os angolanos os
frequentar.

Os impedimentos reais eram:

 A implantação geográfica das escolas;


 A exigência de assimilação para a frequência;
 A descriminação da origem económica.

Pois era necessário ter no mínimo as possibilidades económicas visto que o ensino não
era gratuito.

A dado momento a colonização alargou um leque de escolas primárias pela necessidade


de desenvolver a base de exploração económica e para criar uma classe de leque nos
burocratas angolanos que a administração e o comércio colonial. Mas o ensino
secundário pelo reduzido número de escolas continuou praticamente reservado aos filhos
da burguesia colonial até ao início da luta armada em 1961.

Finalidades da educação no período colonial

 As finalidades da educação no período colonial eram:


 Instrutivas;
 Socializadora;
 Personalizadora;
 Produtiva;
 Política;
 Económica;
 Transmissão cultural.

 Instrutiva: transmissão de conhecimentos e técnicas.


 Socializadora: aquisição dos valores, atitudes, ábitos e padrões de comportamentos
socialmente recomendados.
 Personalizadora: estimular o desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos e
promover a sua auto-realização.
 Produtiva: aquisição do saber, saber fazer das atitudes necessárias ao ingresso no
mercado do trabalho.
 Política: prende-se com preocupações básicas, a necessidade de recrutar as elites, os
chefes políticos que dirigirão a sociedade no futuro e a necessidade de assegurar a
conformidade do futuro cidadão com o sistema político vigente selecionando os mais
aptos com base na inteligência e em certas trações de caráter.
 Económica: de facto a uma economia progredida sem o aumento de conhecimento e de
aptidões cognitivas dos jovens que chegam ao mercado de trabalho sem um número
considerável de habilitação, sendo a divisão de trabalho uma característica fundamental
da sociedade, torna-se necessária a formação técnica dos indivíduos, orientada para a sua
especialização laboral.
 Transmissão cultural: deriva de uma necessidade eminentemente conservadora:
Transmitir esquemas fundamentais da sociedade mediante a escola;

A transmissão cultural funciona como condição necessária quer para assegurar a


continuidade social, quer para assegurara adaptação dos indivíduos sociais ou grupos.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Estrutura do sistema de ensino no período colonial:


O subsistema de educação no período colonial classificava-se por (4) quatro.

1 º Subsistema de ensino primário


Ensino elementar para os brancos e assimilados;
Ensino rudimentar;
Ensino missionário para indígenas nas zonas rurais.

2 º Subsistema de ensino técnico profissional (indígenas )


●Escolas de artes e ofícios;
●Escolas de formação feminina.

3 º Subsistema de ensino secundário (liceu )


4 º Subsistema de ensino superior
1 ª classe
Ensino primário (ensino preparatório) 2ª classe
3 ª classe
4 ª classe
1 º ano
Ensino secundário 2º ano

3 º ano liceal
Liceu 4º ano liceal
5 º ano liceal
6 º ano liceal
7º ano liceal

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Vantagens da educação no período colonial em Angola

 Destaca-se essencialmente o ensino e aprendizagem da língua Portuguesa;


 A implementação da organização da rede social e sistema educativo;
 Grande sucesso verificado no processo de ensino aprendizagem na época;
 O aparecimento do cristianismo com a sua vocação divina;
 As construções empreendidas das grandes cidades de Angola.

Desvantagens

 As revoltas e resistência Angola ao domínio português;


 Ressentimento difundida contra o sistema de trabalho forçado usado nas plantações de
café, cisada, milho, açúcar e algodão.

2.1.1.5-EDUCAÇÃO EM ANGOLA APÓS INDEPENDÊNCIA

A educação e instrução após a independência, diferencia-se essencialmente da educação


antes da independência (época colonial), porque Angola independente mudaram pela
base as relações sociais das quais depende também o carácter da educação e instrução.
Diferentemente das relações sociais que na sociedade de exploração exercida pela
minoria sobre a maioria as relações do homem em Angola independente deixam de ser
alienatórias passa para o domínio da maioria todos os privilégios na educação instrução
são aludidos e ela é um direito de cada um.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Nas condições de Angola independente o nosso sistema de educação e instrução edifica-


se, desenvolve-se no sentido geral do nosso país na consolidação da independência e na
construção de uma sociedade justa a fim de contribuir no máximo para a realização dos
bens materiais e culturais e para a construção das relações sociais mais justas.

Uma das características da educação e instrução em Angola consiste pela sua base, elas
mudam o seu objectivo servindo assim a integral nas pessoas a edificação da
personalidade humana na sua totalidade. Eles são organizados de maneira a desenvolver
personalidade do ponto de vista intelectual, físico, moral, estética e técnico. A exigência
para a integral da personalidade resulta quer das necessidades da personalidade humana
quer da necessidade da sociedade actual. Afastando no processo da educação e instrução
a jovem geração deve vergar a dominar todas as descobertas da sociedade, da técnica e
da arte.

2.1.1.6-SURGIMENTO DO ENSINO OFICIAL EM ANGOLA

Referências históricas afirmam que, durante vários séculos da colonização portuguesa, o


ensino esteve sob a responsabilidade das Missões religiosas, sendo o ensino laico muito
reduzido e praticado por algumas instituições não oficiais» (VIEIRA, 2007: 43). Segundo
este autor, apesar da existência do ensino oficial na Província de Angola, a situação da
maioria da população africana em nada se alterou, pois, um grande número continuava
sem escolarização, uma vez que (o decreto de 1845 de Joaquim Falcão, procurou dar
satisfação às exigências das populações civilizadas) beneficiando assim a maioria da
população colonizadora.

Até os primeiros anos do século XIX, a educação laica em Angola era ainda muito
limitada e não estava por isso ao alcance de todos, só uma minoria de europeus abastados
e da burguesia africana radicada principalmente em Luanda, podia frequentar algumas
instruções de carácter privado que existiam no território, principalmente nos aglomerados
de população colonial.

Se por um lado o decreto de 1845 de Joaquim Falcão, procurou dar satisfação às


exigências das populações civilizadas, beneficiando assim a maioria da população
colonizadora, Martins Santos citado por Laurindo Vieira, refere que este decreto também
marca o pronúncio da abertura dos primeiros alicerces da escola pública no ultramar e,
muito especialmente, em África. Com a legislação o ensino oficial começou aos poucos
a fazer parte da realidade angolana, mas se tivermos em conta a data de chegada dos
portugueses à foz do rio zaire (1482) e a preocupação destes com a questão do ensino
(1845), passaram-se mais de três séculos para que se pensasse na implementação de um
sistema de ensino público, o que não deixa de ser chocante par um colonialismo que
apregoava ter civilizado os chamados “povos bárbaros”. (Ibid. 45).

Apesar da existência de um ensino oficial em Angola, a situação da maioria da população


africana em nada se alterou, pois, um grande número continuava sem escolarização.
O “liceal” só teve início nos primórdios do século XX, mais concretamente a partir de
Fevereiro de 1919, quando foi fundado o primeiro Liceu de Luanda e da província, o
Salvador Correia» (SANTOS, 1970: 185). Assim desde a assinatura do decreto de José
Falcão em 1845 até o surgimento do 1º liceu passaram-se 74 anos para que surgisse em
toda a província de Angola uma escola secundária oficial, o que, por si só, demostra o
atraso no desenvolvimento do campo educativo em Angola e as dificuldades de muitos
em prosseguirem os seus estudos secundários.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Contudo é importante salientar que, embora o surgimento do ensino secundários fosse já


uma realidade em Angola, ou melhor em Luanda, a situação de escolarização da maioria
da população africana e outra desfavorecida não mudou significativamente, tendo em
atenção que o Liceu Salvador Correia era frequentado maioritariamente por filhos de
grandes proprietários europeus que viviam em Angola, fazendeiros portugueses,
elementos de ascendência portuguesa e alguns africanos.

Em termos da educação e ensino, a política do estado novo continuava a encarar a questão


da escolarização dos africanos como sendo desnecessária como afirmava o Boletim do
Ensino da Colónia de Angola:

«O indígena tem de ser um indivíduo útil principalmente no seu meio de origem e só


poderá ser, uma vez preparado, uma vez educado nos costumes salutares do trabalho. O
indígena na escola primária estaria deslocado, tornando-se altamente prejudicial a si e
aos seus semelhantes. Devemos procurar evitar a difusão de escolas primárias nos
povoados selvagens» ( VIEIRA, 2001, 49).~

2.1.1.7-O PERÍODO QUE ANTECEDEU A INDEPENDÊNCIA: 1974 – 1975

Antes de abordarmos qualquer aspecto de ordem política, gostaríamos de recuar um


pouco no tempo para analisarmos, ainda que de forma sucinta, o 25 de Abril de 1974 que
culminou com a queda do regime ditatorial em Portugal. O 25 de Abril mais do que um
produto histórico dos nacionalistas portugueses, teve a sua génese na luta armada que os
nacionalistas africanos de Angola, Moçambique e Guiné Bissau, impuseram ao
colonialismo português, criando uma situação favorável para a Independência das ex-
colónias de África e o fim da ditadura em Portugal. Assim, a guerra desencadeada nos
territórios destes países, criou uma premissa para que o 25 de Abril e com ele se abrissem
as portas para a independência das ex-colónias. Vale a pena nos lembrarmos o que nos
diz Basil Davidson:
«Estas guerras portuguesas foram extremamente dolorosas, mas por volta de 1970 a 1 ª
resistência africana começou em geral a ganhar vantagem. Essa resistência levou a
grandes avanços políticos por parte dos africanos, assim como vitórias militares.

Finalmente o derrube da ditadura salazarista em Abril de 1974, também veio pôr fim a
estas guerras dolorosas e desastrosas para Portugal. (citado por VIEIRA, 2007: 80).

Mostrar o quão foi importante o sacrifício dos Movimentos Nacionalistas africanos (em
Angola o MPLA, FNLA e a UNITA), pois, com este esforço, surgiu a independência que
veio a favorecer os próprios africanos com relação a acessibilidade ao processo de ensino.

Pouco antes da proclamação da independência, o país envolve-se numa sangrenta guerra


pelo poder, envolvendo os três movimentos de libertação (MPLA, FNLA e
UNITA). Esta situação deixou o país economicamente debilitado, tendo destruído a
maior parte das comunicações terrestres, e em particular o caminho-de-ferro de
Benguela.

Estes conflitos não beneficiaram em momento algum o processo do ensino no país, pois
que, passou-se a partir deste momento a direccionar todas as atenções na implantação da
paz bem como na estabilização do país.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

2.1.1.8-A EDUCAÇÃO PÓS INDEPENDÊNCIA (1975 – 1980)

Com a proclamação da Independência de Angola pelo MPLA, os objectivos imediatos


do novo regime consistiam na “destruição” dos marcos do regime colonial e na
construção imediata de um novo país, social, político, e economicamente diferente de
forma a servir os miliares de angolanos que tinham sidos excluídos, discriminados e
explorados pelo regime colonial. (VIEIRA, 2007: 91).

Tendo em conta que a situação herdada do colonialismo, principalmente no campo da


educação não era das mais favoráveis, e consciente do alto nível de analfabetismo
existente na sociedade angolana na altura, uma das primeiras medidas a ser implementada
a nível nacional, foi o combate ao analfabetismo. Indicadores do Ministério da Educação
publicado na revista Novembro, apontavam que cerca de 85 % da população do nosso
país (Angola), era analfabeta e mesmo entre os alfabetizados muito poucos possuíam
qualquer qualificação e só uma maioria não significativa possuía uma qualificação
profissional.

Considerando a alfabetização uma tarefa prioritária, as autoridades angolanas criaram a


Comissão Nacional de Alfabetização, em 1976, sob a tutela do Ministério da Educação,
mas dependendo funcionalmente das estruturas do MPLA, que levou a cabo uma
Campanha Nacional de Alfabetização por forma a diminuir o número de analfabetos. A
campanha teve uma grande aderência por parte da população, quer no campo quer nas
fábricas, nos quarteis e, em muitos casos, as aulas decorriam debaixo das árvores.

Esta campanha visava colmatar algumas carências a nível da mão-de-obra qualificada e


iniciar uma forma de educação popular, baseada na experiência dos grandes movimentos
de educação popular da América Latina ao mesmo tempo que tentava fazer frente a
situação económica do momento.

2.1.1.9-POLÍTICAS DO ENSINO EM ANGOLA “EXPERIÊNCIA


SOCIALISTA”, (1975 A 1991)

Ao conquistar o poder e declarar a independência do país em 1975, o MPLA optou ao


mesmo tempo por uma tentativa de combinar a construção nacional com a construção de
uma sociedade socialista, tal como definida pelo Marxismo-leninismo. Nesta perspectiva
adoptou uma política educacional inteiramente subordinada a estes objectivos.

