Metaphysics">
Peter Burke - Montaigne. Trad. Jaimir Conte. São Paulo. Edições Loyola, 2006
Peter Burke - Montaigne. Trad. Jaimir Conte. São Paulo. Edições Loyola, 2006
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Locke, John Dunn
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Schopenhauer, Christopher Janaway
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© Peter Burke 1981
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Esta tradução é publicada em acordo com Oxford University Press.
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Para venda somente no Brasil.
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Todos os direitos reservados. Nenhuma pane desta obra pode
ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico ou mecânico. incluindo fotocópia Leituras Recomendadas .... ...... .... .. .. .. .. .. .. .. ...... .... 105
e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de
dados sem pennissão escrita da Editora.
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ISBN: 85-15-03374-7
Índice remissivo .................. .... ............................ 113
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© Peter Burke 1981
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Todos os direitos reservados. Nenhuma pane desta obra pode
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quaisquer meios (eletrônico ou mecânico. incluindo fotocópia Leituras Recomendadas .... ...... .... .. .. .. .. .. .. .. ...... .... 105
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ISBN: 85-15-03374-7
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de magistrado (conseiller) na corte (parlament) de Bordeaux, posto com inscrições em grego e em latim. Lá, disse a seus leitores que
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que ocupou de 1557 a 1570. Na prática, estava mais próximo da passava "a maior parte dos dias de minha vida e a maior parte das
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da velha nobreza militar (noblesse d'épée). Por que se retirou? A explicação mais óbvia é política. Mais
Os militares nobres, tradicionalmente, não eram amantes tarde Montaigne descreveu sua propriedade como um "retiro para
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do saber, e as freqüentes afirmações de Montaigne de não ser descansar das guerras" (2.15). Em 1570 fazia oito anos que as
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mas nem todos o têm empregado do mesmo modo. Alguns usam
o termo num sentido vago para se referir à preocupação com a
dignidade do homem, opondo um Renascimento antropocêntrico
- às vezes de modo demasiado simples - a uma Idade Média 17
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teocêntrica. Outros historiadores preferem empregar o termo
"humanista" da maneira como se utilizava umanista nas univer-
sidades italianas por volta de 1500. Nesse sentido, um huma-
nista era mestre profissional das "humanidades" (studia huma-
nitatis), ou seja, de história, ética, poesia e Tetórica. Essas quatro
matérias foram consideradas especialmente ,íhumanas" por Cícero
e outros intelectuais romanos, e também pelo renascentistas, pois
se acreditava que as características essenciais do homem eram
sua habilidade para falar e para distinguir o certo do errado.
Os humanistas do Renascimento, nesse sentido do termo,
distinguiam-se facilmente de seus colegas acadêmicos em virtu-
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de de rejeitarem os "escolásticos" (scholastici), ou seja, filósofos
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mais que mosaicos de citações desse filósofo romano (o próprio Leucipo e Demócrito ou a água de Tales" (2.12), mas essas idéias
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Montaigne fala de "incrustação"), e a prosa informal, não- abstratas não despertavam sua curiosidade. Não se preocupou
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ser suspensas. das bruxas não é prova suficiente para condená-las, pois, como
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conhecido sobretudo como teórico político), num livro publica- fantasias eram, conforme escreveu, "matéria de opinião, não
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Os milagres, a providência e a bruxaria não foram os úni- dito segundo Deus". Eram simplesmente experimentos mentais,
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"reconhecia Deus como um poder incompreensível, origem e a interpretação "católica" de Montaigne considera tais declara-
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conservador de todas as coisas [... ] recebendo e levando em ções, a julgar pelo ensaio "Dos costumes", como se elas se referis-
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boa parte as honras e a reverência que os humanos lhe presta- sem apenas a questões seculares, a interpretação "cética" conside-
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na". Também Maquiavel considerava necessário que os príncipes, dificuldade para um príncipe de se tornar senhor de uma cidade
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em determinadas ocasiões, "usassem maus meios para um bom fim". que tinha sido acostumada com a liberdade, mas as conclusões
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Discursos como "bastante sólidos", na medida em que o assunto o ponto ao qual Maquiavel desejou levá-las.
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imprudente do que confiar neles (2.1 7). Por diferentes meios po- e loucura (3 .9 ).
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demos chegar ao mesmo fim, e pelos mesmos meios, a diferentes Ou ainda, com a simplicidade e proximidade de um provérbio,
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fins. O imperador Juliano Apóstata utilizou "para atiçar a desor- "para cada pé seu sapato" (3.13).
