Aplicação Textual
Aplicação Textual
Aplicação Textual
APLICAÇÃO TEXTUAL
O texto;
Os sete princípios da textualidade: coesão, coerência, intencionalidade, aceitabilidade,
situacionalidade, informatividade e intertextualidade;
A coesão:
Coesão sequencial (conexão e justaposição);
Coesão gramatical (frásica, interfrásica, temporal e referencial (anáfora,
catáfora, elipse));
Coesão lexical (reiteração e substituição (sinonímia, antonímia, hiperonímia,
hiponímia));
A coerência (semântica, sintática, estilística, pragmática);
Regras de coerência (repetição, progressão, não-contradição, relação);
Língua (falada e escrita);
Marcadores conversacionais;
Variações de modalidade expressiva;
A Gramática;
Diferenças entre língua falada e língua escrita;
Registro inadequado;
Adequação vocabular;
Variação linguística;
Níveis de variação: fônico, morfológico, sintático e lexical;
Tipos de variação: diacrônica (histórica), diafásica (situacional), diatópica
(geográfica), diastrática (social); e
Exercícios.
O Texto
Um texto é uma unidade de sentido, por isso os elementos que o compõem (palavras,
orações, frases) devem estar harmonicamente relacionados. É preciso que o texto tenha
suficiência de dados e informatividade para que o leitor saiba interpretar as intenções do
emissor.
O texto precisa ter uma espécie de tessitura, isto é, uma rede de relações lógicas que
pode ser chamada de coesão e coerência. O texto ideal é a junção desses dois elementos.
A coesão textual é o elemento facilitador para a compreensão do texto, mas é a
coerência que lhe dá sentido. A coesão diz respeito à organização da superfície linguística, ao
encadeamento dos elementos linguísticos e, a coerência, refere-se ao conteúdo, ao
encadeamento das ideias, situações ou acontecimentos veiculados ao texto, ou seja, a coesão
A Textualidade
A textualidade é o conjunto de características que faz com que um texto seja um
texto, e não apenas uma sequência de frases. Em 1983, Beaugrande e Dressler selecionaram
sete características que podem ser encontradas no texto: coesão, coerência, intencionalidade,
aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade.
Os princípios de coerência e coesão são vistos como “unidade de sentido do texto”
(o texto precisa ser entendido pelo receptor como um todo de significação; os elementos do
texto se relacionam para formar uma ideia global) e “ligação das ideias do texto” (as palavras
1
O emissor é aquele que emite/codifica a mensagem.
2
O receptor é aquele que recebe/decodifica a mensagem.
3
O referente é o contexto, o conteúdo, a informação veiculada na mensagem. As atitudes e reações dos
comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a comunicação.
4
O canal é o meio pelo qual circula a mensagem.
5
A mensagem é a forma como ela é transmitida pelo emissor. Não é o conteúdo, mas como o emissor transmitiu
a informação.
6
O código é o conjunto de signos usados na transmissão e recepção da mensagem.
A COESÃO
Ao lado da coerência, a coesão corresponde ao emprego de determinados elementos
da língua que garantem a textualidade, ou seja, é responsável pela boa formação de um texto,
tornando-o compreensível.
Um texto não é construído apenas com uma palavra, pois ele precisará sempre de
outras palavras. E, para tecer um texto, é preciso “amarrar” uma palavra a outra, uma oração a
outra, uma ideia a outra. Ou seja, o texto precisa ser coeso e coerente.
Tinha todos os requisitos para ser um homem feliz. Mas vivia só e deprimido. –
relação de contrajunção (ou junção contrastiva).
Deve ter faltado energia por muito tempo, pois a geladeira está totalmente
descongelada. – relação de explicação.
João é um indivíduo perigoso. Portanto, fique longe dele. – relação de conclusão.
Muitos de nossos colegas estão no exterior. Pierre, por exemplo, está na França. –
relação de exemplificação.
B) Justaposição: A justaposição entre orações e períodos está, muitas vezes,
implícita, sem a interferência de conectivos. Quando o texto se organiza sem sequenciadores,
cabe ao leitor reconstruir, com base na sequência, os operadores discursivos que não estão
presentes na superfície textual. No lugar do conector, é colocado sinal de pontuação
(vírgula, ponto e vírgula, ponto, dois pontos).
Ex.: Preciso sair agora. Tenho uma reunião. (No lugar do ponto final, teríamos o
conector PORQUE, pois a segunda oração indica a causa da necessidade de sair “agora”.)
1.1) Frásica
1) Gramatical 1.2) Interfrásica
1.3) Temporal
1.4) Referencial
MECANISMOS DE COESÃO
2.1)Reiteração
2) Lexical
2.2)Substituição
Ex2.: Estou fazendo um livro para a editora, que me ocupa o dia todo.
Quanto à ordem dos vocábulos na oração, os deslocamentos de vocábulos ou
expressões dentro da oração podem levar a diferentes interpretações de um mesmo enunciado.
A posição em que foi colocada a vírgula causa ambiguidade, pois “que me ocupa o dia todo”
tanto pode se referir ao livro como à editora. Para deixar claro um ou outro sentido, é preciso
alterar a ordem dos vocábulos. Para evitar a ambiguidade, podemos reescrever de duas
maneiras: Estou fazendo um livro para a editora que me ocupa o dia todo./ Estou fazendo um
livro que me ocupa o dia todo para a editora.
expressas pelos conectores, operadores discursivos ou por meio de pausas (ponto, ponto e
vírgula, vírgula, etc.).
Ex.1: “A baleia vem devagar, afunda a cabeça, ergue o corpanzil em forma de
arco e desaparece um instante. Sua cauda, então, ressurge gloriosa sobre a água como se
fosse uma enorme borboleta molhada. A coreografia dura segundos, porém tão grande é a
baleia que parece um balé em câmera lenta.” Revista VEJA, n°30, julho/97.
e – liga argumentos;
então – operador que serve para dar continuidade ao texto;
como, tão ...que... – indicam uma comparação;
porém – indica uma contraposição.
Ex.2: “Na verdade, muitos habitantes de Aparecida estão entre a cruz e a caixa
registradora. Vivem a dúvida de preservar a pureza da Casa de Deus ou apoiar um
empreendimento que pode trazer benesses materiais. (...) O shopping da fé também contará
com um centro de eventos com palco giratório.” Revista VEJA, n°27, julho/97.
Na verdade – expressa uma amplificação;
ou – apresenta disjunção argumentativa, uma alternativa;
também – operador para reforçar/incluir mais um argumento apresentado.
