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Apostila Varias Disciplinas 1000 Slides

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MINI CURSO

ONLINE

AULA 03 – VERBOS

Profª Amanda M. Hutflesz


2020
 Pessoa: Primeira, segunda, terceira
 Gênero= Masc/Fem
 Número= Sing/Plur/Dual/Indefinido
 Substantivos
 Verbos= Triliteral
 Adjetivos
 Advérbios
 Preposições
 Pronomes demonstrativos
 Numerais
 Determinante semântico
 Inversão Honrosa
 Ideograma
 Pictograma
 Fonograma...
 O hieróglifo, portanto,
 era considerado o tipo
 de símbolo mediador
 entre a mente divina
 criadora e o mundo
 criado.
 “Os hieróglifos não apresentavam espaços
entre um sinal e outro.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 19/10/20, às 18:50 h
 VALOR FONÉTICO

 A pronúncia por meio de estudos em


Egiptologia
 Para indicar onde iniciava e acabava uma
palavra, eram usados alguns sinais que
determinavam a qual grupo tal palavra
pertencia, dando também a idéia do término
desta.

 Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:15 h


 Transliterar como:

Majestade, rei, soberano


 NA LÍNGUA EGÍPCIA NÃO

 HÁ VOGAIS, APENAS

 SEMI VOGAIS.
 Os faraós passam a ser designados por 5
epítetos reais: (IV DINASTIA)
 1-Hórus Vivo (rei, faraó que vive no palácio)
 2-Hórus de Ouro (todo faraó vivo é um Hórus)
 3-Duas Senhoras (deusas protetoras da
realeza faraônica, Alto e Baixo Egito)
 4-Filho de Rá
 5-Rei do Alto e do Baixo Egito (após a
unificação do Sul e do Norte por Menés)
 Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
 EX:
 Kpr
 stp

 Se escreve com Três Letras


 Fonte:http: www.coursera.org.br,em: 06/11/20, às 16:33 h.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-
egipcios/, em: 06/11/20, às 16:55 h.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03
h.
 Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm202/Matematicas.htm em: 27/10/20, às 18:22 h.
 A COROA DUPLA = ALTO E BAIXO, SUL E
NORTE
 COROA BRANCA=ALTO EGITO=MEMPHIS,
TEBAS E ALÉM...
 COROA VERMELHA=BAIXO EGITO=AO
NORTE DE MEMPHIS, AO REDOR DO DELTA
DO NILO
 COROA AZUL=GUERRA=DINASTIA
RAMÉSSIDA=BATALHAS DE SETI I E FILHOS
 A COROA
TRIPLA=CERIMONIAL=THOTH=IBIS=AMON
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h.
Essa profissão passava
de pai para
filho, bem como a função de cantora
Dos templos, administrador das
Contas do Palácio do Rei, etc.

Qual era a função dos Escribas?

 “agrupar os hieróglifos de maneira que formassem


um visual mais harmonioso.
Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:08 h
 Quando as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a direita, lê-se os
Hieróglifos da direita para a esquerda.
 Caso as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a esquerda, lê-se a
inscrição da esquerda para a direita.
 No caso de Estelas e Obeliscos, em geral, lê-
se de cima para baixo, na horizontal.
Quando as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a direita, lê-se
os Hieróglifos da direita para a esquerda.
Egípcio Arcaico
 Egípcio Médio
 Neo Egípcio
 Demótico

 A mudança na forma de se escrever o plural


ocorre a partir da III ª dinastia e segue até a
XVIII dinastia egípcia
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
 Fonte: https://oglobo.globo.com/rioshow/egito-antigo-cinco-atracoes-imperdiveis-na-exposicao-no-ccbb-1-24222971,
em:19/10/202< às 19:55 h

 Htp di nsw =Uma oferenda


 que o rei faz a Osíris, Senhor
 de Ábidos, Jentiamentiu,
 o primeiro dos Ocidentais.
 (PRIMEIRO REI DO EGITO; PRIMEIRA MÚMIA)
 OCIDENTE: LOCAL DOS MORTOS, DA MORTE
E DO SILÊNCIO
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
 Há algumas observações quanto o uso do
adjetivo nb, que também servem para os
demais adjetivos.

 Se o substantivo for acompanhado por um


pronome sufixo, o adjetivo nb deverá ser
colocado depois dele.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
 Se em uma preposição, o substantivo
também for qualificado por um segundo
adjetivo ou mais, nb é colocado entre o
substantivo e o adjetivo.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
 “O que os egiptólogos chamam de “Inversão
Respeitosa?” A perfeição com que eram
reproduzidos é fascinante e encanta pessoas
que ainda hoje os usam das mais variadas
maneiras (tatuagens, decoração, quadros…).
Na escrita Hieroglífica havia também o
respeito pelos deuses, que eram retratados
sempre primeiro em alguns textos (nomes de
Faraós eram mais comuns).
 Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:15 h
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h
.
 Os egípcios utilizavam o
termo medjunetjer, que significa “a palavra
do deus” ou “palavra divina”, para designar
o tipo de escrita hieroglífica.

 O termo hieróglifo tem origem grega e


expressa o mesmo significado, isto é,
“inscrição sagrada”, dos
radicais: Hieros, sagrado,e glyphein, gravar.
PALAVRA=MDW
DEUS=NTR
DEUSES=NTRW
JUNCO=PARTÍCULA
PRÓCLÍTICA
USADA PARA
INÍCIO DE FRASES
 NB HTP RA=MENTUHOTEP II
 S HTP IB RA=AMENEMHAT I
 KPR KA RA=SENUSRET I
 AA KPR KA RA=THUTMOSE I
 NFR KPRW RA WA N RA=HOREMHEB
 MN MA AT RA= SETHY I
 ITI=TETI
 WSR KA RA=USERKARA
 MRY RA=MERYRA PEPY
 MN KA RA=MENKARA
 MN=MENES
 RWFW=KEOPS
 KA FRA=KEFREN
 WSR KA F=USERKAF
 SHW RA=SAHURA
 KA KAW=NEBRA
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 27-10-20, às 18:30 h
www.google.org.br, em: 06/11/20, às 18:19 h

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 27-10-20, às 18:30 h


www.google.org.b ,em: 06/11/20, às 18:19 h r
 Fonte: https://afrokut.com.br/blog/o-que-e-kemet/, em: 27/10/20, às 19:30 h.
 https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 07/09/20, às 17:47 h.
 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hieroglifos-egipcios.htm, em: 24-10-20, às 14:35 h.
 https://antigoegito.org/nomes-do-antigo-egito/, em: 24-10-20, às 14:59 h.
 http: www.coursera.org.br,em: 27/10/20, às 16:33 h.
 http://arqueologiaegipcia.com.br/2017/02/12/se-encante-com-estas-fotos-da-tumba-do-farao-seti-i/,
em: 27/10/20, às 19:09 h .
 https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 27-10-20, às 18:29 h
www.google.org.br, em: 27/10/20, às 20:00h .
 http://arqueologiaegipcia.com.br/2017/02/12/se-encante-com-estas-fotos-da-tumba-do-farao-seti-i/,
em: 19:21 h.
 www.pinterest.com.br, em: 27/10/20, às 20:00h .
 Fonte: http: www.institutomenfis.com.br, em: 27/10/20, às 16:41 h
 Imagens: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
PROFª: ESP. AMANDA MARTINS HUTFLESZ

TEMÁTICA:
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA, RELIGIÃO E CULTURA DO

EGITO ANTIGO – ABRIL – 2018 – PARTE #001


 Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

SUMÁRIO

RESUMO:

1. A CONCEPÇÃO DE VIDA APÓS A MORTE DOS ANTIGOS EGÍPCIOS;


2. O DUAT E O AMENTI: A CONCEPÇÃO DA VIDA NO ALÉM;
3. OS ANTIGOS EGÍPCIOS E SEUS RITOS E PRÁTICAS FUNERÁRIAS;
4. O LIVRO DOS MORTOS DO ANTIGO EGITO;
5. A EPIGRAFIA NO EGITO ANTIGO;
6. A COLEÇÃO EGÍPCIA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA;
7. O IMPERADOR DOM PEDRO II E A EGIPTOLOGIA;
8. A PEDRA DE ROSETTA;
9. USHABTIS.
1. A CONCEPÇÃO DE VIDA APÓS A MORTE DOS ANTIGOS
EGÍPCIOS

Na concepção dos egípcios, preocupar-se com a vida após a morte era de extrema
importância. Eles acreditavam que, mesmo após a morte do corpo, o espírito (ou alma)
continuaria sua jornada no além.
Um dos pontos que nos intriga muito é a concepção de vida e de morte para o
homem egípcio. Para os egípcios antigos a morte não era algo ruim, era apenas uma
transição, uma etapa. Ou seja, vivia-se a vida terrena, a qual se devia seguir e cumprir
tudo que o torna-se um homem pleno, verdadeiro e de valores. Após a morte, o
indivíduo passava por um julgamento, feito por Osíris, no qual seu coração devia ser
leve como uma pena para que tivesse o direito de ter a sua vida no submundo, caso
contrário era condenado à inexistência, acabava ali então a sua jornada.
(ROCKENBACK, 2013: 170)
Para Marina[1]: “O egípcio, o ser humano é composto por partes que compõe um
todo, vejamos as três partes principais: O KA, o BAH e o AKH, força vital, essência
moral e espírito, respectivamente.” (ROCKENBACK, 2013: 172)
Havia por isso, um conceito no qual, a vida as pessoas em geral indivíduos eram
compostos por uma pluralidade, isto é, eram dotados de um corpo físico (djet), um
princípio do sustento (ka), uma personalidade ou princípio do movimento (ba), um
nome (ren), um coração (ib) e uma sombra (shuyt), e que isto não valia apenas para os
próprios egípcios, mas para todos os seres humanos. (SANTOS, 2012 Apud
ROCKENBACK, 2013)
Poucos conheceram sobre todas as concepções de religião funerária no Egito
Antigo. O que sabemos nos chega através da mídia, e através das vastas pesquisas nesse
campo e do que aprendemos nos filmes e nos livros. A questão é que, nem sempre as
informações são confiáveis, completas e precisas. Por exemplo, essa civilização não via
o cosmos e o universo através da ótica da separatividade; mas sim, como um todo. O
universo, os deuses, a terra, o ar, as águas, a economia, política, religião, a morte, a
vida, o corpo, a alma, a sociedade, estavam todos interligados.
Por toda a História, os seres humanos muitas vezes, investiram tempo e recursos no
intuito de encontrarem uma explicação tanto para o fenômeno da vida, quanto para o
fenômeno da morte. Muitas civilizações ainda acreditam que a vida termina no
momento que a pessoa morre. Porém, os egípcios tinham sua crença baseada no
conceito de que, após o momento da morte, o espírito voltaria a habitar o corpo em
outro mundo. Assim, nas palavras de Ivan Vieira (NETO, 2010), o homem teve a
grande necessidade de explicar o fenômeno da morte. E, a explicação mais aceitável
para o fim seria um novo começo: quando o corpo morre, mas outra parte do indivíduo
continua vivendo. (NETO, 2010)
Um aspecto especial e muito importante da religião egípcia eram as crenças
funerárias. Também aqui, a sobrevivência depois da morte foi objeto de visões
divergentes que se foram superpondo sem eliminação mútua. O morto tanto era
imaginado renascendo na própria tumba, que era sua Casa de Eternidade na qual
recebia oferendas de comida e bebida (e da qual eventualmente poderia escapar por
algum tempo em forma de pássaro), como navegando na Barca Solar, ou ainda sendo
julgado no Tribunal de Osíris (...). (CARDOSO, 1987: 91)

1
No Egito Antigo, a religião funerária estava intimamente relacionada ao uso da
magia. E com isso, todos os grandes faraós que governaram no Egito ao longo da
história, tanto acreditavam na vida após a morte, como acreditavam que, fazendo uso
adequado da magia, e contanto com o auxílio do poder dos sacerdotes, poderiam
alcançar o Amenti em e transpor as portas do Duat sem imprevistos, dor ou sofrimento.
O uso da magia nos Rituais Fúnebres era uma espécie de garantia para os vivos, de que
os mortos conseguiriam viver em paz, alegria e prosperidade quando chegassem ao
outro mundo.
A religião funerária era profundamente penetrada de magia em todos os seus
aspectos. As crenças sobre a vida depois da morte fizeram dos túmulos egípcios os mais
ricos de toda a História humana, em oferendas enterradas com os defuntos e em
representações diversas da vida cotidiana e das atividades profissionais do morto e seus
subordinados: Daí a sua extraordinária importância como fonte histórica. (CARDOSO,
1987: 92)
Na Religião funerária egípcia, todo faraó era um Hórus encarnado na terra; um deus.
E todo rei morto, se transformava em um Osíris; senhor do Duat, do submundo, juiz dos
mortos. Aquele que presidia o julgamento do morto da Sala das Duas Verdades, diante
de outros 42 juízes. E de acordo com as palavras de Marina em seu trabalho “O Deus
era o principal do panteão funerário. A pessoa quando morria se tornava um Osíris. Ele
também era o Senhor do Tribunal do Julgamento do coração. Se a idéia da mumificação
nasce com o mito de Isis e Osíris, essa é a praticada até o final do período faraônico.”
(CÉSAR, 2009 Apud ROCKENBACK, 2013)

1. 2. O DUAT E AMENTI: A CONCEPÇÃO DA VIDA NO ALÉM

Para os Antigos Egípcios, o Além ou o Outro Mundo era dividido em Duat e


Amenti. No imaginário dos egípcios, o Amenti era o lugar ou templo onde as almas dos
mortos aguardavam o momento do seu julgamento pelo Grande Deus Osíris, em seu
Tribunal, e diante dos 42 juízes. Já o Duat, era o submundo dos mortos. Devemos
esclarecer também que, aqui que o submundo mencionado, não se está relacionado ao
conceito de inferno como se interpreta atualmente. Este é tão somente um termo para
nomear o lugar para onde se vai depois da morte, e onde o morto obtém o direito de
permanecer existindo e exercendo todas as funções assim como quando ainda se
encontrava vivo. (ROCKENBANCK, 2013: 171)
As criaturas más do outro mundo eram os principais obstáculos à jornada pelo
além, sempre tentando enganar os mortos, obstar seu prosseguimento, matá-los, roubar
sua magia e uma série de outros males que os egípcios minuciosamente cuidaram de
descrever a fim de que nenhuma surpresa desagradável ocorresse no meio do caminho.
(JOÃO, 2013: 167)
Acreditava-se que o Duat era um lugar repleto de dor, sofrimento, angústias,
monstros, serpentes, crocodilos, e que a função dessas criaturas era a de atacar o
defunto, atrapalhando sua jornada até a Sala das Duas Maats[2], onde finalmente,
encontraria Osíris, Isis e os outros deuses, para que ali, seu coração pudesse ser pesado,
com o resultado desta pesagem sendo registrada pelo deus Thoth.
Com estas considerações sobre alguns dos perigos existentes no outro mundo,
procurou-se apresentar alguns elementos referentes ao imaginário religioso egípcio, e
atentar para o fato de que houve uma preocupação crescente dos egípcios com a

2
caracterização dos aspectos do outro mundo. Procurando esgotar todo e qualquer mal
que poderia acometer o morto em sua nova vida, os egípcios provavelmente se sentiriam
mais seguros e certos de que sua imortalidade estaria assegurada, ao contar com a
proteção dos encantamentos. (JOÃO, 2013: 167)
As pessoas em geral, temem aquilo o que não conhecem. Principalmente, quando a
situação desconhecida a enfrentar, está relacionada à morte. Os antigos egípcios não
eram muito diferentes. Pelos relatos e pesquisas que observamos nos escritos sobre o
povo do Antigo Egito, eles não pareciam dispostos a transpassar os portões da morte
sem antes, munir-se de alguns conhecimentos de magia, já que acreditavam que a
magia, além de outros fatores materiais, poderia salvá-los dos diversos perigos e do
sofrimento que estava os aguardando após o sepultamento de seu corpo físico.
Os egípcios temiam que, pois de morto, ao chegar ao outro mundo, seu caminho
pudesse ser obstruído de diversas maneiras, antes mesmo que encontrasse com o deus
Osíris. É um fato que a História não pode: Os egípcios temiam o desconhecido. E, por
temer tanto o desconhecido, a morte e a vida após a morte, os egípcios precisavam criar
formas para garantirem para si e para seus familiares, um repouso tranqüilo e seguro
quando seus espíritos (ou almas) chegassem ao Duat. O primeiro a fazer o homem cair
de joelhos frente a ele. Com o correr dos tempos, esse medo evoluiu, começando o
homem por temer a ação direta dos deuses em sua vida, não só nas coisas que cercavam
como nas que se manifestariam depois da morte. (FREITAS, 1982: 09)
Luiz Carlos Freitas[3] foi quem escreveu o prefácio desta obra e contribuiu com a
tradução para o português. (FREITAS, 1982) Abaixo, ele descreve o Capítulo XIII do
Livro dos Mortos e a entrada do falecido no Amenti:
Entro no Céu como um Falcão. Percorro as regiões do Céu como Fênix. Os deuses
adoram Rá e ele prepara os caminhos. Agora, penetro na bela Amenti. Eis-me junto ao
Lago sagrado de Horus; amarrei seus cães. Que o caminho me seja aberto! Possa eu
percorrer e ir adorar Osíris, Senhor da Vida Eterna! Rubrica: Recitar este capítulo junto
a uma coroa feita de flores Ankham colocada perto do ouvido direito do morto; recitar
igualmente junto a outra coroa envolta em tecido de cor púrpura, no qual, no dia dos
funerais, será inscrito o nome do morto. (FREITAS, 1982: 30-31)

No Egito faraônico, acreditava-se que, após a morte, o defunto iria para o Amenti
aguardar o julgamento das suas ações praticadas em vida. Caso suas ações fossem boas
enquanto vivesse no Egito, no momento da pesagem do coração na Grande Balança de
Maat, ele (o coração) seria leve e seria assim absolvido por Osíris. Caso o contrário, se
em vida a pessoa praticasse ações como roubar, trair, matar, trapacear, o peso do seu
coração seria observado pelo deus Thoth e ele não seria absolvido pelos juízes, e não
teria a chance de desfrutar da vida eterna navegando na Barca Solar junto aos deuses.
Com isso, sua alma, a partir desse momento, deixaria de existir.
Não obstante, o Livro afirma que, se a alma não fosse ao Amenti, seria enviada ao
Duat, onde permaneceria por tempo não determinado. Sendo absolvido, o defunto seria
convertido em Espírito santificado e, desde esse instante, começaria uma luta, pois
viriam aos seus caprichos a Terra, o Céu, o Mundo Inferior, poderia reconfortar os
condenados, socorrer todos os que houvessem perdido a esperança, visitar os Campos
da Paz e dos Bem-aventurados, sentar-se na barca de Rá para poder acompanhá-lo em
seu passeio diário, ou na Khepra, para passear no Oceano Celestial. (...) Tudo isso,
poderia ser conseguido através do Livro, em troca de um pouco de magia e de saber as
Palavras de Potência, irresistíveis a deuses e demônios. (FREITAS, 1982: 13)

3
Aqui, este conceito significava que, seria bem-aventurado ou justificado de voz
“Maa-Kheru” todos aqueles que eram absolvidos diante dos 42 juízes e dos deuses na
Sala das Duas verdades, junto a Osíris.
Maa Kheru ou justo de voz eram todos aqueles cujo coração tinha demonstrado ser
mais leve do que uma pena, quando colocado em cima de um dos pratos da Grande
Balança de Maat, já que no outro prato da balança estaria a pena, pois esta representava
a personificação da deusa Maat, símbolo egípcio de ordem, verdade, justiça e equilíbrio.
No modo de pensar dos egípcios, estes, quando morressem, seguiriam para o
Amenti, e ao chegarem lá, precisavam a todo custo receber a sua absolvição diante dos
42 juízes, dentro do Tribunal de Osíris. Mas, caso houvesse algum contratempo e essa
absolvição não ocorresse, eles acreditavam que estariam assim condenados pelos deuses
a uma espécie de segunda morte.
Assim sendo, no imaginário desse povo tão antigo, a segunda morte significava uma
não existência. O nada, o vazio, a escuridão, o esquecimento e o silêncio. Esse era o
maior medo dos antigos egípcios. Um medo que os aterrorizava ao longo de toda a sua
vida nesse mundo. Por isso, a grande importância que essa civilização conferia à prática
contínua das boas ações em vida. Era fundamental manter o zelo pela ordem, pelo bom
caráter, pela verdade, pela harmonia, pelo equilíbrio, pela ética, pela honestidade e pela
justiça.
Desta forma, o morto, mesmo um tanto quanto temeroso do possível resultado desse
julgamento, teria, de qualquer jeito, que transpassar as portas do Amenti para poder
iniciar a sua jornada para o Duat, esperando receber um julgamento justo por suas
atitudes enquanto vivo. Lá, o deus Anúbis ou mesmo o deus Hórus, ambos, tinham o
papel de conduzir o defunto para junto de Osíris e sua esposa-irmã Isis.

O comparecimento é conduzido por Hórus ou por Anúbis, frente a um Tribunal


composto de 42 juízes. A deusa da Verdade-Justiça está presente, mas não toma parte
no julgamento. Thoth é o escrivão: Faz o defunto confessar não só o que fez, mas o qu e
deixou de fazer e Anúbis pesa em uma balança o seu coração. Ali, de pé ante o principal
de seus juízes e com os braços erguidos, em sinal de adoração, fica ante o deus que,
imóvel, enigmático, quase petrificado, contempla a alma que comparece ante ele. Atrás
de si estão Ísis e Néftis, irmã de Osíris (aquela além de irmã é sua esposa); defronte a
esse triunvirato de deuses, o defunto pronuncia as palavras sagradas. Feito isso a união
mística já está realizada; sua alma e a de Osíris formam um único todo. (FREITAS,
1982: 12-13)

1. 3. OS ANTIGOS EGÍPCIOS E SEUS RITOS E PRÁTICAS


FUNERÁRIAS

Quando dialogamos com as pessoas sobre a civilização egípcia, suas Os primeiros


indícios de que ocorria a prática da mumificação do corpo do morto no Egito Antigo,
partem dos escritos de Diodoro e de Heródoto. Heródoto traz a descrição do processo
em sua obra denominada de História.
Heródoto, oriundo de Halicarnasso na Ásia menor visitou o Egipto c. 450 a.C.
durante o domínio Persa. Apresenta uma descrição pormenorizada do processo de
mumificação na sua obra de nove volumes intitulada História. Apesar das dúvidas que a

4
sua obra suscita esta é considerada a mais importante fonte escrita relativa á
mumificação. Diodoro proveniente de Sicília visita o Egipto alguns séculos mais tarde,
mais concretamente no I século a.C. (LABORINHO, 2003)
Muitos relatos descrevem que práticas funerárias no Egito ocorrem desde o IV
milênio a.C. Inclusive, os processos de mumificação tornam-se comuns para os faraós a
partir da IV dinastia. Nesta época, apenas os reis eram mumificados, já que o custo
desse procedimento era alto. Tal como construir grandes pirâmides para usá-las como
tumbas; apenas os faraós detinham esse privilégio. Centenas de anos transcorreram até
que outras pessoas de Status menos elevado pudessem usufruir em ter seu corpo
mumificado.
As descrições mais completas e detalhadas são as provenientes das obras dos autores
clássicos Heródoto e Diodoro de Sicília, que apresentam muita informação não
encontrada em qualquer outra fonte documental, todavia, os relatos são confirmados
pela análise das múmias que sobreviveram. (LABORINHO, 2003: 04)

Os sacerdotes ou pessoas já especializadas extraíam alguns órgãos do corpo do


morto, preenchiam as cavidades com ervas aromáticas, salgavam o corpo com natrão,
(uma espécie de carvão usado na época), que extraía a gordura do corpo, e depois
envolviam a múmia com bandagens envoltas em uma goma de látex (cola para segurar
as ataduras). Todo esse processo tinha o propósito de favorecer e garantir a preservação
do cadáver, a fim de que a alma pudesse voltar ao corpo e habitá-lo no Além.
O termo embalsamamento deriva do Latim in balsamum, com o significado de
preservação pelo bálsamo, aplicado na realidade. A palavra persa mummia possui o
significado betume, termo aplicado num Período Tardio aos corpos mumificados que
apresentavam uma coloração negra parecendo que tinham sido embebidos em betume.
Todavia, o betume não foi utilizado no processo de mumificação, com exceção para
uma múmia do período Tardio que possuía vestígios de utilização desta substância,
prática não confirmada em análises a outras múmias datadas do mesmo período.
(LUCAS; HARRIS apud LABORINHO, 2003: 04)
Quatro órgãos eram extraídos do corpo do morto durante o processo da mumificação:
Os pulmões, o estômago, os intestinos e o fígado. O cérebro também era retirado com o
uso de uma espécie de pinça. O coração deveria permanecer no corpo, já que, no outro
mundo, ele seria necessário no momento do julgamento realizado pelo deus dos mortos
Osíris. A extração desses órgãos tornava o processo de desidratação do corpo mais
rápido. Após este procedimento, os órgãos eram guardados em recipientes separados,
mergulhados em um composto líquido produzido à base de natrão. (LABORINHO,
2003)
(...) certos ritos eram praticados em favor do defunto, com este, depois
de embalsamado, envolto em tiras mágicas e provido dos necessários
amuletos, estava seguro de ter dado o primeiro passo em direção a
uma vida tranqüila no Além, para cuja viagem O Livro dos Mortos o
ajudaria a ultrapassar, livrando-o de todas as dificuldades. O Livro era
colocado junto à múmia ou embaixo de sua cabeça, outras vezes
copiado em partes na tumba. O mais comum era que o deixassem
junto ao cadáver para que este aprendesse a recitar seus Capítulos.
(FREITAS, 1982: 11)

5
De acordo com os relatos sobre mumificação no Egito, é possível perceber que, logo
nas primeiras dinastias, o processo de extração dos órgãos internos da múmia tinha sido
um privilégio da elite faraônica local e de funcionários do rei. Em muitas obras das
quais tratam deste assunto, há passagens que descrevem que as múmias dos ricos e a dos
pobres recebiam tratamento diferente durante o processo da mumificação.
Os egípcios acreditavam que seus mortos pudessem desfrutar, no além, de uma vida
parecida àquela a qual viviam neste mundo. Porém, para tal evento acontecer, era muito
importante que a família do defunto tivesse boas condições materiais, e que os rituais,
como as práticas de mumificação fossem realizadas pelos parentes vivos do morto da
maneira certa. Caso contrário, o defunto não teria paz na sua jornada até ao Amenti.
Com isso, era fundamental realizar os rituais adequados, pois estes que permitiriam que
as faculdades físicas e mentais da múmia pudessem ser restauradas. E, uma parte
essencial dos ritos fúnebres no Antigo Egito, eram os Banquetes Funerários. (JOÃO,
2011 Apud ROCKENBACK, 2013).
E uma conseqüência natural do culto aos mortos seria oferecer a eles, para sua vida
eterna, tudo de que necessitariam, já que onde viveriam – nas tumbas – não
encontrariam meios de sobreviver. Essa prática de oferendas mortuárias, realizadas
quando do sepultamento do corpo do morto, perdura até hoje, sob a forma de deposição
de flores e outras dádivas nas sepulturas. (FREITAS, 1982: 11)
Era comum que, os faraós e as pessoas de maior poder aquisitivo fossem enterradas
com dezenas de objetos de uso particular, como jóias, roupas, perfumes, mobília, até
mesmo animas de estimação e escravos. Tudo isso era devidamente guardado em suas
tumbas. Outro fato freqüente era que houvesse carpideiras contratadas pela família do
morto para que chorassem durante o funeral. Os egípcios acreditavam que a morte não
era o fim da jornada, sendo assim, eles teriam a necessidade de levar consigo todos os
seus pertences em sua longa viagem rumo a outra vida. Outro hábito que se faz
importante destacar era que, após a deposição do morto em sua tumba, seus amigos e
familiares faziam oferendas de comida e bebida ao defunto. Afinal, havia uma grande
preocupação que este poderia sentir fome e sede no além.

