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Annie Ernaux nasceu em Lillebonne, na Nor-mandia, em 1940, e
estudou nas universidades de Rouen e de Bordéus, sendo formada
em Letras Modernas. É atualmente uma das vozes mais
importantes da literatura francesa, destacando-se por uma escrita
onde se fundem a autobiografia e a sociologia, a memória e a
história dos eventos recentes. Galardoada com o Prémio de Língua
Francesa (2008), o Prémio Marguerite Yourcenar (2017) e o Prémio
Formentor de las Letras (2019) pelo conjunto da sua obra,
destacam-se os seus livros Um Lugar ao Sol (1984), vencedor do
Prémio Renaudot, e Os Anos (2008), vencedor do Prémio
Marguerite Duras e finalista do Prémio Man Booker Internacional.
Uma Paixão Simples
Annie Ernaux
www.portoeditora.pt
ISBN 978-989-711-081-8
Nous deux – a revista – é mais obscena do que
Sade.
ROLAND BARTHES
Este verão vi pela primeira vez um filme pornográfico no Canal
+1. Como não tenho descodificador, as imagens no ecrã eram
desfocadas, em vez das palavras havia uns barulhos estranhos,
zumbidos, batidos, uma espécie de outra língua, suave e contínua.
Distinguia-se uma silhueta de mulher de corpete, e de meias, e um
homem. A história era incompreensível e não se conseguia prever o
que quer que fosse, nem gestos, nem ações. O homem aproximou-
se da mulher. Houve um grande plano, o sexo da mulher apareceu,
muito visível nas cintilações do ecrã, depois foi o sexo do homem,
em ereção, que deslizou para dentro do sexo da mulher. Durante um
período de tempo longo, o vaivém dos dois sexos foi mostrado sob
diversos ângulos. A verga reapareceu, entre as mãos do homem, e o
esperma espalhou-se por cima da barriga da mulher. Com certeza
que uma pessoa se habitua a esta visão, mas da primeira vez é
perturbante. Já passaram séculos e séculos, gerações e gerações, e
só agora é que se pode ver isto, um sexo de mulher e um sexo de
homem a unirem-se, o esperma – não se podia olhar sem quase
morrer, e agora é tão fácil de ver como um aperto de mãos.
1
Canal +: canal privado de televisão. (N. da T.)
A partir do mês de setembro do ano passado, não fiz mais nada a
não ser esperar um homem: esperar que ele me telefonasse e que
viesse a minha casa. Ia ao supermercado, ao cinema, levava a roupa
à lavandaria, lia, corrigia provas, comportava-me exatamente como
antes, mas sem uma longa habituação a esses atos teria sido
impossível, a não ser com um esforço assustador. Era principalmente
quando falava que eu tinha a impressão de viver por impulso. As
palavras e as frases, até o riso, formavam-se na minha boca sem
uma efetiva participação da minha reflexão ou da minha vontade. Eu
aliás já só tinha uma recordação vaga das minhas atividades, dos
filmes que tinha visto, das pessoas que tinha encontrado. O conjunto
do meu comportamento era fictício. As únicas ações em que eu
empenhava a minha vontade, o meu desejo, e algo que deve ser a
inteligência humana (prever, avaliar os prós e os contras, as
consequências) tinham, todas, uma relação com esse homem:
1
Na Marie-Claire, os jovens, entrevistados, condenam sem apelo os amores da
mãe separada ou divorciada. Uma rapariga diz, com rancor: «Os amantes da
minha mãe só serviram para a fazer sonhar.» E que melhor serviço lhe poderiam
prestar?
Durante esse período, não ouvi uma única vez música clássica,
preferia as canções. As mais sentimentais, a que não prestava
atenção nenhuma dantes, perturbavam-me. Diziam, sem desvios
nem distância, o absoluto da paixão e também a sua universalidade.
Ao ouvir Sylvie Vartan cantar, nessa altura, «é fatal, animal», tinha a
certeza de não ser a única a sentir aquilo. As canções
acompanhavam e legitimavam o que eu estava a viver.