Durante anos, uma alta prioridade foi dada a uma ampla campanha de alfabetização de
adultos que utilizou a técnica didáctica, mas não a metodologia de base do educador
brasileiro Paulo Freire. Para além da transmissão de conhecimentos instrumentais
básicos, a campanha teve por objectivo a promoção sistemática de uma identidade social
abrangente (“nacional”) e uma mentalização política destinada a obter a aceitação do
regime estabelecido. Não são conhecidas estatísticas fiáveis quanto a esta campanha, mas
pode ser dado como certo que ela atingiu centenas de milhares de pessoas.

Na continuação deste ensino básico, foi estabelecido um ensino médio de quatro anos (9ª
a 12ª classes). Boa parte das respectivas escolas tinham como objectivo uma formação
técnico-profissional nos mais diversos ramos, inclusive no da formação de professores.
A conclusão da 12ª classe dava acesso ao ensino superior. Criaram-se também a nível
médio escolas de ensino pré-universitário (PUNIVs), especialmente desenhadas para, em
menos tempo, levar ao acesso a estudos superiores em letras e ciências naturais.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Para o estudo superior existia apenas a Universidade de Angola. Esta era a sucessora da
Universidade de Luanda e passou em 1979 a chamar-se Universidade Agostinho Neto.
Embora ela compreendesse várias faculdades, situadas em Luanda e no Huambo, esta
universidade não tinha condições para corresponder à procura gerada pela expansão do
ensino, antes e depois da independência – tanto menos como o seu corpo docente ficou
drasticamente reduzido com a saída dos professores luso-angolanos, só parcialmente
substituídos por “cooperantes” cubanos, alemães (da RDA) e Russos. Por esta razão, o
MPLA estabeleceu um sistema de bolsas que permitiu, no decorrer dos anos, a vários
milhares de alunos de realizar estudos universitários em diferentes “países socialistas” –
principalmente em Cuba, mas também na União Soviética, na República Democrática
Alemã e na Polónia.

2.1.1.10-PRIMEIRA REFORMA DO SISTEMA EDUCATIVO EM ANGOLA


(1976 – 2000)

O NOVO SISTEMA DE EDUCAÇÃO E ENSINO

Tendo o governo da República Popular de Angola compreendido a importância do sector


no desenvolvimento do país bem como da sua população, ocupou-se em um novo sistema
de Educação e do Ensino que não englobasse nos seus objectivos e princípios os signos
da política educacional colonial. É neste quadro que foi promulgada a Lei nº 4/75 de 09
de Dezembro de 1975, um mês à seguir a Independência, que consagrava a
nacionalização do ensino.

A nacionalização do ensino tinha como objectivos imediatos fazer do sistema de


educação um instrumento do estado e substituir todo o aparelho colonial da educação e
ensino, promovendo no seio da sociedade angolana uma educação virada para o povo
(escola para todos), uma vez que as autoridades coloniais não a tinham implementado
devido a sua política de exclusão e descriminação da maioria dos angolanos.

É importante aqui salientar que, em função da influência dos seus aliados, o primeiro
sistema de ensino traçado pelo 1º Congresso do MPLA, tinha fortes influências de países
do bloco socialista. (VIEIRA, 2007:107).

Tendo em conta as orientações fundamentais para o desenvolvimento económico-social


da República Popular de Angola no período de 1978/1980, as decisões saídas do 1 º
Congresso sobre a política educativa definiram como objectivos do sistema de educação
e ensino o seguinte:
 Formar as novas gerações e todo o povo trabalhador sob a base da ideologia marxista-
leninista;
 Desenvolver as capas idades físicas e intelectuais de formas a que todo o povo possa
participar na construção da nova sociedade;
 Desenvolver a consciência nacional e o respeito pelos valores tradicionais;
 Desenvolver o amor ao estudo e o trabalho colectivo e o respeito pelos bens que
constituem a propriedade do povo angolano;
 Desenvolver a unidade nacional;
 Garantir o desenvolvimento económico e social e a elevação do nível de vida da
população.

De acordo com as decisões saídas desse Congresso que decorreu de 04 a 10 de


Dezembro de 1977, redefiniu o novo sistema de educação e ensino de seguinte forma:
 Um subsistema do Ensino de Base;
 Um subsistema do Ensino Técnico-profissional;
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

 Um subsistema do Ensino Superior.

De acordo com esta estruturação, o sistema de ensino contava com a seguinte


componente:
Um Ensino geral de Base – constituído por 8 classes subdividido em 3 níveis; o primeiro
de quatro classes, começava na 1ª até a 4ª classe; o segundo duas classes, incluía 5ª e a
6ª classe; e o terceiro, da 7ª à 8ª classe.

O ensino pré-universitário – estruturado em quatro semestres com a duração de 2 anos


vigorava como um sistema transitório para o ensino universitário.

Um ensino médio – com a duração de quatro anos, possuía dois ramos: o técnico que
visava a formação de mão-de-obra para a indústria; e normal para a formação de
professores para o ensino de base.

Por último, um ensino superior – estruturado em faculdades e institutos superiores; tinha


a duração de 4 a 5 anos.

A organização do sistema educacional (1976) partiu da necessidade de mudança do


sistema de educação que Angola herdou do colonialismo português-classificado como
ineficiente, limitado e, em termos culturais, mais voltado ao domínio cultural de Portugal.
O sistema educacional português exaltava seus valores em detrimento dos valores nativos
de Angola. Averiguando os manuais usados nas escolas, até a década de 1960 e finais de
70, ainda é possível notar a presença de ideologia de domínio colonial. ( NGULUVE,
2010: 55).

Todavia, também é fundamental apresentar algumas reflexões que nos permitam


compreender as medidas educacionais tomadas e a prioridade que estas tiveram, em
termos de políticas públicas, nas decisões do Estado. Isto é, do investimento financeiro
no sector educacional para atender ao desenvolvimento cultural, económico e político de
Angola. Entre outras medidas tomadas destacam-se o rompimento com a cultura
colonialista, o desenvolvimento de um sistema educacional voltado à valorização da
cultura nacional, o desenvolvimento das ciências e técnicas nacionais, o desenvolvimento
da democracia política e da justiça social, a reforma agrária, visando maior integração
social e produtividade, o estabelecimento da unidade nacional e africana.

E isso representou uma grande dificuldade no momento da reorganização do sistema


educacional (1976), pois os professores de que Angola dispunha para a sua educação
eram frutos da educação colonial. Outra dificuldade provinha da falta de meios materiais
suficientes para a produção de novos manuais de ensino, material didáctico suficiente
para o país, assim como de um programa eficiente para a formação dos novos professores,
que pudessem colocar em prática as medidas traçadas com o objectivo de serem
implementadas em Angola.

Como já nos referimos anteriormente, a educação colonial não privilegiou o nativo


angolano, ou seja, não existia uma educação para negros escravos. Com o alcance da
Independência à 11 Novembro de 1975, o novo governo, teve como desafio definir a
partir de 1976, políticas concretas que pudessem permitir a correcção dos altos índices
de analfabetismo apresentado pelo país, resultante da fraca infra-estrutura, bem como dos
materiais de apoio ao ensino, herdado do colonialismo português.

Em vista desta situação foi elaborado o chamado Plano Nacional de Ação para a
Educação de Todos. A preocupação principal deste plano era apresentar uma resposta ao
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

problema da alfabetização de crianças e adultos, procurar, aos poucos, aumentar os


espaços escolares de ensino, desenvolver a formação e aperfeiçoamento constante dos
professores para permitir a expansão do ensino básico. Aprovado em 1977, o Plano
Nacional de Ação para Educação de Todos visava fundamentalmente ampliar a
oportunidade de acesso à educação fundamental-sobretudo os primeiros quatros anos de
ensino primário (1ª a 4ª classe-gratuito).

Houve cooperação de outros países, como Cuba, que enviava para Angola professores e
estagiários para lecionarem nas escolas, principalmente no ensino primário e Iº ciclo,
médio e superior, devido à falta de professores angolanos suficientes para entender a
estes níveis de ensino, e também em cursos de formação de professores angolanos.

A defesa do socialismo, por parte do partido no poder, permitiu que fosse possível uma
aproximação com Cuba, União Soviética (URSS), Hungria, Bulgária, países do antigo
leste Europeu e outros que se encontravam sob este regime político, depois da segunda
guerra mundial. É importante analisar o porquê da ligação de “Angola (MPLA)) a estes
países, da UNITA à África do Sul e aos EUA, e da FNLA à China e ao Zaire (actual
República Democrática do Congo-RDC) para perceber-se o interesse que estava por
detrás destas ajudas ou apoios dados aos movimentos políticos angolanos. Não se tratava
apenas de uma ajuda ao país recém-independente, mas também e, sobretudo, do
alastramento estratégico e ideológico dos princípios defendidos por cada uma das partes
(do bloco socialista e capitalista), envolvidas na guerra fria.

Além dos professores cubanos que se deslocavam para Angola com intuito de actuarem
nos diversos níveis de ensino havia também aa possibilidade de os jovens angolanos se
formarem no sistema educacional cubano. Estes iam, através das bolsas de estudos
cedidas pelo governo cubano, para as mais várias áreas do conhecimento, na ilha da
Juventude de Cuba.

O plano nacional de educação, nos primeiros anos que se seguiram à independência,


procurou estimular as famílias a participarem nas actividades escolares dos filhos, na luta
redução do alfabetismo através da organização de salas de aulas, não apenas nos espaços
escolares, mas também nas fábricas, nos quartéis militares, em cooperativas agrícolas e
nos bairros para a alfabetização de adultos. Outro desafio que se apresentava concerne
ao facto de algumas línguas nativas não possuírem escritas que possibilitassem a
alfabetização

Segundo esta resolução, as línguas nacionais são suporte e veículo da continuidade


cultural e exigem, portando, um tratamento privilegiado por constituírem elemento
fundamental de identidade cultural angolana. Desta forma, a título experimental, foram
aprovadas para a alfabetização em línguas nacionais o “Kikongo, Kimbundu, Côkwé,
Umbundu, Nhaneka, Ngangela e Oxikwanhama e as respectivas regras de transcrição”
(Diário da República de Angola, 1987 p. 212. Em Silva Neto, 2005, p. 159).

Para assegura a inserção e organização do alfabeto das línguas nacionais criou-se em


1987 o chamado Instituto Nacional de Línguas, responsável pelos estudos linguísticos.
Este instituto era dirigido pelos técnicos e professores angolanos e aqueles ( não
professores) mais velhos que tinham o conhecimento e domínio da língua.

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

Segundo Francisca do Espírito Santo citado por Alberto Nguluve (2010: 66), o sistema
educacional desenvolvido na primeira reforma (1976), baseou-se fundamentalmente pelo
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

aumento de oportunidades educativas, gratuitidade do ensino de base (da 1ª à 4 ª classe),


obrigatoriedade de frequentar o primeiro nível e o aperfeiçoamento pedagógico do seu
corpo.

De acordo com o Decreto nº 40/80 de 14 de Maio, o sistema educacional em vigor desde


1978constituía-se em subsistemas que compreendiam as seguintes etapas: Educação pré-
escolar; Ensino Básio (de três níveis – o primeiro, da 1ª à 4ª classe; o segundo, da 5ª à 6ª
classe; e o terceiro, da 7ª à 8ª classe); Ensino Médio (dividido em Técnico e Normal);
Ensino Superior (que inclui o Bacharela, até ao terceiro ano e a licenciatura até ao quarto
ano ou quino ano, dependendo do curso); Ensino e Alfabetização de Adultos. (Veja o
quadro a seguir).

Quadro – estrutura do ensino na primeira reforma (1978)

Ensino de Base
Educação Ensino Médio ou
(Regular, Adultos e Ensino Superior
Pré-Escolar Pré-Universitário
Especial)

1º nível – 1ª à 4ª classe Médio Normal


Creche (Obrigatório) (9ª à 12ª classe ==============

1º Nível (do1º ao 3º
2º nível – 5ª à 6ª classe Médio Técnico
Jardim de ano)
(formação profissional) (9ª à 12ª classe)
Infância Bacharelado

3º nível – 7ª à 8ª classe 2º Nível (do 4º ao


Pré-Universitário
(formação profissional) 5º ano)
Iniciação (9ª à 11ª classe)
* Licenciatura

* Junto do ensino normal, segundo o terceiro nível, havia a formação profissional de


(adultos e jovens), direccionado à aprendizagem de conhecimentos com aplicação prática
ao trabalho.

Para além da ordem normal de que estava estruturado o sistema de ensino, havia, paralelo
a este, o ensino de adultos, voltado basicamente para a alfabetização e ensino geral
básico. Mediante o desenvolvimento, os adultos poderiam chegar a formação profissional
técnica.

De acordo com a lei constitucional, os princípios de obrigatoriedade e gratuidade estavam


restringidos à frequência no primeiro nível de ensino de base. Esta situação de
crescimento e da procura iria obrigar o Estado a buscar uma nova estratégia política de
investimento educacional para evitar que muitas crianças permanecessem fora da escola.
Porém, dada fragilidade do sistema político, o número de alunos não obteve, por parte
do Estado, uma resposta adequada, resultando em consequências como:
 Maior concentração do número de alunos por turmas;
 Pouca capacidade, por parte da escola, para albergar os alunos e responder às suas
necessidades;

Implementação da reforma educacional

A necessidade de ampliar a educação se apresenta, já nos anos 50 e 60, não somente


como preocupação de Angola, mas no mundo todo, como preocupação geral,
impulsionada pelo avanço da tecnologia. Massificar a educação como forma de
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

recuperação e estabilidade sociopolítico e de desenvolvimento económico era uma


questão emergencial. Em Angola ocorre, neste período, a organização mais efectiva dos
movimentos de luta pela independência nacional e a separação entre eles.