4. O LIVRO DOS MORTOS DO ANTIGO EGITO (introdução)

Há centenas de anos, uma tradição esotérica e imemorial faz parte da cultura


religiosa da civilização egípcia. Acreditava-se que os sacerdotes e até mesmo os faraós
conseguiram alcançar pleno domínio sobre todos os mistérios que cercavam o momento
de passagem da vida para a morte. Principalmente por que, um grupo de pessoas, que
eram denominados de Juventude Iniciada, ou de Clero de Amon (Sacerdotes que
trabalhavam para o rei em Tebas), elaborou uma técnica que supunha ser possível ao
morto garantir sucesso, paz, felicidade e alegria em sua existência no além: O Livro dos
Mortos. Um livro composto de 190 capítulos, onde o defunto poderia ler dezenas de
preces, ou invocações de teor mágico-ritual as quais podemos supor que prometiam ao
moribundo salvar sua alma antes que crocodilos ou monstros aterrorizantes o
devorassem no Post-Mortem. (FREITAS, 1982)
O verdadeiro nome do Livro dos Mortos era Saída para (a luz de) o Dia. Destinado,
como sabemos, a guiar a alma do defunto pelo Além. E no Além, a alma, informa-nos
que, logo após transpor a Porta da Morte, pode se vir-se deslumbrada pela plena luz do
dia. Então começa aí a dura e difícil caminhada. A alma atravessa uma região de trevas,

6
caminho árduo e freqüentemente obstruído, onde faltam ar e água. A segunda etapa é a
chegada ao Amenti, residência de Osíris, onde é julgada. (FREITAS, 1982: 11-14)
No final da XVII e início da XVIII Dinastia, o Clero em Tebas, que era composto
pelos Sacerdotes de Amon, idealizam o Livro dos Mortos. Este tinha o propósito de
garantir que, após a morte dos Faraós, eles continuariam a ter uma vida tranqüila, segura
e próspera, como era na terra, só que no além. Livre de perigos e monstros
desagradáveis, com saúde e felicidade, na certeza de que encontrariam os deuses.
Assim, a vida no Outro Mundo seria generosa e alegre. Com isso, finalmente, os reis se
uniriam aos Cosmos, e poderiam ser imortais, viveriam em paz e harmonia junto a Rá e
ao lado dos deuses por toda a eternidade. (BRANCAGLION Jr., 2011)
Quando o morto transpassava os portões do outro mundo, era necessário que ele já
estivesse preparado para enfrentar toda espécie de adversidades. Para que tudo corresse
bem e o defunto chegasse são e salvo diante do Tribunal de Osíris, para que finalmente
recebesse um julgamento que o absolvesse e lhe desse a da eterna junto aos deuses
viajando na Barca Solar, ele - o morto – Precisava estar equipado com o Livro.
Encontramos esta passagem nos escritos do Dr. Antônio Brancaglion Jr.
(BRANCAGLION Jr., 2011), no Egito faraônico, diversos documentos encontrados
indicam que o Livro dos Mortos teve sua origem no Segundo Período Intermediário, e
que era designado a sepultamentos de membros da Família Real, do final da XVII e
início da XVIII Dinastia, todo escrito em hieróglifo cursivo sobre os sudários de linho
que envolvia as múmias. (BRANCAGLION, 2011: 01)
De acordo com os escritos de Carlos (FREITAS, 1982), era enorme a importância
que era dada ao Livro dos Mortos no Egito (XVIII dinastia), pois os egípcios viviam
suas vidas planejando sua morte, e sempre seguros de que a vida não acabava na terra,
que haveria uma continuidade, uma transformação. Com isso, encontravam no Livro
para Sair ao Dia todas as respostas e indicações para uma feliz ascensão rumo à morada
dos Deuses. Acreditavam inclusive que poderiam chegar a serem deuses. (FREITAS,
1982: 11)
A população que vivia no Egito neste período, acreditava no poder, na sabedoria e
no caráter divino dos Sacerdotes que trabalhavam para o Faraó. Mas o rei também tinha
fé nos desígnios do Clero. Tanto que, a idéia destes de criar do Livro dos Mortos, foi
amplamente aceita e difundida na região. Principalmente entre as classes mais
abastadas, já que eram estas, as quais tinham o condição material para adquirir o Livro
fazer com que este fosse escrito e ilustrado de acordo com suas necessidades no Pós-
Vida.
No Egito Antigo, a alma era imortal e de natureza divina, pois mesmo depois de
separada do corpo continuava a viver, viajando para a eternidade. Além dessas
condições materiais proporcionadas ao morto, precisava ele para sua viagem de uma
boa dose de conhecimentos mágicos. E embora fossem de conhecimento só dos
sacerdotes, era o que o Livro procurava dar. (FREITAS, 1982: 11)
A interpretação do Livro dos Mortos segundo Carlos (FREITAS, 1982) era de que,
havia uma fé cega nos sacerdotes egípcios, pois o povo acreditava piamente em sua
sabedoria. E de tal modo que, mesmo no auge das letras e ciências gregas, estas se
voltavam ao misterioso Egito, de onde emanavam todos os conhecimentos da época.
(FREITAS, 1982: 10)
A utilidade principal do Livro para sair à luz do dia, era a de garantir que o defunto
vencesse todos os obstáculos do além. Porém, não apenas isto, mas o morto precisaria

7
de uma boa dose de conhecimentos mágicos para chegar até a Sala das Duas Verdades,
onde o Grande Deus Osíris, estava aguardando para começar o seu julgamento.
Assim, graças ao Livro, o defunto poderia vencer todos os obstáculos – monstros,
demônios, portas a abrir, etc. -- dado o potencial mágico que este livro apresentava.
Estes obstáculos persistiriam em aparecer, tentando barrar-lhe toda e qualquer tentativa
de alcançar o Além, cruzar os 21 pilares, passar pelas 15 entradas e cruzar as sete salas
esperando poder chegar até Osíris e os 42 juízes que iriam julgá-lo. Graças ao Livro
conheceria também o que iria salvá-lo: Os nomes dos deuses. (FREITAS, 1982)
No Livro dos Mortos, esses capítulos foram escritos e idealizados pela Elite
Tebana, (sacerdotes egípcios do Clero de Amon) desde seu surgimento no Egito (final
da XVII e no início da XVIII dinastia), até quando ocorre a tradução e interpretação do
Livro pelo escritor. (FREITAS, 1982)
É importante esclarecer que, todos os capítulos deste livro, para que tivessem
eficácia, precisavam ser recitados pelo morto algumas vezes. Acreditava-se que desta
forma, as preces de caráter mágico-ritual ditas corretamente pelo defunto, conseguiram
salvá-lo de todos os perigos e dos monstros no Duat. Adiante, segue uma pequena
transcrição do que o leitor poderá encontrar, de maneira mais detalhada no Livro dos
Mortos.
O Livro dos Mortos foi o texto funerário mais popular do Egito Antigo. Sua
História começa quando os reis da XIII Dinastia deixam a sua capital It –tawy subindo o
Nilo, retornando a Tebas (c. 1690 a.C). Nesta época os faraós e suas famílias deixaram
de ter acesso aos textos funerários produzidos em Mênfis e Heliópolis conhecidos como
Textos das Pirâmides, sendo forçados a adotar uma tradição no Alto Egito, os Textos
dos Caixões, cujo centro difusor pode ter sido o Templo de Thot em el-Ashmunein.
(BRANCAGLION, 2011: 01)
No Livro do Amduat, alguns capítulos se destacam. Tais como, o capítulo XXVI,
que era freqüentemente utilizado com a finalidade de devolver o coração ao morto; O
capítulo XXVII, para que o falecido não tivesse seu coração arrebatado de si mesmo
diante do Tribunal do deus Osíris; Já o capítulo LXV servia para prover a saída da alma
do morto à luz do dia, pois este andaria livremente pela terra e vera novamente a luz do
sol; O capítulo LXVII: Com ele o morto abriria todas as Portas do Além, já que assim,
sua jornada cósmica seria mais tranqüila; O capítulo XCI, recitado de forma que a alma
não fosse capturada no Além por monstros ou serpentes cruéis; O Capítulo CXXV eram
as palavras recitadas na entrada do Santuário de Maat. Desta forma, estaria recebendo
maior proteção da deusa contra todos os perigos que o aguardavam nesse lugar de
escuridão; Por fim, devemos nos lembrar da importância de se proferir corretamente a
Confissão Negativa de N.°I: Papiro Nu; A Confissão Negativa de N.ºII: Papiro
Nebseni. (FREITAS, 1982: 42-138)
A Confissão Negativa era aquela onde o defunto profere palavras de negação, dentro
do Tribunal e diante de Osíris e dos 42 juízes que presidem o julgamento do seu coração
na Sala das Duas Maats, ter cometido ações da pior espécie em vida. Ações como
trapacear na medição da metragem das terras do seu vizinho, ou de outras pessoas,
flertar ou manter envolvimento amoroso com pessoas casadas, negar água ou comida
aos pobres, matar, roubar, etc.
Em suma, essas eram algumas atitudes inteiramente condenadas pelos deuses e
capazes de fazer com que o coração do indivíduo tivesse maior peso do que a pena de
Maat nos pratos da Grande Balança.

8
 Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

[1] Marina Rockenback é Licenciada em História pelo Centro Universitário Augusto


Motta UNISUAM; Pós- graduada em História Antiga e Medieval pela Universidade
Estadual do Rio de Janeiro – NEA/UERJ; Pós-graduada em Estudos Clássicos pela
Universidade de Brasília – ARCHAI/UNB; Professora Pesquisadora do NEHMAAT.
[2] Maat: Era um conceito egípcio de ordem, verdade, justiça e equilíbrio. Esse conceito
aparecia na iconografia egípcia personificado pela deusa Maat, a qual é representada
sempre com um laço de fita na cabeça portando uma pena amarrada.
[3]Luiz Carlos de Carvalho Teixeira de Freitas é jornalista, psicólogo e escritor.
Também atua como intérprete de Astrologia Arquetípica.

9
Referência bibliográfica: MC DERMOTT, Bridget. Dechiffrer les hieroglyphes.
Comment lire l'écritture sacrée. Ed: Grund, 2002, Paris.

1- FÓRMULE POUR ENVOYER L´ÂME ET SORTIR AU JOUR

(p.74-75)

Lette formule tirée du livre des morts donne du défunt le pouvour de renaître. “Anubis,
sois rassuré, gloriex fils de Rê, sois sassurê em ce qui concerne mon oeil divin!
Tu as glorifié mon âme et mom ombre, qui ont v Rê dans ses dons; (elle a demandé à
aller et venir, à avoir l'usage de ses jambres), afin que cet homme. (que je suis) la voie,
oú què elle soit comme etant ma forme, mon aspect, mon essence, ma forme véritable
d'âme équipée et divine. Elle brille em Rê, resplendit em Hathor. Voilá que se hâtent
mon âme et mon ombre, sur leurs jambres, oú que se trouve at homme. (que je suis),
afin (qu'il) voie, qu'elle se léve ou s'asseye, et qu'elle entre dans sa demeure d'eternité,
puisque je suis bien un des coustisans d'Osiris...et nul dieu ne sera crée tant que je ne4
parlerdi pas.

Tradução:

Fórmula para enviar a alma e sair ao dia

Esta fórmula tirada do livro dos mortos dá as cartas do jogo ao morto, o poder de
renascer.

“Anúbis, anima-te, glorioso filho de Rê, anima-te, no que diz respeito ao meu olho
divino!
Você é glorioso, minha lama e minha sombra, que tem visto Rê dar o seu dom, ( ela
pede para andar e crescer, para usar suas pernas) para este homem, (que sou eu)
caminhe aonde que ela esteja, embora assim como meu aspecto, minha essência, minha
forma verdadeira aventurada e divina.
Ela brilha em Rê, resplandece em Hathor. Eis que se apressa minha alma e minha
sombra sobre suas pernas, onde que se encontra o homem (que sou eu) afim de que para
a estrada que ela se levante e que ela entre em sua morada de eternidade. Pois que eu
sou bom, sou um dos cortesãos de Osíris...e nenhum deus será criado enquanto eu não
fale.”

E de acordo com as palavras do Dr. Antônio Brancaglion Jr. “ Para os antigos egípcios,
a morte era apenas uma jornada, uma transição para uma outra vida, para outra
existência, onde a vida tinha sua continuidade, porém sob a forma de um espírito. E
também foi a primeira cultura a estabelecer as suas práticas e crenças funerárias aliadas
a um conceito de imortalidade. Onde o morto (a alma) passava pelo julgamento diante
de Osíris (o juíz), e depois de ser absolvido (o justificado de voz- “maa kheru”) iria
passar o restante da eternidade ao lado dos deuses nos campos elíseos.

2-TEXTES DES SARCOPHAGES

L'immortalité (p.72)

Les formules des testes des sarcophages devaient permettre au défunt de comparaître
avec succés devant le dieu justicier Osiris et d'échapper à la “second mort” (voir plus
haut). Elles devaient être psalmodiées, comme l'indique clairemet cet extrait:

As fórmulas dos textos dos sarcófagos devem permitir ao morto comparecer com
sucesso perante ao deus justiceiro Osíris, e escapar da “segunda morte” (ver mais além).
Elas devem estar psalmodiadas, assim como indica claramente este resumo:

“Je suis le seigneur de la flamme, celui qui vit dans la vérité, le seigneur de l'eternité,
celui qui donne la joie.
Je suis celui qui est dans son cercueil, celui qui maîtrise la tempête...seigneur qui
annonce le vent du nord...seigneur de la lumière, celui qui apporte la lumière, qui
illumine le ciel de sa beauté.
Je suis lui em son nom! Laissez-moi passer pour que je puisse contempler noun et
Amoun!
Car je suis celui qui ne craint pas les sentinelles.
Elle se taisent car elles craignent celui-dont-le-nom-est caché qui habite em moi...toute
personne qui connaît cette formule est comme Rê dans le ciel de l'orient, comme Osíris
dans le monde inférieur. Elle travesera le cercle de feu sans que les flammes ne la
touchent.”

Tradução:

“Eu sou o senhor do fogo (da chama), este que vive da verdade, o senhor da eternidade,
este que dá as cartas do jogo. Eu sou este que está no seu ataúde, este que é o mestre da
tempestade, senhor que anuncia o vento do Norte, senhor da luz, que ilumina o céu da
beleza. Eu sou o brilho em seu nome.
Meu salvo-conduto, para que em seguida, eu contemple o nome de Amon! Porquê eu
sou este que é temido pelos vigias, este cujo o nome é segredo que habita em
mim...Toda a pessoa que conhece a fórmula é assim como Rê, do céu do Oriente, como
Osiris do mundo inferior. Ela transpassa o círculo do fogo sem que as chamas nela
toquem.”
3- TEXTES DES PYRAMIDES - EN COMPAGNIE DE RÊ(P.70)

Dans les textes des pyramides, Atoum est le dieu primordial, celui qui a crée le monde
(vois plus haut). Ces textes Rê content aussi la mort du Roi et son voyage dans l'au-delà,
à travers le ciel et dans le monde inférieur em compagnie du Dieu-soleil Rê. Dans cet
extrait, le Roi accède triomphateur au royame du ciel:

Nos textos das pirâmides, Atom é o deus primordial, aquele que criou o mundo (ver
mais além).
Os textos de Rê satisfeito, também. A morte do Rei e sua viagem ao além, através do
céu e do mundo inferior em companhia do deus sol Rê. Neste resumo, o Rei acede
triunfante ao reino do céu.

“Le ciel est couvert, les étoiles se sont assombries, l'étendue céleste tremble, les
planètes se sont tues, car elles ont vu le Roi apparaître dans sa gloire, comme un dieu
qui vit de ses pères, et qui se nourrit de ses mères, Roi maître de la sagesse, dont la mère
ne connaît pas le nom, la gloire du Roi est dans le ciel, son pouvoir est à l'horizon, tel
Atoum, son père qui l'a engendré, et le fils est plus puissant que le père. “

Tradução:

“O céu está escuro, as estrelas estão sombrias, o grande trovão (tremido) celeste, os
planetas estão se extinguindo, porquê eles têm visto o Rei apresenta-se em sua glória,
assim como um deus que vive de seus pais, e que se nutre de sua mãe. Rei senhor da
prudência, cuja mãe não conhece o nome. A glória do Rei está no céu, seu poder está no
horizonte, tal Atom, seu pai que o gera. E, os filhos, estão mais poderosos que os pais.”

”The farcombe Papyrus”

À esquerda da imagem do papiro:

“Isis, Senhora do céu,


esposa do deus,
Ela permite que você viva,
Para sempre e eternamente.”

À direita:

“Osíris, o grande deus,


O primeiro no Oeste,
Deus de Busíris,
Aquele que está no Monte Sagrado.”

Principais Faraós e as respectivas Dinastias

Período Arcaico: 3.200-2.650 a.C.

Menes
Djer

Antigo Reinado: 2.650-2.450 a.C.

Zoser
Khufu (Cheops)
Khaefra (Chephren)
Menkaura (Mycerinos)
Sahura
Pepi II

1º Período Intermediário: 2.450-2.040 a.C. (Médio Império: 2.040- 1.750 a.C.)

Senwosret III
Amenemhat III

2º Período Intermediário: 1.750- 1.550 a.C. (Novo Império 1.550-1.070 a.C.)

Thutmosis I
Hatshepsut
Thutmosis III
Akhenaten
Tut Ankh Amun (Tutankhamen)
Seti I
Rameses II

Novo Império Tardio: 1.070-712 a.C. (Período Tardio 712-332 a.C.)


Período Tardio: 712-332 a.C.
Alexandre “O grande”
Cleópatra VII Téia Philópator

CRONOLOGIA EGÍPCIA SEGUNDO O Dr. RONALDO PEREIRA GURGEL[1]

PERÍODO PROTO-DINÁTICO ( NAGADA III, C1, C2,D): 3.000 – 2686 a.C


REINO ANTIGO: 2686-2160 a.C
1º PERÍODO ENTERMEDIÁRIO: 2160-2055 a.C
REINO MÉDIO: 2055-1650 a.C
2º PERÍODO INTERMEDIÁRIO: 1650-1550 a.C
REINO NOVO: 1550-1069 a.C
3º PERÍODO INTERMEDIÁRIO: 1069-664 a.C
ÉPOCA BAIXA: 664-332 a.C
PERÍODO HELENÍSTICO: 332-30 a.C
PERÍODO ROMANO: 30-395 d.C
PERÍODO BIZANTINO (COPTA): 395-642 d.C
PERÍODO ÁRABE (ISLÂMICO): 642 d.C - Presente

[1] Ronaldo G. Gurgel Pereira é doutor em Egiptologia pela universidade de Basiléia,


Suíça. Atualmente atua como assistente pós-doc junto ao CHAM/ FCSH- Universidade
Nova de Lisboa. Suas funções incluem o ensino da gramática egípcia clássica para
turmas de graduação em História (PT – Licenciatura) e de Mestrado em História Antiga
(Especialização em Egiptologia). Recentemente também iniciou o ensino de Hierático
para turmas de Mestrado e Doutoramento. Sua formação anterior é de Historiador, com
bacharelado e licenciatura plena pela UFRJ e mestrado em História Comparada (UFRJ).
Tem especialização na cultura e língua gregas clássica e helenística. Tem pesquisa de
mestrado e ligada às relações interculturais no espaço rural (Chóra) do Egipto
helenístico.

 Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
Referência Bibliográfica da imagem:
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London, p. 460.

PLATE XXXVII

CENA DE UM RITUAL DE “ABERTURA DA BOCA” DO MORTO.

“The Kher-heb priest and his assistants performing the ceremony of ‘Opening the
Mouth’ on the mummy of Hu-nefer at the door of the tomb. Nasha, wife of the
deceased, and her daughter before the mummy which is being received into the
tomb by Anubis. XIX dynasty. From Papyrus of Hunefer in the British Museum
(Nº. 9901).”

 Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;


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1
2
Referência Bibliográfica da imagem:

BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary


Archaeology. London. P. 161

CARTUCHO MÁGICO DE Nº 1, PTOLEMY

CARTUCHO MÁGICO DE Nº 2, CLEOPATRA

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Referência Bibliográfica da imagem acima:

BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary


Archaeology. London. P. 161

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Referência Bibliográfica da imagem:

CREIGHTON, Scott. The Secret Chamber of Osiris: Lost knowledge of


the sixteen pyramids. Bear & Company. One Park Street: Rochester,
Vermont. Copyright, 2015 by Scott Creighton, P. 45.

Figura 2.7a. The first pyramids outline the god Osiris.

