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Montagem E Instalação de Redes de Distribuição: Série Eletroeletrônica
Montagem E Instalação de Redes de Distribuição: Série Eletroeletrônica
Montagem E Instalação de Redes de Distribuição: Série Eletroeletrônica
MONTAGEM
E INSTALAÇÃO
DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
MONTAGEM
E INSTALAÇÃO
DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO
©2014. SENAI Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI-São
Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
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S491g
ISBN 978-85-7519-789-9
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Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de figuras, quadros e tabelas
Figura 1 - Estrutura curricular do curso de Eletricista de Redes de distribuição de energia elétrica............. 14
Figura 2 - Afastamento entre os cabos.......................................................................................................................19
Figura 3 - Estrutura com cruzeta de concreto simples N1, rede horizontal primária................................20
Figura 4 - Vista frontal de estrutura primária P1 na vertical................................................................................21
Figura 5 - Estruturas urbanas em rede primária classe 15 kV.............................................................................22
Figura 6 - Estrutura M1 (1X2) – Meio Beco................................................................................................................23
Figura 7 - Afastamentos mínimos padronizados entre condutores e estruturas prediais.......................25
Figura 8 - Afastamentos mínimos entre condutores e solo................................................................................27
Figura 9 - Classe de tensão e distâncias entre circuitos diferentes..................................................................28
Figura 10 - Distâncias de ocupações em postes de concreto............................................................................29
Figura 11 - Rede superior primária e inferior secundária de energia..............................................................30
Figura 12 - Vistas superior e lateral da estrutura secundária S-47 ..................................................................31
Figura 13 - Rede de distribuição secundária com derivação..............................................................................31
Figura 14 - Exemplos de estruturas secundárias.....................................................................................................32
Figura 15 - Estrutura secundária vertical...................................................................................................................32
Figura 16 - Estrutura secundária vertical...................................................................................................................33
Figura 17 - Estrutura secundária vertical...................................................................................................................33
Figura 18 - Afastador em rede secundária de energia..........................................................................................34
Figura 19 - Vista superior da estrutura M1................................................................................................................40
Figura 20 - Vista lateral estrutura M1...........................................................................................................................41
Figura 21 - Homem executando tarefa em RDA com os EPIs e EPCs...............................................................48
Figura 22 - Separação de materiais e ferramentas................................................................................................49
Figura 23 - Tipos de engastamentos para poste em concreto duplo T...........................................................57
Figura 24 - Contraposte de concreto duplo T em ângulo....................................................................................58
Figura 25 - Estaiamento âncora em ângulo..............................................................................................................59
Figura 26 - Estaiamento em cruzeta dupla em rede primária............................................................................60
Figura 27 - Homem em trabalho em altura utilizando escada..........................................................................61
Figura 28 - Itens de segurança das escadas de madeira e fibra........................................................................65
Figura 29 - Posição da escada em relação ao poste...............................................................................................68
Figura 30 - Ancoragem inferior de escada em poste............................................................................................69
Figura 31 - Estabilizadores (sapatas do sistema cesto aéreo).............................................................................71
Figura 32 - Sistema de alavancas de acionamento hidráulico...........................................................................71
Figura 33 - Estrutura primária M1 em explosão......................................................................................................73
Figura 34 - Vista lateral da estrutura primária M1...................................................................................................73
Figura 35 - Vista superior da estrutura primária M1...............................................................................................74
Figura 36 - Vista lateral da estrutura primária M3...................................................................................................75
Figura 37 - Vista superior da estrutura primária M3...............................................................................................75
Figura 38 - Estrutura primária M3 em explosão......................................................................................................76
Figura 39 - Configurações verticais de redes secundárias...................................................................................78
Figura 40 - Estrutura secundária com mudança de padrão................................................................................79
Figura 41 - Transformador trifásico instalado na rede..........................................................................................80
Figura 42 - Vistas posterior e superior do transformador trifásico...................................................................81
Figura 43 - Condutores pré-reunido ou multiplexado para redes...................................................................82
