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Hemostase, Feedback Positivo, Feedback Negativo, Meio Interno

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A expressão “meio interno” foi criada por Claude Bernard (1813-1878),

considerado o fundador da moderna medicina experimental, quando


verificou que, mesmo sob fortes variações do meio externo, um
organismo vivo sempre tende a manter uma constância. Posteriormente,
o conceito definido por Claude Bernard, serviria como parâmetro para a
definição de outro conceito fundamental em Fisiologia, o conceito da
homeostasia.

O termo homeostasia, formada pelos radicais gregos homeo (o mesmo) e


stasia (ficar), foi criado pelo fisiologista americano Walter Canon, em
1929, inspirado no conceito de “fixidez do meio interno”, proposto por
Claude Bernard em 1878, para significar a manutenção de condições
estáticas ou constantes no meio interno.

A homeostasia é a propriedade auto-reguladora de um sistema, ou


organismo, que permite manter o estado de equilíbrio de suas variáveis
físico-químicas essenciais ou de seu meio ambiente. Dentro do contexto
celular, temos o conceito da homeostasia garantindo, por exemplo, o
desempenho de uma categoria de proteínas que respondem, em grande
parte, pelo funcionamento dos sistemas vivos; estas proteínas
fundamentais aos sistemas vivos são as enzimas.

Para que as enzimas possam desempenhar suas funções catalíticas, elas


dependem de condições internas e ambientais ideais, tais como:
temperatura, pH, osmolaridade, além de um vasto conjunto de variáveis
que, uma vez mantidos dentro de uma chamada “faixa de normalidade”,
viabilizam a sobrevivência das células e dos sistemas por elas
compostos.

Nas neoplasias, temos um forte comprometimento da constância do meio


interno de um determinado sistema, pois os mecanismos de divisão e
morte celular fogem do controle, afastando-se daquilo que se
compreende como normal ou fisiologicamente esperado.
Mecanismos homeostáticos básicos

O termo homeostasia é utilizado pelos fisiologistas para significar a


constância do meio interno. No corpo humano, todos os órgãos e tecidos
contribuem para a manutenção desta constância. Em síntese, os grandes
sistemas contribuem de maneira particular, para a constância
homeostática de todo o organismo.

Os sistemas funcionais básicos, e suas contribuições para a homeostase


do organismo, guardam relações fundamentais com os seguintes
conceitos:

• O sistema de transporte do líquido extracelular

• A origem dos nutrientes do líquido extracelular

• A remoção das escórias metabólicas

• A regulação das funções corporais

• A reprodução

O sistema de transporte do líquido extracelular

O líquido extracelular é transportado pelo corpo em duas etapas distintas:


a primeira, quando o sangue flui pelos vasos sanguíneos, e a segunda,
quando ele flui dos capilares até as células.

Em um indivíduo no estado de repouso, o sangue leva cerca de um


minuto para percorrer todo o corpo, e quando este se encontra em
intensa atividade física, ele pode percorrer o corpo até seis vezes em cada
minuto.

Enquanto o sangue percorre o seu trajeto, há uma intensa troca entre a


porção plasmática do sangue e o líquido intersticial, devido à
permeabilidade dos capilares sanguíneos que permite a difusão de
grande parte dos constituintes dissolvidos no sangue, à exceção de
grandes moléculas. Este processo de difusão se deve ao movimento
cinético das moléculas do plasma e do líquido intersticial, que estão
continuamente em movimento. Como poucas células encontram-se
afastadas mais de 50 micrômeros de um capilar, é assegurado o aporte de
substâncias a qualquer parte do corpo, dentro de poucos segundos.

A origem dos nutrientes do líquido extracelular

Cada vez que o sangue completa uma volta pelo organismo, ele passa
pelos pulmões, e capta o oxigênio nos alvéolos, configurando uma das
características fundamentais do sistema respiratório.

Em seu circuito, o sangue passa também pelos capilares do trato


gastrintestinal, onde incorpora substâncias oriundas do processo de
digestão. Nem todas as substâncias incorporadas no trato gastrintestinal
podem ser diretamente utilizadas, necessitando, portanto, de um
processamento prévio. O fígado, assim como os rins, as células
gordurosas, a mucosa intestinal e as glândulas endócrinas, modificam a
estrutura química de muitas destas substâncias, tornando-as utilizáveis
para os demais tecidos.