1
Listagem de acordo com a obra do autor: (CREIGHTON, 2015: 45)

1. Djoser (Saqqara)

2. Sekhemkhet (Saqqara, unfinished)

3. Khaba ((zawiyet al-Aryan, unfinished)

4. Sneferu (Meidum, farthest south)

5. Sneferu (Dahshur, the Bent pyramid)

6. Sneferu (Dahshur, the Red pyramid)

7. Khufu (Giza, with four satellite pyramids)

8. Djedefre (Abu Roash, farthest north)

9. Khafre (Giza with one satellite pyramid)

10. Nebka (Zawiyet al-Aryan, unfinished)

11. Menkaure (Giza, with three satellite pyramids)

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 Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;
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CREIGHTON, Scott. The Secret Chamber of Osiris: Lost knowledge of


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AULA #013 - HIERÓGLIFOS EGÍPCIOS

(noções básicas da língua egípcia e gramática)

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Profª Amanda M. Hutflesz
2020
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 19/10/20, às 18:50 h
 Organização da Escrita Sagrada em
períodos:

 Período Arcaico
 Egípcio Médio
 Neo Egípcio
 Demótico
 Pessoa: Primeira, segunda, terceira
 Gênero= Masc/Fem
 Número= Sing/Plur/Dual/Indefinido
 Substantivos
 Verbos= Triliteral
 Adjetivos
 Advérbios
 Preposições
 Pronomes demonstrativos
 Numerais
 Determinante semântico
 Inversão Honrosa
 Ideograma
 Pictograma
 Fonograma...
 O hieróglifo era considerado
sagrado e divino, o tipo
de símbolo mediador entre a mente
divina criadora
e o mundo criado.
Escrever era criar!
 Alguns sinais servem para indicar onde iniciava e
acabava uma palavra, eram usados alguns sinais
que determinavam a qual grupo tal palavra
pertencia, dando também a idéia do término
desta:
 Determinativo

 Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:15 h


 NA LÍNGUA EGÍPCIA NÃO

 HÁ VOGAIS, APENAS

 SEMI VOGAIS.
 Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03
h.
 Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm202/Matematicas.htm em: 27/10/20, às 18:22 h.
 Em geral, aparece na mão do Faraó em suas
representações
 pictográficas ou em
 Monumentos: “Massa de Guerra”
 Teti foi o primeiro faraó da VI dinastia egípcia.
 Segundo o historiador Maneton - que o
denomina Othoes - Teti teria reinado durante trinta
anos.
 Foi casado com a princesa Iuput, que se acredita ser
uma filha de Unas, o último rei da V dinastia, que
não teve filhos do sexo masculino. O fato de Unas
não ter tido filhos homens pode ter desencadeado
uma crise sucessória.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h.
 Quando as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a direita, lê-se os
Hieróglifos da direita para a esquerda.
 Caso as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a esquerda, lê-se a
inscrição da esquerda para a direita.
 No caso de Estelas e Obeliscos, em geral, lê-
se de cima para baixo, na horizontal.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h
.
 Inglês: LIST OF HIEROGLYPHIC SIGNS
(Gardiner)
 Ver pgs 544-548
 Francês: DECHIFFRER LES HIEROGLYPHES
 (Mc Dermott)
 Ver pgs 24-25
 Alemão: GÖTTER, TEMPEL, PHARAONEN:
Ägyptische Mythen und Sagen
(Nacherzählt von Robert Swindells) pg 15
 GÖTTER, TEMPEL, PHARAONEN:
Ägyptische Mythen und Sagen (Nacherzählt
von Robert Swindells). Editora Urachhaus,
Erschienen: 2001.
 1- FÓRMULE POUR ENVOYER L´ÂME ET
SORTIR AU JOUR (p.74-75)

 Lette formule tirée du livre des morts


donne du défunt le pouvour de renaître.

 Esta fórmula tirada do livro dos mortos dá


as cartas do jogo ao morto, o poder de
renascer.
 “Anubis, sois rassuré, gloriex fils de Rê, sois sassurê em
ce qui concerne mon oeil divin! Tu as glorifié mon âme et
mom ombre, qui ont v Rê dans ses dons; (elle a
demandé à aller et venir, à avoir l'usage de ses jambres),
afin que cet homme. (que je suis) la voie, oú què elle soit
comme etant ma forme, mon aspect, mon essence, ma
forme véritable d'âme équipée et divine. Elle brille em
Rê, resplendit em Hathor. Voilá que se hâtent mon âme
et mon ombre, sur leurs jambres, oú que se trouve at
homme. (que je suis), afin (qu'il) voie, qu'elle se léve ou
s'asseye, et qu'elle entre dans sa demeure d'eternité,
puisque je suis bien un des coustisans d'Osiris...et nul
dieu ne sera crée tant que je ne parler di pas. ’’
 “Anúbis, anima-te, glorioso filho de Rê, anima-te, no que diz
respeito ao meu olho divino! Você é glorioso, minha alma e
minha sombra, que tem visto Rê dar o seu dom, (ela pede para
andar e crescer, para usar suas pernas) para este homem, (que
sou eu) caminhe aonde que ela esteja, embora assim como
meu aspecto, minha essência, minha forma verdadeira
aventurada e divina. Ela brilha em Rê, resplandece em Hathor.
Eis que se apressa minha alma e minha sombra sobre suas
pernas, onde que se encontra o homem (que sou eu) afim de
que para a estrada que ela se levante e que ela entre em sua
morada de eternidade. Pois que eu sou bom, sou um dos
cortesãos de Osíris...e nenhum deus será criado enquanto eu
não falar.”
 Referência bibliográfica: MC DERMOTT,
Bridget. Dechiffrer les hieroglyphes.
Comment lire l'écritture sacrée. Ed: Grund,
2002, Paris.
 À esquerda da imagem do papiro: “Isis,
Senhora do céu, esposa do deus, Ela permite
que você viva, Para sempre e eternamente.”

 À direita: “Osíris, o grande deus, O primeiro


no Oeste, Deus de Busíris, Aquele que está
no Monte Sagrado.”
Imagens: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Os outros reis

Imagens: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.


Imagens: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
 Período Arcaico: 3.200-2.650 a.C.
 Menes
 Djer
 Antigo Reinado: 2.650-2.450 a.C.
 Zoser
 Khufu (Cheops)
 Khaefra (Chephren)
 Menkaura (Mycerinos)
 Sahura Pepi II
 1º Período Intermediário: 2.450-2.040 a.C. (Médio Império:
2.040- 1.750 a.C.)
 Senwosret III
 Amenemhat III
 2º Período Intermediário: 1.750- 1.550 a.C. (Novo
Império 1.550-1.070 a.C.)
 Thutmosis I
 Hatshepsut
 Thutmosis III
 Akhenaten
 Tut Ankh Amun (Tutankhamen)
 Seti I
 Rameses II
 Novo Império Tardio: 1.070-712 a.C. (Período Tardio
712-332 a.C.) Período Tardio: 712-332 a.C.
 Alexandre “O grande”
 Cleópatra VII Téia Philópator
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 27-10-20, às 18:30 h
www.google.org.br, em: 06/11/20, às 18:19 h
 Fonte: https://afrokut.com.br/blog/o-que-e-kemet/, em: 27/10/20, às 19:30 h.
 https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 07/09/20, às 17:47 h.
 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hieroglifos-egipcios.htm, em: 24-10-20, às 14:35 h.
 https://antigoegito.org/nomes-do-antigo-egito/, em: 24-10-20, às 14:59 h.
 http: www.coursera.org.br,em: 27/10/20, às 16:33 h.
 http://arqueologiaegipcia.com.br/2017/02/12/se-encante-com-estas-fotos-da-tumba-do-farao-seti-i/,
em: 27/10/20, às 19:09 h .
 https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 27-10-20, às 18:29 h
www.google.org.br, em: 27/10/20, às 20:00h .
 http://arqueologiaegipcia.com.br/2017/02/12/se-encante-com-estas-fotos-da-tumba-do-farao-seti-i/,
em: 19:21 h.
 www.pinterest.com.br, em: 27/10/20, às 20:00h .
 Fonte: http: www.institutomenfis.com.br, em: 27/10/20, às 16:41 h
 Imagens: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
@amandahutfleszcursosonline, em 30/03/2019, às 13:45hs.

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@amandahutfleszcursosonline, em 30/03/2019, às 13:05 hs.

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Prof.ª Esp. Amanda Martins Hutflesz
Contato: professora_amandahutflesz@hotmail.com
Whatsapp: (24)98821-1307
 Os primeiros indícios de que ocorria a prática da mumificação do corpo
do morto no Egito Antigo, partem dos escritos de Diodoro e de
Heródoto. Heródoto traz a descrição do processo em sua obra
denominada História, que segundo ele, durava por 70 dias.

 Heródoto, oriundo de Halicarnasso na Ásia menor visitou o Egipto c. 450


a.C. durante o domínio Persa. Apresenta uma descrição pormenorizada
do processo de mumificação na sua obra de nove volumes intitulada
História. Apesar das dúvidas que a sua obra suscita esta é considerada
a mais importante fonte escrita relativa à mumificação. Diodoro
proveniente de Sicília visita o Egipto alguns séculos mais tarde, mais
concretamente no I século a.C. afirma Eliana laborinho. (LABORINHO,
2003)
As técnicas de mumificação no Egipto Antigo, 2013.
 Muitos relatos descrevem que práticas
funerárias no Egito ocorrem desde o IV milênio
a.C. Inclusive, os processos de mumificação
tornam-se comuns para os faraós a partir da IV
dinastia. Nesta época, apenas os reis eram
mumificados, já que o custo desse
procedimento era alto. Tal como construir
grandes pirâmides para usá-las como tumbas;
apenas os faraós detinham esse privilégio.
Centenas de anos transcorreram até que outras
pessoas de status menos elevado pudessem
usufruir de ter seu corpo mumificado.
 O termo embalsamamento deriva do Latim in
balsamum, com o significado de preservação pelo
bálsamo, aplicado na realidade. A palavra persa
mummia possui o significado betume, termo aplicado
no Período Tardio aos corpos mumificados que
apresentavam uma coloração negra parecendo que
tinham sido embebidos em betume. Todavia, o betume
não foi utilizado no processo de mumificação, com
exceção para uma múmia do período Tardio que possuía
vestígios de utilização desta substância, prática não
confirmada em análises a outras múmias datadas do
mesmo período. (LUCAS; HARRIS apud LABORINHO,
2003: 04)
Imagem: https://www.portalvaticano.com.br/noticias/saiba-um-pouco-sobre-
mumificacao, em: 07/08/20, às 17:52 h.
 Imagem 1: https://br.pinterest.com/pin/511651207644639163/, em: 07/08/20, às 20:17 h.
 Imagem 2: https://socientifica.com.br/o-que-e-a-mumificacao-e-como-este-processo-era-
realizado/, em: 08/08/20, às 17:09 h.
 Os sacerdotes ou pessoas já especializadas
extraíam alguns órgãos do corpo do morto,
preenchiam as cavidades com ervas aromáticas,
salgavam o corpo com natrão, (uma espécie de
carvão usado na época), que extraía a gordura do
corpo, e depois envolviam a múmia com
bandagens envoltas em uma goma de látex (cola
para segurar as ataduras). Todo esse processo
tinha o propósito de favorecer e garantir a
preservação do cadáver, a fim de que a alma
pudesse voltar ao corpo e habitá-lo no Além.
 Quatro órgãos eram extraídos do corpo do morto
durante o processo da mumificação: Os pulmões, o
estômago, os intestinos e o fígado. O cérebro também
era retirado com o uso de uma espécie de pinça. O
coração deveria permanecer no corpo, já que, no
outro mundo, ele seria necessário no momento do
julgamento realizado pelo Deus dos mortos Osíris. A
extração desses órgãos tornava o processo de
desidratação do corpo mais rápido. Após este
procedimento, os órgãos eram guardados em
recipientes separados, mergulhados em um composto
líquido produzido à base de natrão. (LABORINHO,
2003)
 O nome real do Livro dos Mortos era Capítulos
para a (alma) sair para (a luz de) ou para o Dia.
Destinado, como sabemos, a guiar a alma do
defunto pelo Além. E no Além, a alma, informa-
nos que, logo após transpor a Porta da Morte,
pode ver-se deslumbrada pela plena luz do dia.
Então começa aí a dura e difícil caminhada. A
alma atravessa uma região de trevas, caminho
árduo e freqüentemente obstruído, onde faltam ar
e água. A segunda etapa é a chegada ao Amenti,
residência de Osíris, onde é julgada. (FREITAS,
1982: 11-14)
 Os egípcios souberam elaborar um sistema orgânico
de crenças e de práticas relativas à morte cujo
objetivo essencial era minimizar o impacto da morte
sobre a sua sociedade, limitando-a a um fenômeno
que interrompe provisoriamente a existência dos
indivíduos, incidindo somente sobre a sua aparência,
isto é, no seu receptáculo físico (carnal). Em torno
desta concepção central de crenças distintas uniram-
se a um imaginário capaz de aceitar a morte,
neutralizando-a e ordenando-a com rituais e
símbolos. (BRANCAGLION Jr., 1994, p. 25 apud
LEAL, 2018: 117).
 “Entretanto, como indica Donadoni (1994, p. 219), as fórmulas
mágicas contidas nos Textos das Pirâmides, por exemplo, deveriam
ser proferidas com rigor, a fim de “impedir que o morto caminhe de
cabeça para baixo, beba a sua urina e se alimente com seus
excrementos.” (LEAL, 2018: 118)
 Imagem: http://imagensdopensamento.blogspot.com/2013/07/textos-das-piramides.html, em: 08/08/20, às
15:58 h.
Imagem: https://br.pinterest.com/pin/475903885616847177/, em: 07/08/20, às 22:02 h.
Ib: Assim era chamado o coração, um fator relacionado ao
além. Acreditava-se que essa parte era formada por uma
gota de sangue do coração da mãe.
Shuyet: A sombra representava a continuidade na
integridade do ser.
Ren: O nome dado no nascimento era o que definia a vida.
Uma pessoa existia de acordo com seu nome.
Bâ: A personalidade resumia as qualidades que faziam com
que cada pessoa fosse única e diferente das outras.
Ka: A chama da vida era o fator que separava as pessoas
vivas das mortas.
 Khat: O corpo físico é citado na antiga
mitologia egípcia como a ligação entre a alma e
a vida terrena.
Akh: O ser imortal representava a união mágica
entre Ba, a personalidade, e Ka, a chama da
vida.
Sahu: O juiz, o fantasma e o ser etéreo, capazes
de se integrar aos outros aspectos da alma no
momento do seu julgamento após a morte.
Sechem: Parte da alma ligada ao poder vital e
capaz de lidar com as circunstâncias externas.
Créditos: https://br.historyplay.tv/noticias/nove-partes-da-alma-humana-
segundo-antiga-religiao-egipcia, em: 07/08/20, às 22: 19 h.
 Há milênios, uma tradição de magia tem
tomado parte na cultura religiosa da civilização
egípcia. Acreditava-se que os sacerdotes
praticavam esta magia dentro dos templos,
através de ritos de libação e oferenda aos
Deuses. Os faraós se beneficiaram destas
práticas mágicas, e eles conseguiram alcançar
pleno domínio sobre todos os mistérios que
cercavam o momento de passagem desta
vida para a outra vida.
 Principalmente por que, um grupo de pessoas, que eram
 denominados de Juventude Iniciada, ou de Clero de Amon
 (Sacerdotes que trabalhavam para o rei emTebas), idealizou
 uma prática a qual poderia oferecer ao morto sucesso, paz,
 felicidade e alegria em sua existência no além:
 O Livro dos Mortos ou Capítulos para a alma sair ao dia
 (final da XVII e início da XVIII dinastia).

 Imagem: https://www.fascinioegito.sh06.com/amon.htm, em: 07/08/20, às 20:42 h.


 Imagem: https://www.fascinioegito.sh06.com/amon.htm, em: 07/08/20, às 20:36 h.
 Imagem 2: http://diversidadevisual.blogspot.com/2010/06/egito-antigo-parte-2-
religiao.html, em: 08/08/20, às 17:14 h.
 O livro era escrito em papiro, e esse papiro foi composto
de 200 capítulos, onde o morto teria que memorizar e
depois ler dezenas de vezes todas as preces, ou
invocações de teor mágico-ritual contidas no
manuscrito. Através do uso e da prática dessas
invocações mágicas podemos supor que prometiam ao
moribundo conseguir salvar sua energia vital ou
consciência antes que animais selvagens e perigosos,
crocodilos ou monstros aterrorizantes o devorassem no
Post-Mortem e o impedissem de alcançar as graças da
absolvição diante do Deus Osíris e dos 42 juízes.
(FREITAS, 1982)
 Imagem
https://drive.google.com/file/d/0B6GPfesacDNUYmNmZmNlMTUtMjFmYS00OTRmLTg1OTQtOGMyZ
DM1NGExZjBk/view?sort=name&layout=list&num=50, em: 07/08/20, às 21:03 h.
 Para que tudo corresse bem e o defunto chegasse são e salvo
diante do Tribunal de Osíris, para que finalmente recebesse um
julgamento que o absolvesse e lhe desse a vida eterna junto aos
deuses viajando na Barca Solar, ele - o morto – Precisava estar
equipado com as fórmulas fúnebres contidas no Livro. Quando o
morto transpassava os portões do outro mundo, era necessário que
ele já estivesse preparado para enfrentar toda espécie de
adversidades. Encontramos esta passagem nos escritos do professor
Antônio Brancaglion Jr. (BRANCAGLION Jr., 2011: 01), no Egito
faraônico, diversos documentos encontrados indicam que o Livro
dos Mortos teve sua origem no Segundo Período Intermediário, e
que era designado a sepultamentos de membros da Família Real, do
final da XVII e início da XVIII Dinastia, todo escrito em hieróglifo
cursivo sobre os sudários de linho que envolvia as múmias.
(BRANCAGLION, 2011: 01 apud HUTFLESZ, 2018: 08)
 O Livro dos Mortos do Antigo Egito, FAAP. São Paulo: 2008.
 No Livro do Amduat, alguns capítulos se destacam.
Tais como, o capítulo XXVI, que era freqüentemente
utilizado com a finalidade de devolver o coração ao
morto; O capítulo XXVII, para que o falecido não
tivesse seu coração arrebatado de si mesmo diante do
Tribunal do deus Osíris;

 Imagem:
 www.wikipedia.com.br, em: 08/08/20, às 17:17 h.
 1. Sennedjem na
 vida após a morte:
 O campo dos juncos

 Imagem 1: https://edukavita.blogspot.com/2016/04/afterlife-egipcio-o-campo-de-juncos.html, em: 07/08/20, às 21:23 h.


 Imagem 2: www.pinterest.com.br, em: 08/08/20 às 17:22 h.
 O texto era geralmente escrito num rolo de papiro,
com belas vinhetas coloridas que ilustravam as
colunas de hieróglifos cursivos, como se pode ver,
por exemplo, num dos melhores exemplares
chegados até nós: o papiro feito para o escriba
Ani, da XIX dinastia (meados do século XIII a. C.),
que se encontra no British Museum.
 O capítulo 186, pretende ser a exaltação da deusa
Hathor como senhora do Ocidente, isto é, como
zeladora da necrópole tebana. (ARAÚJO,2003:
469-470)
 Já o capítulo LXV servia para prover a saída
da alma do morto à luz do dia, pois este
andaria livremente pela terra e veria
novamente a luz do sol; capítulo LXVII: Com
ele o morto abriria todas as Portas do Além,
já que assim, sua jornada cósmica seria mais
tranqüila; O capítulo XCI, recitado de forma
que a alma não fosse capturada no Além por
monstros ou serpentes cruéis;
 O Capítulo CXXV eram as palavras recitadas na
entrada do Santuário de Maat. Desta forma,
estaria recebendo maior proteção da deusa
contra todos os perigos que o aguardavam
nesse lugar de escuridão; Por fim, devemos nos
lembrar da importância de se proferir
corretamente a Confissão Negativa de N.°I:
Papiro Nu; A Confissão Negativa de N.ºII:
Papiro Nebseni. (FREITAS, 1982: 42-138)
 Ernest Alfred Thompson Wallis Budge foi um famoso arqueólogo
britânico, que realizou escavações no Egito, no Sudão e na Mesopotâmia.
Durante 27 anos, foi diretor do departamento de antiguidades asiáticas
e egípcias do Museu Britânico.
 Budge foi responsável pela descoberta das Seis Múmias pré-dinásticas de
Gebeleim, que são as múmias mais antigas já encontradas. Uma delas é
Ginger, que está exposta no Museu Britânico desde 1901.
 Nesta obra, o texto traduzido por Budge descreve o futuro da alma de
Ani no mundo intermediário após a morte, mundo este que era
conhecido pelos antigos egípcios como Duat, o que para os católicos é o
purgatório.
 O conteúdo deste livro explica a vida em sua continuidade e a condição
da alma reencarnada. Os textos religiosos egípcios contêm todas as
doutrinas espirituais que a maior parte dos seres humanos aspira
aprender. “Que nenhuma mentira seja dita contra mim na presença de
Deus...”
 ALLEN, James P. (1989) - La cosmología de los textos de las pirâmides. Publicado em Yale
Egyptological Studies 3. Religion and Philosophy in Ancient Egypt.
 ANDREWS, Carol. (1998) – Amulets of Ancient Egypt. Austin: University of Texas Press.
 (2010) – Introduction. In: FAULKNER, Raymond O. The Ancient Egyptian Book of the
Dead.London: The British Museum Press.
 ARAÚJO, Emanuel. (2000) - Escrito para a Eternidade: A literatura no Egito Faraônico.
Brasília: UnB.
 ASSMANN, Jan. (2003) – Mort et au-delà dans l´Égypte ancienne. Mónaco: Editions du
Rocher.
 (1989) – Death and Initiation in the Funerary Religion of Ancient Egypt.
Originalveröffentlichung in: W.K. Simpson (Hrsg.), Religion and Philosophy in Ancient
Egypt,Yale Egyptological Studies 3, S. 135-159.
 BAHN, Paul. RENFREW, Colin. (1991) - Archaeology. Theories,
Methods and Practice. Third Edition, Thames & Hudson.
 BARD, K. A. (2007) - Introduction to the Archaelogy of Ancient
Egypt. Australia: BlackWell Publishing.
 BARGUET, Paul. (1967) – Le Livre des Morts des Anciens Égyptiens.
Paris: Les Éditions du Cerf.
 LEAL, Tito Barros. Lima, Francisco Wellington Rodrigues. A morte, os
mortos, o julgamento e a salvação no Egito Antigo. REVISTA M. 128 Tito
Barros Leal Rio de Janeiro, v. 3, n. 5, p. 114-128, jan./jun. 2018.
 Fonte das imagens utilizadas
 www.amazon.com
 www.pinterest.com
 www.facebook.com
 www.slideshare.com
 www.wikipedia.com
 www.brasilescola.com
 www.googleacademico.com
 www.megacurioso.com
 www.guiaheu.com
INICIACIÓN A LOS JEROGLÍFICOS EGIPCIOS

PRESENTACIÓN E INSTRUCCIONES INICIALES

OS ACONSEJAMOS QUE LEÁIS ATENTAMENTE ESTE DOCUMENTO ANTES DE EMPEZAR A


TRABAJAR

Estimados estudiantes,

Es un placer para mí daros la bienvenida a este nuevo MOOC de temática egiptológica de la


plataforma Coursera-UAB titulado Iniciación a los jeroglíficos egipcios. Como sabéis, el objetivo del
mismo es el de iniciaros en la lengua egipcia clásica escrita en caracteres jeroglíficos y en la lectura
de textos egipcios sencillos. Espero que el planteamiento del curso os satisfaga y que aprendáis
muchas cosas a la vez que disfrutáis de una de las creaciones más singulares y fascinantes del
espíritu humano: la escritura jeroglífica del Egipto faraónico.

El calendario del curso se extiende en 10 semanas en total, de las cuales la primera es


propedéutica o introductoria (Semana 0), las 8 siguientes constituyen el curso propiamente dicho
(Semanas de 1 a 8) y la última corresponde al cuestionario final del curso (Semana 9).

La razón de la semana propedéutica es que el curso da algunos conocimientos por adquiridos, en


concreto, los que se imparten en los vídeos dedicados a la lengua y a las escrituras egipcias del
MOOC Coursera-UAB de Egiptología. Para asegurarnos de que todos poseéis dichos
conocimientos, dedicamos esta Semana 0 al repaso (para aquellos que habéis hecho ya el MOOC
de Egiptología) o visionado y estudio (para aquellos que no lo habéis hecho) de los vídeos en
cuestión.

Una vez hecho esto, podréis iniciar el curso propiamente dicho, con los vídeos, materiales y tareas
de la Semana 1. Es posible que algunos de vosotros tengáis frescos los contenidos del curso
Coursera-UAB de Egiptología y, tras un rápido repaso, deseéis empezar a trabajar en seguida con
los materiales de la Semana 1. Si es así, ¡adelante! Ya sabéis que tenéis todos los materiales del
curso a vuestra disposición y que podéis calendarizar el trabajo y el aprendizaje como mejor os
convenga. Eso sí: si se desea sacar de él todo el provecho, el curso requiere dedicación y
constancia, y es importante que tengáis esto presente a la hora de planificaros.

Pasemos ya, pues, a presentar el aula y sus secciones. Como habréis visto, el menú del aula
comporta una primera sección titulada SEMANA 1. Esta sección comprende, en realidad, tres
subsecciones: la de ADVERTENCIA IMPORTANTE Y PRESENTACIÓN, la de SEMANA 0 y la que
corresponde a la SEMANA 1 del curso propiamente dicho. La primera incluye el documento que
estáis leyendo; la segunda propone, como queda dicho, una serie de actividades propedéuticas o
introductorias necesarias para iniciar el curso; y la tercera consiste en la primera semana lectiva
del curso como tal. Volviendo a las secciones del aula, siguen a la SEMANA 1 otras ocho secciones

MOOC Coursera en Iniciación a los jeroglíficos egipcios


Prof. Josep Cervelló Autuori
Universitat Autònoma de Barcelona
correspondientes a las restantes semanas, de la 2 a la 9. De la SEMANA 2 a la SEMANA 8 tenéis el
resto de los contenidos del curso, mientras que la SEMANA 9 está dedicada al cuestionario final.

Cada una de las Semanas del aula comporta, a su vez, diversos apartados. El primero de ellos es
siempre el de la GUÍA DOCENTE. Es esencial que, al iniciar cada Semana, leáis este documento
antes de visionar cualquier vídeo o de estudiar cualquier material, pues en él tenéis las
instrucciones precisas del trabajo que debéis hacer en cada caso.

