Despacho Presidencial No 71-11-12 de Novembro de 2011
Despacho Presidencial No 71-11-12 de Novembro de 2011
Despacho Presidencial No 71-11-12 de Novembro de 2011
º 175
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número — Kz: 430,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURAS O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do ‹‹Diário da Ano da República 1.ª e 2.ª séries é de Kz: 75,00 e para a
As três séries . … … … … Kz: 400 275,00 3.ª série Kz: 95,00, acrescido do respectivo
República››, deve ser dirigida à Imprensa
A 1.ª série … … … … … Kz: 236 250,00 imposto do selo, dependendo a publicação da
Nacional — E. P., em Luanda, Caixa Postal 1306 A 2.ª série … … … … … Kz: 123 500,00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na Tesouraria
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Rua Henrique de Carvalho n.º 2
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Caixa Postal N.º 1306 desvalorização da moeda nacional, numa pro-
——— porção superior à base que determinou o seu
C I R C U LA R cálculo ou outros factores que afectem conside-
ravelmente a nossa estrutura de custos;
Excelentíssimos Senhores: b) as assinaturas que forem feitas depois de 15 de
Dezembro de 2011 sofrerão um acréscimo de
Havendo necessidade de se evitarem os inconvenientes uma taxa correspondente a 15%;
que resultam para os nossos serviços do facto das respectivas c) aos organismos do Estado que não regularizem os
assinaturas no Diário da República não serem feitas com a seus pagamentos até 15 de Dezembro do ano
devida oportunidade. em curso não lhes serão concedidas a crédito as
assinaturas do Diário da República, para o ano
Para que não haja interrupção no fornecimento do Diário de 2012.
da República aos estimados clientes, temos a honra de
informá-los que estão abertas a partir desta data até 15 de
Dezembro de 2011, as respectivas assinaturas para o ano
2012 pelo que deverão providenciar a regularização dos seus SUMÁRIO
pagamentos junto dos nossos serviços.
Presidente da República
1. Os preços das assinaturas do Diário da República, no Despacho Presidencial n.º 71/11:
território nacional passam a ser os seguintes: Aprova o Livro Branco das Tecnologias de Informação e Comuni-
cação.
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1.ª série ..................................................... Kz: 273 700,00
2.ª série ..................................................... Kz: 142 870,00
3.ª série ..................................................... Kz: 111 160,00
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
2. As assinaturas serão feitas apenas no regime anual. –––––
Despacho Presidencial n.º 71/11
3. Aos preços mencionados no n.º 1 acrescer-se-á um
de 12 de Setembro
valor adicional para portes de correio por via normal das três
séries, para todo o ano, no valor de Kz: 95 975,00 que poderá
sofrer eventuais alterações em função da flutuação das taxas Considerando que o Executivo Angolano reconhece
a praticar pela Empresa Nacional de Correios de Angola, E.P. de uma forma inequívoca que o sector das Tecnologias
no ano de 2012. Os clientes que optarem pela recepção dos de Informação e Comunicação constitui um importante ele-
Diários da República através do correio deverão indicar o mento indutor do desenvolvimento social e da prosperidade
seu endereço completo, incluindo a Caixa Postal, a fim de se económica do País e um factor essencial na luta contra
evitarem atrasos na sua entrega, devolução ou extravio. a pobreza e a exclusão social das classes desfavorecidas, bem
4250 DIÁRIO DA REPÚBLICA
como um catalisador da modernidade para o povo angolano, de políticas e estratégias de médio e longo prazo, que serviu
sobre o qual assenta a edificação da sociedade de Informação de base para a criação do mercado e da indústria das comu-
e do conhecimento; nicações electrónicas em Angola.
Tendo em conta que o Livro Branco sobre a Política Volvidos 10 anos, constata-se actualmente que a definição
das Telecomunicações em Angola, aprovado em Conselho clara do papel dos diferentes actores, quer seja o Governo,
de Ministros em 2001, desempenhou um importante papel as empresas do sector público e privado, assim como os
orientador das políticas bastante importante para se alcançar utilizadores dos serviços, permitiu um amplo e acelerado
os notáveis níveis de progresso que a República de Angola desenvolvimento deste importante sector da economia
tem registado no domínio das Tecnologias de Informação e nacional, tornando-o hoje num factor indutor fundamental
Comunicação; dos demais sectores da economia.
Considerando que, como resultado do nível de desenvol- Hoje, como fruto dos investimentos, quer públicos, como
vimento verificado e à explosão de serviços modernos no privados, efectivados ao longo da última década, Angola, já
domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação em se destaca, no contexto da África subsaariana, com uma infra-
Angola, impõe-se a necessidade de se actualizar e alargar as -estrutura de comunicações moderna, capaz de se constituir
linhas definidas no referido Livro Branco das Telecomuni- em relevante suporte à massificação da utilização das TIC à
cações; o Executivo Angolano, através da Resolução n.° 2/06, todos os extractos da sociedade, almejando-se desse modo
do Conselho de Ministros, de 11 de Janeiro, recomendou o dar corpo ao lema do Executivo Angolano ‹‹Internet e Banda
ajustamento do instrumento de política em causa ao novo Larga para todos››.
contexto nacional e, desta feita, sob forma e denominação de
Livro Branco das Tecnologias de Informação e Comuni- Caros compatriotas.
cação;
O presente Livro Branco das Tecnologias de Informação
O Presidente da República determina, nos termos da
e Comunicação, ‹‹Livro Branco das TIC››, deve assegurar a
alínea 1) do artigo 120.° e do n.° 5 do artigo 125.°, da Cons-
prossecução e incremento das políticas e estratégias do Livro
tituição da República de Angola, o seguinte:
Branco das Telecomunicações, do Plano de Acção da Socie-
dade da Informação e do Plano de Acção para a Governação
1.º — É aprovado o Livro Branco das Tecnologias de
Electrónica. É pretensão do Executivo Angolano, mais uma
Informação e Comunicação, anexo ao presente diploma que,
vez, dotar o sector das TIC de um instrumento que permita
dele é parte integrante.
todos os actores do mercado das comunicações electrónicas,
2.º — As dúvidas e omissões que resultarem da inter- da teledifusão digital, integração de serviços, criação e
pretação e aplicação do presente diploma são resolvidas pelo produção de serviços de valor agregado, etc, participarem e
Presidente da República. investirem no desenvolvimento da indústria e mercados de
serviços que as tecnologias de informação induzem e pro-
3.º — O presente diploma entra em vigor na data da sua
porcionam.
publicação.
Ao perspectivar a modernização e desenvolvimento de
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda,
Angola no século XXI, o Executivo Angolano assume que o
aos 23 de Fevereiro de 2011.
País, no domínio das TIC, terá de estar dotado de infra-
Publique-se. -estruturas voltadas para os desafios actuais da globalização,
tais como: a computação e serviços nas nuvens, a virtualiza-
Luanda, aos 4 de Agosto de 2011. ção, redes sociais, telefones inteligentes e iterativos, a auto-
mação domiciliar, bem como os demais alcances da
O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS. modernidade cuja criação efectiva depende fundamental-
mente de estratégias supra-nacionais, mas com efeitos e
reflexos directos de forte impacto local, concorrente à uma
––––––––––––– alteração positiva do paradigma de vida dos cidadãos do
nosso País. A estratégia do Executivo consiste, fundamental-
MENSAGEM DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA mente, em assegurar que os benefícios do uso das TTC
resultem na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e da
Caros Compatriotas; coesão nacional.
Cidadãs e Cidadãos deste belo e promissor País; Angola, ao pretender ser parte activa do contexto das
nações que almejam o desenvolvimento e a melhoria contí-
Minhas Senhoras e Meus Senhores; nua das condições de vida do seu povo, tem presente a reali-
dade dos desafios que ainda tem por vencer na luta contra a
Em 2001, em plena situação de guerra, o Governo de pobreza, mas também tem presente a fundamentada correla-
Angola ao adoptar o Livro Branco das Telecomunicações ção entre o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Acesso
dotou todo o sector das telecomunicações de um instrumento Digital, bem como o efeito multiplicador que os investimen-
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tos nas TIC produzem em toda economia dos Países. Neste Para concluir, quero augurar a materialização dos objec-
contexto, é estratégia do Executivo Angolano continuar a tivos do presente Livro Branco das TIC com a contribuição
investir em projectos estruturantes e indutores como a infra- de todos os actores, tanto do mercado como da sociedade em
-estrutura nacional em banda larga assente em fibra óptica, a geral, para a efectiva realização das metas de desenvolvi-
infra-estrutura nacional de transmissão por satélite no qua- mento do milénio, a integração da economia angolana no
dro da INFRASAT e ANGOSAT, a modernização da admi- contexto regional, continental e mundial, assim como, a ele-
nistração pública no quadro da criação da indústria e mercado vação tecnológica e cientifico-cultural da nossa Nação, com
da teledifusão no quadro da Estratégia da Migração Digital, prosperidade, rumo a Sociedade da Informação e do Conhe-
a criação de parques tecnológicos no âmbito da capacitação cimento.
dos recursos humanos, desenvolvimento intelectual e cientí-
fico, transferência de tecnologia e do saber fazer, a massifi- O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.
cação do uso da internet nas escolas através de pontos de
acesso e a disponibilização dos recursos digitais ao público ––––––––
em geral através dos serviços de correios, mediatecas e das
iniciativas do empresariado nacional. PREFÁCIO
As TIC são uma potente ferramenta de desenvolvimento. As TIC como factor de progresso socioeconómico,
O seu carácter inclusivo criou ecossistemas que permitem a inclusão social e modernidade.
participação das mais diversas iniciativas públicas e priva-
das resultando na produção de serviços comerciais, científi- O Poder Executivo de Angola reconhece de uma forma
cos, filantrópicos individuais ou colectivos cujos efeitos são inequívoca que o sector das Tecnologias de Informação e
geralmente benéficos a sociedade. Contudo, podem também Comunicação (TIC) constitui:
resultar efeitos desvirtuadores e por vezes maléficos aos bons
i) um importante elemento indutor do desenvolvi-
usos e costumes socioculturais com consequências por vezes
mento social e da prosperidade económica do
dificilmente mensuráveis. Por este facto, constitui estratégia
País;
do Executivo neste domínio, assegurar a existência de um
ii) um motor da luta contra a pobreza e a exclusão
ambiente legislativo que salvaguarde a correcta observância social;
dos requisitos de segurança nacional, dos cidadãos e dos iii) um catalisador da modernidade e do progresso do
dados críticos públicos e privados. povo angolano, sobre o qual assenta a edificação
da Sociedade de Informação e do Conhecimento.
Caros compatriotas.
