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Montagem E Instalação de Redes de Distribuição: Série Eletroeletrônica

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SÉRIE ELETROELETRÔNICA

MONTAGEM
E INSTALAÇÃO
DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora Associada de Educação Profissional
SÉRIE ELETROELETRÔNICA

MONTAGEM
E INSTALAÇÃO
DE REDES DE
DISTRIBUIÇÃO
©2014. SENAI Departamento Nacional

©2014. SENAI Departamento Regional de São Paulo

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI-São
Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de São Paulo


Gerência de Educação – Núcleo de Educação a Distância

FICHA CATALOGRÁFICA

S491g

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Montagem e Instalação de Redes de Distribuição / Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de São Paulo. Brasília :
SENAI/DN, 2014.
116 p. il. (Série Eletroeletrônica).

ISBN 978-85-7519-789-9

1. Planejamento de serviço 2. Montagens 3. Redes de distribuição


4. Especificação de materiais 5. Especificação de equipamentos
5. Dispositivos elétricos I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional de São Paulo II. Título III. Série

CDU: 005.95

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de figuras, quadros e tabelas
Figura 1 - Estrutura curricular do curso de Eletricista de Redes de distribuição de energia elétrica............. 14
Figura 2 - Afastamento entre os cabos.......................................................................................................................19
Figura 3 - Estrutura com cruzeta de concreto simples N1, rede horizontal primária................................20
Figura 4 - Vista frontal de estrutura primária P1 na vertical................................................................................21
Figura 5 - Estruturas urbanas em rede primária classe 15 kV.............................................................................22
Figura 6 - Estrutura M1 (1X2) – Meio Beco................................................................................................................23
Figura 7 - Afastamentos mínimos padronizados entre condutores e estruturas prediais.......................25
Figura 8 - Afastamentos mínimos entre condutores e solo................................................................................27
Figura 9 - Classe de tensão e distâncias entre circuitos diferentes..................................................................28
Figura 10 - Distâncias de ocupações em postes de concreto............................................................................29
Figura 11 - Rede superior primária e inferior secundária de energia..............................................................30
Figura 12 - Vistas superior e lateral da estrutura secundária S-47 ..................................................................31
Figura 13 - Rede de distribuição secundária com derivação..............................................................................31
Figura 14 - Exemplos de estruturas secundárias.....................................................................................................32
Figura 15 - Estrutura secundária vertical...................................................................................................................32
Figura 16 - Estrutura secundária vertical...................................................................................................................33
Figura 17 - Estrutura secundária vertical...................................................................................................................33
Figura 18 - Afastador em rede secundária de energia..........................................................................................34
Figura 19 - Vista superior da estrutura M1................................................................................................................40
Figura 20 - Vista lateral estrutura M1...........................................................................................................................41
Figura 21 - Homem executando tarefa em RDA com os EPIs e EPCs...............................................................48
Figura 22 - Separação de materiais e ferramentas................................................................................................49
Figura 23 - Tipos de engastamentos para poste em concreto duplo T...........................................................57
Figura 24 - Contraposte de concreto duplo T em ângulo....................................................................................58
Figura 25 - Estaiamento âncora em ângulo..............................................................................................................59
Figura 26 - Estaiamento em cruzeta dupla em rede primária............................................................................60
Figura 27 - Homem em trabalho em altura utilizando escada..........................................................................61
Figura 28 - Itens de segurança das escadas de madeira e fibra........................................................................65
Figura 29 - Posição da escada em relação ao poste...............................................................................................68
Figura 30 - Ancoragem inferior de escada em poste............................................................................................69
Figura 31 - Estabilizadores (sapatas do sistema cesto aéreo).............................................................................71
Figura 32 - Sistema de alavancas de acionamento hidráulico...........................................................................71
Figura 33 - Estrutura primária M1 em explosão......................................................................................................73
Figura 34 - Vista lateral da estrutura primária M1...................................................................................................73
Figura 35 - Vista superior da estrutura primária M1...............................................................................................74
Figura 36 - Vista lateral da estrutura primária M3...................................................................................................75
Figura 37 - Vista superior da estrutura primária M3...............................................................................................75
Figura 38 - Estrutura primária M3 em explosão......................................................................................................76
Figura 39 - Configurações verticais de redes secundárias...................................................................................78
Figura 40 - Estrutura secundária com mudança de padrão................................................................................79
Figura 41 - Transformador trifásico instalado na rede..........................................................................................80
Figura 42 - Vistas posterior e superior do transformador trifásico...................................................................81
Figura 43 - Condutores pré-reunido ou multiplexado para redes...................................................................82
Figura 44 - Conexões em cruzamento com protetor de polietileno................................................................83
Figura 45 - Esquema de ancoragem em rede secundária, em poste circular de concreto......................83
Figura 46 - Rede compacta ou spacer cable.............................................................................................................84
Figura 47 - Circuitos e distanciamentos de 15 a 25 kV em redes compactas...............................................85
Figura 48 - Fly-tap com espaçadores verticais.........................................................................................................86
Figura 49 - Carreta para acondicionamento das bobinas dos cabos..............................................................87
Figura 50 - Suporte ou cavalete para bobina...........................................................................................................87
Figura 51 - Apoio do cabo com sacos de aniagem ou tábuas macias............................................................88
Figura 52 - Camisa de aço (à direita), luva giratória para cabos (à esquerda)...............................................88
Figura 53 - Bandola ou carretilha..................................................................................................................................89
Figura 54 - Flecha do cabo em vão básico................................................................................................................90
Figura 55 - Conector tipo cunha - Componente C.................................................................................................92
Figura 56 - Efeito interno ao conector cunha...........................................................................................................93
Figura 57 - Conector estribo com engate rápido....................................................................................................93
Figura 58 - Conector estribo instalado em fim de rede........................................................................................94
Figura 59 - Comprimento do fio de amarração x bitola do condutor.............................................................94
Figura 60 - Laço pré-formado em isolador tipo roldana......................................................................................95
Figura 61 - Alça pré-formada para condutor de alumínio...................................................................................95
Figura 62 - Amarrações em cruzamentos..................................................................................................................96
Figura 63 - Aterramento em postes de concreto circular....................................................................................99
Figura 64 - Aterramento de cerca e ET..................................................................................................................... 100
Figura 65 - Terrômetro analógico.............................................................................................................................. 101
Figura 66 - Terrômetro analógico – teste das pilhas........................................................................................... 102
Figura 67 - Terrômetro analógico – ajuste do ponteiro em zero ohm......................................................... 102
Figura 68 -Terrômetro analógico – medição de resistência elétrica do aterramento............................. 103
Figura 69 - Ligação com terrômetro digital........................................................................................................... 104

Tabela 1 - Distância vertical mínima entre condutores de um mesmo circuito..........................................24


Tabela 2 - Afastamentos mínimos (mm)....................................................................................................................26
Tabela 3 - Relação de materiais, para montagem de estrutura M1..................................................................41
Tabela 4 - Postes padronizados em concreto armado circular..........................................................................55
Tabela 5 - Capacidade de uso das cordas..................................................................................................................62
Tabela 6 - Características técnicas de escadas de madeira.................................................................................68
Tabela 7 - Relação de materiais – Estrutura primária M1.....................................................................................74
Tabela 8 - Relação de materiais – Estrutura primária M3.....................................................................................76
Tabela 9 - Relação de materiais – Estrutura secundária com mudança de padrão ...................................79
Tabela 10 - Relação de materiais – Transformador trifásico................................................................................80
Tabela 11 - Tensão de instalação para cabos de alumínio de 1/0 AWG..........................................................91
Quadro 1 - Ferramentas...................................................................................................................................................42
Quadro 2 - Equipamentos de Proteção Individual – EPIs....................................................................................43
Quadro 3 - Equipamentos de Proteção Coletiva – EPCs.......................................................................................44
Quadro 4 - Tipos de nós...................................................................................................................................................63
Quadro 5 - Ancoragem para linha de vida / trava quedas nas escadas..........................................................66
Sumário

1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Projetos em redes aéreas de distribuição..............................................................................................................17


2.1 Simbologias, leiautes e esquemas elétricos.......................................................................................18
2.2 Afastamentos................................................................................................................................................19
2.2.1 Padrões e afastamentos da rede primária........................................................................19
2.2.2 Padrões e afastamentos da rede secundária...................................................................30

3 Planejamento...................................................................................................................................................................39
3.1 Levantamento de materiais e equipamentos....................................................................................40
3.2 Ferramentas básicas para serviços em RDA.......................................................................................42
3.3 Relação de epis para serviços em RDA................................................................................................43
3.4 Relação de epcs para serviços em RDA................................................................................................44
3.5 Veículos de apoio para serviços em RDA.............................................................................................45
3.6 Verificação de interferências....................................................................................................................46
3.7 Programação dos serviços........................................................................................................................46
3.8 Análise preliminar de riscos – APR.........................................................................................................47
3.9 Aplicação de comunicação via rádio com centro
de operações da distribuição (COD)............................................................................................................47
3.10 Execução dos serviços.............................................................................................................................48

4 técnicas de construção de redes...............................................................................................................................53


4.1 Instalação e utilização de postes............................................................................................................53
4.2 Padronizações de postes...........................................................................................................................54
4.3 Engastamento em postes de redes de distribuição aérea - RDA................................................55
4.3.1 Tipos de engastamentos ou bases para postes..............................................................57
4.4 Estaiamento de postes de redes de distribuição aérea - RDA.....................................................58
4.4.1 Estaiamento de postes com contraposte..........................................................................58
4.4.2 Estaiamento do tipo âncora...................................................................................................59
4.5 Trabalhos em alturas...................................................................................................................................60
4.5.1 Cordas............................................................................................................................................62
4.5.2 Escadas..........................................................................................................................................64
4.5.3 Operações de veículo com cesto aéreo.............................................................................70
4.6 Etapas de montagem de estruturas......................................................................................................72
4.6.1 Estruturas primárias..................................................................................................................72
4.6.2 Estruturas secundárias.............................................................................................................77
4.6.3 Transformadores........................................................................................................................80
4.7 Redes aéreas com cabos pré-reunidos................................................................................................82
4.8 Redes compactas ou spacer cable.........................................................................................................84
4.9 Lançamento e tracionamento de cabos..............................................................................................86
4.10 Acessórios e fixações................................................................................................................................92
4.10.1 Conector tipo cunha..............................................................................................................92
4.10.2 Conector estribo......................................................................................................................93
4.10.3 Amarrações dos condutores................................................................................................94
4.11 Aterramento definitivo............................................................................................................................97
4.12 Controle de qualidade do serviço executado.............................................................................. 105

Referências......................................................................................................................................................................... 109

Minicurrículo do autor................................................................................................................................................... 111

Índice................................................................................................................................................................................... 113
Introdução

Nesta unidade, você estudará aspectos referentes à Montagem e Instalações de Redes


de Distribuição de Energia, dentre eles os padrões técnicos para aplicação dos materiais, as
formas de montagens, as instalações de acessórios e de condutores. Para isso, preparamos um
passo a passo para você estudar a maioria dos modelos que são aplicados nas concessionárias
de energia elétrica brasileiras.
A unidade curricular de Montagem e Instalação de Redes de Distribuição compõe o Módulo
Específico I, do curso Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Elétrica.
No quadro a seguir, veja a posição desta unidade e o caminho a ser percorrido até que você
atinja seu objetivo final.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
14

QUADRO DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

Módulo Básico (276 h)


• Técnicas de redação em Língua Portuguesa (40 h)
• Fundamentos da Eletricidade (104 h)
• Sistemas de Medida e Representação Gráfica (32 h)
• Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança
nos Serviços em Eletricidade (40 h)
• Fundamentos da Redes de Distribuição (60 h)

Módulo Específico I (80 h)


• Montagem e Instalação de Redes de Distribuição (80 h)

Módulo Específico II (64 h)


• Operação de Equipamentos e Dispositivos de Redes de Distribuição (32 h)
• Manutenção de Redes de Distribuição de Energia Elétrica (32 h)

Módulo Específico III (40 h)


• Execução de Serviços Técnicos Comerciais (40 h)

Módulo Específico IV (40 h)


• Montagem, Retirada e Manutenção de Iluminação Pública (40 h)

Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Elétrica (500 h)

Figura 1 - Estrutura curricular do curso de Eletricista de Redes de distribuição de energia elétrica


Fonte: SENAI - SP (2013)

Nos capítulos deste livro, você estudará as informações básicas para execuções de montagens
e intalações nas redes de distribuição. Serão destacados os tipos de montagens executadas pelas
concessionárias de energia, as ferramentas utilizadas em serviços de redes de distribuição aérea, os
materiais e equipamentos e suas especificações.
1 INTRODUÇÃO
15

Esses conhecimentos fornecerão subsídios para que você possa:


a) aplicar as especificações técnicas estabelecidas no projeto, para montagem
da Rede Distribuidora;
b) realizar o planejamento dos serviços, compondo as etapas de separação dos
materiais e equipamentos, ferramentas, equipamentos de proteção coletiva
e individual, veículos de apoio e elaboração da análise preliminar de riscos;
c) aplicar as técnicas de construção de redes;
d) realizar o controle de qualidade do serviço executado.
Além disso, queremos lembrar que um bom profissional deve cultivar uma
série de capacidades que o ajudem a estabelecer um bom ambiente de traba-
lho, como por exemplo: ser responsável; cumprir normas e procedimentos; ter
consciência prevencionista em relação a segurança, saúde e meio ambiente; ser
observador; prever consequências; zelar pelas ferramentas; manter concentração;
cumprir prazos; ser detalhista e organizado.
E agora, convidamos você a estudar as técnicas, métodos e procedimentos de
montagens e instalações de redes de distribuição, para que, integrando teoria e
prática, possa se tornar um profissional nesta área.

Bons estudos!
Projetos em Redes Aéreas de Distribuição

É provável que você já tenha ouvido falar em projeto, mas sabe o que ele significa e para
que é elaborado? Um projeto nos permite organizar ideias, fazer diagnósticos ou análises sobre
uma determinada realidade, propor melhorias ou criar soluções para um determinado pro-
blema. Podemos dizer que projeto é o planejamento de um conjunto de atividades a serem
desenvolvidas por um determinado período, para atender a uma necessidade.
Assim, para atender às necessidades de construção ou manutenção de redes aéreas de dis-
tribuição, costumeiramente, fazemos uso de simbologias, leiautes e esquemas elétricos que
são apresentados nos projetos, aspectos esses que o eletricista de redes deve saber interpretar.
Você verá neste capítulo: as características técnicas das estruturas básicas, que são utili-
zadas em redes distribuidoras aéreas primárias e secundárias; normas para distanciamentos
dos condutores elétricos, que serão variáveis dependendo da classe de tensão e dos padrões
técnicos de montagem; procedimentos operacionais para instalação de redes, que são adota-
dos pelas concessionárias de energia elétrica. Assim sendo, serão abordados os seguintes itens:
a) simbologias, leiautes e esquemas elétricos;
b) afastamentos mínimos entre:
• condutores de circuitos diferentes,
• condutores de um mesmo circuito,
• condutores e o solo,
• condutores a edificações,
• diferentes níveis de cruzeta;
c) documentação técnica;
d) normas técnicas;
e) especificações técnicas;
f ) ordens de serviço;
g) procedimentos operacionais de concessionárias.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
18

Ao término deste capítulo, você será capaz de:


a) aplicar as especificações técnicas estabelecidas no projeto para montagem
da Rede de Distribuição – RD;
b) aplicar normas e padrões;
c) aplicar os procedimentos de segurança a serem adotados;
d) cumprir ordem de serviço – OS;
e) interpretar as especificações contidas no projeto;
f ) interpretar leiautes e esquemas elétricos de rede de distribuição;
g) interpretar normas, procedimentos e manuais da concessionária local;
h) selecionar mapas com traçado de redes subterrâneas;
i) selecionar normas, procedimentos e manuais;
j) utilizar as especificações contidas no projeto.