Como veréis, todas las Semanas comportan una cantidad considerable de vídeos y materiales de
estudio y evaluación, y es importante que sepáis en qué orden y de qué manera debéis trabajarlos.
Por eso las Guías Docentes son esenciales: si seguís sus instrucciones, todo va a resultar muy fácil.

La sección del aula dedicada a la Semana 0 comporta, además de la GUÍA DOCENTE, otros dos
apartados: VÍDEO y ACTIVIDADES PROPEDÉUTICAS. Por tratarse de una Semana de introducción,
estos apartados son distintos a los de las demás Semanas.

Las secciones del aula dedicadas a las Semanas de 1 a 8 comportan, además de la GUÍA DOCENTE,
los apartados siguientes:
VÍDEOS
MATERIAL Y RECURSOS DOCENTES
EJERCICIOS-AUTOEVALUACIÓN
CUESTIONARIO
(las Semanas 7 y 8 carecen del apartado MATERIAL Y RECURSOS DOCENTES, porque todos los
materiales y recursos complementarios del curso se proporcionan en las Semanas de 1 a 6).

Semana a Semana, deberéis proceder siguiendo las instrucciones de las Guías Docentes,
descargándoos los distintos materiales de estudio y evaluación de los apartados correspondientes
del aula, procediendo a su visionado, lectura y estudio, y realizando las actividades de
autoevaluación y los cuestionarios de evaluación, siempre de acuerdo con tales instrucciones.

Finalmente, la sección del aula dedicada a la Semana 9 contiene un solo apartado: el de


CUESTIONARIO FINAL.

En cuanto a la evaluación, como veréis, consta de dos momentos. El primero es el de la


autoevaluación. Cada Semana os proponemos una serie de ejercicios para que apliquéis y fijéis los
conocimientos adquiridos. La finalidad de estos ejercicios es el autoaprendizaje y, por eso, se
acompañan siempre de su solucionario, con objeto de que, una vez hecho el trabajo, podáis
contrastar si lo habéis hecho correctamente y si todo ha quedado bien entendido y bien asimilado.
Naturalmente, para un óptimo proceso de aprendizaje, es preceptivo que primero hagáis los
ejercicios y, solo después, las comprobaciones en el solucionario. Una vez realizados estos
ejercicios y asimilados los conocimientos de la Semana, podréis pasar a realizar el cuestionario de
evaluación correspondiente, que constituye la evaluación efectiva del curso. Una vez concluidas
las 8 Semanas y realizado el cuestionario de la Semana 8, deberéis realizar y superar, como sabéis,
el cuestionario final del curso (Semana 9), que completa la evaluación efectiva del curso.

MOOC Coursera en Iniciación a los jeroglíficos egipcios


Prof. Josep Cervelló Autuori
Universitat Autònoma de Barcelona
Dadas estas primeras indicaciones sobre la dinámica del curso, pasemos ahora a presentar los
contenidos de cada una de las Semanas.

Semana 0

Actividades propedéuticas: visionado y estudio o repaso de los vídeos sobre lengua y escrituras del
antiguo Egipto del MOOC Coursera-UAB de Egiptología y realización de un cuestionario inicial.

Semana 1

Los sonidos del egipcio clásico (nociones de fonología). La escritura jeroglífica: tipos de signos,
funciones y uso. Transliteración al alfabeto latino (eventualmente enriquecido con diacríticos) de
las secuencias consonánticas anotadas por los jeroglíficos. Orientación y disposición delos signos
jeroglíficos en la caja virtual de escritura.

Ejercicios de lectura y escritura. Ejercicios de traducción de secuencias breves (sintagmas


nominales).

Semana 2

Las partes de la oración en egipcio clásico: variables (sustantivo, adjetivo, pronombre, verbo) e
invariables (adverbio, preposición, otros tipos de palabras gramaticales). La flexión nominal:
terminaciones de género y número de sustantivos y adjetivos calificativos. El sintagma nominal: el
sustantivo y sus complementos.

Ejercicios sobre la flexión nominal. Ejercicios de traducción de sintagmas nominales (sustantivos


con sus complementos).

Semana 3

Introducción a la sintaxis de la oración del egipcio clásico: los cinco tipos de oraciones (oración de
predicado verbal / preposicional o adverbial / pseudoverbal / adjetival / sustantival). La oración de
predicado preposicional o adverbial con sujeto nominal.

Ejercicios de traducción de oraciones de predicado preposicional y adverbial con sujeto nominal.

Semana 4

Particularidades gráficas de la escritura jeroglífica egipcia. Introducción a los pronombres


personales. El pronombre personal sufijo: formas y funciones. La oración de predicado
preposicional o adverbial con sujeto pronominal (= pronombre sufijo). La oración de predicado
adjetival con sujeto nominal.

Ejercicios sobre las particularidades gráficas de la escritura jeroglífica. Ejercicios de traducción de


sintagmas nominales, de oraciones de predicado preposicional, adverbial y adjetival y de un texto
literario (pasaje de la Historia de Sinuhé).

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Universitat Autònoma de Barcelona
Semana 5

El pronombre personal dependiente: formas y funciones. La oración de predicado preposicional o


adverbial con sujeto pronominal (= pronombre dependiente). La oración de predicado adjetival
con sujeto pronominal (= pronombre dependiente). Los numerales y las cifras.

Ejercicios con numerales. Ejercicios de traducción de oraciones de predicado preposicional,


adverbial y adjetival y de textos epigráficos (inscripciones funerarias de un personaje privado).

Semana 6

Los adjetivos y sustantivos de relación o nisbes. La fórmula de ofrendas.

Ejercicios de traducción de sintagmas y oraciones con adjetivos y sustantivos nisbes y de textos


epigráficos (estelas funerarias de personajes privados).

Semana 7

Introducción al verbo del egipcio clásico. El infinitivo: formas y usos. La oración de predicado
pseudoverbal de infinitivo.

Ejercicios de traducción de sintagmas con infinitivos, de oraciones de predicado pseudoverbal de


infinitivo y de textos epigráficos (leyendas de escenas en tumbas de personajes privados).

Semana 8

Las formas verbales de la conjugación sufijal: el subjuntivo y el perfecto. La oración de predicado


verbal y el orden de sus elementos sintácticos: la ley de la precedencia.

Ejercicios de traducción de oraciones de predicado verbal y de textos literarios (pasajes del Cuento
del náufrago y de la Historia de Sinuhé).

Semana 9

Cuestionario final.

Os informo, para terminar, de que en los vídeos se remite a menudo al libro:

Cervelló Autuori, J. 2015 (1ª ed.), 2016 (2ª ed.). Escrituras, lengua y cultura en el antiguo Egipto. El
espejo y la lámpara 11. Bellaterra: Ediciones de la UAB.

En él podréis profundizar en muchas de las cuestiones que se plantean en las primeras Semanas
del curso. Si os interesa, podéis adquirirlo en versión papel o ebook:

http://publicacions.uab.es/llibres/fitxa_web_llibres.asp?ID=1939

Es muy importante aclarar que la lectura de este libro no es obligatoria ni necesaria para seguir el
curso; se trata tan solo de informaros de su existencia por si queréis profundizar en aspectos

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Universitat Autònoma de Barcelona
puntuales y en temas que no tocaremos en este curso, como, por ejemplo, el del origen de las
escrituras egipcias o el del origen del alfabeto a partir de una serie de jeroglíficos egipcios.

Y hasta aquí la presentación e instrucciones iniciales del curso. Ahora ya estáis preparados para
empezarlo.

¡Adelante, pues, y provechoso y feliz aprendizaje!

Josep Cervelló Autuori

MOOC Coursera en Iniciación a los jeroglíficos egipcios


Prof. Josep Cervelló Autuori
Universitat Autònoma de Barcelona
MINI
CURSO
ONLINE

Profª Amanda M. Hutflesz


2020
 Os egípcios utilizavam o termo medjunetjer, que
significa “a palavra do deus” ou “palavra divina”, para
designar o tipo de escrita hieroglífica. O
termo hieróglifo tem origem grega e expressa o
mesmo significado, isto é, “inscrição sagrada”, dos
radicais: hieros, sagrado, e glyphein, gravar. O
hieróglifo, portanto, era considerado o tipo de
símbolo mediador entre a mente divina criadora e o
mundo criado. Através dessa escrita, os sacerdotes e
escribas egípcios poderiam referir-se à criação divina e
ao próprio divino, servindo-se dos símbolos por ele
fornecidos que eram passíveis de serem associados às
coisas existentes.
 A escrita que se desenvolveu na antiga
civilização egípcia encontrava-se envolta em
mistério até o ano de 1822, quando o
pesquisador
francês Jean François Champollion decifrou a
famosa pedra de roseta, na qual se
encontravam caracteres demóticos, gregos e
os hieróglifos. No Egito, o hieróglifo foi o tipo de
escrita que mais exerceu influência na sociedade,
haja vista que era a escrita predominante em
livros sagrados e nas demais peças fundamentais
da Literatura.
 Hieróglifo ou hieroglifo
 É como foram chamados cada um dos
caracteres usados como escrita no Egito Antigo.
As escritas logográficas que são pictográficas
na forma de modo a lembrar o antigo egípcio,
são às vezes também chamadas de
"hieróglifos".
 Tópicos da Gramática em Escrita Egípcia Antiga: (Egípcio
Clássico)
 Gênero= Masc/Fem
 Número= Sing/Plur
 Substantivos
 Verbos= Uniliteral,Bilíteral/trilíteral
 Adjetivos
 Advérbios
 Preposições
 Pronomes demonstrativos
 Numerais
 Determinante semântico
 Inversão Honrosa
 Ideograma
 Pictograma
 Fonograma...
 Fonte: http://literacomunicq.blogspot.com/2014/03/aescrita-egipcia-aescrita-no-egito-
tem.html, em: 19-10-20, às 21:03 h
 Transposição Honorífica (ou inversão
honrosa) =

 O substantivo deus ou rei sempre vai


aparecer escrito na frente dos demais
elementos que compõem a frase.

 Respeito e importância!
Fonte: www.historiaviva.com.br, em: 19-10-20, às 20:48 h
historiaviva.blogger.com
 Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 20/10/20, às 14:44 h
 Fonte: http://www.mat.ufpb.br/bienalsbm/arquivos/Mini-Cursos/PatriciaAires/Sistemas-de-Numera%C3%A7%C3%A3o-
Antigos-Patricia.docpdf.pdf , em: 20/10/20, às 14:01 h.
 Fonte: https://oglobo.globo.com/rioshow/egito-antigo-cinco-atracoes-imperdiveis-na-
exposicao-no-ccbb-1-24222971, em:19/10/202< às 19:55 h

 Htp di nsw =Uma oferenda


 que o rei faz a Osíris, Senhor
 de Ábidos, Jentiamentiu,
 o primeiro dos Ocidentais

Estela funerária de
 Mekimontu -XVIII
 Dinastia (1539-1292 a.C.)
Data:

Século III a.C. ,

Período Ptolemaico

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Estela_de_Tasherienbastet_(HR)_(26771116285).jpg,
em: 19/10/20, às 20:03 h
Fonte: file:///C:/Users/pedro/Downloads/246339-172185-1-
SM%20(2).pdf, em:19-10-20, às 20:43 h
 No 3º período intermediário algumas inscrições em
monumentos foram escritas em hierático, o que constituiu
também um ponto de partida para o hierático anormal,
utilizado na região de Tebas, e para o demótico, escrita
cursiva do Norte a partir de 700, e de todo o Egito por volta
de 600.

 A escrita hierática pode sempre ser transcrita em


hieróglifos, embora o resultado não seja o mesmo que um
texto originalmente hieroglífico, mas o demótico é auto-
suficiente, referindo-se, no máximo, ao hierático.
Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 10/09/20, às 21:41 h
 Foi a partir do V século a.C que houve mais
uma mudança na maneira de se escrever a
forma gramatical de plural.
Os escribas passam a escrever 3x um traço,
ou bolinha, para demonstrar o conceito de
múltiplos, quantidade, e não mais
desenhavam o hieróglifo (pessoa, animal,
etc) 3 x na cena.
 ANTES: Egípcio Arcaico
 DEPOIS: EGÍPCIO CLÁSSICO
 Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
 Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
 Palavras terminadas em t= G. Feminino
 (atenção: há exceções)

 Mwt=mãe
 Hmt=esposa
 Nbt=senhora
 Twt=imagem
 St=mulher
 S3t=filha
 Snt=irmã
Organização
 “Os escribas agrupavam os hieróglifos de
maneira que formassem um visual mais
harmonioso. Em muitos registros, os
desenhos de deuses e Faraós serviam já como
Hieróglifo (significado/contexto), não
precisando o escriba repetir o nome deles.”
Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:08 h
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
 “Os hieróglifos não apresentavam espaços
entre um sinal e outro. Para indicar onde
iniciava e acabava uma palavra, eram usados
alguns sinais que determinavam a qual grupo
tal palavra pertencia, dando também a idéia
do término desta. A forma com que os escribas
organizavam os sinais facilitava essa
compreensão.”
 Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:15 h
 ”A beleza dos hieróglifos é o que chama a atenção
de todos. A perfeição com que eram reproduzidos
é fascinante e encanta pessoas que ainda hoje os
usam das mais variadas maneiras (tatuagens,
decoração, quadros…). Na escrita Hieroglífica
havia também o respeito pelos deuses, que eram
retratados sempre primeiro em alguns textos
(nomes de Faraós eram mais comuns). É o que os
egiptólogos chamam de “Inversão Respeitosa.”
 Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:15 h
 Um cartucho (ou cartela) é um símbolo com uma
forma oblonga, rematado por um traço, onde se
escrevia o nome de um rei do Antigo Egito.
 Em português, a designação "cartucho" originou-
se do francês "cartouche", termo cunhado pelos
soldados de Napoleão Bonaparte na época da
invasão ao Egito, quando notaram uma
semelhança entre o desenho e os cartuchos das
suas balas. Na língua egípcia o cartucho era
designado "chenu".
AA KHEPER N RA
GRANDE É A
MANIFESTAÇÃO DE RÁ
Tutmes II ou Tutmose II foi o quarto rei da
XVIII Dinastia egípcia.
 MN HPRW RA

 Estável é a
 manifestação de Rá.
 foi o sexto faraó da XVIII dinastia egípcia,
 da época do Império Novo.
 MA’AT KA RA: VERDADEIRO É O ESPÍRITO DE RÁ.
 Hatshepsut foi uma grande esposa real, regente e rainha-faraó do Antigo
Egito. Viveu no começo do século XV a.C., pertencendo à XVIII Dinastia
do Reino Novo. O seu reinado, de cerca de vinte e dois anos, corresponde
a uma era de prosperidade econômica e relativo clima de paz.
Ramssés II: Poderosa é a justiça de Rá, gerado por Rá/Amado de Ámon

Fonte: www.viagemnotempo.com.br, em: 05/09/20, às 15:09 h


 1279 – 1213 A.c

 O FILHO DA LUZ

 O FILHO DO SOL

 GOVERNOU POR 66 ANOS NO EGITO


 TEVE MAIS DE 100 FILHOS
 ESPOSA PRINCIPAL: A RAINHA NEFERTARI
Imagens: www.google.com.br, em: 07/09/20, às 17:57
h.

 1922 : O arqueólogo
Howard Carter descobre a
a tumba do faraó-menino.

Tut Ankh Amen antes da


Reforma de Amarna,
chamava-se
Tut Ankh Aten:
“Imagem viva de Aten”.

Heliópolis do Sul=Jwnw /Governante de Heliópolis do Sul


Século XVIII a.C,
Médio Império,
The State Hermitage
Museum,
São Petersburgo,
Rússia
 1ª Linha: Uma oferenda que o rei dá a Osíris –
Jentiamentiu – Grande deus, Senhor de Ábidos
 2ª Linha: Upuaut, Senhor da Terra
Sagrada (necrópolis) para que ela dê uma
invocação de oferendas de pão, cerveja,
bois, aves, peças de linho, alabastro
 3ª Linha: Incenso, azeite, todas as
coisas boas, puras e oferecidas
 4ª Linha: para o ka do supervisor de
ceramistas Ayenpepitahsokar
justificado, nascido da casa de Iter,
justificada
 5ª Linha: Seu filho Sarevy, justificado,
seu filho Iy, justificado, sua filha
Satptah, justificada
 6ª Linha: sua filha, sua amada Iti,
justificada, sua esposa a Senhora da
Casa Hepi, justificada.
Crédito: https://antigoegito.org/a-
escrita-dos-hieroglifos/, em: 10/09/20,
às 21:42 h
 NA LÍNGUA EGÍPCIA NÃO

 HÁ VOGAIS, APENAS

 SEMI VOGAIS.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 19/10/20, às 18:50 h
 Quando as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a direita, lê-se os
Hieróglifos da direita para a esquerda.
 Caso as figuras animadas ou animais estiverem
olhando para a esquerda, lê-se a inscrição da
esquerda para a direita.
 No caso de Estelas e Obeliscos, em geral, lê-se
de cima para baixo, na horizontal.
https://en.wikipedia.org, em: 10/09/20, às 21:31 h
 Fonte https://www.10emtudo.com.br/atividade/atividades-para-sala-de-aula-educacao-artistica-o-
egito-antigo-hieroglifos/, em: 19-10-20, às 20:58 h
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 20/10/20, às 14:30 h
 1-TA MRI= A TERRA AMADA
 2-DESHRET, DSRT=TERRA VERMELHA
 3-TA MEHU(ALTO EGITO)=TERRA DOS
PAPIROS
 4-TA SHEMAU= (BAIXO EGITO)
 Os faraós passam a ser designados por 5
epítetos reais:
 1-Hórus Vivo (rei, faraó que vive no palácio)
 2-Hórus de Ouro (todo faraó vivo é um Hórus)
 3-Duas Senhoras (deusas protetoras da
realeza faraônica, Alto e Baixo Egito)
 4-Filho de Rá
 5-Rei do Alto e do Baixo Egito (após a
unificação do Sul e do Norte por Menés)
 ALLEN, James P. (1989) - La cosmología de los textos de las pirâmides. Publicado em Yale Egyptological Studies
3. Religion and Philosophy in Ancient Egypt.
 ANDREWS, Carol. (1998) – Amulets of Ancient Egypt. Austin: University of Texas Press.
 (2010) – Introduction. In: FAULKNER, Raymond O. The Ancient Egyptian Book of the Dead.London: The
British Museum Press.
 ARAÚJO, Emanuel. (2000) - Escrito para a Eternidade: A literatura no Egito Faraônico. Brasília: UnB.
 ASSMANN, Jan. (2003) – Mort et au-delà dans l´Égypte ancienne. Mónaco: Editions du Rocher.
 (1989) – Death and Initiation in the Funerary Religion of Ancient Egypt. Originalveröffentlichung in:
W.K. Simpson (Hrsg.), Religion and Philosophy in Ancient Egypt,Yale Egyptological Studies 3, S. 135-159.
 (2009) – (Heidelberg). Der Mythos des Göttkönigs im Alten
 https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 07/09/20, às 17:47 h.
 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hieroglifos-egipcios.htm, em: 24-10-20, às 14:35 h.
 https://antigoegito.org/nomes-do-antigo-egito/, em: 24-10-20, às 14:59 h.
MINI CURSO ONLINE

Profª Amanda M. Hutflesz


2020
 Epigrafia é uma ciência auxiliar da história,
na qual se estudam as inscrições antigas,
ou "epígrafes", gravadas em matérias
sólidas, visando obter a decifração,
interpretação e classificação das inscrições.
 Hieróglifo ou hieroglifo é como foram
chamados cada um dos caracteres usados
como escrita no Egito Antigo. As escritas
logográficas que são pictográficas na forma
de modo a lembrar o antigo egípcio, são às
vezes também chamadas de "hieróglifos".
 Para os Antigos Egípcios, existiam 2 tipos
de eternidade:

 A- NENEH – Cíclica – Noção de retorno


 (para sempre)

 B- DJET – Linear – cursiva


 (Eternamente) por toda a eternidade
 Hunefer foi um escriba do Antigo Egito. Viveu
em Tebas durante a XIX dinastia egípcia. A sua
cópia do Livro dos Mortos, preparada por volta
de 1375 a.C., juntamente com o chamado
Papiro de Ani, constitui-se em um exemplo
clássico desta obra funerária.
 Rio de Janeiro: Capital do Império

 O Museu Real foi fundado por D. João VI


(Museu Nacional)

 Biblioteca Nacional

 Teatro Municipal

 Jardim Botânico
 O comerciante italiano Nicolau Fiengo sai de
Marselha (França) em 1826, no navio Gustavians
e chega ao porto do Rio de Janeiro.
 Desde abril de 1825, o Imperador mandava
reforços para a esquadra brasileira no rio da
Prata, na tentativa de bloquear o acesso ao
porto de Buenos Aires. Impedida de atracar ali,
a nau francesa que transportava Nicolau
Fiengo fez meia-volta e, no dia 14 de junho de
1826, veio dar na costa do Rio de Janeiro.
 1871/72 e 1875/76 O Imperador viajou ao Egito

 Fez algumas cadernetas onde anotou todos


os fatos de suas viagens

 Recebeu do Quediva Ismail um sarcófago de


presente: A múmia sacerdotisa-cantora do
Templo de Ámon, em Tebas: Sha Amun em
Su
mn hprw ra
Tutmose III
Estável é a manifestação de Rá
dwhty ms s djehuty
https://en.wikipedia.org/wiki/Ushabti, em: 10/09/20, às 21:23 h
https://en.wikipedia.org, em: 10/09/20, às 21:31 h
Crédito: https://antigoegito.org/a-
escrita-dos-hieroglifos/, em: 10/09/20,
às 21:42 h
 Estela do faraó Pepi:
 São Petersbugo, Rússia

 Neferkara Pepi ou Pepi II


 (2287 a.c. - 2187 a.C.)
 foi o quinto rei da VI dinastia egípcia
 e é considerado como o último
 faraó de destaque da época
 histórica denominada Império Antigo.
 Ele sucedeu a seu meio-irmão Merenré I.

Imagem: www.pinterest.com.br, em: 05/09/20, ás 14:06 h


 1ª Linha: Uma oferenda que o rei dá a Osíris –
Jentiamentiu – Grande deus, Senhor de Ábidos
 2ª Linha: Upuaut, Senhor da Terra Sagrada
(necrópolis) para que ela dê uma invocação
de oferendas de pão, cerveja, bois, aves,
peças de linho, alabastro
 3ª Linha: Incenso, azeite, todas as coisas
boas, puras e oferecidas
 4ª Linha: para o ka do supervisor de
ceramistas Ayenpepitahsokar justificado,
nascido da casa de Iter, justificada
 5ª Linha: Seu filho Sarevy, justificado, seu
filho Iy, justificado, sua filha Satptah,
justificada
 6ª Linha: sua filha, sua amada Iti, justificada,
sua esposa a Senhora da Casa Hepi,
justificada.
 Um cartucho (ou cartela) é um símbolo com
uma forma oblonga, rematado por um traço,
onde se escrevia o nome de um rei do Antigo
Egito.
 Em português, a designação "cartucho"
originou-se do francês "cartouche", termo
cunhado pelos soldados de Napoleão
Bonaparte na época da invasão ao Egito, quando
notaram uma semelhança entre o desenho e os
cartuchos das suas balas. Na língua egípcia o
cartucho era designado "chenu".
AA KHEPER N RA

GRANDE É A
MANIFESTAÇÃO DE RÁ
 MN HPRW RA

 Estável é a
 manifestação de Rá
 MA’AT KA RA

 VERDADEIRO
 É O ESPÍRITO
 DE RÁ
Imagens: www.google.com.br, em: 07/09/20, às
17:57 h.

 1922 : O arqueólogo
Howard Carter descobre a
a tumba do faraó-menino.

/Governante de Tebas Tut Ankh Amen antes da


Reforma de Amarna,
chamava-se
Tut Ankh Aten:
“Imagem viva de Aten”.
Ramssés II: Poderosa é a justiça de Rá, gerado por Rá/Amado de Ámon

Fonte: www.viagemnotempo.com.br, em: 05/09/20, às 15:09 h


 No 3º período intermediário algumas inscrições em
monumentos foram escritas em hierático, o que constituiu
também um ponto de partida para o hierático anormal,
utilizado na região de Tebas, e para o demótico, escrita
cursiva do Norte a partir de 700, e de todo o Egito por volta
de 600.

 A escrita hierática pode sempre ser transcrita em


hieróglifos, embora o resultado não seja o mesmo que um
texto originalmente hieroglífico, mas o demótico é auto-
suficiente, referindo-se, no máximo, ao hierático.
Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 10/09/20, às 21:41 h
 Os hieróglifos cursivos desapareceram por
volta do primeiro milênio antes de Cristo,
enquanto a escrita hierática foi utilizada
até ao fim em textos religiosos; a escrita
demótica era utilizada para negócios,
literatura e em ocasionais inscrições em
pedra.

 Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 10/09/20, às


21:42 h
 ALLEN, James P. (1989) - La cosmología de los textos de las pirâmides. Publicado em Yale
Egyptological Studies 3. Religion and Philosophy in Ancient Egypt.
 ANDREWS, Carol. (1998) – Amulets of Ancient Egypt. Austin: University of Texas Press.
 (2010) – Introduction. In: FAULKNER, Raymond O. The Ancient Egyptian Book of the
Dead.London:The British Museum Press.
 ARAÚJO, Emanuel. (2000) - Escrito para a Eternidade: A literatura no Egito Faraônico. Brasília:
UnB.
 ASSMANN, Jan. (2003) – Mort et au-delà dans l´Égypte ancienne. Mónaco: Editions du Rocher.
 (1989) – Death and Initiation in the Funerary Religion of Ancient Egypt.
Originalveröffentlichung in: W.K. Simpson (Hrsg.), Religion and Philosophy in Ancient Egypt, Yale
Egyptological Studies 3, S. 135-159.
 (2009) – (Heidelberg). Der Mythos des Göttkönigs im Alten
 https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 07/09/20, às 17:47 h.
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São Paulo. Orientadora: Professora Doutora Márcia Isabel D’Agostino Flemimng: São
Paulo.
VERNUS, Pascal. (2015) - Les sagesses dans la Littérature Pharaonique. Editora:
Clio, Voyage Culturel.

 Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
Sobre os templos egípcios

“Provavelmente, a maior concentração de iconografia e textos está nos templos, que


também são elementos de legitimidade, poder e culto, para o monarca e para o deus a ser
cultuado. O templo de Hatshepsut, os templos de Akhenaton, em Karnak, e mais
especificamente os templos de Luxor e Abu Simbel, no templo de Ramsés II, servirão
como exemplos.”
(GRALHA, 2002: 104)

“Os egiptólogos costumam dividir os templos egípcios em vários tipos: Entretanto, duas
categorias são mais importantes: A primeira, relacionada àqueles que são dedicados ao
culto dos deuses; e a segunda, aos dedicados aos cultos funerários. Esta divisão não pode
ser tomada como regra geral, sobretudo no Reino Novo, período em que a relação entre
o deus o monarca é tal que o templo mortuário de torna o lugar para o culto de ambos. É
o caso, por exemplo, do templo de Ramsés II, em Abu Simbel.”
(GRALHA, 2002: 104)

“Costuma-se pensar no templo coo local exclusivamente sagrado, mas no Egito, ele
possuía uma função social. Além de representar o céu e o mundo inferior, possuía certa
vinculação com o mundo natural como elemento que estava inserido na esfera política,
econômica e social tornando-se um recurso de grande importância para a organização do
Estado. O templo era o cosmo no microcosmo, representava o corpo do deus no Período
Raméssida, era local de troca, redistribuição e e mercado na economia egípcia. Ele,
também, empregava um grande número de pessoas: Sacerdotes, funcionários estatais,
escribas, artistas, escultores, padeiros, carpinteiros, etc. Talvez, a característica de maior
interesse aqui seja configurar o lugar onde a dualidade representada pelos deuses (ou pelo
deus primordial) e pelo o monarca divinizado pudesse manter a ordem universal,
afastando pois, o caos.”
(GRALHA, 2002: 104)

1
“O templo mortuário ou funerário, termos adotados pelos egiptólogos do século XIX, foi
construído para sustentar a vida daqueles que tinham passado para o além-túmulo. Em
períodos remotos, os egípcios acreditavam que havia necessidade de suprir de água e
alimento o ka do falecido. Esta prática continuou no Reino Novo, mas, segundo pesquisas
recentes, de uma forma simbólica. Pensa-se que os egípcios acreditavam que o ka seria
alimentado através da essência das oferendas.”
(GRALHA, 2002: 104)

“Recentemente, passou-se a utilizar o termo ‘memorial temple’, que poderíamos traduzir


como ‘templo dedicado à memória do monarca’, uma vez que alimentá-lo não seria a
única ação. Ao que parece, havia uma ritualística para manter viva a memória do rei, haja
vista que o monarca era um deus. Assim, O templo, além de possuir ritos funerários e
ritualística em memória do monarca, era também o local de culto aos deuses. No entanto,
o templo já funcionava durante a vida do faraó construtor. Acreditamos que esse templo
tinha mais uma função: Não era somente o local de culto à memória do rei, mas também,
era o local em que o monarca era cultuado como deus em vida após a sua morte,
perpetuando assim, a sua memória.” (GRALHA, 2002: 105)

“O templo podia ter um tempo sagrado e se tornar um espaço santo quando unido aos
rituais e festivais. Seria o lugar e o momento aonde homens e os deuses poderiam estar
unidos, aparecer de forma transparente num processo de comunicação, no qual seria
afirmada, diariamente, a presença da divindade e a renovação dos compromissos entre
divindade e homens, e vice-versa. Desta forma, o monarca, tornar-se-ia representante e
mediador da humanidade, reafirmando a vitória da existência sobre a não-existência
(caos) e afastando a tal inexistência para além das fronteiras do Egito. Por conseguinte, o
espaço sagrado do templo poderia ser justificado através dos mitos cosmogônicos.”
(GRALHA, 2002: 105)

“Mediante o exposto, o templo poderia refletir a visão egípcia do cosmo e a forma pela
qual a natureza dual do monarca deveria ser exercida, assim, a imagem do faraó na parede
externa do templo seria colossal, podendo ser representada como um guerreiro divino,
subjugando os inimigos, que, apesar de serem desenhados como humanos, podiam
representar as forças caóticas a serem derrotadas.” (GRALHA, 2002: 105)

2
“A ideia primordial era representar a vitória sobre o caos que deve ser afastado. Além
disso, a visão de um pilone egípcio a que se associavam estátuas colossais, ricamente
decorado com a representação do monarca, pode ter propiciado através da imagem uma
forma de legitimidade do rei como representante maior na teocracia faraônica para as
populações (o que Ramsés II parece ter feito muito bem). Contudo, nas área internas do
templo, aonde o acesso era restrito a alguns segmentos sacerdotais, o monarca era
representado em proporções menores, sendo entendido como um elemento da
humanidade que cuida e atende às necessidades dos deuses, especialmente, o pai divino,
deus dinástico, que irá abençoá-lo, promoter apoio, fortifica-lo e garantir o poder
necessário à manutenção do mundo dos homens e do mundo natural, afastando, portanto,
todo o caos.” (GRALHA, 2002: 105)

“O objetivo é explorar nos limites impostos e este meio, a ideia de que os templos
egípcios, enquanto modelos resumidos do mundo, continham dentro de si uma série de
eixos que ordenavam e davam sentido às varias espacialidades que se podem detectar em
seus recintos.” (OLIVEIRA, 2011: 133)

“Nas palavras de Richard Wilkinson em sua mais recente publicação sobre os templos
egípcios, estes já foram descritos de várias formas: Como mansões dos deuses, modelos
do Egito e do próprio universo, pontos centrais de culto egípcio, portais para o divino, e
talvez mais pitorescamente, como ilhas de ordem num oceano cósmico de caos. Na
realidade, os templos egípcios nunca funcionaram exclusivamente como uma destas
coisas. Mas sim, como todas elas juntas e algumas outras que não foram mencionadas.”
(OLIVEIRA, 2011: 134)

“Podemos considerar dois tipos básicos de templos: os funerários (noção moderna: para
os antigos egípcios, eram ‘mansões de milhões de anos’, associando cada uma o culto de
um determinado faraó em sua associação com o culto divino, desde quando estava vivo,
continuando após a sua morte); e aqueles dedicados aos cultos dos deuses. Enquanto os
da primeira modalidade – de início, geralmente, ligados a uma pirâmide ou a um túmulo,
mais tarde, fisicamente separados do lugar de inumação, uma vez o rei morto, serviam
para o seu culto funerário – possuíam formas variadas, os da segunda sempre
apresentaram uma forma mais definida e eram o que se costumava chamar de ‘casas’ ou
domínios dos deuses”. (OLIVEIRA, 2011: 135)

3
“Um ‘domínio do deus’, ou ‘mansão do deus’, era um conjunto de construções de pedra
contendo o edifício do templo e diversas outras parte, armazéns, alojamentos, santuários
secundários, jardins, tudo no conjunto, integrando o complexo que era chamado de
Templo. O espaço do templo propriamente dito era utilizado para ‘guardar’ de uma
maneira ritualizada as estátuas dos deuses, suas famílias e seus animais sagrados.
Construídos em pedra a partir do IIIº milênio a.C avançado, serviam então como palácios
ou residências para um deus (ou deuses) ao qual tivesse sido consagrado e também como
um centro de operações mágicas. O templo egípcio não é um local de orações e
recolhimento público. Seu espaço era restrito a um grupo de pessoas privilegiadas que
deveriam velar pelo deus e ao fazer isso ajudavam a manter a coesão do mundo.”
(OLIVEIRA, 2011: 136)

Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
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4
AULA #02

Amanda Martins Hutflesz


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Referências Bibliográficas das imagens:
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London, pgs: 122; Plate XVI (figuras 3 e 4, referentes as cenas contidas
no Livro dos Mortos do Antigo Egito); 410; 443; 449.

P.122

LIST OF THE NESUBÁTI AND SON OF RÁ NAMES, ETC.

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2
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London.

PLATE XVI – A - (figura 3)


IMAGENS REFERENTES ÀS CENAS CONTIDAS NO “THE BOOK OF THE
DEAD” (o Livro dos Mortos do Antigo Egito).

“The Funeral Procession of the Scribe Ani. From his Papyrus in the British
Museum.”

1. The oxen for sacrifice drawing the bier;


2. A priest holding a censer of burning incense, and sprinkling the bier with natron
water;
3. The bier; By the side of it sits Ani’s wife Tutu;
4. A company of friends one of whom is addressing the mummy;
5. Servants carrying vases of unguents, a cough, a chair, palette;
6. The coffer containing the “Canopic “ Jars.

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3
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London.

PLATE XVI – B - (figura 4)

IMAGENS REFERENTES ÀS CENAS CONTIDAS NO “THE BOOK OF THE


DEAD” (o Livro dos Mortos do Antigo Egito).

The Funeral Procession of the Scribe Ani – continued.

1. Cow and calf for sacrifice and a heap of offerings;


2. The group of wailing women;
3. Servants carrying vegetables, fruit and flowers to the tomb;
4. The ceremony of “Opening the Mouth” at the door of the tomb;
5. An assistant priest carrying a haunch of beef;
6. A priest reciting the text of the Book of Opening the Mouth;
7. Two priests, one holding the implement Urt-hekau, and the other sprinkling
natron water;
8. Anubis receiving the mummy of Ani;
9. Ani’s wife Tutu kneeling at the feet of the mummy.

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4
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London.

PLATE XXX – IMAGENS DE 02 SARCÓFAGOS

IMAGEM 1: Gilded Wooden anthropoid coffin of Án-Ántef , a king of Egypt. XI -


XIVth dynasty. B.M. Nº 6652.
IMAGEM 2: Outer coffin of Hent-mehit, a singing woman of Ámen-Rá.
XXIstdynasty. B.M. Nº51101.

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5
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London.

Sepulcral stele of Tehuti (Tchehuti), a Royal kinsman, overseer of the king’s throne, and
Ka-priest of the king. XIIth dynast. Brit. Mus. Nº 805.

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6
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London.

PLATE XXXIV

Wooden stele of Nesui. Painted with scenes representing the deceased and his soul, with
its shadow, adoring Rá and his gods, and Osiris and his gods. The supports of the stele
are in the formo of the mythological stairway to heaven. On the top of it is the figure of
Nesui’s soul in the formo f a man-headed hawk, which suggests that the stele formed
the resting-place of the soul when it visited the tomb. XXIInd dynasty. B. M. Nº 8468.

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Referências Bibliográficas das imagens:
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London, pgs: 122; Plate XVI (figuras 3 e 4, referentes as cenas contidas
no Livro dos Mortos do Antigo Egito); 410; 443; 449.

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Referência Bibliográfica da imagem:

BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary


Archaeology. London; PLATE XII.

Imagem de Nº 01: Mummy of Artemidorus, with a Greek inscription. About A.D. 300.
B.M. Nº 21810.

Imagem de Nº 02: Painted and gilded cartonnage case for the wife of a Roman Official
in Egypt. About A.D.200-300. B.M. Nº 29585.

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Referência Bibliográfica da imagem acima:

BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary


Archaeology. London. PLATE XII.

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Referência Bibliográfica da imagem:

BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary


Archaeology. London; PLATE XIX.

Imagem de Nº 01: Wooden case for the head of a mummy. XXIInd-XXVIth dynasty.
B.M. Nº 17264.

Imagem de Nº 02: Porcelain pectoral with a human-headedscarab inlaid. XXIst dynasty.


B.M. Nº 29369.

1
 Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

Referência Bibliográfica da imagem acima:

BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary


Archaeology. London. PLATE XIX.

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Referência Bibliográfica da imagem:

BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary


Archaeology. London; P. 446.

“Small hieroglyphic characters. After this period the decoration of the stele
deteriorated, the inscriptions are badly cut and contain many mistakes, and, it is
quite clear that the placing of a stele in the tomb had at that time become a mere
matter of form. On stelae of the Ptolemaic Period the inscriptions are often in
demotic or Greek instead of hieroglyphs, and the upper halves are decorated with
long rows of figures of gods, sometimes cut in high relief, who have the attributes
and wear the costumes of Greek gods. (E.W.B.)”

P.S.: Granite sepulchral stele of Tataá, an overseer of the scribes of Ámen, on


which are cut figures of Ámen, Mut, Khensu, etc. XIX dynasty. From Dêr-al-
Bahari. Brit. Mus. Nº 706.

1
 Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;
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Archaeology. London; P. 446.

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Referência Bibliográfica da imagem:

BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary


Archaeology. London; P. 447.

“ Symbols of the eastern, and western horizons. A typical example is the stele of
Uahabrã (B.M.8464) Here, we have three registers containing: (1) The winged
solar disk of Behut, with pendent uraei of Nekhebit and Uatchit, and the jackals
Anpu of the embalmment chamber and Anpu of the Hall. (2) The boat of the Sun-
god of night Afu, seated on a throne under a fold of the body of the great serpent
Mehen.(E.W.B.)”

P.S.: Limestone sepulchral stele of Th-Imhetep, a priestess of Memphis who died


in the 10th year of the reign of Cleopatra. Brit. Mus. Nº 147.

1
 Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;
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Archaeology. London; P. 447.

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Referência Bibliográfica da imagem:

BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary


Archaeology. London; PLATE XXXI.

Imagem de Nº 01: Painted wooden coffin of Pen-sen-sen-Her, on which is painted


the scene of the Last Judgment. XXVth dynasty. B. M. Nº 24906.

Imagem de Nº 02: Painted coffin from the Oasis of Khârgah. Roman Period. B. M.
Nº 52949.

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1

Katadesmos: Evocar o nome dos mortos e enterrar o inimigo nas


profundezas da terra

Autora: Prof.ª Esp. Amanda Martins Hutflesz (2019)

O especialista em religião Grega Dr. Richard Lindsay Gordon 1 (GORDON,


2002: 266) aponta para um período histórico no qual vem à tona um fator o qual o
professor chama em seu artigo2de “o marco onde ocorreram as ideias de liberdade”. E
ele diz que esse ‘marco’ terá sempre um lugar em seus escritos. Para Gordon (2002), a
época era de ansiedade e insegurança, rodeada por guerras e rumores de guerra. Com
seus homens e mulheres comuns, tendo perdido sua fé nos antigos deuses e sem uma
raiz individual, cuidando para que tivessem garantias e salvação. (GORDON, 2002:
266) Com isso, Gordon (2002) nos traz a alternativa detalhada nos Cultos usuais de
Mistérios, onde era cultuada na Grécia, (séculos V – IV a.C) a deusa Egípcia Isis,
juntamente com os deuses Gregos Dionísio, Cibele e Elêusis. (GORDON, 2002: 266)
Por meio de inúmeras escavações no campo da arqueologia 3, foram achados
vestígios da prática da magia dos katádesmoi (katadesmos) localizados na região da
Península Ibérica, Bretanha, Uley e também na região de Sagunto. As finas lâminas de
chumbo usadas pelos atenienses com finalidade mágica pertencem ao final do V século
a.C.
Esta nova população crescente de Atenas era composta de Gregos e não Gregos,
homens, mulheres, escravos e pessoas livres, mercenários, comerciantes de metal,

1 Richard Lindsay Gordon foi professor do Downing College, Cambridge (Inglaterra), dentre outras,
editor, membro correspondente do Max Weber Kolleg, publicou inúmeros trabalhos nas áreas de História
Antiga e religião Grega. Desde 1988 atua como professor particular na Universität Erkfurt, Alemanha.
2GORDON, Richard Lindsay. Greek Religion. Vol. 49, Edição nº 2. Max Weber Kolleg, Alemanha:
Outubro, 2002, PP. 262-269
3A tabella defixionum de número um é feita de chumbo. A datação da lâmina é de aproximadamente o
século I a.C. O tablete se encontra localizado no Museu Arqueológico Nacional de Madrid, com o número
de inventário: 6652 Corduba, e registrada no Corpus Inscriptionum Latinarum (CIL), com o número: CIL
II2/7, 250. A procedência da lâmina seria da Necrópolis situada no Caminho Velho de Almodóvar, em
Corduba, na Espanha. Tal objeto arqueológico possui as respectivas medidas: 5,2 x 7,5 x 0,4 cm; com as
letras medindo: 0,3/0,4 cm, em formato cursivo. O idioma inscrito seria o latim vulgar, devido aos
desvios gramaticais presentes na inscrição. Ver em: CAMPOS, Carlos Eduardo da Costa. A Magia das
Defixiones Latinas de Corduba (séc. II a.C. ao I d.C.). Universidade do Rio de janeiro, 2011.
2

provenientes de locais situados para além do leste do Mediterrâneo. Essas pessoas se


estabeleceram em pequenos grupos, e cada grupo atuava em determinada atividade
comercial ou social, tanto quanto em sua religião de origem. Contudo, o atual estado do
conhecimento arqueológico sobre o Pireu, não nos permite determinar e afirmar de
forma conclusiva qual era a localização precisa desses santuários de culto dos deuses
estrangeiros em Atenas. (GARLAND, 1987: 101)

Para Robert Garland (1987), que nos permite dialogar com a pesquisa da Dra. Maria
Regina Cândido, (CÂNDIDO, 2004) tal como os demais katádesmoi contém inscrições
em sua superfície que trazem um conjunto de palavras incompreensíveis identificadas
como borfoba a qual se mantêm relação com um cântico de evocação a deusas como
Hekate/Selene (G.W. Eldekian, 1937, pag.387). Há ainda, o nome de outro deus
evocado na lâmina, denominado Bepsy. Para a especialista da área, Dra. Regina, esse
nome está relacionado ao epíteto do deus egípcio Seth que também era reconhecido
como Typhon ou Seth-Typhon. A divindade egípcia conhecida por Seth e a deusa grega
Hekate representam divindades ligadas ao submundo, pois são deuses ctônicos e
noturnos, que geralmente eram evocados com o objetivo de se prejudicar um adversário,
um inimigo a partir da magia expressa através das lâminas de chumbo dos katásdemoi,
visando não apenas prejudicar um oponente, mas para sempre mantê-lo preso a terra,
enterrado, atado junto ao mundo dos mortos.(CÂNDIDO, 2004:21)

Utilizaremos uma abordagem teórico-metodológica acerca do assunto proposto


que trata da interação mágico religiosa entre gregos e egípcios presente nos Katádesmoi
(katadesmos)| em Atenas do século V – IV a.C. O tipo de documentação utilizada para
esta pesquisa se encontra baseado na materialidade encontrada a partir das lâminas de
chumbo dos katádesmoi encontradas em Atenas, no cemitério do Kerameikos, situado
na Ágora ateniense entre os séculos V –IV a.C. Trabalharemos com o recorte dos dados
do documento o qual será feito a partir de metodologia de pesquisa. Descobrir através
das fontes utilizadas como a magia chega a Atenas, séculos V – IV a.C, como os
tabletes de imprecação passam a ser usados para fazer a magia dos Katásdesmoi e como
e porque os deuses egípcios, além dos deuses gregos eram invocados nessa prática
mágica.
3

Como metodologia, pretendo selecionar as informações e apresentar exemplos,


bem como utilizar os conceitos dos autores que trabalham com religião egípcia e grega,
que tratem da temática relacionada ao uso da magia tanto no Egito, quanto em Atenas,
identificando com isso a presença da religião egípcia em Atenas, a entrada de novos
deuses egípcios e seu culto no Porto do Pireu, buscar adquirir um relatório de escavação
sobre os santuários egípcios em Atenas, por meio de pesquisas. Compreender o
imaginário dos gregos sobre a forma pela qual eles enxergavam a religião egípcia às
fontes e teóricos, com base nos escritos do Historiador Heródoto, e de outros teóricos,
identificar a presença dos deuses egípcios nas práticas mágicas dos katádesmoi.

De acordo com Heródoto (484 – 425a.C) em sua obra História o autor faz uma
narrativa do que ele observa ao viajar pelo Egito e também por outros países.
Em sua narrativa, ele descreve como é o modo de vida desta civilização, bem como seus
costumes, hábitos, crenças, práticas religiosas. Ele ainda descreve o modo o sistema de
governo dos faraós da época no Egito, suas características e como tratavam questões
sociais, econômicas e religiosas. Heródoto (1950: II) afirma que a Helade/Grécia
assimilou do Egito quase todos os nomes das divindades, bem como as práticas
mágicas. Heródoto ao traçar o itinerário da magia grega a partir da religião egípcia,
deixa transparecer que a magia que visa fazer mal aos inimigos/ os katádesmoi formava
um conjunto específico de saber cuja prática situava-se fora da paideia grega.
Heródoto acreditava que os egípcios, como uma civilização mais antiga e muito
mais avançada em diversos aspectos, obtiveram grande influência sobre os costumes e
crenças religiosas dos gregos. Pois, para o historiador, antes dos gregos, os egípcios já
faziam uso de certas práticas religiosas, bem como o culto a determinados deuses,
oferendas a esses deuses em seus templos, práticas de embalsamamento, uso da magia,
visão cosmogônica de mundo, e tinham já a crença na vida após a morte. Heródoto
acreditava que os gregos antigos, assimilaram certos costumes, crenças e ideias a partir
do contato que alguns cidadãos que viviam na Grécia obtiveram com o imaginário da
antiga civilização egípcia quando tiveram oportunidade de ir viver algum tempo neste
local. Portanto, algumas práticas consideradas mágicas pelos egípcios, acabaram por ser
4

incorporadas ao imaginário de algumas pessoas que vivam na Grécia Antiga, bem como
mais especificamente em Atenas.
André Bernand (1991: 132) segundo cita Regina Cândido, a prática mágica dos
gregos que tinha por objetivo prejudicar o inimigo havia sido resultado da interação
cultural entre Gregos e os Egípcios.
Robert Parker (1996:152) nos afirma que, foi no V século que ocorreu o
fenômeno que ele descreve como fenômeno da inovação religiosa em Atenas como a
entrada de novos deuses e novas práticas religiosas e de culto aos deuses estrangeiros.
Robert Parker (1996) afirma que antigos ritos convivem agora com novos deuses, e no
espaço da Pólis ateniense, os novos ritos passam a representar a mistura social e cultural
da região do Pireu. A inclusão de deuses estrangeiros nesse contexto contribuirá com a
recente ideologia dos Gregos, pois segundo Robert Parker (1996), rapidamente surgiu
uma categoria altamente popular de ritos adicionais nesse período e nessa região.
Robert Garland afirma que a partir de 430 a.C, houve um amplo crescimento
populacional em Atenas, e o ritmo dos assentamentos de pessoas vindas de outras partes
do mundo aumentou consideravelmente. O autor menciona em sua obra que, a partir
desse período, a origem dessa crescente população se encontrava cada vez mais
misturada. E essa mesma população, trouxe consigo suas crenças religiosas, pois os
relatos que encontramos na obra de Garland (1987) apontam para uma sociedade a qual
estava por aderir ao culto de novos deuses na Grécia. Segundo Garland (1987) a origem
desses estrangeiros que chegaram ao Porto do Pireu era diversa. Eles eram provenientes
de locais como Caria, Chipre, Egito, Fenícia, Flígia e Trácia. Robert Garland (1987)
ainda menciona que alguns deuses egípcios nesse período e local, acabaram por
tornarem-se incrivelmente populares, tais como a deusa Isis e o deus Serápis. Esta nova
população crescente de Atenas era composta de Gregos e não Gregos, homens,
mulheres, escravos e pessoas livres, mercenários, comerciantes de metal, provenientes
de locais situados para além do leste do Mediterrâneo. Essas pessoas se estabeleceram
em pequenos grupos, e cada grupo atuava em determinada atividade comercial ou
social, tanto quanto em sua religião de origem. Contudo, o atual estado do
conhecimento arqueológico sobre o Pireu, não nos permite determinar e afirmar de
forma conclusiva qual era a localização precisa desses santuários de culto dos deuses
estrangeiros em Atenas. É perfeitamente viável conceber a demarcação de áreas
5

específicas no Pireu utilizadas pela sociedade da época, tanto com o propósito naval e
comercial, tanto como para fins religiosos. Para o autor, a mais abundante fonte de
evidência é fornecida por um conjunto de testemunhos epigráficos reunidos em sua
obra, no apêndice III. São cerca de 150 inscrições registrando dedicatórias, decretos
honoríficos, leis sacras, e ocasionalmente, uma lista de membros de associações
religiosas ou clubes que ainda sobrevivem. Essas inscrições normalmente estavam
dispostas em cerca de três palavras: O nome da divindade no caso dativo, seguida ou
precedida por uma dedicatória no nominativo, com o verbo “ele/ela dedicou”
(anethêke) como um ‘extraexcepcional.’
Maria Regina Cândido (2004) cita G.W. Eldekian (G.W. Eldekian, 1937,
pag.387) e afirma que tal como os demais katádesmoi do final do III e início do II a.C,
após passar por análise dos especialistas, algumas lâminas de chumbo que foram
encontradas no Cemitério do Kerameikos em Atenas, contém inscrições em sua
superfície que trazem um conjunto de palavras incompreensíveis identificadas como
borfoba a qual se mantêm relação com um cântico de evocação a deusas como
Hekate/Selene Regina Cândido afirma que nome de outro deus evocado na lâmina,
denominado Bepsy, e ainda diz que esse nome está relacionado ao epíteto do deus
egípcio Seth que também era reconhecido como Typhon ou Seth-Typhon. A divindade
egípcia conhecida por Seth e a deusa grega Hekate representam divindades ligadas ao
submundo, pois são deuses ctônicos e noturnos, que geralmente eram evocados com o
objetivo de se prejudicar um adversário, um inimigo a partir da magia expressa através
das lâminas de chumbo dos katásdemoi, visando não apenas prejudicar um oponente,
mas para sempre mantê-lo preso a terra, enterrado, atado junto ao mundo dos mortos.
Já no Egito Antigo, havia várias formas de se praticar a magia, e o uso mais
comum desta se faziam através do uso da palavra escrita, falada e por vezes, a
performance exigia à cena a incorporação de imagem (desenho) ou estátua dos faraós,
sacerdotes e dos deuses utilizando o espaço privado dos templos egípcios para dar início
ao ato ritualístico. Como exemplo do uso frequente da magia pelos egípcios, podemos
mencionar a magia empregada pelos embalsamadores no ritual de mumificação do rei.
O historiador Heródoto, era pertencente a Halicarnasso, região situada na Ásia
menor. Este visitou o Egito em 450 a.C. durante o domínio Persa.
6