Progresso TIC em Angola suportado num processo de
Os angolanos, no seu modo especial de ser, com o alcan- planeamento estratégico, onde se inclui o Livro
çar da paz, em menos de uma década transformaram o País Branco das Telecomunicações de 2001, o Plano de
num verdadeiro canteiro de obras, cujos efeitos positivos Acção da Sociedade de Informação e o Plano de
estão contribuindo de forma visível para a melhoria das con- Acção para a Governação Electrónica.
dições de vida dos cidadãos. Apesar dos resultados positivos
alcançados a nível das comunicações electrónicas e das TIC Os principais indicadores de desenvolvimento do País
em geral, existem áreas que necessitam da identificação de demonstram que Angola tem registado um progresso notável
uma melhor estratégia. Hoje com mais de 8 milhões de subs- ao nível social e económico, para o qual muito tem contri-
crições na telefonia móvel, a taxa de penetração deste ser- buído a evolução favorável do Sector das TIC.
viço situa-se em torno dos 50%, ou seja, acima da média
Este desempenho positivo deve-se a um conjunto de
africana que situa-se em torno dos 40%. Também a nível dos
factores, dos quais se destaca a dinâmica da política gover-
subscritores do acesso móvel em banda larga, a taxa de
nativa relativa ao Sector, regida com base em planos estraté-
penetração de 6% situa-se acima da média africana de 3,6%.
gicos e orçamentos plurianuais, em que se tem procurado
Entretanto, a nível da telefonia fixa os indicadores de Angola
a eficiência na utilização dos recursos públicos, alinhada
situam-se a menos de metade da média africana e o acesso
com as directrizes e intentos estratégicos ao âmbito nacional.
fixo em banda larga é praticamente nulo.
O ‹‹Livro Branco sobre a Política das Telecomunicações
Deste modo, ao constatar-se que um dos factores do em Angola›› aprovado em Conselho de Ministros em 2001
sucesso e rápido crescimento das comunicações móveis em (abreviadamente denominado Livro Branco das Telecomuni-
Angola foi a adopção da política da neutralidade tecnológica, cações) desempenhou um importante papel orientador das
essa política deverá ser, a curto prazo, extensiva às comuni- políticas neste Sector, instituindo a infra-estrutura de teleco-
cações fixas. Esta estratégia, permitirá que sejam adoptadas, municações como a base sobre a qual assentam todos os ser-
com a flexibilidade necessária, tecnologias inalámbricas viços da Sociedade de Informação, sendo estes suportados
como o WIMAX e o LTE. Neste contexto, a estratégia do pelo ‹‹Plano de Acção da Sociedade da Informação››, no
executivo é a transição para o regime de emissão de licenças qual está inserido o ‹‹Plano de Acção para a Governação
globais aos operadores móveis e fixos activos no mercado Electrónica››, elaborado em 2005 e aprovado pelo Conselho
nacional. de Ministros em 2006.
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Mandato do Governo para a revisão e actualização, vi) Exigências e expectativas geradas pelo inves-
elaborando o novo Livro Branco das TIC. timento em torno da infra-estrutura básica de
telecomunicações e no desenvolvimento das
Face ao nível de desenvolvimento verificado no Sector e comunicações electrónicas, com ênfase no Pro-
à explosão de serviços modernos de comunicação e infor- grama de Desenvolvimento da Rede Básica, e
mação, o Executivo identificou a necessidade de actualizar e programas como a governação electrónica , em
alargar as linhas definidas, procedendo à elaboração do curso. Doravante, Rede Básica, é a Rede Primá-
presente ‹‹Livro Branco das Tecnologias de Informação e ria de Comunicações Electrónicas que constitui a
Comunicação›› (denominado Livro Branco das TIC). infra-estrutura de domínio público, dentre o con-
junto de rede de comunicações electrónicas, que
Através da Resolução n.° 2/06, de 11 de Janeiro, apro-
o Estado detém na base de uma opção soberana,
vada pelo Conselho de Ministros, é realçado o pleno engaja-
visando induzir o crescimento económico e
mento do Governo ao estipular que «tendo em conta que é
desenvolvimento sustentável do País, assegurar
sobre as infra-estruturas das telecomunicações que assenta
o acesso universal, participar na provisão do ser-
a edificação da Sociedade de Informação, encarrega-se o
viço universal e suportar os novos serviços, apli-
Ministério dos Correios e Telecomunicações a mobilizar
cações e conteúdos para as empresas e cidadãos,
os demais sectores para a actualização do Livro Branco das
contribuindo para a implantação da banda larga
Telecomunicações, para que esse venha a ser assumido pelo
no País;
Governo na forma do Livro Branco das TIC».
vii) Necessidade de criar e desenvolver, quanto antes,
Assim, o presente Livro Branco das TIC deverá integrar, as competências internas capazes de darem res-
de forma actualizada, as medidas de política e estratégias posta sustentada aos desafios de desenvolvi-
contidas nos anteriores instrumentos de política sobre as TIC mento do Sector TIC em Angola;
já assumidos pelo Executivo, constituindo-se como o viii) Alinhamento com as tendências regionais e glo-
documento de referência das TIC em Angola. bais de salvaguarda do Acesso/Serviço Univer-
sal, da criação da Sociedade da Informação, do
Continuidade de políticas com renovado dinamismo cumprimento das metas do milénio, da Cimeira
estratégico. Mundial da Sociedade da Informação1 e da
Cimeira Connect Africa2.
Neste contexto, o presente Livro Branco das TIC traça as
medidas de políticas e acções para o desenvolvimento das
O Livro Branco como referencial estratégico
TIC em Angola, tendo como base de partida os seguintes
factores: Assim, o Livro Branco das TIC deve prosseguir os
seguintes objectivos:
i) Crescente convergência dos serviços e tecnologias,
com a correspondente evolução da orgânica do Estimular o desenvolvimento da Sociedade da Infor-
Executivo integrando, em Setembro de 2008, as mação em Angola;
telecomunicações e as tecnologias de informação Incentivar o desenvolvimento socioeconómico, contri-
no Ministério das Telecomunicações e Tecnolo- buindo para o crescimento económico e para a
gias de Informação (MTTI); criação de empregos através de abertura às par-
ii) Evolução do quadro de desenvolvimento de cerias público-privadas, em prol da promoção do
Angola, de uma sociedade fortemente condi- factor indutivo das TIC;
cionada pela guerra para uma nova era de estabi- Reforçar o contexto que garanta que o Sector das
lidade, paz social, prosperidade, crescimento eco- TIC seja um contribuinte para a erradicação da
nómico e demográfico que abre novos intentos pobreza e para o aumento da literacia em An-
estratégicos; gola;
iii) Incorporação da aprendizagem conseguida nos Promover a coordenação e articulação entre os diver-
últimos anos e do conjunto de concretizações já sos actores responsáveis pelo desenvolvimento e
alcançadas, estabelecendo novas ambições para regulação do Sector, com ênfase:
um horizonte temporal até 2015;
iv) Incorporação de novos desafios e tecnologias i) na tutela e regulação;
emergentes, como as Redes de Nova Geração ii) nos operadores e prestadores de serviço; e
(RNG), a convergência de plataformas e servi- iii) nos usuários e sociedade civil;
ços, a Web 2.0, a mobilidade, a televisão digital Estimular o aproveitamento de sinergias dos operado-
terrestre, novas aplicações informáticas e os res relativamente a investimentos, promovendo
novos desafios legislativos daí decorrentes; a racionalização de recursos e a maximização do
v) Necessidade de adaptação permanente à cres- seu impacto;
cente importância do Sector TIC no potencial de ––––––––
desenvolvimento das Nações num mundo globa- 1 WSIS — World Summit on the Information Society, Genebra (2003) e
lizado, bem como aos novos modelos de socie- Tunis (2006).
dade propiciados pelas novas tecnologias; 2 Connect Africa Summit, Ruanda (2007).
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Criar um contexto favorável à aplicação e utilização 2014, redacção e aprovação de um Livro Branco rea-
das melhores tecnologias, sobre as quais, os justado, para o período 2015-2020.
diversos actores, desenvolvam novas iniciativas
e procurem soluções inovadoras; Contexto Actual do Sector:
Proporcionar um ambiente que acelere a melhoria dos
indicadores de referência do Sector das TIC, 1.1. Estágios de Desenvolvimento Rumo à Sociedade
nomeadamente, o Índice de Acesso Digital que da Informação.
resulte na melhoria significativa da posição de
Angola ao nível internacional, em especial, no Tem sido, de forma ampla, definido como prioridade do
Índice de Desenvolvimento Humano; Executivo assegurar a universalidade do acesso às Tecnolo-
Garantir a contribuição do Sector das TIC na inserção gias de Informação e Comunicação e por via destes aos ser-
internacional de Angola, com o reforço da sua viços da Sociedade de Informação. Pretende-se, desta forma,
posição geoestratégica e geopolítica. satisfazer as necessidades gerais e modernas de comunica-
ção da população. Inclui-se nesta pretensão a disponibiliza-
Modelo Operativo do Livro Branco ção de um serviço universal de comunicações de suporte às
actividades económicas e sociais em todo o território nacio-
O Livro Branco para as Tecnologias de Informação e nal, que considere as exigências de um desenvolvimento har-
Comunicação contém as orientações estratégicas para o mónico e equilibrado, bem como o aumento da solidariedade
desenvolvimento sustentável do Sector das TIC em Angola e
social e cultural.
os principais eixos de actuação que as concretizam. A sua
estrutura lógica está suportada em:
Assim, tendo por base o objectivo de implementação e
desenvolvimento das comunicações electrónicas e dos servi-
Pilares de Actuação que constituem os principais mo-
tores de desenvolvimento e objectivos estratégi- ços da Sociedade da Informação em Angola, foram determi-
cos das TIC para concretizar os desafios de nados estádios de desenvolvimento que estabelecem limites
modernização e desenvolvimento do País; temporais concretos dentro dos quais determinadas metas
Pilares de Contexto, que constituem as várias áreas de serão alcançadas com vista à concretização do mencionado
suporte aos pilares de actuação, permitindo que objectivo.
os objectivos estratégicos do Executivo sejam
concretizados. Assim, o Executivo tem perspectivado o desenvolvi-
mento das TTC em três estágios:
Para a operacionalização, o Executivo irá desenvolver,
de forma contínua, várias acções de divulgação e comunica- Estágio de Reforma, que se encontra actualmente em
ção do Livro Branco, bem como dos resultados e impactos fase de finalização, englobando, a reestruturação
subsequentemente alcançados. do sector de modo a adequá-lo aos novos desa-
fios de desenvolvimento social e tecnológico,
Processo amplamente participado com o delineamento claro do papel de cada actor
(Estado, Regulador, Operadores e Usuários), a
A elaboração do Livro Branco resulta de um conjunto de reabilitação das infra-estruturas, a renovação da
estudos e trabalhos preliminares de pesquisa do MTTI e tam- confiança nos agentes de mercado e o lança-
bém do processo gradual de auscultação ao mercado, reco- mento da estratégia rumo à Sociedade da Infor-
lhendo a informação e as sensibilidades dos diversos actores mação e do Conhecimento;
quanto ao desenvolvimento do Sector TIC. Estágio de Desenvolvimento, que possa imprimir uma
nova dinâmica aos diversos segmentos de negó-
As medidas contidas na versão final foram também alvo cio, abrindo novos paradigmas e perspectivas de
do escrutínio público, através da realização de sessões de tra- adopção de novas tecnologias, com a criação de
balho com os vários actores, onde foram acolhidos e ponde- novos produtos e serviços e um mercado mais
rados os diversos interesses e percepções. aberto, criando-se, assim, as condições no domí-
nio das TIC, para a afirmação de um papel efec-
Revisão e actualização tivamente relevante de Angola no contexto
regional e continental;
No que concerne a desenvolvimentos futuros, as seguin- Estágio de Liderança, solidificando todos os ganhos
tes datas são fundamentais para o processo de revisão e dos estágios anteriores para assumir uma posição
actualização do Livro Branco: líder em África, através da focalização no cliente,
no aumento dos níveis de serviço prestados e na
2012, início do processo de reajuste do Livro Branco, assumpção de um papel protagonista no âmbito
em função dos resultados reais e análise das ten- das iniciativas de desenvolvimento regionais e
dências; continentais.