As ideias de mudanças em relação à educação respondiam assim a esta emergente


preocupação de concretizar, logo depois que o país tivesse alcançado sua liberdade, a
estabilidade económica e política. Esta preocupação é expressa por um dos documentos,
do início dos anos setenta, chamado programa maior do governo. Entre outras medidas
traçadas, apresenta-se aqui aquelas que estavam vinculados ao
“desenvolvimento da instrução, da cultura e da educação”. Estas visavam
fundamentalmente o seguinte:
 Liquidação da cultura e da educação colonialismo e imperialismo.
 Reforma do ensino em vigor. Desenvolvimento da instrução, da cultura e da educação ao
serviço da liberdade e do progresso pacífico do povo angolano.
 Combate vigoroso e rápido do analfabetismo em todo país.
 A instrução pública será da competência do Estado e estará sob a sua acção directa.
 Tornar efectiva, progressivamente, a instrução primária obrigatória e gratuita.
 Desenvolver o ensino secundário e o ensino técno-profissional e criar o ensino superior.
 Estabelecimento de relações culturais com países estrangeiros. Formação e
aperfeiçoamento dos quadros técnicos necessários à construção do país.
 Impulso e desenvolvimento das ciências, das técnicas, das letras e das artes.
 Instrução, no campo, de meios eficazes e suficientes para a assistência média e sanitária
das populações camponesas.
 Desenvolvimento equilibrado, à escal nacional, dos serviços de assistência médica e
sanitária.
 Liquidação da prostituição e do alcoolismo.
 Estímulo e apoio às actividades progressistas da juventude.
 Fomento e protecção, em todo o país, da cultura física.

Depois da independência Angola apresentava uma taxa elevada de analfabetismo,


calculada nesta em 85% do total da população. Havia urgência em se tornar medidas para
a superação desta situação que, em termos gerais, não contribuía para a solidificação de
uma opção política e, muito menos, para que possam ser defendidos. Entendemos que o
conhecimento e domínio da escrita, assim como das leis (direitos e deveres pessoais e do
Estado para com a sociedade) permitem ao cidadão, não só reconhecer quando é bem ou
injustamente governado, como também contribuir para a melhoria da vida em sociedade.

A independência ou revolução se solidifica também com um povo instruído, isto porque


o agir político, económico e até mesmo quando se trata de defender direitos, exige
espaços para reflexão e acesso a informação. Percebe-se então que com um povo
analfabeto as dificuldades são maiores. O desafio que se apresentava consistia, acima de
tudo, na luta contra o analfabetismo para poder consolidar uma política que atendesse,
pelo menos, às preocupações emergentes e fundamentais que o país recém-independente
apresentava-questões administrativas e organizacionais.

A substituição da política herdada do colonialismo português diante do esfacelamento a


que o país estava submetido pelas lutas entre movimentos e pela instalação de um
governo totalitário implicou em mudanças no currículo escolar, sobretudo na formação
de professores. Estas mudanças não se deram em função de uma consolidação política
(unidade nacional) entre os três partidos políticos, mas sim, da supremacia de um em
detrimento de outros.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

A implementação de uma reforma educacional, do ponto de vista político, representava


uma preocupação, pois se acreditava, como já reiteramos, que o ensino é elemento
fundamental e estratégico que possibilita mudanças. Assim, pensar sobre o ensino
representa não apenas uma preocupação com o saber ler e escrever, mas sim, pensar numa
questão maior, que concerne ao entendimento do espaço sócio-político, económico e
cultural, das regras da convivência social, da práxis política e relações em sociedade.

Organização do sistema educacional

Em 1976 a organização do sistema educacional, além de representar uma questão


desafiadora para o povo do país, no qual se pretendia edificar uma nova cultura de paz e
“liberdade”, envolvia também a questão de que a educação deveria ser fundamentada nos
valores culturais da sociedade angolana. Segundo Francisca do Espírito Santo (2000, p.
156), o sistema de educação desenvolvido caracteriza-se, basicamente pelo aumento de
oportunidades educativas, gratuidade do ensino de base (1ª à 4ª classe), obrigatoriedade
de frequentar o primeiro nível e o aperfeiçoamento pedagógico do seu corpo docente.

A dificuldade que se apresentava era grande e, portanto, exigia dos seus respectivos
responsáveis uma adequada capacidade de tomada de medidas objectivas que visassem
permitir o rompimento com o anterior sistema. De acordo com o Decreto nº 40/80 de 14
de Maio, o sistema educacional em desde 1978 constituía-se em subsistemas que
compreendiam as seguintes etapas: Educação pré-escolar; Ensino Básico (de 3 níveis- o
primeiro, da 1ª à 4ª classe; o segundo, da 5ª à 6ª classe; e o terceiro, da 7ª à 8ª classe);
Ensino Médio (dividido em técnico e normal); Ensino Superior (bacharelato até o terceiro
ano e a licenciatura até a quarto ou quinto ano, dependendo do curso); ensino e
alfabetização de adultos.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA REFORMA EDUCATIVA E SISTEMA


VIGENTE.

As vantagens da reforma educativa


A reforma educativa procura consolidar a concretização, gratuidade e obrigatoriedade do
anterior sistema educativo.

As desvantagens da reforma educativa


O currículo constitui um dos factores que maior influência possui na qualidade do ensino.
Este aparente consenso, esconde um equívoco.

2.1.1.11- PERÍODO RECENTE (1991 - PRESENTE )

Apesar de, na lei, a educação em Angola ser compulsória e gratuita até os oito anos, o
governo reporta que uma cerca percentagem de estudantes não está matriculada em
escolas por causa da falta de estabelecimentos escolares e professores. Estudantes são
normalmente responsáveis por pagar despesas adicionais relacionadas a escola, incluindo
taxas para livros e alimentação.

Durante a Guerra Civil Angolana (1975-2002), aproximadamente metade de todas as


escolas foram saqueadas e destruídas, levando o país aos actuais problemas com falta de
escolas. O Ministério da Educação contratou 20 mil novos professores em 2005, e
continua a implementar treinamento de professores. Os professores tendem a receber um
salário baixo, são inadequadamente treinados, e encontram-se sobrecarregados no seu
trabalho (às vezes ensinando dois ou três turnos por dia).

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Entretanto o sistema universitário passou, essencialmente desde 2000, por uma expansão
muito notável. A Universidade Agostinho Neto passou a dispor de cerca de 40
faculdades, espalhadas pelas principais cidades do país e a funcionar em condições
frequentemente precárias. Nos anos 2000 houve duas alterações incisivas neste
panorama. Por um lado, a Universidade Agostinho Neto foi desmembrada em 2009 ,
passando a constituir nove novas universidades: as suas faculdades nas diferentes
províncias passaram a constituir instituições autónomas, ficando a Universidade
Agostinho Neto limitada a Luanda. Por outro lado, o número de universidades privadas
aumentou muito significativamente.

2.1.1.1-A SEGUNDA REFORMA EM ANGOLA (Educativa)

A reforma educativa desde (2002-2015)

Desde a edição pela Assembleia Nacional da Republica de Angola da Lei de Bases do


Sistema de Educação, Lei nº 13/2001, de 31 de Dezembro de 2001, o sistema de ensino
angolano passou a configurar-se em (6) seis subsistemas, a saber: Subsistema da
Educação Pré-escolar, Subsistema do Ensino Geral, Subsistema do Ensino Técnico-
Profissional, Subsistema de Formação de Professores, Subsistema da Educação de
Adultos e Subsistema do Ensino Superior.

A melhoria de qualidade de ensino em Angola é o objectivo da reforma do sistema


educativo, que começou a ser implementada e experimentada no ano Lectivo 2002, e
estará concluída em 2011 , quando for abrangido todos os anos de escolaridade.

A reforma educativa foi programada em cinco fases:

1-A primeira fase começou em 2002, onde houve a criação das condições
indispensáveis para poder assegurar o seu normal funcionamento nomeadamente a
adequação dos sistemas de administração e gestão em nível central e local.

2-A segunda fase teve início em 2003 e foi feita a experimentação dos novos currículos
escolares, planos de estudos, programas e matérias pedagógicas.

3-A terceira fase começou em 2006, onde se dedicou a avaliação e correcção, com base
nos dados que foram sendo recolhidos na fase experimental.

4-A quarta fase, decorre desde 2006 a 2011 e será feita a introdução progressiva da
reforma educativa nos vários anos de ensino, que culminará com a extinção do actual
sistema educativo que integra o ensino primário, secundário, médio e superior.

5-A quinta fase da reforma educativa vai decorrer entre 2012 e 2015 e será dedicada
à avaliação do novo sistema.

O Sindicato Nacional de Professores de Angola (SINPROF) tem-se queixado do facto de


o Governo “não valorizar a opinião dos agentes da Educação, o que tem implicações na
obtenção de resultados satisfatórios, na luta pela qualidade do ensino”.

Não vamos ter desenvolvimento no ensino ou melhoria na educação em Angola, até


não se saber quem tem errado, isto porque:
 Os professores culpam os alunos;
 Os alunos culpam os professores;
 A população culpa o Governo;
 O Governo culpa os alunos que não querem estudar.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Coloca-se várias variantes a saber: falta de motivação e qualidade, falta de inspecção e


fiscalização dos professores, a falta de cumprimento da lei, o não cumprimento das
obrigações estabelecidas, falta de motivação sobretudo salarial, a falta de quadros,
corrupção, impunidade, pessoal incapacitado, a não utilização das Tecnologias de
Informação e Comunicação, pouco investimento do OGE para Educação.

Será por falta de quadros nacionais? No caso específico de Angola, tem enviado
angolanos no exterior desde 1975, onde estudam nas melhores universidades. Uma outra
hipótese, será a fuga ou permanência destes quadros nacionais no exterior? Numa outra
hipótese a falta de políticas favorável para estes quadros nacionais. No caso de Cuba, na
véspera da revolução cubana, perderam muitos quadros que imigram para Miami
(E.U.A), ficaram com poucos quadros, mas conseguiram atingir um desenvolvimento
que levar a exportar recursos humanos para o mundo, mas Angola não consegue, por
quê?

As evidências apontam para uma fraca ligação entre o ensino e a investigação. As


universidades angolanas assentam no modelo de teaching university (universidade
pedagógica), ou seja, estão orientadas apenas para o ensino e transmissão do
conhecimento. Embora não se questione a sua importância, o facto da investigação ter
pouca representatividade retira alguns atributos às universidades, pois, somente com a
investigação se pode questionar e procurar as respectivas respostas, construindo assim
o conhecimento científico, evitando deste modo a reprodução de teorias anteriormente
postuladas. De igual modo, verifica-se que o modelo de universidade adoptado não passa
de “cópia” de modelos externos, em que os alunos buscam a educação superior como
forma de garantia de emprego, o estado espera que a universidade seja o “laboratório”
do desenvolvimento e as empresas esperam pela saída dos recursos humanos
qualificados.

2.1.1.2- ORGANIZAÇÃO E INDICADORES GERAIS

Subsistemas de ensino em Angola

Desde a edição pela Assembleia Nacional da Republica de Angola da Lei de Bases do


Sistema de Educação, Lei nº 13/2001, de 31 de Dezembro de 2001, o sistema de ensino
angolano passou a configurar-se em (6) seis subsistemas, a saber: Subsistema da
Educação Pré-escolar, Subsistema do Ensino Geral, Subsistema do Ensino Técnico-
Profissional, Subsistema de Formação de Professores, Subsistema da Educação de
Adultos e Subsistema do Ensino Superior.

Nova LEGISLAÇÃO - Lei 17/16: Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino


Lei 17/16, de 7 de Outubro. Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino que estabelece
os princípios e as bases gerais do Sistema de Educação e Ensino e vem possibilitar a
implementação de medidas que visam melhorar a organização, a funcionalidade e o
desempenho do mesmo e revoga a Lei n.º 13/01, de 31 de Dezembro, Lei de Bases do
Sistema de Educação

SUBSISTEMA DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

Em Angola institucionalmente a responsabilidade pela prestação de cuidados e educação


à primeira infância é repartida entre os Ministérios da Assistência e Reinserção Social e
o Ministério da Educação, como estabelece a Lei nº 13/2001, já que, define a educação

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

pré-escolar como um subsistema de educação e ensino a que têm direito todas as crianças
sem qualquer discriminação.

Os indicadores, no entanto, apontam que este nível de ensino ainda está muito aquém de
ser considerado universal, principalmente quando se considera a zona rural do país. Inclui
a Creche e Jardim de infância, dos 0 até aos 5 anos de idade.