A religião funerária do Egito Antigo estava intimamente relacionada ao uso da


magia. E com isso, todos os grandes faraós que governaram no Egito ao longo da
história, tanto acreditavam na vida após a morte, como acreditavam que, fazendo uso
adequado da magia, e contanto com o auxílio do poder dos sacerdotes, poderiam
alcançar o Amenti em e transpor as portas do Duat sem imprevistos, dor ou sofrimento.
O uso da magia nos Rituais Fúnebres era uma espécie de garantia para os vivos, de que
os mortos conseguiriam viver em paz, alegria e prosperidade quando chegassem ao
outro mundo. Muitos relatos descrevem que práticas funerárias de caráter mágico, no
Egito começaram a ocorrer desde o IV milênio a.C, e os sacerdotes costumavam usar a
magia entoando preces sussurradas para os mortos, já que este ato performático era
considerado essencial dentro do espaço mágico das salas de mumificação.
Geraldine Pinch (1994: 08) diz que a palavra egípcia frequentemente traduzida
como mágica é Heka, e que durante um longo período de tempo, o Egito foi
considerado não somente a Terra do mistério e da magia, mas também, uma fonte de
conhecimento oculto, onde a magia era usada pela divindade criativa com a finalidade
de criar o mundo. Robert Ritner (1993: 01) corrobora nesta pesquisa dizendo que dez
medidas de mágica vieram para o mundo, e o Egito recebeu nove delas; porém, o resto
do mundo recebeu apenas uma medida. Rosalie David (2011: 46) afirma em sua obra
que, os egípcios acreditavam no poder mágico da palavra escrita e de imagens, pois no
Egito Antigo a Escrita Hieroglífica era considerada sagrada. Para Rosalie, os primeiros
exemplos da escrita (Hieróglifos) foram encontrados em contextos religiosos. Pois, além
de fornecerem uma versão escrita da Língua Egípcia, acreditava-se que os Hieróglifos
pudessem ser utilizados para tornar reais conceitos ou eventos, por meio da magia. Mas
não apenas isto, pois para a especialista em Egiptologia afirma que os textos
compreendidos como “Textos Mágicos” eram frequentemente inscritos em locais
dentro das tumbas e em objetos funerários nos quais não seriam visíveis, uma vez
selado o sepulcro. Margareth M. Bakos (2004) diz que aqueles sabiam fazer uso da
escrita, eram tidos como portadores de atributos divinos. Richard Lindsay Gordon
(2002: 266) apontam para um período histórico no qual vem à tona um fator o qual o
professor chama em seu artigo de “o marco onde ocorreram as ideias de liberdade”. E
ele diz que esse ‘marco’ terá sempre um lugar em seus escritos. Para Gordon (2002) a
época era de ansiedade e insegurança, rodeada por guerras e rumores de guerra. Com
7

seus homens e mulheres comuns, tendo perdido sua fé nos antigos deuses e sem uma
raiz individual, cuidando para que tivessem garantias e salvação. Com isso, Gordon
(2002) ainda faz uma lista, a qual ele descreve como uma lista detalhada dos Cultos
usuais de Mistérios, onde era cultuada na Grécia, (séculos V – IV a.C) a deusa Egípcia
Isis, juntamente com os deuses Gregos Dionísio, Cibele e Elêusis.
No Egito, a rainha Isis, esposa e irmã de Osíris, era considerada a Grande na
magia. Já que, foi graças ao seu ato de empenho, amor, dedicação e conhecimentos
mágicos, após a morte e dilaceração do corpo de seu marido e irmão Osíris por seu
irmão Set, ela conseguiu unir os pedaços espalhados do corpo e ressuscitar Osíris, que
com isso, se torna o deus dos mortos, da ressurreição, da regeneração, obtendo um
papel de grande destaque no imaginário egípcio e sendo cada vez mais, o casal Isis e
Osíris, cultuados por grande parte da população e ganhando templos para que fossem
realizados os cultos divinizando-os cada vez mais pelos egípcios.
8

Hipóteses para trabalhar com a temática:


I. A materialidade da presença dos nomes de divindades ctônicas egípcias e
gregas nas lâminas dos katádesmoi, nos permite afirmar um processo de
interação cultural híbrida entre os atenienses e os egípcios sediados na
região multicultural do Pireu.
II. O processo mágico-religioso dos katádesmoi nos aponta para a
emergência de novos deuses e novos ritos gregos e egípcios com proximidade de culto.
______________________________________________________________________

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9

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Marina Rockenback. Por um comparativismo construtivo do culto à Ísis


entre atenienses e egípcios no final do V século a.C. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, 2016. P.42.
________________________. Mitos, Rituais Funerários e Valores Sociais no Egito
Antigo: 91550-1070 a.C. Revista Mundo Antigo – Ano II; V. 02, Nº 01 – Junho – 2013
ISSN: 2238-8788. Artigo encontrado em: http://www.nehmaat.uff.br;
http://www.pucg.uff.br
BACZKO, Bronislaw. A imaginação social.In: Leach, Edmund et Alii.Anthropos-
Homem. Lisboa, Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985.

BERGE, Damião. O Logos de Heráclito. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro,


1969.
BERGER, Peter. O Dossel Sagrado. Elementos para uma teoria sociológica da
religião. Org. Luiz Roberto Benedetti; Tradução José Carlos Barcellos. – São Paulo:
Ed: Paulinas, 1985.
CÂNDIDO, Maria Regina. As práticas da magia dos katádesmoi na Atenas Clássica e
Helenística. NEA – UERJ, 2006;
___________________. As Práticas da Magia na Atenas Clássica e ao longo do Mar
Mediterrâneo – pesquisa financiada pelo Programa Próciência da UERJ/FAPERJ:
2004-2008-2011.
__________________. A Morte, o Morto e o uso da Magia dos Katadesmoi na Atenas
Clássica. Narrativas e Materialidades sobre a morte na Antiguidade Oriental, Clássica e tardia.
NEA/PPGH/UERJ: 2010.
CAMPOS, Carlos Eduardo da Costa. Uma perspectiva comparada entre os espaços
sagrados de depósito dos defixiones de Uley e Sagunto, nos séculos I e II d.C. NEA-
UERJ, 2006
CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano, Artes de fazer. Tradução: Ephraim
Ferreira Alves. Nova Edição estabelecida e apresentada por Luce Giard. 3ª Edição,
Petrópolis: Editora Vozes. 1998.
DAVID, Rosalie. Religião e Magia no Antigo Egito. Tradução: Ângela Machado,
São Paulo: Difel. 2011.

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ATIVIDADE Nº 02:

A PARTIR DA LEITURA DA OBRA HISTÓRIA DE HERÓDOTO, RESPONDA:

COMO OS GREGOS PERCEBIAM A RELIGIÃO EGÍPCIA?

DIA 2: DOMINGO:

ATIVIDADE Nº 01:

A PARTIR DO ACESSO À FERRAMENTA NA INTERNET GOOGLE ACADÊMICO,


BUSQUE E SALVE OS SEGUINTES ARTIGOS PARA LEITURA À POSTERIORI:

1 – CARNEVALE, Trícia Magalhães. Katádesmos: Magia e Vingança dos Atenienses Através dos
Mortos. VII Jornada de História Antiga – NEA/UERJ, 2007.

2 – FUNARI, Pedro Paulo A. A Diversidade de Concepções Antigas sobre a Morte e a Magia:


Uma Abordagem Antropológica. VII Jornada de História Antiga – NEA/UERJ, 2007.

3 – CÂNDIDO, Maria Regina. Religião, Rito e Magia na Atenas Clássica: A Visão da


Historiografia. Revista Brasileira de História das Religiões – Ano I, Nº I – Dossiê Identidades
Religiosas e História, 2008.

4 – ALMEIDA, Marina Rockenback de. Porto do Pireu: Lugar Antropológico, Contatos


estabelecidos e Fluidez de Fronteiras. Temporalidades – Revista de História, (maio/agosto 2016).

ATIVIDADE Nº 02:

REALIZAR 4 FICHAMENTOS A PARTIR DOS ARTIGOS DESCRITOS ACIMA: SENDO


1 FICHAMENTO PARA CADA ARTIGO.
Aula #02

Texto #02

Considerações Finais

Ao longo deste trabalho, nosso objetivo foi de demonstrar ao leitor, as principais


concepções sobre a vida após a morte na Grécia Antiga (século X ao século II a.C.)
descrita através da Historiografia pertinente ao assunto. É óbvio que nesta pesquisa,
tentou-se somente realizar um breve estudo a respeito das práticas funerárias nesta
antiga sociedade. Foram aqui expostos os principais aspectos desta civilização, no que
se referem as suas crenças sobre a continuidade da vida após a morte, e da alma ou
espírito. Mesmo por que, sabemos que seriam necessários muitos anos, para que se
consiga narrar em algumas páginas todos os ritos fúnebres e todas as mudanças sociais
que ocorreram nesse país e acabaram por influenciar o Modus Vivendi e Status Quo até
mesmo de alguns outros povos provenientes do Ocidente.
Faz-se deveras importante ressaltar que, na Grécia Antiga, os processos de
enterramento eram em geral financiados pelos familiares do finado. Com isso, observa-
se através das fontes e da Historiografia que, em famílias mais ricas e poderosas, o
morto recebia um tratamento mais elaborado. Já os membros de famílias menos
abastadas, estes recebiam tratamento bem mais simples. O que observamos em nossa
sociedade até os presentes dias. Mas, alguns desses ritos Post-Mortem eram realizados
pelo próprio Estado (em Atenas, século IV a.C) ou apenas baseado nas posses da
família do morto.
Contudo, em todas as épocas, as sociedades passaram por muitas mudanças. Pode se
tornar interessante que o Egito Antigo seja também citado nesta pesquisa. A civilização
egípcia tem muito a acrescentar juntamente com as suas Práticas Funerárias e Processos
de Mumificação do corpo do defunto.
Por exemplo, é relevante destacar, que para além dos costumes gregos, no Egito
Antigo (IV dinastia), já se utilizada o processo de embalsamar e mumificar os corpos de
Rei mortos, o que ocorria durante cerca de 70 dias. Os antigos faraós acreditavam que
com isso, a alma ou consciência (espírito) viveria eternamente no além. Essa prática

1
era algo acessível apenas aos Faraós (Antigo Império), e somente com o passar dos
séculos essa prática se estendeu a outras camadas sociais. Complementando ainda que,
no Egito, apenas os cidadãos os quais que possuíam uma situação financeira próspera
poderia arcar com tamanha despesa, pois os gastos que eram elevados, mas esse era o
preço a ser pago pela família que almejava proporcionar ao morto uma vida boa e
tranqüila no outro mundo.
O custo de se embalsamar e de mumificar uma pessoa eram alto. Sem
mencionarmos todas as grandes quantidades de oferendas comumente depositadas na
tumba do falecido pelos seus familiares ou funcionários. Inclusive, no final da XVII e
início da XVIII dinastia, além de todos os ritos egípcios para livrar os mortos do mal
durante a viagem ao Duat, esses ainda poderiam receber um auxílio extra chamado de
Livro dos Mortos (vendido pelos Sacerdotes de Amon por grandes quantias). O povo e
a elite faraônica acreditavam que este livro guiaria o defunto através da escuridão da
morte e ensinaria a ele todas as fórmulas Mágico-Rituais que o conduziriam de maneira
segura através do melhor caminho até que encontrasse o deus Osíris e fosse finalmente
julgado por todas as suas ações em vida. Não observamos relatos desta crença de que
havia algum Livro dos Mortos na Grécia Antiga (ou algo parecido), nem mesmo sobre a
concepção grega de um julgamento das ações do defunto do Pós-Vida diante dos
deuses.
Na Antiga Grécia, (séculos II ao X a.C) não encontramos registros de práticas de
embalsamamento nem de processos de mumificação neste período, o que ocorria já no
Período Romano. Mas, os gregos realizavam em suas casas, à noite, uma cerimônia
póstuma que durava cerca de três dias. Após esse ritual, ou cremavam (nas piras) ou
enterravam seus mortos, e colocavam em suas mãos uma moeda de prata, que serviria
de pagamento ao Caronte. Espécie de condutor de almas, o Barqueiro Infernal que
conduzia os mortos ao Hades, o inferno grego.
A cremação do defunto ocorria, em geral, de acordo com a vontade da pessoa que
deixava escrito isso em vida ou da família, sem necessariamente extrair seus órgãos
durante a preparação do corpo do morto (como no Egito). Mas o corpo deste precisava
também ser “purificado”, lavado, perfumado e vestido para ser exposto pela família
dentro de sua casa durante o velório. Preces e orações também eram proferidas em favor
da alma do falecido. E esses recebiam oferendas funerárias dos seus parentes assim
como no Egito.

2
Já no Antigo Egito, os faraós construíram grandes tumbas que eram as pirâmides, e
eram depositados em sarcófagos após deixarem este mundo. Os mortos eram sepultados
com diversos objetos que poderiam ser úteis a eles no além. Jóias, roupa, maquiagens,
animais, até mesmo escravos. Estes eram apenas alguns dos itens depositados no
túmulo em homenagem ao defunto.
Para a elite egípcia e para a elite grega (final do século V a.C), era muito importante
exibir sua riqueza e prosperidade no momento de enterrar seus mortos. Isso denotava
poder e Status social diante da população. E quanto mais riqueza possuísse a família,
mais grandiosa seria a cerimônia funerária e melhores seriam as oferendas que o morto
receberia em sua tumba para auxiliá-lo em sua viagem rumo à eternidade. Em ambas a
cultura vê-se que, preparar o falecido para a vida no além era função essencial de seus
parentes mais próximos (as mulheres na Grécia e sacerdotes no Egito). E deixar de zelar
por essa preparação póstuma, era considerado pela sociedade algo absurdo e
irresponsável, que inclusive poderia atrapalhar o finado chegar ao local que era agora
seu último e derradeiro destino. Preparar o morto deixando-lhe provisões de comida,
bebida, perfumes, até mesmo livros que eram como guias funerários, pois agora tudo
isso era fundamental ao bem-estar deste. Mas não eram apenas as oferendas que
abririam os caminhos e que proporcionariam a eles paz e alegria no além. Tanto na
Grécia quanto no Egito, os rituais fúnebres precisavam existir e seguir certas regras
sociais, as quais variavam de cidade para cidade, de período para período, e de poder
aquisitivo.
A família deveria cumprir todas as etapas dos ritos (os ritos que já descrevemos
acima), somente assim, eles poderiam viver tranqüilos de que, seus mortos não
voltariam do Hades no caso da crença grega, ou do Duat, na concepção dos egípcios
para atrapalhar suas vidas, assombrar seu sono e destruir suas colheitas.

Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

3
Referências bibliográficas

Fonte do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=R0zjdPbMZA8, em


13/06/19, às 15:05 hs.

Imagem 01: Ptolemaide


“Boneco de vodu encontrado ao lado do comprimido de execração feito por
Sarapamón. Peça preservada atualmente no Museu do Louvre/Paris (França).

FONTE: http://esunaviejahistoria.blogspot.com/2015/05/el-mal-las-maldiciones-y-el-vudu-
en.html, em 13/06/19, às 15:16 hs.

1
Imagem 02: Cemitério do Kerameikos
Fonte: https://www.turismoindependente.com.br/08-cemiterio-kerameikos-07/, em
13/06/19, às 15:22 hs.

“O Primeiro Cemitério de Atenas é o cemitério oficial da cidade de Atenas e o


primeiro a ser construído. Foi aberto em 1837 e logo se tornou um prestigioso
cemitério para gregos e estrangeiros. O cemitério está localizado atrás do Templo
de Zeus Olímpico e do Estádio Panatenaico no centro de Atenas.”

Endereço: Logginou 3, Athina 116 36, Grécia

Horário: Fechado.

Fechado ⋅ Abre sexta-feira, às 08:00 hs.

Telefone: +30 21 0922 1621

Sepultamentos: Yannoulis Halepas, Melina Mercouri.

2
De acordo com as palavras da Prof.ª Dr.ª Maria Regina Cândido (2008) sobre o Cemitério
do Kerameikos:

“Questionamo-nos sobre as possíveis motivações que levaram parte dos integrantes da


comunidade dos atenienses no IV século, a transpor a lei e as normas do coletivo, e
estabelecer contato com seres sobrenaturais, removendo sepulturas no Cemitério do
Kerameikos, em Atenas. Identificamos o imaginário social e a emoção como fatores
primordiais de motivação: o usuário da magia dos defixiones, movido pela animosidade
contra alguém, determinava a efetiva realização de algum prejuízo ao indivíduo
considerado inimigo. A ação imperativa configura-se pelo uso de palavras de maldição
e do artefato de chumbo, cujos textos inscritos em sua superfície integram a composição
do que denominamos de discurso mágico dos defixiones. Interessa-nos identificar: quais
deuses, mitos e seres sobrenaturais eram evocados para as práticas mágicas? Que
poderes sobrenaturais acreditavam possuir visando prejudicar o inimigo, decretando a
sua morte? Que procedimentos ritualísticos executavam junto aos corpos dos mortos
antes do tempo, visando impor a realização de sua vontade? Qual o conceito de morte
que circulava junto aos usuários da magia dos defixiones?” (CÂNDIDO, 2008: 260)

Afirma a Prof.ª Dr.ª Marta Mega de Andrade (2009) que:

”Através do plano da cidade, podemos localizar, a noroeste, a posição aproximada da


mais conhecida necrópole da Ática, no Keirameikos (na fig. 1, em sombreado).
Geralmente, os espaços escolhidos pelas pólis, de forma planejada ou não, para o
sepultamento de seus mortos, conformavam-se na parte externa dos muros que
delimitavam o espaço urbano. Eram ligeiros ou grandes aglomerados de sepulturas,
algumas delas coletivas, outras individuais, e mais para o final do século V a.C., na
Ática, difundiram-se os recintos familiares (periboloi). Característica das mais comuns
nesses conjuntos de sepultamentos era a proximidade dos rios desde uma época mais
antiga, nesse caso, seguindo o curso do Eridanos e concentrando-se numa área contígua
às vias de maior circulação, como em Atenas, o entroncamento das vias sagrada,
panatenaica e o caminho para Colona e para a Academia (começando no dromos,
ligando a asty a uma parte significativa da mesogéia), terminando o perímetro pouco
antes dos (e muitas vezes nos próprios) muros da cidade. Mas essa “exteriorização” da
necrópole somente ocorreu em Atenas no final do período arcaico, quando todos os
sepultamentos da zona do Keirameikos até a ágora cessaram, e, com a construção da
muralha de Temístocles (478 a.C.), passaram a concentrar-se na parte externa do
“bairro” de artesãos e ceramistas” (ANDRADE, 2009: 53)

3
Para além do Cemitério do Kerameikos, outro assunto de grande pertinência são os
Templos Gregos, como aponta a Prof.ª Dr.ª Maria Beatriz Borba Florenzano (2009):

“O templo na organização do espaço Como mencionamos anteriormente, nossa


definição de pólis passa pelo espaço territorial ocupado pela comunidade políade.
Espaço que inclui todo o terreno ocupado, usado e organizado pela comunidade. A
realidade territorial da pólis inclui não apenas a ásty, mais urbanizada e muitas vezes
amuralhada, mas também a khóra, terreno aproveitável do ponto de vista da agricultura
e ainda a eskhatiá, área periférica, limítrofe, de bosques e terrenos menos aproveitáveis
sobretudo devido à distância que os separava da área mais central. A Arqueologia
mostra como, desde o século VIII, a edificação dos templos não estava limitada às áreas
urbanas e centrais do assentamento, mas estes foram também construídos no território,
em meio à khóra. Há, com efeito, registros claros do posicionamento de templos no que
seria a área central do assentamento, enquanto há também descobertas significativas de
templos instalados em localidades distantes desse centro, longe da área mais
densamente ocupada, no que chamaríamos propriamente de território. Na classificação
mais recente elaborada pelos estudiosos, esses seriam os templos ou os santuários
extra-urbanos (Marinatos, 1993: 230).” (FLORENZANO, 2009: 44)

Ainda tratando-se de Templos, corrobora a Prof.ª Dr.ª Elaine Farias Veloso Hirata
(2009) citando sobre Diodoro que:

“Diodoro (11. 26. 2), vale lembrar, constitui-se na fonte mais completa sobre esses
acontecimentos e é no seu texto que encontramos a menção às condições que os
vencedores impuseram aos cartagineses derrotados: o pagamento de uma indenização
pequena, dois mil talentos de prata e arcar com os custos da construção de dois templos
onde seriam depositadas cópias do tratado de paz. Não há informação no texto sobre os
locais onde tais templos deveriam ser erigidos, mas, hoje, acredita-se que seriam
Siracusa e Himera. A grande similaridade dos princípios construtivos dos templos
dedicados a Atena em Himera, o chamado “Templo da Vitória” (figura 2) e do
Athenaion (figura 3) localizado em Ortígia, Siracusa, levou à sua identificação com
aqueles mencionados por Diodoro. Os arqueólogos os consideram, do ponto de vista
arquitetônico, templos gêmeos, o que indicaria, inclusive, a contemporaneidade da
construção, conduzida, talvez, até por um mesmo arquiteto (cf. Mertens, 2006: 256,
figs. 464 e 465).” (HIRATA, 2009: 30)

4
E continua a Dr.ª Elaine Farias (HIRATA, 2009) sobre os monumentos na Antiguidade:

“Voltando à questão da monumentalidade, podemos concluir com o que talvez seja o


exemplo maior na manifestação do consumo conspícuo entre os tiranos siciliotas. O
irmão de Gelon de Siracusa, Hieron, não satisfeito em criar monumentos, fundou uma
“nova’ cidade – Etna, onde anteriormente estava implantada Catânia (Diodoro Sículo,
11. 49. 1-3). “Tornou-se, então, um verdadeiro oikista e aí atingiu o objetivo que
provavelmente todos os demais perseguiram: foi sepultado na ágora da nova pólis e, de
acordo com Diodoro (XI, 66, 1-67) recebeu as honras devidas a um herói.” (HIRATA,
2009: 37)

E complementa o assunto o qual trata de Monumentos, mas também, de


Arqueologia a Dr.ª Maria Beatriz (FLORENZANO, 2009) quando escreve em seu
artigo que:

“Pois bem, a Arqueologia registra que o templo é a primeiríssima construção, o


primeiro edifício a ser monumentalizado na Grécia do século VIII. A monumentalização
do templo significa que este foi o primeiro edifício que passou a ser construído em
material permanente – a pedra – o que não ocorria com nenhum outro tipo de edifício
nessa época. Mas este não é o único elemento da monumentalização do templo: os
achados mostram a existência de projetos arquitetônicos em que proporções são
planejadas e nos quais estava prevista a criação de um discurso visual por meio do
posicionamento de esculturas arquitetônicas. A monumentalização do templo grego
significa ainda que havia um esforço coletivo para a sua construção, implicando em
algum tipo de autoridade que gerenciasse o controle e a organização desse esforço. E é
evidente que a existência dessa autoridade implicava também a existência de um Estado
e a instalação de um culto promovido por esse Estado. Lembremos que o templo grego
era a morada do deus; que servia de abrigo a sua estátua de culto e às oferendas que lhe
eram trazidas pelos fiéis. O culto em si realizava-se em um altar em frente ao templo,
também monumentalizado desde essa época tão remota.” (FLORENZANO, 2009: 42)