4254 DIÁRIO DA REPÚBLICA
Figura 1 — Estágios de Desenvolvimento das TIC O foco desta etapa é o fortalecimento da estrutura de mer-
em Angola cado e o desenvolvimento de novos conteúdos e serviços
TIC.
Estágio 3 — Consolidação:
Foram também lançadas as bases para o desenvolvimento O Executivo de Angola, em observância do Princípio da
da Sociedade da Informação através do PASI, que inclui um info-inclusão, consubstanciado na necessidade de criar e pro-
conjunto de iniciativas de entre as quais se destaca a moder- mover condições que tornem possível o acesso de todas as
nização dos serviços públicos. pessoas às TIC e aos serviços da Sociedade de Informação,
tem efectuado investimentos na modernização e expansão
O foco desta etapa centrou-se na reabilitação das das Tecnologias de Informação e Comunicação, que permita
infra-estruturas e no arranque da Sociedade da dar conectividade e acesso aos serviços de banda larga à
Informação em Angola. população em todo o território nacional, prestando serviços
de qualidade, que viabilizem a implantação e desenvolvi-
Estágio 2 — Desenvolvimento: mento de novas aplicações e serviços públicos electrónicos
essenciais ao crescimento e à prosperidade da Nação.
Com pano de investimentos em curso na rede básica,
enquanto rede primária de comunicações electrónicas, o
A primeira fase de investimento correspondeu à implan-
reforço das ligações internacionais e o desenvolvimento dos
tação da malha infra-estrutural em fibra óptica, feixes hert-
serviços móveis, Angola está a entrar num novo estágio de
zianos e por satélite, em todo o País, com predominância nas
desenvolvimento do seu Sector das TIC, focando no desen-
capitais provinciais. Esta primeira carteira de investimentos
volvimento das Redes de Nova Geração, no Acesso Univer-
integrou 10 projectos totalizando o montante de aproxima-
sal aos serviços de telefonia, internet e teledifusão digital que
damente 1,2 biliões de dólares.
assegure a produção e distribuição de utilização abrangente
pelos angolanos.
A segunda fase será de consolidação e sustentação, pre-
Para este desígnio será importante a infra-estrutura, mas vendo-se a generalização do acesso aos serviços de Teleco-
sobretudo, a democratização do acesso à internet, a pro- municações/TIC modernos à população (suporte à banda
dução de conteúdos locais, a interacção electrónica com os larga e multi-serviços), estendendo a malha infra-estrutural
órgãos da Administração Pública, Central, Provincial e Local ao nível de Municípios e Comunas. Negociações prelimina-
e o aumento da familiaridade e domínio (literacia) ao nível res apontam para uma segunda carteira com projectos totali-
das TTC para aumentar a info-inclusão dos cidadãos. zando um volume de investimentos orçamentado em cerca
de 1,9 biliões de dólares.
O reforço da concorrência e a plena liberalização dos
serviços constituem também pontos de afirmação desta etapa. Complementarmente, Angola tem realizado investimen-
tos em tecnologia de transmissão de dados e voz por satélite
Para este período, é necessário que outras infra-estruturas com o intuito de abranger todo o território nacional, incluindo
essenciais ao País e à fixação das populações, como a ener- a criação de uma rede de mais de 600 postos de tele-centros
gia e as comunicações rodoviárias, ferroviárias, aéreas e em Comunas, que permita o acesso a telefone fixo e acesso
marítimas, acompanhem o progresso ao nível das TIC. à Internet através de tecnologia VSAT.
I SÉRIE — N.º 175 — DE 12 DE SETEMBRO DE 2011 4255
O Executivo reconhece todavia que os investimentos rea- Enquadramento Legal antes da promulgação da
lizados ao nível das infra-estruturas não tiveram ainda o Constituição da República de Angola
impacto esperado sobre a qualidade e preços dos serviços de
telecomunicações em Angola, sobretudo no que respeita às O Executivo tem vindo a completar o quadro legislativo
telecomunicações fixas e ao acesso à Internet, pelo que é das TIC e a adequar as diversas componentes em função das
necessário dar continuidade aos esforços que têm vindo a ser necessidades de desenvolvimento do mercado, maior libera-
desenvolvidos, mediante a definição de novas estratégias e lização e estímulo à concorrência.
políticas orientadoras neste âmbito.
No contexto legislativo das comunicações electrónicas,
em vigor antes da promulgação da Constituição da República
Desenvolvimento da Sociedade da Informação e da
de Angola, salientam-se os seguintes elementos base:
Governação Electrónica.
Lei de Delimitação de Sectores (Lei n.º 5/02, de 16 de
Quanto ao desenvolvimento da Sociedade da Informação
Abril);
e ao seu impacto na competitividade do País, foi definida
Lei de Bases das Telecomunicações (Lei n.º 8/01, de
uma estratégia nacional para o efeito, traduzida na publicação
11 de Maio).
de um documento político designado por Plano de Acção
para a Sociedade de Informação (PASI).
Lei de Delimitação dos Sectores
O PASI introduziu uma dinâmica positiva de desenvolvi-
mento da Sociedade da Informação e da Governação Elec- A Lei de Delimitação dos Sectores estabelece, para um
trónica no País, com especial destaque para a informatização conjunto de sectores com intervenção estatal, o âmbito de
de inúmeros sectores da Administração Pública e a massifi- actuação do Estado.
cação da sua presença na Internet, através da disponibilização
No que concerne ao Sector das Telecomunicações, nos
de websites institucionais, aplicações electrónicas dos
seus artigos 11.°, 12.° e 13.°, este diploma estabelece alguns
departamentos ministeriais e a implementação do Portal do
conceitos fundamentais:
Governo.
Reserva Absoluta — infra-estruturas que integram a
Não obstante os inegáveis avanços concretizados, o Exe-
Rede Básica de Telecomunicações;
cutivo reconhece que ainda há um longo caminho a percor-
Reserva de Controlo — infra-estruturas de dimensão
rer para a implementação da Sociedade da Informação e local, quando constituem extensão da Rede
Governação Electrónica em Angola, sobretudo no que toca ao Básica de Telecomunicações;
fomento da utilização massificada da Internet pela popula- Reserva Relativa — infra-estruturas que não integram
ção e pela Administração Pública, criando conteúdos e a Rede Básica, bem como os respectivos servi-
serviços atractivos e capacitando os angolanos para a sua ços de telecomunicações.
utilização.
De realçar, que no contexto angolano, entende-se como
Reconhecimento internacional rede básica, a Rede Primária de Comunicações Electrónicas,
através da qual o Estado induz o desenvolvimento do sector
A evolução de Angola nesta matéria tem sido reconhe- das TIC de forma estruturante por incentivo directo decor-
cida por diversos organismos internacionais, como compro- rente do investimento público, sem detrimento do desenvol-
vam a presença de delegações do País em diversas comissões vimento da iniciativa privada, tendo em vista o seu próprio
internacionais, com especial destaque para a Comissão da desengajamento a médio/longo prazo.
Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento da ONU.
Lei de Bases das Telecomunicações
Diversos barómetros internacionais comprovam a dinâ-
mica alcançada em termos de Governação Electrónica. Por A Lei de Bases das Telecomunicações (Lei n.º 8/01, de
exemplo, o Government Readiness Report da ONU referente 11 de Maio) estabelece um conjunto de princípios, dos quais
a 2008, ilustra que Angola foi um dos países que mais pro- se destacam:
grediu em termos mundiais, tendo passado da 158.a em 2005,
para 127.a posição em 2008, ou seja subido 31 posições num O estabelecimento das linhas estratégicas de desen-
universo de 192 países analisados, situando-se entre os 15 volvimento do Sistema Nacional de Teleco-
países africanos mais avançados. Mesmo assim os desafios municações, sendo da competência da Tutela,
para Angola no futuro são enormes, já que o seu índice salvaguardar os princípios de existência, dispo-
(0.3328) situa-se muito abaixo da média mundial (0.4514), nibilidade, continuidade e qualidade de uma rede
assim como da África do Sul (0.5115) e Maurícias (0.5086) de telecomunicações de uso público, robusta e
como referências da SADC. fiável;
4256 DIÁRIO DA REPÚBLICA
O incentivo à existência de uma Rede Básica de Tele- Informação e do Conhecimento, conforme se pode observar
comunicações, pertencente ao domínio público na figura seguinte:
do Estado, composta pelo sistema fixo de acesso
de assinantes, rede de transmissão e nós de con- Figura 2 — Visão para o Desenvolvimento das TIC
centração, comutação ou processamento, quando em Angola
afectos aos serviços básicos, cuja expansão e
desenvolvimento são da responsabilidade do
Estado, cuja exploração é concedida, mediante
um contrato, ao operador incumbente;
A dinamização da extensão dos serviços básicos às
zonas rurais e remotas, por operadores públicos
ou privados, através da prestação do serviço uni-
versal salvaguardado no quadro das condições de
licenciamento;
A garantia por parte do Estado, do acesso de todas as
pessoas e instituições públicas, a serviços de
telecomunicações em condições de igualdade e
continuidade, independentemente da sua locali-
zação geográfica e condição socioeconómica.
Figura 5 — Pilares de Desenvolvimento do Livro mento do Sector das TIC no mercado, pelo que a
Branco delimitação do âmbito de intervenção de cada um
é fundamental, cabendo ao Estado o papel de
definir as orientações estratégicas para o desen-
volvimento do mercado das Telecomunicações e
TI, bem como o quadro político e legislativo que
o rege;
É necessário reforçar as competências do Órgão
Regulador, para que este exerça um papel activo
no mercado em termos de controlo dos operado-
res e salvaguarda dos direitos e deveres dos
diversos intervenientes no mercado, de forma
independente, isenta e transparente, exercendo
entre outros o papel de árbitro com o objectivo
de fortalecer o processo de liberalização e maior
concorrência, apoiando-se para o efeito no qua-
dro legislativo vigente;
Os operadores devem ter uma participação do sector
privado cada vez mais acentuada, que garanta
uma participação efectiva do empresariado
nacional e que através da aposta na qualidade e
serviços ao cliente, desenvolva capacidade e
aptidão para o convívio com uma maior concor-
rência nos vários segmentos de mercado nacional
e internacional;
Em função da maturidade do mercado das telecomu-
nicações e da disponibilidade universal dos
serviços, o Estado reduzirá progressivamente o
3. Estratégia de Desenvolvimento seu papel activo, em termos de investimento na
3.1. Pilares de Contexto expansão do sistema nacional das telecomunica-
3.1.1. Governação Equilibrada ções, deixando as entidades privadas esse papel,
através da venda parcial ou total das suas quotas
Assegurar equilíbrio dos intervenientes, reforçando o nas operadoras.
envolvimento de entidades privadas no mercado.
Para atingir os objectivos para este pilar será necessário
desenvolver o seguinte conjunto de eixos:
Eixos de actuação:
Estabelecer uma definição clara dos papéis e relacio- Monitorização do Sector das TIC:
namento dos vários actores do mercado;
Monitorização e divulgação de estatísticas, bench-
Evitar a sobreposição de atribuições e garantir a inde-
marking externo, promoção da cooperação com
pendência do regulador sectorial;
restantes ministérios.