7
Não confunda o conceito de paráfrase(é um recurso reiterativo que propicia a clarificação de um conceito) com
o de perífrase (é o emprego de muitas palavras quando se poderia dizer a mesma coisa com poucas).
8
Em linguística pragmática, exófora é a referência a algo extralinguístico. Exóforia pode ser dêixis, em que
palavras ou marcações gramaticais são usadas para fazer referência a algo no contexto do enunciado ou do
falante. Ou melhor, dêixis designa o conjunto de palavras ou expressões (elementos dêiticos) que têm como
função “mostrar”, “apontar” para o contexto situacional de uma dada interação. Por isso, é comum dizer que a
propriedade dêitica das expressões linguísticas permite que elas “apontem” para o que está fora do texto.
Ex1.: Você não se arrependerá de ter lido este anúncio. (O termo “você” diz
respeito a cada leitor desse enunciado, e não a algum termo do texto.)
Ex2.: Eu comprei este celular pela internet. (A forma pronominal “este”
também faz referência a algo. Neste caso, o pronome “este” indica que o item comprado pela
internet (o celular) está próximo ao enunciador (ao “eu”).
1.4.2) Referência endofórica (intratextual): É quando o referente se acha
expresso no próprio texto. Se o referente precede o item coesivo, tem-se a anáfora; se vem
após, tem-se catáfora.
a) Anáfora: É um mecanismo linguístico por meio do qual um termo
recupera outro termo (referente) que o antecedeu no texto, isto é, o referente precede o item
coesivo.
Ex.: Pedro(referente) convidou João para ir comer com ele. (ele é o item
coesivo que retoma o termo Pedro).
b) Catáfora: É um mecanismo linguístico no qual o referente aparece depois
do item coesivo. Realiza-se através de pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros (isto,
isso, aquilo, tudo, nada) ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espécies
de pronomes, de numerais e de advérbios pronominais.
Ex.: O incêndio havia destruído tudo (item coesivo): casas, móveis,
plantações. (O pronome tudo aparece antes dos referentes casas, móveis e plantações que o
retomam.)
c) Coesão por elipse: Numa cadeia anafórica, o termo anafórico é
sintaticamente uma categoria vazia. Consiste na omissão de um termo recuperável pelo
contexto.
Ex.: Como estávamos com pressa, preferi não entrar.
Nessa frase, houve a omissão dos pronomes “nós” e “eu”, sujeitos,
respectivamente, de “estávamos” e “preferi”. Essa omissão não dificulta a compreensão da
frase, já que os verbos flexionados indicam as pessoas a que se referem.
Um caso especial de elipse é o zeugma, que consiste na omissão de um termo
já mencionado anteriormente.
Ex.: Vamos jogar, só nós dois? Você chuta para mim e eu para você. (=... e eu
chuto para você).
A COERÊNCIA
No nível macrotextual, o texto precisa ser entendido pelo receptor como um todo de
significação. É preciso que o texto apresente relações lógicas, logo, chamamos de coerência.
A coerência ou conectividade conceitual é a relação que se estabelece entre as
partes de um texto, criando uma unidade de sentido. Ela está ligada à compreensão, à
possibilidade de interpretação daquilo que se diz ou escreve. É fundamental, no
estabelecimento da coerência, o nosso conhecimento de mundo. E esse conhecimento é
acumulado ao longo de nossa existência, de maneira ordenada. Se o texto houver muitas
informações novas, ele pode se tornar incoerente devido a não familiaridade do ouvinte/leitor.
Isso normalmente ocorre quando o texto é muito técnico.
É preciso que no seu desenvolvimento não se introduza nenhum elemento semântico
que contradiga um conteúdo posto ou pressuposto por uma ocorrência anterior. As ideias
devem ser contínuas, dando “vida” ao texto.
Observe os exemplos abaixo, retirados do site da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ):
1. a) Todo mundo destrói a natureza menos eu.
b) Todo mundo destrói a natureza menos todo mundo.
A frase de letra “a” é facilmente compreendida e tem coerência. Já a frase de letra
“b” apresenta problema de compreensão. Pois há uma restrição, porque o vocábulo menos
indica exclusão de uma parte do grupo, portanto, neste caso, não pode ser combinado com
todo mundo, que indica o grupo inteiro.
Essas observações mostram que a coerência de uma frase não se define apenas pelo
modo como os elementos linguísticos se combinam; depende também do conhecimento do
mundo partilhado por emissor e receptor, bem como do tipo de texto em questão.
Outro fator importante que estabelece coerência é a inferência, que é a capacidade
que temos de deduzir mensagens com base em conhecimentos prévios:
isoladamente, ela perde o seu sentido alternativo. Talvez o autor estivesse querendo dizer seja
porque tudo já vem mastigado; a elipse da conjunção na segunda expressão foi inadequada.
Percebemos, ainda, que o sujeito essa falta de leitura acabou não se juntando a nenhum
predicado, e a frase ficou fragmentada. Por último, não foi explicitado o termo que pode
preencher essa função.
3) Estilística: Esse tipo de coerência não chega a perturbar a interpretabilidade de um
texto. É uma noção relacionada à mistura de registros linguísticos. Ou seja, é desejável que
quem escreve ou lê se mantenha num estilo relativamente uniforme.
Ex.: “Teresa, se algum sujeito bancar o
Sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um
Bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredita não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA.”
(Manuel Bandeira)
Esse texto é contraditório, porque se afirma que Gil Vicente é o pai do teatro em
Portugal e, em seguida, é citada uma característica das manifestações teatrais anteriores à
época do autor.
4) Relação: Fatos e conceitos devem estar relacionados para que se torne coerente
um texto. Para tanto, é preciso organizá-los num esquema, antes de escrever. Ou seja, essa
relação se refere à maneira como os argumentos se organizam e se entrelaçam. Por isso é que,
em um texto, uma expressão vai dando acesso a outra ou a outras seguintes, de forma que
tudo vai constituindo uma cadeia, um todo, de fato, interligado.
Assim, se tivermos as três frases seguintes:
1 - A Fabiana foi estudar.
2 - A Fabiana vai fazer um exame.
3 - O circuito de Interlagos agradou aos pilotos de Fórmula 1.
A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais congruente do
que as sequências 1+3 ou 2+3. Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são,
na maior parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanticamente.
Ex.: A Fabiana foi estudar porque vai fazer um exame.
Ou também: A Fabiana vai fazer um exame, portanto foi estudar.