O sistema músculo-esquelético também tem um papel fundamental na


manutenção da homeostasia, pois é ele que propicia a movimentação até
o local adequado para a retirada dos nutrientes necessários da
alimentação, além de promover a motilidade para a proteção de todo o
sistema.

O mecanismo de feedback, também denominado mecanismo de


retroalimentação, corresponde a um conjunto de respostas produzidas
pelo nosso organismo diante de alguma alteração. Para apresentar um
funcionamento perfeito, o corpo humano conta com uma série de mecanismos
essenciais, como os mecanismos de feedback positivo e negativo.

→ Feedback negativo
O feedback negativo ou retroalimentação negativa é um dos mecanismos
mais importantes para a manutenção da homeostase nosso corpo, ou
seja, para o equilíbrio interno.
Esse mecanismo garante uma mudança contrária em relação à alteração
inicial, ou seja, produz respostas que reduzem o estímulo inicial.
Assim, caso uma variável apresente um valor abaixo ou acima do normal, o
corpo tentará aumentar ou diminuir esse valor, respectivamente. As rotas
hormonais, por exemplo, apresentam como principal regulação o feedback
negativo.

Exemplos de feedback negativo

O mecanismo de feedback negativo pode ser observado em várias situações,


sendo uma delas o aumento de dióxido de carbono no corpo. Sabemos que
os seres humanos são capazes de prender a respiração por um certo tempo,
entretanto, após algum período, mecanismos involuntários nos forçam a
respirar. No momento em que respiramos, as trocas gasosas ocorrem,
oxigenando o corpo de maneira adequada
Ao perceberem que os níveis de dióxido de carbono aumentaram no
organismo, os centros de controle da respiração, formados por circuitos neurais
no bulbo, atuam mais efetivamente, garantindo um aumento da frequência
respiratória. Dessa forma, ocorre uma maior eliminação do gás carbônico e,
consequentemente, uma maior oxigenação do corpo, fazendo com que o
organismo retorne à situação de equilíbrio.

Outra situação que merece destaque é a regulação da quantidade de glicose


no sangue. Um aumento ou uma redução exagerada nos níveis de açúcar
pode desencadear problemas no organismo, por isso, é essencial manter os
níveis dentro dos valores ideais.
Quando nos alimentamos, a taxa de glicose no sangue aumenta, fazendo com
que seja produzida mais insulina. Esse hormônio garante que as células
absorvam glicose e armazenem seu excesso na forma de glicogênio,
reduzindo, assim, os níveis de açúcar no sangue. Quando a redução dos níveis
de glicose acontece, a insulina para de ser liberada.

Quando os níveis de açúcar estão abaixo do normal, ocorre a secreção de


glucagon. Esse hormônio, ao contrário da insulina, libera a glicose que está
armazenada na forma de glicogênio, fazendo com que os níveis dessa
substância aumentem no sangue. Assim, com o aumento dos níveis de glicose,
a secreção de glucagon é interrompida.
Os hormônios produzidos pela glândula tireoide também são regulados pelo
mecanismo de feedback negativo. Quando os níveis desses hormônios caem
abaixo do nível normal, o hipotálamo secreta o TRH, que é levado até a
adenoipófise, estimulando a produção de TSH. Como o TSH estimula a
liberação de hormônios pela glândula tireoide, ocorre um aumento dos
hormônios tireoidianos, bloqueando a liberação de TRH e, consequentemente,
de TSH pela adenoipófise.

→ Feedback positivo

O mecanismo de feedback positivo ou retroalimentação positiva ocorre em


menor quantidade quando comparado ao mecanismo de feedback negativo. O
feedback positivo, diferentemente do negativo, garante o aumento do
estímulo que causa desequilíbrio, reforçando-o. Desse modo, nem sembre
o feedback positivo é benéfico, desencadeando, em alguns casos, efeitos
prejudiciais ao organismo.

