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Apostila - Relações Parasitas e Hospedeiros

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DO PROF.

Diego
Diego Fernandes Alarcon

Relações Parasitas e
Hospedeiros
2022
DO PROF. SEU NOME
DO Prof. SEU NOME

SUMARIO
DO Prof. SEU NOME

Apresentação
Apostila elaborada para ministrar aula de
Relações Parasitas e Hospedeiros para turmas
dos cursos de Biomedicina da Faculdade
Anhanguera de Campinas Campus Taquaral,
Campinas-SP, ano de 2022.

Prof. Diego Fernandes Alarcon


São Paulo, 2022

ANO: 2022
Seção 1.1 - Conceitos gerais e métodos
parasitológicos
Interações Interações
Harmônicas Desarmônicas

Colônia (+)
Competição (-)
Intra Específica Sociedade (+)

Mutualismo (+ +) Competição (- -)
Simbiose/Coop. (+ +) Parasitismo (+ -)
Inter Específica Comensalismo (+ 0) Predatismo (+ -)
Inquilismo (+ 0) Amensalismo (+ -)
Epifitismo (+ 0)
Definição

• Parasitismo: Relação biológica entre seres vivos onde uma espécie


(parasito) depende bioquimicamente de outra (Hospedeiro) vivendo
de forma dependente.

• Parasitologia: Estudo dos organismos incluídos na relação biológica


de Parasitismo.
• (pa.ra.si.to.se) sf.
1. Biol. Med. Doença transmitida pelo parasita ao
hospedeiro, homem ou animal [F.: parasita + - ose1 .]

• (pa.ra.si.ta) s2g.
1. Biol. Organismo que vive de ou em outro organismo.

• (hos.pe.dei.ro)
2. Biol. Diz-se de organismo que acolhe ou nutre outro:
Os carrapatos espalharam-se e os animais hospedeiros
sofreram muito.

(Aulete, Dicionário)
Divisão Parasitologia Humana

• PROTOZOÁRIOS

• HELMINTOS

• ARTRÓPODES
Definições e conceitos em Parasitologia

• Hospedeiros: É o organismo que alberga o


parasita.

✓Hospedeiro Intermediário: É aquele que abriga o


parasita em sua fase larvária ou assexuada.

✓Hospedeiro Definitivo: É aquele que apresenta o


parasita em sua fase de maturidade ou em fase de
reprodução sexuada.
Definições e conceitos em Parasitologia
• Vetor: Todo o organismos que transmite um
patógeno.
✓Vetor Mecânico: o parasito é disseminado por
transporte mecânico simples.
✓Vetor Biológico: o parasito necessita realizar
parte de seu ciclo no vetor.

• Reservatório: Indivíduo onde o parasito


permanece viável, sem manifestar a doença.
Definições e conceitos em Parasitologia

Relação de número de hospedeiros

• Monoxênico: Parasito com apenas um hospedeiro.

• Heteroxênico: Parasito com mais de um hospedeiro.


Definições e conceitos em Parasitologia
Ação do parasito no organismo hospedeiro

• Mecânica: Compressão ou obstrução dos tecidos


do hospedeiro.
• Tóxica/Imunológica: Liberação de substâncias
com ação tóxica.
• Espoliativa: Consumo direto dos tecidos do
hospedeiro.
• Contaminativa: Transmissão de doenças
infecciosas.
Definições e conceitos em Parasitologia
Permanência do hospedeiro

• Temporário: uma das formas evolutivas espolia


temporariamente o hospedeiro (Pulex irritans).
• Periódico: uma das formas evolutivas espolia
continuamente o hospedeiro (Plasmodium
malariae).
• Permanente: todas as formas evolutivas espoliam
o hospedeiro (Enterobius vermicularis).
Pulex irritans

Plasmodium malariae

Enterobius vermicularis
Definições e conceitos em Parasitologia
Evolução
• Acidental: Organismo que pode se tornar parasito
sob condições especiais (Naegleria fowleri).
• Facultativo: Organismo que pode alternar ciclos
de vida livre com ciclos parasitários (Strongyloides
stercoralis).
• Obrigatório: Organismo em cujo ciclo sempre
ocorre parasitismo (Dermatobia hominis).
Naegleria fowleri

Strongyloides stercoralis

Dermatobia hominis
Anopheles darlingi

Cochliomyia hominivorax
Definições e conceitos em Parasitologia

Localização

• Ectoparasito: Atua apenas sobre a pele ou na epiderme (Pthirus


pubis).

• Endoparasito: Atua sobre as mucosas e tecidos internos (Trichinella


spiralis).
Pthirus pubis

Trichinella spiralis
Definições e conceitos em Parasitologia
Tipos de desenvolvimento

• Infecção: relacionado com endoparasitismo.


• Infestação: relacionado com ectoparasitismo.
• Parasitíase ou Parasitose: doença causada pelo
parasito.
• Período pré-patente (PPP): vai da infecção até a
eliminação das formas de contaminação
parasitária, identificáveis laboratorialmente.
• Penetração: (oral, cutânea ou inoculativa).
Para refletir...

Formas apresentadas pelos parasitos durante o seu


desenvolvimento são:

• trofozoítos (forma ativa do protozoário),


• cistos (forma de resistência ou de transmissão de
diversos protozoários, geralmente oriundas da
transformação do trofozoíto),
• oocistos (forma de resistência ou de transmissão de
reprodução assexuada e está presente nos
protozoários do filo Apicomplexa),
• ovos (resultante da fecundação sexuada, encontrada
nos helmintos e artrópodes),

• larvas (originada de um ovo, que evoluirá para a fase


adulta, podendo ser infectante (como nos helmintos)
ou para a fase de pupa (como nos insetos) que então
dará origem ao parasito adulto),

• adulto (fase reprodutiva do helminto ou artrópode).


Reprodução dos parasitos

• Há duas formas de reprodução dos parasitos: sexuada


e assexuada.

• Reprodução sexuada: o espermatozoide fecunda o


óvulo (o que vai variar entre os tipos de parasitos).
Seção 1.2 - Classificação, epidemiologia e
profilaxia dos parasitos
Classificação dos seres vivos

ANIMAIS
• Primeira classificação
VEGETAIS
PROTISTA

• Segunda classificação 3 Reinos


PLANTAE

ANIMALIA
Classificação dos seres vivos

➢ Whittaker (1969) separou os seres vivos em 5 reinos:


• Reino Monera
• Reino Protista
• Reino Plantae
• Reino Animalia
• Reino Fungi
Classificação dos seres vivos segundo Whittaker (1969)
REINO CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Seres procariontes (a maioria com parede celular) e
MONERA
unicelulares. Podem ser autótrofos ou heterótrofos.
Seres eucariontes (com ou sem parede celular) e
PROTISTA
unicelulares. Podem ser autótrofos ou heterótrofos.
Seres eucariontes (parede celular de quitina, quando
FUNGI
presente) e a maioria pluricelulares. São heterótrofos.
Seres eucariontes (parede celular celulósica) e
PLANTAE
pluricelulares. São autótrofos.
Seres eucariontes (sem parede celular) e pluricelulares.
ANIMALIA
São heterótrofos.
Nomenclatura zoológica

• “Sistema de Classificação Binária” ou “Nomenclatura Binominal”


(Linnaeus, 1758).
• No sistema de classificação binária os seres são classificados de acordo com
a espécie (aquelas que se assemelham entre si em decorrência do
patrimônio genético) a qual pertencem ao mesmo gênero (são reunidos
com suas características em comum) formando uma família. As famílias
que mostram um certo parentesco são agrupadas em ordem, que reunidas
formam uma classe. Dessa classe surgem os filos e, finalmente, estes
compõem algum dos cinco reinos. Resumindo, essa classificação agrupa os
seres em sete níveis: reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie.
Nomenclatura zoológica

• Reino Filo Classe Família Gênero Espécie

• Importante!!
Quando formos falar sobre uma determinada espécie
devemos utilizar a nomenclatura correta, latina e
binominal, ou seja, a espécie é designada por duas
palavras: a primeira representa o gênero (deve ser
escrita com a primeira letra maiúscula), e a segunda a
espécie (deve ser escrita com letra minúscula). Estas
palavras devem ser sempre grifadas ou escritas em
itálico.
Exemplo: classificação taxonômica do cachorro:
• Reino: Animalia.
• Filo: Chordata.
• Classe: Mammalia.
• Ordem: Carnívora.
• Família: Canidae.
• Gênero: Canis.
• Espécie: Canis lúpus.
• Subespécie: Canis lúpus familiaris.
Doenças parasitárias

• Ao tratarmos do desenvolvimento de doenças, como as parasitoses, é


importante abordarmos sobre a epidemiologia e a profilaxia das mesmas,
as quais objetivam a promoção da saúde, bem-estar, longevidade e
melhores condições de vida da nossa espécie.
• Epidemiologia: ciência que estuda a distribuição de doenças ou
enfermidades, e os fatores de risco na população humana.
Estudo epidemiológico

• Itens a serem analisados são:


I. Identificar a etiologia ou a causa das enfermidades do local: procura entender como
se dá o desenvolvimento e a transmissão das doenças.
II. Estudar a história natural dessas enfermidades: compreende as etapas de
desenvolvimento das doenças em relação ao tempo.
III. Descrever o estado de saúde da população: através de medidas de morbidade e
mortalidade.
IV. Avaliar as intervenções ou programas de saúde: se houve mudanças nos indicadores
de saúde, relacionados com as intervenções realizadas.
Tríade epidemiológica

HOSPEDEIRO

VETOR

AGENTE MEIO AMBIENTE

• As doenças vêm sendo descritas como resultado da tríade epidemiológica, composta


por agente, hospedeiro, meio ambiente e vetores.
Tríade epidemiológica

• Agente: item fundamental para o desenvolvimento da doença.


• Hospedeiro: organismo que pode ser infectado por um agente.
• Meio ambiente os fatores que interagem com o agente e meio ambiente.
• Vetores de doenças podem ser os mosquitos, os carrapatos, entre outros, são
frequentemente envolvidos no processo de transmissão da doença.
• Para que o agente infecte o hospedeiro é necessário que este esteja suscetível. Os
fatores susceptíveis incluem os biológicos, genéticos, nutricionais e imunológicos.
Tríade profilática

TRATAR

SANEAR EDUCAR
Tríade profilática

• Profilaxia: ciência que estabelece medidas preventivas para a preservação da


saúde.
• Os parasitos e outros agentes são veiculados através dos alimentos, água, roupas
e objetos em geral, portanto, faz-se necessário conhecer as medidas profiláticas.
• As principais formas de se contaminar por um parasito são através da ingestão
de alimentos, água contaminada e também através da pele por pequenos
ferimentos.
Medidas profiláticas

• As medidas profiláticas são voltadas para a educação, saneamento e tratamento


das pessoas infectadas.
• Tratamento da água, saneamento básico para todos, educação sanitária.
• Lavar as mãos com frequência, em especial antes de preparar alimentos e antes
das refeições, lavar bem e tratar todos os alimentos crus.
• Não defecar ao ar livre, e sim em ambiente apropriado.
Medidas profiláticas

• Proteger os alimentos contra moscas e baratas.


• Usar água devidamente tratada ou fervê-la antes de beber, o destino
adequado do lixo.
• Identificação e tratamento dos doentes para impedir maior proliferação da
doença.
Bibliografia recomendada

• REY, Luís. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nos


trópicos ocidentais. 4 ed. reimp. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
• NEVES, David Pereira; FILIPPIS, Thelma de. Parasitologia básica. 3 ed. São
Paulo: Atheneu, 2014.
• NEVES, David Pereira; MELO, Alan Lane de; LINARDI, Pedro Marcos; VITOR,
Ricardo W. Almeida. Parasitologia humana. 12. ed. São Paulo: Atheneu,
2011.
• CIMERMAN, Benjamin. Parasitologia humana e seus fundamentos gerais. 3
ed. São Paulo: Atheneu, 2010.
• Atlas Eletrônico de Parasitologia da Universidade Federal de Rio Grande do
Sul. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/alfabe.htm>
Seção 1.3 - Métodos diagnósticos I e II em
parasitologia
Análise macroscópica
• Para a análise macroscópica realiza-se a diluição das fezes em água, na
proporção de 10% do peso, com o auxílio do bastão de vidro. Em seguida,
deposita-se uma fina camada das fezes diluídas em uma placa de Petri
grande, posicionada em fundo branco.

• Em casos patológicos é possível observar a presença de fibras


musculares, vestígios vegetais, tecido conjuntivo, gordura, areia
intestinal (fragmentos de cálcio ou de fosfato de magnésio e de cálcio,
relacionados a células vegetais), falsa areia intestinal (pequenos
resíduos de cor preta ou marrom, relacionados a digestão de maçã,
banana e de outros vegetais), entre outros elementos.
métodos diagnósticos fecais para
protozoários e helmintos
• Após a realização do exame macroscópico, as fezes seguem para a
análise microscópica, que além de compreender os exames direto a
fresco ou corado com lugol, também inclui os métodos de triagem,
baseados na concentração das formas parasitárias, podendo ser
quantitativos ou qualitativos.
Tamização

• O exame macroscópico das fezes pode ser realizado pela simples


observação, que consiste em revolver o material evacuado com uma
espátula de madeira; ou a partir da tamização, procedimento
vantajoso que consiste em coar as fezes, diluídas previamente em
água, em peneira metálica apoiada em uma pia, juntamente de um
jato de água fraco sobre o material, a fim de separar possíveis vermes
adultos de Ascaris lumbricoide, Enterobius vermicularis, bem como os
proglotes de Taenia sp.
Método de MIFC ou Blagg, método de
Ritchie e Coprotest:
• São métodos que utilizam a centrifugação para a
sedimentação do material a ser analisado, propiciando
pesquisar os cistos de protozoários, além de ovos e larvas de
helmintos.
Método de MIFC ou de Blagg (sedimentação por
centrifugação).
Método de Ritchie modificado ou formol-
acetato de etila.
Coprotest

• É um processo simplificado e seguro de sedimentação por centrifugação.


