Inclusão Com Síndrome de Down E As Práticas Pedagógicas Na Educação Infantil
Inclusão Com Síndrome de Down E As Práticas Pedagógicas Na Educação Infantil
Inclusão Com Síndrome de Down E As Práticas Pedagógicas Na Educação Infantil
E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
ABSTRACT
This article deals with the learning of children with Down Syndrome in Early Childhood
Education and the pedagogical practices of inclusion in this process. This paper aims to
understand theoretically how this learning happens and how such practices can
contribute. A bibliographic research was carried out based on the Infant Education
Guidelines and the Operational Guidelines for specialized care in basic education,
Special Education modality and some authors that approach studies on learning and
inclusion, such as: Padilha (2001), Sakamoto (2014), Voivodic (2008) and other authors.
Considering that child regardless of his or her physical, mental or intelectual condition
has the right to access to knowledge built throughout history, the inclusion of these
children in schools contributes significantly to the construction of a more equitable and
egalitarian society where everyone can be respected and inserted in the different social
spaces.
Revista PLUS FRJ: Revista Multidisciplinar em Educação e Saúde, ISSN - 2525-4014 p. 65, nº 4, Jan/2018
INTRODUÇÃO
Revista PLUS FRJ: Revista Multidisciplinar em Educação e Saúde, ISSN - 2525-4014 p. 66, nº 4, Jan/2018
Nesse sentido, buscamos como objetivo geral da pesquisa responder sobre
o seguinte questionamento: Quais as práticas pedagógicas desenvolvidas pela
professora da sala de aula regular na Educação Infantil?
Para nos dar suporte teórico, utilizaremos diversos autores que discutem
sobre a Síndrome de Down, tais como Maria Antonieta Voivodic, Claúdia Wenerck e
Anna Maria Padilha, Ana Cristina Lima, Darcy Raiça e Ubiratan Aguiar, entre outros,
estudiosos nos deram uma maior possibilidade de compreensão sobre a aprendizagem
das crianças com Síndrome de Down.
SÍNDROME DE DOWN
Revista PLUS FRJ: Revista Multidisciplinar em Educação e Saúde, ISSN - 2525-4014 p. 67, nº 4, Jan/2018
Para que ocorra a inclusão, muitas são as dificuldades e, dentre as mais
debatidas, destacamos a formação de professores, as estruturas físicas e de
acessibilidade das escolas, a não aceitação por parte de pais e responsáveis em terem
em casa alguém com alguma dificuldade física ou mental.
No caso das crianças com Down, ocorrem as duas necessidades. Portanto,
o alimento de interesses entre a família e a escola tem um único objetivo: melhorar a
qualidade de vida dessas crianças, inserindo-as na sociedade.
Como educadora, acredito nas novas contribuições da inclusão para
proporcionar um novo olhar sobre quais ferramentas, métodos, conceitos e atitudes
podemos praticar para contribuir nessa formação não só cognitiva, mas afetiva e
integral, a fim de perceber como elas aprendem e ensiná-las respeitando o ritmo e a
subjetividade de cada uma.
Pesquisas provam que, quando a família estimula a criança precocemente,
ela, ao entrar na escola, não sentirá tanta dificuldade, pois já terá uma experiência de
vida importante para a sua formação, cabendo ao professor adequar novas maneiras e
técnicas que possam ampliar a conhecimento já adquirido e modelá-lo ao contexto
escolar.
Embora seja um grande desafio para a escola que integra alunos
deficientes, eles também podem, através dessa experiência, aprender, pois os ditos
“normais” aprendem a viver e conviver com o diferente, trazendo assim uma
transformação social para ambos que devem sair preparados para enfrentar os desafios
do mundo globalizado e ser inseridos nele de forma a respeitar as diferenças, sejam
elas físicas ou intelectuais.
O ambiente escolar deve ofertar oportunidades de aprendizagens
significativas para essas crianças, como atenção à língua nativa, os conceitos básicos
de matemática, os trabalhos manuais como meio de educá-los e de habilitá-los a uma
profissão.
Todas essas atividades devem ser praticadas também em casa e na
comunidade. Por terem a fama de bons imitadores, assim que tiverem apreendida a
língua nativa, também deve ser ofertado acesso a uma ou mais língua estrangeira.
Como complemento às atividades mencionadas, também podemos perceber
a mudança significativa que as atividades de jogos simbólicos podem representar para a
qualidade de vida e autonomia. Como exemplos, dessas atividades, podemos
mencionar: preparar um sanduíche, arrumar a cama, varrer o quarto, lavar uma roupa,
organizar os livros. Ao se tornarem “autônomas” nas pequenas atividades, logo
interagirão mais com a família e a sociedade e poderão desenvolver-se integralmente.