Exemplos de feedback positivo

Apesar de ocorrer em menor quantidade que o negativo, o feedback positivo


também apresenta papel importante no nosso corpo. Um dos exemplos mais
conhecidos é o momento do parto. Quando o bebê está prestes a nascer,
observa-se o estiramento do colo uterino, o qual estimula a liberação da
ocitocina. Esse hormônio aumenta as contrações do útero, as quais aumentam
o estiramento do colo uterino, desencadeando mais liberação de ocitocina.
Nesse caso, o estímulo é reforçado, levando ao nascimento do bebê.

A retroalimentação positiva é também observada nas glândulas mamárias, que


secretam leite em resposta à quantidade de ocitocina liberada. Quanto mais
ocitocina, mais leite é produzido.

Como dito anteriormente, nem todos os exemplos de feedback positivo


são benéficos. Quando há uma perda excessiva de sangue, por exemplo,
pode ocorrer o comprometimento dos batimentos cardíacos. Com isso, verifica-
se uma queda de pressão e uma redução na quantidade de sangue que chega
ao coração, fazendo com que esse órgão enfraqueça e bombeie cada vez
menos sangue. Nesse caso, ocorrerá a morte do indivíduo, porque, a cada
momento, o coração ficará mais enfraquecido.

→ Qual é a diferença entre feedback positivo e negativo?

Tanto o feedback positivo quanto o negativo são extremamente


importantes para o funcionamento adequado do nosso corpo. Entretanto,
esses dois mecanismos apresentam diferenças. No feedback negativo, o corpo
produz uma resposta que reduz o estímulo inicial, já no feedback positivo, a
resposta reforça o estímulo. Esses dois mecanismos ocorrem em situações
distintas, sendo o feedback negativo mais observado no organismo que o
positivo

Homeostase é um termo formado pelos radicais gregos homeo e stais, que


significam, respectivamente, “o mesmo” e “ficar”. Indica um estado de
equilíbrio interno, que se mantém relativamente constante independente das
alterações que ocorrem no meio externo. Como meio interno entende-se o
líquido intersticial, ou seja, o líquido que circula em nossas células.
→ Manutenção do meio interno constante

O equilíbrio interno é conseguido graças a uma série de processos


fisiológicos distintos que acontecem em nosso organismo de forma
organizada. Os sistemas trabalham de maneira constante para conseguir, por
exemplo, que no nosso corpo não se acumulem substâncias tóxicas e que
nutrientes sejam levados a todas as partes do organismo.

Percebe-se, portanto, que todos os sistemas possuem uma pequena


participação para garantir a homeostase. O sistema cardiovascular, por
exemplo, garante que nutrientes obtidos pela alimentação (Sistema digestório)
e oxigênio obtido pela respiração (Sistema respiratório) sejam disponibilizado
para as células. Esses sistemas ainda atuam graças aos
sistemas nervoso e endócrino, que garantem que as informações necessárias
sejam levadas aos sistemas e que mensageiros químicos sejam secretados.

Vale salientar que fatores externos influenciam o nosso organismo, porém,


se todos os sistemas estiverem trabalhando adequadamente, nosso corpo
manterá as condições de equilíbrio do meio interno de maneira praticamente
constante e terá meios de reverter alterações. Vale salientar que, nos seres
humanos, a homeostase é conseguida quando estamos, por exemplo, com
nossa temperatura, pH do sangue e concentração de glicose dentro dos níveis
normais.

→ Feedback negativo

O feedback negativo é o principal mecanismo para a manutenção da


homeostase. Ele reduz uma alteração inicial, alterando a direção da mudança,
e é o principal regulador dos nossos hormônios.

Como exemplo de feedback negativo podemos citar o controle dos níveis de


açúcar em nosso sangue. Quando os níveis de açúcar sobem, logo após uma
refeição, por exemplo, observamos gradualmente um aumento da liberação de
insulina. Essa insulina garante uma diminuição dos níveis de açúcar no sangue,
uma vez que esse hormônio garante a absorção de glicose pelos tecidos.
Perceba que a alteração inicial era o aumento de glicose, situação essa que foi
revertida graças ao mecanismo de feedback.

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