E a Professora Maria Beatriz (FLORENZANO, 2009) ainda traz a questão sobre o


Templo de Apolo quando fala:

“Outro exemplo muito citado nesse contexto é o do templo de Apolo Daphnephoros de


Erétria, cuja construção é datada de c. 725. Ainda que esse templo, nessa data recuada,
tivesse uma planta absidal e não retangular, como se tornou padrão para os templos
gregos posteriormente, ele tinha, como o de Samos, cem pés de comprimento,
perfazendo um total de 200 m2 (Hall, 2007: 85).” (FLORENZANO, 2009: 42)

Ainda sobre o Cemitério do Kerameikos, trazemos outras contribuições bibliográficas


provenientes do trabalho de pesquisa da Professora Dr.ª Marta Mega (ANDRADE,
2009) a qual afirma:

“Quer acentuemos as razões religiosas querem pactuemos com a interpretação política,


saímos do século VI e entramos no V a.C. com a definição de um espaço cívico que se

5
tem o cuidado de amuralhar, fazendo-se circundar com essas “necrópoles”,
aglomerações de sepultamentos, que, a partir de então, margeiam as entradas principais
da cidade a noroeste (Keirameikos), nordeste (ambos os lados do portão Diochares) e
sudeste, e pelas quais a pólis se apresenta aos habitantes e aos forasteiros chegados do
mar e do interior, em um primeiro e mais próximo encontro.” (ANDRADE, 2009: 53)

E prossegue a autora Marta Mega (ANDRADE, 2009) explicando-nos mais sobre o


cemitério em questão tratado neste debate historiográfico:

“Embora a necrópole do keirameikos não configure o único “cemitério” ateniense, ela


concentra a atenção dos pesquisadores por diversos motivos, sendo, talvez, o principal
deles o fato de que se trata de um sítio arqueológico consolidado, escavado pelos
alemães a partir da década de 20 do século passado, constituindo-se, hoje, como
“parque” turístico dotado de um museu próprio, com 54 Marta Mega de Andrade
diversas publicações (ver, por exemplo, Knigge, 1991; Garland, 1995; Morris, 1992;
Camp, 2001, além do clássico de Boardman e Kurtz, 1971). Mais recentemente, foram
publicados os sítios da Praça do Sintagma (Parlama; Stampolides, 2000), a nordeste,
revelando mais sistematicamente os enterramentos contíguos ao portão Diochares. Um
outro motivo que chama a atenção para o Keirameikos é a sua ligação com os funerais
públicos do período clássico, nos quais os oradores eram convidados a pronunciar um
logos epitaphios diante da população reunida, quase na entrada do Dipylon, ao longo do
dromos. A existência de monumentos aos mortos em guerra (poliandra), atenienses e
estrangeiros, erigidos pela pólis, converte essa necrópole num foco de manifestações
públicas do regime democrático ateniense entre os séculos V e IV a.C. A necrópole do
Keirameikos pode ser considerada, assim, como um foco de atividades e interações
públicas em um primeiro sentido de demosia, ou seja, “concernentes à coletividade do
demos”, para além de um conjunto de alocações funerárias privadas de fundo
estritamente religioso e ritual (como em nosso modo de compreender, em sentido
comum, a “função” de um cemitério).” (ANDRADE, 2009: 53-54)

Para agregar maior valor historiográfico ao debate, o ideal se faz trazer ao


trabalho, um pequeno trecho sobre Templos escrito pela Dr.ª Katia Maria Paim
Pozzer (POZZER 2009)

“Sob a dinastia neobabilônica (625-539 a.C.), a cidade tornou-se a capital do mundo


oriental e recebeu enormes riquezas arrecadadas com os tributos pagos pelos reinos
conquistados, possibilitando a construção de obras monumentais como a muralha, os
palácios e os templos, que tanto encantaram os viajantes antigos (Joannès, 2001:
111-115). Sob Nabucodonosor II (604-562 a.C.), Babilônia tinha cerca de mil hectares
de extensão e sua muralha, com oito portas, possuía 18 km de comprimento e 30 m de
largura.” (POZZER, 2009: 16)

6
De acordo com a Dr.ª Maria Regina (CÂNDIDO, 2008) sobre Magia, os
Katadesmoi e o Cemitério do Kerameikos em Atenas, a qual reflete:

“Entretanto, buscamos, em nossa análise, nos afastar da definição que coloca a magia
em oposição à religião. Consideramos a magia como um conjunto de crenças e práticas
mágico-religiosas que visa estabelecer contato com as potências sobrenaturais.
Caracteriza-se por atuar de forma complementar à religião políade dos atenienses, pelo
fato de usar os mesmos espaços sagrados, os deuses e as vozes místicas das orações.”
(CÂNDIDO, 2008: 262)

E a Prof.ª Maria Regina continua sua análise (CÂNDIDO, 2008):

“Para os praticantes da magia, o cemitério do Kerameikos define-se como fronteira


entre o mundo dos vivos e dos mortos, conjugando uma relação de força de natureza
mágico-religiosa que, ao mesmo tempo, permite identificar os seus críticos, seus
praticantes e seus usuários. Tal fato nos leva a identificá-lo como lugar antropológico,
ou seja, é simultaneamente princípio de sentido para aqueles que nele transitam e
princípio de inteligibilidade para quem o observa (AUGÉ, 1994, p. 51), e lugar de poder
para os praticantes da magia. O Kerameikos torna-se uma construção concreta,
produzida pela vivência dos atenienses, com acentuada interação entre diferentes grupos
semióticos, a saber: os críticos, os usuários da magia, os cidadãos, os estrangeiros, os
homens e as mulheres, os metecos e os escravos. Todos transitam pelo espaço
geográfico do cemitério: via de acesso de entrada e de saída da pólis dos atenienses.”
(CÂNDIDO, 2008: 262)

E complementa sobre o assunto a Professora Especialista Amanda Martins


Hutflesz (HUTFLESZ, 2017) trazendo a seguinte reflexão:

“Sobre os katadesmoi, sabemos que detém um conjunto de laminas de chumbo


que foram encontradas nas sepulturas no Cemitério do Kerameikos no Período Clássico
que foi analisado pelos arqueólogos1, filólogos e antropólogos2 que as classificaram
como imprecações contra ofícios3, contra comerciantes, contra juízes, contra atletas
assim como as imprecações amorosas4. As especificidades de laminas nos levam a

1Lâmina 04 Defixios nº5. Atenas, Museu Nacional, procedente da Ática de local incerto. Data: IV a.C. Bibliografia: E. Ziebarth,
1899, nº01: Fröehner, 1936, p.14. Característica: Imprecação contra ofícios – Lâmina de chumbo muito danificada; Lâmina 05,
Defixiosn.º 04. Atenas: Pertence à coleção particular, procedência desconhecida. Data: Meados do IV século: 350 – 342 a.C.
Bibliografia: SGD, 1985, nº44; Jimeno, 1999, nº26; Peek, 1941: 09. Característica: Imprecação contra ofícios.
2SGD nº 14 = CT nº 57; cf. Jordan, 1980a: Especially 232 nº 24. Esta informação refere-se aos tabletes encontrados próximos do
Portão Dipylon, no Cemitério do Cerâmico os quais podem ter sido despejados de uma sepultura próxima. Similarmente, 17 tabletes
Gregos foram encontrados enterrados na região da Ágora e podem ter sido despejados do santuário adjacente de Demeter; SGD p.
162; cf. Jordan, 1985b: 207-10; Faraone, 1991b: 3 and 23 nº7; Jameson et AL., 1993: 125.Verem: FLINT, Valerie; GORDON,
Richard; LUCK, Georg; OGDEN, Daniel. Withcraft and Magic in Europe: Ancient Greece and Rome. London: The Athlone Press.
1999.
3SGD, 1985, nº11; Jimeno, 1999, nº11. Lâmina 01 que faz referência ao Defixios nº02, que é proveniente de uma sepultura no
Cerâmico e data do final do V e início de IV século; Young, 1951, p.222; SGD, 1985, nº20; Jimeno, 1999, nº20. Lâmina 03 que faz
referência ao Defíxios nº03, que é proveniente de entulhos que formavam a base do muro de uma residência denominada pelos
arqueólogos de casa D do Distrito Industrial de Atenas situado próximo à Ágora ver em: CÂNDIDO, Maria Regina. A Feitiçaria na
Atenas Clássica. Rio de janeiro: Letra Capital. 2004.
4Em sua obra, Gager (1992) descreve a figura como uma elegante estatueta feminina perfurada por treze agulhas e encontrada
envolta em um papiro egípcio e com um defixio em uma panela de barro do Egito. A estatueta é feita de acordo com as direções

7
dialogar com Robert Parker, (PARKER, 1996: 152) que afirma que, foi no V século que
ocorreu o fenômeno que ele descreve como fenômeno da inovação religiosa em Atenas
como a entrada de novos deuses e novas práticas religiosas e de culto aos deuses
estrangeiros5. As novas divindades estrangeiras e seus cultos detém a sua materialidade
através da epigrafia IG II² 337 referente a Afrodite Kitias, a inscrição IG II²1283 da
deusa Bentis da Tracia e a deusa Isis6 do Egito.” (HUTFLESZ, 2017: 03)

Como cita a Professora Maria Regina Cândido (CÂNDIDO, 2008) em seu


artigo, podemos concluir:

“O Kerameikos tem no sacerdote e no monumento fúnebre a construção de


sentido de coesão da comunidade políade, assegurando a manutenção dos ritos, crenças
e tradição. A morte transforma o corpo do morto em uma tumba que, de acordo com seu
status social, pode ser suntuosa ou modesta, tornando-se lugar de memória – expressão
na qual o indivíduo tem a sensação de eternidade, ao acreditar que perpetua a sua
existência na lembrança dos vivos, através da visitação de seus familiares ao túmulo.”
(CÂNDIDO, 2008: 262)

numa receita conservada em PGM IV, linhas 296-329, que se refere a um feitiço de ligação, também classificada pelos especialistas
de imprecação amorosa(permissão do Museu do Louvre (Paris). GAGER, John G. Curse Tablets and Binding Spells from the
.
Ancient World: New York. Oxford University Press, Inc. 198 Madison Avenue. 1992

5A área do Porto do Pireu foi palco de várias associações para cultos a divindades estrangeiras como a deusa Bentis/Tracia narrada
por Platão na obra Republica (I, 327a). A emergência de cultos estrangeiros no final do V século não era novidade entre os
atenienses, pois, temos a com a solicitação ao arconte Nikocrates para a construção de um templo em honra a deusa Afrodite
Kithias no Pireu. A concessão de terra/enktesis com o propósito de construção de santuários no Pireu já havia sido concedida aos
egípcios em honra a deusa Isis e para o culto da deusa trácia Bentis(IG II²1283) mencionado por Platão no início de sua obra
Republica e ao deus Asclépio que foi recebido na residência de Sófocles em 426 a.C, ver R. Garland. Introducting new Gods: the
politics of Athenian religion. Cornell University Press, 1992 e The Pireu from the fifth to the first century.B.C. London: Duckworth,
1987.
6Decreto IG II² 337, talhado em estela presente no porto do Pireu, datado de 332/AEC, caracterizado como solicitação em
assembléia de permissão para a fundação de um santuário a Afrodite pelos Kitians, o povo da cidade-reino localizada na costa Sul
do Chipre. Em: ALMEIDA, Marina Rockenback. Por um comparativismo construtivo do culto à Ísis entre atenienses e egípcios no
final do V século a.C. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016. P.42.

8
Fonte: http://www.greece-is.com/kerameikos-a-place-of-transition-2/, em: 13/06/19, às
17:22 hs.

IMAGEM: KERAMEIKOS MUSEUM - ATENAS

Fonte: http://www.greece-is.com/kerameikos-a-place-of-transition-2/, em: 13/06/19, às


17:25 hs.

9
OS GREGOS E SUAS PRÁTICAS DE MÁGICAS

Fonte: https://molinatorres1997.files.wordpress.com/2014/04/c3b1lll.jpg, em: 13/06/19, às


17:30 hs.

10
BONECA PERFURADA POR 13 PREGOS CHAMADA DE PTOLEMAIDE.

(EGITO – SÉCUO IV d.C)

Fonte: https://molinatorres1997.files.wordpress.com/2014/04/images.jpg, em: 13/06/19, às


17:33 hs.

OS ESPÍRITOS INVOCADOS PELOS MAGOI OU FETICEIROS NO


MOMENTO DE REALIZAR A PRÁTICA DOS KATADESMOI ERAM, EM
GERAL, ESPÍRITOS ATORMENTADOS DE PESSOAS QUE TIVERAM UMA
MORTE PREMATURA, COMO OS DAS CRIANÇAS POR EXEMPLO:

11
Fonte: https://molinatorres1997.wordpress.com/, em: 13/06/19, às 17:44 hs.

12
Referência Bibliográfica Complementar:

http://phoinix.historia.ufrj.br/media/uploads/artigos/14_-
_Kerameikos_lugar_de_poder_e_de_magia_na_Atenas_do_IV_a._C._-_Maria__Fs3u2FP.pdf,
em 13/06/19, às 15:43 hs.

https://www.youtube.com/watch?v=R0zjdPbMZA8

http://esunaviejahistoria.blogspot.com/2015/05/el-mal-las-maldiciones-y-el-vudu-en.html, em
13/06/19, às 15:16 hs.

https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/31943954/
Representacoes_da_Cidade_Antiga.pdf?response-content-disposition=inline%3B%20filename
%3DO_logos_unificador_de_Protagoras_-_Repre.pdf&X-Amz-Algorithm=AWS4-HMAC-
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=47, em 13/06/19, às 15:47 hs.

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13
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14
1

CURSO: 1808: A VINDA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA PARA O BRASIL

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

QUESTIONÁRIO

1 – O nome da mãe do Príncipe Regente D. João era:

( ) D. Isabel
( ) D. Carlota Joaquina
( ) D. Maria II de Portugal conhecida como a “Rainha Louca”

2 - A Historiografia a qual trara da História do Brasil Império, aponta para as várias transformações
que ocorreram no Brasil e principalmente, no Rio de Janeiro, que está relacionada com qual fato
histórico?

( ) A vinda da Família Real Britânica para São Paulo


( ) O Nascimento de D. Pedro de Alcântara em Petrópolis
( ) A vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil

3 – Graças a vinda da Família Real Portuguesa para o Rio de Janeiro, passou a se perceber que:

( ) Havia muito mais dinheiro circulando na cidade


( ) Havia muita pobreza trazida pela Corte Portuguesa
( ) Havia muitos ladrões de ouro circulando pelo Rio de Janeiro

4 – A população estava apreciando conviver com os Portugueses para:

( )Aprender a jogar football


( )Aprender a falar a língua alemã
( )Aprender mais sobre seus hábitos e costumes

5 – Com o dinheiro obtido através da abertura dos Portos, o Regente D. João arrecadou os recursos
financeiros necessários para então finalmente remodelar a cidade do Rio como tanto almejava,
realizando melhorias em vários aspectos, como por exemplo:

( )Nos Cassinos
( )Nas Fazendas
( )Na Cultura, na Economia, Sociedade e nas Artes

6 – Qual o nome do 1º Banco criado por D. João?

( )Banco Pan Americano


( )Banco da Concórdia
( )Banco do Brasil

7 – Foi em 1815 quando D. João elevou a Colônia à categoria de:

( )Cuba
2

( )Argentina
( )Reino Unido à Portugal, Brasil e Algarves

8 – Onde ocorreu a Cerimônia de Sagração e Aclamação do então Regente D. João que passa a
receber o título de Rei, após a morte de sua mãe?

( )Catedral de Petrópolis
( )Igreja do Rosário
( )Capela Imperial no Rio de Janeiro

9 – Quem foi aclamado Imperador do Brasil em 1822?

( )D. Afonso Pedro


( )José Bonifácio
( )D. Pedro I

10 – A Maçonaria pode ser compreendida como uma Sociedade de caráter secreto, a qual foi
fundada quando e onde?

( )Em 1889, no Brasil


( )Em 1500, em Roma
( )No Século XVIII, na Inglaterra

 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em História, pela
Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o
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3
1º TEXTO

AULA #001

Introdução

1. A Família Real Portuguesa deixa Portugal e vem se estabelecer no Rio de


Janeiro (1807-1808)

A Histórica viagem do príncipe d. João (que só é coroado Rei após o falecimento de


sua mãe, a Rainha D. Maria I de Portugal) para o Brasil não deve ser entendida como
sendo fruto de uma ação motivada pela covardia, nem deve ser julgada como
precipitada por parte do então Regente, mas, porém, como sendo uma iniciativa
adequada para a circunstância na qual se estava vivenciando naquele período. Ainda
seria correto até mesmo afirmar que tal viagem, foi bem pensada e deveras planejada
por d. João, o qual recebeu incentivo de diversos políticos que se encontravam junto ao
futuro Rei, e também acreditavam que a viagem seria a melhor e mais sensata opção que
todos ali tinham no momento. (CALDEIRA, 1997: 122-123).

A Historiografia a qual trata da História do Brasil Império, freqüentemente aponta


para todas as transformações ocorridas a partir deste período, que tem início com a
chegada da Família Real ao Rio.
De acordo com essa mesma Historiografia, a Corte deixou Portugal em 29 de
novembro de 1807, e veio para Terras do Brasil, composta de 15 embarcações para
garantir a segurança de todos que se encontravam a bordo, principalmente do Príncipe e
de sua família.
E foi então, no dia 07 de Março de 1808, d. João, Príncipe Regente, filho da Rainha
D. Maria I de Portugal (D. Maria: conhecida como a Rainha ‘A louca’) desembarca no
Porto do Rio de Janeiro, acompanhado pela nobreza local, com o objetivo de aqui se
instalar com a Corte Portuguesa.
A chegada da Corte no Rio de janeiro acabou por trazer benefícios para alguns;
porém, descontentamento para outros. Muitos indivíduos contestaram as atitudes desses
novos habitantes do Rio. Os moradores locais diziam aos quatro ventos, que o Regente
os fez sair de suas casas, para que pudessem deixar a habitação livre, no intuito de
acomodar a membros da Corte. Muitos benefícios surgem também desta nova
convivência: Agora, graças à chegada da Corte no Rio de Janeiro, havia muito mais
dinheiro circulando na cidade – dinheiro novo – moeda nova (CALDEIRA, 1997: 122).
A população local estava apreciando conviver com os Portugueses e aprender mais
sobre seus hábitos e costumes. Por exemplo, nesse período, as mulheres, viviam
encantadas com a nova moda que chegou juntamente com as Damas da Corte
Portuguesa ao Rio de Janeiro. Mas, para, além disso, esta sociedade tranqüila e pacata
do Rio começou por aderir ao modelo de comportamento trazido pelos portugueses.
(CALDEIRA, 1997: 123).
Com o dinheiro obtido através da abertura dos portos, o Regente d. João arrecadou os
recursos financeiros necessários para então conseguir finalmente, remodelar a cidade do
Rio como tanto almejava, realizando melhorias em todos os sentidos: Cultura,
economia, sociedade e artes.

1
Assim surge o primeiro banco do Rio, o Banco do Brasil. Depois vem a criação do
Jardim Botânico, as escolas de música, o Theatro Municipal, jornais e finalmente, a
grande Biblioteca Nacional. Eram tamanhas novidades, que a sociedade já enxergara a
hora de aderir a novos modos de viver, pensar e agir em meio a este novo momento
histórico e as tantas transformações culturais e sociais.

Os estatutos para a criação do banco foram aprovados em 08 de


outubro de 1808. Pouco mais de um ano após essa aprovação, já havia
dinheiro investido por acionistas, para que este começasse suas
atividades. No início, d. João obteve auxílio de investidores, os quais
passaram a depositar ao menos um conto de réis no banco. Aos novos
investidores, o Príncipe garantia vantagens e títulos de honrarias.
(CALDEIRA, 1997: 126)

Com a chegada da Corte, o Brasil teve inúmeras razões para comemorar. Foi em 1815
que d. João elevou a Colônia à categoria de Reino Unido a Portugal, Brasil e Algarves,
e muitas festas foram providenciadas a partir de então.

No dia 20 de março de 1816, falece d. Maria I. No dia seguinte à


morte de sua mãe, o Príncipe passa a assinar como rei d. João VI, Rei
de Portugal, Brasil e Algarves. Porém, após quase dois anos, apenas
no dia 06 de fevereiro de 1818 é que ocorre a cerimônia de sua
Sagração e Aclamação, na Capela Imperial, no Rio de janeiro.
(CALDEIRA, 1997: 126)

A partir da entronização do rei D. João VI, a Dinastia dos Bragança de Portugal


passaram a registrar apenas duas cerimônias: Sagração (pela igreja) e Aclamação (pelo
povo).

Há exatos cinco anos, dois países divididos por um oceano tiveram a


oportunidade de refletir sobre o significado de uma viagem que
completava dois séculos. Descrita ontem e hoje como uma verdadeira
epopéia, a transferência da Corte Portuguesa para o Continente
americano selou os destinos de Portugal e de sua então colônia, o
Brasil. De estratégia para a manutenção da posse e preservação da
fonte de riquezas das áreas coloniais, tese reiterada pelo Ministro
Rodrigo de Souza Coutinho na passagem para o século XIX, a
transmigração da Corte em 1807-8, revestiu-se de um caráter
emergencial que garantiu a sobrevivência da própria monarquia lusa
frente à iminente invasão de Portugal pelas tropas francesas de
Napoleão Bonaparte. Cerca de 15 mil pessoas atravessaram o
Atlântico, trazendo consigo todo o aparato político-institucional do
Reino para reinstalá-lo no Rio de Janeiro, que passou a ter status do
Império Português. (WEHLING, 2013: 49)

E, sobre a questão econômica, se fez fundamental extirpar as imposições


provenientes do exclusivo colonial. Esse problema foi sanado através da opção

2
preferencial pela Inglaterra, primeiramente obtida por meio da abertura dos portos ao
comércio exterior.

Mesmo com a derrota definitiva de Bonaparte e as frustradas


tentativas do Congresso de Viena de recondução da organização
geopolítica do mundo ao período anterior ao das invasões
napoleônicas, d. João, que seria aclamado Rei no Rio de Janeiro em
1818, relutou em retornar ao continente europeu. (WEHLING, 2013:
49)

2. D. João VI retorna para Portugal

Dominado pelos representantes das Cortes, d. João VI não tinha mais


escolhas. Para mantê-lo sob o controle, os revolucionários portugueses
exigiram sua volta a Lisboa. No dia 07 de março, o Rei, a contragosto,
anunciou seu regresso. O clima da partida não poderia ser pior: Três
dias antes da data, um grande tumulto marcara a eleição dos
representantes cariocas às Cortes. Triste e assustado, d. João VI partiu
afinal no dia 25 de abril de 1821, após treze anos no Rio de Janeiro. O
Brasil ficaria sendo governado por um Regente, seu filho e herdeiro,
d. Pedro. (CALDEIRA, 1997: 142)

3. Dia do Fico: 09 de janeiro de 1822

O processo de circulação subterrânea dos invasores franceses veio à tona a 09 de


janeiro de 1822, cerca de 30 dias transcorridos da chegada das ordens provenientes de
Lisboa. No Senado da Câmara Capital, alguns manifestos do Rio de Janeiro, São Paulo
e Minas Gerais seriam entregues. O então Príncipe Regente foi recebê-los. Para tanto,
se fez necessário destituir alguns membros de seu Ministério, já que eram contrários ao
ato, e seria preciso assim enfrentar um ultimato do comandante português. Quando teve
acesso aos manifestos, discursou uma frase a qual se tornaria um marco na História. A
reação dos militares foi imediata, gerando a oportunidade para a 1ª das vitórias de d.
Pedro. D. Pedro I é aclamado Imperador do Brasil em 12 de outubro de 1822.
(CALDEIRA, 1997: 144)

A adesão de d. Pedro à causa brasileira confirmou-se com a nomeação


de novo Ministério que iria substituir o demitido no ‘dia do Fico’. A
figura mais importante era a do paulista José Bonifácio de Andrada.