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Essa observação concreta pode ser uma crítica encoberta aos expressou com uma franqueza incomum e brutal (para não dizer
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governantes de sua época, mas a aguda consciência que Montaigne cínica) que pode fazer o leitor moderno lembrar-se de Thomas
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ria de generalizações. mas porque são leis. Esse é o fundamento místico de sua autori-
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Em princípio, portanto, Montaigne não era um defensor da dade; não têm outro" (3 .13 ). Para Montaigne, o estudo de outras
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em determinadas ocasiões, "usassem maus meios para um bom fim". que tinha sido acostumada com a liberdade, mas as conclusões
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tinha da diversidade sempre o fez extremamente cético em maté- Hobbes. "As leis se mantêm em crédito não porque são justas,
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Em princípio, portanto, Montaigne não era um defensor da dade; não têm outro" (3 .13 ). Para Montaigne, o estudo de outras
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tido com roupas esplêndidas (3 .2). Ao contrário de alguns de w
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sado de outro modo. La Boétie escreveu um tratado no qual cri- que parecem mais dignas de nossa aprovação, devemos desvendá-
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heróis da Antiguidade. Infelizmente, as noções clássica e renas-
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sabidas e amiúde ocultam-nos uma palavra, uma certa ação pes- [... ]Júlio César coçava a cabeça com um dedo, que é a atitu-
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soal que nos informaria melhor". Montaigne preferia saber de de de um homem cheio de pensamentos laboriosos; e Cícero,
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Vidas de Plutarco - um dos livros favoritos de Montaigne -, "uma tou as alegações dos adivinhos, mas não a possibilidade de
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do bispo humanista do século XVI Paolo Giov io, nem as vidas dos hábitos são formados: "que nossos maiores vícios tomam_forma
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artistas italianos, de Giorgio Vasari, publicadas em 1550. Entre- na mais tenra infância e que nossa educação está principalmente
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tanto, realmente conheceu Plutarco, leu as Vidas dos Césares, de nas mãos das amas" ( 1.23). Como Freud, Montaigne via-se como
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Suetônio (c. 69-c. 140 d.C. ) e apreciou as Vidas dos filósofos do um solitário explorador do eu, um pioneiro no "empreendimen-
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escritor grego do século lll Diógenes Laércio, que nos conta, por to espinhoso, e mais do que parece, de seguir uma marcha tão
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.... intuições expressa-
fez fot"criar uma síntese pessoal com base nas
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das nas tradições médica, filosófica, retórica
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o) e as Máximas de La
tinho (livro que parece não ter conhecid
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(c. 460-380 a.C.) for- o
montavam aos gregos antigos. Hipócrates Ensaios), como uma o
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mida des com base nos sinto- Rochefoucauld (autor que conhecia bem os UJ
mulou regras para diagnosticar enfer
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exposição clássica dos resultados do amor-pró
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sintomas foi o próxi-
Diagnosticar a personalidade com base nos
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humilde por orgulho
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o empregado várias
homem e seu "papel" público (rôle é um term
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60 de e da cons-
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século XVI, mas não Em virtude de seu desejo por total honestida
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s centrais discorrendo
s partes de seus en- somente poderia tratar alguns de seus tema
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a consciência da individualidade é um fenômeno social. contemporâneos quebraram o tabu, mas, que saibamos, nenhum
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cidência temporal entre Cellini, Cardano e Montaigne sugere que tinha chegado a ser o mais privado dos temas (muitos de seus
a consciência da individualidade é um fenômeno social. contemporâneos quebraram o tabu, mas, que saibamos, nenhum
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Coerente com sua franqueza sobre outros aspectos foi a ati- outro o discutiu), e, em segundo lugar, sua maneira comparativa
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procedermos assim, em deixar de diferenciar o contexto cultural (!)
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moralista, e os antropólogos modernos, em geral, não o fazem. tra. Um exemplo bem conhecido é a História geral das Índias (1552),
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Há duas razões óbvias para essa tendência. A primeira é o nhol, Benzoni, que tinha passado quatorze anos no Novo Mundo,
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renascimento da Antiguidade clássica. Os gregos antigos haviam condena a crueldade dos espanhóis e oferece uma descrição deta-
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mostrado um grande interesse por outras culturas. Sócrates, como lhada, e feita com simpatia, do modo de vida dos índios.
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Montaigne nos lembra, considerava o mundo inteiro sua cidade Os brasileiros de Montaigne haviam sido estudados detalha-
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Heródoto, que foi muito estudado no século XVI, tinha um olhar escrevesse. Um alemão, Hans Staden, foi capturado pelos tupi-
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renascimento da Antiguidade clássica. Os gregos antigos haviam condena a crueldade dos espanhóis e oferece uma descrição deta-
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mostrado um grande interesse por outras culturas. Sócrates, como lhada, e feita com simpatia, do modo de vida dos índios.