A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui um bom teste
para descobrir uma incongruência.
Ex.: A Fabiana foi estudar, logo o circuito de Interlagos agradou aos pilotos de
Fórmula 1.
Esses quatro itens podem ajudar a avaliar o grau de coesão dos textos. A
configuração final do texto depende ainda de outros fatores, como do canal de comunicação,
do perfil do receptor e das finalidades pretendidas pelo emissor.
Agora, encerraremos a parte de Linguística Textual e iniciaremos os estudos de
Linguística e Sociolinguística Variacionista.
Língua
Para Ferdinand Saussure9, a língua é a “parte social da linguagem”, exterior ao
indivíduo; não pode ser modificada pelo falante. Ela é um aspecto da linguagem. Trata-se de
um sistema de natureza gramatical, pertencente a um grupo de indivíduos, formado por um
9
Ferdinand de Saussure foi um linguista e filósofo suíço, cujas elaborações teóricas propiciaram o
desenvolvimento da linguística enquanto ciência autônoma. Seu pensamento exerceu grande influência sobre o
campo da teoria da literatura e dos estudos culturais. Fonte: Wikipedia.
conjunto de sinais (as palavras) e de regras. É, portanto, uma instituição social de caráter
abstrato, que somente se concretiza através da fala, que é um ato individual de vontade e
inteligência.
O caráter social da língua é facilmente percebido, pois ela existe antes mesmo de nós
nascermos: cada um de nós já encontra a língua formada e em funcionamento, pronta para ser
usada.A língua é nosso principal veículo de comunicação e necessária a nossa existência,
além de ser o veículo através do qual toda a cultura se consolida, se intercambia e se
transmite.É um símbolo de identidade cultural de um povo e uma forma cognitiva, com a qual
podemos expressar nossos sentimentos, ideias, ações e representar o mundo.
As línguas variam e alteram-se, mudam. Apresentam variações geográficas
(diatópicas) no espaço e se transformam com o tempo (diacrônicas).
Ex.:
1) diatópica - variação lexical: tangerina, bergamota, mexerica (varia conforme o
lugar).
2) diacrônica: Vossa Mercê > Vosmecê>Você>Ocê>Cê (variação do termo “você”
– da forma mais antiga para a mais atual).
Língua Falada
A fala é o lado privado e individual da linguagem humana.
A língua falada é a verdadeira língua natural, é a língua que cada pessoa aprende
com sua mãe, seu pai, seus irmãos, sua tribo, seus grupos sociais, etc.
Ela é a língua viva,está em constante transformação, ou seja, ela não tem regras, é
“relaxada”, não tem compromisso com a gramática ou com qualquer outra afirmação
preconceituosa e anticientífica desse gênero.
Os níveis de fala também são chamados de níveis de linguagem. Vejamos abaixo:
a) Nível coloquial-popular: É o que a maioria das pessoas utiliza em seu dia a dia,
sobretudo nas situações informais. É caracterizado pela espontaneidade. Nesse caso, o falante
não está preocupado com o que é “certo” ou “errado”, segundo as regras ditadas pela
comunidade;
b) Nível formal-culto: Como o próprio nome indica, é o nível de fala utilizado pelas
pessoas escolarizadas em situações formais. Caracteriza-se por um cuidado maior com o
vocabulário e com as regras de utilização da língua ditadas pela comunidade. É o nível
utilizado pelos órgãos oficiais e pela maioria dos órgãos de comunicação escrita (jornais e
revistas);
c) Nível técnico ou profissional:Trata-se do jargão, ou seja, da linguagem
específica de alguns grupos profissionais como os economistas, advogados, analistas de
sistemas, médicos, etc.;e
d) Nível artístico ou literário:Ocorre quando se utiliza a língua com finalidade
expressiva, ou seja, não apenas como veículo de comunicação, mas com função estética,
visando emocionar o receptor. É a matéria-prima dos artesãos da língua, poetas, romancistas,
contistas, etc.
Marcadores Conversacionais
Os marcadores conversacionais são elementos que, mesmo não pertencendo ao
conteúdo cognitivo do texto, ajudam a construir e dar coesão e coerência ao texto falado. Eles
funcionam como articuladores não só das unidades cognitivo-informacionais do texto como
também dos seus interlocutores, relevando e marcando, de uma forma ou de outra, as
condições de produção do texto, naquilo que ela, a produção, representa de interacional e
pragmático.
São inúmeros os procedimentos e as expressões que fazem parte apenas da
linguagem oral, como processos de reformulação, repetições, hesitações, paráfrases, uso de
marcadores conversacionais, como: né?, tá?, sabe?, então, né.., aí..., é..., arran..., quer dizer.
Por não se enquadrarem nos critérios de classificação das dez classes de palavras
descritas na Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), alguns desses elementos receberam a
classificação de “palavras denotativas”, “partículas expletivas”, “partículas de realce”.
A gíria de certos grupos profissionais é chamada de jargão. Nesse caso, ela visa à
precisão técnica e, normalmente, aparece também na forma escrita em publicações
especializadas. A gíria foi criada para algumas finalidades: mostrar-se diferente dos demais
grupos (jovens, surfistas, etc.), impedir que pessoas de outro grupo entendam o sentido das
mensagens (gíria dos malandros e presidiários).
O calão diz respeito a um tipo de linguagem comum nas classes mais baixas, sendo
conhecida como uma "línguade rua" (português de rua, inglês de rua, francês de rua, etc.).
Os regionalismos estão intimamente ligados à variação diatópica (geográfica), sendo
vocábulos e expressões características de uma dada região.
A linguagem técnico-científica diz respeito a um discurso que faz uso de um
vocabulário específico e rigoroso usado por certa ciência ou técnica para descrever situações
que lhes digam respeito.
Língua Escrita
A escrita representa um estágio posterior de uma língua, ou seja, ela será sempre
secundária. No entanto, muitas pessoas utilizam a língua sem saber utilizar a forma escrita,
como por exemplo, os analfabetos. Há, ainda, muitas línguas ágrafas, isto é, línguas que não
são representadas por nenhuma forma de escrita. Existem, no mundo, aproximadamente três
mil línguas, das quais apenas 110 possuem escrita.
Haja vista que a língua escrita conserva o patrimônio científico, cultural, intelectual
de um povo, transmitindo-o de uma geração para a outra.Escrita é, pois, todo sistema gráfico
de notação da linguagem verbal, ou seja, toda representação de palavras ou ideias por meio de
símbolos gráficos.