Figura 44 - Conexões em cruzamento com protetor de polietileno................................................................83
Figura 45 - Esquema de ancoragem em rede secundária, em poste circular de concreto......................83
Figura 46 - Rede compacta ou spacer cable.............................................................................................................84
Figura 47 - Circuitos e distanciamentos de 15 a 25 kV em redes compactas...............................................85
Figura 48 - Fly-tap com espaçadores verticais.........................................................................................................86
Figura 49 - Carreta para acondicionamento das bobinas dos cabos..............................................................87
Figura 50 - Suporte ou cavalete para bobina...........................................................................................................87
Figura 51 - Apoio do cabo com sacos de aniagem ou tábuas macias............................................................88
Figura 52 - Camisa de aço (à direita), luva giratória para cabos (à esquerda)...............................................88
Figura 53 - Bandola ou carretilha..................................................................................................................................89
Figura 54 - Flecha do cabo em vão básico................................................................................................................90
Figura 55 - Conector tipo cunha - Componente C.................................................................................................92
Figura 56 - Efeito interno ao conector cunha...........................................................................................................93
Figura 57 - Conector estribo com engate rápido....................................................................................................93
Figura 58 - Conector estribo instalado em fim de rede........................................................................................94
Figura 59 - Comprimento do fio de amarração x bitola do condutor.............................................................94
Figura 60 - Laço pré-formado em isolador tipo roldana......................................................................................95
Figura 61 - Alça pré-formada para condutor de alumínio...................................................................................95
Figura 62 - Amarrações em cruzamentos..................................................................................................................96
Figura 63 - Aterramento em postes de concreto circular....................................................................................99
Figura 64 - Aterramento de cerca e ET..................................................................................................................... 100
Figura 65 - Terrômetro analógico.............................................................................................................................. 101
Figura 66 - Terrômetro analógico – teste das pilhas........................................................................................... 102
Figura 67 - Terrômetro analógico – ajuste do ponteiro em zero ohm......................................................... 102
Figura 68 -Terrômetro analógico – medição de resistência elétrica do aterramento............................. 103
Figura 69 - Ligação com terrômetro digital........................................................................................................... 104
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13
3 Planejamento...................................................................................................................................................................39
3.1 Levantamento de materiais e equipamentos....................................................................................40
3.2 Ferramentas básicas para serviços em RDA.......................................................................................42
3.3 Relação de epis para serviços em RDA................................................................................................43
3.4 Relação de epcs para serviços em RDA................................................................................................44
3.5 Veículos de apoio para serviços em RDA.............................................................................................45
3.6 Verificação de interferências....................................................................................................................46
3.7 Programação dos serviços........................................................................................................................46
3.8 Análise preliminar de riscos – APR.........................................................................................................47
3.9 Aplicação de comunicação via rádio com centro
de operações da distribuição (COD)............................................................................................................47
3.10 Execução dos serviços.............................................................................................................................48
Referências......................................................................................................................................................................... 109
Índice................................................................................................................................................................................... 113
Introdução
Nos capítulos deste livro, você estudará as informações básicas para execuções de montagens
e intalações nas redes de distribuição. Serão destacados os tipos de montagens executadas pelas
concessionárias de energia, as ferramentas utilizadas em serviços de redes de distribuição aérea, os
materiais e equipamentos e suas especificações.
1 INTRODUÇÃO
15
Bons estudos!
Projetos em Redes Aéreas de Distribuição
É provável que você já tenha ouvido falar em projeto, mas sabe o que ele significa e para
que é elaborado? Um projeto nos permite organizar ideias, fazer diagnósticos ou análises sobre
uma determinada realidade, propor melhorias ou criar soluções para um determinado pro-
blema. Podemos dizer que projeto é o planejamento de um conjunto de atividades a serem
desenvolvidas por um determinado período, para atender a uma necessidade.
Assim, para atender às necessidades de construção ou manutenção de redes aéreas de dis-
tribuição, costumeiramente, fazemos uso de simbologias, leiautes e esquemas elétricos que
são apresentados nos projetos, aspectos esses que o eletricista de redes deve saber interpretar.