Vamos começar nossos estudos?

2.1 SIMBOLOGIAS, LEIAUTES E ESQUEMAS ELÉTRICOS

A leitura e a interpretação de simbologias, de leiautes e de esquemas elétricos


para representação gráfica dos serviços a serem executados na Rede Aérea de
Distribuição – RDA evoluíram muito nos últimos tempos. Hoje, o uso da repre-
sentação gráfica se consolidou e a documentação e os símbolos do projeto foram
padronizados de forma a facilitar o entendimento.
Porém, especificamente na área de energia, as concessionárias ou distribuido-
ras de energia elétrica adotaram padrões diferenciados para cada região do país,
os quais, ao longo do tempo, foram se adaptando e se adequando para execução
de todas as estruturas utilizadas na construção de redes de distribuição aérea.
As concessionárias procuram seguir as mesmas simbologias que são utilizadas
de norte a sul, leste a oeste do Brasil ou com pequenas mudanças, quando for
o caso. Essa padronização é aplicada em zonas urbanas e rurais, dentro da área
delimitada de atuação da concessionária local, e o uso de símbolos, leiautes e
esquemas elétricos permite estabelecer critérios básicos para mapeamento, ca-
dastramento e apresentação de projetos do sistema de distribuição.
2 PROJETOS EM REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
19

2.2 AFASTAMENTOS

Andando pelas ruas de sua cidade, você poderá observar os postes distribu-
ídos e alimentados em redes primárias e secundárias. Certamente, você poderá
identificá-los porque os conceitos até aqui estudados irão auxiliá-lo nesta tarefa.
Por que é necessário manter certas distâncias entre os condutores? Como saber
qual é a distância correta? Por que uma estrutura é horizontal e outra é vertical?
Observe as figuras a seguir:

Rede primária com Rede secundária com


afastadores entre fases afastadores entre fases

Figura 2 - Afastamento entre os cabos


Fonte: SENAI - SP (2014)

Analisando as figuras, podemos ter uma ideia das distâncias entre os cabos.
Veja também que as distâncias entre os isoladores na rede primária são maiores
que na rede secundária. Isto ocorre porque as tensões da rede primária são maio-
res e necessitam de maior afastamento.

2.2.1 PADRÕES E AFASTAMENTOS DA REDE PRIMÁRIA

Na estrutura apresentada na figura 3, as distâncias dos isoladores primários sobre


a cruzeta apresentam medidas diferenciadas. Este é um exemplo de uma estrutura
que a CELPA – Centrais Elétricas do Pará utiliza em suas redes aéreas de distribuição.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
20

Distâncias em mm
isolador
900 300 600

porca e
arruela
pino para isolador

tala de ferro

poste de concreto quadrado

Figura 3 - Estrutura com cruzeta de concreto simples N1, rede horizontal primária
Fonte: SENAI - SP (2014)

Na figura 4, temos um exemplo de uma rede primária disposta na vertical, que


pode ser energizada com tensões entre 15 kV e 34,5 kV. Observe que o padrão da
CELPA não necessita de cruzeta, pois os isoladores são instalados diretamente no
poste.
2 PROJETOS EM REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
21

10
Fase B

50

Fase A

50

KV )
KV
)
(3 ,8
3
Vista lateral

5
(1
4,
Fase C 80
10
0
11
~
~

Vista frontal

Figura 4 - Vista frontal de estrutura primária P1 na vertical


Fonte: SENAI - SP (2014)

Os padrões poderão ser diferenciados em cada estado ou região do Brasil, po-


rém, é importante observar as distâncias mínimas entre as fases, que dependem
da tensão e dos isoladores utilizados para cada montagem.

Alguns estados brasileiros ainda utilizam padrões antigos nas Pino para isolador
Tala de ferro
VOCÊ RDAs; não foram substituídos, pois a atualização demandaria
custos elevados. Além disso, há locais e situações em que
SABIA? é possível existirem trechos com padrões velhos e novos.
Exemplo disto é a construção da rede secundária de baixaPoste de concreto quadrado
tensão na horizontal, montada em cruzeta.

Você poderá também analisar, na sua região, seja em zona urbana ou rural, as
estruturas instaladas nas redes primárias de distribuição.
Para padronizar nossos estudos, neste momento, vamos adotar como referên-
cia o padrão técnico utilizado pela concessionária de São Paulo, a AES Eletropaulo,
para montagem de redes primárias com tensões de 15 kV.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
22

Você vai notar que, mesmo utilizando nomenclaturas diferenciadas, é possível es-
tabelecer relações comparativas com as estruturas aplicadas em diferentes regiões.
Nas estruturas primárias apresentadas na figura 5, a letra “M” refere-se a Meio
Beco – montagem 1x2 e a letra “B” a – montagem 0x3.
Agora, leia atentamente as simbologias utilizadas, na figura a seguir:

estrutura primária - 15 kV
M1 M2 M4 M3 N3

B1 B2 B4 B3

Figura 5 - Estruturas urbanas em rede primária classe 15 kV


Fonte: AES Eletropaulo

Observe que a disposição das cruzetas em relação ao poste identifica a nomen-


clatura da estrutura. Nas estruturas Meio Beco (M), é possível ver que o poste está
posicionado praticamente no meio das cruzetas, e nas estruturas Beco (B) o poste
está deslocado, mantendo um posicionamento lateral às cruzetas e aos isoladores.
Tomando como exemplo a estrutura M1 do padrão de RDA urbana, da AES
Eletropaulo, analise, na figura 6, os detalhes referentes à sua construção, e iden-
tifique a simbologia utilizada para representar o poste, a cruzeta, a tala de ferro
(mão francesa) e os isoladores, bem como as distâncias entre as fases primárias.
2 PROJETOS EM REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
23

vista lateral

2000
100 500 450 850 100
200
500

800

vista superior

Figura 6 - Estrutura M1 (1X2) – Meio Beco


Fonte: AES Eletropaulo

As outras estruturas também são representadas de acordo com o desenho an-


terior. Procure exercitar sua percepção diante de cada ilustração, identificando a
posição do poste, dos isoladores e dos demais componentes.
Para identificar estruturas e padrões técnicos de montagem das redes de dis-
tribuição de energia elétrica, você deverá efetuar pesquisa no manual da conces-
sionária da sua região, acessando os sites da empresa ou em meios físicos junto às
agências de atendimento.
Você já estudou em Fundamentos de Eletricidade, em Magnetismo e em
Eletromagnetismo, que a circulação da corrente elétrica por um condutor
provoca o aparecimento das linhas de força do campo magnético, que são
constituídas por circunferências concêntricas num plano perpendicular ao
condutor. E é exatamente por esse motivo que, dependendo da classe de tensão
da rede distribuidora, os condutores devem manter um afastamento mínimo para
evitar induções indesejáveis que podem gerar, inclusive, curto-circuito.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
24

A seguir, na Tabela 1, observe que quanto maior o nível de tensão nominal,


maior será a distância entre os condutores.

Tabela 1 - Distância vertical mínima entre condutores de um mesmo circuito


DISTÂNCIA VERTICAL
TENSÃO NOMINAL (V)
MÍNIMA NA ESTRUTURA (MM)
V ≤ 600 200
600 < V ≤ 15000 500
15000 < V ≤ 35000 700
Fonte: Manual PD-4001 – AES Eletropaulo

Como você viu, os afastamentos dependem da tensão nominal da rede e de-


vem ser respeitados, pois estão descritos na NBR 15688/2009 – Redes de Dis-
tribuição Aérea de Energia Elétrica com Condutores Nus, cuja aplicação des-
tina-se às distâncias mínimas entre as partes energizadas, tais como: condutores,
chaves fusíveis, chaves facas, bucha de transformadores e outros, em relação às
edificações, quando as redes forem apoiadas em postes.
Na figura 7, você pode observar os afastamentos mínimos que atendem à nor-
malização padronizada.
2 PROJETOS EM REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
25

C
D
B
neutro
fase A
C

fase B
fase C
controle
iluminação
pública

faixa de
comunicação
calçada calçada
rua rua
A B

A
C

B
D

calçada calçada
rua rua
C D

Figura 7 - Afastamentos mínimos padronizados entre condutores e estruturas prediais


Fonte: SENAI - SP (2014)
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
26

Você deve ter notado que os afastamentos foram indicados com letras, em
cada imagem da figura 7. Utilizando a Tabela 2, é possível identificar os afasta-
mentos mínimos em milímetros das estruturas elétricas em relação às edifica-
ções, observando as tensões primárias de 15 e 36,2 kV e também para a rede
secundária 127 V / 220 V.

Tabela 2 - Afastamentos mínimos (mm)


PRIMÁRIO
SECUNDÁRIO
FIGURAS 15 KV 36,2 KV
A C A C B C
A 1000 3000 1200 3200 500 2500
B - 1000 - 1200 - 500
C - 3000 - 3200 - 2500
D 1500 - 1700 - 1200 -
Fonte: SENAI - SP (2014)

Existem também distâncias padronizadas entre o solo e os condutores, de


acordo com os critérios estabelecidos na NBR 15688. Na figura 8, estão represen-
tados os valores praticados em cada situação especificada.
2 PROJETOS EM REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
27

23000/34500 V

15000 V

600 V

Comunicação e
cabos aterrados
5500
6000
6000

4000
4500
6000
6000

3000
3500
5500
5500
5000

Ruas Local de Local de circulação Solo


Avenidas passagem de exclusivo de
veículo pedestres

Figura 8 - Afastamentos mínimos entre condutores e solo


Fonte: Manual PD-4001 – AES Eletropaulo

Na figura 9, você pode reconhecer as distâncias mínimas entre condutores de


circuitos distintos. Observe que eles são relacionados com a classe de tensão no-
minal e os diferentes tipos de aplicações da rede distribuidora.
Identifique a disposição da rede primária de 15, 23 ou 34,5 kV, a rede secundária em
até 600 V e a faixa destinada a circuitos de comunicação, como telefonia e TV a cabo.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
28

23000/34500 V

15000 V

900
600 V

900
800

1000

1800
800
34500 V

600

1500
15000 V

600
600 V

Faixa da rede de comunicação

Figura 9 - Classe de tensão e distâncias entre circuitos diferentes


Fonte: SENAI - SP (2014)

Como você percebeu, nos postes, há as divisões por trechos de ocupação, ou


seja, seguindo do topo do poste para baixo, estão as divisões para as devidas ins-
talações. Na figura 10, WWé possível verificar um exemplo de montagem de RDA
da distribuidora de energia elétrica da região norte-nordeste do Estado do Rio
Grande do Sul, em que você pode identificar as distâncias padronizadas e onde
são instalados os componentes e os condutores.
2 PROJETOS EM REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
29

Afastamentos - m
a b c d f h
g
poste de concreto mínimo vão ≤ 40 m mínimo mínimo mínimo
0,20 1,00 0,20 7,30 0,60 0,10 0,50
Figura 10 - Distâncias de ocupações em postes de concreto
Fonte: SENAI - SP (2014)

Analisando a tabela apresentada na figura 10, observe que as distâncias estão


referenciadas em metros e as letras fazem referência às distâncias:
a) do topo do poste ao centro da cruzeta da rede primária;
b) do centro da cruzeta ao primeiro isolador da rede secundária;
c) distâncias dos cabos da rede secundária, apresentando-se, como vão, a dis-
tância entre os postes instalados;
d) distância do solo ao primeiro isolador da rede secundária;
e) distância da cinta que apoia o braço da iluminação pública ao último
isolador da rede secundária;
f ) faixa destinada para Iluminação Pública – IP;
g) faixa de ocupação dos setores de comunicação, tais como: telefonia, TV a
cabo, outros.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
30

Os afastamentos mínimos normalizados estão descritos


na NBR 15688. Estas faixas de ocupação poderão sofrer
SAIBA alterações no seu posicionamento dependendo da região.
Para adequar-se à sua realidade, você deve fazer uma
MAIS pesquisa com o título: Faixa de ocupação padronizadas em
postes de concreto em redes de distribuição nos manuais
da concessionária local.

2.2.2 Padrões e afastamentos da rede secundária

Na figura 11, você pode observar, num poste de concreto de seção circular, uma
rede primária e, logo abaixo dela, uma rede secundária vertical de energia elétrica.

Figura 11 - Rede superior primária e inferior secundária de energia


Fonte: SENAI - SP (2014)

De modo semelhante ao exposto anteriormente, para identificar estruturas e


padrões técnicos de montagem das redes secundárias de distribuição de energia
elétrica, você deve efetuar pesquisa no manual da concessionária da sua região,
acessando os sites da empresa ou em meios físicos junto às agencias de atendi-
mento. Lembre-se de que os padrões poderão ser diferenciados em cada estado
ou região do Brasil.
Veja um exemplo de estrutura para redes de distribuição secundária utilizada
na AES Eletropaulo, na figura 12.
2 PROJETOS EM REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
31

isolador
poste

condutor

Figura 12 - Vistas superior e lateral da estrutura secundária S-47


Fonte: SENAI - SP (2014)

Na AES Eletropaulo esta estrutura é utilizada com a nomenclatura S-47. Veja na


figura 13 uma imagem desta mesma estrutura montada.

Figura 13 - Rede de distribuição secundária com derivação


Fonte: SENAI - SP (2014)

Nas figuras que seguem, é possível identificar exemplos de estruturas secun-


dárias utilizadas na Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL, em que a rede se-
cundária é também disposta na vertical. Observe como são dispostas as fases nos
postes de concreto, que podem ser de seção circular ou duplo T.
Note a semelhança entre as estruturas utilizadas nas concessionárias distri-
buidoras de energia elétrica e perceba a diferença na nomenclatura adotada em
cada empresa.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
32

Primeiramente, uma estrutura com um isolador roldana que é denominada


simples e, ao lado, uma estrutura com dois isoladores roldana, a dupla. Analise-as
nas figuras a seguir.

Figura 14 - Exemplos de estruturas secundárias


Fonte: SENAI - SP (2014)

Na figura 15, você pode identificar a utilização de um padrão S2L instalado


com duas abraçadeiras no poste, com a finalidade de separar o neutro e as três
fases na rede. Observe com atenção a sequência de instalação do neutro e das
fases, bem como as distâncias entre os isoladores.

isolador

N
200

abraçadeira S2L
A
200

B
200

S2L
C
poste de
concreto circular

Figura 15 - Estrutura secundária vertical


Fonte: SENAI - SP (2014)

Veja, na figura 16, a utilização de um padrão instalado em um poste duplo T,


com quatro parafusos transpassantes. Note que a estrutura é a mesma, porém,
devido à utilização de outro modelo de poste, a fixação é realizada de forma di-
ferente. Neste padrão, os cabos são instalados seguindo a mesma sequência de
neutro e de fases, demonstrada anteriormente.
2 PROJETOS EM REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
33

Figura 16 - Estrutura secundária vertical.


Fonte: SENAI - SP (2014)

Ao perceber que a rede primária ou a rede secundária de


distribuição de energia elétrica estão próximas de alguma
FIQUE edificação, que possa gerar algum tipo de acidente ou até
ALERTA mesmo colocar alguém em risco, comunique imediatamente
a ocorrência à concessionária local, para que seja realizado o
afastamento da rede, conforme padrão de segurança.

Veja na figura 17 outros modelos de estruturas aplicadas em redes secundárias


de energia de uma distribuidora de SP.