A Gramática
O termo Gramáticaé o conjunto sistemático de regras de combinação das palavras
de uma língua, ou seja, o conjunto de regras, internalizadas pelos falantes desde tenra idade,
que lhes permite construir e decodificar frases possuidoras de sentido. Na verdade, esse
conjunto de regras internalizadas permite criar não somente frases, mas também textos
complexos, uma vez que as frases se combinam em unidades maiores (o texto ou discurso
linguístico), através de elementos como a argumentação, a coesão, a coerência, etc.
redundante funcional
conservadora inovadora
tradição escrita tradição oral
prestigiada estigmatizada
oficial marginal
falada pelas classes dominantes falada pelas classes dominadas
Conhecer uma língua é saber tirar dela todas as possibilidades para uma
comunicação ampla em qualquer situação. É ter consciência de que ela é
um fato social (não existe sociedade sem língua), que existe independente de
nós. Conhecer uma língua é poder tomar contato com o pensamento dos
outros, adquirindo cultura. Ernani Terra.
REGISTRO INADEQUADO
Aqui faremos uma observação quanto ao registro inadequado das palavras. Ele ocorre
quando a palavra escolhida é inadequada ao grau de formalidade exigido pela situação
comunicativa em que o texto é produzido ou ao gênero textual a que ele pertence. Pode-se
dizer que o excesso de oralidade na escrita formal não é adequado.
Exemplo: ˗ Isso não seria impedimento para Fabiana “arrumar” um trabalho ˗ disse o
médico. (Situação: O marido de Fabiana conversou com o médico dela sobre o fato de ela não
estar trabalhando por ter um filho recém-nascido.)
Nesse exemplo, verifica-se que há vocabulário informal em situação formal. Cabe
destacar que pode o contrário também acontecer.
Para evitar o uso inadequado de palavras e para ampliar o vocabulário, é
recomendável que o autor do texto/o falante faça uso abusivo de dicionário e leia bastantes
textos diversos.
ADEQUAÇÃO VOCABULAR
A adequação vocabular é o emprego de uma palavra adequada de acordo com a
necessidade do momento em que o falante se encontra. Podemos optar por dois tipos
diferentes de registros da Língua Portuguesa: a variedade padrão e a variedade popular. Cada
uma dessas variedades deve ser empregada em situações específicas de comunicação.
Vamos analisarosexemplos a seguir:
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
A partir da análise da tira acima, pode-se perceber que na fala do personagem Chico
Bento há um exemplo de variação linguística. Essa variabilidade é um processo intrínseco a
uma língua natural. A comunicação precisa ser estabelecida e, para isso, não podemos
prescindir de um sistema linguístico determinado por certas regras que visam a possibilitar a
comunicação. Contudo, o que o desenhista da tira fez pode ser compreendido como
expressividade de um determinado falar, já que ele reproduziu, para a modalidade escrita, a
variação linguística presente na modalidade oral.
Diante disso, pode-se dizer que a variação linguística é um movimentocomum e
natural de uma língua, que varia por diversos fatores que estão relacionados às vivências
particulares de cada falante, como:fatores socioeconômicos; fatores profissionais; fatores
subjetivos; fatores regionais; e fatores situacionais.
Em razão da pluralidade cultural e das condições socioeconômicas no Brasil, é
preciso refletir sobre os conceitos adotados em relação ao que é linguagem certa ou errada.
Pessoas que consideram a linguagem culta como a única aceita socialmente, muitas vezes,
poderão agir de maneira preconceituosa e intolerante, sem levar em consideração o próprio
conceito de língua, assim como o seu uso. Por isso, os linguistas afirmam que não existe certo
ou errado. O que existe é o uso da norma padrão (norma culta) ou não padrão (norma
popular).
A linguagem pode ser classificada como qualquer sistema que auxilie na efetividade
da comunicação. Portanto, devemos ter cuidado para não agirmos de forma preconceituosa
em relação à linguagem utilizada por um determinado grupo.
As variações que distinguem uma variante de outra se manifestam em quatro planos
distintos, a saber: fônico, morfológico, sintático e lexical. Vejamos a seguir esses quatro tipos
de variação:
TIPOS DE VARIAÇÃO:
A) Diacrônica (histórica): Em razão de as línguas não serem estáticas, fixas, elas
se alteram com o passar do tempo e com o uso. A mudança na forma de falar mudam as
palavras, a grafia e o sentido delas.
Ex.: Pharmácia (forma antiga) x Farmácia (forma atual); Vossa mercê (forma
antiga) x Você (forma atual).
B) Diafásica (situacional): Ela ocorre em função do contexto comunicativo,
influenciando e determinando a maneira como as pessoas se dirigem ao interlocutor, adotando
uma linguagem formal (também chamada de "culta" e está pautada no uso correto das
normas gramaticais, bem como na boa pronúncia das palavras) ou informal (ou coloquial,
representa a linguagem cotidiana, ou seja, trata-se de uma linguagem espontânea, regionalista
e despreocupada com as normas gramaticais). Em outras palavras, é quando a mesma pessoa
altera sua maneira de falar dependendo do ambiente no qual ela se encontra (informal ou
formal).
Ex.:
Texto formal
Doutor Bruno seguiu até a esquina para encontrar o filho que chegava da escola,
enquanto Sofia, sua esposa, preparava o almoço.
Quando chegaram a casa, Bruno e seu filho encontraram Dona Sofia na cozinha
preparando uma das receitas de família, o famoso bolo de cenoura com calda de chocolate, a
qual aprendera com sua avó Maria.
Texto informal
O Doutor Bruno foi até a esquina esperá o filho que chegava da escola. Nisso, a
Sofia ficou em casa preparando o almoço.
Quando eles chegarão em casa a Sofia tava na cozinha preparando a famosa
receita da família boa pra caramba o bolo de cenoura com calda de chocolate.
Aquele que ela aprendeu cum a vó Maria.
É marcada por distinções na pronúncia das palavras, no uso de diferentes vocabulários e nas
estruturas sintáticas.
Além disso, há outro fator importante a ser verificado na variação diatópica: os casos
de contato linguístico. A proximidade geográfica facilita o intercâmbio entre os falantes e,
assim, promove o contato entre os falares de regiões distintas e, muitas vezes, até entre
culturas muito diferentes como é o caso das áreas de fronteira do Brasil.
