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Ficha Analise Filme Matrix

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Filosofia – 11ºano
FICHA DE ANÁLISE DE FILME
DURAÇÃO: 100 minutos
2 PÁGINA(S) Ensino Regular
FiF

Título: Matrix
Realização: Lana e Lilly Wachowski
Género: Ação/ Ficção Científica
Duração: 144’
Origem/Data: EUA (1999)

Começa por ler, atentamente, os dois documentos que se seguem.

Uma resposta possível ao ceticismo cartesiano seria a indiferença. E se eu estiver numa cuba, na Matrix, ou num qualquer
reality show como Truman – as minhas experiências nem por isso deixam de ser as mesmas – porque é que me havia de
preocupar com isso? Não é claro, no entanto, se alguém seria realmente capaz de ser indiferente ao facto de o mundo ser
uma espécie de ilusão, e uma atitude desse tipo seria ainda mais estranha vinda de um filósofo, isto é, de alguém que diz
procurar a sabedoria e a verdade. Há, contudo, três respostas menos evasivas a esta forma de ceticismo. Primeiro,
podemos aceitar que as nossas crenças empíricas não têm justificação e tentar viver à sombra desse ceticismo. Segundo,
podemos aceitar os argumentos céticos e dar uma explicação psicológica para o facto de sermos simplesmente incapazes
de aceitar as suas perturbantes conclusões. Terceiro, podemos refutar os argumentos de Descartes.
Dan O’Brien (2013). Introdução à teoria do conhecimento. Gradiva, p. 207.

Pergunta: «O filme A Matriz [Matrix, 1999] reproduz um mundo em que estamos todos ligados a um computador
gigantesco. Este computador envia sinais diretamente para os nossos cérebros, fazendo-nos acreditar que vivemos num
mundo perfeitamente normal. Estamos convencidos de que temos sensações correspondentes a edifícios de escritório,
discotecas e a todos os demais aspetos quotidianos da vida numa grande metrópole. No entanto, Neo cedo descobre que
o mundo real não tem nada que ver com as experiências mundanas que temos quando estamos ligados à matriz.
Este cenário – ou outro dentro da mesma linha – é possível? Os sinais sensoriais que interpretamos como sendo emitidos
pelo mundo não poderiam de facto estar a ser emitidos por, por exemplo, uma máquina? Pode provar-se que esta
possibilidade é falsa?»
Resposta de Matthew Silverstein: A maioria dos filósofos concorda que o cenário reproduzido em A Matriz é no mínimo
possível. Mas, se estamos a falar de possibilidades, a situação pode ser ainda mais alarmante do que a representada no
filme. Pelo menos no filme todos partilhamos da mesma alucinação coletiva. Ora, a verdade é que pode dar-se o caso de
o caro interlocutor ser a única pessoa ligada à matriz! Talvez nem sequer tenha um corpo completo e seja apenas um
cérebro a boiar numa cuba de nutrientes, ligado a um computador que lhe vai enviando sinais eletroquímicos.
Nas suas Meditações, Descartes considera uma possibilidade célebre, ainda mais radical: o mundo material ser, todo ele,
uma ilusão. O caro interlocutor poderia ser um espectro desencarnado que sonha que tem um corpo, ou um espírito
desencarnado que é ludibriado por um génio maligno e poderoso que o leva a acreditar que os objetos materiais existem.
Os filósofos têm por hábito discutir experiências mentais muito pouco plausíveis, como esta, para levantar questões sobre
a possibilidade de conhecimento. Se o conhecimento requer certeza absoluta, e se não podemos descartar a possibilidade

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Disciplina |Módulo– Ano|Turma
PÁGINA 2 de 2 dd|mm|201x

(por ínfima que seja) de que somos cérebros numa cuba, então não podemos saber nem sequer uma coisa tão elementar
como se temos ou não corpo. Se o conhecimento não requerer certeza, cenários como os de A Matriz apresentar-nos-ão,
ainda assim, todo um conjunto de problemas. Bem vistas as coisas, nem sequer é claro o que contaria como uma boa
razão para acreditar que não somos cérebros numa cuba!
Anthony George (Org.) (2008). Que Diria Sócrates. Gradiva, pp. 31-32.

Depois do visionamento do filme e da leitura dos dois excertos, responde às questões seguintes.

1. Há semelhanças entre Matrix e o argumento cético do cérebro numa cuba? E entre Matrix e o argumento do génio
maligno? Porquê?
2. Há diferenças entre Matrix e o argumento cético do cérebro numa cuba? E entre Matrix e o argumento do génio maligno?
Porquê?
3. Neo tem duas opções: tomar o comprimido azul ou tomar o comprimido vermelho. Qual o significado desta escolha? Por
qual das duas cápsulas o protagonista do filme opta? Porquê?
4. «Alguma vez tiveste a sensação de não saberes se estás acordado ou a sonhar?» pergunta Morpheus a Neo. Relaciona
a afirmação com o argumento do sonho.
5. Pode Neo, no fim do filme, de acordo com a perspetiva cética, rejeitar como falsa a hipótese de permanecer ligado à
matriz? Porquê?

Questões para Debate ou Ensaio filosófico


Podes afastar a hipótese de estares neste momento num cenário semelhante ao reproduzido em Matrix? O desafio cético
será invencível ou será possível responder aos argumentos céticos avançados por Descartes? Fundamenta a tua resposta
às questões propostas.

Como já referimos, no filme Matrix, o protagonista tem duas opções: tomar o comprimido azul e continuar na ignorância,
ou tomar o comprimido vermelho e enfrentar a realidade. Qual dos dois comprimidos escolherias tu? Porquê?

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