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Montaigne nos lembra, considerava o mundo inteiro sua cidade Os brasileiros de Montaigne haviam sido estudados detalha-
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leiros bárbaros que exemplificavam a corrupção da natureza hu- ::;;
mana depois da queda. Ao mesmo tempo, sublinhou o que cha- Q. H de, assim como para cutucar a Espanha. Trata o canibalismo do
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mou de "sentimento de humanidade", declarando que a vida pa- mesmo ponto de vista que a parábola do cisco no olho alheio.
cífica que os índios tinham, sua harmonia e sua caridade levavam "Não me aborrece que salientemos o hon'Of barbaresco que há em
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(século I d.C.) havia descrito o valor e a vida viril simples dos Montaigne passa a fazer comentários sobre a crueldade das guerras
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atrocidades das guerras religiosas francesas. Poderíamos chamar leitores e usava nações como seus exempla. Recomendava via-
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essa técnica de "síndrome germânica". Ela pode também ser jar como um dos melhores métodos de edúcação - a educação
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vivem e seguem felizmente as leis da natureza", e também em La prios", a ver além de nosso nariz e reconhecer as limitações de
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mou de "sentimento de humanidade", declarando que a vida pa- mesmo ponto de vista que a parábola do cisco no olho alheio.
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O que tomou de Gómara foram informações, não idéias. Gómara cais. Na Alemanha, interrogou os luteranos acerca de sua teolo-
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de vida de indivíduos exemplares , Montaigne estava sendo cla- quase a extremos de obsessão. Não é de admirar que seu livro o
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ramente um homem de sua época. Seu relativismo cultural era favorito da infância tenha sido Metamorfoses, de Ovídio, posto o
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incomum era a inclusão de Homero e Sócrates e dos dirigentes sentido político), variation e vicissitude. Nessa dança de palavras
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digressão era um artifício retórico típico, mas não nessa escala. contasse com isso. "Tanto quanto a decência me permite, faço
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obscuro, reticente, paradoxal e ambíguo. Os títulos de certos en- Como o cortesão ideal de Baldassare Castiglione, Montaigne se
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cendo o processo de pensamento, le progrez de mês humeurs, an- mitem um significado distinto do que têm no autor original. Além
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século XVI o fazem. Como Sócrates, Montaigne dá a impressão de não ter ne-
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obscuro, reticente, paradoxal e ambíguo. Os títulos de certos en- Como o cortesão ideal de Baldassare Castiglione, Montaigne se
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metade de 1570; e, finalmente, o período de maturidade em que
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em 1563, sobre a morte de seu amigo La Boétie, elogiando-o por ensaios criticam mais os estóicos e são, em geral, muito mais
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em 1563, sobre a morte de seu amigo La Boétie, elogiando-o por ensaios criticam mais os estóicos e são, em geral, muito mais
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Afirmar que Montaigne tinha finalmente descoberto a si mais tão seguro (1.27). O ceticismo impede ambas as vias: sus- o
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mesmo implica que ele tinha mudado, mas também implica uma pender o juízo está tão distante de não se acreditar nas bruxas o,_
quanto de se acreditar nelas. Em outros termos - modernos - z
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constância fundamental; não tanto "evolução" (termo de Villey
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um tanto antiquado) quanto "desenvolvimento" em seu sentido , acreditou que tinha ido além do racionalismo.
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original de desdobramento, desenrolamento, em outras palavras, Montaigne criticou em uma ocasião os biógrafos que con- o
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dade que anteriormente tinha definido como a marca distintiva 1588. Mas geralmente o Montaigne mais apreciado e imitado foi
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vavelmente) ao período anterior a 1572, nos aparece outra mu- (sa philosophie courageuse et presque sto"ique)". Outro contemporâ-
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dança importante. "Outrora", assim nos diz, "tinha usado essa neo, Claude Expilly, chamou-o de um "grande pensador estói-
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minha liberdade pessoal de escolha e seleção para negligenciar co". Pasquier, outro amigo de Montaigne, viu nos Ensaios uma
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Rua da Palma, 502 - Centro Telefax: (21) 2290-3768 / 3867-6159 Rua 02 e 03 - Lojas 111 / 112 e 113 / 114
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Este livro foi composto nas famílias tipográficas
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e impresso em papel Offset 75glm
Edições Lorolo
Editoração, Impressão e Acabamento
Rua 1822, n. 347 • lpiranga
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Tel.: (011) 6914-1922
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