História 4
História 4
História 4
Para os estudantes:
Nesse roteiro de estudo você irá aprender sobre Guerra Fria.
Para tanto, assista a vídeo aula transmitida pelo CMSP do dia 25/11/20, disponível
https://www.youtube.com/watch?v=RKcsJlK-evE&t=27s
Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, dois blocos políticos se formaram, gerando um período de
tensão permanente, a denominada “Guerra Fria”. De um lado uma potência capitalista: os Estados Unidos
da América (EUA) do outro lado, uma potência socialista: União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
As Duas potências exerceram influências em várias partes do mundo, além de uma disputa armamentista
que contava com tecnologias nucleares que, se acionada, poderia trazer sérias consequências a todo o
planeta. Nesse contexto, os EUA sob a influência da Doutrina Truman que visava controlar o avanço do
comunismo, lançaram o Plano Marshall (para recuperação e reconstrução pós-guerra aos países do bloco
capitalista) e aliança militar OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A URSS, por sua vez, lançou
a COMECON (Conselho para a Assistência Econômica Mútua), a COMINFORM (Escritório de Informações
dos Partidos Comunistas e Operários) e a aliança militar do Pacto de Varsóvia. Nesse período houve o
patrocínio de movimentos em todo o mundo tanto por parte do bloco socialista quanto do capitalista.
Para compreender a existência do Muro de Berlim precisamos lembrar do contexto da Guerra Fria
(1945-1991). Esta foi uma disputa geopolítica iniciada ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-
1945) entre os Estados Unidos (liderando o bloco capitalista) e a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (à frente do bloco socialista).
Em 1948, Stalin decreta o “Bloqueio de Berlim”, um cerco “pacífico” que impedia a chegada de
suprimentos à Alemanha Ocidental, pela terra e pelos rios. A resposta dos Estados Unidos e da
Inglaterra foi utilizar aviões para garantir o abastecimento e o transporte.
Por sua parte, a URSS decreta a criação da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) em
7 de outubro de 1949.
Se a Alemanha sofreu todo com esta divisão, para a cidade Berlim foi pior. A antiga capital estava
em pleno território ocupado pelos soviéticos e foi cortada – literalmente – em duas.
Estava defendido por grades com alarmes, cercas elétricas e arames farpados, pontilhado por mais
de 300 torres de observação, patrulhadas por cães de guarda e soldados bem armados. Estes,
tinham ordem de atirar para matar, em qualquer pessoas que tentasse atravessá-lo.
Outro lugar dilacerado foi o Cemitério Sophien que passou a ser acessível somente aos berlinenses
orientais. Sua área foi cortada e vários corpos não foram retirados adequadamente.
Porém, uma rua se tornou o símbolo desta divisão: a "Bernauer Strasse" (rua Bernauer). Com 1,4
km de extensão, o Muro ocupou quase toda sua área e os edifícios contíguos tiveram suas janelas
emparedadas.
Ali, se produziu a primeira vítima mortal que tentou escapar de Berlim Oriental, em 22 de agosto
de 1961, quando uma moradora saltou do terceiro andar e veio a falecer com a queda.
Estima-se que 118 pessoas tenham morrido arriscando cruzar o Muro. Outras 112 foram alvejadas
ou despencaram das alturas, mas sobreviveram e foram presas juntas com cerca de 70 mil pessoas
acusadas de traição por tentar fugir da República Democrática Alemã.
No entanto, 5.075 pessoas conseguiram superar todas essas barreiras e alcançar a Alemanha
Ocidental.
As fugas da porção oriental para a ocidental eram corriqueiras antes de 1960 e cerca de 2 mil
pessoas evadiam-na diariamente, em busca de melhores condições de vida no lado capitalista.
Em 1961, a fim de evitar mais fugas, Walter Ulbricht (1893-1973), Secretário Geral do Partido
Comunista da República Democrática Alemã, decreta um novo bloqueio ao livre trânsito das forças
armadas nos dois lados na cidade de Berlim.
Já no plano cotidiano, milhares de famílias se viram afetadas, pois muitos parentes e amigos
ficaram de lados opostos e sem possibilidade de encontrarem-se.
No dia 27 de outubro de 1961, devido a um incidente, tanques dos EUA chegaram a enfrentar
tanques soviéticos, no posto fronteiriço CheckPoint Charlie. Felizmente, ninguém disparou e a
situação foi resolvida pela via diplomática.
Em 1963, o presidente americano Jonh Kennedy, de visita a Berlim, faz um discurso memorável
solidarizando-se com Berlim Ocidental, onde se declara que era um berlinês. Porém, as duas
Alemanhas só reatariam os laços diplomáticos dez anos depois, ao mesmo tempo em que URSS e
Estados Unidos tentavam diminuir a tensão da Guerra Fria.
Tanto a URSS quanto seus sócios do bloco comunista passavam por uma crise econômica e
política. Por isso, usavam estratégias de abertura para oxigenar seus regimes.
Em 1987 foi a vez de o presidente americano Ronald Reagan desafiar a Mikhail Gorbachev a
derrubar o Muro. Enquanto isso, Gorbachev preparava a abertura paulatina da União Soviética ao
mundo.
Na mesma época, são registradas várias manifestações por mais liberdade em ambos os lados da
fronteira alemã. Numa declaração transmitida pelas televisões, os políticos da Alemanha Oriental
anunciam a abertura da fronteira.
No próprio bloco da Europa Oriental, vários países realizavam tímidas reformas. Em 1989, por
exemplo, o governo da Hungria abre suas fronteiras, permitindo aos alemães alcançarem, em
massa, a Alemanha Ocidental.
Como não disseram nenhuma data em concreto, uma multidão de berlinenses se dirigiu ao Muro
no dia 9 de novembro de 1989, e começou a derrubá-lo com suas próprias ferramentas. Apesar de
todo esse esforço, o Muro só foi realmente destruído por escavadeiras.
Até hoje parte do Muro de Berlim foi mantido na capital alemã. Parte dele virou um mural de
pinturas para artistas consagrados internacionalmente, enquanto outras servem como
monumentos para que nunca mais se esqueça desta terrível construção.
Por fim, Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental se unificam em 3 de outubro de 1990, onze
meses após a Queda do Muro de Berlim.