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Olice Américo Liquine

Desenvolvimento Moral de Kohlberg e Piaget

Licenciatura em ensino de Matemática

Universidade Licungo

CEAD-Mocuba

2023
Olice Américo Liquine

Desenvolvimento Moral de Kohlberg e Piaget

Licenciatura em ensino de Matemática

Trabalho de pesquisa de carácter


avaliativo da cadeira de Psicologia
Geral a ser entregue no departamento
de ciências e Tecnologias da
Universidade Licungo sob orientação da
Dr. Joana Ilídio Filipe Matavele

Universidade Licungo

CEAD-Mocuba

2023
Índice
Introdução................................................................................................................................. 4
Objectivo geral:..................................................................................................................... 4
Objectivos específicos: .......................................................................................................... 4
Desenvolvimento moral ............................................................................................................ 5
Teoria de desenvolvimento moral segundo Jean Piaget .............................................................. 6
ANOMIA.............................................................................................................................. 6
HETERONOMIA ................................................................................................................. 6
AUTONOMIA...................................................................................................................... 7
Teoria de Desenvolvimento moral segundo Kohlberg ................................................................ 7
Raciocínio pré-convencional (4-10 anos de idade) ................................................................. 8
Estádio I: Orientação da punição-obediência...................................................................... 8
Estádio II: Orientação da Recompensa Pessoal .................................................................. 9
Raciocínio Moral Convencional (Adolescentes e Adultos) ..................................................... 9
Estádio III: Orientação do/para o bom menino-boa menina ................................................ 9
Estádio IV: Orientação para a ordem e lei (da lei e da ordem) ............................................ 9
Raciocínio Moral Pós-Convencional ................................................................................... 10
Estádio V: Orientação para o Contrato Social .................................................................. 10
Estádio VI: Orientação do Princípio Ético Universal ........................................................ 10
Bibliografia............................................................................................................................. 12
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Introdução
O presente trabalho da Psicologia Geral tem com tema: desenvolvimento moral de
Kohlberg e Piaget. O desenvolvimento moral se refere as maneiras como distinguimos o
certo do errado à medida que crescemos e amadurecemos. Crianças muito pequenas
geralmente não tem o mesmo nível de desenvolvimento moral que os adultos.

Objectivo geral:
 Conhecer o desenvolvimento moral de Kohlberg e Piaget.

Objectivos específicos:
 Identificar as etapas ou fases de desenvolvimento moral segundo Kohlberg e
Piaget,
 Mencionar as etapas de desenvolvimento moral segundo Kohlberg e Piaget

O trabalho está estruturado da seguinte forma: introdução, conceitos,


desenvolvimento. Conclusão e referências.

A metodologia usada para a realização do presente trabalho de pesquisa foi a da


consulta bibliográfica, que constitui na leitura e análise das informações de diversas
obras que se debruçam sobre epígrafe. Os autores das obras estão devidamente citados
dentro do trabalho e também na bibliografia final.
5

Desenvolvimento moral
O termo moral provém do Latim mos para afirmar costumes e convenções de um
determinado grupo social ou comunidade. A moral quer dizer acto em concordância
com os costumes de uma comunidade ética, religiosa.

Lawrence Kohlberg descreve o desenvolvimento moral como um processo de


descoberta de princípios morais universais, e é baseado no desenvolvimento intelectual
da criança.

Piaget conceitua o desenvolvimento moral como um processo construtivista, pelo


qual a interacção de acção e pensamento constrói conceitos morais.

A moral é a ciência das leis ideais que dirigem as acções humanas, é a arte de as
aplicar correctamente as diversas situações da vida. Exemplo, o homem tem como ideal
o bem, a que deve tender. A moral é sempre uma ciência das acções porque o bem é
aquilo que se deve praticar e o dever é essencialmente dever prático. A moral é arte
universal que abarca e regula todos os nossos actos.

A moral é o conjunto de costumes e hábitos culturais, transformados em deveres e


normas de conduta que responde a necessidade de estabelecer parâmetros de
consciência social. As normas morais são orientadas por princípios e valores que,
quando estão legitimados socialmente funcionam como deveres exigidos aos membros
da sociedade tendo por objectivo o bem da comunidade.