Estrutura topo fechado - padrão CPFL


rede secundária de energia

Poste concreto circular Poste concreto duplo T

300
150
medidas em mm
conector
Figura 17 - Estrutura secundária vertical.
Fonte: SENAI -SP (2014)
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
34

1
ANCORAGEM: Observe que os postes são diferentes, mudando-se a maneira de fixação da
estrutura. Normalmente, esta estrutura é instalada em pontos para diminuição
É o ato de fixar, prender ou
amarrar equipamentos ou ou redução de tensionamentos, ou seja, esforços mecânicos dos condutores. Ela é
condutores em determinada
estrutura, proporcionado
conhecida como Redutor de Tensão ou RT. Perceba que, nesse caso, é realizada a
maior estabilidade e, com ancoragem1 dos condutores em ambos os lados do poste e é efetuada uma cone-
isso, tornando sua utilização
mais segura. xão em cada condutor para dar prosseguimento no circuito.
Em centros urbanos, o espaço entre as edificações e a rede de distribuição me-
rece especial atenção por parte dos projetistas e é por essa razão que, em muitos
casos, a rede de distribuição secundária tem que ser afastada, a fim de garantir a
segurança na distribuição da energia elétrica.
Estas edificação podem ser marquises de estabelecimentos comerciais ou ou-
tras estruturas que estão próximas da rede, ou ainda, pode ser que haja a presen-
ça de vegetação como, por exemplo, galhos de árvores. Nestes casos específicos,
é necessário instalar um afastador, como você pode observar na figura 18.

Figura 18 - Afastador em rede secundária de energia


Fonte: SENAI - SP (2014)
2 PROJETOS EM REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
35

CASOS E RELATOS

Desconhecimento do padrão de montagem causa atrasos imprevistos.


Normalmente, as turmas de construção e manutenção em RDA são com-
postas de um eletricista e um ajudante, para realizar as montagens das es-
truturas. Saiba o que a falta de conhecimento dos padrões existentes para
construção das redes primárias e secundárias podem ocasionar na execução
das tarefas.
Uma concessionária de energia elétrica do Rio de Janeiro enviou quatro tur-
mas de construção de redes de distribuição, para executarem a substituição
de padrões existentes em redes primárias e secundárias em uma determi-
nada rua. Ao chegar ao local, o serviço foi distribuído para os eletricistas
e seus auxiliares, sendo que, um destes eletricistas, recém-contratado da
empresa, ficou responsável por substituir um padrão de rede primária por
outro modelo. Ao realizar a tarefa ele não montou a estrutura corretamente,
pois desconhecia o padrão apresentado pelo encarregado das turmas.
Quando o encarregado foi conferir o serviço realizado, percebeu o erro e
solicitou que ele desmontasse e efetuasse a montagem de acordo com pa-
drão da concessionária local, mostrando-lhe a forma correta.
Diante do exposto, podemos concluir que o tempo de execução dos
serviços foi maior do que o planejado, uma vez que houve retrabalho devi-
do à falha na comunicação entre os eletricistas.
Como você pode constatar, o eletricista de rede de distribuição de ener-
gia elétrica tem a necessidade de interpretar normas, procedimentos e pa-
drões atualizados em sua última revisão, pois, para a execução dos serviços
de manutenção e construção nas redes de distribuição, ele deverá ler e in-
terpretar leiautes, simbologias e esquemas elétricos contidos em projetos,
além de verificar documentações técnicas, seguir normas e especificações
vigentes, para atender os procedimentos operacionais na execução das or-
dens de serviço – OS.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
36

RECAPITULANDO

Neste capítulo, aprendemos como interpretar simbologias, leiautes e es-


quemas elétricos de rede de distribuição para o cumprimento de tarefas.
Constatamos que, de acordo com as normas e padrões, existem distanciamen-
tos que devem ser respeitados na execução de procedimentos de segurança.
Assim sendo, no cumprimento de uma OS (ordem de serviço), você deverá
estar atento aos manuais da concessionária local e utilizar as especificações
contidas no projeto.
Siga com seus estudos.
2 PROJETOS EM REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
37

Anotações:
Planejamento

Neste capítulo você estudará como são planejadas as tarefas realizadas nas Redes de Distri-
buição Aéreas – RDAs, tanto nas redes primárias quanto nas secundárias, antes da execução pro-
priamente dita. É importante lembrar que a viabilidade de tudo isso depende da classe de tensão
na rede e dos padrões adotados pelas concessionárias de energia elétrica de cada região.
Aqui, serão abordados os seguintes itens:
a) levantamento de materiais, equipamentos, ferramentas e veículos;
b) verificação de interferências nas redes telefônica, de água, de esgoto, de águas pluviais,
e em locais em que há árvores/vegetação e edificações;
c) programação das atividades em função das medidas preventivas;
d) aplicação de Análise Preliminar de Riscos e mapeamento de riscos para a execução das
atividades;
e) solicitações e permissões junto ao Centro de Operações da Distribuição – COD, para execução
da programação;
f ) teste de equipamentos;
g) estimativa do tempo de execução.
Estes conhecimentos serão aplicados nas seguintes atividades:
a) inspecionar EPIs, EPCs e ferramentas;
b) preencher formulários;
c) realizar análise preliminar de risco – APR;
d) registrar possíveis divergências sobre as condições técnicas de materiais, equipamentos
e ferramental;
e) seguir procedimentos de trabalho – PT;
f ) selecionar ferramentas, materiais e equipamentos de proteção individual e coletiva
adequados à atividade;
g) selecionar as ferramentas utilizadas para aplicação de conectores;
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
40

h) selecionar normas, padrões e procedimentos, de acordo com o serviço proposto;


i) selecionar os instrumentos utilizados para testar o funcionamento.

Bons estudos!

3.1 LEVANTAMENTO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Vamos iniciar apresentando um modelo de estrutura existente nas redes pri-


márias de distribuição.
Convém lembrar que esta estrutura é apresentada detalhadamente no padrão
técnico de construção e manutenção de redes, que é disponibilizado pela con-
cessionária distribuidora de energia elétrica, e, dependendo da região, podem
ocorrer pequenas mudanças.
Para sua melhor compreensão, vamos supor que você tenha recebido uma Or-
dem de Serviço – OS para montagem de uma estrutura em um poste circular de
concreto, como esta que se apresenta na figura a seguir.

Figura 19 - Vista superior da estrutura M1


Fonte: SENAI - SP (2014)
3 PLANEJAMENTO
41

I 17

F1

Figura 20 - Vista lateral estrutura M1


Fonte: AES Eletropaulo – Manual PD4001

O primeiro passo é identificar e selecionar os materiais necessários para a mon-


tagem dessa estrutura. Para facilitar, geralmente as concessionárias disponibilizam
uma relação que contém as quantidades e as descrições desses materiais. Observe,
no quadro a seguir, que a codificação do material está relacionada aos desenhos
representativos dessa estrutura, apresentados na figura 19 e na figura 20.

Tabela 3 - Relação de materiais, para montagem de estrutura M1


CÓD. DESCRIÇÃO UNIDADE QUANTIDADE
F1 Mão francesa tipo 1 pç 1
F 16 Cinta tipo B pç 4
F 84 Arruela quadrada pç 5
F 200 Parafuso de cabeça abaulada - M16 x 45 mm pç 1
F 201 Parafuso de cabeça abaulada - M16 x 70 mm pç 4
F 202 Parafuso de cabeça abaulada - M16 x 150 mm pç 1
F 231 Parafuso de cabeça quadrada - M16 x 125 mm pç 1
F 303 Sela para cruzera de madeira pç 1
F 307 Pino normal - cruzeta madeira pç 3
I 17 Isolador tipo pilar 15 kV pç 3
M5 Laço de topo pré - formada pç 3
P1 Poste de concreto armado seção circular pç 1
R6 Cruzeta de madeira classe 15kV pç 1

Fonte: AES Eletropaulo

Logo após a separação dos materiais que serão utilizados, você deve prever as
ferramentas e equipamentos que o auxiliarão na execução do serviço.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
42

3.2 FERRAMENTAS BÁSICAS PARA SERVIÇOS EM RDA

Várias ferramentas são usadas nas tarefas descritas em uma Ordem de Serviço
– OS. Basicamente, no dia a dia do eletricista de redes, elas estarão separadas e
organizadas em um local específico para guarda e conservação.
Antes de sair da base operacional, local onde estarão armazenadas as ferra-
mentas, o eletricista deve fazer uma checagem, verificando seu estado de conser-
vação. Neste momento, ele deve verificar a disponibilidade para deslocamento
dessas ferramentas até o local onde será executado o serviço.
O eletricista de redes terá contato com várias ferramentas, porém, como você
já as viu no módulo básico, vamos relembrar somente as mais utilizadas:

Quadro 1 - Ferramentas
Alicate bomba d`água

Alicate de compressão hidráulico (Y-35)

Alicate de compressão mecânico (MD-6 / TM-6)

Alicate universal

Alicate Volt amperímetro

Aplicador para conector tipo cunha (cartucho de espoleta interno e/ou externo)

Bandeja ou sacola para transporte de ferramentas e materiais

Bastão de manobra garra linha viva

Bastão de manobra ou vara telescópica

Chaves catraca, inglesa, de fenda e de boca

Conjunto de matrizes para MD-6, TM-6 e Y-35

Detector de tensão AT / BT

Dinamômetro

Escada extensível

Esporas para postes (circular concreto, madeira, duplo T)

Faca curva

Fasímetro

Ferramentas necessárias para poda de vegetação (serrote curvo, cordas, tesouras)

Guincho portátil catraca para tracionar cabo – Camelão

Loadbuster– LB

Marreta 1 kg

Medidor de aterramento – Terrômetro

Medidor de sequência de fase – Fasímetro

Multímetro

Tesoura para cortar cabos – com isolação


3 PLANEJAMENTO
43

É importante destacar que o profissional responsável pela separação e verifi-


cação do estado das ferramentas que serão necessárias para execução da tarefa,
normalmente, é questionado pelo encarregado (Eletricista Chefe) quanto à respon-
sabilidade dessa etapa do planejamento, pois a falta ou esquecimento de alguma
ferramenta pode causar atrasos indesejáveis, durante a execução do serviço.
O planejamento ainda não acabou, pois ainda é preciso pensar nos equipa-
mentos de proteção individual e coletiva. Vamos a eles!

3.3 RELAÇÃO DE EPIS PARA SERVIÇOS EM RDA

Você não pode se esquecer de incluir no seu planejamento os Equipamentos


de Proteção Individual – EPIs, pois, para executar a montagem da estrutura su-
gerida, você terá que trabalhar em altura, e, nesse caso, alguns equipamentos de
proteção são imprenscindíveis para sua segurança.
Dessa forma, é muito importante verificar a disponibilidade e o estado desses
equipamentos antes de sair a campo.

Quadro 2 - Equipamentos de Proteção Individual – EPIs


Bota em couro sem biqueira de aço (de segurança para eletricista)

Capa impermeável para chuva

Capacete de segurança com carneira e jugular

Cinto de segurança tipo paraquedista

Colete refletivo

Luva de proteção para luvas de borracha

Luva de raspa / vaqueta

Luva isolante de borracha – Classes 0, 1, 2 e 3

Manga isolante – classes 2 e 3

Óculos de segurança com filtro para infravermelho e ultravioleta

Trava-quedas com corda linha de vida

Uniforme da empresa com certificação antichamas

Todos os EPIs possuem Certificados de Aprovação (CA)


FIQUE normalizados. Cabe ao profissional que fará uso desses
equipamentos verificar sua validade junto ao Ministério do
ALERTA Trabalho ou, em caso de dúvida, solicitar ajuda ao Técnico
de Segurança da sua empresa.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
44

Nos trabalhos realizados em Redes Aéreas de Distribuição – RDAs, você estará


executando os serviços em turma, ou seja, com um grupo de pessoas previamen-
te orientadas para a realização do trabalho. Nessas circunstâncias, é necessária a
utilização dos Equipamentos de Proteção Coletiva – EPCs.
Em seguida, para compor mais uma etapa do nosso planejamento, vamos des-
tacar alguns deles.

3.4 RELAÇÃO DE EPCS PARA SERVIÇOS EM RDA

Você deve incluir no seu planejamento os Equipamentos de Proteção Coletiva


– EPCs, pois eles irão garantir proteção em relação à integridade física de todos os
colaboradores que estarão com você, executando o serviço.
Então, como nos itens descritos anteriormente, é muito importante verificar a
disponibilidade e o estado desses equipamentos antes de sair a campo.

Quadro 3 - Equipamentos de Proteção Coletiva – EPCs


Bandeirola de plástico com bastão

Bandeirola de plástico sem bastão

Bastão de sinalização luminoso

Cone de sinalização

Conjunto de aterramento temporário – primário

Conjunto de aterramento temporário – secundário

Corda para socorro ou resgate em alturas

Fita de sinalização refletiva

Placa / grade de sinalização “Homens trabalhando”

Protetores de borracha

De acordo com os desenhos analisados e a Ordem de Serviço que você rece-


beu, agora chegou o momento de destinar os materiais, ferramentas e equipa-
mentos até o local onde será realizado o serviço. Provavelmente, isso será realiza-
do com a utilização de um veículo de apoio, que auxiliará no acondicionamento
apropriado para transporte desses itens.
Vamos relembrar alguns desses veículos, pois você já estudou sobre eles no
módulo básico.
3 PLANEJAMENTO
45

3.5 VEÍCULOS DE APOIO PARA SERVIÇOS EM RDA

É necessário que você coloque no seu planejamento quais veículos deverão


ser utilizados para a execução da OS. Porém, é prudente verificar preliminarmente
junto à supervisão, na empresa, se haverá disponibilidade desses veículos, pois
pode ocorrer que ele esteja programado para ser utilizado em outro serviço, bem
como poderá haver locais em que não é possível utilizar este veículo.
Os veículos que serão utilizados devem estar rigorosamente em plenas condi-
ções de uso e, para tanto, é necessário fazer uma inspeção a fim de verificar alguns
itens tais como: nível do óleo do motor;
a) estado dos pneus;
b) aparência externa e interna do veículo;
c) chaves de roda, macaco e pneu sobressalente;
d) nível de água no radiador.
Cabe ressaltar que a inspeção é uma tarefa imprescindível e, por assim ser,
deve ser programada, pois sua não realização pode provocar atrasos no desloca-
mento até o local em que os serviços serão executados. Se estes itens não forem
verificados, você poderá ser surpreendido por acontecimentos que poderão cau-
sar o cancelamento dos serviços.
Os veículos de apoio para a realização dos serviços em redes aéreas de distri-
buição podem ser do tipo:
a) caminhão com cesto aéreo;
b) camioneta com escada central ou cesta aérea e escadas laterais;
c) caminhão para transporte de materiais;
d) veículo de apoio para transporte de colaboradores.
Nesta etapa do seu planejamento, você já separou e organizou os materiais, as
ferramentas, os EPIs e EPCs, e também os veículos que o auxiliarão na execução
dos serviços. Pois bem, agora é necessário prever os riscos aos quais você e os
demais profissionais estarão expostos durante a realização das atividades.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
46

3.6 VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS

Conforme descrito no capítulo 2 do livro de Fundamentos em Redes de Dis-


tribuição Aérea, devem ser verificadas as interferências nas redes telefônica, de
água, de esgoto, de águas pluviais, bem como as interferências nos locais em que
há árvores ou vegetação e edificações.
Estas interferências, sempre que possível, devem ser verificadas preliminar-
mente no local onde são executados os serviços, pois devem ser registradas e
analisadas, servindo de dados a serem considerados em seu planejamento.