Promover a participação de investidores privados;
Reestruturar o operador incumbente; 3.1.1.1. Redefinição do Papel do Estado
Criar mecanismos de monitorização do sector que
garantam a livre concorrência. O Executivo de Angola assume-se como o principal res-
ponsável pela formulação, orientação e promoção de políti-
Assim, o Poder Executivo entende que: cas no Sector das TIC e na promoção da Sociedade da
Informação.
O envolvimento do Estado, órgão regulador, operado-
res, investidores e consumidores é a garantia do Presentemente no quadro do desenvolvimento das TIC,
equilíbrio e incentivo necessário ao desenvolvi- as funções no domínio das Telecomunicações e Tecnologias
I SÉRIE — N.º 175 — DE 12 DE SETEMBRO DE 2011 4259
da informação relevante para reporte a nível nacional e Desenvolvimento de um regime legislativo alinhado
internacional, contribuindo para dar mais visibilidade ao pro- à estratégia intersectorial de investimento em
cesso de desenvolvimento e crescimento de Angola na infra-estruturas;
Sociedade de Informação nos principais repositórios inter- Definição de um quadro legal de suporte à partilha de
nacionais; infra-estruturas de telecomunicações;
Criação de um ambiente legal adequado aos novos
O Executivo salvaguardará para que o Observatório da paradigmas decorrentes da introdução da RNG e
Sociedade da Informação seja operado por uma estrutura da convergência de serviços e de expansão das
apropriada, de forma neutral e transparente, através do Órgão TIC;
de Promoção da Sociedade de Informação, sendo os seus Criação de um quadro legislativo adequado às neces-
resultados e relatórios homologados pelo Conselho das Tec- sidades de uma Sociedade de Informação e do
nologias de Informação e Comunicação. Conhecimento.
Com a monitorização do sector das TIC em Angola, o
Executivo persegue os seguintes dois grandes objectivos:
Estratégia intersectorial de investimentos em infra- O processo de reforma deverá também assegurar a rees-
estrutura truturação eficiente do Operador Incumbente garantindo que,
através do estabelecimento de um novo modelo de gestão da
i) Estratégia intersectorial de investimento em rede básica, o investimento público no desenvolvimento e
infra-estruturas: que salvaguarde acções con- expansão das infra-estruturas de telecomunicações contribua
certadas de investimento em infra-estruturas para uma maior abertura à participação dos sujeitos da acti-
que conduzam a que todas as construções, não vidade económica no mercado das telecomunicações. Do
só dos principais eixos viários, ferroviários, ponto de vista político, o investimento na rede básica consti-
linhas energéticas e demais redes infra-estru- tui opção soberana do Estado, visando induzir o crescimento
turais do País, como também de todos os económico e o desenvolvimento sustentável do País.
edifícios públicos e privados, prevejam a ins-
talação e expansão de infra-estruturas que Regime menos restritivo de Reserva do Estado
possibilitem a massificação dos serviços e
produtos relacionados com as TIC (incluindo- Assim, com vista a mobilizarem-se todas as possíveis
se aqui, a título de exemplo, condutas, caixas, sinergias para a prossecução dos elevados objectivos do
pontos de acesso, etc.); Estado no domínio das infra-estruturas, das telecomunica-
ções e das TIC nas suas variadas vertentes, almejando
Partilha de Infra-Estruturas sempre omalcance da Sociedade da Informação e do Conhe-
cimento, o Executivo criará as condições para que a infraes-
ii) Partilha de infra-estruturas: que assegure a par- trutura da rede básica seja uma infra-estrutura de transmissão
tilha de infra-estruturas cuja especificidade o densuporte aos demais operadores, sem prejuízo de uma evo-
permita e as melhores práticas aconselhem lução que permita o investimento privado em redes de trans-
(p.e. condutas, zonas técnicas, torres de ante- missão.
nas, etc);
Abrangência da Nova Legislação das TIC
Convergência e Redes de Nova Geração
O Executivo ao estabelecer o novo quadro normativo para
iii) Convergência de redes e serviços de nova as TIC, pretende harmonizar a estrutura departamental que
geração: que o novo quadro normativo asse- caracteriza o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias
gure à convergência de redes e de serviços, de Informação, com os objectivos do Executivo no domínio
prestando particular atenção às regras de par- das TIC e da promoção da Sociedade da Informação e do
tilha e virtualização, tendo em atenção que as Conhecimento. Assim, será assegurada a instituição de um
melhores práticas internacionais dos novos conjunto de diplomas legais a nível dos poderes legislativo,
modelos de regulamentação reflectem uma executivo e dos poderes delegados aos sectores, articulados
maior focalização nos mercados, designada- aos diversos domínios onde se torne necessário regular e
mente no licenciamento convergente de ser- visando especialmente a sua correcta inserção intersectorial.
viços permitindo maior competição ao nível Estes domínios abarcam, mas não se limitam, aos seguintes
de redes e serviços, mais que em tecnologias. âmbitos temáticos principais:
Eixos de Actuação:
niente, garantindo-se a capacidade técnica e de serviço a que diz respeito, devendo ainda,
operacional adequada. a formação dos preços ser perfeitamente de-
monstrável com base em registos de custos
Rgulação isenta e participativa o Executivo fiáveis;
irá garantir um modelo de regulação isenta e iii) Não discriminação — garantindo que a todos
participativa, mediante, o estabelecimento de os utilizadores, em igualdade de circunstân-
um órgão consultivo, (Conselho das Teleco- cias, seja conferida igualdade de tratamento;
municações e Tecnologias de Informação), iv) Preço nacional único — as tarifas aplicadas a
constituído por representantes dos operadores, cada tipo de serviço são uniformes em todo o
da indústria e dos consumidores, de forma a território nacional.
facilitar a existência de consensos, que per-
mitam, a adopção de estratégias que facilitem Com base nos princípios acima descritos, não
a aplicação das medidas de política do pre- será permitida a subsidiação cruzada de servi-
sente Livro Branco e induzam o desenvolvi- ços, devendo, para efeitos de controlo, ser exi-
mento do sector das TIC. gida a existência de contabilidade analítica a
todos os operadores e provedores de serviços.
3.1.3.2. Regulação de Preços e Qualidade de Serviço O Órgão Regulador, actuará sobre os preços de
interligação, sempre que estes se mostrem
Preços baseados nos custos de expansão e opera- desajustados ou susceptíveis de criarem
ção para assegurar, a disponibilização de entraves à normal interligação entre redes
serviços ao preço mais baixo possível, o Exe- públicas de comunicações electrónicas.
cutivo, zelará para que as tarifas sejam fixa- A formação dos preços, por parte dos operadores
das com base na estrutura dos custos de deverá ser demonstrável de forma transpa-
expansão e operação dos serviços, assegu- rente, com base em registos de custos fiáveis,
rando-se, tanto para o operador incumbente devendo para o efeito, tornar-se obrigatória a
como para os operadores privados, uma mar- implementação da contabilidade analítica em
gem de lucro justo, dentro dos níveis autori- todos os operadores com poder de mercado
zados pela legislação aplicável. significativo, sendo, aplicável o princípio da
obrigatoriedade dos operadores em demons-
No que respeita, ao operador incumbente, os seus
trar contabilisticamente ao Órgão Regulador
lucros serão prioritariamente reinvestidos na
a formação de preços dos serviços.
expansão e modernização das infra-estruturas
Quando um operador com poder de mercado sig-
do sector.
nificativo preste, de forma directa, outros ser-
Fiscalização pelo regulador sectorial — Caberá viços não abrangidos na respectiva licença,
ao Órgão Regulador, apoiado por um Comité deve o mesmo, assegurar a adequada separa-
de Preços, coordenar a fiscalização, em maté- ção contabilística dos respectivos proveitos e
ria de preços, bem como toda a prática de custos, bem como, dos activos e passivos
comportamentos monopolistas ou lesivos da conexos de acordo, com os normativos do
concorrência, sobretudo em segmentos do Órgão Regulador.
sector operados, quase sem concorrência.
Definição dos níveis de qualidade de serviço —
Nesse sentido, o Órgão Regulador exercerá o O Regulador, estabelecerá os níveis mínimos
poder de regulação sobre os preços de servi- de qualidade de serviço, tomando como refe-
ços e redes de comunicações electrónicas, ofe- rência, o estado de desenvolvimento do sec-
recidos por operadores com poder de mercado tor, em particular, do nível de infra-estrutura
significativo com base nos seguintes princí- instalada, e os padrões internacionais de qua-
pios: lidade.
i) Aproximação dos preços aos custos — o preço Para assegurar a clareza, actualidade e compara-
de venda ao público de cada serviço ou rede, bilidade das informações, caberá, ao Regula-
deverá aproximar-se do custo razoável e justo dor definir os parâmetros de qualidade de
para produzir esse mesmo serviço, garan- serviços a medir, o seu conteúdo, o formato e
tindo-se, que os ganhos de produtividade e de o modo de publicação das informações.
economia de escala sejam repartidos entre Às empresas do sector, caberá garantir a imple-
operadores e consumidores; mentação dos procedimentos e sistemas
ii) Transparência — a fixação e publicitação dos necessários ao tratamento dos indicadores e
preços dos serviços deverá ser obrigatória e disponibilizar ao Regulador informações
de fácil entendimento pelos consumidores, e sobre a qualidade dos serviços que prestam,
apresentados ao público devidamente desa- nos termos definidos pela lei e pelos regula-
gregados, por cada componente da prestação mentos.
I SÉRIE — N.º 175 — DE 12 DE SETEMBRO DE 2011 4265
3.1.3.3. Recursos Escassos e Domínios IP. Neste sentido, serão instalados em território
nacional servidores secundários de nomes,
No domínio das comunicações electrónicas, assegurando, todas as condições necessárias
constituem recursos escassos, o espectro de segurança e funcionalidade técnica, para
radioeléctrico, as posições orbitais, a nume- que se efective, com urgência o processo de
ração e o domínio IP. transferência para território nacional do servi-
dor primário de nomes.
Contexto actual — O Executivo, assegurará atra-
vés da legislação que estes importantes recur- Política de Gestão dos Domínios IP — A gestão
sos continuem como integrantes do domínio do serviço de registo de Domínios do ccTLD,
público e como tal, sujeitos a critérios de ges- .ao, será da responsabilidade de uma entidade
tão rigorosos, transparentes e auditáveis, multi-lateral competente que, em linha com as
visando a sua utilização racional e parcimo- recomendações do «Fórum for African Policy
niosa ao serviço do desenvolvimento inte- Makers and Regulators on Internet Gover-
grado das comunicações electrónicas em nance» de Março de 2009, terá representantes
Angola. de diversos sectores da sociedade, nomeada-
mente, das universidades, operadores das co-
No que respeita, aos recursos sujeitos a jurisdi- municações electrónicas, e demais actores
ção internacional, como é o caso dos recursos (players) de mercado da área das TIC, Grupos
radioeléctricos e das posições orbitais, o Exe- de Consumidores, Executivo, de entre outros.
cutivo, tomará as medidas adequadas à defesa
consistente e preventiva dos interesses nacio- A orgânica da entidade gestora dos Domínios IP,
nais. irá prever uma relação adequada com a Auto-
ridade de Tutela, assegurando-se desta forma
No tocante ao domínio IP, constata-se que grande
o alinhamento com os objectivos definidos
parte dos utilizadores angolanos da Internet,
pelo Executivo, e uma estrutura organizacio-
não usa endereços do domínio IP angolano
nal adequada às funções desempenhadas.
