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Pano Da Costa - Gele - Ojá
Pano Da Costa - Gele - Ojá
Pano Da Costa - Gele - Ojá
O PANO DA COSTA
No Candomblé
Presença e distintivo do posicionamento feminino nas comunidades religiosas afro-
brasileiras, o pano-da-costa, não é apenas um complemento da indumentária da mulher; é
a marca do sentido religioso nas ações da mulher como iniciada ou dirigente dos terreiros,
aqui no Brasil, claro. Observemos a profunda conotação sócia religiosa desse simples
pedaço de tecido, que atua em tão diversificadas situações, desempenhando papéis dos
mais significativos e necessários para a sobrevivência dos rituais africanos. O pano-da-
costa é assim chamado por ter sido um tipo de tecido vindo da costa dos escravos, Costa
Mina, Costa do Ouro. O tecido original foi substituído por outros tipos de tecidos, o que não
diminui em nada as funções do pano-da-costa.
O pano-da-costa identifica a mulher feita, iniciada, aqui no Brasil, mesmo que ela não
esteja de roupa de santo completa. Mas na realidade, esse pano, protege as costas das
mulheres, e servem de “CARREGA BEBÊ”. Nada mais que isso. Aqui no Brasil acabou
virando indumentária religiosa. O que não é.
PANO DE CABEÇA
Usa-se Pano de Cabeça para cobrir o Ori, ( Centro na Cabeça),
por onde a energia do Orixá entra e concentra-se.
VESTIMENTAS FEMININAS
GÈLÈ
O fato de o Candomblé ter sido, no passado, mantido pelas mulheres, não obriga
aos homens usarem trajes femininos.
O que causa larga estranheza irônica para quem chega dos Territórios Africanos e vê
Eu acho essa troca desagradável, de homem usar gèlè (torso, ojá), pois causa um
aspecto transformista travestido aos homens.
Amarrando um Gèlé
Amarrar um Gèlé é uma forma de arte que requer prática, paciência e muitas vezes um
braço bem tonificado, mas uma vez amarrado, um Gèlé pode fazer qualquer mulher
aparentar um certa realeza, um ar de supremacia estética. É uma bela coroa de glória e
honra, e hoje eles vêm em cores surpreendentes, padrões e desenhos. Para eventos
glamourosos, como casamentos, aniversários, batismo, inaugurações ou até mesmo
funerais – aparência de uma mulher é muitas vezes considerada incompleta sem um.
Dentro do Candomblé eles quase que tem uma amarração padrão, porém, estou
começando a ver algumas Iyás usando de maneira mais glamourosa, sem deixar a
essência religiosa e respeitosa se perder.
Em tempos antigos, escravos homens usavam pano de cabeça simples para carregar
peso. Este pano era símbolo de escravidão. Porém, devemos lembrar que aqui falo do
pano de cabeça no que tange a Nigéria, pois em outras culturas, existem panos de
cabeça, mas para proteção contra o Sol, principalmente em zonas desérticas e muito
áridas.
O CAMISU E A BATA
- ÌYÁWÓ
MOKAN: Uso indispensável
IKAN: Uso Indispensável
DILOGUN: Uso Indispensável:
“LAÇINHO” e “GRAVATINHA” ACIMA DO PANO DE COSTAS: Uso
Indispensável
ROUPA DE SIRE: Até completar um ano de iniciada, deve-se dançar Sire de
branco;
- OGÁ (OGAN):
CALÇA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL JEANS, BERMUDA, ETC.)
CAMISA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL CAMISA DE CRIOULA – USO
EXCLUSIVO PARA MULHERES, também não se usa camiseta);
ÉKÉTÉ, CHAPÉU OU BOINA (NÃO É TOLERAVEL O USO PANO DE
CABEÇA – À exceção do recebimento de Asè, em Oro);
- EKEJI (EKEDE):
SAIA: Ekeji não usa saia com anáguas de baiana;
TOALHINHA: A cada dia é mais raro vermos uma Ekeji com uma toalhinha
para “enxugar” o Òrìsà.