3.7 PROGRAMAÇÃO DOS SERVIÇOS

A estimativa do tempo de execução das tarefas a serem realizadas será compu-


tada, levando-se em consideração:
a) o número de colaboradores envolvidos na atividade;
b) a realização do procedimento de desenergização;
c) a realização do procedimento de reenergização;
d) o transporte de materiais, ferramentas e equipamentos;
e) o acesso ao local de trabalho;
f ) os tipos de veículos de apoio;
g) a experiência dos colaboradores na execução das tarefas;
h) a comunicação sobre os serviços a serem executados entre superiores e
operadores e a compreensão que se terá deles.
Nesta etapa do planejamento, você já pode programar a data e o horário da re-
alização dos trabalhos. Para isso, deverá entrar em contato com a Central de Opera-
ções da Distribuição – COD e programar o desligamento do trecho da rede em que
será montada a estrutura designada pela OS, já registrada e descrita anteriormente.
Realizadas as etapas citadas, com toda esta preparação inicial, o eletricista
deve efetuar a conferência de todos os itens, antes de ir a campo para realizar a
montagem da estrutura no poste.
3 PLANEJAMENTO
47

3.8 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – APR

Estando no local de realização dos serviços, você terá que estar atento às con-
dições favoráveis para estacionamento do veículo, além de identificar os riscos a
que os colaboradores estarão expostos, durante a execução das atividades.
Para tanto, normalmente as concessionárias distribuidoras de energia elétri-
ca, disponibilizam um formulário no qual esses riscos são apontados, bem como
as ações que devem ser tomadas para controle ou eliminação desses riscos. Este
formulário, costumeiramente, é preenchido no local, antes do início dos serviços,
com a participação de todos os colaboradores que compõem a turma de eletri-
cistas.
As tarefas descritas na OS devem ser executadas juntamente com a análise
preliminar de riscos.

3.9 APLICAÇÃO DE COMUNICAÇÃO VIA RÁDIO COM CENTRO DE


OPERAÇÕES DA DISTRIBUIÇÃO (COD)

Na execução de serviços em que o início esteja condicionado à autorização


por parte do COD, há necessidade de confirmação de que a APR foi elaborada, e
isso ocorre por meio de um diálogo entre o operador e o responsável pela execu-
ção dos trabalhos.
O COD irá indagar o executor com a seguinte frase: “Realizou APR?”
O executor deverá responder à pergunta, que ficará gravada como forma de
evidenciar a realização da APR.
O executor deverá comunicar todos os dados referenciados na OS, tais como:
a) nome do executor (quem está contatando com o COD);
b) local da obra;
c) data;
d) horário;
e) nº da OS;
f ) outros.

Faça uma pesquisa junto à concessionária distribuidora


SAIBA de energia elétrica de sua região e consulte os
MAIS formulários utilizados para realização da APR – Análise
Preliminar de Riscos.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
48

3.10 EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS

Durante a execução dos serviços, você deve manter o local isolado e organiza-
do, utilizando cones e fita zebrada, fazendo a delimitação de toda a área de tra-
balho, impedindo, assim, que os pedestres fiquem expostos a riscos de acidentes,
pois se trata de uma área de risco.
Na figura a seguir, é possível ver um eletricista de redes executando trabalhos
na rede de distribuição aérea. Observe como se dá a utilização dos equipamentos
de proteção coletiva e individual.

Figura 21 - Homem executando tarefa em RDA com os EPIs e EPCs


Fonte: SENAI - SP (2014)

Outro aspecto a ser destacado é a organização de todos os materiais e ferra-


mentas que serão necessários na execução dos serviços. Em geral, eles devem
estar disponíveis e separados para a montagem, e, normalmente, são colocados
sobre uma lona para facilitar a visualização e a limpeza.

Alguns equipamentos de proteção coletiva – EPCs,


como por exemplo, bastões de manobras, devem ser
VOCÊ mantidos limpos, sem umidade ou poeira, para garantir
SABIA? sua isolação e segurança. A prática da higienização e de
acondicionamento desses equipamentos deve ser adotada
para garantir a segurança do eletricista.

Há um exemplo de organização na figura a seguir. Note que a disposição dos


materiais e equipamentos depende do tipo de tarefa a ser executada.
3 PLANEJAMENTO
49

Figura 22 - Separação de materiais e ferramentas


Fonte: SENAI - SP (2014)

CASOS E RELATOS

Falta de planejamento adia a execução de serviços de manutenção.


Como de costume uma Turma de Construção de Linhas Elétricas de AT saiu
para executar um serviço de acréscimo de rede primária, distante a, aproxi-
madamente, 60 km da base de apoio.
O eletricista responsável pelo levantamento dos materiais e ferramentas, a
serem utilizados no local das montagens, efetuou a conferência e deu OK
para a partida do caminhão.
Chegando ao local estipulado no projeto, todos estavam a postos para
início das atividades, mas quando o encarregado efetuou uma rápida con-
ferência, ele constatou a falta de uma cruzeta e de dois isoladores.
O que você acha que aconteceu? O serviço foi executado ou não?
Se você respondeu que não, acertou, pois, sem estes materiais os serviços
não poderiam ser concluídos.
Todos retornaram à base de apoio e o trabalho foi reprogramado para outro dia.
Perceba que transtorno e prejuízo esse fato causou para a empresa, devi-
do à falta de planejamento e a não conferência dos itens de trabalho por
parte dos envolvidos.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
50

RECAPITULANDO

Neste capítulo, vimos a importância de fazer um planejamento das ações


que inclui desde a separação correta de materiais e equipamentos até a
verificação dos veículos e a elaboração de um formulário que identifique
possíveis riscos.
Então, vamos seguir com nossos estudos, tendo em mente que, para ser um
profissional nesta área, você deve estar sempre atento às várias situações
que podem ocorrer na realização de quaisquer atividades.
3 PLANEJAMENTO
51

Anotações:
Técnicas de Construção de Redes

Neste capítulo você estudará como são construídas as redes de distribuição aérea de ener-
gia, os detalhes que compõem as estruturas e os padrões técnicos aplicados pelas concessio-
nárias distribuidoras, que são variáveis, pois dependem da classe de tensão e das utilizações
adotadas em cada localidade brasileira.
Até aqui você estudou que, antes da execução propriamente dita das ordens de serviço ou
dos projetos definidos, deve ser realizado o planejamento das ações que antecedem as tarefas
especificadas.
Vamos iniciar nossas atividades estudando um dos principais materiais que compõem as
RDAs – o poste, uma vez que ele sustenta todas as estruturas instaladas nas redes aéreas de dis-
tribuição de energia elétrica. Para você possa entender sobre a importância desse componen-
te, eles são como o esqueleto que suporta toda a estrutura muscular e órgãos que compõem
o corpo humano.

Então vamos lá?

4.1 INSTALAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE POSTES

É indiscutível que, em redes de distribuição de energia elétrica, a montagem dos postes


deve seguir as mesmas configurações do sistema utilizado, obedecendo a determinados crité-
rios e normas que visam à continuidade e à qualidade do fornecimento, a estética das redes e,
principalmente, a segurança dos usuários e dos seus operadores.
Então, vamos conhecer os diferentes tipos de postes utilizados em redes de distribuição de
energia elétrica, com o objetivo de aprender sobre a melhor e mais adequada forma de utilizá-
-los, respeitando os cuidados necessários na sua implantação, e também conhecer os equipa-
mentos e as montagens que neles serão instalados.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
54

A preocupação com os tipos de postes a serem utilizados para uma determi-


nada rede elétrica deve ocorrer a partir da elaboração do projeto. Se os procedi-
mentos definidos no projeto forem realizados de forma inadequada pode com-
prometer não só a continuidade do fornecimento da energia, como também a
segurança do trabalhador. Porém, somente isso não é suficiente; é necessário que
os postes sejam implantados de maneira correta e segura, obedecendo a uma
sequência de operações, de forma a efetuar um trabalho correto e seguro.

4.2 PADRONIZAÇÕES DE POSTES

As redes devem apresentar uma estrutura simplificada de modo a facilitar a


construção, a manutenção e a execução de operações. O custo benefício deve ser
compatível ao desempenho da rede, levando-se em conta as condições ambientais,
as técnicas e os índices de confiabilidade exigidos pelos órgãos regulamentadores.
Existem, entretanto, alguns padrões relacionados aos afastamentos de segu-
rança entre os diferentes tipos de postes, os equipamentos neles instalados, a
altura deles, os tipos de construções e a outras instalações, tais como, telecomu-
nicações e TV a cabo, que devem ser respeitados. Essas padronizações foram ela-
boradas com base nas seguintes normas:
a) NBR 5434:1983 - Redes de Distribuição Aérea Urbana de Energia Elétrica.
b) NBR 5433:1982 - Redes de Distribuição Aérea Rural de Energia Elétrica.
c) NBR 15688:2013 - Redes de Distribuição Aérea de Energia Elétrica com Con-
dutores Nus.

Você pode pesquisar sobre as normas técnicas adotadas


para implantação de postes, no acervo técnico existente
SAIBA na empresa distribuidora de energia elétrica de sua
MAIS região, por meio do site, ou em meio físico no manual de
construção e manutenção.

Os postes são tecnicamente especificados considerando-se os aspectos re-


ferentes a:
a) material de que é composto: madeira, concreto, ferro, chapa, fibra de vidro
e outros;
b) peso específico;
c) identificações do fabricante: data de fabricação, centro de gravidade;
d) tensão mecânica no topo, medida em daN (deca Newton) ou kgf (quilo-
grama força), esforço suportável sem quebrar.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
55

As concessionárias de energia elétrica aplicam tipos de postes diferenciados


em suas redes, pois visam encontrar o mais adequado à sua realidade e que aten-
da às padronizações de suas instalações.
Um exemplo disso é que podemos encontrar postes que são fabricados em
fibra de vidro, os quais estão sendo implantados em terrenos alagadiços, de difícil
acesso e em zonas rurais. Uma das vantagens de sua utilização é o seu peso redu-
zido, o que facilita seu transporte.

Para referenciar nossos estudos, vamos adotar o padrão utilizado pela empre-
sa distribuidora de energia elétrica do Estado de São Paulo, a AES Eletropaulo. Em
seu acervo técnico, encontra-se a padronização descrita na tabela a seguir:

Tabela 4 - Postes padronizados em concreto armado circular


TIPO COMPRIMENTO NOMINAL (M) RESISTÊNCIA NOMINAL (DAN)
14 10,50 300
15 10,50 600
18 10,50 1000
20 12,00 300
23 12,00 600
25 12,00 1000
Fonte: Manual AES Eletropaulo

No dia a dia dos técnicos e eletricistas, eles referenciam os postes pelo tipo. Por
exemplo, é de conhecimento deles que o poste 20 tem um comprimento de 12
m e uma resistência nominal de 300 daN, pois estas informações são encontradas
na tabela apresentada.
No campo, a identificação dos postes pode ser realizada por meio da leitura de
uma chapa que fica fixa no próprio poste.

4.3 ENGASTAMENTO EM POSTES DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA - RDA

O engastamento para postes é a denominação dada ao equilíbrio das forças exer-


cidas em seu topo, com relação à base em que será implantado, levando-se em consi-
deração o tipo de terreno para abertura da vala, que poderá ser arenoso, pantanoso,
pedregulhoso e outros. O engastamento é representado pela letra E, na equação para
cálculo de profundidade na abertura de buracos para implantação de postes.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
56

Assim, o engastamento ou profundidade de abertura do buraco, será obtido


pela expressão:

l
E= + 0,60
10

Onde:
E = comprimento do buraco em metros (m)
L = comprimento do poste em metros (m)

Por exemplo: Na implantação de um poste de concreto tipo 15, qual será o


comprimento do buraco?
Então, para o cálculo, de acordo com os dados da tabela 1, utilizaremos a expressão:

10,5
E= + 0,60 =1,05+ 0,60 =1,65 m
10

Portanto, você terá que cavar um buraco de 1,65 m para um poste de 10,5 m.
Os postes padronizados têm referências com base nas normas técnicas e apli-
cações diversas estipuladas pelas concessionárias de cada região. Assim, eles po-
dem ser de concreto duplo T ou circular, de fibra de vidro, de madeira, entre ou-
tros. Desse modo, podem apresentar comprimentos variados e, para sua correta
implantação, o manual de construção de redes deve ser sempre consultado.
Na prática, a implantação de postes é realizada com a utilização dos seguintes
equipamentos:
Veículos de apoio
Guincho/guindauto (apropriado para o tipo de poste a ser instalado); carreta
ou veículo para transporte de postes e veículo composto de perfurador hidráulico
(para terrenos limpos sem interferências no subsolo).
Ferramentas
Cavadeira, enxada, pá, soquete, prumo e outras.
Equipamentos de Segurança
EPIs e EPCs – efetuar o levantamento antecipado para separar todos os sinali-
zadores conforme descritos no Módulo Básico, no livro de Qualidade, Saúde, Meio
Ambiente e Segurança nos Serviços em Eletricidade, ou de acordo com normas
da concessionária da sua região.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
57

Somente após ter executado estudos de interferências no


FIQUE solo, para verificar se existem tubulações elétrica, de gás,
de água, ou de outros tipos, é que será autorizada, por
ALERTA seus supervisores, a abertura de buracos ou de cava com a
utilização do perfurador hidráulico.

4.3.1 TIPOS DE ENGASTAMENTOS OU BASES PARA POSTES

Os engastamentos para postes podem ser realizados com base simples, concre-
tada ou reforçada. Vamos estudar cada um deles. Observe as figuras que seguem.

sentido do esforço
altura do poste

placas de
concreto ou
solo socado madeira
em camadas
de 20 cm

300 300
base do poste

200
base do poste
base do poste

500
B
B
A B

500 500
diametro + 300 A A

concreto traço 1:3:6

diametro do poste
corte AB corte AB corte AB
base simples base concretada base reforçada

Figura 23 - Tipos de engastamentos para poste em concreto duplo T


Fonte: SENAI - SP (2014)

Base simples
Este tipo de engastamento é aplicado em postes com resistência nominal de 600
daN. A implantação é realizada em terra socada de 20 em 20 cm ao redor do poste.
Base concretada
Esta aplicação é para postes com resistência nominal de 1000 daN. É realizada
com concreto forte em duas partes de 500 mm cada, com terra socada no restan-
te dos espaços.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
58

2
CONTRAPOSTE: Base reforçada
É realizada pela inserção de duas placas de concreto de 200 mm cada, posicio-
Poste instalado de tal forma
a efetuar força contrária ou nadas de modo a formar um travamento tipo alavanca no poste. É aplicada em
que se contraponha à força
exercida diretamente, por
postes com resistência nominal de 600 daN, que são implantados no trecho final
meio de cabo de aço. de linha ou em locais onde a rede forma grandes ângulos.

4.4 ESTAIAMENTO DE POSTES DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA - RDA

Estaiamento é o nome dado para uma força contrária à ação dos esforços dos ca-
bos da rede aérea de distribuição no topo do poste, ou de forças distribuídas ao lon-
go do poste. Vamos agora estudar os métodos de estaiamento utilizados nas RDAs.