SUBSISTEMA DO ENSINO GERAL

Pela Lei de Bases o ensino geral passou a se configurar da seguinte maneira:


Um Ensino Primário de 6 Classes (básico obrigatório); dos 6 até aos 11 anos de idade;
Um Ensino Secundário que integra dois ciclos (formação profissional básica/formação
intermédia e educação regular/educação de adultos), com duração de 3 anos cada, (7ª à
9ª classe), dos 12 até aos 14 anos; e (10ª à 12 ª classe), dos 15 até aos 17 anos de idade,
com a duração de 3 anos cada ciclo.

Para o ensino Primário definiu-se um conjunto de 10 disciplinas consideradas


fundamentais para o desenvolvimento harmonioso e multifacético das crianças,
distribuídos em função ao nível de escolaridade, a saber: Língua Portuguesa, Matemática,
Estudo do Meio (somente até a 4ª classe), C. da Natureza (a partir da 5 ª classe), História
(a partir da 5ª classe), Geografia (a partir da 5ª classe), Ed. Moral e Cívica (a partir da 5ª
classe), Ed.M.e Plástica, Ed.Musical e Educação Física.

SUBSISTEMA DO ENSINO TÉCNICO-PROFISSIONAL

Para superar o nefasto quadro em que se encontrava o ensino técnico no país, foi criado
o programa de Reforma do Ensino Técnico Profissional (RETEP), dentro da Lei de
Bases, que entre outras coisas previa a reforma curricular dos cursos técnico-
profissionais, a reabilitação e a criação de infraestruturas, o apetrechamento de
laboratórios e oficinas e o aumento do corpo docente e a sua formação. Com durabilidade
de 4 anos, I.P. ( I.M.E.), I.M.S., I.M.A.G., I.M.A…

Desde a edição da Lei de Bases em Angola houve uma verdadeira explosão do número
de estabelecimentos de ensino vocacionados para a educação técnico-profissional,
passando de quatro institutos técnicos em 2003 (Instituto Médio Politécnico de Cabinda,
Instituto Médio Industrial de Luanda, Instituto Médio Industrial do Prenda e Instituto
Médio Industrial de Benguela) para 41 instituições em 2010, abrigando cerca de 120 mil
alunos. Foi um crescimento extraordinário, que possibilitou formar uma nova geração de
profissionais para o país, num esforço muito grande de superação dos efeitos da guerra
civil.

SUBSISTEMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

O subsistema de Formação de Professores estrutura-se nos seguintes níveis com duração


de 4 a 6 anos, respectivamente:
 Médio Normal; inclui as escolas primárias, ADPP, Magistérios Primários e outros.
 Superior Pedagógico; paras ensino primário, 1º ciclo e 2º ciclo do ensino secundário.
 Compreende ainda acções que se enquadram na formação permanente:
 Agregação Pedagógica; Aperfeiçoamento.

No que diz respeito à melhoria da qualidade do ensino, a formação de professores é um


elemento fundamental, sendo que, no período 2008-2012, foram formados 59.525
professores.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

SUBSISTEMA DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS

O subsistema de Educação de Adultos foi criado para extirpar o fantasma do


analfabetismo que pairou sobre o país, principalmente após este abandonar a planificação
socialista e adoptar um sistema de mercado. Embora tenha sofrido revés na década de
1990, vale a pena destacar que a erradicação do analfabetismo de adultos foi muito
vigorosa, pois em 1975 estimava-se que 85% da população era analfabeta, contra apenas
33% em 2009. Os piores indicadores quanto à alfabetização são registrados nas
províncias do Bengo, Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Cuando-Cubango e Cunene,
acompanhado principalmente as famílias e indivíduos em situação de extrema pobreza.

SUBSISTEMA DE ENSINO SUPERIOR

No subsistema do ensino superior, Angola experimentou uma transformação muito


profunda, no que toca ao acesso (no sentido de quantidade de matrículas propriamente
dito), dos docentes e da qualidade. Inclui as Universidades e Faculdades.

Para efeitos de comparação, o país pôde ter sua primeira universidade em 1962 ( embora
já dispusesse de cursos esporádicos e isolados desde o século XVII), sendo que, em 1964,
tinha registrado 531 matrículas, e; em 2011 alcançou surpreendentes 140.016 estudantes
matriculados nas instituições públicas e privadas.

Numa visão qualitativa, porém, há um reconhecimento de que existe uma má qualidade


de ensino em níveis inferiores, que força para baixo os indicadores, visto haver a
necessidade de nivelamento. Outros factores incluem a ausência de investigação, bem
como de divulgação científica, assim como de estruturas de suporte à investigação, como
bibliotecas e laboratórios. Ainda é destacado como problema sério a fraude acadêmica e
a corrupção, como a exigência de pagamento para ingresso no sistema público até ao
pagamento para elaboração de trabalhos de licenciatura, passando por suborno para
atribuição de notas acadêmicas e promoções na docência sem a qualificação necessária.
Em relação aos Institutos Superiores Politécnicos e às Escolas Superiores não afiliadas
às universidades públicas, foi fundado o Ministério do Ensino Superior, para que este
desse suporte ao crescente número de vagas nos mesmos.

Chegando ao final deste artigo, percebemos que existe falta de vontade política para o
desenvolvimento sustentável para Angola. Também é comum, observamos vários
governantes, administradores, trabalham sem estatística da população, tornando assim,
difícil a sua boa governação.

Contractar professores e criar mecanismo para eles ir ao encontro dos alunos. Não somos
contra, em que os alunos são ensinados debaixo de uma arvore, pior seria eles ficarem
fora do ensino. Mas com tanta madeira em Angola até foi apreendida dizem que não há
carteiras nas escolas, como é possível?

A educação é um desafio ou uma responsabilidade de todos os cidadãos nacionais. O


Brasil por exemplo, está a ensinar língua africana (o Kimbundo), mas Angola, nem com
essa humilhação, toma alguma iniciativa.

2-ANÁLISE DOS PROGRAMAS EM VIGOR NO Iº CICLO DO ENSINO


SECUNDÁRIO EM ANGOLA
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

2.2.1- Organização do ensino em angola

 Objectivos do do Iº e IIº ciclo do ensino secundário geral;


 Gratuidade e obrigatoriedade;
 Análise dos programas em vigor no Iº ciclo do ensino secundário.

Modelo do desenho do programa de uma disciplina:


1- Dados gerais da disciplina
2- Dados específicos do desenho do programa de uma disciplina;

Dados gerais de uma disciplina:


 Título da disciplina
 Tipos de ensino
 Classe
 Regime
 Carga horária

Fundamentos do programa
Dados específicos da disciplina:

▪ Objectivos gerais; Instrutivos

Educativos

▪Conteúdo: Sistemas de conhecimentos


Sistemas de habilidades
Sistemas de valores

▪Distribuição temática: Contém- objectivos específicos


Meios e formas organizativas

▪As recomendações metodológicas: A avaliação


O perfil do professor
Bibliografia recomendada

TEMA 3-PLANIFICAÇÃO

SUBTEMAS: PLANIFICAÇÃO POR OBJECTIVOS

PLANIFICAÇÃO À LONGO PRAZO;


PLANIFICAÇÃO À MÉDIO PRAZO;
PLANIFICAÇÃO À CURTO PRAZO;
CONTEÚDOS;
ESTRATÉGIAS;
ACTIVIDADES;
MATERIAL;
TEMPO
AVALIAÇÃO

OBSERVAÇÃO DAS AULAS MINISTRADAS PELO PROFESSOR DA ESCOLA


ANEXA

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

METODOLOGIAS USADAS
RECURSOS UTILIZADAS
ACTIVIDADES PROPOSTAS

A planificação é um processo de racionalização, organização e coordenação da acção


docente, articulando a actividade. Central, este nível consiste em prever acções
relacionadas com o processo de Ensino-Aprendizagem numa perspectiva nacional e é da
responsabilidade do Ministério da Educação.

Planificação: em termo geral trata-se de converter uma ideia ou propósito no curto de


acção.

Planificar: é prever a possível acção de um fenómeno de algum modo as nossas


previsões, metas, desejos e aspeirações.

A planificação docente: é feita através das acções, as actividades por executar são
determinadas por (fase, etapa, tempo e duração), segundo a ordem de prioridade.
A planificação (ou o planeamento) refere-se à acção e ao efeito de planificar ( ou planear),
isto é, organizar-se ou organizar algo de acordo com um plano. Implica ter um ou vários
objectivos a cumprir, juntamente com as ações requeridas para que esses objectivos
possam ser alcançados.

Planificar significa fazer a previsão das actividades que o professor irá desenvolver na
sala de aula. Definir os objectivos instrucionais ou específicos, seleccionar os métodos e
meios de ensino a serem utilizados, definir as actividades do professor e dos alunos em
cada uma das funções didácticas.

A planificação é um processo de racionalização, organização e coordenação da acção


docente, articulando a actividade escolar e a problemática do contexto social.

Isto equivale dizer que, na escola, os professores e os alunos pertencem todos a uma
determinada sociedade e a um determinado contexto de relações sociais, onde
prevalecem certas regras e normas de conduta.

A planificação pode ser feita em três níveis, nomeadamente:

Central, este nível consiste emprever acções relacionadas com o processo de Ensino-
Aprendizagem numa perspectiva nacional e é da responsabilidade do Ministério da
Educação

Provincial, conforme a designação, este nível consiste em programar actividades


educacionais a nível da Província, tendo em conta as suas características e necessidades
específicas. Esta subordina-se à planificação central.

Local, para tornar cada vez mais especifica e adequada ao contexto da escola e aos
alunos, surge a necessidade de uma planificação local que contempla a previsão das
actividades a nível Municipal e Escolar, à luz dos anteriores níveis.

Alguns exemplos de tipos de plano, particularmente do nível central e local são as que
constam no esquema a seguir:

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

A planificação na escola deve partir pelo conhecimento do plano curricular, Programas


de ensino (planos temáticos) para além das políticas, planos estratégicos da educação e
legislação.

No processo de ensino-aprendizagem, a planificação do PEA é importante devido ao


facto de que:
 Assegura a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente, de modo que
a previsão das acções docentes possibilite ao professor a realização de um ensino de
qualidade e evite a improvisação e a rotina.

 Permite a previsão dos objectivos, dos conteúdos e dos métodos, a partir da consideração
das exigências postas pela realidade social, do nível de preparação e das condições sócio-
culturais e individuais dos alunos.

 Assegura a unidade e coerência do trabalho docente, ou seja, inter-relacionar os


elementos que compõem o processo de ensino: os objectivos (o que ensinar); os alunos
e suas possibilidades (a quem ensinar); os métodos e técnicas ( como ensinar); e a
avaliação, o que permite verificar em que medida as actividades inicialmente propostas
estão a ser bem sucedidas ou não.
 Facilita a preparação das aulas, através da selecção do material didáctico em tempo útil;
saber que tarefas o professor e os alunos devem executar; replanificar o trabalho perante
novas situações que aparecem no decorrer do Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA),
em geral e das aulas em particular.
 Contribui para a realização dos objectivos visados.
 Promove a eficiência do ensino.
 Garante maior segurança na direcção do ensino e também na economia do tempo e
energia.

Estando claro sobre o conceito e a importância da planificação, importa clarificar que,


ao planificar, se recomenda o seguimento das seguintes características de plano de
ensino:
 O plano é um guia de orientação, pois nele estão estabelecidas as directrizes e os meios
de realização do trabalho docente.
 O plano deve ter uma ordem sequencial e progressiva. Para que se alcancem os objectivos
são necessários vários passos, de modo que a acção docente obedeça a uma sequência
lógica.

Deve-se considerar a objectividade. Por objectividade entende-se a correspondência do


plano com a realidade a que se vai aplicar (currículo local), o tipo de alunos, as

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

possibilidades de se ter/produzir meios didácticos locais (ou com materiais locais),


experiências dos alunos e da comunidade, etc).

Deve haver coerência entre os objectivos gerais, os objectivos específicos, conteúdos,


métodos e avaliação. Deve existir coerência entre as ideias e a prática.

O plano deve ter flexibilidade. No decorrer do ano lectivo, o professor está sempre
organizando e reorganizando o seu trabalho. O plano não constitui um guia inflexível, ou
uma receita médica que não pode ser alterada. A relação pedagógica está sempre sujeita
às condições concretas. A realidade está sempre em movimento, de forma que o plano é
sujeito às alterações ou modificações.

Planificação não é um processo direccionado, mas cnídico (sucessão de tentativas e


erros).

Tipos de planos: longo prazo, médio prazo e curto prazo.

Ano Lectivo Período ou unidade Aula ou pequeno número de aula

Fundamentos dos planos


Deve conter:
Dados de identificação da situação pedagógica

Gerais
Corpo: Objectivos Específicos
Comportamentais

Conteúdos:
Estratégicos de trabalho;
Estratégias de trabalho;
Estratégia de gestão de tempo e espaço;
Estratégias de recursos/materiais;
Espaço para observações Generalidades.
Planos à longo prazo:
Este tipo de planificação faz-se no meio do ano e, tem como principal objectivo
selecionar e distribuir os conteúdos, tendo em vista o melhor para a escola e baseando-se
nas orientações do plano curricular da escola, a carga horária e as sugestões metológicas.