Ele bebia muito, como era costume nos países de Leste. Isso
assustava-me, porque podia ter um acidente quando se ia embora
pela autoestrada, mas não me repugnava. Mesmo que lhe
acontecesse titubear, ou arrotar quando me beijava. Pelo contrário,
sentia-me satisfeita por estarmos juntos naquele princípio de
abjeção.
Eu não sabia qual era a natureza da relação dele comigo. Ao
princípio, havia alguns indícios – o ar feliz e o silêncio quando estava
a olhar para mim, dizer «guiei que nem um maluco para cá chegar»,
contar-me a infância – de que ele sentia a mesma paixão por mim.
Esta certeza depois começou a vacilar. Ele parecia-me mais
reservado, menos propenso a entregar-se – mas bastava falar-me do
pai, das framboesas que apanhava na floresta aos doze anos, para
eu mudar de opinião. Já não me oferecia nada – quando eu recebia
flores ou um livro da parte de amigos, pensava nas atenções que ele
não achava necessário ter comigo, mas também pensava logo: «Dá-
me de presente o seu desejo.» Registava avidamente as frases que
considerava sinais de ciúme, única prova, na minha opinião, do seu
amor. Algum tempo depois percebi que «vais sair no Natal?» era
apenas uma pergunta banal ou prática, para prever ou não um
encontro, e não era nenhuma maneira desviada de saber se eu ia
para a neve com alguém (talvez ele até quisesse que eu fosse, para
poder encontrar-se com outra mulher?). Muitas vezes perguntava-
me o que significavam para ele aquelas tardes passadas a fazer
amor. Com certeza não significavam nada além disso, fazer amor.
Como quer que fosse, era inútil procurar razões suplementares, eu
nunca teria a certeza de nada a não ser de uma coisa: do desejo
dele ou da falta desse desejo. A única verdade incontestável era
visível olhando para o seu sexo.
1
Este homem continua vivo num lugar qualquer do mundo. Não posso descrevê-
lo mais, nem fornecer sinais suscetíveis de o identificarem. «Faz-se à vida» com
determinação, o que significa que para ele não há obra mais importante a elaborar
do que essa vida. Que o meu caso seja diferente não me autoriza a revelar quem
ele é. Não escolheu figurar no meu livro. Só na minha existência.
O facto de ele ser estrangeiro tornava ainda mais improvável
qualquer interpretação do seu comportamento, modelado por uma
cultura da qual eu só conhecia o aspeto turístico, os clichés. Comecei
por me sentir desencorajada com estes limites evidentes à
compreensão mútua, reforçados pelo facto de não conseguir falar a
língua dele, embora ele se exprimisse bastante bem em francês.
Depois admiti que esta situação me poupava a ilusão de acreditar
numa comunicação perfeita, ou até numa fusão, entre nós. No leve
desajustamento entre a língua francesa, que ele falava, e aquilo que
é a sua utilização mais corrente, na hesitação que eu por vezes
sentia quanto ao significado que ele estava a atribuir a um termo, eu
media continuamente o que havia de aproximativo nas trocas de
palavras. Tinha o privilégio de viver, desde o princípio,
constantemente, e em plena consciência, aquilo que acabamos por
descobrir sempre, com um grande espanto e uma profunda deceção:
que o homem que amamos é um estranho.
1
Filme de Truffaut. (N. da T.)
2
Lulu de Pialat, Bela de Mais para Ti de Blier, etc.
Na primavera, a minha expectativa passou a ser contínua.
Instalou-se um calor precoce a partir do princípio do mês de maio.