Você verá neste capítulo: as características técnicas das estruturas básicas, que são utili-
zadas em redes distribuidoras aéreas primárias e secundárias; normas para distanciamentos
dos condutores elétricos, que serão variáveis dependendo da classe de tensão e dos padrões
técnicos de montagem; procedimentos operacionais para instalação de redes, que são adota-
dos pelas concessionárias de energia elétrica. Assim sendo, serão abordados os seguintes itens:
a) simbologias, leiautes e esquemas elétricos;
b) afastamentos mínimos entre:
• condutores de circuitos diferentes,
• condutores de um mesmo circuito,
• condutores e o solo,
• condutores a edificações,
• diferentes níveis de cruzeta;
c) documentação técnica;
d) normas técnicas;
e) especificações técnicas;
f ) ordens de serviço;
g) procedimentos operacionais de concessionárias.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
18
2.2 AFASTAMENTOS
Andando pelas ruas de sua cidade, você poderá observar os postes distribu-
ídos e alimentados em redes primárias e secundárias. Certamente, você poderá
identificá-los porque os conceitos até aqui estudados irão auxiliá-lo nesta tarefa.
Por que é necessário manter certas distâncias entre os condutores? Como saber
qual é a distância correta? Por que uma estrutura é horizontal e outra é vertical?
Observe as figuras a seguir:
Analisando as figuras, podemos ter uma ideia das distâncias entre os cabos.
Veja também que as distâncias entre os isoladores na rede primária são maiores
que na rede secundária. Isto ocorre porque as tensões da rede primária são maio-
res e necessitam de maior afastamento.
Distâncias em mm
isolador
900 300 600
porca e
arruela
pino para isolador
tala de ferro
Figura 3 - Estrutura com cruzeta de concreto simples N1, rede horizontal primária
Fonte: SENAI - SP (2014)
10
Fase B
50
Fase A
50
KV )
KV
)
(3 ,8
3
Vista lateral
5
(1
4,
Fase C 80
10
0
11
~
~
Vista frontal
Alguns estados brasileiros ainda utilizam padrões antigos nas Pino para isolador
Tala de ferro
VOCÊ RDAs; não foram substituídos, pois a atualização demandaria
custos elevados. Além disso, há locais e situações em que
SABIA? é possível existirem trechos com padrões velhos e novos.
Exemplo disto é a construção da rede secundária de baixaPoste de concreto quadrado
tensão na horizontal, montada em cruzeta.
Você poderá também analisar, na sua região, seja em zona urbana ou rural, as
estruturas instaladas nas redes primárias de distribuição.
Para padronizar nossos estudos, neste momento, vamos adotar como referên-
cia o padrão técnico utilizado pela concessionária de São Paulo, a AES Eletropaulo,
para montagem de redes primárias com tensões de 15 kV.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
22
Você vai notar que, mesmo utilizando nomenclaturas diferenciadas, é possível es-
tabelecer relações comparativas com as estruturas aplicadas em diferentes regiões.
Nas estruturas primárias apresentadas na figura 5, a letra “M” refere-se a Meio
Beco – montagem 1x2 e a letra “B” a – montagem 0x3.
Agora, leia atentamente as simbologias utilizadas, na figura a seguir:
estrutura primária - 15 kV
M1 M2 M4 M3 N3
B1 B2 B4 B3
vista lateral
2000
100 500 450 850 100
200
500
800
vista superior
C
D
B
neutro
fase A
C
fase B
fase C
controle
iluminação
pública
faixa de
comunicação
calçada calçada
rua rua
A B
A
C
B
D
calçada calçada
rua rua
C D
Você deve ter notado que os afastamentos foram indicados com letras, em
cada imagem da figura 7. Utilizando a Tabela 2, é possível identificar os afasta-
mentos mínimos em milímetros das estruturas elétricas em relação às edifica-
ções, observando as tensões primárias de 15 e 36,2 kV e também para a rede
secundária 127 V / 220 V.