Roteiro de um plano de aula à longo prazo;


 Classificação das características diretrizes enunciadas no programa;
 Classificação das condições existentes: (escola, aluno, turma, sala, etc.);
 Descrição e organização das unidades de ensino a partir dos conteúdos;
 Estratégias e recursos estabelecidos em temas muito gerais;
 Aspectos que possam ser possíveis de coordenação interdisciplinar;
 Distribuição dos temas por cada unidade.

Plano à médio prazo:


Designa-se por planificação à médio prazo os planos de uma unidade de ensino ou de um
período de aulas, trimestre ou semestre.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Roteiro de um plano de aula à médio prazo:


 Clarificação dos objectivos gerais que consistam do plano à longo prazo;
 Objectivos intermediários;
 Especificação de conteúdos, tendo em conta o esquema conceptual e o tema organizador;
 Identificação dos pré-requisitos necessários para conseguir realizar a aprendizagem;
 Coordenação e distribuição dos conteúdos por lições;
 Estabelecimento de estratégias mais pormenorizadas e mais adequados ao contexto;
 Identificação e listagem dos materiais a utilizar;
 Permissões de avaliação formativa e sumativa.
 Estabelecimento de actividades de remediação e enriquecimento;

Planificação à curto prazo/plano de aulas


Estes planos são aqueles a que o professor disponibiliza mais atenção, planificação
quinzenal, semanal e diária.

É também a que melhor se percebe a forma que o professor encara a dinâmica do ensino
aprendizagem. Normalmente, os planos, os planos diários esquematizam o conteúdo a
ser ensinado, as técnicas motivacionais a serem exploradas, os passos e actividades
específicas recomendadas para os alunos, os materiais necessários e os processos de
avaliação.

Roteiro de um plano à curto prazo/plano de aula:


 Identificação do tema e unidade;
 Determinação dos objectivos;
 Definição do sumário;
 Identificação da modificação;
 Selecção e organização de conteúdos;
 Organização sequencial de procedimentos;
 Selecção dos recursos;
 Selecção dos elementos de avaliação;
 Actividade de FEED-BACK e remediação.

Modalidade de planificação

Há 3 modalidades de planificação articuladas entre si:


 O plano da escola
 O plano de ensino
 O plano de aulas

O plano da escola
É o plano pedagógico e administrativo da unidade escolar, onde se explicita a composição
pedagógica do corpo docente, as bases técnicas metodológicas da organização didáctica,
a contextualização social, económica, política e cultural da escola, a caracterização da
clientela escolar, objectivos educacionais gerais, a estrutura curricular, diretrizes
metodológicas gerais o sistema de avaliação do plano da estrutura organizacional e
administrativa.

Enquanto orientação geral do trabalho docente deve ser consensual entre o corpo docente,
pode ser elaborado por um ou mais membros do corpo docente e, em seguida discutido.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Plano de ensino
O plano de ensino é um roteiro organizado das unidades didácticas para um ano ou
semestre, é denominado também plano de curso ou plano de unidade didáctica.

Plano de Aula
Guia orientador do professor.
O plano de aula; é um guia de orientação para planificação do processo de ensino.

É um projecto de actividade que o professor e aluno deve realizar em conjunto durante


um período determinado de tempo.

Destina-se a realizar os elementos concretos na realização de aula de forma que evitem a


improvisação que serve como base na condução do processo educativo dentro da sala de
aula.

Existem dois elementos essenciais no plano: o aluno e o professor.

Na elaboração do plano de aula o professor deve ter em conta primeiro:


 As actividades que serão realizadas pelos alunos e professor.
 O nível de assimilação em cada pequeno momento da aula.
 Como vai comprovar que os objectivos da aula foram alcançados.

Elementos principais de uma planificação


O que se pretende atingir/para que? (Objectivos)
A base de que? O que é? (Conteúdo)
Como atingir? (métodos-estratégicos-recursos-meios)
Para quem? (intervenientes)
Através de que? (materiais, recursos)
Onde? (lugar)
Quando? (tempo)
Verificação do plano (avaliação feed-back)

Objectivo de Ensino-aprendizagem

Objectivo: são propósitos e aspirações que durante o processo vai se conformando o


modo de pensar, sentir e actual do aluno.

Funções desta, esta na orientação do processo para alcançar transformações do estado


real ou estado desejado dos alunos que exija-se o modelo do homem que se espira formar.
É o componente que determina os restos componentes.

O objectivo activará os processos psíquicos e cognitivos que são: percepção, imaginação,


pensamento, memória e motivação.

Para elaborar um objectivo deve ter em conta três características: objectivos, formas e
intenção formativa. Os objectivos não se inventam elas derivam do conteúdo.

Exemplos: quadro, giz e apagador…são auxiliares. Manual, esferográfica, réguas…os


mais essências.

Tempo: varia de 45 a 90 minutos.


Forma de organização da aula: ela varia de professor para professor a mais utilizada é a
frontal (90%) da aula, prática, aula combinada, (teoria e prática) palestra e trabalho em
grupo.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Bibliografia: a mesma que é para o professor e aluno se for possível colocar os nomes
dos autores, editoras e o ano da edição, site (internet) mencionar a página e a hora.

Introdução:
 Verificação da higiene da sala e dos alunos;
 Fazer chamada por nome ou por número;
 Revisão da tarefa, fazer o controle, avaliação e classificação.

Motivação: ela tem de ter uma ligação ou relação com o subtema, a motivação deve criar
ou trazer interrogações nas mentes dos alunos, procurando resposta, mas não se responde
na hora e será respondida no decorrer ou durante o desenvolvimento do subtema. A
motivação pode ser uma: anedota, história, pergunta ou uma canção.

Orientações até aos objectivos: é o momento onde o estudante conhece a habilidade que
se vai estudar e imediatamente o professor escreve o subtema no quadro.

Desenvolvimento: é a actividade do professor e aluno que deve ser suficiente, variado e


diferenciado que corresponde ao nível de desempenho que fornece uma aprendizagem
que uma aquisição das capacidades e aptidões dos alunos.

Comprovação dos alunos:


● A comprovação: é feita por meio de perguntas para ver se os alunos aprenderam mesmo
e alcançaram o objectivo, propósito sem conhecer a definição da habilidade.

✔ A comprovação pode ser: parcial ou geral.

 Parcial: é aquela que deve ser feita no decorrer da aula na medida que for necessário.
 Geral: é aquela que se realiza uma vez terminada a aula, deve ser dirigida para consolidar
a habilidade e o comprimento do objectivo.

Conclusão: nela tira-se os pontos, mas relevantes do subtema que se ensinou, isto é,
resumo da aula.

Tarefa docente: é uma actividade que se concebe para ser realizada pelos alunos na sala
de aula ou fora dela e esta é nivelada com a busca de aquisição e desenvolvimento das
habilidades e pode ser variada, suficiente e diferenciada.

Instrumentos de avaliação: são todas as manifestações dos alunos que permitem ao


professor acompanhar o processo ensino-aprendizagem.

Como por exemplo: testes, trabalhos, tarefas, resenhas, textos, pesquisas, trabalhos em
grupos, apresentação oral, expressão corporal, etc.

Interação na aula, acção social

Interação na aula: é a interação entre professores e alunos na sala de aula, se constitui


como um dos principais elementos no processo de ensino-aprendizagem, sendo que sua
compreensão não apenas facilita este processo como também influi na sua qualidade.

Acção social: é um espaço ou lugar onde busca a solução de minimizar alguns problemas
sociais dos professores e alunos, trabalhadores e administrativos da escola.

Acção social, pode possuir não só centro de acolhimentos para férias, repouso e saúde.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

3.1.1-ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

Aula: sua organização

Quando se fala de uma aula, pensa-se logo na educação, mas na realidade nem sempre
acontece isso.

Às vezes, “transmite-se educação” sem ser em ambiente de aula. Há aulas em que não se
“transmite educação”.

Ao falarmos de aula e sua organização, queremos simplesmente, situarmo-nos na aula tal


como a concebemos em qualquer estabelecimento de ensino, especificamente naquela
que é caracterizada pela problemática que envolve o ensino básico da faixa etária dos 6
aos 12 anos (1ª à 9ª classe).

Como professor lembre-se sempre que:


O bom profissional da educação preocupasse mais com aula antes de iniciar, do que
com a sua concretização. Se as dificuldades de preparação forem ultrapassadas,
poderá não haver dificuldades de execução.

Cada aula, no quadro da educação básica, não é mais se não, a continuação das aulas
anteriores é mais “um passo” do longo “caminho” a percorrer.

O mais importante é que cada uma se inicie com o “balanço” dos conhecimentos
anteriores adquiridos, e que servirão de “alicerce” aos que irão ser “construídos” na aula
em curso, com a participação activa de todos (professor- aluno e vice-versa ).

O professor atento, recolherá todos os elementos possíveis, tendo em conta as


dificuldades de cada um e os progressos alcançados, para poder preparar
convenientemente a aula seguinte.

O êxito ou insucesso de uma aula depende essencialmente destes dois momentos:


O da concepção (trabalho individual, feito geralmente pelo professor; preparação);
O da execução (trabalho de turma, em grupo ou individual, onde a participação do
professor continua a ser importante).

Durante a aula e no fim da lição far-se-á avaliação (isto é para assegurar-se do grau de
aprendizagem e prever- se como deverá decorrer a próxima ).

Obs: se considerarmos um condutor de autocarro que comete um “crime” por não tomar
as devidas precauções antes da sua viajem, ou se distrai e põe em perigo a vida dos
passageiros.

Também comete um “crime” o professor que não prepara as suas aulas, ou as conduz de
modo pouco atento, comprometendo os objectivos.

Motivação da aula

Apesar de ser um dos momentos muito menosprezado por vários profissionais da


educação, criando ambiente:
 Empenhamento;
 Interesse;
 Vivência activa dos problemas;
 Dinâmica construtiva;
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

 É que se consegue motivar devidamente uma aula.

A motivação, surgirá como uma consequência do que já foi vivido por aquele “grupo”
(aluno-professor); é nesse ambiente de relação com o anterior e de desejo de progredir,
que nasce a motivação.

Uma aula deverá ser a continuação da anterior e a preparação da seguinte, o que por si
só, já é uma motivação.

A falta de “sentido de responsabilidade” nas crianças, para imporem a si próprias normas


de conduta, agindo e deixando-se seduzir por aquilo que as trai, por que lhes interessa,
pelo que vai de encontro às suas necessidades de momento, conduz-nos a dizer que “as
crianças precisam de um adulto responsável para as guiar face aos interesses, que podem
ser naturais ou adquiridos, hereditários, civilizacionais ou culturais. Quando estes
interesses existem, impõem-se por si próprios, quando não existe devem ser criados
através da motivação.

Motivar: é despertar o interesse, é criar para que a atenção se concentre sobre a acção
que se pretende e torne o exercício mais atrativo. É da motivação que depende qualquer
actividade escolar.

Motivação: podemos motivar no início da aula e no decorrer da mesma.

O professor deverá encarar a motivação como uma necessidade pontual e permanente,


naturalmente e sem artificialismos, podendo basear- se conforme os casos em :
 A apresentação de algo que desperta a atenção ou o interesse dos alunos;
 Uma série de interrogações levantadas pelo professor deixadas sem serem expostas, para
despertar a curiosidade;
 Esclarecimento de dúvidas apresentadas pelos alunos a propósito da matéria
anteriormente leccionada;
 Debate informal com os alunos sobre os temas leccionados;
 Um acontecimento actual da TV, ou da Rádio ou de um jornal.

Para ser eficiente, a motivação deve ser:


Adequada ao nível etário, curricular, cultural e social dos alunos, bem como aos seus
interesses, necessidades e preocupações;
Adequada ao assunto que se quer introduzir;
Conjugada com a experiência escolar e vivência dos alunos;
Apresentada com naturalidade e simplicidade;
Muito reflectida, ultrapassando todo tipo de improvisação.

Pode ter vista:


o O imediato (apenas aula que vai ser apresentada); o O mediato (com relação à unidade
temática, etc.).

Em qualquer dos casos, a motivação é:


▪ Uma preparação psicológica, que visa despertar a atenção dos alunos para uma nova
actividade;
▪ Uma preparação pedagógica para captar a atenção dos alunos para o assunto que vai ser
tratado.
Não se deve entender como motivação a promessa de prémios ou ameaças de castigo a
que alguns professores recorrem. Deve-se ter em mente que, os comportamentos disso
resultantes são “impostos” e não correspondem com a motivação.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

3.1.2-A AULA E OS SEUS ELEMENTOS

A aula, o que é?
Podemos dizer que é uma situação em que o aluno (s) e professor (s) se encontram para
efeitos de educação, ou então, de forma mais pormenorizada, é uma reunião pré-
concebida pelo professor e em que este se reúne com os alunos, em determinado tempo,
para utilizar os conhecimentos de cada um de forma a que se clarificam, consolidem e se
ampliem, tendo em vista a sua aplicação.

