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O DESENHO E SUA IMPORTÂNCIA PARA O

DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS NOS ANOS INICIAIS


Rosilene Alves de Souza Bernardini
.
RESUMO

Levando em conta que as artes em suas mais diversas formas, como a dança,
o teatro, a música, as artes visuais e a poesia trazem consigo elementos
culturais de uma sociedade e se fazem presentes na vida das pessoas, e é por
esse motivo que a escola deve sempre estar atenta para a arte vendo-a como
um meio de aprendizagem e como área do conhecimento. Pensando nisso, a
problemática desse trabalho foi: Qual a importância da arte e do desenho para
desenvolvimento da criança nos anos iniciais? O trabalho em questão mostra o
modo como as artes expressam sentimentos, despertam a imaginação e a
criação, mas, a escola assim como a sociedade está acostumada a ver as
artes apenas como lazer ou entretenimento e por esse motivo esse trabalho
visou entender o papel que a arte desempenha na educação das crianças nos
anos inicias além de compreender como ela pode contribuir para um melhor
aprendizado dos alunos. Em suma, pode concluir-se que a arte é um conteúdo
de suma importância para a construção do conhecimento, além de melhorar
outras áreas como a criatividade, a imaginação, a sensibilidade, entre outras
coisas, melhorando assim o trabalho em sala de aula.

Palavras-chave: Artes. Ensino-Aprendizagem. Desenvolvimento Infantil.


1. INTRODUÇÃO

A primeira forma de comunicação humana foi, de fato, artística,


manifestando-se através de gestos que expressavam desejos. Hoje, no
ambiente escolar, ainda utilizamos a mímica, uma técnica que remonta aos
nossos ancestrais, como meio de comunicação. Da mesma forma, os
desenhos, uma ferramenta ancestral usada para identificar locais para obter
alimentos, água e segurança, continuam sendo empregados tanto dentro
quanto fora do contexto escolar como uma forma alternativa de expressão.

A disciplina de Artes é vasta e desempenha um papel fundamental na


formação dos alunos, auxiliando-os a compreender criticamente a sociedade e
a cultura que os cercam. Portanto, não deve ser vista apenas como uma forma
de entretenimento ou considerada de pouca importância em comparação com
outras disciplinas.

A presença da disciplina de Artes no currículo escolar é de suma importância


para a formação integral do aluno, sendo tão relevante quanto os demais
conteúdos presentes no currículo. A formação do professor é crucial quando se
trata do ensino de Arte, pois se o professor não possuir domínio dos conteúdos
a serem trabalhados e das estratégias pedagógicas, todo o processo de
aprendizagem poderá ser comprometido.

Assim, a docência em Arte se apresenta como um desafio no qual o


professor deve atuar como mediador entre o conhecimento e o aluno,
permitindo que este avance em seu processo de ensino-aprendizagem.
Conforme Freire (1996),

Mulheres e homens somos os únicos seres que social e


historicamente, nos tornamos capazes de apreender. Por isso somos
os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo por isso
mesmo muito mais rico que meramente repetir a lição dada. Aprender
para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se
faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito (FREIRE, 1996,
p.69).

Dessa forma, o propósito deste trabalho é explorar a relevância da arte e


do desenho no ensino, assim como na formação humana, visando contribuir
para uma sociedade mais crítica, reflexiva e culturalmente enriquecida.

2. A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DE ARTES NA APRENDIZAGEM

A educação é reconhecida como um fenômeno essencial em todas as


sociedades, moldando grupos e indivíduos e desempenhando um papel
fundamental na manutenção, transformação e evolução da sociedade. É um
processo de socialização cujo objetivo é promover uma integração mais
harmoniosa dos indivíduos na comunidade em que vivem.

A inclusão da disciplina de Artes no currículo escolar foi estabelecida pela


Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em 1971. Apesar do
reconhecimento da importância da arte para a formação dos alunos, enfrentou-
se muitas dificuldades para que esse conteúdo fosse adequadamente
incorporado. Ferraz e Fusari (2001) destacaram a escassez de professores
qualificados para lecionar essa disciplina, assim como a ausência de políticas
públicas que oferecessem formação continuada aos educadores.

A prática do ensino de Arte enfrentou diversas dificuldades devido à falta de


um conteúdo claramente definido, abrangendo várias linguagens artísticas,
como artes plásticas, cênicas e educação musical (BRASIL, MEC, 1997, p.24).
Isso exigia que os professores fossem polivalentes em sua atuação. Uma
complicação adicional era a exigência de polivalência dos professores, mesmo
que muitos não estivessem preparados para lidar com essas diversas
linguagens artísticas, e a maioria nem possuía formação superior na área de
Arte.