23000/34500 V
15000 V
600 V
Comunicação e
cabos aterrados
5500
6000
6000
4000
4500
6000
6000
3000
3500
5500
5500
5000
23000/34500 V
15000 V
900
600 V
900
800
1000
1800
800
34500 V
600
1500
15000 V
600
600 V
Afastamentos - m
a b c d f h
g
poste de concreto mínimo vão ≤ 40 m mínimo mínimo mínimo
0,20 1,00 0,20 7,30 0,60 0,10 0,50
Figura 10 - Distâncias de ocupações em postes de concreto
Fonte: SENAI - SP (2014)
Na figura 11, você pode observar, num poste de concreto de seção circular, uma
rede primária e, logo abaixo dela, uma rede secundária vertical de energia elétrica.
isolador
poste
condutor
isolador
N
200
abraçadeira S2L
A
200
B
200
S2L
C
poste de
concreto circular
300
150
medidas em mm
conector
Figura 17 - Estrutura secundária vertical.
Fonte: SENAI -SP (2014)
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
34
1
ANCORAGEM: Observe que os postes são diferentes, mudando-se a maneira de fixação da
estrutura. Normalmente, esta estrutura é instalada em pontos para diminuição
É o ato de fixar, prender ou
amarrar equipamentos ou ou redução de tensionamentos, ou seja, esforços mecânicos dos condutores. Ela é
condutores em determinada
estrutura, proporcionado
conhecida como Redutor de Tensão ou RT. Perceba que, nesse caso, é realizada a
maior estabilidade e, com ancoragem1 dos condutores em ambos os lados do poste e é efetuada uma cone-
isso, tornando sua utilização
mais segura. xão em cada condutor para dar prosseguimento no circuito.
Em centros urbanos, o espaço entre as edificações e a rede de distribuição me-
rece especial atenção por parte dos projetistas e é por essa razão que, em muitos
casos, a rede de distribuição secundária tem que ser afastada, a fim de garantir a
segurança na distribuição da energia elétrica.
Estas edificação podem ser marquises de estabelecimentos comerciais ou ou-
tras estruturas que estão próximas da rede, ou ainda, pode ser que haja a presen-
ça de vegetação como, por exemplo, galhos de árvores. Nestes casos específicos,
é necessário instalar um afastador, como você pode observar na figura 18.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
Planejamento
Neste capítulo você estudará como são planejadas as tarefas realizadas nas Redes de Distri-
buição Aéreas – RDAs, tanto nas redes primárias quanto nas secundárias, antes da execução pro-
priamente dita. É importante lembrar que a viabilidade de tudo isso depende da classe de tensão
na rede e dos padrões adotados pelas concessionárias de energia elétrica de cada região.
Aqui, serão abordados os seguintes itens:
a) levantamento de materiais, equipamentos, ferramentas e veículos;
b) verificação de interferências nas redes telefônica, de água, de esgoto, de águas pluviais,
e em locais em que há árvores/vegetação e edificações;
c) programação das atividades em função das medidas preventivas;
d) aplicação de Análise Preliminar de Riscos e mapeamento de riscos para a execução das
atividades;
e) solicitações e permissões junto ao Centro de Operações da Distribuição – COD, para execução
da programação;
f ) teste de equipamentos;
g) estimativa do tempo de execução.
Estes conhecimentos serão aplicados nas seguintes atividades:
a) inspecionar EPIs, EPCs e ferramentas;
b) preencher formulários;
c) realizar análise preliminar de risco – APR;
d) registrar possíveis divergências sobre as condições técnicas de materiais, equipamentos
e ferramental;
e) seguir procedimentos de trabalho – PT;
f ) selecionar ferramentas, materiais e equipamentos de proteção individual e coletiva
adequados à atividade;
g) selecionar as ferramentas utilizadas para aplicação de conectores;
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
40
Bons estudos!
I 17
F1
Logo após a separação dos materiais que serão utilizados, você deve prever as
ferramentas e equipamentos que o auxiliarão na execução do serviço.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
42
Várias ferramentas são usadas nas tarefas descritas em uma Ordem de Serviço
– OS. Basicamente, no dia a dia do eletricista de redes, elas estarão separadas e
organizadas em um local específico para guarda e conservação.
Antes de sair da base operacional, local onde estarão armazenadas as ferra-
mentas, o eletricista deve fazer uma checagem, verificando seu estado de conser-
vação. Neste momento, ele deve verificar a disponibilidade para deslocamento
dessas ferramentas até o local onde será executado o serviço.