4.4.1 ESTAIAMENTO DE POSTES COM CONTRAPOSTE

Já estudamos sobre os vetores de forças, do peso e do centro de gravidade. Isso


nos ajudará a compreender as forças de tensionamento e de tracionamento exercidas
pelos cabos e equipamentos que atuarão na instalação destes tipos de poste. Para
minimizar ou neutralizar estas forças são montadas estruturas que se contrapõem a
elas. Essas estruturas podem ser contrapostes,2 escoras, cabos de aço, e outros.
Na figura 24, há um exemplo de contraposte instalado.

sentido do
esforço

contraposte de
concreto
00

solo não atingido


20

pela escavação

terra socada

Figura 24 - Contraposte de concreto duplo T em ângulo


Fonte: SENAI - SP (2014)
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
59

4.4.2 ESTAIAMENTO DO TIPO ÂNCORA

Este tipo de estaiamento é aplicado em terreno firme, com postes que necessi-
tem pouca atuação de ancoragem, ou seja, com esforços menores para minimizar
ou neutralizar os esforços das estruturas instaladas.
Veja na figura 25 , um exemplo de estaiamento tipo âncora.

cabo de aço

terra removida solo não atingido


socada pela escavação
600 mm

haste de âncora

âncora para estaiamento


parafusada

Figura 25 - Estaiamento âncora em ângulo


Fonte: SENAI - SP (2014)

No livro de Fundamentos de Redes de Distribuição, do Módulo Básico, você


estudou outros tipos de estaiamentos, como por exemplo, o estaiamento para
cruzetas. Este tipo de estaiamento está posicionado exatamente na extremidade
da cruzeta, onde ela sofre a maior força de torção.
Nos circuitos primários de distribuição, deve ser instalado um isolador do tipo
castanha, entre o cabo de aço que compõe o estaiamento, para isolar as partes in-
terligadas entre um poste e outro. Isso é realizado para garantir a isolação elétrica
e evitar acidentes com as pessoas que por algum motivo toquem nos postes, caso
o cabo venha a energizar-se acidentalmente.
Na figura 26, é possível identificar o estaiamento de cruzetas, bem como o iso-
lador tipo castanha, instalado entre o cabo de aço.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
60

Figura 26 - Estaiamento em cruzeta dupla em rede primária


Fonte: SENAI - SP (2014)

Após a instalação do poste, seja em qualquer uma das situações expostas an-
teriormente, parte-se para a preparação das instalações de:
a) Montagens de cruzetas: simples ou dupla;
b) Ferragens e acessórios: isoladores primários e secundários, talas, canto-
neiras, abraçadeiras, parafusos, porcas, arruelas, conectores, entre outros;
d) Equipamentos: chaves faca/fusíveis, para-raios, braços de luminárias trans-
formadores, capacitores, reguladores de tensão, religadores e outros;
e) Aterramentos: funcionais e temporários.
No entanto, antes de efetivamente partir para a execução, você terá que subir ao
topo do poste, escalando-o, pois é lá que serão montadas e instaladas as estruturas.
Vamos então observar com mais detalhes esse tipo de atividade.

4.5 TRABALHOS EM ALTURAS

Nosso organismo coloca em funcionamento mecanismos de adaptação e re-


gulação para se adequar à tarefa a ser realizada em altura. Por este motivo, é fun-
damental manter-se fisicamente apto e estar em perfeitas condições de saúde,
para esse tipo de atividade.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
61

No trabalho em altura, em que são exigidos do trabalhador alto grau de res-


ponsabilidade, concentração e atenção permanentes, cada passo deve ser consi-
derado de modo a evitar erro humano ou incidentes relacionados com equipa-
mentos ou com o próprio ambiente de trabalho. Todos os fatores de risco devem
ser eliminados ou, na pior das hipóteses, minimizados.
A escalada no poste deve ser realizada de forma segura e deve seguir as orien-
tações e procedimentos que estão descritos na norma NR-10 - Segurança em
Instalações e Serviços em Eletricidade, bem como no manual da concessioná-
ria de sua região. Normalmente, nesta atividade são utilizadas escadas, cordas,
esporas e veículo de apoio equipado com cesto aéreo.

Figura 27 - Homem em trabalho em altura utilizando escada


Fonte: SENAI - SP (2014)

Na figura 27, é possível identificar a utilização dos equipamentos de segurança


para realização dos trabalhos em altura.
Após ter realizado os procedimentos envolvendo todas as etapas de planeja-
mento que você já estudou, tais como a separação de materiais e ferramentas,
inicia-se então a execução.
Nesta etapa, a tarefa requer a presença de um eletricista, que ficará executan-
do a montagem sobre o poste, e um auxiliar, que enviará o material de acordo
com as etapas de instalação. Estes materiais serão içados, por cordas com carreti-
lhas, acondicionados em sacola ou em balde apropriado.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
62

4.5.1 CORDAS

As cordas são ferramentas de grande utilidade para o eletricista de RDA, pois,


na maioria das vezes, ele estará posicionado a alguns metros acima do solo. As-
sim, elas são utilizadas para transporte de materiais, de equipamentos, de ferra-
mentas, das travas de levantamento e abaixamento de escadas, para sinalização
improvisada, tracionamento de cabos, ancoragem de equipamentos e outros.
Existem, no mercado, vários tipos de cordas; dentre elas, podemos citar as de
sisal, nylon, poliamida, polipropileno e polietileno. As empresas distribuidoras de
energia elétricas e suas prestadoras de serviço adotam o tipo de corda de acordo
com a finalidade, o custo, a durabilidade, e, com isso, você pode encontrar dife-
rentes tipos sendo utilizadas por essas empresas.
Antes de utilizar as cordas, é importante inspecioná-las visualmente, verifican-
do se as fibras não estão cortadas ou maceradas e se estão torcidas corretamente.
A descoloração pode ser um indicador de podridão.
Como você viu, as cordas são fabricadas em diversos tipos de materiais, porém,
existe uma padronização referente ao seu diâmetro, como podemos observar na
Tabela 5.

Tabela 5 - Capacidade de uso das cordas


DIÂMETRO FIBRAS SINTÉTICAS
POLEGADAS MILÍMETROS CARGA MÁXIMA DE USO (KG)
¼” 6 55
5/16” 8 96
3/8” 10 142
½” 12 203
9/16” 14 279
5/8” 16 350
11/16” 18 445
13/16” 20 537
7/8” 22 650
15/16” 24 760
1” 26 1010
Fonte: Manual AES – Eletropaulo

Para garantir sua segurança durante a execução de trabalhos em altura, as cor-


das devem ser amarradas ou ancoradas, e, para você estar realmente em seguran-
ça, deve treinar alguns tipos de nós executados no dia a dia do eletricista de RDA.
Veja a seguir, alguns tipos de nós em cordas.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
63

Quadro 4 - Tipos de nós


Aplicado em amarrações de escadas de
extensão, finalizações de arremates de laços
em cordas. Este tipo de nó é fácil de desatar.

Nó oito

Aplicado na amarração de pontas de condu-


tores, degraus e suporte da escada ou da
cruzeta.

Nó de porco ou fiel

Aplicado na amarração de cargas em


veículos e, na amarração, nos degraus das
escadas em solo.

Nó carioca

Nó de segurança para situações gerais,


porém, após seu tracionamento, é difícil de
desatar.

Nó simples

Principal nó de segurança para ancoragem,


ele pode ser feito em qualquer ponto da
corda, dobrando-a no trecho escolhido.

Nó duplo oito

Fonte: SENAI - SP (2014)


MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
64

4.5.2 ESCADAS

Como visto anteriormente, as escadas podem ser confeccionadas em madeira,


fibra de vidro e outros matérias. É um utensílio muito utilizado pelo eletricista na
maioria dos estados brasileiros.
Aproximadamente 85% dos serviços realizados em RDA requerem a sua utili-
zação, porém, ela exige certos cuidados e boas práticas de conservação.
Vamos descrever detalhes deste importante utensílio que você fará uso na prá-
tica do seu dia a dia.
As escadas de extensão têm os seguintes componentes:
a) montante: confeccionado em madeira de lei ou fibra de vidro, é constituí-
do por longarinas distanciadas entre si;
b) degraus: confeccionados em madeira de lei alumínio ou fibra;
c) roldanas: confeccionadas em liga de alumínio para facilitar a subida e a
descida do elemento móvel;
d) catracas: confeccionadas em ferro, servem para travamento do segmen-
to móvel;
e) guias do elemento móvel: confeccionadas em ferro e ficam presas nos
montantes para guiar o elemento móvel;
f ) tirantes: confeccionados em aço, servem para a fixação dos montantes;
g) limitador: confeccionado em aço, tem como função travar o elemento móvel;
h) corda: é feita de material sintético, como nylon, sisal e outros, e normal-
mente tem 10 mm de diâmetro.
Na figura 28, você pode observar os itens que devem ser verificados, antes da
execução de um trabalho utilizando escadas, bem como os cuidados necessários
para sua segurança.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
65

verifique as condições da carretilha

verifique as condições da corda

verifique se os mantantes estão trincados


com pequenas rachaduras ou descolados

verifique se o nó esta firme

verifique se a trava funciona bem


e se está lubrificada

verifique se os degraus estão firmes


e sem trincos

verifique se a base (pé) está com


rachadura

Figura 28 - Itens de segurança das escadas de madeira e fibra


Fonte: SENAI - SP (2014)

Como você sabe, as escadas são indispensáveis no trabalho de um eletricista


de redes, e, por isso, você deve estar sempre atento aos seguintes procedimentos:
a) realizar inspeção visual antes da utilização, para verificar o estado de con-
servação;
b) posicionar a escada em postes ou em outros locais de forma que os pés
fiquem fixos no solo, tomando cuidado com superfícies deslizantes e tam-
pas falsas;
c) ao subir ou descer da escada desamarrada, você deve segurá-la com as
mãos e um auxiliar deve dar apoio à base, usando o pé;
d) ao subir e descer da escada, esteja sempre de frente para os degraus, segu-
rando com as duas mãos nos montantes (partes laterais da escada);
e) não transportar, levantar ou arriar a escada sem a ajuda de outro eletricista
ou de um auxiliar;
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
66

f) não submeter a escada a esforços excessivos, observando que só é permitida a


permanência de duas pessoas na mesma escada, nos casos de salvamento em
estrutura elevada;
g) verificar periodicamente a limpeza e a lubrificação das travas de segurança
de degraus e montantes;
h) ao transportar as escadas nos veículos, deve-se amarrá-las e sinalizá-las
com bandeirolas;
i) se detectar qualquer irregularidade na escada, comunique ao seu líder.
Agora, vamos detalhar alguns cuidados que são necessários na colocação, reti-
rada e ancoragens das escadas, em postes circulares, quadrados, duplo T também
em outros tipos.
Iniciaremos com a ancoragem feita por meio de nós em cordas, de modo a
contribuir para a segurança do eletricista que estará executando trabalhos em
altura. No Quadro 5, você pode observar algumas aplicações de ancoragem em
escadas, bem como alguns dispositivos utilizados nessa situação:

Quadro 5 - Ancoragem para linha de vida / trava quedas nas escadas


Ancoragem com fita de segurança com
mosquetão – este modelo de ancoragem é
fixado diretamente no degrau superior.

Fita de segurança instalada no degrau da escada com mosquetão

A escada com corda auxiliar para amarração


no topo do poste é utilizada quando não
existirem obstáculos para efetuar a amar-
ração, tais como: isoladores, braçadeiras,
ramais de ligação e outros.

Escada apoiada no poste/linha vida


4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
67

Finalização de amarração para escada de


extensão, após sua instalação e ancoragem

Amarração de corda para travamento da escada de extensão

Este dispositivo é utilizado com a corda da


linha de vida instalada sobre a ancoragem
de escadas, travando-se o mosquetão no
cinto de segurança do eletricista.

Dispositivo trava quedas, com mosquetão.

O talabarte utilizado em cinto de segurança


tipo paraquedista possui trava lateral e
manopla de ajuste.

Talabarte para cinto se segurança tipo paraquedista.

Cinto de segurança tipo paraquedista,


talabarte e uniforme anti-chamas, vestidos
de forma correta.

Cinto de segurança para quedista, talabarte


Fonte: SENAI - SP (2014)
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
68

Quando a escada for colocada em postes ou fachadas, ela deve ser posicio-
nada com uma abertura na sua base de aproximadamente ¼ de sua altura, e, ao
levantar sua parte extensível, é preciso verificar se as catracas realmente travaram
o segmento móvel.
Nas RDAs, as escadas devem ser apoiadas em postes, cruzetas, suportes e fa-
chadas, e devem ser corretamente amarradas. Se não for possível amarrá-las, um
auxiliar deverá permanecer segurando-a em sua base, para dar estabilidade.

Figura 29 - Posição da escada em relação ao poste


Fonte: SENAI - SP (2014)

Para cada tipo de atividade executada em RDA, você encontrará um modelo


de escada. Isto visa facilitar a mobilidade e a execução dos trabalhos que são rea-
lizados em várias partes da rede. A escolha correta da escada e da corda a serem
utilizadas previne acidentes em muitas situações de risco.
Veja a seguir os modelos padronizados de escadas.

Tabela 6 - Características técnicas de escadas de madeira


COMPRIMENTO COMPRIMENTO QUANTIDADE PESO MÁXIMO COMPRIMENTO
MODELO
DA ESCADA (M) DA SEÇÃO (M) DE DEGRAUS CALCULADO (KG) MÍNIMO DA CORDA (M)
6,3 3,9 23 36 11
7,5 4,5 27 40 13
Extensão 8,7 5,1 32 45 15
10,5 6,0 37 52 18
13,2 7,5 47 65 23
3,0 9 12
Singela
4,5 14 18
Fonte: Manual AES Eletropaulo
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
69

Existem também os estabilizadores com ganchos para ancoragem de escadas


nos postes. A aplicação da ancoragem de escada com ganchos pode ser identifi-
cada na figura 30.

Figura 30 - Ancoragem inferior de escada em poste


Fonte: SENAI - SP (2014)

VOCÊ A escada foi projetada para suportar o peso de um homem


SABIA? trabalhando, de aproximadamente 120 kg.

Nas empresas distribuidoras de energia elétrica e em suas contratadas, você será


alertado a nunca sair da escada para alcançar pontos da estrutura, pois estará se
expondo a riscos de quedas ou poderá provocar a desestabilização da escada.
Esta recomendação é parte integrante da normalização dos trabalhos em al-
tura, e não são critérios de uma ou outra empresa. Esta exigência está fundamen-
tada na NR-18 e reforçada pela NR-35, e as padronizações foram elaboradas com
base nas seguintes normas:
a) NBR 11370/2001: Cinturão tipo abdominal, com talabarte de segurança;
b) NBR 14626/2000: Dispositivo trava-quedas: guiado em linha flexível.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
70

4.5.3 OPERAÇÕES DE VEÍCULO COM CESTO AÉREO

As atividades em RDA podem ser executadas com o auxílio de um veículo com


cesto aéreo, ao invés de uma escada extensiva.
Como estudado no Módulo Básico, no livro de Fundamentos de Redes de
Distribuição, podemos defini-lo como um equipamento veicular, com acopla-
mento de conjunto hidráulico, constituído normalmente de um braço móvel com
isolação entre terra, fases e comandos hidráulicos nas suas partes superior (cesto)
e inferior (carroceria).
Este veículo foi desenvolvido para posicionar o profissional nos pontos de tra-
balho acima do solo, quando estiver executando serviços em redes de distribui-
ção aérea, podendo a rede estar energizada ou desenergizada. Porém, para sua
utilização, exige-se que o profissional seja treinado nas operações deste equipa-
mento, antes de efetivamente executar as tarefas.
Vamos agora, estudar alguns procedimentos de operação com o veículo e seus
acionamentos, iniciando pelos procedimentos de estacionamento:
a) posicionar o veículo, aplicando-se o código de transito brasileiro;
b) acionar o freio de estacionamento (breque manual) e instalar os calços nos pneus;
c) sinalizar o canteiro de trabalho, utilizando cones, fitas refletivas e bandeiro-
las, distribuindo-os ao redor do veículo e do local determinado. Isto é feito
para assegurar e preservar a integridade física de eletricista e transeuntes;
d) colocar em funcionamento os equipamentos hidráulicos (o manual do
equipamento deve ser verificado antes desta operação);
e) identificar, na cabine, a alavanca correspondente à tomada de força e ligá-la
ao mesmo tempo em que se mantém o câmbio em ponto neutro, pisando
na embreagem. Isto deve ser feito para ligar o sistema hidráulico;
f ) localizar e acionar as devidas alavancas dos estabilizadores traseiros;
g) abaixar ou levantar as alavancas, de acordo com a necessidade, tocando a
base do estabilizador no solo, aliviando a carga sobre os pneus.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
71

Figura 31 - Estabilizadores (sapatas do sistema cesto aéreo)


Fonte: SENAI - SP (2014)

Figura 32 - Sistema de alavancas de acionamento hidráulico


Fonte: SENAI - SP (2014)

Para utilizar o sistema hidráulico do cesto, é preciso:


a) retirar cintas e proteções existentes no braço e no cesto;
b) posicionar-se dentro do cesto, utilizando cinto de segurança e acoplando-o
à argola no braço do cesto;
c) fazer a identificação das alavancas de acionamento tais como giro, subida
e descida;
d) iniciar o acionamento de subida e giro e posicionar-se para a execução
dos serviços.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
72

Após o término das tarefas, devem ser acionados os comandos inversos:


a) recolher os estabilizadores (sapatas);
b) retirar os calços dos pneus;
c) recolher os EPCs de sinalização.