No plano da moral as acções são valoradas como boas ou más, justas ou injustas,
correctas ou incorrectas, etc. E no campo da moralidade que são estabelecidos os juízos
de valor.

A moral constitui a prática dos indivíduos na sua singularidade e a ética é a reflexão


teórica é acção livre voltada ao humano. As normas e os valores não são instituídos pela
teoria, mas por necessidades práticas.

A teoria pode contribuir para entender esse processo indagando sobre o seu
significado e voltando a prática para contribuir na sua transformação.

O desenvolvimento moral refere-se ao modo como a criança aprende a determinar o


que é certo e o que é errado, que é (principalmente) a base do princípio da justiça.
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Teoria de desenvolvimento moral segundo Jean Piaget


Para Piaget (1973), a essência da moralidade consiste no respeito do indivíduo
pelas regras sociais e no desenvolvimento da justiça, no sentido da reciprocidade e da
igualdade.

De acordo com a teoria de Piaget citado por Mwamwenda (2005:130), o


desenvolvimento moral da criança divide-se em duas categorias, nomeadamente a
moralidade do realismo (moralidade dos constrangimentos ou moralidade heteronomia)
e a moralidade da cooperação (moralidade autónoma, moralidade da reciprocidade,
moral da flexibilidade e moral do relativismo).

Piaget mostrou interesse pelo desenvolvimento moral da criança através da


observação de como é que as crianças interpretavam as regras de jogo dos berlindes.
Nas suas observações verificou que o modo como as regras eram interpretadas variava
com a idade da criança.

Segundo Piaget a formação da consciência moral na pessoa segue basicamente


três etapas:

ANOMIA (do grego: a – negação e nomos – lei – sem lei). É a etapa do


comportamento puramente intuitivo, que se orienta apenas pelo prazer e pela dor. A
criança procura o prazer e foge da dor, sem relacioná-los a qualquer norma moral. Para
os adultos revela um nível baixo de moralidade, ou seja, falta de responsabilidade e de
ideia moral. Exemplo: o caso de um motorista que “voa” ao volante apenas pelo prazer
de correr, sem considerar as consequências de seus actos.

Nesta fase coincide com o egocentrismo, ate aproximadamente 4 ou 5 anos.

 Não existem regras e normas,


 O bebe, por exemplo, quando esta com fome, chora e quer ser alimentado na
hora,
 As necessidades básicas determinam as normas de conduta,
 No indevido adulto, caracterizasse por aquele que não respeita as leis, pessoas e
normas.
HETERONOMIA (do latim: heteros – outros e nomos – lei – lei estabelecida
ou imposta por outrem). A criança obedece as ordens para receber a recompensa
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ou evitar o castigo. Nos adultos, é o caso do motorista que observa as leis de


trânsito só para não ser multado.

Esta fase compreende aos 4/5 atem 9/10 anos

 Percepção do mundo e das suas regras,


 Criança descobre regras também nas brincadeiras com as crianças maiores, que
são úteis para ajuda-la a entrar nessa fase,
 Os deveres são vistos como externos, impostos coercitivamente e não como
obrigações elaboradas pela consciência,
 O bem é visto como o comprimento da ordem,
 O certo é a observância da regra que não pode ser transgredida nem relativizada
por interpretações flexíveis,
 Ex: um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de
sua esposa tem uma intenção diferente do outro que assassinou a esposa.

AUTONOMIA (do grego: autód - próprio e nomos – lei – lei própria). Nesta fase a
criança já interiorizou as normas morais e passa a comportar-se de acordo com elas. Nos
adultos, é o caso do motorista que, ao dirigir, orientar-se pelas leis do trânsito e por seus
próprios princípios internos de conduta.