O eletricista de redes terá contato com várias ferramentas, porém, como você
já as viu no módulo básico, vamos relembrar somente as mais utilizadas:
Quadro 1 - Ferramentas
Alicate bomba d`água
Alicate universal
Aplicador para conector tipo cunha (cartucho de espoleta interno e/ou externo)
Detector de tensão AT / BT
Dinamômetro
Escada extensível
Faca curva
Fasímetro
Loadbuster– LB
Marreta 1 kg
Multímetro
Colete refletivo
Cone de sinalização
Protetores de borracha
Estando no local de realização dos serviços, você terá que estar atento às con-
dições favoráveis para estacionamento do veículo, além de identificar os riscos a
que os colaboradores estarão expostos, durante a execução das atividades.
Para tanto, normalmente as concessionárias distribuidoras de energia elétri-
ca, disponibilizam um formulário no qual esses riscos são apontados, bem como
as ações que devem ser tomadas para controle ou eliminação desses riscos. Este
formulário, costumeiramente, é preenchido no local, antes do início dos serviços,
com a participação de todos os colaboradores que compõem a turma de eletri-
cistas.
As tarefas descritas na OS devem ser executadas juntamente com a análise
preliminar de riscos.
Durante a execução dos serviços, você deve manter o local isolado e organiza-
do, utilizando cones e fita zebrada, fazendo a delimitação de toda a área de tra-
balho, impedindo, assim, que os pedestres fiquem expostos a riscos de acidentes,
pois se trata de uma área de risco.
Na figura a seguir, é possível ver um eletricista de redes executando trabalhos
na rede de distribuição aérea. Observe como se dá a utilização dos equipamentos
de proteção coletiva e individual.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
Técnicas de Construção de Redes
Neste capítulo você estudará como são construídas as redes de distribuição aérea de ener-
gia, os detalhes que compõem as estruturas e os padrões técnicos aplicados pelas concessio-
nárias distribuidoras, que são variáveis, pois dependem da classe de tensão e das utilizações
adotadas em cada localidade brasileira.
Até aqui você estudou que, antes da execução propriamente dita das ordens de serviço ou
dos projetos definidos, deve ser realizado o planejamento das ações que antecedem as tarefas
especificadas.
Vamos iniciar nossas atividades estudando um dos principais materiais que compõem as
RDAs – o poste, uma vez que ele sustenta todas as estruturas instaladas nas redes aéreas de dis-
tribuição de energia elétrica. Para você possa entender sobre a importância desse componen-
te, eles são como o esqueleto que suporta toda a estrutura muscular e órgãos que compõem
o corpo humano.
Para referenciar nossos estudos, vamos adotar o padrão utilizado pela empre-
sa distribuidora de energia elétrica do Estado de São Paulo, a AES Eletropaulo. Em
seu acervo técnico, encontra-se a padronização descrita na tabela a seguir:
No dia a dia dos técnicos e eletricistas, eles referenciam os postes pelo tipo. Por
exemplo, é de conhecimento deles que o poste 20 tem um comprimento de 12
m e uma resistência nominal de 300 daN, pois estas informações são encontradas
na tabela apresentada.
No campo, a identificação dos postes pode ser realizada por meio da leitura de
uma chapa que fica fixa no próprio poste.
l
E= + 0,60
10
Onde:
E = comprimento do buraco em metros (m)
L = comprimento do poste em metros (m)
10,5
E= + 0,60 =1,05+ 0,60 =1,65 m
10
Portanto, você terá que cavar um buraco de 1,65 m para um poste de 10,5 m.
Os postes padronizados têm referências com base nas normas técnicas e apli-
cações diversas estipuladas pelas concessionárias de cada região. Assim, eles po-
dem ser de concreto duplo T ou circular, de fibra de vidro, de madeira, entre ou-
tros. Desse modo, podem apresentar comprimentos variados e, para sua correta
implantação, o manual de construção de redes deve ser sempre consultado.