A aula é constituída por:


 Ambiente física;
 O estado de espírito de cada um dos intervenientes;
 O propósito com que a mesma se faz;
 O substracto sociocultural dos participantes;
 O momento em que acontece;
 O modo como o saber é adquirido…

O problema é efectivamente mais complexo do que à primeira vista parece, mas pode-se
identificar, no conceito de aula, a existência de elementos sempre presentes:
 Pessoas que intervém directamente na aula – professor e alunos;
 Elementos, meios, recursos, métodos;
 Outros factores, tais como os objectivos dos programas ou as condições climatéricas, o
estado de saúde dos intervenientes (professor e alunos), etc.

O professor
Sem pretendermos hierarquizar a importância dos factores participantes numa aula e de
reconhecer que o professor, não sendo o mais importante, ocupa um lugar ímpar, que não
pode ser minimizado, pois a sua importância é mais relevante quando mais subtil for.

O papel do professor é de capital importância, pois a criança não é confiada a qualquer


um mais sim a um indivíduo culto e preparado para a difícil tarefa de educar. Ele tem
entre outras, a missão de condutor orientando apesar de ser um modo discreto; não o faz
através de receitas, mas conduzindo os alunos a “construir” o seu próprio “saber” e
“saber fazer”.

O professor não deverá assumir o papel de “arrastar” ou de “empurrar” os seus alunos


em determinado sentido.

Hoje, compete-lhe não propriamente “conduzir”, mas fazer com que as crianças
“aprendam a conduzir-se”.

Isto tudo deve acontecer de forma natural e humanizada, tendo em conta que “a escola
só humaniza na medida em que a si mesma se humanizar” e que o problema da relação
escolar é um problema de relação humana no sentido “vertical” (adulto para criança) e
no sentido “horizontal” (de criança para criança).

Para que não desvirtue a sua missão, o professor tem que ter consciência de que, para
além de uma sólida “formação inicial” deverá:
 Assumir- se humildemente como um colaborador dos alunos;
 Estudar afincadamente os seus problemas profissionais;
 Analisar constantemente a sua actuação e os resultados da mesma;
 Agir honestamente na sua actividade docente;

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

 Dialogar francamente com os seus superiores, colegas, alunos e encarregados de


educação;
 Investigar interessadamente na sua formação.

A relação pedagógica não se limita só na sala de aulas nem pode ser vista somente como
uma relação entre professor- alunos ou vice-versa.

O professor terá, pois que actuar:


 A nível pessoal: em busca do saber e do conhecimento de si próprio, do ambiente e dos
alunos.
 A nível da comunidade: procurando conhece-la em pormenor, adaptar-se a ela e servi-la
com dedicação.
 A nível da sociedade: tendo em atenção que contribui para a sua evolução científica e
cultural.
 Todos estes aspectos devem ser considerados na sua aula, que será cada vez mais
agradável e profícua quanto mais consciente estiver o professor do seu papel e das suas
responsabilidades.

Um “Mercenário” do Ensino
O professor deve sentir prazer no que faz, o que só acontecerá se desempenhar bem o seu
papel.

Quando isso não acontece é porque não está adaptado à função docente, exerce-a
mecanicamente e apenas pela remuneração que recebe em contrapartida, pelo que não
poderá deixar de ser autêntico “mercenário do ensino”.

Actualmente, o papel do professor aparece mais com a do animador de grupo, de


conselheiro, de guia, o que requer mais formação humana, mais capacidade técnica, mais
sensibilidade.

O bom profissional de educação sabe que a aula não se dá, pelo contrário, constrói-se
entre professores e alunos. E o professor só dirá “ensinei” quando alguém responder
“aprendi”.

Nem todas as pessoas reúnem as capacidades essenciais para o exercício da função


docente. O ideal é que o professor reúna em si, à partida, todas potencialidades. Nem
sempre isso é possível, e não insuperável para grande parte dos casos, já que algumas
capacidades poderão ser adquiridas, em maior ou menor grau por cada um que seja
suficientemente inteligente e deseja seriamente obter conhecimentos sobre si próprio e
sobre:
 Os alunos e o seu substrato sociocultural;
 Os princípios fundamentais da pedagogia;
 O processo ensino/aprendizagem;
 As matérias e técnicas a ensinar;
 A instituição escolar e o que nela interfere.

Os alunos
Os alunos, esses apresentam-se na escola em grande número e tal como são cada um com
a sua individualidade, que o professor terá que respeitar.

Exteriormente têm um especto semelhante ao adulto, mas são estruturalmente diferentes.


Pode-se dizer que são iguais, mas diferentes entre si. Isto tudo constitui uma dificuldade
para o professor.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Cada aluno é uma individualidade e é fruto de inúmeros condicionalismos e


circunstâncias. Cada um vai agir, percepcionar, sentir… e aprender à sua maneira. Ao
serem postas na escola, em presença de um novo ambiente de normas e de companheiros,
que não escolherem e que, mais ou menos, vão ter que se adaptar, vão contrair os hábitos
e reduzir os direitos a que estão habituadas. Eles sofrem sempre algum traumatismo…

Mas, além das mudanças e do “novo” em que eles estão se adaptando, companheiros,
sentar numa carteira durante longas horas sob os cuidados e olhar atento de um adulto
“estranho” (até então). Vão mais tarde, ou mais cedo sentir os benefícios da nova
sociedade em que estão integrados. Esses benefícios serão tanto maiores quando maior
for a competência do professor.

Os alunos deverão colaborar na organização da sala de aulas, na distribuição de tarefas,


na escolha de parceiros… para que se sintam ali como pessoas de pleno direito e
protagonistas da dinâmica educativa.

Trabalho feito com gosto não cansa.


É preciso que aluno goste, “queira o que faz”, para que o faça com gosto, com
entusiasmo, com alegria, e isso só sucede quando a escola:
 Vai de encontro às suas necessidades de momento;
 Não exige mais do que criança possível;
 Lhe proporciona actividades compatíveis com a idade;
 A respeita na sua individualidade.

O professor não poderá esquecer- se de que :


“A escola foi feita para a criança e não a criança para a escola”

3.1.3-ELEMENTOS MATERIAIS NECESSÁRIOS À AULA

A sala de aula e o seu mobiliário surgem como materiais indispensáveis à vida escolar,
apesar de se poder afirmar que as “boas escolas” nem sempre são as melhores
apetrechadas.

Além do aspecto arquitectónico da escola, interessa a sua funcionalidade, a comodidade


que oferece aos utentes (professor, alunos, administrativos), as suas condições de
sanidade, a disposição anterior e a adequação aos fins em vista.

Nada diz que o professor se deixa vencer pela adversidade das condições materiais da
escola, embora se reconheça que toda a escola deve dispor de condições mínimas, cuja
inexistência será inadmissível se ultrapassar as possibilidades de remediação por parte
do professor.

Na escola “habitam” vários cidadãos durante grande parte de cada dia; é, portanto, dever
do estado, organizações religiosas, associações e outras organizações não
governamentais de não declinar as suas responsabilidades sobre o edifício e o mobiliário
escolar.

O mobiliário escolar terá que merecer também a atenção dos responsáveis da educação,
pois não se aceita que uma criança seja obrigada a permanecer horas seguidas em situação
de desconforto.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

O rendimento escolar fica logo comprometido quando o professor e alunos são obrigados
a percorrer enormes distâncias para chegar à escola ou de que utilizar caminhos difíceis
e perigosos.

3.1.4-PREPARAÇÃO DAAULA

Ao preparar a aula o profissional da educação deverá considerar alguns elementos


essenciais tais como: o espaço, tempo, material, linguagem e participação.

Espaço
É condição de grande importância, pois não basta que existe ou que esteja
suficientemente alindado. Terá que ser funcional, isto é, que permita comodidade e a
movimentação que vier a ser necessária.
Tem a ver também com a disposição dos lugares e com a facilidade de comunicação entre
eles.

Tempo
É o outro factor importante e eventualmente difícil de gerir, porquanto terá que ser
considerado em termos de previsão, tanto mais difícil quanto menos for a experiência do
professor.

É preciso não ter pressa em educação, pois a pressa pode comprometer resultados até
causar danos irreparáveis.
Reconhecer- se como prejudicial o desperdício de tempo, mas é mais prejudicial não dar
“tempo ao tempo”.

O material
Pode favorecer consideravelmente qualquer aula, desde que apropriado, em quantidade
suficiente, e utilizado em tempo oportuno e na devida medida.

O material pode ser objecto de observação como a folha de uma árvore com as suas
nervuras, a rigidez da pedra. Mas também poderá servir de objectos de observação, como
é o caso de uma lupa, de uma tesoura, de uma balança e de outros utensílios.

Quer seja material para ser utilizado como objecto de observação ou como instrumento
de observação, o certo é que deve ser previamente selecionado a dispor de modo a que o
recurso ao mesmo tempo seja fácil e sem dispêndio de tempo superior ao indispensável.

A linguagem
Esse elemento é essencial para uma boa administração de qualquer aula. Deverá ser
cuidada.
Não é conveniente a utilização de termos ou linguagem ao improviso, colocando termos
“caros”, fora do alcance dos alunos.

Por tudo isso se torna necessário cuidarmos da linguagem a utilizar na aula, sem esquecer
a adequação que a mesma deve ter em relação ao nível etário e ao nível de conhecimentos
dos alunos.

A participação
A participação dos alunos na aula é de importância capital. E poderá parecer exagerada
a firmação de que “se não houver participação não há aula”, mas corresponde a verdade
se considerarmos o verdadeiro sentido do que é uma aula.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Na aula tem de haver “elaboração” de conhecimento e não apenas “transmissão”. A aula


constrói-se, não se dá!

A pedagogia activa tem estado a influenciar os outros métodos de ensino porque:


 Valoriza o indivíduo;
 Envolve directamente o formando;
 Incrementa o trabalho em grupo;
 Aperfeiçoa as relações humanas;
 Põe o educador mais próximo do educando.

Aprendizagem activa tem as seguintes características:


 O docente não é visto como detentor de todo o saber, mas como orientador e guia que
estimula os educandos na sua própria aprendizagem;
 O ambiente educativo ajuda o aluno a tomar livremente as suas iniciativas;
 As actividades de aprendizagem vão de mãos dadas com as actividades e experiências
do aluno, têm-se em conta as necessidades e interesses do aluno;
 Ajuda o aluno a ter consciência dos objectivos da sua aprendizagem, e dessa forma
empenha-se mais.

Quando o educador quiser escolher um método pedagógico, deverá ter em conta quatro
factores:
 As características dos educandos;
 O tipo de saber a transmitir;
 Os recursos que se tenham;
 O seu estilo pessoal.

A PLANIFICACÃO DE AULAS

Planificar é analisar, definir, seleccionar, estruturar, distribuir ao longo do tempo,


prever formas de agir, organizar, uma dada realidade, reflectindo sobre as condições
existentes, e prever as formas alternativas de acção para superar as dificuldades ou
alcançar os objectivos desejados.

A planificação consiste em prever e decidir sobre:


1-O que pretendo alcançar;
2-Para quê alcançar
3-Como vamos alcançar
4-Em quanto tempo pretendo alcançar;
5-Quais os recursos necessários;
6-O que e como verificar se o que pretendemos foi alcançado.

Plano de aula: É um instrumento técnico-pedagógico traçado pelo professor e executado


com a participação dos alunos com a finalidade de garantir o sucesso do ensino e da
aprendizagem. O mesmo deve estar adaptado as reais condições dos alunos.

Função da planificação das actividades didácticas.


O trabalho no sector da vida humana, contribui para:
1-Atingir os objectivos desejados;
2-Superar dificuldades;
3-Evitar a improvisação

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Etapas de planificação de aula.

Diagnóstico: caracteriza-se principalmente pelo entendimento da turma com a qual se


vai trabalhar (analisar a idade do grupo, os interesses,as limitações e os valores).

Construção do plano: é o momento no qual ele efectivamente será construído. O plano


de ensino deve trazer todas as informações necessárias
para que a aula aconteça como: objectivos, conteúdos, procedimentos, recursos
necessários e a forma de avaliar.

Execução do plano: é o desenvolvimento de todas as etapas que foram planejadas a


quando da construção do plano. (Refere-se as funções, categorias didácticas e a relação
entre os componentes pessoais do PEA).

Avaliação do plano: Todas as acções educacionais precisam ser avaliadas. Analisar o


grau do cumprimento dos objectivos, o nível de assimilação dos alunos e a actividade
do professor, prever estratégias para se melhorar o que falhou.

OBJECTIVOS PEDAGÓGICOS OU FORMATIVOS

DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS

A palavra” objectivo”, vem do Latim “objectus” querendo dizer lançado adiante; o que
está a frente.

Para Libâneo (2006,p.119), Os objectivos específicos expressam conhecimentos,


habilidades e hábitos a serem assimilados de acordo com as exigências metodológicas.