Os vestidos de verão surgiram nas ruas, as esplanadas dos cafés
estavam cheias. Ouvia-se ininterruptamente uma dança exótica, a
lambada, nos murmúrios de uma mulher de voz sufocada. Tudo
queria dizer novas possibilidades de prazer, e eu atribuía a A. o
projeto de as aproveitar sem mim. O seu posto, as suas funções em
França pareciam-me muito elevados, suscetíveis de atraírem a
admiração de todas as mulheres, e eu depreciava-me numa
proporção inversa, não me descobrindo interesse nenhum que
pudesse retê-lo junto de mim. Quando ia a Paris, fosse em que
bairro fosse, esperava sempre vê-lo passar de carro com uma
mulher ao lado. Eu andava muito direita, numa atitude antecipada
de orgulhosa indiferença por aquele encontro. Que esse encontro
nunca tivesse ocorrido quase me dececionava ainda mais: eu
deambulava pelo boulevard des Italiens, a suar, sob o seu olhar
imaginário, enquanto ele estava num lugar qualquer, inatingível.
Perseguia-me a visão dele a guiar com os vidros abertos em direção
ao parque de Sceaux ou ao bosque de Vincennes.
1
Também lamentei que não existisse, pintado por uma mulher, um quadro que
provocasse uma tão grande emoção indizível como a tela de Courbet que
mostrava em primeiro plano o sexo oferecido de uma mulher deitada, de rosto
invisível, e que se chama A Origem do Mundo.
Ele saiu de França e voltou para o seu país há seis meses. Claro
que nunca mais vou voltar a vê-lo. Ao princípio, quando acordava às
duas da manhã, estar viva ou morta tanto me fazia. Doía-me o
corpo todo. Gostaria de poder arrancar a dor, mas doía-me tudo. O
que eu queria era que entrasse um ladrão no meu quarto e me
matasse. Durante o dia, tentava estar constantemente ocupada, não
ficar sentada sem fazer nada, porque se isso acontecesse estava
perdida (nessa fase, esta palavra tinha um sentido vago, mergulhar
na depressão, começar a beber, etc.). Por causa disso também,
esforçava-me por me vestir e maquilhar corretamente, usar as lentes
de contacto em vez dos óculos, apesar da coragem que me exigia
essa manipulação. Não podia ver televisão nem folhear revistas,
todos os anúncios de perfumes ou de micro-ondas mostravam
exclusivamente isto: uma mulher à espera de um homem. Voltava a
cara para o lado quando passava à frente das lojas de lingerie.
Quando estava muito mal sentia uma violenta vontade de
consultar uma cartomante, parecia-me que era a única coisa vital
que eu podia fazer. Um dia procurei nomes de videntes no Minitel. A
lista era comprida. Uma delas especificava que tinha adivinhado o
tremor de terra de São Francisco e a morte de Dalila. Durante todo o
tempo em que copiei nomes e números de telefone, senti um júbilo
igual àquele que senti ao experimentar, no mês anterior, um vestido
novo para A., como se ainda estivesse a fazer alguma coisa por ele.
A seguir não telefonei a vidente nenhuma, tive medo que alguma
me dissesse que ele não ia voltar nunca mais. Pensei «afinal eu
também acabo nisto», sem me admirar. Não via razão nenhuma para
não acabar naquilo.
Uma noite atravessou-me a vontade de fazer um teste de
despistagem de sida: «Ao menos fiquei com isto.»
Durante semanas:
acordei a meio da noite, e fiquei até de manhã num estado
indistinto, acordada e incapaz de pensar. Queria fugir para o
sono, mas ele permanecia sempre como que suspenso por
cima de mim.
não me apetecia levantar. Via o dia à minha frente, sem
nenhum projeto. A sensação de que o tempo já não me
levava a nada, e que a única coisa a fazer era envelhecer.
no supermercado, pensava «já não preciso de comprar isto
ou aquilo» (uísque, amêndoas, etc.).
olhava para os camiseiros, para os sapatos que eu tinha
comprado para um homem, e que tinham voltado a ser coisas
sem sentido, que só serviam para seguir a moda. Seria
possível desejar aquelas coisas, qualquer coisa, fosse ela qual
fosse, sem que isso fosse para uma pessoa, para servir o
amor? Precisei de um xaile por causa do frio intenso: «Ele não
vai vê-lo.»