(domínio ‹‹.ao››), situação que envolve não só
cidadãos comuns, mas também empresas,
empregados dessas empresas, funcionários Com o intuito, de permitir ao Estado angolano ter
públicos e outros. um maior controlo em matéria dos domínios
IP, o Executivo, avançará para a elaboração de
Soberania dos Domínios IP — O Poder Execu- diploma legal que regulamente este tema.
tivo, entende que o domínio IP representa a
identidade de um país no ciberespaço,
Política de Registo dos Domínios IP — O Exe-
devendo ser entendido como uma marca do
cutivo, criará condições para o desenvolvi-
País.
mento de um sistema informático que dispo-
Como consequência, e para reforço da imagem nibilize o registo de domínios .ao on-line. Esta
do país, o Poder Executivo adoptará, um mo- ferramenta, será um factor de rapidez e sim-
delo mais dinâmico e participativo na gestão plicidade que contribuirá para impulsionar o
do domínio IP angolano, com vista, a alterar
crescimento dos domínios em .ao em Angola.
rapidamente esta situação, utilizando estraté-
gias de promoção que levem ao crescimento
3.1.4. Financiamento Eficiente.
do número de endereços nacionais na Admi-
nistração Pública, no sector privado e na socie- Estabelecer o modelo de financiamento, eficiente e sus-
dade em geral, bem como, a promoção de tentável para o sector.
programas proactivos de registo de domínios.
No âmbito, do apetrechamento tecnológico da Objectivos.
Administração Pública, será dada uma aten-
ção especial, à estrutura do subdomínio Foco de Actuação: Racionalização e sustentabi-
gov.ao, para que esta siga uma lógica hierár- lidade — Promover, os grandes investimen-
quica e para que seja mantida com poucos ní- tos em infra-estruturas da Rede Básica e
veis de profundidade (sub-subdomínio).
RNG, assim como, na consolidação do cresci-
mento da Sociedade da Informação.
Soberania dos Domínios IP — O Poder Execu-
tivo, criará as condições para que os ccTLD Criar condições, para o financiamento comple-
(country code Top Levee Domain) sejam geri- mentar entre o Estado, privados e estrangeiros,
dos para benefício do país e dos cidadãos, re- atraindo estes investidores.
forçando assim, a credibilidade e segurança Massificar a utilização das TIC.
do domínio IP angolano. Expandir o serviço e acesso universais.
4266 DIÁRIO DA REPÚBLICA
Massificação dos serviços de TIC — No que diz res- Assegurar, as condições tecnológicas na Administra-
peito aos consumidores, será ponderada a cria- ção Pública que suportem o desenvolvimento da
ção de incentivos fiscais destinados à aquisição Governação Electrónica.
de equipamentos, sobretudo, os destinados ao Dar suporte, aos serviços de emergência nacional.
desenvolvimento da Sociedade da Informação, Integrar as TIC com aspectos de energia e am-
como sejam, computadores pessoais, equipa- biente.
mentos de acesso à internet, ou mesmo deduções Implantar, a Autoridade Credenciadora no âmbito
nas próprias tarifas de acesso, para alguns seg- da implantação da infra-estrutura de chaves
mentos mais carenciados da população. públicas.
Adicionalmente, a aposta nas Redes de Nova Geração A Rede Primária de Comunicações Electrónicas, consti-
(RNG) deve ser executada em tempo útil, para tui a infra-estrutura de domínio público no conjunto das rede
permitir, a introdução e desenvolvimento de de comunicações electrónicas, que o Estado, detém na base
novos serviços e conteúdos acessíveis de forma de uma opção soberana, visando, induzir o crescimento eco-
rápida e em qualquer dispositivo. nómico e desenvolvimento sustentável do País, assegurar, o
acesso universal, participar na provisão do serviço universal
Os eixos de actuação que permitem concretizar este pilar e suportar os novos serviços, aplicações e conteúdos para as
são os seguintes: empresas e cidadãos, contribuindo, para a implantação da
Eixos de actuação. banda larga no País.
decisor na formulação das prioridades estratégi- ligações internacionais para outros países. Este
cas neste domínio. papel, pode ser assumido nas ligações através dos
O Executivo, irá apostar na captação máxima de cabos submarinos onde, pela posição geoestraté-
sinergias decorrentes do processo, gerindo os es- gica, Angola, constitui um actor incontornável
forços de forma coordenada e integrada. Poderá para o desenvolvimento das infra-estruturas do
ser equacionada, uma solução empresarial sector.
comum para esta rede, agrupando os interve-
nientes (stakehofders). 3.2.1.2. Pontos de Interligação Internet e as Redes de
Face, aos elevados custos com a Rede de transmissão Nova Geração (RNG)
metropolitana, nacional e internacional, o Exe-
cutivo: O Executivo, reconhece que as comunicações electró-
nicas estão a evoluir para modelos de redes con-
Coordenará, o investimento entre todas as enti- vergentes multi-serviços, com tecnologias integra-
dades estatais ou participadas directa ou indi- doras, designadas, por Redes de Nova Geração
rectamente pelo Estado, promovendo a parti- (RNG), cujas potencialidades ultrapassam a
lha de infra-estruturas e o seu desenvolvi- forma de percepção actual do mercado.
mento ao longo dos eixos rodoviários e ferro-
viários (e outros meios alternativos); Evolução para um novo paradigma de telecomunica-
Promoverá, a partilha do investimento na Rede ções — As novas plataformas de convergência
de transmissão metropolitana, nacional e tecnológica, permitem um novo patamar na
internacional, entre o Estado e operadores pri- oferta de banda larga, quer pelos serviços que
vados, através, da celebração de contratos de integram (voz, internet, televisão, aplicações
investimento e exploração, permitindo a mais interactivas, etc.) quer pelas funcionalidades que
económica e eficaz cobertura do território e permitem disponibilizar ao utilizador final.
das populações.
O Executivo irá incluir na legislação relativa à Rede
Neste sentido o Executivo, assegurará a implementação
Básica linhas de actuação, que permitam o acom-
de um mecanismo de coordenação e concertação, englo-
panhamento desta revolução tecnológica e de ser-
bando, todos os operadores com interesse no backbone
viços, queimando etapas, em relação a países
nacional (seja como detentores de infra-estrutura, seja como
com uma infra-estrutura mais abrangente e já ins-
utilizadores) de modo, a evitar desperdícios e duplicação de
talada. Por isso, o desenvolvimento da Rede
esforços, objectivando, implementar uma rede nacional que
Básica, já irá incorporar as tecnologias das RNG.
se pretende harmónica, funcional e sobretudo altamente
resiliente, numa base sinergética.
No entanto, o Executivo conciliará a implantação da
Acesso aberto e igualitário à interligação internacio- RNG, e dos elevados débitos e tipo de aplicações
nal — O Executivo, prosseguirá uma política de que permite, com o Acesso Universal aos serviços
utilização responsável das órbitas de satélite, do de comunicações em todo o território nacional.
espaço disponível nos transponders e dos IRU
nos cabos submarinos internacionais, garantindo, Foco nos grandes aglomerados urbanos — o Exe-
o acesso em condições igualitárias aos vários cutivo, reconhece que enquanto a rede de trans-
operadores que necessitem de utilização destes missão metropolitana, nacional e internacional
meios para a interligação internacional (ou na- em fibra óptica em instalação possui já caracte-
cional de longa distância). rísticas para o desenvolvimento das RNG, a con-
Face, aos novos paradigmas da RNG, serão revistas cretização, da ligação às populações, nomeada-
as condições para interligação internacional, mente, através da rede local de acesso à edifícios
flexibilizando o seu acesso e os tarifários prati- residenciais e de escritórios, hospitais, escolas e
cados pelo incumbente, de modo, a aumentar a outras instalações (última milha), será efectuado,
competitividade das empresas com grandes con- tendo em conta regras de racionalidade econó-
sumos de tráfego internacional. mica.
Estabelecimento de mais interligações directas — Ao
Com efeito, a expansão da rede de fibra óptica será
nível regional, Angola deverá estabelecer inter-
concretizada numa primeira fase, nos pólos com
ligações directas com países que representam
elevada densidade populacional e apetência pela
maior peso nas suas trocas comerciais, bem
oferta de serviços possibilitada pelas elevadas
como, pugnar pela constituição de nós regionais
larguras de banda (centenas de canais de televi-
de interligação dos ISP (Internet Service Provi-
são, internet de muito alto débito, etc).
ders), evitando assim, a utilização de interliga-
ção ao nível de outros continentes.
A generalização do acesso local em fibra óptica,
Nalgumas destas ligações regionais, Angola pode ser- representa um esforço financeiro actualmente
vir de hub em termos de pontos de passagem das incomportável para a sociedade angolana, para o
4270 DIÁRIO DA REPÚBLICA
qual, não existe ainda procura por parte da popu- Natureza Jurídica da Autoridade Credenciadora — É
lação e que não constitui obrigação exclusiva do neste contexto, que se verifica a necessidade da
Estado. institucionalização da Autoridade credenciadora,
como órgão de direito público cabendo ao
Promoção da indústria de conteúdos e serviços com departamento ministerial responsável pelas tele-
base em RNG — As RNG, constituem um veí- comunicações e tecnologias de informação, a ini-
culo para o estabelecimento das comunicações e ciativa da sua criação, com atribuições e
da veiculação rápida de informação. A sua utili- competências na emissão, na renovação, no can-
dade, será tanto maior para o desenvolvimento celamento das credenciais e na fiscalização da
da Sociedade da Informação, quanto mais desen- actividade das entidades certificadoras.
volvida for a indústria de aplicações e conteúdos
relevantes, cabendo, ao Executivo estimular o Como figura essencial no modelo de confiança das
desenvolvimento destas. infra-estruturas de chaves públicas as entidades
certificadoras, são prestadoras de serviços de cer-
O Executivo, através da presença massiva dos serviços
tificação, cujo âmbito da actividade consiste em
públicos na Internet, e da utilização da RNG para
assegurar a garantia da autenticidade e na irrevo-
fins como tele-medicina e tele-educação, desem-
cabilidade da assinatura electrónica, mediante a
penhará um papel preponderante na realização
emissão de certificados digitais. Para o exercício,
prática dos benefícios de uma infra-estrutura
da sua actividade as entidades certificadoras
moderna e de alta capacidade.
terão que preencher um conjunto de requisitos a
O Executivo, está consciente que o crescente aumento definir pela Autoridade credenciadora.
do número de equipamentos e software, no mer-
cado das Tecnologias de Informação e Comuni- Ainda no quadro da garantia da autenticidade, o Exe-
cação, e a crescente necessidade de garantir a cutivo, reconhece a necessidade do estabeleci-
interoperabilidade, exigem, o estudo e o acom- mento de um Sistema de Carimbo de Tempo
panhamento das temáticas relacionadas com a In- Nacional (SCT), que assegure aos documentos
teroperabilidade das RNG, pelo que velará para digitais do sistema nacional a Hora Legal Ango-
que o Órgão Regulador detenha competências a lana, de forma segura e autêntica que permita a
nível de Testes de Conformidade. consulta e auditoria pelas partes interessadas, a
qualquer momento. Neste contexto, qualquer
3.2.1.3. Autoridade Credenciadora e Entidades Certi- documento e/ou assinatura digital que contemple
ficadoras um carimbo do tempo, agregando-lhe valor jurí-
O Executivo, reconhece que a utilização dos meios dico, só será válido se a data/hora for referen-
informáticos e electrónicos em todos os sectores ciada a um Sistema de Autenticação e
da actividade social, económica, e administrativa Sincronismo (SAS) que produza um certificado
do País, constitui um facto cada vez mais pre- confirmando a rastreabilidade à Hora Legal An-
sente nas instituições públicas e privadas. golana.