Esta fase compreende dos 10 anos em diante

 O individuo adquire a consciência moral,


 Os deveres são compridos com consciência de sua necessidade e significação,
 Possui princípios éticos e morais,
 Na ausência de figura de autoridade, continua o mesmo,
 É responsável, auto disciplinado e justo,
 A respirabilidade pelos actos é proporcional à intenção e não apenas pelas
consequências do acto,
 Ex: um homem pobre que roubou um medicamento

Teoria de Desenvolvimento moral segundo Kohlberg


Kohlberg avaliou o raciocínio moral da criança e adultos, apresentando-lhes
dilemas morais, ou situações hipotéticas nas quais as pessoas devem tomar decisões
difíceis. Pergunta-se aos sujeitos o que a pessoa que está no dilema deve fazer e por quê.
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Em tais situações, não há respostas óbvias; nenhuma acção vai oferecer uma
solução completa.

Um dos dilemas morais mais comum usados: esposa de um homem está morrendo.
Existe um remédio que poderá salvá-la, mas ele é muito caro e o que químico que o
inventou não quer vendê-lo a um preço baixo o suficiente para que o homem possa
comprá-lo. Finalmente, o homem se desespera e considera roubar a droga para a sua
mulher. O que ele deve fazer, e por quê?

A sua teoria propõe três níveis de desenvolvimento moral:

Raciocínio pré-convencional (4-10 anos de idade)


 Aplica se a crianças mais jovens ate aos 9 anos de idade e envolve uma
obediência e orientação à base de punição, bem como o individualismo e troca,
 Neste ponto, a moral segue as expectativas dos adultos e os resultados de abrir
ou da desobediência às regras dos adultos.

As decisões morais são egocêntricas, o que significa que as decisões são baseadas
nos interesses pessoais. O julgamento se baseia nas necessidades pessoais e nas regras
dos outros.

Estádio I: Orientação da punição - obediência


As regras são obedecidas para evitar a punição. Uma acção boa ou má é
determinada por suas consequências físicas. As crianças avaliam-se a elas próprias
como boas ou más com base nas recompensas e nos castigos administrados pelos
adultos. As regras são percebidas como sendo absolutas e devem ser cumpridas
independentemente das circunstâncias. As crianças abstêm-se de ter um comportamento
inaceitável porque têm medo de ser apanhadas.

Nesta fase, a criança evita repercussões negativas pelas regras, concluindo que uma
pessoa punida deve ter feito algo errado.

A resposta da criança ao dilema pode ser: “errado roubar porque poderá ser
apanhado”. A resposta reflecte o egocentrismo básico da criança. O raciocínio pode ser
“o que aconteceria comigo se eu roubasse algo? Eu poderia ser apanhado e punido”.
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Estádio II: Orientação da Recompensa Pessoal


A criança desenvolve a compreensão de que diferentes pessoas têm diferences
perspectivas, e não há apenas uma maneira certa de fazer as coisas.

As necessidades pessoais determinam o que é certo e errado. No ponto de vista da


criança o que é certo é o que a faz feliz. A criança inibe-se de ser injusta se os outros
não forem injustos com ela.

Raciocínio Moral Convencional (Adolescentes e Adultos)


Centrado no social – tem em conta os interesses dos outros numa determinada
sociedade. O sujeito é capaz de olhar para além das consequências pessoais imediatas e
considerar o ponto de vista, e especialmente a aprovação dos outros. Exemplo, “roubar é
errado porque é contra lei”. Outra resposta dando um valor alto à lealdade, à lealdade, à
família e aos entes queridos, mas ainda respeitando a lei, seria: “é certo roubar porque o
homem tem boas intenções – ele está tentando ajudar sua mulher”. “Mas ele ainda vai
ter que pagar o químico quando puder, ou aceitar a penalidade por infringir a lei”.

Marcada pelos estágios de relações interpessoais sólidas e de manutenção da ordem


social, aplica se à maioria dos adolescentes e adultos.

Neste ponto, as pessoas começam a internalização dos valores dos adultos


significativos e a seguir os costumes da comunidade a que pertencem.

O julgamento baseia-se na aprovação dos outros, nas expectativas familiares, nos


valores tradicionais, nas leis da sociedade e na lealdade ao País.