• O paciente adquire na farmácia o Coprotest que já vem com o
conservador(formol a 10%), coloca as fezes no coletor, fecha o frasco e
agita por 2minutos para homogeneizar e as envia para o laboratório.
• A amostra de fezes homogeneizada é recolhida em um tubo de
centrífuga,acrescenta-se 3 ml de acetato de etila ou éter, agita-se e a
mistura é centrifugada por 3 minutos. Desprezando-se os detritos e o
líquido sobrenadante e acrescenta-se uma gota de Lugol ao sedimento.
• Duas ou três gotas do sedimento são recolhidas numa lâmina, cobertas
com lamínula e examinadas ao microscópio.
método de Willis

• Consiste na flutuação de ovos (leves) de helmintos de forma espontânea.


• As etapas para a execução do método são: colocar em um Becker 5 g de fezes e
de solução saturada NaCl ou de açúcar e, após a diluição, transferir para o tubo
de ensaio, completando o volume até alcançar o menisco positivo na borda do
tubo.
• Em seguida, deixar na boca do frasco uma lâmina (ou lamínula) disposta em
contato com o líquido por cinco minutos.
• Em seguida, levar ao microscópio com 1 gota de lugol. O método de Faus
também segue o princípio da flutuação, mas é realizado por meio de
centrifugação, proporcionando a pesquisa de cistos e oocistos de protozoários
e de ovos leves de helmintos.
método de Baermann-Moraes e método de
rugai
• O método de Baermann-Moraes e o método modificado por Rugai
consistem na concentração das larvas de helmintos, principalmente
para larvas de Strongyloides stercoralis. O método de Baermann foi
criado para a pesquisa de larvas de nematoides no solo, baseado em
tropismos (termotropismo, hidrotropismo e fototropismo) de larvas
que, ao final da tarde, migram do solo para as águas aquecidas dos
rios. Moraes modificou e adaptou a técnica para material fecal
humano, passando a ser chamado de Baermann-Moraes. Em 1954,
Rugai, Mattos e Brisola simplificaram a técnica de Baermann-Moraes,
tornando-se uma variante dela.
método de Baermann-Moraes

• Colocar até 10 g do material fecal em gaze dobrada, disposta em um


funil contendo um tubo de borracha acoplado à sua base.
• Posicionar a pinça de Mohr e verter a água a uma temperatura de 45
°C para cobrir as fezes, por uma hora. Em seguida, colocar 7 ml da
água em um tubo falcon, abrindo-se a pinça e, então, realizar a
centrifugação a 1.000 rpm, por um minuto. Colher o sedimento e
levar para a análise microscópica. Caso evidencie larvas, corar com
lugol e observar com a objetiva de 40x.
Método de rugai

• O método de Rugai, é a modificação do método de Baermann, que


consiste em envolver as fezes em gaze em forma de “trouxinha” e
deixar em contato com água a 45 ºC em cálice de sedimentação,
seguindo para a centrifugação e visualização microscópica.
Método de Rugai
Métodos quantitativos

• Os métodos quantitativos destinam-se para a contagem de ovos e,


por conseguinte, da análise da carga parasitária no hospedeiro.
• O método Kato-Katz (método Kato, modificado por Katz), é padrão-
ouro para pesquisa de ovos de Schistosoma mansoni.
• O método quantitativo de Stoll-Hausheer utiliza fezes frescas em
solução de hidróxido de sódio para saponificar as gorduras,
separando os ovos dos resíduos fecais. Em seguida, realiza-se a
contagem em 0,15 ml da suspensão clara em lâmina.
Método kato-katz

• Esse método não pode ser realizado com fezes diarreicas, sendo
executado a partir da coleta e compressão do material em tela e
transferindo 42 g desse material para a lâmina de microscopia.
• Tal quantidade é dimensionada por meio de um cartão retangular de
plástico que apresenta um orifício de 6 mm de diâmetro, para o qual são
transferidas as fezes. Em seguida o cartão é retirado e a lâmina é
preparada com solução verde malaquita.
• Após o período de 1 ou 2 horas é realizada a microscopia, multiplicando
o número total de ovos por 23, equivalente à quantidade de ovos por
grama de material.
• https://portal.fiocruz.br/video/metodo-kato-katz-original-por-naftale-
katz
• O método de Graham, conhecido como fita adesiva é
empregado na pesquisa de ovos de Taenia saginata,
Enterobius vermicularis e Taenia solium, encontrados na
região perianal.

• Essa técnica deve ser executada pela manhã, antes do


paciente defecar ou tomar banho, devendo ser repetida, em
dias sucessivos, caso dê negativo.
Metodos quantitativos e qualitativos

• Os métodos qualitativos e quantitativos que estudamos são


métodos diretos, pois identificamos diretamente a presença
do parasito. Nos métodos diretos, além da presença do
parasito, também é possível identificar produtos do parasito.
Métodos diretos

• a) exames a fresco para pesquisa de trofozoíto nas fezes;


• b) métodos de colorações que apresentam maior especificidade para a
identificação de estruturas parasitárias (morfologia) e melhor
sensibilidade;
• c) métodos de concentração que aumentam a sensibilidade e consistem
em centrifugação em variadas soluções, preparo em soluções de
diferentes densidade ou temperaturas e sedimentação espontânea;
• d) isolamento e cultura para alguns protozoários;
• e) detecção de material genético (DNA, RNA) parasitário;
• f) detecção de antígenos circulantes em fluidos;
• g) imunoistoquímica ou detecção de antígenos in situ.
métodos indiretos

• São aqueles que identificam a resposta imunológica do hospedeiro,


pois é importante destacar que, em casos nos quais o diagnóstico
direto é dificultado devido à baixa parasitemia observada na fase
crônica, como na doença de Chagas, leishmaniose visceral,
esquistossomose e cisticercose, a investigação por anticorpos do
hospedeiro que os diagnósticos imunológicos indiretos proporcionam
é preponderante para o diagnóstico conclusivo.
• O diagnóstico confirmativo da giardíase baseia-se na identificação de
trofozoítos ou cistos de Giardia lamblia em amostra de fezes, mas em
função da eliminação de cisto ser intermitente, ocorrem com uma
certa frequência resultados falsos-negativos. Por esse motivo o
método ELISA é indicado para o diagnóstico de giardíase, devido a sua
alta sensibilidade, que varia de 85% a 100%.
Seção 1.4 - Práticas de métodos diagnósticos
em parasitologia
métodos imunológicos

• Escolha do método para a investigação de doença parasitária -


avaliação clínica precisa.

• Diante de um agente estranho (antígeno), nosso organismo é


estimulado a produzir anticorpos, desencadeando assim
reações imunológicas. Os anticorpos e os antígenos podem ser
identificados através de métodos imunológicos a partir de
amostras biológicas.
• A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é empregada na detecção e
caracterização de parasitos, como:

• Entamoeba histolytica Schistosoma mansoni, Toxoplasma gondii, T.


cruzi, Fasciola hepática. Leishmania spp., Plasmodium spp.,
Wuchereria bancrofti, Giardia lamblia, e Taenia spp.
Doença de chagas

• A confirmação do diagnóstico de parasitose pelo T. cruzi deve ser


realizada com pelo menos dois métodos sorológicos diferentes
combinados, e os resultados de ambos não podem ser divergentes, pois
somente uma técnica não é considerada suficientemente sensível e
específica para o diagnóstico, pois podem apresentar reações cruzadas
com outros patógenos filogeneticamente.

• Porém, esse protocolo tem levado resultados inconclusivos, dificultando


o manejo clínico desses pacientes, pois há casos em que o teste
sorológico acusa positivo e outro negativo. Por isso, ultimamente, os
métodos moleculares vêm sendo bastante utilizados para o diagnóstico
da parasitose.
• Os métodos de imagem são exames complementares utilizados nas
doenças parasitárias, a fim de auxiliar no diagnóstico e direcionar o
tratamento dessas patologias, pois permitem a visualização em
detalhes de diferentes estruturas do órgão ou tecido avaliado. A
radiografia (raio-X) é bastante eficiente para identificar infecções em
órgãos como pulmões e coração. A tomografia computadorizada é
indicada para a identificação de lesões, hemorragias, tumores e
edemas, por exemplo. A ressonância magnética é indicada para
diagnosticar inflamações em nervos e articulações, problemas
ginecológicos, tumores, entre outros casos.
• Nas parasitoses causadas por helmintos podemos citar a neuroimagem
tomografia computadorizada para diagnóstico da neurocisticercose
(NCC), no que remete à identificação do escólex.
• Na elefantíase a ultrassonografia permite identificar “sinal da dança das
filárias”, devido aos movimentos característicos dos vermes. A radiografia
é um exame complementar no diagnóstico da ascaridíase, ancilostomíase
e estrongiloidíase devido às manifestações pulmonares.
• Na schistosomíase urinária a radiografia do aparelho urinário é
diagnóstico obrigatório, pois proporciona a identificação de calcificações
localizadas na uretra e na bexiga, oriundas de depósito de ovos ao longo
da mucosa, e nos estádios avançados, na identificação de estenose
ureteral.
• Nas parasitoses causadas por protozoários podemos citar os exames de
raio-X, tomografia computadorizada e de ressonância magnética que são
utilizados no diagnóstico de toxoplasmose cerebral, em que são
observados sítios de necrose calcificados em função dos leucócitos que
cercam os Toxoplasma gondii.
• A radiografia está entre os exames complementares para análise do
estágio crônico da doença de Chagas, pois devido ao comprometimento
de nervos do sistema simpático como causa da contração permanente de
esfíncteres, o trânsito de alimentos (megaesôfago) e fezes (megacólon) é
interrompido, causando distúrbios gastrointestinais.
• Por isso, a radiografia comum ou com contraste, permite a visualização
da dilatação dessas regiões anatômicas, confirmando o diagnóstico. Na
infecção extraintestinal amebiana, diante da suspeita de um abscesso
hepático, realiza-se a ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC)
ou a ressonância magnética (RM).
Seção 2.1 - Toxoplasmose e Doença de
Chagas
Toxoplasma gondii

• Nome da doença: Toxoplasmose.


• Parasita: Protozoário coccídio intracelular obrigatório.
• Localização no H: em todo o corpo do hospedeiro.
• Hospedeiros: homem e outros mamíferos (gatos).
• Período de incubação: Sintomática, varia entre 10 e 20 dias
Modo de Transmissão

• Ingestão de alimentos contaminados, em especial


carnes cruas ou mal passadas, principalmente de
porco e de carneiro.

• Ingestão de vegetais que abriguem os cistos do


Toxoplasma (contato com as fezes de animais
hospedeiros).

• Transmissão Congênita, ou seja da mãe para o feto.


• A toxoplasmose é relevante no período gestacional.

• importante com o aparecimento da infecção HIV/Aids


e com incremento do número de transplantes, além
de outras condições imunodepressoras.

• É uma parasitose cosmopolita, cujo reservatório


natural é o gato.
Sintomas
• A maioria das infecções causadas pelo Toxoplasma é
assintomática.
• as formas clínicas são assim divididas:
• infecção primária em imunocompetentes (toxoplasmose
ganglionar);
• Toxoplasmose em pacientes imunocomprometidos;
• toxoplasmose congênita;
• coriorretinite isolada (toxoplasmose ocular).
Tratamento
• toxoplasmose ganglionar
• sulfadiazina 1 g 6/6h + pirimetamina 25 mg 24/24h + ácido folínico
10 mg
• toxoplasmose ocular
• sulfadiazina 1 g 6/6h + pirimetamina 25 mg 24/24h + ácido folínico
10 mg + prednisona 1 mg/kg/dia
• toxoplasmose em gestantes
• Espiramicina 1 g 8/8h
• toxoplasmose em gestantes
• Espiramicina 1 g 8/8 h até 20 semanas de gestação. sulfadiazina 1 g
6/6h + pirimetamina 50 mg 24/24h + ácido folínico 15 mg a partir da
semana 21 de gestação
• toxoplasmose em pacientes com Aids
• sulfadiazina 1 g a 1,5 g 6/6h + pirimetamina 50 mg 24/24h + ácido
folínico 15 mg. Após seis semanas, é recomendado manter 50% das
doses até níveis adequados de CD4.
Profilaxia e Cuidados

• Ingerir somente carne bem cozida;


• Lavar bem as frutas e os vegetais;
• Ingerir somente leite pasteurizado;
• Lavar bem as mãos e utensílios após manipular carne
crua;
• Cobrir o tanque de areia onde as crianças brincam;
• Alimentar gatos com ração industrializada;
• Não fornecer carne crua ao seu gato;
• Lavar diariamente a caixa de areia do gato;
• Manter seu gato em casa;
Considerações

• Em algumas regiões, 40 a 70% de humanos adultos apresentam-se


positivos para toxoplasmose, em testes sorológicos.