não suportava ninguém. As pessoas com quem conseguia
dar-me eram aquelas que tinha conhecido durante a minha
relação com A. Figuravam na minha paixão. Mesmo que não
me inspirassem nem interesse nem estima, eu sentia uma
espécie de afeição por elas. Mas não era capaz de ver na
televisão um apresentador, ou um ator, em que eu dantes
tivesse identificado o mesmo ar, as mesmas mímicas, os olhos
de A. Esses sinais dele noutra pessoa que me era indiferente
eram uma espécie de impostura. Odiava aqueles tipos por
continuarem a parecer-se com A.
fazia promessas. Se ele me telefonar antes do fim do mês,
dou quinhentos francos a uma organização humanitária.
imaginava que nos encontrávamos num hotel, num
aeroporto, ou que ele me escrevia uma carta. Eu respondia a
palavras que ele não tinha dito, a palavras que ele não ia
escrever nunca.
se ia a um sítio onde tivesse ido no ano anterior, quando
ele ali estava – ao dentista ou a uma reunião de professores
–, vestia o mesmo fato de saia-e-casaco da época, tentando
persuadir-me de que as mesmas circunstâncias produziriam
os mesmos efeitos, que ele me ia telefonar nessa noite.
Quando me deitava, por volta da meia-noite, abatida, dava-
me conta de que tinha realmente acreditado no telefonema
durante todo o dia.
Nas minhas insónias, de vez em quando pensava em Veneza,
onde tinha passado uma semana de férias mesmo antes de
encontrar A. Tentava lembrar-me daquilo que fizera e dos meus
itinerários, imaginava-me em Zattere, nas ruelas da Giudecca.
Reconstituía o meu quarto no anexo do hotel La Calcina, esforçando-
me por me recordar de tudo, da cama estreita, da janela tapada que
dava para as traseiras do Café Cucciolo, da mesa coberta por uma
toalha branca sobre a qual eu tinha pousado os meus livros, e
enumerava os títulos. Contava as coisas que ali estavam, uma por
uma, tentando esgotar o conteúdo de um lugar onde tinha ficado
antes de a história com A. começar, como se um inventário perfeito
me fosse permitir revivê-la. Era uma crença idêntica que por vezes
me fazia sentir o impulso de voltar realmente a Veneza, ao mesmo
hotel, ao mesmo quarto.
Durante esse período, todos os meus pensamentos, todos os
meus atos eram uma repetição daquilo que tinha acontecido antes.
Queria forçar o presente a voltar a ser o passado aberto sobre a
felicidade.
Idlewild was a busy place the following morning. Harker got there at
half-past-nine, and the sprawling buildings were jam-packed.
"Flight 906 leaving for London via TWA in fifteen minutes—Flight 906
leaving for London via TWA in fifteen minutes—"
He heard a deep-bellied boom; someone next to him said, "That's a
cross-country job, I'll bet."
Sure enough, the loudspeaker said, "Now departing, Flight 136 for
San Francisco—"
Above him a neon board flashed. The bright letters said: Flight 136.
Lv Idlwld 0932, Ar SF 1126.
Less than two hours across the continent. Harker shivered; the plane
that had taken off two minutes ago was probably somewhere over
Pennsylvania or Ohio by now.
"Attention, please. Flight 199, United Air Lines, for Washington, D.C.,
departure 0953, now boarding—"
That was his plane. Leaving in about twenty minutes, and arriving in
Washington only about twenty minutes after that. Harker looked up
and saw a great golden stratocruiser coming in for a landing on a
distant runway. All around him he felt the nervous urgency always
surrounding people traveling.
Inwardly he began to grow tense. He had checked off two of the three
names on his scrawled list; neither had been of much
encouragement. Only Senator Clyde Thurman remained, and
Thurman represented the old-guard conservative wing of the Nat-Lib
party; there was no telling how he would react to the news that a
technique had been developed for—
"Attention, please. Telephone call for Mr. James Harker. Mr. James
Harker, please report to any ticket desk. Telephone call for James
Harker—"
Puzzled, Harker shoved his way through the crowd to the desk in the
foreground and said to the uniformed clerk, "I'm James Harker. I was
just paged for a phone-call."