4.6 ETAPAS DE MONTAGEM DE ESTRUTURAS

Para iniciar a montagem de uma determinada estrutura, o eletricista deve fixar


as ferragens sobre o poste, utilizando as ferramentas apropriadas e aplicando as
instruções contidas nos padrões técnicos estabelecidos pela empresa distribuido-
ra de energia elétrica de cada região, pois, como você já estudou, existem diferen-
ças entre estas padronizações. Além disso, ele deve fazer a instalação e a fixação
da cruzeta, das talas ou cantoneiras e dos isoladores.
É imprescindível que os profissionais envolvidos nos serviços de instalação ou
manutenção dessas redes utilizem equipamentos de proteção individual e coletiva
(EPIs e EPCs), bem como obedeçam às normas e aos procedimentos de segurança.
Agora serão apresentados os detalhes de algumas estruturas utilizadas nas
RDAs, para a complementação de seus estudos.

4.6.1 ESTRUTURAS PRIMÁRIAS

As redes primárias de distribuição são encontradas em todas as regiões brasi-


leiras; porém, elas apresentam características construtivas diferenciadas, depen-
dendo da região em que são utilizadas.
Estas diferenças são impostas pelas padronizações adotadas pelas concessio-
nárias distribuidoras de energia elétrica que existem em nosso país. Assim sendo,
torna-se impraticável explorarmos todos os padrões técnicos de montagem das
estruturas utilizadas. Vamos, portanto, utilizar como referência para os próximos
modelos, o padrão aplicado por uma distribuidora de São Paulo.
Nas montagens de estrutura que compõem trechos de rede em linha reta ou
com ângulos de, no máximo ,10º utiliza-se a estrutura M1, que é composta por
uma cruzeta simples. Veja uma vista em explosão dessa estrutura para ser monta-
da em poste circular de concreto.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
73

isolador de pino

pino do isolador

parafuso cabeça quadrada M18 x 125


parafuso cabeça
abaulada M15 x 150
cinta
sela para
cruzeta
arruela quadrada
cruzeta de madeira

arruela quadrada

mão francesa perfilada


parafuso cabeça
abaulada M16 x 45
cinta
poste de concreto branco cônico

Figura 33 - Estrutura primária M1 em explosão


Fonte: SENAI - SP (2014)

A vista lateral desta estrutura, depois de montada, pode ser observada na figura 34.

100 500 450 850


200
500

Figura 34 - Vista lateral da estrutura primária M1


Fonte: SENAI - SP (2014)
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
74

E sua vista superior na figura 35.

Figura 35 - Vista superior da estrutura primária M1


Fonte: SENAI - SP (2014)

No manual de construção e manutenção de redes da distribuidora de energia de


São Paulo, você encontra a relação de materiais para montagem da estrutura M1, con-
forme tabela, a seguir.

Tabela 7 - Relação de materiais – Estrutura primária M1


CÓD. DESCRIÇÃO UNIDADE QUANTIDADE
F1 Mão francesa tipo 1 pç 1
F 16 Cinta tipo B pç 4
F 84 Arruela quadrada pç 5
F 200 Parafuso de cabeça abaulada - M16 x 45 mm pç 1
F 201 Parafuso de cabeça abaulada - M16 x 70 mm pç 4
F 202 Parafuso de cabeça abaulada - M16 x 150 mm pç 1
F 231 Parafuso de cabeça quadrada - M16 x 125 mm pç 1
F 303 Sela para cruzera de madeira pç 1
F 307 Pino normal - cruzeta madeira pç 3
I 17 Isolador tipo pilar 15 kV pç 3
M5 Laço de topo pré - formada pç 3
P1 Poste de concreto armado seção circular pç 1
R6 Cruzeta de madeira classe 15kV pç 1
Fonte: SENAI - SP (2014)

Outra estrutura muito utilizada nas RDAs é a que é aplicada no final da linha,
ou seja, onde a rede primária termina. Esta estrutura, de acordo com o padrão da
distribuidora de energia de São Paulo, é nomeada por M3. Veja os detalhes de mon-
tagem dessa estrutura, nas figuras que seguem:
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
75

2000

150 450 400 850 150


200

R6
500

F1
F16 / F201
P1
F200
800

Figura 36 - Vista lateral da estrutura primária M3


Fonte: SENAI - SP (2014)

F 202 / F 84

F 217 F 84

F 85 F 303

F 231 / F 84

I 18

F 83

M1

Figura 37 - Vista superior da estrutura primária M3


Fonte: SENAI - SP (2014)
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
76

F 85 F 217

F 84
F 231

F 202 F 303 R6

F 16 F1
F 200
F8
P1
F 201 F9
I 18
F 83

Figura 38 - Estrutura primária M3 em explosão


Fonte: SENAI - SP (2014)

Os materiais necessários para montagem dessa estrutura podem ser identifi-


cados na tabela a seguir:

Tabela 8 - Relação de materiais – Estrutura primária M3


ITEM QUANTIDADE DESCRIÇÃO
F1 2 mão francesa tipo 1
F8 3 porca olhal
F9 3 gancho de ancoragem
F 16 4 cinta tipo B
F 83 3 manilha sapatilha
F 84 13 arruela quadrada
F 85 13 porca quadrada - M 16
F 200 2 parafuso de cabeça abaulada - M 16 x 45 mm
F 201 4 parafuso de cabeça abaulada - M 16 x 70 mm
F 202 2 parafuso de cabeça abaulada - M 16 x 150 mm
F 217 3 parafuso espaçador T3 ou T4
F 231 2 parafuso de cabeça quadrada - M 16 x 125 mm
F 303 2 sela para cruzeta de madeira
I 18 3 isolador tipo bastão suspenso 15kV
P1 1 poste de concreto armado seção circular
R6 2 cruzeta de madeira classe 15kV
Fonte: SENAI - SP (2014)
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
77

4.6.2 ESTRUTURAS SECUNDÁRIAS

Nas montagens de estruturas de redes secundárias de energia, você irá observar


as mesmas divergências relatadas anteriormente quanto às estruturas primárias, ou
seja, as diferentes padronizações utilizadas pelas concessionárias de cada região.
Porém, mesmo assim, é possivel constatar que a rede secundária pode estar dispos-
ta na horizontal ou na vertical, em travessias ou em cruzamentos de vias públicas.
As distâncias entre as redes primárias e secundárias e o espaço destinado à ilu-
minação pública e às redes de comunicação também devem ser cuidadosamente
observados, durante a montagem dessas estruturas.
Observe que os isoladores devem ser fixados por meio de abraçadeiras e tam-
bém devem ser obedecidos os afastamentos padronizados, como você já estu-
dou no livro de Fundamentos de Redes de Distribuição, no Módulo Básico.
Na figura 39, é possível identificar a utilização dessas estruturas secundárias,
em diferentes tipos de postes.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
78

poste de concreto circular

Estrutura em ângulo Estrutura final de linha

cinta N N

A A

B B
C C

alça pré-formada
de distribuição

Estrutura redutora de tensão linha reta

Conector tipo cunha

Figura 39 - Configurações verticais de redes secundárias


Fonte: SENAI - SP (2014)

Vejamos na figura 40, uma montagem de rede secundária na vertical conven-


cional para cabos multiplex. Os códigos estão representados para identificação
dos materiais e facilitar a montagem.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
79

Figura 40 - estrutura secundária com mudança de padrão


Fonte: SENAI - SP (2014)

Os materiais necessários para montagem dessa estrutura podem ser identifi-


cados na Tabela 9.

Tabela 9 - Relação de materiais – Estrutura secundária com mudança de padrão


ITEM QUANTIDADE DESCRIÇÃO
POSTE DE CONCRETO
CIRCULAR
C1 4 conector cunha derivação
F 16 5 abraçadeira tipo B
F 200 1 parafuso cabeça abaulada - M 16 x 45 mm
F 201 10 parafuso cabeça quadrada - M 16 x 70 mm
M1 5 alça pré-formada de distribuição
IR 1 4 isolador roldana de 1 leito
FB 1 4 armação secundária de 1 estribo
F 95 1 suporte de ancoragem
F 300 1 sapatilha de aço
D 34 2 cinta plástica
Fonte: SENAI - SP (2014)
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
80

4.6.3 TRANSFORMADORES

Agora vamos conhecer os detalhes técnicos da instalação de um transforma-


dor trifásico, suas proteções, chaves fusíveis, para-raios, grampo de linha viva, co-
nectores da rede secundária e outros. Observe a figura 41:

Figura 41 - Transformador trifásico instalado na rede


Fonte: SENAI - SP (2014)

As letras indicadas são os códigos para relação de materiais a serem utilizados


na montagem definida.

Tabela 10 - Relação de materiais – Transformador trifásico


ITEM QUANTIDADE DESCRIÇÃO
POSTE DE CONCRETO
CIRCULAR
C1 2 cruzeta de madeira - 2000 mm
C 21 2 cabo de cobre ou aluminio isd 1kv 16 mm 6 m
E2 3 chave fusível
E 22 3 pára-raios de distribuição classe 15kV
E 40 1 transformador
F1 1 cantoneira dobrada
F4 1 afastador secundário
F6 1 mão francesa plana
F 16 5 cinta / braçadeira tipo b
F 17 2 suporte para transformador em poste TC
F 53* 3 suporte de para-raio
F 53** 3 suporte “L”
FB 1 4 suporte para isolador 1 leito
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
81

I1 3 pino e isolador de pino ou pilar


IR 1 4 isolador roldana
O2 3 conector grampo de linha viva
O3 3 estribo
O9 7 conector cunha derivação
O 21 6m condutor de cobre nu 6 AWG

ESCOLHA DO ELO FUSÍVEL


kVA 15 30 45 75 112,5 150 225 300
13,8 kV 1H 2H 2H 5H 6H 8K 10 K 15 K
23,1 kV 0,5 H 1H 2H 2H 3H 5H 6K 10 K
Fonte: SENAI - SP (2014)

Observe ainda que, dependendo do valor da potência nominal do transforma-


dor trifásico a ser instalado, já existe, conforme Tabela 10, a indicação do elo fusí-
vel que fará a proteção elétrica desse transformador. Por exemplo: para um trans-
formador de 150 kVA, utiliza-se o elo fusível de 8 K em 13,8 kV, ou 5 H em 23,1 kV.
Vejamos na figura 42 mais alguns detalhes da ligação do transformador à rede
secundária disposta na vertical.

Figura 42 - Vistas posterior e superior do transformador trifásico


Fonte: SENAI - SP (2014)
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
82

4.7 REDES AÉREAS COM CABOS PRÉ-REUNIDOS

Agora, você estudará conceitos e formas de montagens de RDA na qual se uti-


lizam cabos pré-reunidos.
Nesses cabos, os condutores das fases possuem isolação e o neutro não, ou
seja, ele é nu. Este tipo de tecnologia é conhecida também como cabo multi-
plexado autossustentado. Ele é constituído por três ou dois condutores fase
de alumínio, com isolação sólida de polietileno reticulado (XLPE) para as tensões
secundárias em BT de 600 a 1000 V, dispostos helicoidalmente em torno de um
condutor neutro, em liga de alumínio.
As fases são identificadas com as letras A, B e C e os números 1, 2 e 3, nas cores
padronizadas, preto, cinza e vermelho. Veja, na figura 43, como estes cabos são
identificados.

Figura 43 - Condutores pré-reunido ou multiplexado para redes


Fonte: SENAI - SP (2014)

Provavelmente você já deve ter visto, nas ruas de sua cidade, estes cabos insta-
lados, nas seguintes condições:
a) em locais com intensa arborização ou vegetação, praças, ruas, avenidas;
b) em ruas e passeios estreitos, em que a rede aérea convencional pode acar-
retar problemas de segurança;
c) em locais com alto índice de poluição ambiental, salina ou industrial;
d) em locais onde é proibida a poda de árvores, por motivos ecológicos;
e) quando os índices de interrupção dos circuitos da rede existente forem
ocasionados ou constantes, por alguns fatores tais como queda de galhos
nas fases, aterramento via galhos de arvores;
f ) na alimentação de consumidor, com cargas acima de 75 kW;
g) em locais com alto índice de furtos e fraudes.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
83

As conexões devem ser efetuadas conforme você pode observar na figura 44.
Veja que, após sua aplicação, elas são recobertas por proteção de polietileno.

Figura 44 - Conexões em cruzamento com protetor de polietileno


Fonte: SENAI - SP (2014)

A instalação dos cabos pré-reunidos pode ser realizada em


SAIBA redes de alta tensão (AT), seguindo padrões aplicados de
normas e simbologias próprias. Para tanto, recomendamos
MAIS a consulta aos manuais elaborados pela concessionária de
energia elétrica de sua região.

Observe na figura 45, em detalhes, um modelo de instalação de cabo pré-reu-


nido de uma concessionária.

Vista superior Vista frontal


suporte de
suspensão e anilha
ancoragem de aço

alça pré -
formatada

cinta tipo
B
abraçadeira
plástica

Figura 45 - Esquema de ancoragem em rede secundária, em poste circular de concreto


Fonte: SENAI - SP ( 2014)
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
84

4.8 REDES COMPACTAS OU SPACER CABLE

Você estudará agora os conceitos e as formas de montagens utilizadas nas es-


truturas de redes compactas ou spacer cable. Esta forma de montagem tem sido
amplamente utilizada nas redes aéreas de distribuição – RDA e, provavelmente,
você já deve ter visto, nas ruas de sua cidade, estes tipos de estruturas instaladas.
Analise, na figura 46, um trecho de rede de distribuição compacta e perceba
como as instalações dos cabos e dos componentes são diferentes em compara-
ção à montagem tradicional com cruzetas.