• Vários mecanismos de transmissão; oocistos em fezes de gatos, cistos


presentes em carnes, taquizoítos encontrados no leite, saliva,
esperma, lambedura e perdigotos e Transmissão congênita.
O gato não é o grande vilão da doença

• O gato não é o grande vilão da doença, explica o infectologista Celso


Granato, professor da Universidade Federal de São Paulo e assessor médico
do laboratório Fleury, porque não é o principal culpado pela disseminação.
• "O ciclo do protozoário toxoplasma gondii tem que passar pelo gato, mas o
animal leva uma culpa maior do que merece. O que acontece na prática é
que há mais chances de se contrair a doença tomando água contaminada,
comendo carne vermelha crua, salada e usando utensílios contaminados",
ressalta.
• Além disso, diz Toscano, o cisto da toxoplasmose só é liberado durante até
três semanas da infecção do gato. "Então teria que coincidir o gato
contaminado com a doença no momento da gestação da mulher e, durante
estas três semanas, ela ter algum problema de higiene que fizesse com que
tivesse contato com o protozoário. Passadas as três semanas, mesmo que o
animal esteja infectado, ele não vai liberar o cisto."
Trypanosoma cruzi

• Nome da doença: Doença de Chagas


• Parasita: Protozoário flagelado.
• Localização no H: Amastigotas (intracelular) Tripomastigota (Sangue)
Epimastigota (inseto).
• Hospedeiros: homem e alguns animais.
• Período de incubação: Pode variar de 1 a 3 semanas.
• Agentes patológicos: T. cruzi.
EPIMASTIGOTA

AMASTIGOTA
TRIPROMASTIGOTA
• Amastigota – fase intracelular, sem organelas de
locomoção, com pouco citoplasma e núcleo grande. O
cinetoplasto fica ao lado do núcleo e é um pouco menor
que ele. Está presente na fase crônica da doença.

• Epimastigota – é a forma encontrada no tubo digestivo


do vetor, não é infectante para os vertebrados. Tem
forma fusiforme e apresenta o cinetoplasto junto ao
núcleo. Possui flagelo e membrana ondulante.

• Tripomastigota – fase extracelular, que circula no


sangue. Apresenta flagelo e membrana ondulante em
toda a extensão lateral do parasito. O cinetoplasto se
localiza na extremidade posterior do parasito. Esse
estágio evolutivo está presente na fase aguda da
doença, constituindo a forma infectante para os
vertebrados.
Doença de Chagas

• Em abril de 1909, Carlos Chagas, (Instituto Oswaldo


Cruz), anunciou ao mundo científico uma descoberta
tripla: uma nova doença humana, seu agente causador
– o protozoário Trypanosoma cruzi – e seu inseto
transmissor.

• A notícia foi imediatamente saudada como marco


fundamental na história da ciência brasileira.

• Primeiro caso menina Berenice – 2 anos.


Modo de Transmissão

• A transmissão acontece pelas fezes do "barbeiro"


depositadas sobre a pele da pessoa, enquanto o
inseto suga o sangue.
• A picada provoca coceira, facilitando a entrada do
tripanosomo no organismo, o que também pode
ocorrer pela mucosa dos olhos, do nariz e da boca ou
por feridas e cortes recentes na pele.
• A doença de Chagas não é transmitida ao ser humano
diretamente pela picada do inseto,
• A transmissão ocorre quando a pessoa coça o local da
picada e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram
pelo orifício que ali deixou.
Modo de Transmissão
• Pode ocorrer também por:

• Transfusão de sangue contaminado


• Gestação, da mãe para o filho.
• Além disso foram registrados No Brasil, casos da
infecção transmitida por via oral nas pessoas que
tomaram caldo-de-cana ou comeram açaí moído.

• Embora não se imaginasse que isso pudesse


acontecer, o provável é que haja uma invasão ativa
do parasita diretamente através do aparelho digestivo
nesse tipo de transmissão.
Ciclo do
Parasita
• O homem se infecta durante a hematofagia, quando o
barbeiro elimina os tripomastigotas metacíclicos em suas
fezes.

• Logo após apenetração, o tripomastigota metacíclico invade


células do sistema fagocítico mononuclear (célula alvo) e
perde o flagelo, passando a se chamar amastigota.

• Nesse estágio os amastigotas multiplicam-se por divisão


binária em ciclos de aproximadamente doze (12) horas, até
que a célula infectada fique repleta de amastigotas.

• Nesse momento as amastigotas se transformam


novamente em tripomastigotas.
• Quando a célula alvo rompe libera os
tripomastigotas, se disseminando para o restante do
organismo através da circulação sangüínea e
linfática.

• Os principais órgãos atingidos são o coração, tubo


digestivo e plexos nervosos.

• Os tripomastigotas são convertidos em


epimastigotas no tubo digestivo do triatomíneo.

• Os epimastigotas se reproduzem por divisão binária


e, quando chegam à porção terminal do intestino
(reto) do triatomíneo, voltam à forma
tripomastigota.
Patogenia
• A doença de Chagas se caracteriza por apresentar duas
fases: aguda e crônica.

• A medida que o ciclo de invasão e ruptura se repete, o


histotropismo se desloca do sistema fagocítico
mononuclear para células musculares lisas e cardíacas
e para o sistema nervoso.

• Essa fase de intensa multiplicação e invasão de células


caracteriza a fase aguda da Doença de Chagas.
Diagnóstico

• O diagnóstico da doença é feito pela visualização do protozoário,


sorologia, cultura e, em certas circunstâncias, por PCR. Também pode
ser feito a partir de biópsias de linfonodos, quando houver
poliadenite, durante a fase aguda da doença.

• Os métodos de imunodiagnóstico, especialmente a


imunofluorescência, ELISA e hemaglutinação, são utilizados na fase
crônica.
Tratamento
• O tratamento deve ser indicado por um médico, após
a confirmação da doença. O remédio, chamado
benzonidazol, é fornecido pelo Ministério da Saúde,
gratuitamente, às Secretarias Estaduais de Saúde, e
deve ser utilizado em pessoas que tenham a doença
aguda assim que ela for identificada.
• O tratamento tem duração de 60 dias.
Seção 2.2 - Leishmaniose
Leishmania spp

• Nome da doença: Leishmaniose


• Parasita: Protozoário flagelado.
• Localização no H: Pele; Sangue; Mucosas e Vísceras.
• Hospedeiros: homem e alguns animais.
• Período de incubação: Pode variar de 2 semanas a 12 meses, com
média de 2 a 3 meses.
• Agentes patológicos: L. donovani; L. chagasi; L. infantum L. tropica;
L. braziliensis e outros.
AMASTIGOTA

PROMASTIGOTA
Brasil

• No Brasil o primeiro relato veio em 1934, por Penna.

• De 1936 a 1939 extensos estudos foram realizados por Evandro


Chagas, que classificou o parasita como Leishmania chagasi.

• Neste período foi identificado o Lutzomyia longipalpis como vetor.


Modo de Transmissão

• O homem se infecta quando um flebotomíneo do gênero


Lutzomyia inocula formas promastigotas.

• Estas formas são fagocitadas por macrófagos teciduais e


convertem-se em amastigotas.

• Estas se reproduzem por divisão binária, até que a célula se


rompa.

• Inúmeras amastigotas são liberadas e fagocitadas por outros


macrófagos (ciclos assexuada).
Modo de Transmissão

• A leishmaniose é uma zoonose. O mosquito só transmite a leishmania


se tiver picado um animal infectado.
Lutzomyia longipalpis
Ciclo do
Parasita
Patogenia e prevenção
Quatro grupos:
• Leishmaniose cutânea - Produz exclusivamente lesões
cutâneas limitadas.

• Leishmaniose cutâneo-mucosa - Freqüentemente se


complicam pelo aparecimento de lesões destrutivas em
algumas mucosas.

• Leishmaniose cutânea difusa - Formas cutâneas
disseminadas.

• Leishmaniose visceral ou Calazar - O parasito tem tropismo


pelo sistema fagocítico mononuclear de órgãos como o
fígado, o baço e a medula, que se tornam hipertrofiados.
Leishmaniose cutânea
Características
• É conhecida também como úlcera de Bauru e ferida
brava e Leishmaniose Tegumentar Americana.

• Os parasitos deste complexo afetam o sistema


fagocítico mononuclear do hospedeiro (Histiócitos),
desencadeando grande processo infeccioso.

• Caracteriza-se no homem pela produção de lesões


cutâneas de diversos tipos.
• Leishmaniose forma cutânea disseminada: é uma forma
rara que ocorre em apenas 2% dos casos, caracterizada
pelo aparecimento de múltiplas lesões papulares e
acneiformes envolvendo várias partes do corpo, inclusive
a face e o tronco, podendo chegar a centenas.

• Disseminação do parasita através do sangue, levando ao


surgimento de lesões distantes da picada em poucos dias.
Pode haver febre, dores musculares, mal-estar geral e
emagrecimento.

• No Brasil, esta forma é normalmente causada pela espécie


Leishmania amazonensis e Leishmania braziliensis.
Incubação

• O período de incubação (tempo decorrido entre a picada do inseto e


o aparecimento de sintomas) é em torno de 2 a 3 meses, mas pode
variar de 2 semanas a dois anos.
Leishmaniose Visceral
Características

• No Brasil, a importância da leishmaniose visceral reside não somente


na sua alta incidência e ampla distribuição, mas também na
possibilidade de assumir formas graves e letais quando associada ao
quadro de má nutrição e infecções concomitantes.
• A leishmaniose visceral (LV) era, primariamente, uma zoonose
caracterizada como doença de caráter eminentemente rural.
• Expandiu-se para áreas urbanas de médio e grande porte e se tornou
crescente problema de saúde pública no país.
• Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos
casos.
• No Brasil, a leishmania chagasi é o parasita
que causa leishmaniose visceral.
• A infecção pode ser oligossintomática
(quase ou nenhum sintoma) ou de
moderada a grave, levando o paciente à
morte.
• Nos casos sintomáticos iniciais, há anemia,
esplenomegalia (aumento do baço),
hepatomegalia (aumento do fígado) e febre.
Transmissão

• Picada do mosquito.

• Acidentes de Laboratório.
• Transfusão Sanguínea.
• Uso de drogas injetáveis.
• Transmissão Congênita (poucos casos relatados.
Distribuição
Distribuição

Esporádica (< 2,4 casos/área)

Moderada (= 2,4 e < 4,4 casos/área)

Intensa (= 4,4 casos/área)


Tratamento
• Os antimoniais pentavalentes, por via endovenosa,
são as drogas mais indicadas para o tratamento da
leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos
(Glucantime).
• Em segundo lugar, está a anfotericina B, cujo
inconveniente maior é o alto preço do medicamento.
• Uma nova droga, a miltefosina, por via oral, tem-se
mostrado eficaz no tratamento dessa moléstia.
• A regressão dos sintomas é sinal de que a doença foi
pelo menos controlada, uma vez que pode reincidir
até seis meses depois de terminado o tratamento.
Diagnóstico

• O diagnóstico laboratorial da Leishmaníase tegumentar, na maior


parte das vezes, é feito através de exame direto das lesões.

• Na forma visceral, o diagnóstico pode ser feito através de biópsia ou


de isolamento em cultura e também podem ser usadas provas
imunológicas como ELISA, imunofluorescência e intradermorreação.
Medidas de Controle
• Diagnóstico e tratamento precoce dos casos.
• Redução da população de flebotomíneos.
• Eliminação dos reservatórios.
• Atividades de educação em saúde.
• Orientações dirigidas ao controle do vetor
• Controle químico: cipermetrina, na formulação pó
molhável (PM) e a deltametrina, em suspensão
concentrada.
• Eutanásia de cães (o que fazer com as Carcaças?!)
• Controle da população canina errante
• Uso de telas em canis individuais ou coletivos
• Coleiras Impregnadas com Deltametrina a 4%
• Saneamento ambiental
Seção 2.3 - Malária
Plasmodium spp

• Nome da doença: Malária.


• Parasita: Protozoário intracelular obrigatório.
• Localização no H: células do Sangue e células do fígado.
• Hospedeiros: homem e mosquitos do gênero Anopheles.
• Período de incubação: P. falciparum, em média 10 dias;
P. vivax em média 15 dias; P. malariae até 30 dias.
• Agentes patológicos: Plasmodium vivax, Plasmodium
falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale
(não ocorre no Brasil).
Distribuição
Modo de Transmissão
• Transmitida pela picada das fêmeas de alguns
mosquitos do gênero Anopheles.
• Mais comum no Brasil - Anopheles darlingi

Pode ser também por:

• Transfusão sanguínea.
• Compartilhamento de seringas.
• Acidente com material perfuro cortante.
• Transmissão neonatal.
Período de Incubação

P. falciparum: 8 a 12 dias.

P. vivax: 13 a 17 dias.

P. malariae: 28 a 30 dias.
Quadro Clínico

• Uma fase sintomática inicial caracterizada por mal estar, cefaléia,


cansaço e mialgia, geralmente precede a clássica febre da malária.

• Ataque paroxístico agudo (acesso malárico) coincide com a ruptura


das hemáceas ao final da esquizogonia.
Acesso Malárico
• Calafrio e sudorese.
• Dura de 15 minutos a 1 hora.
• Após, fase febril (podendo atingir 41 ºC ou mais.
• Após um período de duas a seis horas, ocorre
defervescência da febre e o paciente apresenta
sudorese profusa e fraqueza intensa.
• A periodicidade dos sintomas possui relação com o
tempo de duração dos ciclos nos eritrócitos.