De acordo Piletti (2010, p. 79) Objectivos específicos é a descrição clara do que se


pretende alcançar com o resultado da nossa actividade pedagógica.

Definição 1- São formulações que descrevem intenções de desenvolvimento nos


âmbitos motores, cognitivos e afectivos.

FUNÇÕES DOS OBJECTIVOS

Função reitora Influenciam no comportamento dos restantes componentes:


conteúdos, métodos, meios, formas e avaliação.

Função Orientadora Orienta actividade do professor e dos alunos, pode


especificar o fim, guia a instrução no processo para alcançar os objectivos e eleva o
nível do desenvolvimento previsto.

Função valorativa Constitui o critério de valorização da efectividade ou qualidade


do processo que permite avaliar as acções necessárias nos estudantes, e comparar a
diferença alcançada entre o nível de entrada e saída dos alunos).

CLASSIFICAÇÃO DOS OBJECTIVOS

Em termos de domínio os objectivos podem ser classificados em 3 categorias. (Segundo


Benjamim Bloom e seus colaboradores).

a) Domínio Cognitivo: São os objectivos que se referem a conhecimentos, informações


ou capacidade intelectual ou mental;
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

b) Domínio afectivo: São referentes a sentimento e emoções expressas por atitudes, estes
têm uma conotação com agrado ou desagrado;
c) Domínio psicomotor: são os objectivos referentes ao uso e a coordenação muscular ou
manipulativas de objectos. É do domínio por excelência da acção. Imitação,
Manipulação, Aquisição de uma segunda natureza

Exemplos

Objectivo do domínio cognitivo – o formando deverá ser capaz de: Definir,


identificar, descrever, explicar, demonstrar, resolver;
Objectivo do domínio afectivo - o formando deverá ser capaz de: valorizar a
importância Da amizade; Ou prevenir contra as DST.
Objectivo do domínio psicomotor – o formando deverá ser capaz de: desenhar,
construir, moldar, dirigir, consertar.

É importante o formador saber quais os domínios que se situa as capacidades porque os


conhecimentos mentais não são directamente observáveis, assim como os fenómeno
afectivo.

1. ESPECÍFICOS – COGNITIVOS

Citar Compilar Distinguir Enumerar Organizar Preparar Resumir Criar Expressar


Avaliar Comparar Diferenciar Enunciar Relacionar Converter Selecionar Interpretar Rescrever
Calcular Compor Discriminar Escrever Relatar Determinar Ordenar Contrastar Explicar
Categorizar Concluir Descrever Especificar Resolver Calcular Identificar Combinar Classificar
adquirir confirmar Definir Exemplicar Subdividir Separar Produzir Conceituar Ilustrar

2. ESPECIFICOS – AFETIVOS

Aderir Dar Felicitar Mostrar Qualificar Sintetizar Incentivar


Ajudar DefenderFormar Relatar Replicar Combinar Completar
Propor IntegrarGeneralizar Modificar Cultivar Manter Trabalhar
valores e
atitudes
Verificar Difernciar Prevenir Rever Responder Escolher Justificar
Iniciar Apresentar Valorizar Salientar Convidar Enumerar Despertar
Discutir Influenciar Nomear Estudar Conformar Respeitar Assumir

3. ESPECIFICOS – PSICOMOTORES
Afiar Criar Fixar Martelar Redigir Consertar Desenhar Moldar Prender Compor
Aquecer Desligar Furar Misturar Seguir Construir Desenvolver Pintar Limpar Manipular
Calibrar Edificar Juntar Ouvir Segurar Utilizar Dirigir Usar Enroscar Serrar

Esteves, (1968) classificou os objectivos em:


a) Objectivos gerais: São aqueles previstos para um determinado grau ou ciclo,
uma escola ou uma certa área de estudos, e que serão alcançados a longo prazo.
b) Objectivos específicos: São aqueles definidos especificamente para uma
disciplina, uma unidade de ensino ou uma aula.

Os Específicos desdobram-se em : Instrutivos e Educativos.

Instrutivos: indicam conhecimentos adquiridos e a experiencia técnica.


ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Educativos: referem-se a espectos afectivos.

PARTICULARIDADES DOS OBJECTIVOS DAS AULAS

1- Devem revelar tanto as condutas internas e externas a serem alcançados pelos alunos
e tem que haver uma interligação entre a conduta interna e externa;
2-Devem contribuir para um verdadeiro guia de orientação para o Professor e para os
alunos.
3-Os objectivos dão-se a conhecer com a introdução do conteúdo ou das diferentes
actividades; Os objectivos instrutivos e educativos variam de acordo com as
características do conteúdo.

Estratégia é a arte de aplicar os meios com finalidade de atingir os objectivos.


Técnica é a aplicação dos conhecimentos.

MÉTODOS DE ENSINO

Conceito de método de ensino

O método é o caminho racional a seguir para se atingir o fim que se tem em vista. Quem
usa um método analisa os objectivos que quer atingir, as situações que vai entender, os
recursos e o tempo de que dispõe. Agir com método é saber planificar.

Método de ensino - vem do grego methodos = caminho para se chegar a um fim e se


refere a um caminho para atingir um objectivo.

Método de ensino é um conjunto de procedimentos lógicos e psicologicamente


ordenados de que se vale o professor para orientar o aluno a elaborar conhecimentos,
adquirir técnicas ou habilidades e a incorporar atitudes e ideias.

No campo pedagógico, método é o modo de transmitir organizadamente os vários saberes


(e esse modo terá sido já usado por pedagogos ou pela investigação científica). O método
pedagógico pode ser definido como uma forma específica de organizar os
conhecimentos, tendo em conta os objectivos do programa de formação, as características
do formando e os recursos disponíveis.

CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE ENSINO

Segundo as funções didácticas/Fases didácticas (A.N.P, Motivação, O. A.O, T.N.M,


Conclusão, consolidão, control e tarefa).

Segundo a fonte de aquisição de conhecimentos (Savin):

Há vários tipos métodos pedagógicos, tais como: os verbais, intuitivos e activos.

Os métodos verbais; consistem em transmitir de modo oral o saber por meio da


exposição, explicação, diálogo, debate, conferência ou interrogação.

Nos métodos intuitivos; utilizam-se os audiovisuais, textos escritos ou demonstrações.


Mostra-se alguma coisa a alguém e este intui ou percebe aquilo que se quer transmitir.

Os métodos activos; utilizam os trabalhos em grupo ( em equipe ).

Orais: Explicação, Narração e exposição;

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Visuais: Demonstração e observação;


Práticos: Exercícios, trabalhos laboratoriais, esquemas.

Segundo os meios do pensamento lógico (Sktkin e Danilov):


Expositivo, Ilustrativo; Reprodutivo; Exposição problemática; Busca parcial ou
heurística; Investigativo.

Os métodos educativos mais usados são: o expositivo, explicativo, descritivo,


interrogativo e elaboração conjunta.

Segundo a actividade do professor e aluno (José Carlos Libâneo)/ (L. Kling-berg):

1. Método Expositivo: com este método o professor oferece de uma forma coerente o
conteúdo de ensino para os alunos.

O professor desenvolve a lição sem se preocupar muito com a intervenção dos alunos.

Os procedimentos deste método são: exposição do professor, Explicação,


exemplificação, ilustração, demonstração.

1.1 Exposição pelo professor (Verbal): Esta vertente deve-se utilizar quando não existe
condições e tempo para uma elaboração conjunta do conhecimento.

1.2 Explicação: este procedimento ocorre em todos os momentos da aula quando o aluno
mostra dúvida.

1.3 Exemplificação: é especialmente importante na aquisição do procedimento de


construção, fundamentação cujos passos devem ser descritos no quadro de maneira que
os alunos passam seguir mentalmente o processo.

1.4 Ilustração: é indispensável quando se trabalha com modelos de cortes, cartazes com
gráficos de funções, etc.

1.5 Demonstração: refere-se em ver o como é concreto o que está sendo abordado. Ex.:
funcionamento de uma máquina ‘’ calculadora’’.

2. Método descritivo: consiste em narrar com exatidão e de modo vivo aquilo que se
transmite.

3. Método interrogativo: consiste na utilização de perguntas a fim de se avaliar o grau


de assimilação dos alunos; é uma maneira de ajudar o aluno a usar o seu raciocínio
para responder às perguntas que lhe são formuladas.

4. Método de elaboração conjunta: consiste em dar aos alunos a oportunidade de se


pronunciarem, ajudam e completam com os seus pontos de vista e conhecimento,
aquilo que o professor vai dizendo.

Resume-se na utilização de distintas formas de conversação de classe, cujo objectivo


permanente consiste em capacitar o aluno em fundamentar, demonstrar, definir, explicar
relações e formar preposições etc.

E os procedimentos são: Conversação socrática, Heurística e diálogo/discussão.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Conversação socrática: consiste no intercâmbio constante de perguntas do professor e


respostas do aluno.

Conversação heurística: se pode empregar quando se elabora um novo conhecimento,


onde o professor serve de distintos meios para a direcção da conversa, formulando
perguntas ou problema que impulsionam o pensamento dos alunos exigindo deles a
tomada de opiniões e propondo contra exemplo.

Discussão: se evidencia quando o professor em conjunto com os alunos se apropriam da


discussão de possibilidades para análise de um determinada questão.

5. Método de direcção do trabalho independente do aluno: neste método o aluno


será mais activo desde o ponto de vista produtivo, mas sob direcção do professor.

Procedimentos: trabalhos individuais e colectivos.

6. Trabalho individual: refere-se a exposição dos alunos de forma escrita ou oral fazer
cálculos no quadro, na carteira; solução de tarefas elaboração de resumos.

7. Trabalho colectivo: efectiva-se quando existe uma solução comentada dos


exercícios e durante o intercâmbio de ideias sobre as soluçõesd os exercícios, onde
toda turma resolve a mesma tarefa e um aluno expõe a via de solução no quadro ou
de forma oral.

Actividades Especiais: Denomina-se de actividades especiais aqueles que


complementam os métodos de ensino e que concorrem para assimilação activa dos
conteúdos.

São por exemplos o estudo do meio, o jornal escolar, a assembleia de alunos, o museu
escolar, o teatro a biblioteca escolar. Essas actividades são descritas nos manuais de
Didáctica.

Estudo do meio mais do que uma técnica didáctica é um componente do processo de


ensino pelo qual a matéria de ensino é estudada no seu relacionamento com os factos
socias a ela ligado.

O educador deve preocupar- se em aplicar aquele ou aqueles métodos que maior sucesso
dê aos formandos.

MEIOS DE ENSINO

Meios de ensino: são ferramentas que o professor deve utilizar para lhe servir na
transmissão e recepção dos conhecimentos por parte dos alunos. O mesmo deve ter
consigo uma informação e essa mesma informação só é descoberta através de uma boa
observação e fazer a sua devida descrição dos aspectos mais importantes do mesmo.

É o conjunto de instrumentos que facilitam a aprendizagem mediante os estímulos


sensitivos ou sensórios.

Classificação dos meios de ensino

Os meios de ensino são classificados em Recursos naturais, Pedagógicos,


Tecnológicos, Culturais ou da comunidade.

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

● Recursos naturais: são os elementos da existência real na natureza, como água,


plantas, animais, etc.
● Recuros pedagógicos: quadro preto ou branco, cartazes, gravuras, livros, etc.
● Recursos tecnológicos: Internet, Gravador, televisão, computador, etc.
● Recursos culturais ou da comunidade: biblioteca pública, museu, exposições,
etc.

Critérios e princípios para a utilização dos meios de ensino:

Para que os meios de ensino realmente colaborem no sentido de melhorar a


aprendizagem, devem ser observados alguns critérios e princípios na sua utilização.

 Ao selecionar um meio de ensino, deve-se ter em vista os objectivos a serem


alcançados. Nunca utilizar um recurso didáctico só porque está na moda.
 Nunca se deve utilizar um recurso que não seja suficientemente comhecido, de
maneiro algum se alcançará correctamente os objectivos pretendidos.
 A eficácia dos recursos depederá da interacção entre eles, os alunos. Por isso,
devemos estimular nos alunos certas actitudes que aumentem a sua receptividade,
tais como, a atenção, a percepção activa.
 Na escolha dos recursos didácticos, deve-se levar em conta a natureza da matéria
a ser aprendida.
 As condições ambientais podem facilitar ou dificultar a utilização de certos
recursos. A falta de corrente eléctrica, por exemplo, exclui a possibilidade de
utilização de retroprojector, projector de slides ou filmes.
 O tempo disponível é outro elemento importante que deve ser considerado.
 Não expor os meios que não estão a ser utilizados, porque despertam curiosidades
nos alunos. Deve-se colocar à vista dos alunos os meios a serem utilizados.
 Verificar se os meios a serem utilizados estão todos arrumados na pasta, para
evitar sair na sala à procura de meios auxiliares ou, na pior das hipoteses, mandar
os alunos procurarem durante a aula.
 Para o uso de aparelhos, é importante experimentar, sempre, antes de estar na sala
de aulas, para evitar esforços em vão.

