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Educação Não Formal e o Educador Social
Educação Não Formal e o Educador Social
Educação Não Formal e o Educador Social
Gohn ( 2010) afirma que há uma diferença entre educação formal, educação não formal
e educação informal.
A autora traz elementos como agentes de educação, mediador, local,
Gohn (2010) diz que é muito comum definir a educação não formal pelo que ela
não é e não pelo o que ela é, pelo que ela faz. Gohn cita Janela ( 1989 e 2006) ao
mencionar que a educação não formal se configura como uma educação não escolar e
nem por isso deve ser compreendida como negativa, como contraditória, opositiva. A
educação não formal segundo Cortella ( 2006,2007), deveria ser complementar a
educação formal e outros autores traz a concepção de que o foco da a educação não
escolar é os alunos.
Alguns teóricos utilizam o termo educação extraescolar para configurar a
educação não formal que se institui além dos muros da escola, em locais geográficos
que não sejam a escola.
Brennan ( 1997) utiliza a educação não formal como sinônimo de educação alternativa
para àqueles que possuem dificuldades de lidar com as regras escolares formais, os
denominados “rebeldes, insubordinados” ( p. 18). Esse autor cita a educação não formal
atrelada a cultura dos aprendizes, a determinado meio como o Projeto Escola da Família
no meio rural e outra ideia de suprir, complementar o que a educação escolar e formal
não consegue atender, como se fosse um “tapa buraco”.
No Brasil, a educação não formal esteve atrelada à Educação de Jovens e Adolescentes (
EJA), tanto no processo de alfabetização empregado por Paulo Freire como pela própria
Unesco, após a Segunda Guerra Mundial. Assim, a educação não formal era exercida
em ambientes como associações, centros comunitários, sindicatos e outros que
contemplasse o conteúdo escolar.
Alguns pesquisadores trazem a educação popular como sinônimo da educação
não formal, embora Gohn discorde em decorrência do recorte social estabelecido pela
Educação Popular.
Alguns autores como Pérez, utilizam o conceito de educação social para representar a
sistematização das práticas educativas empregadas em espaços como circo, teatro,
processos de formação para o trabalho, representações em espaços não formais.
Outro termo apontado por Gohn para caracterizar a educação social é educação
comunitária para contemplar pessoas em vulnerabilidade social ou algum tipo de
exclusão. A autora afirma que “A psicologia social tem grande ênfase nessa
abordagem, pois parte-se do pressuposto de que a aprendizagem de novos valores
altera personalidades e comportamentos sociais, viabilizando processos de mudança
social” ( p. 21)
Gonh (2010) cita Groppo ( 2006) ao enunciar que a educação não formal pode ser
considerada como Educação Sociocomunitária, a qual está articulada entre princípios de
uma educação focada no capital, processos de políticas públicas e utopias e
possibilidades, cujas características são societais, sociais.
O termo Educação Permanente ou Educação para a Vida possui pontos em comum com
a educação não formal, porém, ocorre uma dissonância porque a educação não formal
objetiva promover a autonomia e emancipação das pessoas . Educação Continuada é
utilizada na conotemporaneidade para retratar a qualifição profissional. Interessante que
ambos os termos são utilizados no SUAS.
Na página 24, Gohn diz que não podemos confundir educação não formal com educação
religiosa, pois com o desenvolvimento de vários projetos sociais em instituições
religiosas, pode ser confudida. A educação não formal enfatiza a educação cidadã.
Gohn defende que há uma carência de metodologias na educação não formal; uma
formação específica de educadores de acordo com sua área de atuação, uma
sistematização de acompanhamento de egressos. Os conteúdos aplicados e
desenvolvidos na educação não formal não são dados a priori, são evidenciados e
construídos no processo, são dinâmicos, dependendo da motivação das pessoas, do
campo simbólico. Ela diz que é importante a sistematização de metodologias, mesmo
que provisórias.
A autora ainda afirma sobre a importância de se atentar para o papel do profissional que
atua com essas metodologias, mesmo que provisórias, pois eles mediam as ações de
aprendizagem a partir de ideologias, visões de mundo, estabelecendo diálogos, conflitos
e ações solidárias no processo de educação social. “ O seu trabalho tem princípios,
métodos e metodologias de trabalho” ( p. 37)
A educação não formal é uma área carente de pesquisa científica. Muitos trabalhos são
realizados para cumprimento de protocolos metodológicos e os pesquisadores
reproduzem o discurso dos entrevistados a partir de uma lógica mercadológica que
compreende a educação como uma forma de inserção no mercado de trabalho. Há
muitos trabalhos de ONGs caritativas que atuam nessa área.
O Educador Social possui como atribuição exercer o papel “ativo, propositivo e
interativo” ( p.37) . Possui a função a partir do diálogo de instigar, provocar, mobilizar
determinado grupo a compreender o contexto no qual ele está inserido através de várias
linguagens ( escrita, gestual, falada, simbólica, gráfica). Compreendemos assim, que a
música, o teatro, a dança, podem representar a educação em diversos contextos e serem
o gatilho para as pessoas que participam dessa educação desenvolverem a autonomia e
cidadania.
A este respeito, Gohn diz:
“Seguindo a pedagogia de Paulo Freire, haveria três fases bem distintas na construção
do trabalho do Educador Social, a saber: a elaboração do diagnóstico do problema e
suas necessidades, a elaboração preliminar da proposta de trabalho propriamente dita e
o desenvolvimento e complementação do processo de participação de um grupo ou toda
a comunidade de um dado território, na implementação da proposta. “ (p. 37- 38)