72 hs para P. malariae. (Malária quartã)

48 hs para P. falciparum; P. vivax e P. ovale. (Malária Terçã)


Diagnóstico

• O Diagnóstico da malária é feito com a ajuda do exame microscópico


das amostras de sangue.
• Os sintomas da malária podem assemelhar-se a febres da gripe, da
gastroenterite, as tifóides ou outras as virais. Assim a febre e outros
sintomas similares à malária precisam a avaliação cuidadosa de
diagnosticar a malária.
Tratamento
• Malária vivax: Tratamento é feito com comprimidos de
cloroquina, quatro no primeiro dia, três no segundo e três
no terceiro.
• primaquina, um remédio que deve ser tomado sob a
forma de um comprimido diário, durante 14 dias.
• Malária malariae: Tratamento feito com cloroquina
quatro comprimidos no primeiro dia e três nos dois dias
subseqüentes. Essa forma da doença não requer a
indicação de primaquina.
• Malária falciparum: resistente à cloroquina. Atualmente,
a opção é usar o derivado de uma planta chinesa
chamada ginghaosu, (princípio ativo artemisinina),
associado a drogas novas como a mefloquina ou a
lumefrantina, num único comprimido, que deve ser
tomado seis vezes por dia, durante três dias.
Profilaxia e Prevenção

• Uso de medicamentos antes e depois da viagem


Paludrine/Avloclor, a Doxiciclina e o Malarone.
• Redes de mosquitos (Mosquiteiros).
• Repelentes de insetos.
• Roupas largas e de manga comprida durante a noite.
Seção 2.4 - Identificação morfológica:
hemoparasitos
Formas parasitológicas do Toxoplasma gondii

➢ Estudo de Caso – 01:


• Amostra: sangue (paciente RJ)
• Com base nos sintomas, o médico solicitou amostra de sangue para ambos os
pacientes do RJ e RS. Na amostra do paciente do RJ, após o clínico realizar um
esfregaço estirado e analisar em microscópio, encontrou taquizoítos e
encaminhou a amostra para exames sorológicos.
• Taquizoítos: formas parasitárias de crescimento rápido e característico da fase
aguda da toxoplasmose, têm entre 4 a 8 µm de tamanho, uma forma de meia lua
com uma das extremidades afiladas.
• Bradizoítos: formas de crescimento lento dentro de cistos característicos da fase
crônica da infecção.
Fonte: Neves (2011, p. 165).
Formas parasitológicas do Toxoplasma gondii
Formas parasitológicas do Toxoplasma gondii

Toxoplasma gondii - taquizoítos (100x) Taquizoítos (setas) de Toxoplasma gondii


Formas parasitológicas do Toxoplasma gondii

Cisto de T. gondii em tecido de cérebro de rato. Bradizoítos podem


Cisto tecidual contendo bradizoíto.
ser vistos no interior.
Formas parasitológicas do Toxoplasma gondii

A- Oocisto não esporulado; B- Oocisto esporulado contendo dois esporocistos, onde em um deles 4
esporozoítos de Toxoplasma gondii podem ser vistos.
(Dubey et al., 1998)
Formas parasitológicas do Trypanosoma cruzi

➢ Estudo de Caso – 02:


• Amostra: sangue (paciente RS)
• Do paciente do RS, após realizar esfregaço estirado e analisar em microscópio o clínico
encontrou as formas tripomastigotas.
• Tripomastigotas: formas infectantes do Trypanossoma cruzi, causador da doença de
Chagas. Essas formas possuem flagelo e uma membrana em toda a extensão lateral,
chamada de ondulante, possui um cinetoplasto na extremidade posterior e está
presente na fase aguda da doença.
• Amastigota: forma parasitária dentro das células, não possui organelas de locomoção,
há muito pouco citoplasma e o núcleo é grande. O cinetoplasto está localizado ao lado
do núcleo. Essa forma é encontrada na fase crônica da doença, e devido à afinidade do
parasito com o coração, normalmente são encontradas nesse órgão.
Formas parasitológicas do Trypanosoma cruzi

Tripomastigota de Trypanosoma cruzi. Seta preta -


Trypanosoma cruzi. Na seta: forma infectante cinetoplasto; vermelha - núcleo; azul - membrana
(tripomastigota). ondulante; verde - flagelo.
Formas parasitológicas do Trypanosoma cruzi

Trypanosoma cruzi. Amastigotas Amastigotas em tecido muscular cardíaco


Formas parasitológicas de Leishmania sp

➢ Estudo de Caso – 03:


• Amostra: aspirado medula óssea (paciente BA)
• Com base nos sintomas relatados pelo paciente da BA, o médico
encaminhou ao laboratório o aspirado de medula óssea.
• Após o clínico realizar esfregaço estirado com o aspirado de medula
óssea e analisar em microscópio, encontrou formas amastigotas.
Formas parasitológicas de Leishmania spp

➢ Estudo de Caso – 04:


• Amostra: raspado de lesão (paciente Bauru-SP)
• O médico fez um raspado de lesão e encaminhou ao laboratório.
• Nessa lâmina, após coloração, o clínico encontrou também formas
amastigotas.
• Amastigotas: ovoides, medem entre 2,1 e 3,2 µm de tamanho e o flagelo
é interno.
Formas parasitológicas de Leishmania sp

Células de defesa (macrófagos) parasitados


com as formas amastigotas de Leishmania
(setas vermelhas) e amastigostas livres (seta
verde).
Formas parasitológicas de Leishmania sp

Leishmania sp, forma amastigota em macrófagos de fígado. Material aspirado contendo amastigotas de Leishmania spp.
(Fonte: Atlas de parasitologia Clínica Viqar Zaman, 1979)
Formas parasitológicas de Plasmodium sp

➢ Estudo de Caso – 05:


• Amostras: sangue (pacientes AM)
• Os dois pacientes relataram apresentar febre alta, calafrios e ondas de calor
com sudorese abundante, dor de cabeça e no corpo, falta de apetite, pele
amarelada e cansaço.
• Na lâmina (após realizar esfregaço estirado e analisar em microscópio) o
clínico encontrou formas de trofozoítos, nos dois casos.
• Trofozoítos jovens possuem forma em anel, o aro é citoplasma e a pedra
representada pelo núcleo do parasito (cromatina).
Formas parasitológicas de Plasmodium sp

Trofozoíto médio no interior das hemácias Trofozoíto de Plasmodium sp


Seção 3.1 - Amebíase
Entamoeba histolytica
• Nome da doença: Amebíase
• Localização no H: Usualmente o Intestino
• Hospedeiros: Homem.
• Período de incubação: De 1 a 4 semanas, com media
de 7 a 10 dias
• Agente patológico: Entamoeba histolytica
• Sinônimos: Disenteria amebiana, disenteria amébica
Morfologia
• A Entamoeba histolytica apresenta-se em duas formas
evolutivas: O trofozoíto e o cisto.

• O trofozoíto corresponde à forma vegetativa que


habita a luz do intestino grosso e pode,
ocasionalmente, provocar lesões na mucosa
intestinal, no fígado, no pulmão, na pele e até no
cérebro. O trofozoíto é uninucleado e mede entre 15
e 60 micrômetros e se locomove pela emissão de
pseudópodes.
• O cisto é a forma de resistência, geralmente esférico ou oval, variando
de 8 a 20 micrômetros de diâmetro. Consiste em um citoplasma que
apresenta de um a quatro núcleos, pequenos vacúolos e inclusões
citoplasmáticas envolvidas por uma parede císticas.
Distribuição
Modo de Transmissão

• Ingestão de cistos maduros do parasito em água ou alimentos


contaminados com fezes.
• Pode também ocorrer transmissão sexual devido a contato oral-anal.
• Por meio das mãos contaminadas com material fecal que podem reter
os cistos, sobretudo sob as unhas.
• Transporte mecânico de cistos por insetos.
Ciclo do
Parasita
1.Contaminação dos alimentos e/ou água por cistos
eliminados nas fezes humanas;
2.Ingestão dos cistos pela via oral;
3.Passagem do cisto pelo estômago sem sofrer
ação do suco gástrico;
4.Inicio do desencistamento ao final do intestino
delgado;
5.Colonização dos trofozoítos no intestino grosso
podendo viver como:
5ª.comensal – aderidos à mucosa intestinal, às
custas de bactérias e detritos;
5b.parasita – adquirindo caráter agressivo e
invasivo para a mucosa intestinal ou determinar
a amebíase extra-intestinal, invadindo outros
tecidos, atingidos pela migração do parasito pela
via hematogênica (fígado, pulmões, cérebro,
etc.);
6.Trofozoítos se destacam da mucosa, sofrendo
encistamento;
7.Eliminação dos cistos juntamente com as fezes;
Epidemiologia
• Estima-se que mais de 10% da população mundial
estão infectados por E. dispar e E. histolytica.
• Ocorrência estimada em 50 milhões de casos
invasivos/ano. Em países em desenvolvimento, a
prevalência da infecção é alta, sendo que 90% dos
infectados podem eliminar o parasito durante 12
meses.
• Eles permanecem viáveis no meio ambiente, ao
abrigo de luz solar e em condições de umidade
favoráveis, durante cerca de 20 dias.
Patogenia

• Cerca de 90% dos indivíduos infectados por


Entamoeba histolytica são assintomáticos.
• Apenas uma pequena proporção dos infectados
desenvolverá a doença, pois em algumas
situações ainda não completamente esclarecidas
o parasito pode invadir e colonizar a mucosa
intestinal e, em seguida, o fígado e outros órgãos.
• Nas formas invasivas, as lesões são consequência de
lise celular, necrose dos tecidos e degradação da
matriz extracelular.
• Assim, o principal mecanismo patogênico desse
parasito é a reação citolítica.
• Existem, pelo menos, três proteínas do parasito
relacionadas com esse processo: proteínas de adesão,
proteínas formadoras de poros (amebapore) e
cisteína-proteases.
• A adesão é um pré-requisito para o início da lise
dos tecidos.
• Depois de estabelecer contato com a célula-alvo,
o parasito libera as proteínas formadoras de
poros a partir de grânulos citoplasmáticos.
• Depois do processo de adesão e citólise, a
Entamoeba histolytica inicia a fagocitose e a
degradação intracelular, dando continuidade à
invasão tecidual.
• Os trofozoítos, após a invasão, multiplicam-se
nos tecidos e provocam lesões nos órgãos
afetados.
• O ceco e o retosigmóide são as principais regiões
invadidas pelo parasito no intestino grosso.

• Nesses locais os trofozoítos invadem a mucosa,


progridem em direção à camada muscular da
mucosa e, em seguida, à submucosa.
• Os trofozoítos podem invadir vasos sanguíneos e,
a partir da circulação portal, atingir o fígado.

• A lesão mais característica no fígado é a necrose


coliquativa aguda, conhecida como “abscesso
hepático amebiano”.

• Secundária a amebíase hepática, pode ocorrer


invasão de outros órgãos (pulmões, rins, cérebro
e pele) a partir da ruptura do abscesso hepático
ou da disseminação hematogênica dos
trofozoítos.
Tratamento

• Todas as infecções pela ameba Entamoeba histolytica devem ser


tratadas, mesmo na ausência de sintomas, devido ao potencial risco
de complicações futuras e de disseminação da ameba para os
membros da família.
• Existem várias opções de tratamento para a amebíase. As formas
leves ou assintomáticas podem ser tratadas com Teclozam. Para as
formas sintomáticas, as opções são Metronidazol, tinidazol ou
secnidazol.
Medida de Controle

• O controle da amebíase baseia-se no combate a transmissão do


parasita e inclui medidas de higiene pessoal e educação sanitária.
• A lavagem das mãos após a evacuação e antes de alimentar-se e a
manutenção das unhas curtas e limpas constituem as medidas de
higiene pessoais mais destacáveis.
• A educação sanitária e o saneamento ambiental são os outros fatores
para a profilaxia e o controle da amebíase.
• Recomenda-se à população sem acesso à água tratada, a
fervura ou filtragem da água a ser consumida ou utilizada
na lavagem de vegetais crus.

• Destacam-se também a necessidade de excluir o uso das


fezes humanas como adubo.

• Uma vacina contra a amebíase foi testada e obteve


sucesso em animais de laboratório. Dados recentes
revelam que uma vacina recombinante poderia
ser suficiente para a proteção contra a amebíase
intestinal em seres humanos.
Seção 3.2 - Giardíase
Giardia lamblia

• Nome da doença: Giardíase


• Localização no H: Intestino
• Hospedeiros: Homens e Mulheres.
• Período de incubação: De 1 a 4 semanas, com media de 7 a 10 dias
• Agentes patológicos: Giardia lamblia
• Sinônimos: G. duodenalis; G. intestinalis.
• Duas formas evolutivas durante o seu ciclo biológico:
• O trofozoíto e o cisto.

• O trofozoíto tem de 10 a 20 micrômetros de


comprimento por cinco a 15 micrômetros de largura,
apresenta simetria bilateral e um achatamento dorso-
ventral que lhe confere um aspecto piriforme.
• A face dorsal é lisa e convexa, enquanto a face ventral
é côncava.
• Na face ventral aparece uma estrutura denominada
disco adesivo, disco ventral ou disco suctorial,
semelhante a uma ventosa que proporcionam a
fixação do parasita às células epiteliais da mucosa
intestinal.

• Internamente, os trofozoítos apresentam dois núcleos


ovóides idênticos.
• Os trofozoítos apresentam quatro pares de flagelos:
um par anterior, um ventral, um posterior e um par
caudal. A atividade desses flagelos permite o
deslocamento rápido e irregular de parasita.