Apesar de haver algum processo de formação, ele era superficial e não


preparava adequadamente os professores para lidar com a complexidade das
expressões artísticas. Como resultado, os professores assumiram a
responsabilidade por essa prática, ensinando várias linguagens artísticas sem
a devida preparação prévia.

Por outro lado, a qualidade do ensino é comprometida, uma vez que a


Educação Artística é abordada de maneira ampla, sem foco e sem priorizar a
qualidade nas expressões artísticas. Uma tentativa adicional de melhorar o
ensino de Arte na escola foi a introdução do livro didático (AGUIAR, 1980).
De acordo com Ujie (2013),

A arte é representação do mundo cultural com significado,


imaginação; é interpretação, é conhecimento do mundo; é expressão
de sentimentos, da energia interna, da efusão que se expressa, que
se manifesta, que se simboliza, é fruição. Ao mesmo tempo, é
conhecimento elaborado historicamente, que traz consigo uma visão
de mundo, um olhar crítico e sensível, implicado de contexto histórico,
cultural, político, social e econômico de cada época. (UJIIE, 2013, p.
11).

A educação desempenha um papel fundamental no desenvolvimento


dos indivíduos, e a partir dessa premissa, torna-se evidente que o futuro de um
aluno que é estimulado a desenvolver sua criatividade e pensamento crítico é
mais promissor. Suas perspectivas de integração na sociedade são ampliadas,
uma vez que são capazes de compreender melhor seu papel como cidadão
(CHAGAS, 2009, p. 02).

Já os Parâmetros Curriculares Nacionais da disciplina de Artes dizem


que

A educação em artes visuais requer trabalho continuamente


informado sobre os conteúdos e experiências relacionados aos
materiais, às técnicas e às formas visuais de diversos momentos da
história, inclusive contemporâneos. Para tanto a escola deve
colaborar para que os alunos passem por um conjunto amplo de
experiências de aprender e criar, articulando percepções, imaginação,
sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal e grupal.
(BRASIL, MEC, 1997, p.61)

É no ambiente escolar que os alunos são oportunizados a conhecer,


criticar, dialogar, refletir e a valorizar as mais diversas culturas e manifestações
de arte, vivenciando as diferenças e valorizando a diversidade. De acordo com
a BNCC :

Esse componente curricular contribui, para a interação critica dos


alunos para compreender o mundo, além de favorecer o respeito às
diferenças e o diálogo intercultural, pluriétnico e plurilíngue, que são
de suma importância para o exercício da cidadania. A arte
proporciona uma troca entre culturas, que favorece no
reconhecimento de semelhanças e diferenças entre elas. (BRASIL,
2018)

A educação desempenha um papel primordial no desenvolvimento da


personalidade das pessoas, e por meio dessa afirmação, torna-se evidente que
o futuro de um aluno que foi instigado, cuja criatividade e pensamento crítico
foram estimulados, apresenta melhores chances de inserção na sociedade.
Isso ocorre porque ele tem uma maior capacidade de compreender seu lugar
no mundo como cidadão (CHAGAS, 2009, p. 02).

Em muitas ocasiões, as crianças enfrentam uma realidade marcada pela


violência, hostilidade e desumanidade, tornando-se vulneráveis em diversos
aspectos. Kramer (2003) reflete sobre essa triste realidade, descrevendo-a
como selvageria, e sugere que para superá-la, a educação deve ser conduzida
de forma a promover a humanização dos alunos. Isso implica em estabelecer
experiências de socialização, trabalho coletivo, autovalorização e valorização
do próximo.

É essencial formar o indivíduo de modo que ele seja capaz de ler e


compreender o mundo em que vive, capacitando-o a analisar a realidade e
desenvolver estratégias para transformá-la conforme necessário. Dessa forma,
o mundo pode se tornar um espaço de intercâmbio cultural e construção da
paz. Levando isso em consideração, é de suma importância que as crianças
ouçam história sobre a vida dos artistas e tenham acessos as sua obras, pois,
é por meio disso que eles possam se identificar com as mesmas e bem como
com os artistas, tornando assim a arte algo mais próximo da sua realidade.

O processo de assimilação das crianças como o seu meio social ocorre


por meio da imagem, que auxilia a despertar os sentidos dos alunos, mas,
muitas vezes esse despertar não acontece por contas da forma que as aulas
são conduzidas. Quando professor e aluno andam juntos, conseguem alcançar
resultados muito proveitosos.