"You can pick it up in there."
Harker stepped through into a waiting-room and picked up an
extension phone—audio only, no visual. He said to the operator, "I'm
James Harker. There's a phone-call for me."
"One moment, please."
There was the sound of phone-jacks being yanked in and out of
sockets. Then Mart Raymond's voice said, "Hello? Jim?"
"Harker here. That you, Mart?"
"Oh, thank God I caught you in time! I phoned your home, and your
wife said you'd gone to the airport to make a 9:53 jet! Another few
minutes and you'd have been aboard the plane, and—"
Harker had never heard Raymond this excited before. "Whoa, boy!
Calm down!"
"I can't. Cancel your trip and get out here right away!"
"How come? I'm on my way down to see Thurman."
"The hell with Thurman. Haven't you heard the news?"
"What news? About Bryant, you mean? How—"
"No, not about Bryant," Raymond snapped. "I mean about the project.
Hell, I guess you haven't heard yet. It only broke about five minutes
ago."
Harker stared strangely at the receiver in his hand. In as level a voice
as he could manage he said, "Mart, what are you trying to tell me?"
"Mitchison!" Raymond gasped. "Mitchison and Klaus—they issued a
public statement about five minutes ago, telling the world all about the
project! The lab is swarming with reporters! Jim, you've got to get out
here at once!"
He hung up. Harker let the receiver drop into its cradle. He moistened
his lips.
The mask of secrecy was off. From now on, they were accountable to
the world for their every move.
CHAPTER VIII
Harker had thought Idlewild was in a state of confusion, but he
realized he still had a lot to learn about ultimate chaos when he
reached Litchfield, an hour later. Cars clogged the highway for a
quarter of a mile on each side of the private road leading to the
laboratories. He saw television cameras, sound trucks, men who
looked like reporters.
He ducked through the milling mob and tried to slip unobtrusively
along the spruce-bordered dirt road to the administration building. But
it was a foolhardy attempt; he hadn't taken more than ten steps
before someone yelled: "Hey! There's Governor Harker!"
A dozen of them surrounded him in a minute. Harker recognized a
few of the faces from his mayoralty days—a Times man, one from the
Star-Post, one from the Hearst combine. Harker strode doggedly
along, trying to ignore them, but they blocked his path.
"What are you doing here, Governor?"
"What's your opinion on the reanimation bit? You think they're
serious?"
"How will the Nat-Libs react?"
"Do you figure there'll be a congressional investigation?"
They crowded around him, waving their minirecorders and
notebooks. In a loud voice Harker said, "Hold on, all of you! Quiet
down!"
They quieted.
"In answer to half a dozen of your questions, I'm here because I'm
legal adviser to Beller Laboratories. The statement that was released
to the press earlier today was an unofficial and possibly inaccurate
one. I'll have an official statement for you as soon as things are under
control here."
"Does that mean the reanimation process doesn't actually exist?"
"I repeat: I'll have an official statement later." It was the only way to
handle them. He spun, pushed his way forcefully but with care
between the Times and Scripps-Howard-Cauldwell, and made his
way up the hill.
The road-block still functioned—only this time there were five guards
there instead of two, and three of them held multishot rifles, the other
two machine-pistols. Harker approached and said, "How come the
fire-arms?"
"It's the only way we can keep them back, Mr. Harker. You better go
in. Dr. Raymond wants to see you."
Harker nodded grimly and stepped through the cordon. He half-
trotted the rest of the way.
Raymond's office was crowded. Barchet was there, and Lurie, and
two or three of the other researchers. Raymond, his face gray and
stony, sat quietly back of his desk.
"Here," he said. "Read this. It's the text of the handout Mitchison
released."
Harker scanned it.
Litchfield, N.J., 20 May (for immediate release)—Security wraps
today came off an eight-year-old project that will be the greatest boon
to mankind since the development of modern medicine. A process for
bringing the dead back to life has left the experimental stage and is
now ready for public demonstration, according to famous biochemist
David Klaus, 29, a Harvard graduate who has spearheaded the
project in recent months.