Potencialização da utilização da assinatura electró-
nica na administração pública e no comércio O Executivo, entende que as entidades certificadoras,
electrónico — Uma mudança, que se reflecte em deverão ter entre outras, as seguintes atribuições:
primeiro plano no modus operandi das institui-
ções com a introdução da figura de documento Objecto das Entidades de Certificação — Emis-
electrónico e da assinatura electrónica ou digital são de Certificados Digitais, que acreditem a
e, em segundo plano, no relacionamento cidadão- titularidade da assinatura electrónica com o
instituição, instituição-cidadão, e cidadão-cida- mesmo valor probatório que as assinaturas
dão, processos em que se torna necessário manuscritas;
garantir a segurança, a validade, a eficácia, a in- Garantir, que a identidade da assinatura electró-
tegridade e a veracidade do conteúdo do docu- nica, que consta de um documento electrónico
mento e da assinatura electrónica. corresponde com as chaves públicas e priva-
das que identificam o assinante;
O Executivo, reconhece e assume a importância da Assegurar, a segurança técnica da infra-estrutura
criação de uma Autoridade credenciadora para a das chaves públicas;
normalização de toda a actividade das entidades Enquanto fiel depositário velar pela integridade,
certificadoras, por forma, a que se impulsione segurança, veracidade e eficácia da assinatura
com a maior confiança as relações comerciais e electrónica.
administrativas por via electrónica, salvaguar-
dando-se, a priori, as medidas de segurança nas Implementação da Plataforma de Infra-estruturas de
transacções, onde a assinatura electrónica é um Chaves Públicas — Para garantir, a confiança
elemento fundamental na credibilização e poten- nas transacções, o executivo angolano imple-
cialização da confiança entre as partes. mentará uma plataforma de infra-estruturas de
I SÉRIE — N.º 175 — DE 12 DE SETEMBRO DE 2011 4271
3.2.1.7. Serviço Universal e Acesso Universal. No que toca a Internet, o objectivo de curto prazo
será o de estabelecer uma Rede Nacional de
O Serviço Universal de Comunicações Electrónicas, Tele-centros Públicos, utilizando não só os
no seu conceito mais tradicional é actualmente meios tradicionais, como a Internet via Saté-
inviável no País por imperativos de ordem lite, para cobrir até 2015 todas as sedes muni-
socioeconómica e geográfica. Efectivamente, o cipais, todas as escolas secundárias, universi-
serviço universal compreende actualmente duas dades e hospitais principais.
modalidades, a Telefonia e a Internet, cada uma
delas com a sua própria especificidade, reque- Assim, para Angola os Tele-centros constituem o prin-
rendo por isso também, estratégias de universali- cipal vector de universalização da Internet no
zação específicas, que se mostrem mais médio prazo, prevendo-se que no longo prazo
adequadas à realidade de cada uma das modali- ocorra, à semelhança do que vem acontecendo
dades. com a Telefonia, por via das comunicações móveis
O Executivo, reconhece que no contexto angolano e celulares (nomeadamente da quarta geração).
em geral no contexto africano, as comunicações
móveis celulares constituem o veículo primário Desta forma, as novas definições deverão ser o reflexo
de universalização das Comunicações Electróni- do desenvolvimento socioeconómico de Angola,
cas, sobretudo, na modalidade de Telefonia. procurando que o acesso à internet em banda
Especificamente em Angola, enquanto a pene- larga, de acordo com a definição mais genera-
tração do serviço fixo se situa abaixo de 1 %, a lizada da UIT, se faça com débito mínimo de
penetração do serviço móvel celular está próxima 256 kb/s. Nas áreas urbanas de maior densidade,
de 50%. Entende-se também, que para a massifi- deverá procurar-se materializar o objectivo
cação futura da Internet em banda larga, os ser- mínimo de 2 Mb/s, de acordo, com a formulação
viços móveis deverão constituir igualmente o mais generalizada do conceito de banda larga.
veículo principal de universalização.
Acções de expansão do Acesso Universal — O Exe-
Redefinir conceitos de Serviço Universal e Acesso cutivo, utilizará como mecanismo preferencial
Universal — O Executivo, irá actuar ao nível do para o alargamento do serviço universal o esta-
Serviço Universal e Acesso Universal, adap- belecimento de obrigações de serviço universal
tando-os ao estado da arte e à realidade de An- com os principais operadores do mercado,
gola: podendo essas obrigações serem compensadas
com recurso ao FADCOM ou serem parte das
Redefinindo o conceito de Serviço Universal, condições de licenciamento.
como o conjunto mínimo de serviços de qua-
lidade especificada, a definir pelo titular do Neste sentido, será estabelecido um Plano Nacional
Poder Executivo, em cada etapa de desenvol- de Universalização das Comunicações Electró-
vimento das TIC, disponível para todos os uti- nicas, onde constarão as obrigações de cada ope-
I SÉRIE — N.º 175 — DE 12 DE SETEMBRO DE 2011 4275
Concorrência.
3.2.2. Consolidar a Liberalização do Mercado.
Intensificação e sustentabilidade do modelo concorren-
Assegurar liberdade de escolha e qualidade de serviço aos cial, abertura do mercado, igualdade de tratamento.
consumidores, promovendo uma concorrência saudável e a
abertura à iniciativa privada, garantindo a aplicação de Novos Actores.
regras que permitam igualdade de oportunidades no mercado.
Licenciamento de novos operadores, baseados em planos
Objectivos. de negócio que sejam sustentáveis e permitam melhorar as
condições de concorrência do sector.
Foco de Actuação: Oferta e Qualidade de Serviço — Ga-
rantir, concorrência saudável e efectiva entre operadores. Participações Privadas nas Empresas do Estado.
Desenvolver, sinergias entre sector público e privado.
Aumentar, a eficiência do operador incumbente e a exis- Entrada de participações privadas no capital do operador
tência de SLA. incumbente, de forma gradual e faseada, consistente com o
Separar, as áreas de infra-estruturas e comercial no ope- nível de abertura e maturidade do mercado; celebração de
rador incumbente. contratos de gestão que definam claramente objectivos dos
gestores públicos.
Reestruturação do Incumbente.
de rendimentos, que podem tornar inviáveis cer- estes, a par dos objectivos de justo retorno do
tas operações que impliquem a entrada de capital capital investido, contribuam de forma determi-
estrangeiro. nante para a expansão das TIC nas zonas mais
remotas, contribuindo assim, para o rápido
Licenciamento de operadores privados — O processo desenvolvimento do País.
de licenciamento de operadores privados, para a
exploração de serviços no mercado das comuni- O Executivo, para garantia da saudável concorrência
cações electrónicas tem como principal objectivo nos diversos segmentos de serviços de comuni-
habilitar o Estado, na missão de tornar acessível cações electrónicas, licenciará os operadores salva-
os serviços de telecomunicações e tecnologias de guardando sempre, mediante estudo prévio, a
informação em todas as regiões geográficas do introdução de operadores, que permitam a manu-
País, sejam estas urbanas ou rurais, centrais ou tenção de uma concorrência efectiva, evitando
remotas, pelo que será prosseguido, cabendo a conluios, abusos de posição dominante, e favo-
estes, complementar as acções do Estado. recendo desta forma a descida dos preços e a
melhoria das condições efectivas de serviço.
O Executivo reconhece à necessidade do abandono do
paradigma clássico de licenciamento baseado na Licenciamento convergente — De forma, a elevar o
separação dos mercados por serviços e tecnolo- nível concorrencial no segmento móvel, aquele
gias, passando para um novo regime de licencia- com maior penetração na sociedade angolana, o
mento, também conhecido internacionalmente Executivo, iniciará estudos tendentes ao licen-
por regime de licenciamento convergente. ciamento convergente dos três maiores operado-
res de comunicações.
O Executivo entende que apenas à operação das redes
públicas de comunicações electrónicas consti- Este processo de licenciamento permitirá aumentar a
tuem Reserva Relativa de Estado, sendo o res- oferta disponível e conjuntamente com a promo-
pectivo licenciamento mediante contrato de ção da convergência tecnológica dos operadores
concessão. móveis e fixos, diminuir de forma considerável
os custos de mudança para os clientes, intensifi-
O Executivo, ao optar pelo "licenciamento conver- cando assim, o nível concorrencial no negócio
gente" pretende dar suporte às "licenças unifica- móvel, o que se traduzirá num serviço de preços
das", tendo em vista, duas grandes categorias: mais baixos e melhor qualidade.
licenças para operadores públicos de redes de
comunicações electrónicas (independentes do Licenciamento de operadores virtuais — Tendo como
tipo de serviço prestado e da tecnologia utilizada) objectivo principal, o aumento da penetração das
e licenças para provedores públicos de serviços TIC na sociedade angolana, através da oferta de
de comunicações electrónicas (para prestadores serviços mais adaptados a determinados segmen-
que não detêm infra-estrutura própria de comu- tos de mercado, o Executivo, estará receptivo à
nicações e utilizam facilidades de operadores de introdução de operadores virtuais, que utilizam
rede para prestarem os serviços). infra-estruturas existentes, e permitem captar
para o mundo das TIC novos consumidores.
O licenciamento de operadores detentores de infra-es-
3.2.2.3. Participações Privadas nas Empresas do
trutura de comunicações pressupõe um "contrato
Estado
de concessão", que integre as condições especiais
para a prestação do serviço público, sendo uma O Sector das TIC, observou em anos recentes um
delas, à da continuidade de serviço. No processo enorme desenvolvimento, com fortes investi-
de licenciamento o Órgão Regulador actua como mentos do Executivo na expansão das infra-estru-
poder concedente, em nome do Estado. turas de rede, a entrada de operadores privados
nos vários segmentos e a introdução de melhores
O licenciamento de provedores de serviços de comu- práticas de gestão no sector e, em particular, no
nicações electrónicas, ou seja, provedores de ser- operador incumbente.
viço sem rede própria, deverá ser mediante
‹‹licença para o exercício de actividade›› sendo Propriedade do Operador Incumbente — No entanto,
reservado o simples ‹‹registo›› para os detentores o Executivo reconhece que ainda não foi atingido
de tele-centros e similares, quando apenas de um estado de maturidade e enquanto tal não
dimensão local. acontecer e não for possível garantir um desen-
volvimento auto-sustentado das Telecomunica-
O Executivo, entende ser fundamental uma constante ções/TIC, caberá ao Estado, a participação maio-
adaptação da definição das obrigações de Serviço ritária no operador incumbente, de forma a asse-
Universal e Acesso Universal relativas aos ope- gurar a sua missão estratégica na consolidação
radores das comunicações electrónicas, para que das infra-estruturas de rede que permitam níveis
4278 DIÁRIO DA REPÚBLICA
de Serviço Universal, Acesso Universal, preços e Contrato de Gestão da Rede Básica, define o
qualidade de serviços que contribuam para o pro- objecto e âmbito de gestão da Rede Primária
gresso económico e social do País. de Comunicações Electrónicas, identifica as
atribuições das partes (Estado e o Operador
Isto não impede, nos casos em que o Executivo consi- Incumbente) e os activos incluídos, e define o
dere adequado e vantajoso, a entrada de posições modelo empresarial (estrutura das unidades de
minoritárias no capital do Operador Incumbente, negócio).
sempre que esta entrada seja feita por entidades O Contrato-Programa, que visa estabelecer metas
de referência no sector, que possibilitem a melho- e objectivos a atingir pelo Operador Incum-
ria dos processos e métodos de gestão do incum- bente, e dar cumprimento à reestruturação da
bente, nomeadamente, através da assunção de empresa.
cargos de gestão.