Faz-se necessário que o professor de artes esteja em constante


formação, de modo que eles possam ser mais valorizados dentro dos
ambientes escolares, ministrando as artes como uma forma ampla de
educação, influenciando e auxiliando assim todas as áreas do conhecimento.

De acordo com Chagas (2009, p. 03), é necessário que as crianças


possam observar os materiais utilizados, as texturas, as cores e as formas que
os artistas utilizaram, porque dessa forma, eles conseguem desenvolver uma
melhor percepção das mais diversas técnicas e expressões artísticas. Além
disso, por meio desse trabalho, as crianças podem fazer a releitura das obras
criando suas próprias obras, bem como também podem criar histórias a cerca
das obras melhorando assim seu desenvolvimento também leitura e produção
de texto.

Porém, para que esse trabalho seja de fato proveitoso para o aluno, é
necessário que os professores tenham um certo conhecimento sobre as
diversas artes para se trabalhar em sala de aula, sejam elas da educação
infantil ou dos anos iniciais. É fundamental que eles tenham um certo preparo
para aplicar e conduzir de forma adequada, de modo que as artes abranjamos
mais diversos aspectos como o cognitivo, afetivo, intuitivo e social (RCNEI,
1998).

Ainda segundo Chagas (2009), é de suma importância que o professor


busque conhecer melhor obras de arte, um pouco mais sobre a vida dos
artistas, bem como o contexto sobre o qual essas obras foram criadas, entre
outras coisas. Esse conhecimento auxilia no trabalho de outras áreas das
aprendizagens, como a escrita, leitura, bem como também no conteúdo de
história, pois, quando os conteúdos se tornam próximo a realidade dos alunos,
a aprendizagem mais significativa.

A arte contribui de diversas formas para a educação, como por exemplo


o desenvolvimento cognitivo, onde ela favorece significativamente a
aprendizagem por meio do lúdico-pedagógico, além de trabalhar também
valores morais, estéticos e éticos, que objetivam despertar e expandir a
criatividade do aluno, servindo também de base para uma formação integral do
indivíduo (SILVA et. al. 2020, p. 8).
Vale ressaltar que a criatividade é essencial para o ser humano e que se
manifesta por meio da Arte e é por meio dela também que as pessoas têm
ideias, as comunicam e as colocam em prática. Por isso, cabe ao professor, ser
um mediador que estimule a criatividade dos alunos, utilizando suas próprias
experiências tornando esse processo de aprendizagem cada vez mais
significativo, oportunizando aos alunos tornarem-se protagonista da sua própria
aprendizagem.

2.1. A IMPORTÂNCIA DO DESENHO PARA O DESENVOLVIMENTO DA


CRIANÇA

O desenho é, de longe, a atividade artística mais realizada pelas


crianças e é por meio dela que as crianças desenvolvem diversas habilidades,
como a cognitiva, a motora, expressiva, que é onde ela consegue representar
situações que ela vivencia em seu dia a dia.

De acordo com Aroeira (1996), é muito importante que o professor atue


como mediador, afim de orientar as crianças e acompanhar seu
desenvolvimento. Com as atividades de desenho, o professor consegue ficar
mais próxima dos seus alunos e compartilhar experiências com eles, buscando
entender o que a criança quis representar com aquele desenho e qual o
significado que ela tem para a mesma.

Sendo assim, o desenho permite uma ligação entre o real e as


representações feitas pelas crianças, aumentando assim sua criatividade.
Dessa maneira, a criança procura novas formas de expressar e o desenho é
onde ela demonstra aquilo que ela não consegue expressar com palavras
(CHAGAS, 2009, p. 6).

Aroeira (1996) ainda afirma que se o professor propõe a criança que ela
faça uma cópia de uma figura ou que complete os pontilhados, ela estará
reforçando um modo mecânico, onde a criança deve fazer algo pré-
determinado e dessa maneira, a expressividade da criança fica limitada. O
autor ainda diz que não é aconselhável que as crianças copiem desenhos
prontos, mas a repetição de atividade é necessária e importante, pois as
crianças se sentem mais seguras realizando atividades com as quais elas
tenham mais familiaridade.

Segundo Reily (1993), quando as crianças realizam atividades repetidas,


elas conseguem relembrar técnicas que elas já utilizaram, facilitando assim a
elevação do seu nível de construção artística, pois quando a criança produz de
modo livre, ela constrói dentro de si uma segurança, onde ela “prova” para ela
mesma que é capaz de criar, explorar, inventar e combinar e ao mesmo tempo
consegue compreender que, assim como qualquer pessoa, ela pode errar e
não apenas acertar.