• Os trofozoítos são encontrados principalmente na


porção superior do intestino delgado, mas podem
ocupar excepcionalmente outras porções do intestino
delgado, bem como o intestino grosso; nutrem-se por
pinocitose na membrana e sua reprodução ocorre por
divisão binária longitudinal.
• O cisto mede de 8 a 14 micrômetros de comprimento
por sete a 10 micrômetros de largura e apresenta-se
como uma estrutura oval ou elipsóide. No seu interior
aparecem dois ou quatro núcleos pequenos e
circulares.
• Os cistos apresentam uma membrana externa, de 0,3
micrômetros de espessura.
• Essa parede cística faz com que os cistos se tornem
resistentes às variações de temperatura e umidade e
à ação de alguns produtos químicos.
Distribuição

Essa doença possui distribuição mundial, porém é mais comum


em climas temperados e em crianças nos primeiros anos de vida.
Modo de Transmissão
• Transmitida pela via fecal-oral. Qualquer situação em
que os cistos de giardia liberados nas fezes alcancem a
boca de outras pessoas, causará a contaminação.
Modo de Transmissão

Exemplos:
• Beber ou banhar-se em águas contaminadas.
• Contaminação de alimentos por mãos mal lavadas.
• Creches e instituições de idosos onde há pouca preocupação com
higiene.
• Sexo oral/anal.
• Contato com fezes de cães e gatos contaminados.
• Manuseio de solo contaminado sem a devida limpeza posterior das
mãos.
Ciclo do Parasita
Epidemiologia
• Giardia é um dos enteroparasitos mais freqüentemente
.
• A infecção por Giardia é cosmopolita, ocorrendo em
áreas desenvolvidas e em desenvolvimento.
• Os índices de prevalência variam de 2 % nos países
desenvolvidos até 30% nos países em
desenvolvimento.
Patogenia

• A giardíase pode originar quadros clínicos como diarréia e má-


absorção intestinal.
• Ao colonizar o intestino, o parasita adere à mucosa intestinal e produz
irritação.
• Redução de lactase, sucrase e maltase nas membranas.
• A área de absorção da mucosa intestinal torna-se reduzida, podendo
resultar num quadro de má-absorção.
• A Giárdia causa lesões sem penetrar no epitélio,
invadir tecidos vizinhos, ou cair na corrente
sanguínea.
• Quando presentes em grandes quantidades, os
trofozoítos de Giardia formam uma espécie de tapete
em todo o duodeno, reduzindo a ação das
dissacaridases e prejudicando a absorção de
vitaminas lipossolúveis, vitamina B12, ácidos graxos,
ácido fólico, glicose, sódio e água.
Diagnóstico

• O diagnóstico laboratorial da giardíase baseia-se no exame


parasitológico de fezes com pesquisa de cistos e/ou trofozoítos;
pesquisa de trofozoítos no fluido duodenal;
• provas imunológicas (ELISA) com pesquisa de antígenos em fezes; e
pela biologia molecular (Reação em Cadeia da Polimerase - PCR).
Tratamento

• O tratamento da infecção pela Giardia tem dois objetivos: eliminar os


sintomas nos pacientes sintomáticos e interromper a eliminação dos
cistos pelas fezes, quebrando a cadeia de transmissão.
Tratamento

• Derivados dos nitroimidazóis, dos nitrofuranos e dos corantes de


acridina. Os nitroimidazóis são os mais empregados
(Custo/benefício). Dentre os nitroimidazóis destacam-se o
metronidazol, o tinidazol, o ornidazol e o secnidazol.
• O metronidazol é a droga mais utilizada no tratamento da
giardíase. Recomenda-se 15 a 20mg/kg durante sete a dez dias
consecutivos, para crianças, via oral; a dose para adultos é
250mg, duas vezes ao dia.
• A desvantagem do metronidazol é a presença de
muitos efeitos colaterais como náuseas, vômitos,
vertigens, dores de cabeça e, em alguns casos,
toxicidade em relação ao sistema nervoso central.

• Alguns estudos têm mostrado, ainda, possíveis


efeitos carcinogênicos e mutagênicos relacionados
com esquemas terapêuticos prolongados com
metronidazol.

• Além disso, a eficácia do metronidazol se


apresenta reduzida em alguns casos,
provavelmente devido à resistência de cepas de
Giardia ao tratamento com este medicamento.
Medidas de Controle

• Medidas de controle: Impedir a contaminação fecal da água e


alimentos por meio de medidas de saneamento, educação em saúde,
destino adequado das fezes e controle dos indivíduos que manipulam
alimentos.
• Lavar as mãos, após o uso do sanitário e lavar cuidadosamente os
vegetais com água potável, e deixando-os imersos em hipoclorito de
sódio a 2,5% (uma colher de sopa de hipoclorito em 1 litro de água
filtrada), durante meia hora, para eliminar os cistos.
• Evitar práticas sexuais que favoreçam o contato fecal-oral.
• O diagnóstico de um caso em quartéis, creches, orfanatos
e outras instituições indica a realização de inquérito
coproscópico para tratamento dos portadores de cistos.
• Realizar a fiscalização dos prestadores de serviços na área
de alimentos, atividade a cargo da vigilância sanitária.
• Em pacientes internados, precauções do tipo entérico
devem ser adotadas..
• No Brasil a Portaria 518/2004 recomenda a inclusão da
pesquisa de protozoários patogênicos, como Giardia e
Cryptosporidium, em águas destinadas ao consumo
humano.
Seção 3.3 - Tricomoníase
Trichomonas spp

• Nome da doença: Tricomoníase

• Localização no H: Sistema Reprodutor

• Hospedeiros: Homens e Mulheres.

• Período de incubação: Pode variar de 4 a 28 dias.

• Agentes patológicos: Trichomonas vaginalis


Morfologia
• Esta espécie possui quatro flagelos anteriores livres,
desiguais em tamanho.
• A membrana ondulante e a costa nascem no
complexo granular basal.
• A margem livre da membrana consiste em um
filamento acessório fixado ao flagelo recorrente.
• O axóstilo é uma estrutura rígida e hialina que se
projeta através do centro do organismo.
Tricomoníase
• A espécie Trichomonas vaginalis, foi descrita pela
primeira vez em 1836, por Donné, que a isolou de uma
mulher com vaginite.

• Em 1894, Marchand e, independentemente, Miura


(1894) e Dock (1896), observaram este flagelado na
uretrite de um homem.
• Os espécimes vivos são elipsóides ou ovais e algumas
vezes esféricos. O protozoário é muito plástico, tendo
a capacidade de formar pseudópodes, os quais são
usados para capturar os alimentos e se fixar em
partículas sólidas.
• Como todos os tricomonadídeos, não possui a forma
cística (forma latente do parasita), somente a
trofozoítica (organismo móvel e pouco resistente no
meio ambiente).
• Flagelos movimentam o protozoário com movimentos
abruptos.
Distribuição
• Cosmopolita: Tricomoníase, a DST não-viral mais
comum no mundo.
Modo de Transmissão

• A tricomoníase é uma das principais DST curáveis no


mundo.
• A transmissão é pela via sexual e só se dá através do
sexo entre mulher/homem ou entre mulher/mulher.
• A transmissão do Trichomonas entre homens é
raríssima.
• A via sexual é virtualmente a única forma de
transmissão, sendo incomum a contaminação através
de roupas, toalhas ou outros fômites.
Modo de Transmissão

• O Trichomonas vaginalis é um parasita que só infecta o ser humano.

• Costuma viver na vagina ou na uretra, mas pode também ser


encontrado em outras partes do sistema geniturinário.
Ciclo do
Parasita
Epidemiologia

• Ocorre mais em mulheres, e nelas, mais na faixa etária dos 20 aos 30


anos.

• Nos homens se estende além dos 30 anos de idade.

• Raramente ocorrem infecções em neonatos infectados durante o


parto.
Epidemiologia

• Por não ter a forma cística é suscetível à altas temperaturas.

• O parasito pode viver por mais de 48 horas a 10 ºC no exsudato


vaginal.
• Três horas na urina coletada.
• Seis horas no sêmen ejaculado.
• 24 horas em toalhas de pano molhadas com água a 35ºC.
Patogenia

• A sintomatologia geralmente piora após a menstruação


e relação sexual, devido a elevação do pH.
• Ao exame físico, observa-se vagina e colo uterino
hiperemiados e edemaciados, além do conteúdo
vaginal aumentado.
• Uma das manifestações ginecológicas mais freqüentes
é a vulvaginite.
• Raramente atinge o útero.
Tricomoníase na mulher
• No sexo feminino a infecção pelo Trichomonas
vaginalis também pode ser assintomática, mas pelo
menos 2/3 das mulheres infectadas apresentam
sintomas.

• O quadro mais comum é a vaginite, inflamação da


vagina acompanhada de corrimento amarelo-
esverdeado de odor desagradável associado à disúria
(dor para urinar), dispareunia (dor durante o ato
sexual) e prurido (coceira) vaginal.
Tricomoníase no homem
• No sexo masculino a infecção pelo Trichomonas vaginalis
costuma ser assintomática e transitória, melhorando
espontaneamente em muitos casos.
• O homem costuma ser um carreador assintomático do
parasita.
• Quando há sintomas, o quadro mais comum é a uretrite
(inflamação da uretra) levando à dor para urinar e
corrimento uretral purulento.
• Uma complicação pouco comum mas possível é a
infecção da próstata pelo Trichomonas, levando à
prostatite.
Diagnóstico

• Para se confirmar a presença do Trichomonas vaginalis o


ginecologista realiza um exame ginecológico, que
normalmente detecta uma vagina inflamada e com pequenas
úlceras.
• Durante o exame colhe-se uma amostra de secreção vaginal
para ser estudada no microscópio. Em até 70% dos casos é
possível identificar o protozoário se movendo nas secreções.

• É possível fazer uma cultura da secreção, que costuma dar o


resultado entre 3 a 7 dias.
• O exame de PCR (DNA) também pode ser usado; é
mais caro, porém apresenta resultados mais
rapidamente e com mais segurança.

• O exame de papanicolau pode também detectar o


Trichomonas, mas sua sensibilidade é baixa, deixando
passar cerca de 50% dos casos, além de ter uma alta
taxa de falso positivo.
Tratamento
• Metronidazol 2 g via oral em dose única para homens
e mulheres é o esquema mais empregado. O
metronidazol pode ser utilizado na dose de 500 mg
duas vezes ao dia por 7 dias.
• Ou uma dose única de cinco comprimidos de 400mg
(2000mg).
• Etronidazol e o Tinidazol são outras opções para a
tricomoníase.
Tratamento

• A taxa de cura com esses antibióticos é superior a 90% e nenhuma


outra droga apresenta tamanha eficácia.
• Atenção, é estritamente proibido o consumo de álcool em quem está
sendo tratado com uma das duas drogas. É preciso esperar no
mínimo 3 dias devido ao risco grave reação.
• pode causar o efeito antabuse (sensação de calor, fibrilação atrial,
vômito e taquicardia).
• É importante evitar relações sexuais durante uma
semana e o(a) parceiro(a) também deve ser
tratado(a), mesmo que esteja assintomático(a) para
evitar a reinfecção. Cerca de 70% dos parceiros de um
paciente infectado também estão infectados pelo
parasita.
• Como a taxa de sucesso é muito alta, se os sintomas
desaparecerem não é preciso repetir exames para se
confirmar a cura.
• O metronidazol não trata as outras causas de vaginite.
Medidas de Controle
Estratégias de prevenção da tricomoníase são como
as demais doenças sexualmente transmissíveis:
• Prática do sexo seguro.
• Uso de preservativos.
• Abstinência de contatos sexuais com pessoas
infectadas.
• Limitação das complicações patológicas mediante a
administração de um tratamento imediato e eficaz.
Seção 3.4 - Identificação morfológica: Ameba
(Entamoeba histolytica),Giardia (Giardia
lamblia) e Trichomonas (Trichomonas
vaginalis)
Sua morfologia vária em tamanho e forma, com a média de
comprimento e largura de 10 e 7 μm, respectivamente.
(Petrin, et al.,1998).
M
o
r
f
o
l
o
g
i
a
Seção 4.1 - Ascaris, Ancilostomídeo e
Estrongiloides
Filo Nematoda

• Filo Nematoda (nematos = fio) reúne os animais invertebrados


cilíndricos.
• Corpo alongado (variando entre 1 mm a 50 cm) e afilado nas
extremidades, sendo normalmente empregado como
dimorfismo sexual, o aspecto relativo ao tamanho e a
conformidade corporal.
• Os nematódeos machos são menores que as fêmeas, e
também possuem uma acentuada curvatura da extremidade
posterior.
• Maioria de vida livre, contudo existindo espécies
endoparasitas (aproximadamente 50 espécies) de
plantas e animais.
• Habitam os mais diversificados ecossistemas, sendo
encontrados no solo, água doce e salgada.
• A digestão dos nematódeos é completa, ocorre de forma
extra e intracelular, passando o alimento pelo trato
digestório.
• Devido à ausência do sistema respiratório nestes
animais, as troca gasosa ocorrem através da superfície
cuticular epidérmica.
Principais características anatômicas

• a bilateralidade corporal.
• a presença de três folhetos embrionários
(triblásticos – com ectoderme, endoderme e
mesoderme).
• a existência de uma falsa região celomática
(cavidade parcialmente revestida de mesoderme,
considerada pseudoceloma).
• situação protostômica (durante o desenvolvimento
embrionário forma-se primeiramente a boca e
posteriormente o ânus).
• São geralmente Hermafroditas.
Ascaris lumbricoides

• Nome da doença: Ascaridíase ou Ascariose


• Parasita: Nemátoda.
• Localização no H: Intestino delgado.
• Hospedeiros: homem.
• Período de incubação:
• Agentes patológicos: Ascaris lumbricoides
Histórico