Contratos-Programa — Serão celebrados Con-
3.2.2.4. Reestruturação do Operador Incumbente. tratos-Programa, com o Conselho de Adminis-
A necessidade de retorno eficaz do investimento rea- tração do Operador Incumbente que preve-
lizado na Rede Básica determina uma reestrutu- jam a inclusão de incentivos e penalizações
ração do operador incumbente, para que a sua para os gestores, fomentando o aumento de
dinâmica de gestão se alinhe com os objectivos desempenho das empresas de capital Estatal e
dos investimentos do Estado no Sector das TIC. a sua atractividade no mercado.
Reestruturação e saneamento do operador incum- Desta forma, o Operador Incumbente terá como
bente — Desta forma, o Executivo irá proceder a principais atribuições garantir a auto-sufi-
uma intervenção ao nível da estratégia, da orga- ciência da empresa, melhorar a imagem,
nização e dos processos, reestruturando o Ope- incrementar a oferta, aumentar o tráfego,
rador Incumbente e preparando-o para as novas melhorar o aproveitamento dos Recursos
funções decorrentes do presente Livro Branco, Humanos, adoptar meios modernos de factu-
nomeadamente, a prestação de serviços a outros ração, gestão de clientes e acesso aos servi-
operadores e a concretização eficaz e eficiente ços, garantir a consecução dos indicadores de
dos investimentos do Executivo. negócio definidos para a reestruturação e pro-
mover a actualização tecnológica da Rede Pri-
No quadro da evolução da liberalização do mercado mária de Comunicações Electrónicas.
angolano das comunicações electrónicas, e da
introdução do licenciamento convergente, o Ope- Aumento da eficiência do incumbente — O Operador
rador Incumbente será licenciado como um Ope- Incumbente persistirá numa estratégia clara de
rador Global passando a dispor do direito de aumento da eficiência, através da prossecução
acesso a exploração de todas as modalidades de das seguintes medidas, entre outras:
comunicações electrónicas, em igualdade de con-
Gestão da Rede Básica com independência, trans-
dições com os demais operadores globais do
parência e isenção, sobretudo, na garantia do
mercado.
acesso por parte dos operadores de telecomu-
O Operador Incumbente deverá ser transformado, em nicações.
momento oportuno, numa sociedade anónima de Adopção de acordos de níveis de serviço (SLA)
capitais públicos, regendo-se pelo código das eficientes e de uma estrutura de custos que
sociedades comerciais e pelos princípios da pro- maximize a criação de valor.
gramação económica, da autonomia de gestão, Prática de uma política de reconversão, especia-
da autonomia financeira, da rendibilidade eco- lização e incentivos que salvaguarde os traba-
nómica e da livre associação lhadores e torne, caso necessário, a rescisão
de contratos atractiva e amigável.
Assim, será posta em marcha a constituição do Grupo
Angola Telecom. Para o cumprimento da sua da 3.2.3. Desenvolver a Sociedade da Informação no
missão, objectivos e metas, o Grupo Angola Novo Milénio
Telecom integrará as unidades de negócios e/ou
Levar a banda larga até aos cidadãos e empresas, criando
empresas, em moldes a definir pelo titular do
novos conteúdos nacionais e desenvolvendo aplicações de
Poder Executivo.
valor acrescentado que contribuam para a melhoria da quali-
Contratualização com a Angola Telecom — Tendo por dade de vida das populações.
objectivo, a clarificação da missão do operador
Objectivos.
incumbente e a crescente profissionalização da
gestão, o Executivo irá contratualizar as suas Foco de actuação: Democratização e Desenvolvimento:
relações com o Operador Incumbente, através de
dois documentos fundamentais: Democratizar o acesso à Internet.
I SÉRIE — N.º 175 — DE 12 DE SETEMBRO DE 2011 4279
acesso à Internet em Banda larga, preferencial- pamentos de baixo custo, que potenciem o acesso
mente através da adopção de tecnologias wire- individual à Internet para as populações mais
less promovendo a sua rápida implementação e carenciadas e equipamentos de acesso partilhado
expansão geográfica. cuja instalação será feita em instalações de
Iniciativa Nacional para a Banda Larga — Neste con- acesso colectivo.
texto, o Executivo de Angola assume o compro-
misso de estabelecer uma estratégia de desenvol- Adicionalmente, o Executivo pretende criar condições
vimento da Banda Larga para o País, aprovei- físicas, fiscais e económicas que promovam o
tando as sinergias dos investimentos em curso. surgimento de empresas locais com capacidade
Este compromisso deverá ser materializado de montagem de equipamentos TIC a custo
numa Iniciativa Nacional para a Banda Larga. reduzido.
Rede de pontos de acesso público — Por outro lado, Incentivos Fiscais e Financeiros à aquisição — Por
é compromisso do Executivo estabelecer uma outro lado, o Executivo pretende criar um pacote
rede de pontos de acesso público através da mas- de incentivos fiscais e financeiros, em coopera-
sificação dos pontos públicos de acesso à Inter- ção com instituições do sector bancário, nomea-
net ao nível das escolas, universidades, locais damente através da criação de incentivos fiscais
públicos e disponibilização de Postos Públicos à compra de equipamentos e a promoção de me-
de Internet (conceito de pontos de acesso multi- canismos financeiros que suportem a aquisição
média) nos centros de atendimento do Estado. de equipamentos TIC (p.e. crédito bonificado)
por parte dos cidadãos e das empresas, com
Conteúdos e serviços de valor acrescentado — A dis- especial ênfase para as pequenas e médias
ponibilização de conteúdos multimédia apelati- empresas.
vos constitui um dos factores decisivos para a
adesão à Banda Larga por parte dos utilizadores. 3.2.3.3. Sistema de Ensino Orientado para as TIC.
Ciente deste facto, o Executivo irá promover a
disponibilização de conteúdos e aplicações mul- A modernização do sistema de ensino e a promoção
timédia, de utilização fácil e de valor acrescen- da info-inclusão da população desde as faixas
tado para os cidadãos e empresas. etárias mais jovens, constitui um factor central
no desenvolvimento da Sociedade da Informação
Estes conteúdos e aplicações deverão começar a ser do País.
disponibilizados pelas entidades públicas,
atingindo também o objectivo de facilitar o rela- O Executivo assume a intenção de apostar num novo
cionamento entre o Estado e os cidadãos e modelo de ensino, assente nas TIC de modo a
empresas. promover o desenvolvimento dos Angolanos,
desde as faixas etárias mais jovens e, conse-
Enquadramento regulatório e legal — Por último, o quentemente, o desenvolvimento económico e
Executivo assume o compromisso de estabelecer social do País.
um enquadramento regulatório e legislativo que
privilegie a redução dos custos de acesso à Inter- Deste modo, é objectivo do Executivo conceber e
net em Banda Larga — estimulando a sua pro- implementar um conjunto de acções concertadas,
cura — não condicionando o lado da oferta dos tendo como objectivo a criação de um modelo de
seus serviços. ensino orientado para as TIC, descrito detalha-
damente suportado pelas TIC.
3.2.3.2. Generalização do Acesso às TIC.
i) patrocínio político; e
ii) financiamento dos projectos e acções previstas.
Interligação das instituições do Estado e genera- A utilização das TIC pela Administração Pública
lização de políticas e instrumentos que asse- estará assente numa rede de informação — de
gurem a segurança da informação do Estado. voz e dados — que interligue todos os organis-
mos públicos, assegurando a interoperabilidade
Fomento da Cidadania. dos serviços e instituições.
Promoção da utilização das TIC pelos cidadãos e Conclusão da Rede de Informação do Estado — Deste
empresas na sua interacção com a Adminis- modo, o Executivo pretende acelerar o processo
tração Pública. de instalação e modernização de redes de infor-
mação que decorre em diversos ministérios e pro-
3.2.4.1. Governação Electrónica. mover a sua interoperabilidade, conduzindo à
constituição da Rede de Informação do Estado.
Prossecução do PAGE — A continuação da prossecu-
ção do Plano de Acção para a Governação Elec- A Rede de Informação do Estado irá interligar todos os
trónica (PAGE) é essencial para o organismos da Administração Pública presentes
desenvolvimento de sistemas de informação que no território e no estrangeiro (p.e. embaixadas),
melhorem a qualidade e rapidez de serviço da acelerando a tramitação de informação e redu-
zindo os custos de comunicação — voz e dados.
Administração Pública, conjugando e coorde-
nando as iniciativas individuais dos seus diver- Adicionalmente, pretende-se constituir um conjunto
sos organismos. de data centres comuns garantindo a segurança
da informação do Estado e permitindo a imple-
De igual modo, a continuidade do PAGE assegura mentação e, eventual, activação de Planos de
uma abordagem multissectorial aos propósitos da Continuidade da Actividade3 da Administração
Governação Electrónica em termos de: Pública.
ção, recomendações agro-pecuárias, sobre dos diversos bens e serviços e também uma
emprego, saúde pública e micro-crédito. maior capacidade da sua cobrança e outros, que
O Executivo reconhece que o desenvolvimento de tenham relevante interesse público.
novos serviços baseados em TIC irá contribuir Ao nível do sistema financeiro, o Executivo pretende
essencialmente para alavancar ou facilitar pro- que as aplicações assentes nas comunicações
cessos de negócio noutros sectores de actividade. móveis aumentem o nível de bancarização do
De facto, a penetração das TIC tem sido uma País, através da promoção dos novos canais elec-
constante em todos os sectores, em especial nas trónicos e a capacidade de circulação de capitais
áreas da Saúde, Educação, Bancas, Transportes, até ao nível das populações menos providas e das
melhorando os desempenhos individuais de todas regiões mais remotas aonde o sistema bancário
as actividades. ainda não está presente.