Figura 46 - Rede compacta ou spacer cable


Fonte: SENAI - SP (2014)

Este tipo de rede, costumeiramente, é instalada em locais como travessias de


ruas, em sob-redes de distribuição ou Linhas de Transmissões, em locais arboriza-
dos e nos grandes centros das cidades. Nessa rede são utilizados cabos com iso-
lação de 15 a 25 kV e seu grande diferencial é a eliminação das cruzetas utilizadas
nas instalações tradicionais, ou seja, esta é uma rede com condutores agrupados
de forma mais confiável e que ocupam menos espaço físico.
Outra característica é que os condutores das fases possuem isolação e o cabo
neutro é nu, em liga de aço, também chamado de mensageiro.
Para instalação desse tipo de rede, as distâncias relacionadas às edifícações,
redes secundárias e outras, devem também ser observadas, pois existem normas
e padrões a serem aplicados. Veja alguns exemplos a seguir:
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
85

Distanciamentos em 15 kV Distanciamentos em 25 kV

Figura 47 - Circuitos e distanciamentos de 15 a 25 kV em redes compactas


Fonte: SENAI - SP (2014)

A instalação dos cabos e padrões de spacer cables ou rede compacta em AT


segue padrões aplicados de normas e simbologias próprias quanto às distancias
e às separações elétricas. Para tanto, devem ser consultados os manuais desenvol-
vidos pelas concessionárias locais.
Para os cruzamentos de redes, chamados de fly-tap, procedimentos técnicos
devem ser seguidos, dentre os quais destacamos:
a) instalar espaçadores verticais a cada três metros;
b) amarrar os espaçadores no cabo mensageiro com amarração pré-formada;
c) amarrar os condutores fase nos espaçadores, com amarração tipo anel elas-
tomérico ou amarração polimérica pré-formada;
d) montar os estribos de espera até 150 metros, partindo do centro em todas
as direções e em todas as fases, para aplicação do aterramento.
Na figura 48, podem ser vistos os cabos com separadores verticais, e, no ponto
central, as conexões efetuadas com os recobrimentos (capas), vistos anteriormente.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
86

Figura 48 - Fly-tap com espaçadores verticais


Fonte: SENAI - SP (2014)

A instalação dos cabos e padrões das estruturas spacer


cables ou rede compacta em AT segue padrões aplicados
FIQUE pelas concessionárias distribuidoras de energia elétrica.
ALERTA Assim sendo, você pode constatar que, para realização de
atividades em fly-tap, devem ser utilizados veículos com
cesto aéreo ou veículos com escada fixa giratória.

A construção de redes compactas ou spacer cable tem sido amplamente uti-


lizada em muitas cidades, em substituição à rede convencional existente com
cruzetas; porém, exige-se treinamento específico, pois, esse tipo de construção
possui particularidades como distanciamento das ferragens no poste, tipos de
ferragens, equipamentos, ferramentas, EPIs e EPCs a serem selecionados e sepa-
rados antes de sua montagem.
Por se tratar de cabos recobertos com isolação, eles devem ser lançados com
a utilização de bobinas e cavaletes, da mesma forma que os cabos convencionais,
porém, tomando-se as precauções para não ferir a isolação.

4.9 LANÇAMENTO E TRACIONAMENTO DE CABOS

Em se tratando de cabos com isolação, devem ser tomadas todas as precau-


ções durante a execução do serviço de lançamento e tracionamento. Deve-se,
também, evitar que o cabo entre em contato com o solo e com outros elementos
que possam ferir ou arranhar a cobertura do cabo.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
87

Veja na figura 49 um equipamento que é utilizado para acondicionamento das


bobinas dos cabos.

Figura 49 - Carreta para acondicionamento das bobinas dos cabos


Fonte: SENAI - SP (2014)

Os cabos nus, como, por exemplo, os de alumínio, são acondicionados em bobi-


nas e, para facilitar o trabalho de lançamento, são utilizados cavaletes. Na figura 50,
é possível identificar o calavete utilizado para esta finalidade.

Figura 50 - Suporte ou cavalete para bobina


SENAI - SP (2014)
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
88

Ao realizar trabalhos com cabos, deve-se tomar um cuidado especial para que
eles não se arrastem ao chão, pois, uma vez que são feitos com alumínio, esse ma-
terial os torna macio, principalmente os cabos nus. Assim sendo, eles podem ser
danificados no atrito com materiais mais resistentes.
Dessa forma, quando houver a necessidade de passar cabos de alumínio nu,
com ou sem alma de aço, sobre cercas metálicas ou em lugares que possam feri-los,
devem ser colocados sacos de aniagem ou tábuas macias, conforme figura 51.

Figura 51 - Apoio do cabo com sacos de aniagem ou tábuas macias


Fonte: SENAI - SP (2014)

O lançamento dos cabos é feito pós-instalação, nas extremidades dos condu-


tores da camisa de aço e da luva giratória, para evitar a torção dos cabos no lança-
mento. Observe este procedimento na figura 52.

Figura 52 - Camisa de aço e luva giratória para cabos


SENAI - SP (2014)

A camisa de puxamento é confeccionada em cordoalha de aço e, conforme é


aplicada força em sua alça, seu corpo tende a se comprimir e prensar o cabo. Essa
camisa é, principalmente, utilizada no puxamento de cabos para prendê-los ao
cabo de tração, normalmente de aço ou cordas, o qual faz o tracionamento do
conjunto de cabos.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
89

Para fazer o tracionamento desses cabos sobre as cruzetas, devemos utilizar car-
retilhas chamadas de bandolas. Elas devem ser parafusadas sobre a cruzeta, próximo
ao isolador, no qual o cabo será instalado, pois, assim as carretilhas irão impedir que o
cabo raspe nas cruzetas e nos pinos de isoladores. Além disso, as carretilhas facilitam
o puxamento, uma vez que, por meio delas, o cabo pode correr mais livremente.

Figura 53 - Bandola ou carretilha


Fonte: SENAI - SP (2014)

A passagem do condutor pela carretilha é feita com a ajuda de uma corda de


sisal ou nylon ou cabo de aço que são passados pela carretilha, servindo de guia
para o condutor. Estando a corda na carretilha, amarra-se a camisa de aço na pon-
ta do condutor para fazer o puxamento.
É importante que todos os tentos do cabo fiquem amarrados, pois, soltos, eles
podem ser danificados quando o cabo for puxado.

Na instalação dos cabos de alumínio nu com alma de aço


– CA é necessária a realização do procedimento de pré-
VOCÊ tensão3. Isto é feito para que haja a acomodação dos tentos
SABIA? dos cabos, sendo que a pré-tensão é realizada apenas em
cabos sem alma de aço e é aplicada com o cabo ainda
sobre as carretilhas ou bandolas.

Depois de efetuados o lançamento e o tracionamento, ocorrem forças que são


chamadas de tensão de instalação, que é a tensão aplicada na construção da rede.
Na aplicação da tensão de instalação é exercida a maior força que o condutor
vai fazer, em cada lado do isolador, depois de instalado. Assim, é necessário aplicar
corretamente a tensão de instalação, para que a força seja distribuída igualmente
em todos os isoladores. Se essa força não for igual, haverá uma tensão de instalação
maior ou menor do que a necessária.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
90

3
PRÉ-TENSÃO: Quando a tensão for maior, os cabos ficarão esticados, isto é, eles terão uma flecha
(barriga ou bamba) menor e não poderão se contrair (diminuir) mais, podendo haver
Pré-tensão é entendida
como sendo a máxima arrancamento de pinos nas cruzetas, quebra de isoladores ou até mesmo rompimen-
tensão ou força que pode
ser usada para esticar ou
to dos cabos.
tracionar um cabo. Esta força
é aplicada para acomodar Se eles se dilatarem, isto é, aumentarem, quando a temperatura estiver mais alta,
os tentos do cabo, sem que a flecha ficará muito grande. Quando acontece de ficar muito grande, há maior pos-
ele se danifique ou que haja
um escoamento (também sibilidade de um condutor encostar-se ao outro e ocorrer um curto-circuito. Veja
chamado de tensão de
cedência ou tensão de
exemplo de flecha na figura 54.
escoamento, é a tensão
máxima que os cabos
suportam ainda no regime
elástico de deformação
normal). Flecha (bamba)

Figura 54 - Flecha do cabo em vão básico


Fonte: SENAI - SP (2014)

A tensão deve, portanto, ser aplicada em todos os tipos de condutores – alumí-


nio nu, semi-isolados e com alma de aço, e em todas as fases e neutro.

CASOS E RELATOS

Imperícia causa atraso na execução de serviços de expansão da rede.


Um eletricista de uma empresa prestadora de serviços para concessionária
de energia ficou encarregado de efetuar o tracionamento dos condutores
de um determinado trecho, onde as equipes ou turmas estavam instalando
cabos de alumínio, para acréscimo de rede primária. Neste trecho, as estru-
turas estavam em linha e curva.
Ao efetuar o tracionamento, o eletricista cometeu um erro, tracionando e
deixando o cabo muito esticado (tensionamento excessivo), os condutores
foram ancorados nos isoladores e amarrados. Nos trechos em que os con-
dutores estavam em curva, a força de tensionamento era suficiente para
arrancar o isolador do pino.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
91

Após 15 minutos da instalação, os três isoladores foram arrancados dos pi-


nos de sustentação, fazendo com que a equipe tivesse que retomar todos
os serviços, gerando mais trabalho, pois um membro da equipe não soube
realizar as tarefas devidamente.
Felizmente, o circuito estava desligado e, por isso, não houve um curto-
circuito na rede. Porém, se houvesse a possibilidade de ter ocorrido isso, em
apenas uma das fases, com a rede energizada, haveria o desligamento na
rede de distribuição, pois o curto-circuito ocorreria na linha.

Este caso nos leva a concluir que, antes de aplicar a tensão de instalação, é
fundamental verificar a bitola do condutor e medir o vão básico e a temperatura
no momento da instalação.
Então, para identificar a temperatura no momento da instalação, a equipe de
construção deve utilizar um termômetro e, de posse dos valores medidos, deve
consultar tabelas para identificar o valor da tensão de instalação do cabo.
Veja um exemplo de tabela, contendo os dados para a instalação de conduto-
res de alumínio.

Tabela 11 - Tensão de instalação para cabos de alumínio de 1/0 AWG


VÃO BÁSICO DE
TEMPERATURA
40 M 50 M 60 M
15ºC 136 kg 141 kg 150 kg
20ºC 110 kg 119 kg 129 kg
25ºC 91 kg 101 kg 112 kg
30ºC 76 kg 87 kg 98 kg
35ºC 65 kg 77 kg 87 kg
40ºC 58 kg 69 kg 79 kg
45ºC 53 kg 63 kg 73 kg
Fonte: Manual AES Eletropaulo

Observe, na tabela 11, que o valor de tracionamento dos cabos apresenta va-
riação de acordo com o valor do vão básico e da temperatura ambiente.
A tensão de instalação em redes primárias pode ser aplicada de duas maneiras:
a) utilizando um dinamômetro (estudado no capítulo 3 deste livro);
b) medindo as flechas.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
92

4.10 ACESSÓRIOS E FIXAÇÕES

Vamos abordar agora alguns materiais que compõem as redes distribuidoras e


que são utilizados para facilitar a conexão ou a fixação dos condutores de energia
elétrica. Dentre eles podemos citar: conector tipo cunha e conector estribo.

4.10.1 CONECTOR TIPO CUNHA

Este modelo de conector é utilizado em derivações com ou sem alterações de


bitolas e deve ser aplicado com as ferramentas adequadas à sua instalação. Para
sua correta utilização devem ser consultadas as tabelas que definem a ferramenta
de compressão para instalação e retirada, utilizada em conectores de porte médio
e grande. Já para instalação e retirada dos conectores de pequeno porte, utiliza-se
alicate bomba d’água.

Figura 55 - Conector tipo cunha - Componente C


Fonte: SENAI - SP (2014)

Vamos conhecer alguns detalhes deste conector:


a) identificação: está gravada de forma visível no corpo do material, a marca
do fabricante, o tipo de cartucho no corpo C, o tipo do conector (na cunha)
e o tipo do conector e cor do cartucho (na embalagem);
b) material: é confeccionado em liga de cobre estanhado;
c) componentes: possui componente C com janela de inspeção e compo-
nente cunha.
Na figura 56 são apresentados os efeitos internos no conector, quando aplica-
do nos condutores elétricos.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
93

Condutor principal Condutor de derivação

Efeito mola do “C” Efeito mola do “C”

Efeito mola da cunha

Figura 56 - Efeito interno ao conector cunha


Fonte: SENAI - SP (2014)

4.10.2 CONECTOR ESTRIBO

O conector estribo é utilizado em cabos de alumínio ou cobre para efetuar


uma rápida conexão ou desconexão em redes primárias e secundárias.

Figura 57 - Conector estribo com engate rápido


Fonte: SENAI - SP (2014)

Veja a seguir algumas de suas características:


a) material: é confeccionado em material bimetálico;
b) identificação: no corpo do conector, estão gravados o nome do fabricante
e a bitola do condutor;
c) aplicação: é aplicado em cabos de cobre ou alumínio, com bastão de
manobra (mão de robô), conforme a bitola dos condutores.
É possível realizar, no final da rede secundária, ligações para consumidores,
efetuando-se uma instalação de estribo, com conector tipo cunha, como apre-
sentado na figura 58.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
94

Figura 58 - Conector estribo instalado em fim de rede


Fonte: SENAI - SP (2014)

4.10.3 AMARRAÇÕES DOS CONDUTORES

Para realizar as amarrações em cabos, podemos utilizar:


a) fios de alumínio para amarração;
b) laço pré-formado de roldana, de topo, duplo lateral;
c) alça pré-formada de distribuição, de estai e de serviço;
d) fita de alumínio.
Veja alguns exemplos de amarrações utilizadas em rede secundária de energia:

Figura 59 - Comprimento do fio de amarração x bitola do condutor


Fonte: SENAI - SP (2014)
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
95

Figura 60 - Laço pré-formado em isolador tipo roldana


Fonte: SENAI - SP (2014)

Figura 61 - Alça pré-formada para condutor de alumínio


Fonte: SENAI - SP (2014)

As amarrações em cruzamentos de via públicas devem ser efetuadas com fio


de alumínio, bem como as conexões destas derivações, respeitando-se as bito-
las dos condutores padronizados pelas concessionárias de energia elétrica. Veja
exemplos de amarrações em cruzamentos, nas ilustrações a seguir:
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
96

5 voltas com
fio de amarração
40

40
conetor cunha
derivação

Com seccionamento no meio do vão

isolador castanha 10 alça pré-formada


para condutor de
alumínio

5 voltas com 40
fio de amarração

Figura 62 - Amarrações em cruzamentos


Fonte: SENAI - SP (2014)
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
97

4.11 ATERRAMENTO DEFINITIVO

Um dos pontos mais importantes de um trabalho, seja ele em baixa, média ou


alta tensão, é sua ligação a terra, que tem por objetivo aumentar a segurança da
vida e da propriedade, bem como garantir a continuidade e a qualidade do forne-
cimento de energia elétrica. Para que você possa conhecer um pouco mais sobre
este assunto, vamos explicar alguns termos utilizados para aterramentos.
a) Sistema de aterramento: é o nome dado ao conjunto de condutores,
haste e conexões interligados.
b) Resistência de aterramento: é a resistência oferecida à passagem de cor-
rente elétrica, quando é aplicada uma tensão ao sistema. O valor dessa re-
sistência pode ser obtido com a utilização de instrumento específico para
medição de linha terra, o terrômetro.
c) Condutor de aterramento: é o condutor que interliga as hastes cravadas
no solo ao neutro geral.
d) Tensão de contato: é a tensão pela qual o corpo pode estar sujeito após
o contato com carcaças de equipamentos ou estruturas metálicas, normal-
mente sujeitas a diferenças de potenciais.
e) Tensão de passo: é a tensão aplicada entre os pés de uma pessoa em
relação à distância de um passo. Ela pode ser resultado de uma tensão de
contato com uma instalação a terra, durante seu funcionamento.
O sistema de aterramento tem por finalidade:
a) proporcionar baixa resistência de aterramento;
b) manter valores de tensões entre terra e carcaça de equipamentos, estru-
turas metálicas e o próprio sistema, a níveis compatíveis com a segurança
pessoal, na hipótese de eles serem acidentalmente energizados;
c) proporcionar um caminho de escoamento para terra das descargas atmos-
féricas e sobre tensões, devido a manobras nos equipamentos;
d) permitir, aos equipamentos de proteção, o escoamento rápido das descar-
gas para terra, isolando as falhas;
e) garantir ao sistema, valores determinados de tensões fase-terra, fixando a
tensão de isolação.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
98

Este sistema tem como características:


a) baixa resistência elétrica;
b) alta capacidade de condução de corrente elétrica para escoamento dessa
corrente;
c) resistência de aterramento praticamente invariável;
d) deve possuir materiais resistentes à corrosão.
As ligações a terra devem ser construídas conforme os critérios e padrões
adotados pela concessionária distribuidora de energia elétrica. As quantidades
de hastes a serem instaladas por ponto obedecerá à especificação técnica para
obtenção do valor ôhmico, estipulado em normas.
O sistema de aterramento deve ser construído:
a) junto aos postes equipados com sistema de para-raios;
b) em estações transformadoras, inclusive as de iluminação pública;
c) em bancos de capacitores;
d) nos reguladores de tensão com religadores automáticos;
e) em postes adjacentes à estação transformadoras;
f) em postes com pontos finais de circuitos secundários, com exceção de locali-
dades, cuja distribuição secundária é feita sem condutor neutro (220 V - 3 fases);
g) em postes equipados com terminais de muflas de cabos subterrâneos.