• Ascaridíase é uma doença conhecida também como


lombriga ou bicha e é causada por um verme cilíndrico,
chamado Ascaris lumbricoides.
• É um nematódeo, considerado o mais "cosmopolita" dos
parasitos humanos.
• Esse verme tem sexo definido, ou seja, existem machos e
fêmeas.
• Há relatos de que uma outra espécie (Ascaris suum), que
causa a doença em suínos, pode também infectar o
homem.
Ciclo do
Parasita
Epidemiologia
Distribuição no Brasil e no mundo
Modo de Transmissão

• Ingestão de ovos larvados, procedentes do solo, água ou


alimentos contaminados com fezes humanas.
• Poeira, aves e insetos (moscas e baratas) são capazes de
veicular mecanicamente ovos de A. lumbricoides.
• Além disso, a transmissão pode ocorrer pela contaminação do
depósito subungueal com ovos viáveis, principalmente em
crianças.
• Os ovos de A. lumbricoides têm uma grande capacidade de
aderência a superfícies. Uma vez presente no ambiente ou em
alimentos, estes ovos não são removidos com facilidade por
lavagens.
• A resistência dos ovos de A. lumbricoides a vários agentes
terapêuticas é uma outra característica importante na
transmissão da doença.
Patogenia

• A ação patogênica ocorre de acordo com a fase em que o


parasita se encontra no seu ciclo biológico.
• A intensidade das alterações patológicas provocadas relaciona-se
diretamente ao número de formas do parasita presente no
organismo hospedeiro.
• Destaca-se aqui, entretanto, o fato de que a imunidade adquirida
em infecções anteriores por A. lumbricoides é apenas parcial.
• As larvas podem originar lesões teciduais
diretamente ou como conseqüência de uma resposta
inflamatória resultante dessa agressão direta.
• Após a eclosão do ovo, as larvas penetram na mucosa
do intestino delgado e caso haja morte desses
parasitas, podem surgir nesse local pequenas
hemorragias e infiltrados inflamatórios, constituídos
de macrófagos e eosinófilos.
• No fígado normalmente ocorrem poucas alterações
residuais relevantes, exceto quando o número de
larvas é muito grande e resulta num quadro
inflamatório que pode originar hemorragias e
necrose.
• Nos pulmões os estágios larvários apresentam maior
poder antigênico e podem provocar ruptura alveolar,
com áreas de hemorragias, edemas e infiltrado
parenquimatoso de eosinófilos, neutrófilos e
polimorfonucleares.
• Todo esse processo pode resultar em uma resposta
imunológica adaptativa, do tipo Th2, com conseqüente
formação de um granuloma eosinofílico.
• As alterações patológicas decorrentes da presença do
verme adulto são resultantes das dimensões desse
parasita na luz intestinal do hospedeiro, originando
uma interferência mecânica, que pode causar irritação
da mucosa ou obstrução da luz intestinal.
• O verme adulto pode consumir proteínas,
carboidratos, lipídeos e vitaminas A e C do
hospedeiro.

• Essa ação espoliadora do parasita pode resultar na
subnutrição do paciente, bem como no seu baixo
desenvolvimento físico e mental.

• Pacientes com elevadas cargas parasitárias ou


naqueles em que uma febre, ou um medicamento
inadequado podem ter gerado uma ação irritativa
sobre o verme, ocasionando os “áscaris erráticos”,
que migram e podem atingir uma localização
ectópica, como apêndice cecal e canal colédoco.
• Pode ocorrer Obstrução intestinal (interrupção do fluxo) por ascaris
levando à necrose (apodrecimento) do intestino, e à perfuração com
liberação dos ascaris vivos na cavidade abdominal.

• A infecção difusa do abdome (peritonite) causa infecção generalizada


(sepse), podendo levar ao óbito.
• Elas ficam no intestino delgado do doente, mas
eventualmente podem voltar para o estômago e
provocar vômitos.

• Nessas ocasiões, os vermes podem sair por diversos


orifícios, como a boca, o nariz e até as orelhas (o que
é raro), rompendo o tímpano.

• Se uma pessoa com lombriga morrer, devido à queda


na temperatura corporal, os vermes comecem a sair
pelos mesmos orifícios, além do ânus.
Incidência

• Estima-se que cerca de 22% da população mundial


(mais de 1 bilhão de pessoas) das quais cerca de 70 a
90% são crianças.

• Estima-se que 10% do total de indivíduos parasitados


encontrem-se na América Latina.

• Alta prevalência de ascaridíase é considerada


indicativa de saneamento básico inadequado,
comumente observado em comunidades rurais.
Diagnóstico e Sintomatologia

• A maioria das infecções assintomática.


• Em crianças com parasitismo intenso, pode ocorrer
anemia, desnutrição, retardo do crescimento, dor
abdominal.
• Outros achados frequentes são: sono intranquilo e o
hábito de ranger os dentes.
• Pode ocorrer sintomas pulmonares como um quadro de
pneumonite conhecido como síndrome de Löffer e asma.
• As crianças são mais afetadas e tosse, febre baixa e
dispneia são sintomas comuns.
• Sintomas gastrointestinais como náuseas, vômito, dor
abdominal, diarreia e alterações do apetite podem estar
presentes.
• O diagnóstico laboratorial da ascaridíase baseia-se no exame
parasitológico de fezes com pesquisa de ovos do parasito.

• Os vermes adultos de A. lumbricoides podem ser encontrados ao


exame macroscópico das fezes. Na fase de migração larvária podem
ser encontradas larvas no escarro.
Tratamento

• O tratamento medicamentoso deve evitar drogas que


causam a morte do parasito de forma lenta. Ou seja,
drogas como mebendazol e albendazol, não devem ser a
primeira opção de tratamento.
• A utilização do levomisol (80mg, dose única, para
crianças, e 150mg, dose única, para adultos) parece ser
mais adequada.
• Formação do "bolo de ascaris" associada a oclusão ou
suboclusão intestinal deve-se utilizar drogas que causam
paralisia flácida nos vermes, como a piperazina (50mg/kg
de peso com dose máxima de 3,0g)
• O procedimento cirúrgico é indicado na ausência de
resposta ao tratamento medicamentoso.
Medidas de Controle
• A higiene pessoal, educação sanitária, melhorias das condições
de saneamento da população e tratamento adequados dos
doentes.
• Devido as característica da propagação da parasitose, a
lavagem das mãos após a evacuação e antes de alimentar-se e
a manutenção das unhas curtas e limpas constituem as
medidas de higiene pessoais mais destacáveis.
• Recomenda-se à população sem acesso à água tratada, a
fervura ou filtragem da água a ser consumida ou utilizada na
lavagem de vegetais crus.
• Outras medidas como o tratamento das redes de esgotos e das
instalações sanitárias, bem como a identificação e o
tratamento dos indivíduos portadores de ascaridíase são
também necessárias para a prevenção dessa helmintose.
Ancylostoma spp

• Nome da doença: Ancilostomoses “doença do jeca-


tatu”, “anemia-dos-mineiros” e “mal-da-terra”
• Parasita: Nematoda.
• Localização no H: Intestino delgado.
• Hospedeiros: homem e animais.
• Período de incubação: 20 a 60 dias.
• Agentes patológicos:
• Ancylostoma duodenale,
• Necator americanus
• Ancylostoma ceylanicum.
Origem do
nome

Origem: Grego

Ankylos: Curvo

Tomma: boca
Morfologia N. americanus
• Adultos de forma cilíndrica, com a extremidade cefalia bem
recurvada dorsalmente, capsula bucal profunda, com duas
laminas cortantes, seminulares, na margem interna.
• Espécimes de coloração roseo-avermelhada (a fresco) e
esbranquiçados (após fixação).
• Macho menor do que a fêmea, medindo 5 a 9 mm de
comprimento por 300 µm de largura. bolsa copuladora bem
desenvolvida, com lobo dorsal simétrico aos dois laterais,
gubernáculo ausente.
• Fêmeas: Medem 9 a 11mm de comprimento por 350µm de
largura, com abertura genital próxima ao terço anterior do
corpo, extremidade posterior afilada, sem processo
espiniforme terminal, anus antes do final da cauda.
Característica geral dos
ancilostomídeos

a) Cápsula bucal
b) Glândulas cefálicas
c) Testículo
d) Vesícula seminal
e) Canal ejaculador
f) Espículos
g) Bolsa copuladora
h) Faringe
i) Útero
j) Ovário
k) Intestino
l) Reto e ânus
Ciclo do
Parasita
• Ovo precisa de Oxigênio, umidade, e temperatura elevada para
embrionar.

• L1 – Ocorre a eclosão em 12 – 24 horas.


• L2 – a L1 se transforma em L2 em 3 a 4 dias.
• L3 – larva L2 evolui para L3 após 5 dias.
• Larva L3 não se alimenta e é a única forma infectante.
Epidemiologia
Modo de Transmissão
• A infecção no homem por N. americanus
ocorre por penetração cutânea das larvas
filarioides infectantes (L3).

• Na infecção por A. duodenale a


penetração das larvas filarioides
infectantes (L3) pode ter lugar tanto por
via cutânea como por via oral.
Patogenia
• A ancilostomose é determinada por etiologia primária
ou secundária.
• A causa primária está relacionada com a migração das
larvas e a implantação dos parasitos adultos no
intestino delgado do hospedeiro.
• Quanto a etiologia secundária, em razão da
permanência dos parasitos no intestino delgado,
vários fenômenos fisiológicos, bioquímicos e
hematológicos estão associados.
• Sinais e sintomas abdominais podem ser evidentes
após a chegada dos parasitos ao intestino.
• Há registro de dor epigástrica, diminuição de
apetite, indigestão, cólica, indisposição, náuseas,
vômitos, flatulências, às vezes, podendo ocorrer
diarréia sanguinolenta ou não e, menos freqüente,
constipação.
• Estes sinais e sintomas são mais graves quando tem
inicio a deposição de ovos. A patogenia da
enfermidade é diretamente proporcional ao número
de parasitos presentes no intestino delgado.
• A anemia causada pelo intenso hematofagismo
exercido pelos vermes adultos, é o principal sinal de
ancilostomose.
Diagnóstico
• O diagnóstico laboratorial da ancilostomíase baseia-se
no exame parasitológico de fezes com pesquisa de
ovos do parasito.
• Os ovos de A.duodenales e de N. americanus
morfologicamente são muito semelhantes.
• Em fezes envelhecidas (em condições favoráveis de
temperatura, oxigênio e umidade) os ovos já se
encontram embrionados e eclodem, liberando larvas
rabditoides que devem ser distinguidas das larvas de
S. stercoralis.
• O diagnóstico diferencial deve ser feito com os ovos
de Trichostrongylus spp (parasitos de ruminantes e
que ocasionalmente podem infectar o homem).
Tratamento
• Mebendazol, 100 mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias
consecutivos.
• Não é recomendado seu uso em gestantes. Essa dose
independe do peso corporal e da idade.
• Pode ser usado Albendazol, 2 comprimidos, VO, em
dose única (1 comprimido=200 mg), ou 10 ml de
suspensão (5 ml=200 mg).
• O Pamoato de Pirantel pode ser usado na dose de 20-
30 mg/kg/dia, durante 3 dias.
• O controle de cura é realizado no 7º, 14º e 21º dias
após o tratamento, mediante exame parasitológico de
fezes.
Tratamento

• Em certas situações, dependendo da gravidade a ancilostomose, além


do uso de terapia medicamentosa, o paciente deve receber uma
alimentação suplementar diária, rica em proteínas e principalmente
em ferro.

• O tratamento com sulfato ferroso pode ser aplicado, dependendo do


grau de anemia.
Medidas de Controle
• Desenvolver atividades de educação em saúde com
relação a hábitos pessoais de higiene,
particularmente o de lavar as mãos antes das
refeições.
• uso de calçados.
• Evitar a contaminação do solo mediante a instalação
de sistemas sanitários para eliminação das fezes,
especialmente nas zonas rurais (saneamento).
• Tratamento das pessoas infectadas.
Seção 4.2 - Enterobius e Hymenolepis
Enterobius vermicularis

• Nome da doença: Enterobíase, Oxiuríase ou Oxiurose.


• Parasita: Nemátoda.
• Localização no H: Intestino grosso.
• Hospedeiros: homem.
• Período de incubação: 2 a 6 semanas
• Agentes patológicos: Enterobius vermicularis
ou Oxiurus vermicularis
Ciclo do
Parasita
 As fêmeas fecundadas migram para o reto,
geralmente no período noturno devido ao diminuição
da temperatura retal do hospedeiro e atravessam
ativamente o esfíncter anal do hospedeiro e
descarregam seus ovos, determinando massas de
ovos aderidas à pele da região perianal.

 No interior do ovo encontra-se uma larva já formada,


por ocasião da postura, pois ela pode desenvolver-se
até L2 em condições de anaerobiose. Os estágios L3 e
L4 evoluem dentro do ovo na região perianal. O ovo
contendo L5 constitui a forma infectante para o
homem.
 Estes ovos infectantes ao serem ingeridos, vão eclodir no
intestino delgado do novo hospedeiro (ou do próprio)
liberam larvas, que irão se desenvolver enquanto migram
lentamente para o ceco.

 No habitat definitivo, os adultos copulam e reiniciam seu


ciclo biológico.

 Após a cópula, os machos morrem e são eliminados junto


com as fezes.
 A fêmea grávida vai para o ânus para ovoposição,
principalmente à noite (causando o prurido anal
noturno). Para a liberação dos ovos, o tegumento da
fêmea fica bem fino.

 Os ovos se tornam infectantes em 6h e são ingeridos pelo


hospedeiro.