Quando ouvimos músicas sertanejas, do interior de Minas Gerais, São Paulo ou
Goiás, ou nordestinas (ex. forró), é comum percebermos que o sotaque10 não é o mesmo que
os de outras partes do país. O mesmo acontece, por exemplo, quando ouvimos funk ou samba
carioca e os comparamos a uma música típica do Sul do Brasil. Essas diferenças na pronúncia
e no ritmo das palavras respondem pelos falares das diferentes regiões brasileiras e, ainda,
pelos falares que podem ser encontrados dentro da mesma região.
Por outro lado,podemos analisar os falares do Brasil e de Portugal. As variantes
fonético-fonológicas, lexicais, morfológicas e sintáticas entre esses falares ressaltam o quanto
o espaço geográfico impacta e marca comunidades linguísticas.
Por exemplo, podemos citar a diferença na pronúncia tanto das vogais átonas quanto
das tônicas que no Brasil são claramente pronunciadas e, em Portugal, costuma-se "eliminar"
as vogais átonas, pronunciando apenas as vogais tônicas, como em esperança > esp'rança.
Outro típico caso de variação fonética ocorre com o “s” em final de sílabas e de
palavras. Talvez, o caso mais famoso seja o do “s” chiado, comparado por muitos ao ruído de
uma panela de pressão e presente no falar carioca. Curiosamente, o “s” chiado não é
exclusividade do Rio de Janeiro e é comum também em Belém do Pará e em Florianópolis.
Além desse uso, há também o “s” sem o chiado, pronunciado em cidades do Rio Grande do
Sul e de São Paulo, por exemplo.
Ademais, na variedade não-padrão do português do Brasil, há uma simplificação da
morfologia verbal que fica reduzida a duas pessoas: a 1ª do singular e as demais à 3ª do
singular, como em: eu comoe tu/ele/nós/vós/eles come, enquanto que, em Portugal, mantém-
se uma morfologia mais variada/diversificada.
No que se refere à sintaxe, em Portugal, usam-se, com mais frequência, os pronomes
clíticos (eu o promovi), enquanto, no Brasil, é mais comum o uso do pronome pessoal
nominativo em função acusativa: eu promovi ele.
Com relação a variantes lexicais, ressaltamos as do tipo:
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Sotaque é uma maneira particular de determinado locutor pronunciar determinados fonemas em um idioma ou
grupo de palavras. Fonte: Wikipedia.
Brasil Portugal
banheiro casa de banho
trem comboio
moça rapariga
ponto de ônibus paragem
EXERCÍCIOS
O TEXTO ESCRITO
A luta que os alunos enfrentam com relação à produção de textos escritos é muito
especial. Em geral, eles não apresentam dificuldades em se expressar através da fala
coloquial. Os problemas começam a surgir quando este aluno tem necessidade de se expressar
formalmente e se agravam no momento de produzir um texto escrito. Nesta última situação,
ele deve ter claro que há diferenças marcantes entre falar e escrever.
Na linguagem oral, o falante tem claro com quem fala e em que contexto. O
conhecimento da situação facilita a produção oral. Nela, o interlocutor, presente fisicamente, é
ativo, tendo possibilidade de intervir, de pedir esclarecimento, ou até de mudar o curso da
conversação. O falante pode ainda recorrer a recursos que não são propriamente linguísticos,
como gestos ou expressões faciais. Na linguagem escrita, a falta destes elementos
extratextuais precisa ser suprimida pelo texto, que se deve organizar de forma a garantir a sua
inteligibilidade.
Escrever não é apenas traduzir a fala em sinais gráficos. O fato de um texto escrito
não ser satisfatório não significa que seu produtor tenha dificuldades quanto ao manejo da
linguagem cotidiana e sim que ele não domina os recursos específicos da modalidade escrita.
A escrita tem normas próprias, tais como regras de ortografia – que, evidentemente,
não é marcada na fala –, de pontuação, da concordância, de uso de tempos verbais. Entretanto,
a simples utilização de tais regras e de outros recursos da norma culta não garante o sucesso
de um texto escrito. Não basta saber também que escrever é diferente de falar. É necessário
preocupar-se com a constituição de um discurso, entendido aqui como um ato de linguagem
que representa uma interação entre o produtor do texto e o seu receptor; além disso, é preciso
ter em mente a figura do interlocutor e a finalidade para qual o texto foi produzido.
Para que esse discurso seja bem-sucedido, deve constituir um todo significativo e não
fragmentos isolados justapostos. No interior de um texto, devem existir elementos que
estabeleçam uma ligação entre as partes, isto é, elos significativos que confiram coesão ao
discurso. Considera-se coeso o texto em que as partes referem-se mutuamente, só fazendo
sentido quando consideradas em relação umas com as outras.
Regina H. Durigan
1ª Questão
No que diz respeito ao mecanismo de coesão utilizado, a(s) palavra(s) retomada(s)NÃO
está(ão) indicada(s)corretamente na opção:
( a ) “Em geral, eles não apresentam dificuldades em se expressar através da fala coloquial.”
– os alunos.
( b ) “Nesta última situação, ele deve ter claro que há diferenças marcantes entre falar e
escrever” – este aluno.
( c ) “Entretanto, a simples utilização de tais regras e de outros recursos da norma culta não
garante o sucesso de um texto escrito.” – ortografia, pontuação, concordância, e uso de
tempos verbais.
( d ) “O falante pode ainda recorrer a recursos que não são propriamente linguísticos, como
gestos ou expressões faciais.” – elementos extratextuais.
( e ) “Nesta última situação, ele deve ter claro que há diferenças marcantes entre falar e
escrever.” – os problemas começam a surgir.
2ª Questão
A escrita tem normas próprias, tais como regras de ortografia – que, evidentemente, não é
marcada na fala –, de pontuação, da concordância, de uso de tempos verbais. Entretanto, a
simples utilização de tais regras e de outros recursos da norma culta não garante o sucesso
de um texto escrito. Nessa passagem, o termo sublinhado fica ERRADAMENTE substituído
por
( a ) porém.
( b ) mas.
( c ) embora.
( d ) todavia.
( e ) contudo.
3ª Questão
Assinale a alternativa que indica a ideia de adição.
(a) “Nela, o interlocutor, presente fisicamente, é ativo, tendo possibilidade de intervir, de
pedir esclarecimento, ou até de mudar o curso da conversação.”
(b) “No interior de um texto, devem existir elementos que estabeleçam uma ligação entre
as partes, isto é, elos significativos que confiram coesão ao discurso.”
(c) “Os problemas começam a surgir quando este aluno tem necessidade de se expressar
formalmente (...).”