Na prática, a implantação de postes é realizada com a utilização dos seguintes
equipamentos:
Veículos de apoio
Guincho/guindauto (apropriado para o tipo de poste a ser instalado); carreta
ou veículo para transporte de postes e veículo composto de perfurador hidráulico
(para terrenos limpos sem interferências no subsolo).
Ferramentas
Cavadeira, enxada, pá, soquete, prumo e outras.
Equipamentos de Segurança
EPIs e EPCs – efetuar o levantamento antecipado para separar todos os sinali-
zadores conforme descritos no Módulo Básico, no livro de Qualidade, Saúde, Meio
Ambiente e Segurança nos Serviços em Eletricidade, ou de acordo com normas
da concessionária da sua região.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
57
Os engastamentos para postes podem ser realizados com base simples, concre-
tada ou reforçada. Vamos estudar cada um deles. Observe as figuras que seguem.
sentido do esforço
altura do poste
placas de
concreto ou
solo socado madeira
em camadas
de 20 cm
300 300
base do poste
200
base do poste
base do poste
500
B
B
A B
500 500
diametro + 300 A A
diametro do poste
corte AB corte AB corte AB
base simples base concretada base reforçada
Base simples
Este tipo de engastamento é aplicado em postes com resistência nominal de 600
daN. A implantação é realizada em terra socada de 20 em 20 cm ao redor do poste.
Base concretada
Esta aplicação é para postes com resistência nominal de 1000 daN. É realizada
com concreto forte em duas partes de 500 mm cada, com terra socada no restan-
te dos espaços.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
58
2
CONTRAPOSTE: Base reforçada
É realizada pela inserção de duas placas de concreto de 200 mm cada, posicio-
Poste instalado de tal forma
a efetuar força contrária ou nadas de modo a formar um travamento tipo alavanca no poste. É aplicada em
que se contraponha à força
exercida diretamente, por
postes com resistência nominal de 600 daN, que são implantados no trecho final
meio de cabo de aço. de linha ou em locais onde a rede forma grandes ângulos.
Estaiamento é o nome dado para uma força contrária à ação dos esforços dos ca-
bos da rede aérea de distribuição no topo do poste, ou de forças distribuídas ao lon-
go do poste. Vamos agora estudar os métodos de estaiamento utilizados nas RDAs.
sentido do
esforço
contraposte de
concreto
00
pela escavação
terra socada
Este tipo de estaiamento é aplicado em terreno firme, com postes que necessi-
tem pouca atuação de ancoragem, ou seja, com esforços menores para minimizar
ou neutralizar os esforços das estruturas instaladas.
Veja na figura 25 , um exemplo de estaiamento tipo âncora.
cabo de aço
haste de âncora
Após a instalação do poste, seja em qualquer uma das situações expostas an-
teriormente, parte-se para a preparação das instalações de:
a) Montagens de cruzetas: simples ou dupla;
b) Ferragens e acessórios: isoladores primários e secundários, talas, canto-
neiras, abraçadeiras, parafusos, porcas, arruelas, conectores, entre outros;
d) Equipamentos: chaves faca/fusíveis, para-raios, braços de luminárias trans-
formadores, capacitores, reguladores de tensão, religadores e outros;
e) Aterramentos: funcionais e temporários.
No entanto, antes de efetivamente partir para a execução, você terá que subir ao
topo do poste, escalando-o, pois é lá que serão montadas e instaladas as estruturas.
Vamos então observar com mais detalhes esse tipo de atividade.
4.5.1 CORDAS
Nó oito
Nó de porco ou fiel
Nó carioca
Nó simples
Nó duplo oito
4.5.2 ESCADAS
Quando a escada for colocada em postes ou fachadas, ela deve ser posicio-
nada com uma abertura na sua base de aproximadamente ¼ de sua altura, e, ao
levantar sua parte extensível, é preciso verificar se as catracas realmente travaram
o segmento móvel.
Nas RDAs, as escadas devem ser apoiadas em postes, cruzetas, suportes e fa-
chadas, e devem ser corretamente amarradas. Se não for possível amarrá-las, um
auxiliar deverá permanecer segurando-a em sua base, para dar estabilidade.
isolador de pino
pino do isolador
arruela quadrada
A vista lateral desta estrutura, depois de montada, pode ser observada na figura 34.