 Depois de 1 a 2 meses as fêmeas vão para a região


perianal e se não houver reinfecção, o parasitismo se
extingue aí. A sobrevida do verme é de 2 meses.
Modo de Transmissão

 1. Autoinfecção: a presença dos ovos provoca intensa


coceira anal. Se o paciente coçar a região do ânus, ele
pode contaminar suas mãos e unhas com os ovos do
verme. Se a mão contaminada for levada à boca em
algum momento, o paciente volta a se contaminar. Os
ovos ingeridos eclodem no intestino delgado, dando
origem a uma nova geração de Enterobius vermicularis.
 2. Retroinfecção: após 3 semanas, os ovos implantados na
região perianal eclodem e dão origem a novos vermes.
Estes vermes podem entrar pelo ânus e seguir em direção
ao ceco, onde irão se acasalar novamente.
 3. Heteroinfecção: a transmissão do oxiúrus para
outras pessoas pode ocorrer através de mãos
contaminadas com ovos. O paciente coça o ânus,
contamina suas mãos e pode transmitir os ovos ao
preparar alimentos, manipular objetos ou
cumprimentar outros indivíduos.
 Pessoas que moram no mesmo ambiente de
pacientes contaminados são as que têm mais riscos
de serem contaminadas.
 Toalhas e roupas de cama estão frequentemente
infectados com ovos de Enterobius vermicularis, o
que facilita o contágio dos cônjuges.
Patogenia

• Na maioria dos casos, o parasitismo passa despercebido pelo


paciente.
• Este só nota que alberga o verme quando sente ligeiro prurido anal (à
noite, principalmente) ou quando vê o verme (chamando
popurlarmente de "lagartinha") nas fezes.
• Em infecções maiores, pode provocar enterite catarral por ação
mecanica ou irritativa.
• O ceco apresenta-se inflamado e, às vezes, o apêndice
também é atingido.
• A alteração mais intensa e mais frequente é o prurido
anal.
• A mucosa local mostra-se congesta, recoberta de
muco contendo ovo e, às vezes, fêmeas inteiras.
• O ato de coçar a região anal pode lesar ainda mais o
local, possibilitando infecção bacteriana secundária.
Diagnóstico

 Clínico
O prurido anal noturno e continuado pode levar a uma suspeita
clínica de enterobiose
 Laboratorial
Segundo NEVES ( 2002) o exame de fezes não funciona para essa
verminose intestinal sendo que o melhor método é o da fita adesiva
(transparente) ou método de Graham.
Essa técnica deve ser feita ao amanhecer, antes de a pessoa banhar-
se, e repetida em dias sucessivos, caso dê negativo.
Caso a lâmina não possa ser examinada no mesmo dia, a mesma
deverá ser conservada em geladeira, devidamente embalada em
papel-alumínio.
Tratamento
 O tratamento da oxiuríase é simples e deve ser feito
preferencialmente em todas as pessoas que moram na
mesma casa. As opções mais usadas são:
 Albendazol, 10 mg/kg em dose única, até o máximo de 400
mg. Repete-se a dose em duas semanas.
 Mebendazol, 100 mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias
consecutivos (há locais que fazem 100 mg em dose única).
Repete-se a dose em duas semanas.
 Pamoato de pirantel, 10 mg/kg, dose única, até o máximo de
1000 mg.
 A taxa de cura com estes esquemas é elevadíssima, acima de
95%. Entretanto, se as pessoas que moram na mesma casa
não forem também tratadas, o risco de reinfecção é alto.
Profilaxia
 A roupa de dormir e de cama usada pelo hospedeiro
não deve ser "sacudida" pela manha e sem enrolada
e lavada em água fervente, diariamente.
 Tratamento de todas as pessoas parasitadas da
família (ou outra coletividade)repetido duas ou três
vezes, com intervalo de 20 dias, até que nenhuma
pessoa se apresente parasitada.
 Corte de unhas, aplicação de pomada mercurial na
região perianal ao deitar-se banho de chuveiro ao
levantar-se e limpeza doméstica com aspirador de
pós.
• Lavar sempre bem as mãos após usar o banheiro,
antes das refeições ou antes de preparar os alimento
é uma dica básica bastante eficaz.
• Lavar bem os alimentos, além de manter sempre o
corpo limpo, com banhos regulares, também ajuda na
prevenção.
• Para crianças, deve-se ensinar que não se deve levar a
mão à boca e falar sempre sobre a importância da
higienização, principalmente das mãos.
Hymenolepis nana

• Nome da doença: Himenolepíase


• Parasita: cestoda.
• Localização no H: Intestino.
• Hospedeiros: Ser Humano.
• Período de incubação: cerca de 15 dias.
• Agentes patológicos: Hymenolepis nana
• É uma doença causada pelo cestódeo Hymenolepis nana conhecido
como “tênia anã”, que habita o intestino delgado do homem.
• Outra espécie do gênero é a Hymenolepis diminuta, parasita habitual
do rato e que pode infestar o homem, mas é de rara ocorrência.
Ciclo de vida
• Os ovos infectantes de Hymenolepis nana são
liberados com as fezes; os ovos infectantes podem
sobreviver mais de 10 dias no ambiente. Quando
esses ovos são ingeridos há semidigestão dos
embrióforos, a oncosfera é liberada.
• no intestino que penetra na vilosidade da mucosa
intestinal e se transforma em larva cisticercóide.
Após ruptura da vilosidade, o cisticercóide retorna
ao lúmen e se fixa na mucosa intestinal pelo
escólex, onde se desenvolve em uma taenia
adulta.
• Pode ocorrer auto-infecção, quando o ovo retorna ao
estômago por movimentos retroperistálticos, resultando na
liberação de larva cisticercóide, que penetra na mucosa do
íleo.
• O período de vida de uma larva adulta no intestino é de 4 a 6
semanas, porém a auto-infecção permite que a infecção
persista por anos.
• Se os ovos de Hymenolepis nana forem ingeridos por
carunchos de cereais, pulgas (principalmente de roedores) em
seu estado larvar e outros insetos, a oncosfera é liberada na
cavidade geral do inseto e se transforma em larvas
cisticercóides.
• Quando ingeridos acidentalmente, são infectantes para os
seres humanos e também para os roedores.
Ciclo de Vida
Epidemiologia

• Cosmopolita
• Mais frequente nas regiões de clima temperado (países em regiões
mais frias).
• A incidência aumenta dos 2 aos 9 anos.
• Incide mais nas cidades que nas zonas rurais.
• Incidência maior em creches, escolas, orfanatos.
Modo de Transmissão

• A ingestão de ovos de H. nana em água ou alimentos contaminados é


a forma mais comum de transmissão do parasito.
• A transmissão também pode ocorrer pela ingestão de hospedeiros
intermediários (insetos parasitados) contendo a larva cisticercóide.
• Pode ocorrer via oral-anal.
Patogenia

• Normalmente assintomático.
• Congestão da mucosa intestinal, pequenas ulcerações, infiltração
linfocitária e eosinofilia.
• vômitos, complicações gastrointestinais.
• Crianças: Agitação, dor abdominal, insônia, perda de peso,
irritabilidade, diarréia, raramente ocorrendo sintomas nervosos,
representados por ataques epileptiformes, com perda de conciência e
convulsões.
Diagnóstico e Tratamento

• O diagnóstico é feito pela visualização dos ovos nas fezes.


• Tratamento: Praziquantel, na dose oral de 25mg/kg intervalada de 10
dias.Este intervalo é importante porque o medicamento só atua
contra as formas adultas.
• Niclosamida na dose de 2g para adultos e 1g para crianças.
Medida de Controle

• As medidas de prevenção são importantes onde há crianças e


incluem:
• higiene pessoal adequada (lavar as mãos).
• lavagem e cozimento dos alimentos.
• tratamento coletivo de doentes .
• combate a insetos existentes no ambiente doméstico.
Seção 4.3 - Schistosoma e Taenia
Classe Cestoda
• São endoparasitos desprovidos de epiderme, de cavidade
geral e de sistema digestivo; os órgãos de fixação estão
localizados na extremidade anterior.
• O corpo é, em geral, segmentado e alongado.
• Um cestódeo típico apresenta três regiões distintas:
• Escólice.
• Colo ou pescoço.
• Estróbilo.

• São geralmente Hermafroditas.


Taenia spp

• Nome da doença: Teníase ou Solitária


• Parasita: cestoda.
• Localização no H: Sistema digestório.
• Hospedeiros: homem e animais.
• Período de incubação: mínimo 15 dias cisticercose / 3 meses verme
adulto.
• Agentes patológicos: Taenia saginata
Taenia solium
Origem do
nome

Taenia: Fita
• Ovos: medem de 30 a 40 micrometro de diâmetro.
São esféricos e constituídos pelo embrióforo
(membrana radiada) e pelo embrião hexacanto
com 6 acúleos.

• Larvas: é denominada Cysticercus cellulosae. Mede


de 2 a 3 mm de diâmetro. Apresenta-se como uma
pequena vesícula branca, cheia de líquido nutritivo
do tamanho de uma ervilha.
• Aderida à membrana está o receptaculum capitis,
dentro do qual está o escólex armado com acúleos
e o colo.
Morfologia T. saginata
• A T. saginata pode chegar a 10 metros.
• O escólex é quadrangular com 4 ventosas e sem
rostro.
• O estróbilo tem cerca de 2000 proglotes e os anéis
grávidos se diferenciam dos da Taenia solium por
apresentarem ramificações uterinas com
terminações dicotômicas.
• Os ovos são idênticos e a larva apresenta um
escólex desarmado.
• Proglotes com ramificações uterinas muito
numerosas e que saem ATIVAMENTE nas fezes.
Ciclo do
Parasita
Taenia saginata

Nata vem
do leite,
leite vem
da Vaca.
Taenia solium
• 1 - ingestão de carnes cruas ou mal passadas, contaminadas
com cisticercos (Canjiquinha).
• 2 - No intestino, a larva se liberta, fixa o escólex, cresce e
origina a tênia adulta.
• 3 - Proglotes maduras originam proglotes grávidas, cheias de
ovos. Proglotes grávidas desprendem-se e são liberadas
durante ou após as evacuações (ativa ou passivamente).
• 4 - No solo, rompem-se e liberam ovos que espalham-se pelo
meio e podem ser ingeridos pelo hospedeiro intermediário.
• 5 - No intestino do animal, os ovos penetram no revestimento
intestinal e caem no sangue. Atingem principalmente a
musculatura sublingual, diafragma, sistema nervoso e
coração.
• 6 - Cada ovo se transforma em uma larva chamada cisticerco.
• 7 - Essa larva contém escólex e um curto pescoço, tudo
envolto por uma vesícula protetora.
Ciclo Cisticercose
Epidemiologia
Modo de Transmissão Teníase

• A transmissão da teníase ocorre por meio da ingestão


de carne crua ou malcozida, de origem suína ou
bovina, contaminada com os cisticercos de cada
espécie de tênia.

• As tênias apresentam alta longevidade podendo


sobreviver por cerca de dez anos. A grande produção
de ovos e a resistência desses no meio ambiente são
importantes para a alta prevalência da doença.
Modo de Transmissão Cisticercose

• Os ovos em temperatura (20 a 30 C), umidade (50% a 80%) e


sombra sobrevivem em torno de 4 a 6 meses.

• A transmissão da cisticercose ocorre pela ingestão de água ou de


alimentos como legumes, frutas ou verduras contaminados com os
ovos da Taenia solium.
Modo de Transmissão Cisticercose

• Auto-infecção externa: ocorre em portadores de T. solium quando


eliminam proglotes e ovos de sua própria tênia levado-os a boca
pelas mãos contaminadas ou pelacoprofagia (observado
principalmente em condições precáriasde higiene e em pacientes
com distúrbios psiquiátricos).
• Pode ocorrer via oral-anal.
Modo de Transmissão Cisticercose

• Auto-infecção interna: poderá ocorrer durante vômitos ou


movimentos retroperistálticos do intestino, possibilitando presença
de proglotes grávidas ou ovos de T. solium no estômago. Estes depois
da ação do suco gástrico e posterior ativação das oncosferas
voltariam ao intestino delgado,desenvolvendo o ciclo autoinfectante.
Patogenia

• Geralmente é assintomática.
• Devido ao longo período em que a T. saginata e/ou T. solium
parasitam o homem podem causar fenômenos tóxicos e/ou de
hipersensibilidade.
• Provocar hemorragia através da fixação na mucosa.
• Destruição do epitélio local.
Patogenia

• Inflamação com infiltrado celular com hipo ou


hipersecreção de muco.
• O parasito possui acelerado crescimento e requer
um considerável suplemento nutricional, pode
determinar espoliação significativa.
• Podem ocorrer, dor abdominal, náuseas, astemia e
perda de peso, diarréia ou dor epigástrica
simulando por vezes a encontrada na úlcera
duodenal.
Patogenia

Complicações

• - Apendicite (penetração de uma proglote e obstrução do apêndice


íleo-cecal).

• - Obstrução intestinal pela massa do estróbilo (extremamente rara).


Patogenia Cisticercose

• As manifestações clínicas causadas pelo C. cellulosae dependem não


somente da localização, bem como do número de parasitos e de seu
estágio de desenvolvimento e da característica orgânica do paciente.
• É o principal responsável pelas lesões graves ao organismo humano.
• Pode causar a cisticercose subcutânea, muscular, nervosa ou ocular.
Medidas de Controle - Teníase
• Vigilância de matadouros/criações, onde toda a carne
consumida deve ser previamente inspecionada
• Salgar as carnes para inviabilização dos cisticercos;
• Ingerir carne bem cozida;
• Congelamento de carnes suínas ou bovinas por longo
período;
• Criação estabulada de suínos;
• Ensinar as pessoas a reconhecerem quando se
encontram infectadas (pela identificação das proglotes
expulsos);
• Promover o desenvolvimento de hábitos higiênicos e
educação ambiental;
• Construir instalações sanitárias adequadas, com fossas
sépticas ou sistemas de esgotos;
Medidas de Controle -
Cisticercose

• Banho e lavagem frequente das mãos,


especialmente depois das evacuações e antes
das refeições.