(d) “(...) a simples utilização de tais regras e de outros recursos da norma culta não garante
o sucesso de um texto escrito.”
(e) “(...) além disso, é preciso ter em mente a figura do interlocutor e a finalidade para
qual o texto foi produzido.”
4ª Questão
Assinale a alternativa em que há uma partícula de transição de esclarecimento.
(a) “Em geral, eles não apresentam dificuldades em se expressar através da fala
coloquial.”
(b) “No interior de um texto, devem existir elementos que estabeleçam uma ligação entre
as partes, isto é, elos significativos que confiram coesão ao discurso.”
(c) “(...) além disso, é preciso ter em mente a figura do interlocutor e a finalidade para
qual o texto foi produzido.”
(d) “Não basta saber também que escrever é diferente de falar.”
(e) “Nela, o interlocutor, presente fisicamente, é ativo, tendo possibilidade de intervir, de
pedir esclarecimento, ou até de mudar o curso da conversação.”
5ª Questão
Assinale a alternativa que NÃO indica ideia de sequencialidade.
(a) “Não basta saber também que escrever é diferente de falar.”
(b) “Os problemas começam a surgir quando este aluno tem necessidade de se expressar
formalmente (...).”
(c) “Nela, o interlocutor, presente fisicamente, é ativo, tendo possibilidade de intervir, de
pedir esclarecimento, ou até de mudar o curso da conversação.”
(d) “Para que esse discurso seja bem-sucedido, deve constituir um todo significativo e não
fragmentos isolados justapostos.”
(e) “(...) este aluno tem necessidade de se expressar formalmente e se agravam no
momento de produzir um texto escrito.”
6ª Questão
Assinale a alternativa em que APARECE um termo anafórico, sintaticamente, de categoria
vazia.
(a) “Para que esse discurso seja bem-sucedido, deve constituir um todo significativo e não
fragmentos isolados justapostos.”
(b) “(...) é preciso ter em mente a figura do interlocutor e a finalidade para qual o texto foi
produzido.”
(c) “Escrever não é apenas traduzir a fala em sinais gráficos.”
(d) “A luta que os alunos enfrentam com relação à produção de textos escritos é muito
especial.”
(e) “Não basta saber também que escrever é diferente de falar.”
7ª Questão
Em: "O fato de um texto escrito não ser satisfatório não significa que seu produtor tenha
dificuldades quanto ao manejo da linguagem cotidiana (...)". Pode-se afirmar que no trecho
em destaque HÁ UM CASO de
( a ) catáfora.
( b ) disjunção.
( c ) elipse.
( d ) retomada.
( e ) temporalidade.
8ª Questão
(FAEPESUL –Pref. Lauro Muller-SC Auxiliar Administrativo – 2016)
Observe o texto a seguir:
“Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
A linguagem é uma forma de sintonia com o mundo, pois através dela conseguimos nos
expressar e comunicar de diferentes formas. Como há diferentes formas, também há
diferentes intenções e, por isso, diferentes funções. Qual função da linguagem é predominante
no texto acima?
( a ) Funçãoemotiva.
( b ) Funçãoapelativa.
( c ) Funçãometalinguística.
( d ) Funçãoreferencial.
( e ) Funçãopoética.
9ª Questão
Leia a tirinha a seguir:
10ª Questão
Com relação ao texto retirado do Whatsapp, assinale a alternativa CORRETA.
Vc viu como ele xegô em cs hj? Perguntei se tava bem e ele respondeu blz!
(a) Não pode ser considerado um texto, visto que não cumpre sua função comunicativa.
(b) Mesmo por se tratar de linguagem abreviada, cumpre sua função comunicativa, mas só
deve ser utilizada em situações informais como internet, celular etc.
(c) Por ter palavras abreviadas em excesso, está contrariando totalmente as regras da
gramática, logo não é um texto.
(d) Esse tipo de escrita é valorizado em qualquer meio de comunicação formal.
(e) Essa mensagem pode ser usada em qualquer situação comunicativa.
11ª Questão
Assinale a alternativa que contém uma informação FALSA em relação ao fenômeno da
variação linguística.
( a ) A variação linguística consiste num uso diferente da língua, num outro modo de
expressão aceitável em determinados contextos.
( b ) A variedade linguística usada num texto deve estar adequada à situação de comunicação
vivenciada, ao assunto abordado, aos participantes da interação.
( c ) As línguas são heterogêneas e variáveis e, por isso, os falantes apresentam variações na
sua forma de expressão, provenientes de diferentes fatores.
( d ) O aprendizado da língua portuguesa deve estar restrito ao ensino das regras.
( e ) A variação linguísticaé um movimentocomum e natural de uma língua.
12ª Questão
Vimos que existem diferenças entre a modalidade falada e a modalidade escrita da língua.
Com base nisso, faça o que se pede a seguir:
Coloque F para a modalidade falada e E para a modalidade escrita diante de cada uma das
especificidades.
(___) Possibilita ampla reformulação do discurso, tanto pelo codificador quanto pelo
decodificador.
(___) A formação do sentido se apoia no contexto interacional e situacional.
(___) Costuma apresentar maior seletividade lexical.
(___) Predominam frases curtas, simples ou coordenadas.
(___) Possibilita fazer revisão, a fim de operar correções.
13ª Questão
(1)
Fonte: Mensagem de WhatsApp.
–Vc foi pra escola ontem? Preciso copiar a matéria q perdi! Vc pode me emprestar o seu
Kadernu?!
(2)
Fonte: Falante lê a "primeira leitura" na Missa de Domingo.
–Leitura do Livro do Profeta Isaías: 4Dizei às pessoas deprimidas: "Criai ânimo, não
tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele
que vem para nos salvar". Palavra do Senhor.
( a ) O texto ( 1 ) não pode ser considerado um texto, visto que seus elementos não estão
harmonicamente relacionados.
( b ) Por ter palavras abreviadas em excesso no texto ( 1 ), o discurso pode ser considerado
incoerente e incapaz de ser aceito pelo receptor.
14ª Questão
Leia atentamente os textos abaixo.