Criação de conteúdos — O Executivo entende que um 3.2.6. Capacitar os Angolanos para os Novos Desafios
dos elementos fundamentais para aumentar ainda
mais o grau de penetração das TIC, é o fomento Desenvolver e aperfeiçoar as competências que permitam
da criação de uma indústria de conteúdos nacio- aos angolanos alavancar os benefícios dos avultados investi-
nais forte e competitiva, assente em ferramentas mentos realizados no Sector das TIC.
de grande desempenho e flexibilidade na produ-
ção de conteúdos interactivos. Objectivos:
Neste contexto será dada relevância a ferramentas de
desenvolvimento que permitam a produção de Foco de Actuação: Competências
conteúdos totalmente personalizados para a rea-
lidade angolana e de grande valor acrescentado Desenvolver as competências TIC dos angolanos
para os cidadãos e empresas e que salvaguardem ao longo de todo o sistema de ensino;
para a indústria nacional, os direitos de autor para Desenvolver as profissões TIC, no ensino supe-
os processos criados e desenvolvidos. rior, médio e técnico-profissional, para res-
ponder às empresas.
Aposta em sectores chave como a Saúde, Educação e
Emprego — O Executivo apoiará as iniciativas Apoiar as empresas que fomentem a inovação.
em que sejam desenvolvidas aplicações que
facilitem o progresso de sectores onde a mobili- Desenvolver redes de inovação e I&D que
dade reduzida pode constituir um entrave ao melhorem a competitividade das empresas;
desenvolvimento, especialmente naqueles em Projectar Angola no âmbito internacional dando
que a prestação do serviço público é fundamen- visibilidade e atraindo recursos para as TIC.
tal.
Neste leque de aplicações estão as que se relacionam O Executivo Reconhece que:
com o sector da Saúde, o sector da Educação e a
criação de emprego. A aposta no desenvolvimento das Telecomunica-
ções/ TIC deve constituir um catalisador para
Novas aplicações móveis — O Executivo reconhece a capacitação do povo angolano.
que no que respeita aos novos serviços electró- No Século XXI, a informação e o conhecimento
nicos e interactivos muita da sua sustentabilidade vão ter um papel estruturante no crescimento
deve ser baseada no negócio móvel que tem apre- e reforço da competitividade dos países,
sentado elevadas taxas de crescimento é tem especialmente nos países em desenvolvi-
também a capacidade de ultrapassar as limitações mento. Por isso, os sistemas de educação e
da distribuição física, permitindo prestar servi- formação profissional terão um impacto muito
ços rapidamente e em qualquer lugar. forte no desenvolvimento económico e no
O Executivo reconhece também a importância do equilíbrio social.
fomento do desenvolvimento de iniciativas que A sociedade da informação e do conhecimento
incluam o desenvolvimento de aplicações para o vai permitir aos países menos desenvolvidos
segmento móvel, que permitam agilizar relacio- reduzir o hiato com os mais desenvolvidos
namentos entre o cidadão, as empresas e o dado que a informação e o conhecimento, na
Estado. era da internet, vão estar mais acessíveis a
Neste contexto, tendo em conta o grau da disponibili- todos, através da utilização de computadores,
dade do serviço móvel no território nacional, telefone móvel ou outros dispositivos.
serão também promovidos serviços suportados Os países que vão ser bem sucedidos são
pelo telemóvel tais como o serviço financeiro os que aceitarem e entenderem correcta-
móvel, serviços de informação pública, de loca- mente e em tempo útil esta mudança de para-
lização e ou de informação geográfica (SIG), da digma e aceitarem fazer os investimentos
telemetria, permitindo um controlo da utilização necessários;
I SÉRIE — N.º 175 — DE 12 DE SETEMBRO DE 2011 4287
O sistema de ensino constitui o eixo fundamental A conectividade em Banda Larga, como forma de
de investimento deste pilar e também aquele acesso à informação na Internet;
que irá trazer maior impacto na competitivi- O desenvolvimento e reciclagem profissional de
dade do País, a longo prazo. Porém é também professores e de outros agentes do ensino;
aquele onde os resultados serão alcançados ao Um programa curricular que divulgue as TIC e
longo de um período mais prolongado. desenvolva competências de utilização dos
seus serviços.
Para atingir os objectivos para este pilar será necessário
desenvolver um conjunto de eixos de actuação. O desenvolvimento de métodos de ensino que incluam
conteúdos interactivos e o suporte do auto-di-
Eixos de Actuação: dactismo para o ensino presencial e a distância.
Modelo de Ensino Orientado para as TIC Formação dos quadros profissionais TIC — A nível
Reforço dos conteúdos e disciplinas TIC no da formação profissional o Executivo reconhece
ensino básico, secundário e universitário. a necessidade de uma maior preparação dos
Reforçar cursos universitários e profissionais angolanos para profissões relacionadas com as
na área das TIC, dinamizados pelo instituto TIC, nas três componentes fundamentais:
Superior para as Tecnologias da Informação e
Comunicação (ISUTIC) e o papel do ITEL na A nível do ensino técnico, ou seja, formação de
certificação de técnicos. quadros responsáveis pela manutenção e ope-
Fomento da Inovação Empresarial Apoio às ração dos equipamentos;
empresas e a outros organismos ligados a ino- A nível do ensino médio, ou seja, formação de
vação para promover a inovação e a I&D em técnicos que assegurem de forma efectiva, a
Angola. Os apoios serão através de fundos gestão, a coordenação e supervisão dos equi-
financeiros, novas oportunidades de negócio, pamentos e tecnologias;
visibilidade e promoção das empresas. A nível do ensino superior, ou seja, formação de
Reforço da Cooperação Internacional Realização engenheiros e gestores que constituam os qua-
de acordos de parceria com empresas multi- dros de topo.
nacionais das TIC e universidades que
fomentem as TIC em Angola e dêem visibili- Ainda a nível do ensino superior, o Executivo reco-
dade ao País. nhece também o importante papel das universi-
dades do sector privado, no reforço do sistema
3.2.6.1. Modelo de Ensino Orientado para as TIC de ensino e do empreendedorismo dos angola-
nos.
Disciplinas TIC nas escolas — O Executivo reco-
nhece a necessidade da familiarização geral da Reciclarem de quadros nacionais pelos fornecedores
população com o uso das TIC, pelo que a intro- de tecnologia — No quadro da contratação
dução da formação neste domínio desde o ensino pública no domínio do desenvolvimento da rede
básico permitirá que os angolanos possam tomar básica das comunicações electrónicas, o Exe-
contacto, desde jovens, com as competências cutivo assegurará que os contratos integrem a
ligadas às TIC. criação de competências locais através da cria-
A informação deve assegurar o contacto básico com o ção de facilidades para a formação e especializa-
funcionamento de computadores e equipamentos ção de recursos humanos.
conexos, linguagens de programação e a utiliza-
ção de aplicações básicas como o uso de correio 3.2.6.2. Fomento da Inovação Empresarial
electrónico, processamento de texto, folhas de
cálculo e bases de dados. A capacidade de gerar novas fontes de vantagem com-
Para o efeito o Executivo reconhece a necessidade da petitiva para as empresas angolanas através da
criação de mecanismos acessíveis e diversifica- inovação e do empreendedorismo é fundamen-
dos para a aquisição de computadores por parte tal, não só para suportar as necessidades de ser-
dos alunos e estudantes, incluindo modelos de vir o mercado interno, mas também para
aquisição e financiamento para as famílias mais preparar, no médio e longo prazo o potencial de
carenciadas. crescimento de exportação de Angola.
Concepção e Implementação do Plano Tecnológico Fundo de Apoio à Inovação — Nesse sentido, o Exe-
da Educação — Ainda nesta vertente o Exe- cutivo reconhece a necessidade da implementa-
cutivo reconhece a necessidade de um Plano Tec- ção de acções que fomentem a inovação e o
nológico para a Educação no domínio das TIC empreendedorismo. Neste contexto a avaliação
que incorpore as seguintes premissas: da criação de Fundo de Apoio sobretudo às
pequenas e médias empresas é de crucial impor-
O apetrechamento tecnológico das salas de tância, para que desenvolvam conceitos de negó-
aula com computadores de baixo custo; cio e produtos ou serviços TIC inovadores.
4288 DIÁRIO DA REPÚBLICA
Corresponder aos indicadores internacionais Número de minutos falados, de entrada para o País.
mais comuns de comparação do desenvolvi- –––––––––––––––––––––––––
mento dos países em termos de TIC, nomea-
5Estes constituem os indicadores de base, podendo ser desenvolvidos
indicadores compostos ou desagregações.
damente: ICT-OI (Opportunity Index), DOI
(Digital Opportunity Index), Government Número de telefones públicos;
Readiness Report das Nações Unidas. Rácio dos lares com acesso a televisão digital (cabo,
satélite ou terrestre);
A recolha de dados fiáveis requer uma estrutura insti- Rácio dos lares com PC e acesso à internet;
tucional e operacional suportada por referenciais Rácio das escolas com PC e acesso à internet (de base
e metodologias credíveis, técnicos capacitados, e médio);
recursos financeiros adequados e, em alguns Número de tele-centros públicos de acesso à internet;
casos, suportes legais pragmáticos. índice de Desenvolvimento das TIC (ICT Develop-
ment Index - UIT).
Por este motivo, a produção de indicadores deverá
evoluir de forma faseada, de um número limitado Em termos de indicadores de impacto, devem ser moni-
mas fiável e regular de dados, para um número torizadas as seguintes vertentes:
mais alargado de dados.
Capacitação:
4.3. Indicadores de Desempenho do Sector:
Número de serviços públicos prestados através da
Os indicadores que deverão ser produzidos de forma sis- Web;
tematizada e regular pelas autoridades competentes. Número de licenciados angolanos em TIC;
Número de cursos superiores/profissionais em TIC.
A medição do êxito das medidas de política propostas
Competitividade:
passa, em primeiro lugar, pela análise dos indicadores de
desenvolvimento do sector, dos quais se destacam os Número de empresas a actuar na área das TIC;
seguintes5: Número de empregos criados na área das TIC;
Peso das TIC no PIB do País.
Serviço Fixo:
Desenvolvimento Nacional:
Número total de linhas instaladas;
Número total de linhas activas; Acesso/ penetração da Internet;
Lista de espera para a rede fixa; Exportações TIC de Angola.
Quebras de serviço por 100 linhas/ano;
Preço do serviço de instalação da uma linha fixa; Posicionamento Internacional
Preço do cabaz de comunicação (normalização UIT).
Evolução do posicionamento nos índices internacio-
Serviço Móvel: nais genéricos;
Evolução do posicionamento nos seguintes índices
Número de subscritores activos; internacionais: ICT-OI (Opportunity Index),
Número de subscritores em sistema pós-pago; DOI Digital (Opportunity Index).
Cobertura da rede móvel (em % do país);
% da população com telemóvel; Governação Electrónica:
Preço da subscrição do serviço;
Preço do cabaz de comunicação (normalização UIT) e E-learning do ensino público;
SMS.
E-learning de capacitação e registo do funcionamento
Serviço de Internet: público;
Número de serviços prestados à população por via
Número de domínios, ao;
electrónica, tratamento de um pacote especi-
Número de ISPs;
ficado pelo observatório, sendo exemplo os
Número de Cyber-Cafés;
seguintes:
Total de subscritores à internet;
Número de assinantes de Internet sem fio;
Certidão de Nascimento;
Preço da ligação internet em dial up;
Certidão de Casamento;
Preço do cabaz de comunicação (normalização UIT).
Bilhete de Identidade;
Sociedade da Informação: Registos Criminais;
Registo Militar;
Número de minutos falados no País; Registo e acompanhamento do corpo discente e
Número de minutos falados saídos do País; docente;
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