Estádio III: Orientação do/para o bom menino - boa menina


As crianças evitam envolver-se em comportamentos inaceitáveis, de forma a
impressionar os seus pais e mostrar que são boas.

As crianças portam-se bem mais para ir ao encontro da aprovação dos outros do que
por acreditarem nos princípios morais. O bom significa “agradável”. Ele é determinado
por aquilo que agrada e é aprovado pelos outros.

Estádio IV: Orientação para a ordem e lei (da lei e da ordem)


A lei serve como princípio orientador para que as pessoas recusem envolver-se em
certos comportamentos, na medida em que esse comportamento for proibido por lei. É
compreendido que a lei deve ser mantida a todo custo.
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Se as leis não forem observadas e obedecidas, o caos é provavelmente instalado. A


aceitação da pessoa perante a sociedade depende do seu conformismo para com as leis.
A autoridade deve ser respeitada e a ordem social mantida.

Raciocínio Moral Pós-Convencional


De acordo com Kohlberg, apenas 10 a 15% das pessoas atingem a moral pós-
convencional.

Nem é egocêntrico nem social, mas autónomo no seu juízo. As pessoas mantêm
princípios de justiça que transcendem as leis existentes e as convenções aceites.

Exemplo, “a pessoa do pós-convencional teria um ponto de vista semelhante roubar


porque iria violar a lei, mas se roubar para puder salvar uma vida, ela violaria a lei”.

Estádio V: Orientação para o Contrato Social


Neste estádio existem situações em que as leis podem ser quebradas a que as leis
são injustas, devendo ser alteradas. Também é sustentado que as regras devem envolver
acordo mútuo e que devem ter como objectivo proteger os direitos individuais.

A mudança da lei compreendida para alterar a interpretação do que é certo ou


errado. Nada é absoluto. O bem é determinado por padrões socialmente aceites de
direitos individuais.

Nesta fase, os indivíduos reconhecem a contradição de algumas regras e reagem em


conformidade.

Estádio VI: Orientação do Princípio Ético Universal


Nesta fase, envolve o desenvolvimento de um código moral que pode ou não aderir
à lei.

Os princípios são baseados na vida humana. É sustentado que o conceito de justiça


está além da ordem estabelecida e da justiça universal.

Quem ópera neste estádio tem um interesse permanente entre as pessoas, na regra
de outro “faz como tu gostarias que te fizessem, na dignidade humana e na
universalidade desses princípios”.

O bem e o direito são questões da consciência individuais e envolvem abstractos de


justiça, dignidade humana e igualdade.
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Conclusão

O desenvolvimento moral ocorre à medida que crescemos e nos ajuda a escolher


entre o certo e o errado. A teoria de Lawrence Kohlberg afirma que o desenvolvimento
moral da maioria das pessoas começa com o desejo de evitar o castigo pessoal e pode
evoluir com o tempo para o desejo de tornar o mundo um lugar melhor e mais justo para
todas as pessoas. Existem três níveis (desenvolvimento moral pré-convencional,
convencional e pós-convencional) e seis estágios (seguir regras, recompensa própria,
conformidade social, lei e ordem, normas culturas e justiça universal).

O nosso objectivo como educadores deveria facilitar o desenvolvimento moral dos


nossos estudantes, de a atingirem um estádio de desenvolvimento o mais elevado
possível. O que conta na vida não nos conhecermos a Física, Matemática, ou Geografia,
mas a forma como nos relacionamos connosco próprios e com os outros com base nos
princípios de justiça.
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Bibliografia
BIAGGIO, A. M. B. (2006), Lawrence Kohlberg: Ética e educação moral. São Paulo:
Moderna.

MWAMUENDA, T.S. (2005, págs.130-138). Psicologia Educacional, Uma Perspectiva


Africana. Maputo, Texto Editores

PAPALIA, D. FELDMAN, R.(2013), desenvolvimento humano. 12 Ed. Porto alegre:


MarcGraw-Hill.

RODRIGUES, A. & BILA, L. V. Módulo de Psicologia de Desenvolvimento e de


Aprendizagem. Maputo. Universidade Pedagógica. S/d.

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