Descrição de alguns meios de ensino.


o Quadro de giz: o quadro preto ou branco (como material básico de ensino) é um
meio visual bem conhecido, que bem utilizado torna o trabalho de ensino-
aprendizagem eficiente. Caracteriza-se por ser uma peça quadrada ou retangular
que pode ser feita de madeira prensada ou plástico, ou ainda outro material que
ofereça condições favoráveis para ser usado como quadro. É usado para efectuar
quaisquer registos durante a aula.

Geralmente,encontra-se fixado na parede frontal da sala de aulas, a uma altura


que o professor e o aluno possam alcançar sem dificuldades pela vista, assim
como pelas mãos. Tem a função de fixar os resultados mais importantes do
processo de ensino e aprendizagem.

o Gravuras: são ilustrações retiradas de revistas, jornais ou livros. É um material


simples e acessível. As graviras servem para motivar estudos, desenvolver a
observação e complementar/enriquecer as explicações.

o Cartazes: não são mais do que uma cartolina ou folha de papel contendo uma ou
mais ilustrações e uma mensagem. Podem ser de diversos tamanhos e formatos.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

A sua função é de comunicar sugestões, recomendações e informações; despertar


o interesse por determinado assunto.

o Livros: é constituido de folhas impressas e reunidas num volume encadernado ou


brochado.

É conveniente que o professor, no princípio do ano, na sua planificação,


escolha cuidadosamente o livro a ser utilizado na turma, como auxiliar de
estudos dos seus alunos.

OBJECTIVO DO USO DE RECURSOS:


1- Motivar e despertar o interesse dos alunos;
2- Desenvolver a experimentação concreta;
3- Favorecer o de envolvimento da capacidade de observação;
4- Aproximar o aluno da realidade;
5- Ilustrar noções mais abstractas;
6- Visualizar ou concretizar os conteúdos da aprendizagem;
7- Oferecer informações e dados;
8- Permitir a fixação da aprendizagem;

ESTRUTURAÇÃO DAS FUNÇÕES DIDÁCTICAS

As funções didácticas caracterizam tarefas essenciais do processo de ensino


aprendizagem derivadas de suas regularidades e que reflectem e asseguram passo a passo
em sua integração e assimilação do conteúdo. Adiante consideraremos funções didácticas
as seguintes:
1- Que objectivos devem propor para aprendizagem dos alunos na fase seguinte;
2- Que vias conduzem a esse objectivo e quais são os objectivos parciais
correspondentes.

ASSEGURAMENTO DO NÍVEL DE PARTIDA (ANP)

O êxito do ensino depende decisivamente dos pressupostos de que os alunos dispõem


sobretudo o conhecimento e domínio dos procedimentos. Criar o nível de partida
significa pôr à disposição os conhecimentos ou procedimentos necessários para:
1- A introdução do novo conteúdo.
2- Perguntas sobre a tarefa que serve como base para aula nova.
3- A fase de aplicação ou sistematização.

Isto faz através de uma revisão constante e sistemática dos conteúdos pelo professor, de
alguns exercícios para procedimentos particulares a aplicar, da tarefa dada na aula
anterior ou de um problema com objectivo de se criar uma nova situação de partida.

MOTIVAÇÃO:
Por outro lado consiste em despertar o desejo de vencer, resolver uma contradição
mediante a assimilação de mais conhecimentos e desenvolvimento de mais capacidades
e habilidades.

TIPOS DE MOTIVAÇÃO

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

1-Externa- Quando se toma uma história quotidiana do aluno.


2-Interna- É feita dentro dos conteúdos das disciplinas.

ORIENTAÇÃO ATÉ OBJECTIVO (OAO).

Esta fase exige que o professor conheça bem os objectivos do programa, para tal deve
reflectir seriamente sobre:
1- Que objectivos devem propor para aprendizagem dos alunos na fase seguinte;
2- Que vias conduzem a esse objectivo e quais são os objectivos parciais
correspondentes.

TRATAMENTO DA NOVA MATÉRIA (TNM)

Parte significativa do tempo disponível é empregue nesta fase, tendo em conta que nesta
fase onde o aluno adquire importantes conhecimentos sobre a matéria que ajudam
desenvolver suas habilidades e capacidades. Na transmissão o professor deve ter em
conta o seguinte:
1- Seleccionar cuidadosamente os factos a transmitir;
2- As representações mentais e os novos conhecimentos obtidos devem associarem-
se com os conhecimentos adquiridos;
3- A transmissão de factos deve realizar-se por vias directas.

FIXAÇÃO OU CONSOLIDAÇÃO DO APRENDIDO

Representa o momento em que o aluno deve fixar os conhecimentos e desenvolver as


capacidades e habilidades. Em didáctica, entende-se a fixação como conceito superior
das seguintes formas especiais:
 Exercitação;
 Aprofundamento;
 Aplicação;
 Sistematização;
 Revisão.

CONTROLO OU AVALIAÇÃO

É toda componente do processo de ensino e aprendizagem visando através da verificação


e qualificação dos resultados obtidos, determinara correspondência destes com os
objectivos e daí orientar a tomada de decisões nas actividades didácticas seguintes.
Consideramos as seguintes tarefas:
 Verificação-recolha de dados sobre o aproveitamento dos alunos, através de provas,
exercícios e tarefas ou a observação, entrevista, etc.

 Qualificação-comprovação dos resultados alcançados em relação aos objectivos em


caso particular, atribuição de notas aos conceitos

 Apreciação qualitativa -avaliação propriamente dita dos resultados, referindo-se


aos padrões de desempenho esperados.

MODALIDADES DE AVALIAÇÃO

Diagnóstica: Realiza-se no início do ano lectivo, trimestre ou durante o PEA.


Formativa: Realiza-se durante o PEA, para determinar o progresso do aluno na
aprendizagem.
ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO
Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Sumativa: Realiza-se após uma unidade didáctica ou após um determinado período


escolar levando a cabo para determinar o grau de consecução dos objectivos a que se
deu ênfase no PEA.

3.1.6-A PROGRAMAÇÃO

Toda a gente conhece o valor da programação. Quando prevemos realizar alguma


actividade, programamo-la, preparamo-la.

No campo da educação, a programação é vial. É preciso ter em conta aquilo que se quer
transmitir, o tempo disponível; organizar o conteúdo temático; preparar o material que
se vai utilizar.

Na programação educativa, tratando-se, por exemplo, duma aula, é importante preparar


devidamente cada aula. O professor não deve improvisar na sala aquilo que vai transmitir.
Deverá ter sempre presente um plano de aula.

A planificação de aula obedece aos seguintes passos:

PRELIMINARES

Escola : Objectivos Específicos


Classe: Domínio cognitivo: Definir…identificar…
Disciplina Adquirir…enumerar...
Tema:
Domínio Psico-motor: Utilizar, reflectir,
Subtema: Relacionar, escolher,
Desenvolver, Classificar,
Aprofundar, Ampliar
Assunto:
Domínio Afectivo: participar, despertar,
Tipo de aula: Nova, ou combinada conservar, promover,
respeitar, cuidar, eliminar,
Tomar consciência de: criar hábitos de…,
Duração: 45´ valorizar,
Métodos: Elaboração Conjunta,
Expositivo, trab. independente ou grupo
Data: 23 de Fevereiro de 2022
Números de alunos:
Princípios Didácticos: Caracter científico e sistemático de ensino.

Nome do Professor:

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Tempo Funções Conteúdos Actividades Procedimentos Meios de ensino


didácticas
Professor Aluno

Correcção da tarefa Manda no quadro o Conversação Quadro ou livro


aluno ou Faz Responde as socrática de sumário
ou Revisão do
A.P.N perguntas sobre perguntas
conhecimento
aula anterior do professor
anterior
Cria um problema Exposição do Auditivo, ou
Exposição do ou faz uma Tenta dar professor ou livro, guia do
10´ problema ou a pergunta para solução ao Conversação professor
Motivação
pergunta chamar o problema socrática
interesse
Perante a Quadro e Giz
impossibilidade dos Presta
alunos em responder atenção
Expõe e escreve o Exposição do
O.A.O a questão formulada, passa o
sumário professor
o professor orienta sumário no
que hoje trataremos caderno
dos…
Copia ou Quadro, giz e
Tratamento da presta livro
O professor
nova matéria atenção ao Exposição do
escreve a matéria
professor e professor e
Anexo no quadro ou dita
25´ depois passa explicação
a matéria
a matéria no
caderno
Exposição do Caderno do
Responde professor e aluno ou o
Fixação ou Em anexo Faz perguntas as conversação quadro e giz
Consolidação perguntas socrática
10´
Tarefa ou Em anexo Expõe os Toma nota Trabalho
controlo exercícios da e obedece a individual ou em Quadro e giz
tarefa orientação grupo
da tarefa

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

PLANO DE AULA
Escola: _______________________________________________________________
Disciplina:____________________________________________________________
Lição nº……….
Tema:________________________________________________________________
Subtema:_____________________________________________________________
Sumário:_____________________________________________________________
_ Tempo Lectivo:______ e_____ Duração:_____ Data:___/____/202___
Tipo de aula______________________________ Nº de aula_________________
Turma:______________ Sala nº______ ______ª classe Nº de alunos_______
Meios de ensino:_______________________________________________________
Métodos de Ensino:____________________________________________________
Procedimentos:________________________________________________________
Princípios Didácticos:__________________________________________________
Objectivos Específicos
Domínio Cognitivo: ____________________________________________________
Domínio Afectivo: ___________________________________:__________________
Domínio PsicoMotor:___________________________________________________
Avaliação: ____________________________________________________________

INTRODUÇÃO
1. Saudação, controlo da higiene sala de aula e dos alunos
2. Verificação das presenças
3. Comprovação do material didáctico
4. Correcção da tarefa
5. Escrita do sumário no quadro
6. Motivação: breve conversa sobre o tema em questão

DESENVOLVIMENTO
 Tratamento da nova matéria

CONCLUSÃO
1.Consolidação ou fixação
2. Controlo ou tarefa

ESQUELETO/GRELHA

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

Tempo Fases didácticas Conteúdo Actividades Métodos de Instrumentos


Professor Aluno Ensino de avaliação
10’ Introdução Saudar Saúda Responde Elaboração Diagnostica
(A.N.P e O.A.O) Verificar a Verifica Executam conjunta Oral
higiene na sala Chama Responde Interrogativo
chamada
25’ Desenvolvimento Subtema Dita Escreve Explicativo Oral
(T.N.M) Explica Prestar
atenção
10 ’ Conclusão Perguntas Escreve ao Repassa Trabalho Oral
Avaliação e quadro ou Escreve independente
Tarefa dita ou individual

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616
ESCOLA DE MAGISTÉRIO Nº 21-CCC3, “TERESA INTUMBA-CUCHI

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 http://www.dicionariodoaurelio.com/Afetividade. Acesso em 05 de abril 2011.


 ALMEIDA, A. R. S. (1997) A emoção e o professor: um estudo à luz da teoria de
Henri Wallon. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 13, n º 2, p. 239-249, mai/ago.
 SILVA, M., L. F. S. (2001) Análise das dimensões
afetivas nas relações professor- aluno.
 ALMEIDA, Paulo Nunes. Eucação Lúcida: Técnicas e Jogos Pedagógicos.9ed. São
Paulo: Loyola, 1998
 DOLTO, Françoise. Os caminhos da educação. 1ed. São Paulo: Martins Fontes, s.d.
 AQUINO, Julio Gropa. A relação professor-aluno: do pedagógico ao
institucional.São Paulo: Summus, 1996.
 NGULUVE, Alberto Kapitango. Educação Angolana: Políticas de Reformas do
Sistema Educacional. S. Paulo 1ª Ed. Biscalchin Editora, 2010.
 SANTOS, Fernando Barciela (1975) Angola na Hora Dramática da Descolonização
Portugal-Angola.
 VIEIRA, Laurindo. Angola: A Dimensão Ideológica da Educação 1075 – 1992.
Luanda, 1ª Ed. Editora Nzila, 2007.
 NÓVOA & POPKEWITZ (1992). Reformas educativas e formação de professores.
Lisboa: Edições EDUCA
 ABREU, M. Célia de e MASETTO, Marcos T. O Professor Universitário em Aula
(Prática e Princípios Teóricos). São Paulo, Cortez/Autores Associados, 1985.
 Bruno Taranto Malheiros, Didáctica Geral, (2017), Rio de Janeiro, Editora GEN
 Claudino Piletti, Didáctica Geral, (2010), São Paulo, Editora Ática
 José Carlos Libâneo, Didáctica, (2006), São Paulo, Editora Cortez,
 Regina Célia Cazaux Haydt, Curso de Didáctica Geral, (2011), São Paulo, Editora
Ática
 José Tchinanga Guepp. Didactica geral ( s. a).

ELABORADO PELO: DANIEL MANUEL CATENGO


Email: danielmanuellandilsong@gmail.com Cont.:946652616

Você também pode gostar