Texto 1
Texto 2
a) ( ) Crianças e adolescentes não falam do mesmo modo como as pessoas mais velhas,
assim como as pessoas idosas não falam da mesma maneira que as pessoas de gerações
anteriores.
b) ( ) A língua varia de um lugar para o outro. Assim, a fala característica das diferentes
regiões brasileiras, dos diferentes estados ou diferentes áreas geográficas dentro de um mesmo
estado não é igual de um lugar para o outro. Outro aspecto importante é a origem rural ou
urbana das pessoas.
c) ( ) O acesso maior ou menor à educação formal e, com ele, à cultura letrada, à prática
da leitura e aos usos da escrita, é um fator muito importante na configuração dos usos
linguísticos dos diferentes indivíduos.
d) ( ) As pessoas que têm um nível de renda elevado não falam do mesmo modo das
que têm um nível de renda muito baixo, e vice-versa.
e) ( ) Homens e mulheres fazem usos distintos dos recursos que a língua oferece.
( a ) 4, 1, 5, 3, 2.
( b ) 3, 1, 5, 2, 4.
( c ) 1, 3, 2, 4, 5.
( d ) 1, 2, 3, 4, 5.
( e ) 3, 2, 4, 1, 5.
15ª Questão
Assinale a alternativa INCORRETA.
( a ) No Brasil, em que a língua portuguesa é o único idioma oficial, a língua pode sofrer
diversas alterações feitas por seus falantes. O português que é falado no Nordeste do Brasil
pode ser diferente do português falado no sul do país.
( b ) Uma língua não permanece a mesma em toda a extensão territorial. Nesse sentido, a
origem geográfica de uma falante é certamente um dos traços mais marcantes de sua
identidade.
( c ) A variação geográfica é a mais conhecida e fácil de identificar, é a variante de uma
determinada região, chamada também de variação diastrática.
( d ) A transformação de uma língua opera-se pelo constante contato com outras línguas ou
mesmo com as suas variantes regionais e sociais.
( e ) A variação social relaciona-se a um conjunto de fatores que têm a ver com a identidade
dos falantes e também com a organização sociocultural da comunidade de fala.
16ª Questão
Leia o fragmento e responda o que se pede:
...Pode até ser — comenta Emília enquanto as quatro se sentam num grande
banco de madeira sob um caramanchão. — Mas ela fala tudo errado. Isso
para mim estraga qualquer sabedoria.
— Eu tive de me segurar para não rir quando ela disse aquelas coisas na
mesa — acrescenta Sílvia.
— Que coisas? — quer saber Vera.
— Ah, sei lá... agora não me lembro — responde Sílvia.
— Eu me lembro — adianta-se Emília.
— Ela disse “os probrema”, “os fósfro”, “môio ingrês”...
— É mesmo — confirma Sílvia —, e a mais engraçada foi: “percurá os
hôme”... Sílvia ri, e Emília a imita.
Fonte: BAGNO, M. A Língua de Eulália: novela sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2006, p.13-14.
17ª Questão
Relacione os números entre parênteses, de acordo com as diferenças diatópicas abaixo:
( 1 ) Diferenças fonéticas
( 2 ) Diferenças sintáticas
( 3 ) Diferenças lexicais
( 4 ) Diferenças semânticas
( 5 ) Diferenças no uso da língua
a) ( ) Em algumas regiões, alguns falam “tu vai”, em outras regiões é usado “você vai”.
b) ( ) Um português chama sua amiga Sílvia para jantar: “a Sílvia janta conosco?” Um
brasileiro pode não entender muito bem, pode interpretar que o convite tenha sido
feito a outra Sílvia. Por que o brasileiro não faria o convite dessa forma: “Sílvia,
você quer jantar com a gente?”.
c) ( ) Podemos encontrar variações entre o português do Brasil e o português de
Portugal. Na palavra “coração”, em Portugal, fala-se “curação”.
d) ( ) Cuecas em Portugal são as calcinhas das brasileiras. Imagine uma mulher entrar
numa loja de São Paulo e pedir cuecas para ela usar! Vai causar o maior espanto!
e) ( ) Em Portugal, o termo usado para nomear um homem do campo, do interior, é
“salaio”. No Brasil, chamamos esse homem de “caipira”. A palavra “salaio” não
faz parte do léxico brasileiro.
18ª Questão
(ENEM–2010)
O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte
marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros
rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande
dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na
frente da sua área.
No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson,
a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada
e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e
empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.
O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em
2009, contém vários conectivos, sendo que
( a ) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a
bola de cabeça.
( b ) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para
serem aplicadas no jogo.
( c ) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em
ordem cronológica de ocorrência.
( d ) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é
algo naturalmente esperado.
( e ) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo
motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio.
19ª Questão
(CEITEC 2012 – FUNRIO – ENSINO MÉDIO – TAO-ADMINIS)
“Chega o Ano Novo, mas os nossos grandes problemas estão nos velhos hábitos situados
naquela zona malandra centrada entre o Estado (essa milionária máquina gerencial pública
com suas regras opostas ao bom-senso) e a sociedade. Nós, os cidadãos comuns que não
recebemos milionários auxílios-residência, não temos licença-prêmio ou atrasados a receber e
nem fomos eleitos para algum cargo público com o propósito de usá-lo para virarmos nobres
e, melhor que isso, ficarmos fora do alcance da lei. Nós, os comuns, não temos emprego -
temos impostos e trabalho!”
(Roberto DaMatta. O Globo. 04/01/2012)
20ª Questão
21ª Questão
(Fundação Getúlio Vargas (FGV) – 2018 – Câmara de Salvador/BA – Assistente Legislativo
Municipal)
Texto 2 – Violência: O valor da vida
Kalina Vanderlei Silva / Maciel Henrique Silva, Dicionário de conceitos históricos. São
Paulo: Contexto, 2006, p. 412.
A violência é um fenômeno social presente no cotidiano de todas as sociedades sob
várias formas. Em geral, ao nos referirmos à violência, estamos falando da agressão física.
Mas violência é um categoria com amplos significados. Hoje, esse termo denota, além da
agressão física, diversos tipos de imposição sobre a vida civil, como a repressão política,
familiar ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de determinados indivíduos e,
ainda, o desgaste causado pelas condições de trabalho e condições econômicas. Dessa forma,
podemos definir a violência como qualquer relação de força que um indivíduo impõe a outro.
Consideremos o surgimento das desigualdades econômicas na história: a vida em sociedade
sempre foi violenta, porque, para sobreviver em ambientes hostis, o ser humano precisou
produzir violência em escala inédita no reino animal.
Por outro lado, nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma ferramenta
de sobrevivência e passou a ser um instrumento da organização da vida comunitária. Ou seja,
foi usada para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam alguns teóricos, a
22ª Questão
(Universidade Estadual Paulista (VUNESP) – 2018 – Polícia Civil/SP (PC/SP) – Investigador
de Polícia)
Leia a tira.