Klaus stated, "The technique developed at this laboratory will make
possible restoration of life in all cases where death has taken place
no more than twenty-four hours before the reanimation attempt,
provided no serious organic damage was the cause of death. A
combination of hormone therapy and electrochemical stimulation
makes this astonishing and miraculous process possible."
The Beller Research Laboratories of Litchfield, established in 2024 by
a grant from the late Darwin F. Beller, were the birthplace for this
scientific breakthrough. Further details to come.—Cal Mitchison,
publicity.
Harker dropped the sheet contemptuously to Raymond's desk. "Bad
grammar, bad writing, bad thinking—not even a good mimeograph
job. Mart, how the dickens could a thing like this have happened?"
"Klaus and Mitchison must have cooked it up last night or early this
morning. They handed copies of it to the local press-service stringers
in town, and phoned it in to all the New York area newspapers."
"We didn't even have time to fire him," Harker muttered. "Well?
Where is he now?"
Raymond shrugged. "He and Klaus are gone. I sent men looking for
them as soon as I found out about the newsbreak, but no sign of
them."
"Operation Barn Door," Harker snapped. "Most likely they're in
Manhattan getting themselves interviewed on video. I see Mitchison
didn't bother to mention anyone's name but Klaus' in this alleged
handout."
"What would you expect?"
Harker whirled on Barchet, who looked very small and meek
suddenly, with none of his earlier blustery self-assurance. "You!
You're the one who brought Mitchison into this outfit!"
In a tiny voice Barchet said, "Recriminations are useless now, Mr.
Harker."
"The hell with that. Did you tell Mitchison I was going to have him
sacked?"
"Mr. Harker, I—"
"Did you?"
Helplessly Barchet nodded. Harker glared at him, then turned to
Raymond and said, "There you have it, Mart. Mitchison heard he was
getting canned, so he whipped this thing out now, while he could get
fat on us. Well, we're stuck with this statement. There are two million
reporters on the front lawn waiting for official word from us."
Raymond had not shaved that morning. He ran his fingers through a
blue-stubbled growth of beard and then locked his hands over his
forehead. In a sepulchral voice he said, "What do you suggest? Deny
the Mitchison release?"
"Impossible," Harker said. "The word has gone out. If we nix it, the
public will never believe a further word we say. Uh-uh."
"What then?"
"Don't worry about it. First thing is to prepare a release saying that
the early announcement was premature, that Mitchison and Klaus are
no longer connected with this organization—"
"Klaus has a contract."
"The contract has a clause in it about insubordination or else it isn't
worth a damn. Have somebody send a special-delivery letter to Klaus
informing him that his contract is voided. Keep a couple of carbons.
Send a letter of dismissal to Mitchison, too."
Harker paused to wipe sweat from his face. In the small room, the air
conditioners had little effect.
He went on, "Next thing: I'll draft a release confirming the fact that
you've developed this technique, and I'll sign my name to it. When I'm
done, have it mimeographed and distributed to everybody out there.
That cancels out Mitchison's poop, anyway. After that"—he frowned
—"do you have any human cadavers around the place? Revivable
ones, I mean?"
Raymond shook his head.
"Too bad. Find one. We'll give a demonstration of the technique to
any of the pressmen who have strong enough stomachs to want to
watch. And then—"
"Don't you think that's a little risky?" Lurie asked mildly.
"What? The demonstration?"
Lurie nodded, grinning foolishly. "Well, I mean, something might go
wrong—"
"Like what?"
"There are flaws in the process," Raymond cut in. "We haven't fully
perfected it. I was meaning to talk about them to you, but of course,
this thing coming up makes it impossible to iron the bugs out in time,
and—"
"Hold it," Harker said. He felt a chill start to rise up his back. In a flat
voice he said, "You gave me the impression that this process worked
all the time. That if the body was in good enough shape to live, and
hadn't started to decay, you could revive it. Suppose you tell me
about these so-called 'bugs'—right here and now."