Na execução de serviços realizados nas proximidades


de subestações, de terminais primários, de cabos
subterrâneos ou de cabos de comunicações, você
FIQUE deve trabalhar com cautela para evitar danos nesses
ALERTA equipamentos. Em caso de dúvidas, solicite a presença de
um técnico de fiscalização dos órgãos competentes, como
por exemplo, de redes de telecomunicações, de água, de
esgoto ou de gás.

Na figura 63, você pode identificar um exemplo de aterramento definitivo


instalado nas proximidades de um poste circular de concreto. Observe que o
aterramento é composto por hastes, cabos e conectores.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
99

Ao para-raios

Cabo de cobre nú

Conector de pressão

Neutro

Conector cunha
7375 (poste 10,5 m)
7425 (poste 12 m)

Cabo de cobre nú
7070

100 (mínimo)

Conector de pressão
500

Conector haste cabo

Haste cobreada
5/8” x 2,40 m
2500 (mínimo) 1300 1300 2500 (mínimo)
(mínimo) (mínimo)

Figura 63 - Aterramento em postes de concreto circular


Fonte: SENAI - SP (2014)

Ainda tendo como referência a figura 63, observe que as distâncias estão re-
ferenciadas em milímetros, e, é assim que elas devem ser mantidas, pois as dis-
tâncias das hastes não devem ser menores do que as especificadas, conforme a
distribuidora.
Nas instalações, as conexões devem estar bem firmes para evitar mau contato,
pois se isso ocorrer elas podem sofrer aquecimentos ou rupturas.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
100

Neste tipo de atividade, você deverá abrir valetas ou buracos, porém, nunca
os deixe abertos nas vias públicas. Os entulhos provenientes dessas aberturas de-
vem ser removidos para evitar multas e acidentes com terceiros.
Nas áreas rurais, com suprimento de energia elétrica por meio de redes
aéreas de distribuição e classes de tensão entre 15 e 35 kV, são necessários os
aterramentos de cercas e porteiras metálicas, que seguem a padronização da
concessionária local.
Em locais próximos de aterramentos de cercas e de estação transforamadora (ET),
o aterramento deve ser realizado de acordo com o exemplo apresentado na figura 64.

ET

Malha de terra da ET

X>3m

Cerca próxima ao posto Seccionador Ponto mais próximo entre a


de transformação isolador cerca e a malha de terra

10
m

Seccionador
10 m isolador

Aterramento

Figura 64 - Aterramento de cerca e ET


Fonte: SENAI -SP (2014)

Uma vez construído o sistema de aterramento, é necessário que seja feita a


medição da resistência de terra. Para tanto, utilizamos o terrômetro, que é o ins-
trumento destinado, basicamente, a medições de resistências elétricas de ater-
ramento. Os terrômetros podem ser analógicos ou digitais. Veja na figura 65 um
exemplo de um desses instrumentos do tipo analógico e suas ligações.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
101

EC ET EX

20 30 40 50 60 70 80 9010
0 10 0

0 5 10 20 30
Vcc

Estado das Pilhas

PILHAS
VOLTS
10
100
1000

LIGA

Figura 65 - Terrômetro analógico


Fonte: SENAI - SP (2014)

Este instrumento apresenta pontos de conexão na sua parte superior, cujas


funções são assim representadas:
a) EX ⇒ Ponto de terra que se deseja medir;
b) ET ⇒ Estaca de tensão;
c) EC ⇒ Estaca de corrente.
Este exemplo de aparelho é alimentado por nove pilhas de 1,5 volts cada, to-
talizando 13,5 volts, e é muito importante que, ao utilizá-lo, você faça o teste para
constatar se as pilhas estão em bom estado.
Para isso, deve-se pressionar o botão das “PILHAS” e em seguida o de pulsa-
dor “LIGA”. O ponteiro se posicionará na faixa verde do indicador de estado das
pilhas, existente no visor do aparelho, se estas estiverem carregadas, ou na faixa
vermelha se estivem descarregadas, devendo, nesse caso, ser substituídas.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
102

0 10
20 30 40 50 60 70 80 9010
0
Ponteiro na 0 10
20 30 40 50 60 70 80 9010
0
Ponteiro na
faixa verde faixa vermelha
Vcc Vcc
pilhas carregadas pilhas
Estado das Pilhas Estado das Pilhas
descarregadas

Botão de pilhas Botão de pilhas


PILHAS PILHAS
VOLTS
acionado VOLTS acionado
LIGADO 10 LIGADO 10
100 100
1000 1000
TERRÔMETRO TERRÔMETRO

Figura 66 - Terrômetro analógico – teste das pilhas


Fonte: SENAI - SP (2014)

Para efetivamente realizar a medição da resistência elétrica de aterramento,


você deve, inicialmente, com auxílio de uma chave de fenda, ajustar o ponteiro
do instrumento em zero ohm.

EC ET EX

Ponteiro na posição “0”


20 30 40 50 60 70 80 9010
0 10 0 aparelho calibrado
0 5 10 20 30
Vcc

Estado das Pilhas


Parafuso de ajuste

PILHAS
VOLTS
10
100
1000

LIGA

Figura 67 - Terrômetro analógico – ajuste do ponteiro em zero ohm


Fonte: SENAI - SP (2014)
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
103

Após estas verificações, iniciam-se os procedimentos de instalação das estacas


auxiliadoras, ou estacas que servirão de referência para o instrumento efetuar a
medição. Então, você deve cravar no solo as duas estacas, a de tensão (ET) e a de
corrente (EC) que acompanham o instrumento. O ponto de conexão (EX) deve ser
conectado na haste do sistema de aterramento em que será efetuada a medição.
Veja, na figura 68 a seguir, um esquema exemplificando a medição da resistência
elétrica do sistema de aterramento.

D1

EC ET EX

D2
20 30 40 50 60 70 80 9010
0 10 0

0 5 10 20 30
Vcc

Estado das Pilhas ET EC

EX

PILHAS
VOLTS
LIGADO 10
100
1000
TERRÔMETRO
LIGA

Figura 68 - Terrômetro analógico – medição de resistência elétrica do aterramento


Fonte: SENAI - SP (2014)

Na figura acima, D1 e D2 referem-se às distâncias que as hastes auxiliares de-


vem ser cravadas no solo, e você deve consultar o manual do fabricante, pois es-
sas distâncias podem variar em função das características do instrumento.
Continuando a verificação, você deve desconectar a tomada de terra do neu-
tro geral. Veja na figura 69 um exemplo de terrometro digital, e a forma na qual
o instrumento fica conectado no sistema de aterramento ao efetuar a referida
medição.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
104

Tomada de terra desligada do neutro geral


Pára-raios e
equipamentos
Terrômetro e suas
ligações

EX

ET EC

Ω
Leitura
digital

D1
D2

Figura 69 - Ligação com terrômetro digital


Fonte: SENAI - SP (2014)

Muito bem, até aqui você aprendeu como implantar um poste e equipá-lo
com estruturas primárias ou secundárias, instalando transformadores, fazendo o
lançamento, o tracionamento e a fixação dos condutores, e ainda realizando a
instalação do aterramento definitivo. Agora é o momento de voltar as atenções
para a qualidade desses serviços, ou seja, na forma pela qual é realizada a vistoria
para a sua aceitação ou não.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
105

4.12 CONTROLE DE QUALIDADE DO SERVIÇO EXECUTADO

O controle de qualidade do serviço executado pode ser feito por meio de um


formulário, verificando item a item os parâmetros referentes aos padrões técnicos
exigidos pela concessionária. No Anexo I desse livro, você encontra um modelo
para referenciar essa atividade, no qual é possível identificar quais os parâmetros
que devem ser considerados em relação aos componentes de instalação:
a) nos postes: locação, prumo, alinhamento, engastamento, e sua respectiva
numeração;
b) nas cruzetas: posicionamento, nivelamento, alinhamento e esquadro;
c) nos condutores: tensionamento, amarrações e conexões;
d) nos isoladores: posicionamento e fixação;
e) nos estaiamentos: posicionamento (cotas, angulação) e tensionamento;
f) nas ferragens: localização, fixação, simetria, nivelamento, prumo e esquadro;
g) nos transformadores: fixação, nivelamento, prumo, simetria e esquadro;
h) nos para-raios: posição na cruzeta, classe de tensão, ferragens de susten-
tação, fixação e ligação a terra.
MONTAGEM E INSTALAÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO
106

RECAPITULANDO

Neste capítulo, vimos como fazer a instalação de diferentes tipos de postes e os


engastamentos necessários para situações variadas, envolvendo tipos de solos
e outras condições físicas especiais. Estudamos também sobre a necessidade
de fazer estaiamentos para assegurar a firmeza da instalação dos postes.
Vimos também que, no trabalho em altura, são exigidos do trabalhador ele-
vado grau de responsabilidade, concentração e atenção permanentes e que
cada passo deve ser considerado de modo a evitar erro humano ou incidente,
relacionados com equipamentos ou com o ambiente de trabalho. Todos os
fatores de risco devem ser eliminados ou, na pior das hipóteses, minimizados.
Estudamos que as cordas são ferramentas de grande utilidade para o ele-
tricista de RDA, pois na maioria das vezes ele estará posicionado a alguns
metros acima do solo, o que exigirá o uso desse material de trabalho.
Assim sendo, para sua segurança, o profissional deve ter habilidade de re-
alizar os diferentes tipos de nós, sabendo identificar em quais situações eles
serão utilizados, uma vez que as cordas estarão presentes na maior dos tra-
balhos realizados pelo profissional de rede de distribuição.
Identificamos, ainda, os detalhes construtivos de montagens de estruturas
primárias e secundárias das RDAs equipadas ou não com transformadores,
bem como a diversidade de redes encontradas em todo território nacional,
por vezes constituída por cabo pré-reunido ou spacer cable.
Vimos detalhes da tarefa de lançamento, tracionamento e fixação de con-
dutores, identificando as ferramentas e materiais necessários para execução
desses serviços.
Aprendemos as técnicas de montagem e instalação de aterramento defini-
tivo, ou ligação a terra, que tem por objetivo aumentar a segurança da vida
e da propriedade, bem como garantir a continuidade e a qualidade do for-
necimento de energia elétrica.
Estudamos, também, a metodologia utilizada para a medição da resistência
elétrica do sistema de aterramento.
E, por fim, apresentamos as técnicas de avaliação dos serviços executados,
consolidando a atividade de controle da qualidade desses serviços.
Com este capítulo, encerram-se os estudos deste livro, porém, vamos seguir
em frente, rumo a novos conhecimentos.
4 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO DE REDES
107

Anotações:
REFERÊNCIAS

COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA – COPEL, Manual de Instruções Técnicas, 1999.


REDE ENERGIA, Engastamento de Poste, Contraposte e Estai de Âncora – Montagem de Rede de
Distribuição Aérea Primária – NTD 003 705, 2010.
CENTRAIS ELÉTRICAS DO PARÁ S/A - CELPA. Manual de Construção e Manutenção de Redes de
Distribuição Aérea – Centrais Elétricas do Pará – CELPA, 2011.
COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ – CPFL. Manual de Construção e Manutenção de Redes
de Distribuição Aérea, 2011.
AES ELETROPAULO S/A. Manual de Construção e Manutenção de Redes de Distribuição Aérea, 2011.
AES ELETROPAULO S/A. PD-4.001 – Padrão Técnico da Distribuição em Redes de Distribuição
Aérea Urbana – 15 kV Aérea, 2006.
BRASIL. NBR-15688 – Redes de distribuição aérea de energia elétrica com condutores nus. Esta
versão corrigida da ABNT NBR-15688:2012 incorpora a Errata 1, de 16.04.2013.
BRASIL. NBR-15230 – Rede de distribuição de energia elétrica – Compartilhamento de
infraestrutura com redes de telecomunicações. Esta versão corrigida da ABNT NBR- 15214:2005
incorpora a Errata 1, de 11.12.2006. Confirmada em 06.01.2011.
MINICURRÍCULO DO AUTOR

ADILSON SANTO CRIVELLARO


Adilson Santo Crivellaro é engenheiro eletricista, pós-graduado em Administração de Empresas e
Engenharia de Segurança no Trabalho, especialista em Treinamentos na área de Energia. Atua desde
1994 como instrutor do SENAI SP, em treinamentos sobre Redes de Distribuição Aérea (RDAs) de
energia elétrica em circuitos energizados da classe 15 kV e em circuitos desenergizados. Tais treina-
mentos foram direcionados à capacitação de profissionais de empresas prestadoras de serviços e das
concessionárias de energia elétrica de São Paulo: AES Eletropaulo, Bandeirante Energia, CPFL, EDP.
Em 2002, participou do projeto Energia Brasil, do SENAI DN, que teve foco na eficiência energética e
no empreendedorismo. É membro do Comitê de Energia e Eficiência Energética do Setor Elétrico do
SENAI SP e do Comitê de Desenvolvimento do Curso de Aprendizagem Industrial (CAI) – Eletricistas
de Redes de Energia do Sindicato das Concessionárias de Energia Elétrica do Estado de São Paulo,
representado pelo SINDI Energia. Atualmente, é conteudista do curso de qualificação profissional de
Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Elétrica do Programa Nacional de Oferta de Educação
Profissional a Distância (PN-EAD) do SENAI DN.
ÍNDICE

A
Ancoragem 34, 59, 62, 63, 66, 67, 69, 76, 83

C
Contraposte 58

L
Limite de escoamento 90
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO

Walter Vicioni Gonçalves


Diretor Regional

Ricardo Figueiredo Terra


Diretor Técnico

João Ricardo Santa Rosa


Gerente de Educação

Marta Dias Teixeira


Supervisão de Meios Educacionais

Henrique Tavares de Oliveira Filho


Silvio Geraldo Furlani Audi
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros

Adilson Santo Crivellaro


Elaboração

Paulo Mack
Revisão Técnica

Maria Isabel Porazza Mendes


Design Educacional

José Joaquim Pecegueiro


Juliana Rumi Fujishima
Ilustrações

José Joaquim Pecegueiro


Juliana Rumi Fujishima
Tratamento de imagens

SENAI - SP
Editoração

Margarida Maria Scavone Ferrari


Revisão Ortográfica e Gramatical
i2 Design
José Joaquim Pecegueiro
Diagramação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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