23ª Questão
(NUCEPE – 2014 – Prefeitura de Parnarama – MA – Fiscal de Tributos)
Vivemos o fim do futuro: O sociólogo polonês denuncia a perda de referências políticas,
culturais e morais da civilização e diz que só os jovens, com sua indignação, poderão resistir à
banalização.
Época: Os jovens podem mudar e salvar o mundo? Ou nem os jovens podem fazer algo para
salvar a história?
Bauman: Sou tudo, menos desesperançoso. Confio que os jovens possam perseguir e
consertar o estrago que os mais velhos fizeram. Como e se forem capazes de pôr isso em
prática, dependerá da imaginação e da determinação deles. Para que se deem uma
oportunidade, os jovens precisam resistir às pressões da fragmentação e recuperar a
consciência da responsabilidade compartilhada para o futuro do planeta e de seus habitantes.
Os jovens precisam trocar o mundo virtual pelo real.
(Trecho de uma entrevista concedida à Revista Época (nº 819, de 10 de fevereiro de 2014, p. 68-70), pelo sociólogo polonês e professor
universitário, Zygmunt Bauman. Título da entrevista: Vivemos o fim do futuro).
24ª Questão
(CEFET BAHIA – 2019 – Metrô Recôncavo Norte – BA (MRN/BA) – Médico Especialista
em Endocrinologia)
Em seguida, aparecem as funções em que o trabalhador permanece por longos períodos na
mesma posição. A alternativa que contém o item coesivo que substitui o destacado no trecho
acima é
( a ) que.
( b ) em cujo.
( c ) em quais.
( d ) naquelas.
( e ) nas quais.
25ª Questão
(Fundação Getúlio Vargas (FGV) – 2017 – Prefeitura de Salvador/BA – Técnico de Nível
Médio II)
Em São Paulo diz-se “bexigas”, enquanto no Rio de Janeiro diz-se “balões”. Essa diferença é
um exemplo de
( a ) linguagem coloquial.
( b ) gíria.
( c ) regionalismo.
( d ) linguagem erudita.
( e ) arcaísmo.
26ª Questão
(ENEM– 2010)
Venho solicitar a clarividente atenção de Vossa Excelência para que seja conjurada uma
calamidade que está prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me,
senhor presidente, ao movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças,
atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem se levar em conta que a
mulher não poderá praticar este esporte violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio
fisiológico das suas funções orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe. Ao que me
dizem os jornais, no Rio de Janeiro, já estão formados nada menos de dez quadros femininos.
Em São Paulo e Belo Horizonte também já estão se constituindo outros. E, neste crescendo,
dentro de um ano, é provável que em todo o Brasil estejam organizados uns 200 clubes
femininos de futebol: ou seja: 200 núcleos destroçados da saúde de 2,2 mil futuras mães, que,
além do mais, ficarão presas a uma mentalidade depressiva e propensa aos exibicionismos
rudes e extravagantes.
Coluna Pênalti. Carta Capital. 28 abr. 2010
O trecho é parte de uma carta de um cidadão brasileiro, José Fuzeira, encaminhada, em abril
de 1940, ao então presidente da República Getúlio Vargas. As opções linguísticas de Fuzeira
mostram que seu texto foi elaborado em linguagem
( a ) regional, adequada à troca de informações na situação apresentada.
( b ) jurídica, exigida pelo tema relacionado ao domínio do futebol.
( c ) coloquial, considerando-se que ele era um cidadão brasileiro comum.
( d ) culta, adequando-se ao seu interlocutor e à situação de comunicação.
( e ) informal, pressupondo o grau de escolaridade de seu interlocutor.
27ª Questão
(CCV – UFC – 2016 – UFC – Auxiliar em Administração)
Os dialetos sociais são variações linguísticas definidas por critérios, tais como região
geográfica, classe social ou nível cultural do falante. O dialeto social cultoCORRESPONDE
ao que se denomina língua padrão que se caracteriza por
( a ) não se preocupar com regras gramaticais.
( b ) ser empregada por literatos e cientistas.
( c ) utilizar uma sintaxe mais simplificada.
( d ) corresponder a subpadrão linguístico.
( e ) incorporar gírias e internetês.
28ª Questão
(ENEM– 2010)
Carnavália
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por mim? [...]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).
29ª Questão
(ENEM–2016)
De domingo
— Outrossim?
— O quê?
— O que o quê?
— O que você disse.
— Outrossim?
—É.
— O que que tem?
—Nada. Só achei engraçado.
— Não vejo a graça.
— Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
— Se bem que parece uma palavra de segunda-feira.
— Não. Palavra de segunda-feira é óbice.
— “Ônus.
— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
— “Resquício” é de domingo.
— Não, não. Segunda. No máximo terça.
— Mas “outrossim”, francamente…
— Qual o problema?
— Retira o “outrossim”.
— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás, é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer
um que usa “outrossim”.
(VERÍSSIMO. L.F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: LP&M, 1996).
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso
promove o(a)
( a ) marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da
semana.
( b ) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos
formais.
( c ) caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de
palavras regionais.
( d ) distanciamento entreos interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com
significados poucos conhecidos.
( e ) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte
de um dos interlocutores do diálogo.
30ª Questão
(ENEM–2016)
Referências Bibliográficas:
ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial,
2005. 199p.
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 15. ed. São Paulo: Contexto,
2006.
_________. Gramática de bolso do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2013.
BRAIT, Beth [Consultora].Língua e Linguagem. Série Saber Mais. 1.ed. São Paulo: Editora
Ática, 2002.
FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola,
2008.
FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 11.ed. São Paulo: Ática, 2009. 104p.
FIORIN, José Luiz e, SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação.
16. ed. São Paulo: Ática, 2002. p. 260-287.
FIORIN, José Luiz (org.). Introdução à linguística - I. Objetos teóricos. 6.ed., 1ª reimpressão.
São Paulo: Contexto, 2011.
GARCEZ, Lucília H. do Carmo. Técnicas de redação: o que é preciso saber para bem
escrever. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação. 23. Ed. São Paulo: Cultrix, 2008.
KOCK, Ingedore Grunfeld Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 12. ed.
São Paulo: Contexto, 2001.
_________. O texto e a construção dos sentidos. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2010. p. 45-58.
TEIXEIRA, Ana Claudia et al. Aula 04 – Variação sociolinguística. Rio de Janeiro: CEDERJ,
2015. 24p.