• Tratamento de casos positivos.

• Saneamento Básico.

• Educação Sanitária.
Schistosoma mansoni

• Nome da doença: Barriga D’água


• Parasita: Trematoda.
• Localização no H: Sistema Vascular.
• Hospedeiros: homem e alguns animais.
• Período de incubação: 4 a 8 semanas após a infecção.
• Agentes patológicos: S. mansoni.
Ciclo do
Parasita
• Penetrando pela pele do hospedeiro vertebrado,
alcança a corrente sanguínea em 2 a 15 minutos,
• No momento em que cada cercária penetra no
hospedeiro, perde sua cauda e transforma-se em
esquistossômulo até chegar à fase de vermes adultos
de ambos os sexos.
• Em seguida migram para o intestino, contra a
corrente sanguínea, e instalam-se nas vênulas da
parede intestinal, onde permanecem constantemente
acasalados vivendo em média dois anos, mas em
determinadas situações até 30 anos.
• Cada fêmea pode produzir em média 300 ovos por
dia. Destes ovos provenientes das fêmeas cerca de
20% (Feachem at alli, 1983) caem no tubo intestinal e
são eliminados com as fezes.
• Do momento da penetração da cercária até o início da
produção de novos ovos completa-se um intervalo em
torno de 1 a 2 meses (Feachem at alli, 1983),
denominado de período de incubação.

• No seu ciclo evolutivo os miracídios mansônicos


hospedam-se nos caramujos do gênero Biomphalaria.
Hospedeiro Intermediário
• São moluscos de água doce, pertencentes ao gênero
Biomphalaria, conhecidos como planorbídeos e,
popularmente, como caramujos.

• Esses moluscos têm a concha em espiral, com as


voltas ou giros no mesmo plano e, por isso, recebem
a denominação de planorbídeo.

• Os caramujos planorbídeos criam-se e vivem na água


doce de corrégos, riachos, valas, alagados, brejos,
açudes, represas ou outros locais onde haja pouca
correnteza.
Distribuição
Modo de Transmissão

 Penetração ativa de cercárias na pele e mucosa.


 As cercárias penetram mais freqüentemente nos
pés e nas pernas, por serem áreas do corpo que
mais ficam em contato com as águas
contaminadas.
 O horário em que elas são vistas em maior
quantidade na água é entre 10 e 16 horas,
quando a luz e o calor são mais intensos.
 A transmissão mais freqüente se dá em focos
peridomiciliares: valas de irrigação de horta,
açudes, pequenos córregos.
Patogenia

• Sua patogenia está ligada a vários fatores, tais como:


• cepa do parasito.
• carga parasitaria adquirida.
• Idade.
• estado nutricional.
• fatores genéticos.
• resposta imunitária da pessoa.
• As fases do ciclo evolutivo do S. mansoni que estão relacionadas com
danos ao homem são:

• Cercarias.
• Esquistossômulos.
• os ovos.
• os vermes adultos.
Patogenia verme adulto

• Sabe-se, que após a maturação dos vermes adultos


intra-hepáticos do sistema porta, os mesmos migram
principalmente para a veia mesentérica inferior.
• Os vermes vivos, permanecendo aí por longos anos,
não produzem lesões. Já os vermes mortos podem
provocar lesões graves.
• Estas lesões ocorrem principalmente no fígado, para
onde são arrastados pela circulação sanguínea.
Patogenia verme adulto

• Além desses danos causados, os vermes adultos


espoliam o hospedeiro devido, ao seu alto
metabolismo. Foi demonstrado que o S. mansoni
consome 2,5 mg de Fe (ferro), por dia e 1/5 de seu
peso seco de glicose.
Patogenia Ovos

• os ovos, sem sobre de dúvida, são os elementos fundamentais na


patogenia esquistossomótica.
• Um grande número de ovos podem provocar hemorragias, edemas
de mucosas e fenômenos degenerativos, com formações ulcerações
pequenas e superficiais, sendo que estas lesões geralmente são
reparadas, com a reconstituição da integridade dos tecidos.
• Os ovos que atingem o fígado, lá permanecem e
causa os danos ou alterações mais importantes e que
caracterizam a doença, o granuloma
esquistossomótico.
• O antígeno solúvel sintetizado e secretado pelo
miracídio é excretado pelos poros do ovo provocará a
reação inflamatória granulomatosa.
• A deposição de ovos do parasito nos tecidos do
hospedeiro promoverá a formação do granuloma (ovo
envolvido pela reação por uma reação
granulomatosa).
• Os granulomas apresentam três fases:

• 1) fase necrótica exsudativa, com o aparecimento de


uma zona necrótica envolvendo o ovo, circundada por
exsudação de eosinófilos, neutrófilos e histiócitos;

• 2) fase produtiva ou de reação histiocitária, com início


de reparação da área necrosada;

• 3) fase de cura ou fibrose, no qual o granuloma


endurecido é denominado nódulo.
• Os granulomas podem apresentar-se em pontos
isolados ou difusos, no intestino grosso e no fígado.

• Essas lesões granulomatosas são as principais


responsáveis pelas variações clínicas e pelas
complicações digestórias e circulatórias observadas.

• No entanto, mesmo antes da postura dos ovos podem


ocorrer alterações nos organismos.
Diagnóstico

 No hemograma é possível detectar anemia e aumento dos


eosinófilos .
 O diagnóstico é feito através do exame parasitológico de fezes,
que é capaz de detectar os ovos do Schistosoma.
 O parasitológico, porém, só costuma detectar ovos após seis
semanas de contaminação.
 Se a suspeita de esquistossomose for grande, mas o exame de
fezes for negativo, a biópsia do reto (porção final do intestino
logo antes do ânus) pode detectar os ovos.
 Nos pacientes com sinais clínicos de hipertensão portal, a
ultrassonografia pode ser útil em identificar a fibrose na veia
porta causada pela deposição dos ovos do Schistossoma.
Tratamento

• Praziquantel: A dosagem recomendada é de 60


mg/kg para crianças até 15 anos e 50 mg/kg para
adultos, ambos em dose única.

• Oxamniquina: recomendado na dosagem de 15


mg/kg para adultos e 20 mg/kg para crianças até 15
anos, ambos também em dose única.
Medidas de Controle
 Controle dos Portadores
Identificação e tratamento dos portadores de S. mansoni, por meio de
inquéritos coproscópicos a cada dois anos.
 Controle dos Hospedeiros Intermediários
São de natureza complementar e consistem em pesquisa de coleções
hídricas para determinação do seu potencial de transmissão.
 Educação em Saúde
Realizada pelos agentes de saúde e por profissionais das unidades básicas,
é direcionada a população em geral, com atenção aos escolares residentes
nas áreas endêmicas.
 Saneamento Ambiental
No controle da Esquistossomose, o saneamento ambiental cria condições
que reduzem a proliferação e a contaminação dos hospedeiros
intermediários,
Seção 4.4 - Identificação morfológica: Ascaris,
Ancylostoma, Enterobius,
Strongyloides, Taenia, Schistosoma e
Hymenolepis
Morfologia Ascaris

• Na fase adulta o parasita apresenta-se longo,


cilíndrico e com as extremidades afiladas, tendo em
média de 12 a 35 cm de comprimento e de dois a
cinco milímetros de diâmetro.
• É recoberto por uma cutícula brilhante e sua cor é
amarelo-rosada.
• Vestíbulo bucal com três lábios, providos de papilas
sensoriais, seguido de um esôfago musculoso e um
intestino retilíneo.
• O aparelho genital é também muito desenvolvido em
ambos os sexos.
Morfologia Fêmea

• A fêmea dessa espécie mede em torno de 25 a 40 cm de


comprimento, por três a seis milímetros de diâmetro.
• No seu aparelho genital aparece a vulva, localizada no terço anterior
do parasita, que se continua com uma vagina única, a qual se
comunica com o útero duplo;
• os ovários filiformes continuam-se como ovidutos, também de
aspecto longo e fino.
• Oogônias e óvulos dispõem-se regularmente nos ovários e ovidutos,
enquanto os ovos mais amadurecidos são armazenados
irregularmente no útero.
• O aparelho genital feminino apresenta cerca de 27 milhões de ovos e
cada fêmea põe em média de 200 mil a 240 mil ovos por dia.
Morfologia Macho
• O macho é um pouco menor e menos espesso, mede
de 15 a 20 cm por dois a quatro milímetros de
diâmetro.
• O aparelho genital masculino apresenta um testículo
único longo e enovelado, um canal deferente e um
canal ejaculatório que se abre na cloaca, a qual se
localiza próximo a extremidade posterior.
• O macho difere ainda mais da fêmea por apresentar
um enrolamento ventral na cauda, como
característica sexual externa. Na cauda, observam-se
ainda grossas espículas de quitina, que funcionam
como anexos contráteis durante a cópula.
Morfologia Ovo

• Os ovos de Ascaris lumbricoides apresentam três


camadas:
• camada interna ou membrana vitelina delgada e
impermeável à água;
• uma camada média espessa, quitinosa e transparente;
• e uma camada externa grossa, de superfície mamilonada
e irregular, composta por mucopolissacarídeos.
• A camada externa tem coloração amarronzada e é muito
aderente, fato esse que facilita a adesão dos ovos às
superfícies de frutas, verduras, dinheiro, solo e inúmeras
outras partículas, o que contribui para a sua disseminação
em áreas endêmicas.
Ovo
Larva Rabditóide

• 250 x 15 micrometros
Morfologia A. duodenale
• Adultos: machos e fêmeas cilindriformes, com a
extremidade anterior curvada dorsalmente, capsula
bucal profunda, com dois pares de dentes ventrais na
margem interna da boca, e um par de lancetas ou dentes
triangulares subventrais no fundo da capsula bucal.

• Em ambos os sexos, a cor e roseo-avermelhada, quando


a fresco.
A. duodenale N. americanus
• O dimorfismo sexual e bem acentuado.
• Dimensões das Fêmeas: 10 a 18mm de comprimento
por 600µm de largura.
• Abertura genital (vulva) no terço posterior do corpo,
extremidade posterior afilada, com um pequeno
processo espiniforme terminal, anus antes do final da
cauda.
• Dimensões dos Machos: 8 a 11 mm de comprimento
por 400µm de largura. Extremidade posterior com
bolsa copuladora bem desenvolvida, gubernáculo
bem evidente.
a – Bolsa Copulatória
b - Espículos
Ovos: Com 60µm por 40µm de
diâmetro.
Quando recém-eliminados de forma
oval, sem segmentação ou clivagem.
Morfologia Enterobius

 Adultos: ambas sexos possui na extremidade anterior


um cutícula estriada semelhante a asas sendo
denominadas assa encefálicas, os machos medem de
2 a 5 mm, possui a parte posterior enrolada
terminando em ponta romba, as fêmeas sã maiores
que os machos medem de 8 a 12 mm, região
posterior do corpo retilínea ou ligeiramente
encurvada.
 Ovos: são assimétricos, convexos, medindo de 50 x
60 mm de comprimento e de 25 x 30 mm de largura,
a casca e dupla transparente permitindo ser
observado no seu interior um embrião já formado.
Morfologia Taenia

• Verme adulto: mede de 3 - 5 cm e possui o estróbilo com 100 a


200 proglotes bastante estreitas. Cada um com genitália
masculina e feminina.
• Ovos: São quase esféricos, medindo cerca de 40 mµ de diâmetro,
são transparentes e incolores.
• Larva cisticercóide: Escólex invaginado e envolvido por
membrana, com pequena quantidade de líquido e mede cerca de
500 mµ de diâmetro.
Morfologia

• As tênias são grandes parasitas que apresentam o corpo achatado


dorsoventralmente, em forma de fita de cor branca ou amarelada.
• Seu corpo é dividido em escólex ou cabeça, colo ou pescoço e
estróbilo ou corpo.
• Os adultos das duas espécies são hermafroditos.
Morfologia T. solium

• A T. solium pode atingir até cinco metros de comprimento.


• O escólex é globoso, tendo 4 ventosas e um rostro com dentes
quitinosos.
• O colo é curto e o estróbilo apresenta aproximadamente 1000 anéis,
possuindo proglotes jovens (largas), maduras (quadrangulares) e
grávidas (longas com ramificações uterinas e terminações
arborescentes.
• Proglotes com ramificações uterinas pouco numerosas e que saem
PASSIVAMENTE nas fezes.
Ovo
Cisticerco, ou canjiquinha
Casca espessa, marrom e com estrias radiais.
Taenia
saginata

Taenia
solium
Morfologia Schistosoma

 Ovo – mede por volta de 150µm de comprimento por


60 de largura, possui formato oval e um espículo
voltado para trás.
 Cercária – É formada por um corpo e uma cauda que
se bifurca na parte terminal, mede cerca de 140 por 4
micrômetros, podendo viver até 3 dias na água.
 Miracídio - forma larvária ciliada que possui em
média 180 x 62 micrômetros. Os miracídios nadam a
procura do hospedeiro intermediário. Fora do
hospedeiro, normalmente, o miracídio não sobrevive
além de um dia.
CERCÁRIA

OVO COM ESPÍCULO

VERME ADULTO

MIRACÍDIO
DO PROF. Diego
Muito obrigado!

Prof° Diego Fernandes Alarcon

Tel: 019 994750449


Diego.alarcon@anhanguera.com

ANO: 2022

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