Ainda de acordo com Reily (1993), o professor não deve apenas


oferecer atividades livres as crianças e entregar os materiais já prontos, mas ao
invés disso, deve propor atividade espontâneas, sugerindo os possíveis
materiais a serem utilizados, de modo que ela mesma explore as opções antes
de fazer sua escolha.

Mesmo que o professor opte por dar um tema comum para todos, ele
deve permitir que cada aluno possa criar seu próprio desenho, partindo de seu
conhecimento prévio e suas experiências sobre o tema proposto (CHAGAS,
2009, p.6).

Ainda sobre Chagas (2009), é no desenho que a criança expressa sua


subjetividade, carrega seus sentimentos e por esse motivo é importante que o
professor proporcione a eles momentos para que se expressem por meio da
fala, onde eles podem dizer o que eles pretendem com aquele desenho, assim,
elas compreenderão que por meio da arte é possível expressar opiniões,
sentimentos e conhecerem a si mesmos.

Outra forma de trabalhar o desenvolvimento da criança, é permitindo que


a criança ao terminar o desenho possa falar sobre ele, descrever as
características, o que ele pretendia com aquele desenho, e dessa forma, o
professor deve atuar como um mediador levando a criança a ser capaz de
perceber por si só suas preferências pelos materiais, pelas cores, pelo espaço
que ele ocupou da folha, entre outras coisas que tornam sua experiência única
(DIAS, 1999, p. 193-194).

São esses momentos que levarão as crianças a reconhecer e apreciar o


trabalho dos colegas e nessa troca serão capazes de conhecer novas formas
de desenhar além daquelas que eles já conhecem, permitindo assim novas
possibilidades de criação, além de desenvolver atitudes respeitosas com seus
colegas de turma e com as diferenças.

3. CONCLUSÃO

A construção desse trabalho foi em suma gratificante, uma vez que me


possibilitou me aprofundar um pouco mais no mundo das artes, que sempre foi
alvo de grande curiosidade para mim e minha jornada quanto professora.

O levantamento feito dos temas para a elaboração desse trabalho, me


proporcionou um desejo ainda maior, de conhecer e aprender mais sobre esse
assunto, objetivando um maior crescimento pessoal e profissional. Ler e
aprender mais sobre a função da arte nos proporciona uma aprendizagem
enriquecedora, permitindo assim que contribuamos de forma positiva para o
desenvolvimento de crianças e jovens que estiverem dentro da nossa sala de
aula.

A arte facilita o contato entre as mais diversas culturas, sejam elas


semelhantes ou não. Um trabalho de pesquisa é sempre um novo desafio para
o pesquisador uma ampliação de seus conhecimentos e pode notar-se também
que a leitura é uma parte fundamental dentro do processo de formação
acadêmica e que também auxilia na hora de fazer os registros necessários
sobre as ideias e aprendizagens adquiridas ao longo do processo.

Esse trabalho foi uma oportunidade extremamente importante para minha


formação quanto professora de artes, me preparando melhor para atuar dentro
de sala, levando um conhecimento melhor para as aulas e consequentemente
uma melhor aprendizagem para os alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, G. Educação Artística: primeiro grau. São Paulo: Ática, 1980.

AROEIRA, M. L. C.; SOARES, M. I. B; MENDES, R. E. de A. Didática de pré-


escola/ Vida Criança: Brincar e aprender. São Paulo: FTD, 1996.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte. Brasília, 1997.

CHAGAS, C. S. Arte e Educação: A contribuição da arte para a Educação


Infantil e para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. 2009.

DIAS, K. S. Formação estética: em busca do olhar sensível. In: KRAMER,


S.; GUIMARAES, D.; NUNES, M. F. R.; LEITE, M. I. (Orgs.). Infância e
Educação Infantil. Campinas: Papirus, 1999, p. 175-201.

FUSARI, M. F. R.; FERRAZ, M. H. C. T. Arte na educação escolar. São


Paulo: Cortez, 2001.

KRAMER, S. Direitos da criança e projeto político pedagógico de


Educação Infantil e Infância, cultura contemporânea e educação contra a
barbárie. In: Infância, Educação e Direitos Humanos. São Paulo: Cortez, 2003.

REILY, L. H. Atividades de artes plásticas na escola. São Paulo: Pioneira,


1993.

SILVA, M. J. da; VASCONCELOS, M. I. B.; NUNES, R. L. dos S.; SÁ, F. de S.


M.; Arte-Educação: A Importância da Arte no Ensino Aprendizagem. VII
Congresso Nacional de Educação. Maceió- AL. 2020.
UJIIIE, N. T. Teoria e Metodologia do ensino da arte – Guarapuava –
UNICENTRO - 2013.

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