Outra estrutura muito utilizada nas RDAs é a que é aplicada no final da linha,
ou seja, onde a rede primária termina. Esta estrutura, de acordo com o padrão da
distribuidora de energia de São Paulo, é nomeada por M3. Veja os detalhes de mon-
tagem dessa estrutura, nas figuras que seguem:
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
75
2000
R6
500
F1
F16 / F201
P1
F200
800
F 202 / F 84
F 217 F 84
F 85 F 303
F 231 / F 84
I 18
F 83
M1
F 85 F 217
F 84
F 231
F 202 F 303 R6
F 16 F1
F 200
F8
P1
F 201 F9
I 18
F 83
cinta N N
A A
B B
C C
alça pré-formada
de distribuição
4.6.3 TRANSFORMADORES
Provavelmente você já deve ter visto, nas ruas de sua cidade, estes cabos insta-
lados, nas seguintes condições:
a) em locais com intensa arborização ou vegetação, praças, ruas, avenidas;
b) em ruas e passeios estreitos, em que a rede aérea convencional pode acar-
retar problemas de segurança;
c) em locais com alto índice de poluição ambiental, salina ou industrial;
d) em locais onde é proibida a poda de árvores, por motivos ecológicos;
e) quando os índices de interrupção dos circuitos da rede existente forem
ocasionados ou constantes, por alguns fatores tais como queda de galhos
nas fases, aterramento via galhos de arvores;
f ) na alimentação de consumidor, com cargas acima de 75 kW;
g) em locais com alto índice de furtos e fraudes.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
83
As conexões devem ser efetuadas conforme você pode observar na figura 44.
Veja que, após sua aplicação, elas são recobertas por proteção de polietileno.
alça pré -
formatada
cinta tipo
B
abraçadeira
plástica
Distanciamentos em 15 kV Distanciamentos em 25 kV
Ao realizar trabalhos com cabos, deve-se tomar um cuidado especial para que
eles não se arrastem ao chão, pois, uma vez que são feitos com alumínio, esse ma-
terial os torna macio, principalmente os cabos nus. Assim sendo, eles podem ser
danificados no atrito com materiais mais resistentes.
Dessa forma, quando houver a necessidade de passar cabos de alumínio nu,
com ou sem alma de aço, sobre cercas metálicas ou em lugares que possam feri-los,
devem ser colocados sacos de aniagem ou tábuas macias, conforme figura 51.
Para fazer o tracionamento desses cabos sobre as cruzetas, devemos utilizar car-
retilhas chamadas de bandolas. Elas devem ser parafusadas sobre a cruzeta, próximo
ao isolador, no qual o cabo será instalado, pois, assim as carretilhas irão impedir que o
cabo raspe nas cruzetas e nos pinos de isoladores. Além disso, as carretilhas facilitam
o puxamento, uma vez que, por meio delas, o cabo pode correr mais livremente.
3
PRÉ-TENSÃO: Quando a tensão for maior, os cabos ficarão esticados, isto é, eles terão uma flecha
(barriga ou bamba) menor e não poderão se contrair (diminuir) mais, podendo haver
Pré-tensão é entendida
como sendo a máxima arrancamento de pinos nas cruzetas, quebra de isoladores ou até mesmo rompimen-
tensão ou força que pode
ser usada para esticar ou
to dos cabos.
tracionar um cabo. Esta força
é aplicada para acomodar Se eles se dilatarem, isto é, aumentarem, quando a temperatura estiver mais alta,
os tentos do cabo, sem que a flecha ficará muito grande. Quando acontece de ficar muito grande, há maior pos-
ele se danifique ou que haja
um escoamento (também sibilidade de um condutor encostar-se ao outro e ocorrer um curto-circuito. Veja
chamado de tensão de
cedência ou tensão de
exemplo de flecha na figura 54.
escoamento, é a tensão
máxima que os cabos
suportam ainda no regime
elástico de deformação
normal). Flecha (bamba)
CASOS E RELATOS
Este caso nos leva a concluir que, antes de aplicar a tensão de instalação, é
fundamental verificar a bitola do condutor e medir o vão básico e a temperatura
no momento da instalação.