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Ao observar essas pequenas formas e gestos, pais e professores juntos podem
contribuir na formação desses indivíduos, como nos diz: Padilha (2001, p. 177).
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A identidade dos alunos com Síndrome de Down foi trabalhada a partir dos espaços
ocupados por eles, assim como o tempo que eles se utilizavam para orientar na sua
vida cotidiana. Sendo assim, várias práticas sociais foram levadas para a sala de
aula, no intuito de verificar qual o conceito de identidade que eles haviam
construídos e que lugares ocupavam na vida social.
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mental, social e emocional, caracteriza os interesses, aptidões e as próprias limitações.
Cabendo ao professor conhecer a realidade particular de cada aluno, com o objetivo de
propor a elaboração de programas adequados para um desenvolvimento harmônico que
envolva os diferentes aspectos humanos.
Os desafios da educação especial são muitos, não envolve só as questões
docentes, mais a todos os profissionais envolvidos. Engloba outras áreas da sociedade
e implicam primordialmente na aceitação dos indivíduos com suas características e
diferenças, as limitações afetivas, cognitivas e sociais.
Para deixar mais explicito Raiça (1990, p.08) afirma que “a seleção e organização das
experiências de aprendizagem são de capital importância para o desenvolvimento do
aluno e sua consequente participação ativa na sociedade”. Devemos ficar atentos aos
interesses do aluno em aprender para melhor instigar a busca de novos saberes.
De acordo com Baptista (1980 p, 56) “o professor precisa desenvolver uma
verdadeira engenharia de manipulação de tarefas, das mais fáceis às mais complexas,
conhecendo cada criança e estudando as diferenças intra-individuais, observando seus
pontos fortes e fracos”.
Considerando esses autores e tomando como base teórica os pensamentos
de Kamii (1987, p 27) “as palavras um, dois, três, quatro são exemplos de conhecimento
social. Cada idioma tem um conjunto de palavras diferentes que serve para o ato de
contar. Contudo, a ideia subjacente de número pertence ao conhecimento
lógicomatemático, o qual é universal”.
As atividades propostas na escola visam à construção dos conceitos
numéricos a partir da socialização dos espaços e das atividades envolvendo jogos e
brincadeiras como Lima (2016, p.75).
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Todo esse trabalho na área da matemática foi registrado e como afirma Lima
(2016, p.81) “O trabalho com jogo foi muito produtivo e fez com que os alunos
avançassem muito mais do que as atividades em folhas. ” Ou seja, a participação,
contou de maneira prática para a elaboração dos conceitos numéricos para essas
crianças. E a percepção da utilização dos números na vida social.
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do desenvolvimento, mas reestrutura as funções do comportamento em
toda a sua plenitude.
CONCLUSÃO
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principalmente quando contamos com o apoio da família e de todos os profissionais que
os cercam.
Por entendemos que a inclusão dessas crianças perpassa por caminhos que
vão além dos contextos familiares, com a realização da revisão biográfica, podemos
entender que o desenvolvimento deve ser explorado desde os primeiros anos de vida e
cada vez mais estimulado, favorecendo e contribuindo para formação cidadã e
cognitiva.
Considerando as possibilidades de aquisição de novos saberes e usando de
todos os recursos e tecnologias que possibilitem de maneira prática a utilização desses
conhecimentos em suas vidas cotidianas.
Enfim, entendemos que a inclusão perpassa por um processo sócio
histórico, que exige uma transformação não só estrutural no contexto escolar ou na
legislação, mas que ultrapassa os muros das escolas e do preconceito e atinjam a
sociedade em todas as suas esperas.
REFERÊNCIAS
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KAIME, Constance. A criança e o número: Implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação com escolas de
4 a 6 anos. São Paulo: Papirus, 2012.
PADILHA, Anna Maria. Práticas Pedagógicas na Educação Especial: a capacidade de significar o mundo e a inserção
cultural do deficiente mental. São Paulo: Autores Associados, 2001.
RAIÇA, Darcy e BAPTISTA OLIVEIRA, Maria Teresa. A Educação Especial do Deficiente Mental. São Paulo: EPU,
1990.
SAKAMOTO, Cleusa Kazue. Como fazer projetos de iniciação científica. São Paulo: Paulus, 2014.
VOIVOIDIC, Maria Antonieta M.A. Inclusão escolar de crianças com Síndrome de Down. 5°ed. Petrópolis: Vozes,
2008.
WERNERCK, Cláudia. Muito prazer, eu existo. 2º ed. Revista e ampliada. Rio de Janeiro: WVA, 1993.
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