SÀNGÓ: Não tolera roupas roxa ou preta, usa um saiote feito de tiras e não
uma saia;
- ÀSÈSÈ:
HOMENS: Calça, Camisa de Ração (brancos) e Ékété;
MULHERES: Saia de ração e camisa de crioula (brancas);
PROÍBIDO: Brilho, Bordados, Vazados e Roupas Coloridas;
- BATA:
QUEM PODE USAR: A utilização da bata é restrita as autoridades
femininas da Casa (autoridade máxima, Ìyálásè, Ìyákekère, Ìyámaye, etc. –
Se todas as Ègbón usarem batas, será impossível distinguir as autoridades);
CUMPRIMENTO: Bata é Bata e não vestido! Um ditado tradicional nos
Candomblés da Bahia diz: Quanto Maior a Bata, Maior a Ignorância da
Ègbón;
- PANO DE CABEÇAS:
QUEM PODE USAR: A utilização do Pano de
Cabeça é restrita às mulheres. O pano de
cabeça, poderá ainda ser utilizado por homens,
em obrigações internas em que o mesmo está
“recebendo asè, como por exemplo Bori”);
ABAS: As abas do Pano de Cabeça, estão
relacionadas ao Òrìsà da filha de Santo e a sua
idade de santo (se seu Òrìsà for Oboro –
masculino, você não poderá usar duas abas,
sendo que essa ficou para as filhas de santo, que possuem Òrìsàs Ayabas –
femininos);
ALTURA DO PANO: Deve-se ter discernimento ao usar o Pano de Cabeças.
O pano de Cabeças não é turbante com diversas voltas e de altura
desmedida; Seu pano de cabeça também não pode ser maior do que o da sua
Ìyálòrìsà;
PANO DE COSTAS:
QUEM PODE USAR: A utilização do Pano de Costas é restrita às mulheres.
UTILIZAÇÃO: O pano da costa deve ser colocado na altura dos seios
(somente as autoridades quando estão trajadas de Bata, podem usar o pano
na cintura);
USO TRASVERSAL DO PANO POR HOMENS: Indevido, à exceção das
festividades do Pilão e durante o Pilão de Òsògíyàn;
FIOS DE CONTA.:
AFRICANOS/CORAIS/PEDRAS: de uso exclusivo para autoridades do
Candomblé e as pessoas com obrigação de sete anos (obrigações arriadas);
BOLAS DE PLÁSTICO: Não pertencem ao Candomblé;
SAIAS:
QUEM USA: Uso restrito à mulheres (homem não usa saias, só seu Òrìsà se
for ayaba);
CUMPRIMENTO: A saia deve ser longa, cobrindo o calçolão (o uso de saieta
é cabível somente para Òrìsàs masculinos – em mulheres);
BRINCOS E PULSERIAS:
Ìyáwò de Òrìsà Oboro (Santo Masculino), não deve usar brincos e/ou
pulseiras.
Um (a) Ìyáwò aguardar a conclusão de suas obrigações, para a utilização de
determinadas vestes, não a coloca inferior à ninguém, muito pelo contrário,
mostra somente sua resignação por um determinado período, em obediência
às regras do Candomblé pelo seu Òrìsà. O cumprimento desses interditos,
confere ainda mais valor à obrigação de sete anos, em que a então ìyáwò,
poderá utilizar-se de outras indumentárias, estando desta forma, em outra
fase de sua missão religiosa (torando-se uma ègbón). No Candomblé, todos
os passos são galgados, assim como na vida, afinal, a criança não nasce
andando, existe um processo de aprendizagem. Uma mãe preservadora
resguarda sua filha das maquiagens até a idade certa, etc. Assim é o
Candomblé.
Um Ogá não pode se sentir desprezado por não se vestir como um
Babalòrìsà, ele sim, deve se sentir orgulhoso em pode estar preservando a
cultura dos antigos Ogá. Um Oga vestido como Ogá, é facilmente
identificado em meio a multidão. O mesmo se aplica aos Babalòrìsàs, que não
podem almejar as vestes femininas, pois nesse caso, ao invés de mostrar
poder e distinção, evidência sua falta de conhecimento sobre a liturgia de
cada elemento utilizado. Não temos a intenção de ditar regras, mas sim,
expor os costumes das casas de Candomblé, aprendidos ao longo de
gerações, divulgado e esclarecendo muitas pessoas que jamais foram
orientadas sobre como se vestir no Candomblé não cometeram tantos erros.