Então, para identificar a temperatura no momento da instalação, a equipe de
construção deve utilizar um termômetro e, de posse dos valores medidos, deve
consultar tabelas para identificar o valor da tensão de instalação do cabo.
Veja um exemplo de tabela, contendo os dados para a instalação de conduto-
res de alumínio.
Observe, na tabela 11, que o valor de tracionamento dos cabos apresenta va-
riação de acordo com o valor do vão básico e da temperatura ambiente.
A tensão de instalação em redes primárias pode ser aplicada de duas maneiras:
a) utilizando um dinamômetro (estudado no capítulo 3 deste livro);
b) medindo as flechas.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
92
5 voltas com
fio de amarração
40
40
conetor cunha
derivação
5 voltas com 40
fio de amarração
Ao para-raios
Cabo de cobre nú
Conector de pressão
Neutro
Conector cunha
7375 (poste 10,5 m)
7425 (poste 12 m)
Cabo de cobre nú
7070
100 (mínimo)
Conector de pressão
500
Haste cobreada
5/8” x 2,40 m
2500 (mínimo) 1300 1300 2500 (mínimo)
(mínimo) (mínimo)
Ainda tendo como referência a figura 63, observe que as distâncias estão re-
ferenciadas em milímetros, e, é assim que elas devem ser mantidas, pois as dis-
tâncias das hastes não devem ser menores do que as especificadas, conforme a
distribuidora.
Nas instalações, as conexões devem estar bem firmes para evitar mau contato,
pois se isso ocorrer elas podem sofrer aquecimentos ou rupturas.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
100
Neste tipo de atividade, você deverá abrir valetas ou buracos, porém, nunca
os deixe abertos nas vias públicas. Os entulhos provenientes dessas aberturas de-
vem ser removidos para evitar multas e acidentes com terceiros.
Nas áreas rurais, com suprimento de energia elétrica por meio de redes
aéreas de distribuição e classes de tensão entre 15 e 35 kV, são necessários os
aterramentos de cercas e porteiras metálicas, que seguem a padronização da
concessionária local.
Em locais próximos de aterramentos de cercas e de estação transforamadora (ET),
o aterramento deve ser realizado de acordo com o exemplo apresentado na figura 64.
ET
Malha de terra da ET
X>3m
10
m
Seccionador
10 m isolador
Aterramento
EC ET EX
20 30 40 50 60 70 80 9010
0 10 0
0 5 10 20 30
Vcc
PILHAS
VOLTS
10
100
1000
LIGA
0 10
20 30 40 50 60 70 80 9010
0
Ponteiro na 0 10
20 30 40 50 60 70 80 9010
0
Ponteiro na
faixa verde faixa vermelha
Vcc Vcc
pilhas carregadas pilhas
Estado das Pilhas Estado das Pilhas
descarregadas
EC ET EX
PILHAS
VOLTS
10
100
1000
LIGA
D1
EC ET EX
D2
20 30 40 50 60 70 80 9010
0 10 0
0 5 10 20 30
Vcc
EX
PILHAS
VOLTS
LIGADO 10
100
1000
TERRÔMETRO
LIGA
EX
ET EC
Ω
Leitura
digital
D1
D2
Muito bem, até aqui você aprendeu como implantar um poste e equipá-lo
com estruturas primárias ou secundárias, instalando transformadores, fazendo o
lançamento, o tracionamento e a fixação dos condutores, e ainda realizando a
instalação do aterramento definitivo. Agora é o momento de voltar as atenções
para a qualidade desses serviços, ou seja, na forma pela qual é realizada a vistoria
para a sua aceitação ou não.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
105
RECAPITULANDO
Anotações:
REFERÊNCIAS
A
Ancoragem 34, 59, 62, 63, 66, 67, 69, 76, 83
C
Contraposte 58
L
Limite de escoamento 90
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
Paulo Mack
Revisão Técnica
SENAI - SP
Editoração
i-Comunicação
Projeto Gráfico