3
Com sua posse, a política do governo ficou clara: Tornar o Brasil
independente. As tropas portuguesas foram embarcadas para Portugal,
e um decreto do Regente tornava sem valor as decisões das Cortes que
não fossem sancionadas por ele. E foi criado um conselho de
dirigentes provinciais, para aumentar a área de ação do governo,
limitada pelas juntas portuguesas. (CALDEIRA, 1997:146)

4. Proclamação da Independência entre Brasil e Portugal: 07 de Setembro de


1822

Foi em agosto do ano de 1822, que d. Pedro encaminhou-se para a cidade de São
Paulo. A cavalo, sua viagem levou cerca de doze dias, alcançando seu destino somente
no dia 25. Permaneceu até o dia 1º de setembro, quando então, rumou para Santos.
Regressou, pois para São Paulo, e já na manhã de 07 de setembro, recebeu as ordens de
maio das Cortes e uma carta de José Bonifácio, na beira do córrego Ipiranga. Ao tomar
posse do documento e depreender seu conteúdo, achou por bem que finalmente, se fazia
premente o momento de tomar uma decisão. Retirou sua espada do coldre e exclamou
com convicção: ‘É tempo! Laços fora! Independência ou morte!’. Por fim, o Brasil
estava separado de Portugal. (CALDEIRA, 1997: 149)

A fórmula da Independência brasileira foi, sobretudo, uma solução


flexível: Permitia o principal, que era a afirmação do novo país, e
deixava para mais tarde a solução dos inúmeros problemas de sua
construção. A figura de d. Pedro i foi fundamental nesse momento;
cada um via nele o futuro que mais lhe interessava – e todos estavam
otimistas. Em meio ao entusiasmo geral, as comemorações e festas se
sucederam sem interrupções. Nestas condições seriam enfrentadas as
questões mais urgentes da recém-criada nação, sem que se rompesse a
frágil unidade política. (CALDEIRA, 1997:152)

5. A Maçonaria (uma introdução)

A Maçonaria pode ser compreendida como sendo uma sociedade de caráter secreto,
que foi fundada ainda no século XVIII na Inglaterra, e expandiu-se de forma rápida
através do mundo todo. A princípio, sua divisão e organização davam-se por meio de
dois ramos básicos: O rito vermelho ou francês, e o rito azul ou escocês. Mesmo
compartilhando conhecimentos esotéricos, havia algumas divergências no modo como a
aplicavam à vida cotidiana. O ramo do rito azul pregava a monarquia constitucional,
segundo a fórmula de governo da Inglaterra; enquanto o ramo de rito vermelho era
republicano, afirma o autor Jorge Caldeira (CALDEIRA, 1997):

O ramo vermelho era o mais importante no Brasil. Começou a ser


organizado ainda no século XVIII e, durante a Independência, tinha

4
grupos atuando nas principais cidades brasileiras. O rito azul, embora
numericamente menor, reunia pessoas influentes, concentradas no Rio
de Janeiro. (CALDEIRA, 1997:163)

Apesar de seu republicanismo, a maçonaria vermelha apoiou a


fórmula de Independência com a manutenção no poder de d. Pedro I.
Em abril de 1822, o Regente foi aceito na sociedade secreta. A partir
daí, os maçons enviaram emissários para o resto do país, que
convenceram todos os membros da sociedade a abdicar por um tempo
da pregação republicana. O papel da Maçonaria na Independência foi
muito importante. Ela era uma das poucas organizações voltadas
especificamente para a atividade política – ao serem aceitos, seus
membros se comprometiam com isto – atuante em todo o país. Desse
modo, o governo pôde contar com um grupo dedicado de
propagandistas e agitadores. Os principais líderes da Maçonaria
vermelha eram Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira. Eles foram
essenciais para levar a organização a apoiar d. Pedro I, apesar de seu
republicanismo. Esperavam, em troca do apoio, uma série de decisões
do governo, destinadas a aumentar o grau de liberdade política do
novo país. Mas, pouco atinados com as grandes dificuldades do
primeiro momento – e com grandes divergências em relação ao
principal autor da fórmula política - o Ministro José Bonifácio de
Andrada e Silva - não demoraram muito para demonstrar seu
descontentamento com a situação, centrando suas críticas e panfletos
contra a atuação do Ministro. (CALDEIRA, 1997:163)

Para Jorge Caldeira (CALDEIRA, 1997) José Bonifácio de Andrada e Silva teve
atitudes enérgicas, vigorosas e justificáveis em relação aos ataques. No dia 30 de
outubro de 1822, demitiu-se e planejou inclusive, render-se ao lado dos opositores,
salvo se o Imperador utilizasse seu poder para enfrentar os críticos. Desta forma, o
Imperador afinal, fez uma escolha: Ordenou que todas as reuniões da Maçonaria
vermelha (a qual defendia a república) fossem suspensas e que seus líderes fossem
processados e detidos, reconduzindo o Ministro ao seu cargo. Contudo, em alguns dias,
os principais líderes da Maçonaria foram então presos e deportados. Seus membros de
menor importância se viram obrigados a responder a inúmeros processos. (CALDEIRA,
1997: 162-163)

6. Primeira Constituição (Assembléia Constituinte de 1823)

De acordo com o professor de História do Brasil Arno Wehling 1 (WEHLING,


2013): O Imperador d. Pedro I, na abertura dos trabalhos da Assembléia Geral
Constituinte e Legislativa, no dia 03 de maio de 1823, fez um discurso em que deixava
claro não ter uma visão muito favorável das Constituições da época revolucionária.
Disse na ocasião:

1 Arno Wehling é professor titular aposentado da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
professor emérito da Universidade Federal do estado do Rio de janeiro (UNIRIO) e presidente do
Instituto Histórico e geográfico Brasileiro (IHGB).

5
Todas as constituições que à maneira das de 1791 e 92 têm
estabelecido suas bases e se têm querido organizar, a experiência nos
tem mostrado que são totalmente teoréticas e metafísicas, e por isso,
inexeqüíveis, assim o prova a França, Espanha e ultimamente
Portugal. Elas não têm feito como deviam a felicidade geral, mas sim,
depois de uma licenciosa liberdade, vemos que em uns países já
apareceu, e em outros ainda não a apareceu o Despotismo; depois de
ter sido exercitado por muitos, sendo conseqüência necessária e
ficarem os Povos, reduzidos à triste situação de presenciarem e
sofrerem todos os horrores da Anarquia.2 (Apud WEHLING, 2013:
18)

Para compreendermos bem a atitude do monarca d. Pedro, bem como as turbulentas


discussões que se fizeram presentes no momento constituinte de maio a novembro de
1823, faz-se necessário analisar tais participações políticas como sendo a ponta de um
gigantesco iceberg diz o historiador Arno Wehling. (WEHLING, 2013: 19)

Foi em fins do século XVII que se consolidou a sua base, com a nova realidade
política inglesa, provocada pela Revolução Gloriosa (1688). A partir desse momento, o
aperfeiçoamento das Instituições Inglesas e as questões políticas formaram um dos
pilares do que viria a ser a febre constitucionalista (WEHLING, 2013) que se apoderou
do último quarto do século XVIII e o início do século XVIII. O outro pilar foi a leitura
das mudanças percebidas na Inglaterra, já que transformaram os intelectuais iluministas
franceses, particularmente, os seus seguidores e adeptos mais fiéis, como Voltaire e
Montesquieu. (WEHLING, 2013:19)

Compreender as características de cada um desses pilares e o livre


intercâmbio que entre eles fizeram os iluministas dos dois lados do
canal da Mancha e da América do Norte é precondição para
compreender o constitucionalismo e sua recepção no Brasil da
Independência e do momento constituinte. A primeira proposta para a
convocação de uma Assembléia Constituinte foi do então, juiz de Fora
de Vila Real da Praia Grande, atual Niterói, José Clemente Pereira,
logo secundado por Nicolau de Campos Vergueiro, ambos de
naturalidade portuguesa e com extensa atuação política nas décadas
seguintes, até o Segundo Reinado. (WEHLING, 2013:19)

A Assembléia Constituinte foi convocada ainda na Regência de d. Pedro, mas num


momento no qual, já se percebia o enfraquecimento da receita política do Reino Unido.
Assim, em 03 de junho de 1822, três meses antes da ruptura de 07 de setembro e quatro
meses antes da criação do Império do Brasil, com a Aclamação de d. Pedro como
Imperador, no dia 12 de outubro, convocados foram pela segunda vez deputados
constituintes. A reunião dessa vez estava sendo aguardada para o Rio de Janeiro e não
mais para Lisboa. (WEHLING, 2013:19)

2 Discurso de Sua Majestade o Imperador à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa do Império do


Brasil, no dia da abertura da mesma Assembléia, in: D. Pedro I – Proclamações, cartas, artigos de
imprensa, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1972, p.170.

6
O professor Arno Wehling (WEHLING, 2013) em seu texto afirma que:

Os acontecimentos posteriores a 03 de junho só fizeram confirmar a


ação de d. Pedro e do Ministro José Bonifácio de Andrada e Silva.
Nos preparativos para a aclamação, realizada em 12 de outubro, este
chegou a se desentender com os líderes maçônicos, que desejavam do
novo Imperador o compromisso prévio do juramento constitucional,
que já havia sido exigido de d. João VI tanto em Portugal, quanto no
Brasil. Mantendo-se firme na negativa, o governo sinalizava que não
cederia ante o que considerava a radicalização do processo político e a
diminuição de seus poderes. A consolidação da Independência
implicou gestões externas, para o reconhecimento do ato por outras
nações, a guerra de independência, para eliminar bolsões de
resistência à separação. As eleições para a Assembléia se realizaram
com base nas instruções elaboradas pelo Ministro José Bonifácio de
Andrada e Silva e divulgadas em 19 de junho de 1822. Elas previam
sufrágio indireto, com eleitores de freguesia elegendo os de paróquia,
e estes os representantes, no modelo definido pela Constituição de
Cádiz. Observe-se que o Rio de Janeiro, como sede da Corte e capital
do Império, era o centro político do país e dependia estreitamente do
apoio das três províncias mais próximas – a do Rio de Janeiro, a de
São Paulo e a de Minas Gerais, que somadas, detinham 37 deputados.
(WEHLING, 2013: 23-25)

De acordo com o modo como já avançavam os trabalhos na Assembléia, o governo


de José Bonifácio sofreu uma queda em 17 de julho de 1823, e também chegaram
notícias de Portugal apontando para uma nova edificação e restauração do regime
absolutista. Estes fatos acabaram por esquentar a temperatura política no país e no Rio
de Janeiro. Foi no mês de janeiro que surgiram mais dois jornais de teor político; O
Tamoio e O Sentinela da Liberdade à beira do mar da Praia Grande, ambos contando
com a firme atuação dos irmãos Andrada, já que os mesmos, agora estavam tomavam
parte na oposição ao Imperador d. Pedro I afirma Arno Wehling. (WEHLING, 2013:
27)

Em discurso para a abertura da Assembléia, a 03 de maio, houve um texto redigido


por José Bonifácio, onde foram definidos os ideais e pilares que deveriam nortear, do
ponto de vista do governo do Império do Brasil, a elaboração da nova Carta
Constituinte.
Para o Imperador d. Pedro I, afirmava-se a necessidade de uma Constituição que
fosse ‘sábia, justa, adequada e executável, ditada pela razão e não pelo capricho.3 ’
(Apud WEHLING, 2013: 28)
Eram estas as bases que deveriam evitar os excessos ‘teóricos, metafísicos e
inexeqüíveis’4 a que o Imperador se referia no mesmo discurso.
A engrenagem política mencionada a seguir, também aí disposta, tendo como
estrutura o equilíbrio dos poderes e a rejeição do radicalismo, tanto reacionário, quanto
jacobino. (WEHLING, 2013: 28)

3 Fala do Imperador d. Pedro I na Assembléia Constituinte de 1823. (Apud WEHLING, 2013)


4 Idem. (Apud WEHLING, 2013)

7
Uma Constituição em que os três poderes sejam bem divididos de
forma que não possam arrogar direitos, que lhe não compitam; mas
que sejam de tais modos organizados e harmonizados, que se lhe torne
impossível, ainda que pelo decurso do tempo, fizerem-se inimigos, e
cada vez mais concorra de mãos dadas para a felicidade geral do
Estado. Afinal, uma Constituição que, pondo barreiras inacessíveis ao
despotismo, quer real, quer aristocrático, quer democrático, afugente a
anarquia e plante a árvore daquela liberdade, cuja sombra deve crescer
a união, tranqüilidade e independência deste Império... 5 Como
apontou Afonso Arinos de Melo Franco, as influências mais diretas
sobre o projeto da Constituinte de 1823, foram às partes iniciais da
Constituição francesa, as partes dispostas da Constituição de 1795 e
alguns aspectos da Constituição de 1814 outorgadas por Luís XVIII.
(WEHLING, 2013: 30)

Após a abdicação de d. Pedro I, em 07 de abril de 1831, seu sucessor, o Príncipe


Imperial d. Pedro de Alcântara, é aclamado Imperador do Brasil, com o título de d.
Pedro II. Entretanto, a Constituição do Império estabelecia que, a idade mínima para
que o Imperador pudesse ascender ao trono era de 18 anos, e como d. Pedro contava
apenas com 5 anos, inicia-se no Brasil o período regencial.

Na ausência da figura do Imperador, era necessário alterar a base


institucional do Estado para legitimar a hegemonia política do grupo
liberal que assumiu o poder. De um lado, reformar a Constituição,
expurgando dela o conteúdo considerado autoritário, como o Poder
Moderador, o Senado Vitalício e o Conselho de Estado; de outro,
promover uma descentralização político-administrativa, para
contemplar lideranças políticas regionais. Primeiro, o Ato Adicional à
Constituição, de 1834, extinguiu o Conselho de Estado; transformou a
Regência Trina em Uma e criou as Assembléias Legislativas
provinciais, além do Município Neutro da Corte. Já as reformas
liberais como ficaram conhecidas, as políticas descentralizadoras,
criaram a Guarda Nacional, o Código do Processo Criminal entre
outros. (CALDEIRA, 1997:166)

De acordo com o historiador Jorge Caldeira (CALDEIRA, 1997) as lutas militares da


Independência caminharam lado a lado com a iniciativa de reorganizar em termos
políticos o novo país. Essa iniciativa coincidiu em parte com todo o segredo da
manutenção da unidade, que se achava pautada por uma promessa do Imperador o qual
visava à união de todos os grupos políticos: d. Pedro I como Imperador, teria que se
submeter a uma Constituição; esta que haveria de ser elaborada por uma Constituinte,
sendo assim instalada em maio de 1823 para finalmente, dar início aos trabalhos.
A premente falta de experiência política dos eleitos, unida aos problemas de difícil
solução do país, independentemente da boa vontade explicitada pelos cidadãos da
Assembléia, acabou por provocar seguidos impasses nos trabalhos dos constituintes
afirma Jorge Caldeira. (CALDEIRA, 1997:166)
A confusão de questões estruturais, como as relativas à organização
política e ao sistema escravista, com outras de curto prazo, como as
5 Discurso de Sua Majestade o Imperador à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa do Império do
Brasil, no dia da abertura da mesma Assembléia, in: D. Pedro I – Proclamações, cartas, artigos de
imprensa, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1972, p. 169-170.

8
das revoltas militares, dificultou a formulação de diretrizes. No início
do novo governo, apenas um homem revelou-se à altura da situação:
José Bonifácio de Andrada e Silva. Enquanto participava da
Constituinte, dirigia dois Ministérios e ajudava o irmão Martim
Francisco a resolver problemas econômicos no Ministério da Fazenda.
Ele ainda encontrava tempo para conceber as tão necessárias políticas
de longo prazo. (CALDEIRA, 1997:167)

A saída vislumbrada por José Bonifácio era de longo prazo e baseava-


se nos costumes consolidados ao longo do período colonial. Ele queria
transformar índios e negros em cidadãos, substituindo, aos poucos o
regime da escravidão pelo da liberdade do trabalho. Escreveu duas
propostas para os constituintes: uma sobre os índios e outra, sobre os
escravos negros. Eram projetos importantes, mas, ao serem
apresentados, provocaram uma revira-volta no recém-criado país. E
uma unidade entre grupos díspares, duramente forjadas pelo Ministro
para garantir a Independência, começou a se romper. Assim que as
idéias de José Bonifácio foram divulgadas, levantou-se uma grande
onda de reação. Comerciantes ligados ao tráfico e membros do
‘partido português’, uniram-se, e passaram a dizer que o país estava
ameaçado pela anarquia. Conseguiram convencer o Imperador. Em
julho de 1823, d. Pedro I demitiu os irmãos Andrada. Entregou o
governo a um grupo conservador, ligado aos traficantes do Rio de
Janeiro e da Bahia. A troca do Ministério exacerbou a oposição,
reforçada pelos Andradas, e agravou as disputas com a Assembléia.
Em novembro, o Imperador fechou a Constituinte e tratou ele mesmo
de outorgar a primeira Constituição do Brasil. À desconfiança que
marcou o relacionamento entre o Imperador e a Assembléia
Constituinte acabou em crise assim que os irmãos Andrada foram para
a oposição. O conflito central, a divisão de poderes entre o Imperador
e o Legislativo, confundiu-se com outra questão explosiva: a distinção
entre cidadãos brasileiros e portugueses. O Ministério conservador
era mais sensível a isso que o dos Andrada, sendo até suspeito de
lusitanismo, tal como o monarca. E uma das inúmeras querelas sobre
o assunto, foi motivo de grave crise institucional. (CALDEIRA,
1997: 167)

Foi no dia 10 de novembro de 1823, que uma simples frase de d. Pedro I causou
grande descontentamento por parte da mídia local. Foi esta a sua frase: ‘Vão os Lusos
para a Lusitânia e o Brasil será feliz’ 6. As palavras foram publicadas no jornal A
Sentinela, o que desagradou aos membros do ‘partido português’. Esses senhores
acabaram revidando logo na mesma noite, obtendo permissão para que o Imperador
concordasse em receber um grupo de oficiais de origem Portuguesa. (CALDEIRA,
1997) Eles foram contestar contra ‘os recentes insultos de jornalistas e deputados’. E, o
Imperador manifestando-se sobre suas palavras anteriormente proferidas, foi que os
militares aproveitaram para convencer d. Pedro I, a convocar o mais rápido o quanto
fosse possível ao Palácio, todas as tropas da cidade, mudando de imediato o ministério,
substituindo-o por outro comandado pelos militares, - “e, caso a Assembléia não
apoiasse tais medidas, ela seria fechada.” (CALDEIRA, 1997: 168-169)

6 Palavras proferidas pelo Imperador d. Pedro I para o jornal A Sentinela. (Apud CALDEIRA, 1997:
168-169)

9
7. Texto da Carta de Despedida do ex-Imperador do Brasil, d. Pedro I

De acordo com o autor Jean Baptiste, (DEBRET, 1936) segue este trecho escrito
pelo Imperador d. Pedro I em 1831:

Não sendo possível dirigir-me a cada um dos meus verdadeiros


amigos em particular, para me despedir e lhes agradecer ao
mesmo tempo os obséquios que me fizeram, outrossim para lhes
pedir perdão de alguma ofensa que de mim possam ter, ficando
certos que se em alguma coisa os agravei foi sem a menor
intenção de ofendê-los; faço esta carta para que, impressa eu
possa deste modo alcançar o fim que me proponho. Eu me retiro
para a Europa, saudoso da pátria de meus filhos e de todos os
meus verdadeiros amigos. Deixar objetos tão caros é sumamente
sensível, ainda ao coração mais duro; mas deixá-los para
sustentar a honra não pôde haver maior glória. Adeus pátria,
adeus amigos e adeus para sempre.

D. Pedro de Alcântara de Bragança e Bourbon


Bordo da nau inglesa Warspite, 12 de abril de 1831.
(Apud DEBRET, 1936: 96)

8. José Bonifácio de Andrada e Silva (uma introdução)

José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu no dia 13 de junho de 1763, em Santos.


Filho de Bonifácio José de Andrada e de Dona Maria Bárbara da Silva.
Em 1783 viaja para Portugal para estudar direito, na Universidade de Coimbra. Já em
1784 Bonifácio matricula-se no curso de matemática e de filosofia. Em 1789 torna-se
sócio da Academia das Ciências de Lisboa. Em 1790 parte para a França e casa-se em
1792 com Dona Narcisa Emília O’Leary. Bonifácio torna-se Doutor em filosofia e
direito em 1802. Em 1820 entre idas e vindas de Lisboa para o Brasil, Bonifácio é
nomeado conselheiro de d. João VI. É nomeado pelo então Imperador d. Pedro I como
Ministro das Relações Exteriores em 16 de janeiro de 1822. Porém pede demissão do

10
cargo após o dia da Proclamação da Independência, em 07 de setembro, mas retorna ao
Ministério em seguida.7 (LACOMBE, 2001: 09)
Em 1823 ocorre a dissolução da Constituinte e a prisão de José Bonifácio no dia 12
de outubro. Os três irmãos da família Andrada seguem para o exílio no mesmo ano.
Em 1831 o Imperador d. Pedro I abdica ao trono em favor de seu filho, Pedro de
Alcântara. Antes de partir para Portugal Dom Pedro I pede a José Bonifácio que assuma
o cargo de tutor de seu filho, o qual se encontrava com seus anos de idade. Bonifácio
assume o cargo em 07 de abril de 1831, e presta juramento no Senado Federal em 19 de
agosto. Contudo, alguns militares insatisfeitos com o trabalho de Bonifácio como tutor,
(já que, ao longo dos anos fez alguns inimigos e rivais políticos) acusam-no de violar
certas Leis da Constituinte, exercendo pressão política para que ele deixe o cargo o
quanto antes. Mesmo sendo contrário a idéia de deixar o filho do Imperador sem um
tutor, Bonifácio, depois de ter sofrido diversas ameaças e já ficando sem escolha, acaba
por aceitar sua destituição em 14 de dezembro de 1833. No mesmo ano é preso em
Paquetá e falece em 06 de abril de 1838. (LACOMBE, 2001: 09)

A vila de Santos

Embaixo é a venda. Ali estão os caixotes de fazendas – as fazendas de


cores vivas que agradavam tanto -, os barris de vinho, as caixas de
louças, as barricas de ferramentas. Ali trabalha Bonifácio José de
Andrada, um dos melhores homens da vila de Santos. Mora em cima,
neste sobrado da Rua Direita. É na parte de terra, isto é, na parte que
não dá para o mar, mas isso não impede que a casa seja uma das
melhores da rua, e mesmo da vila. Ele é casado com d. Maria Bárbara
da Silva, que tem 23 anos. Ela nasceu no dia 27 de agosto de 1740 e é
filha do português Gonçalo Fernandes Souto e da santista dona Rosa
de Viterbo da Silva. Quando dona Rosa se batizou, foi padrinho, o
coronel José Ribeiro de Andrada. Esse coronel José é o pai de
Bonifácio José, ele tem 85 anos e é português, nascido na freguesia de
S. Martinho, em Guimarães, no Minho. O velho José é casado com d.
Ana da Silva Borges, da família santista, com 83 anos. Ambos vivem
numa casinha, ao lado do sobrado de Bonifácio José. Mora com ele, a
filha Ana Maria, que ficou para tia, é a tia Ana. O coronel José
Ribeiro e dona Ana tiveram mais três filhos e todos terminaram como
padres. Tobias Ribeiro de Andrada estudou em Coimbra e logo se
tornou o padre Tobias; João Floriano Ribeiro de Andrada era poeta,
mas também logo se tornou padre. Já o mais velho, José Bonifácio de
Andrada, quando estudava em Coimbra, já era casado. Ali, se formou
em medicina, e talvez tenha sido o primeiro paulista a fazê-lo.
(Apud LACOMBE, 2001: 41)
José Bonifácio de Andrada e Silva foi a favor da abolição da escravidão no
Brasil. Além disso, gostaria que os índios fossem incorporados ao meio social, e acima
de tudo, foi um grande visionário. Bonifácio chegou a acumular cerca de 11 cargos,
dentre eles, alguns cargos no governo de Portugal; em certos momentos, apenas recebeu
7 LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José Bonifácio. Coleção: A vida dos
Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa. Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.

11
ordenado de provenientes de apenas três destes empregos. Formou-se na Universidade
de Coimbra, em direito e filosofia, embora tenha cursado matemática, não chegou a
finalizar o curso. Era maçom e muito contribuiu com o Imperador d. Pedro I juntamente
ao processo da Independência do Brasil. Durante 03 anos, foi tutor do Imperador d.
Pedro II, pois, em 1831, antes de partir definitivamente para Portugal, d. Pedro I pediu a
José Bonifácio que aceitasse o cargo. Em 1834 foi destituído deste ofício por rivais
militares e políticos da época. Chegou a ter uma filha, fruto de um rápido
relacionamento extraconjugal. Sua filha Gabriela acaba se casando com um de seus
irmãos. Bonifacio falece em 1838, por conseqüência de um provável infarto ou uma
isquemia cerebral.

“Fui ativo e animoso; mas não tive a baixeza de


fingir bajulações ou de suportar perfídias.”
Citação de José Bonifácio de Andrada e Silva
Fonte: http://www.obrabonifacio.com.br/bibliografia/autor/16/, em:
23/05/2018, às 15h.
 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

12
13
2º TEXTO
AULA #002
Introdução

Não te envaideças do teu conhecimento,


Toma o conselho tanto do ignorante quanto do instruído,
Pois os limites da arte não podem ser alcançados
E a destreza de nenhum artista é perfeita.
(Ensinamentos de Ptah Hotep, V Dinastia; 2380 -2342 a.C)

O objetivo deste trabalho1 está baseado na análise e na pesquisa do atual Brasão da


cidade de Petrópolis, para desta forma compreender melhor a simbologia da águia, a qual
está inserida no mesmo.

1. Uma pesquisa sobre o significado da águia inserida no Brasão da Cidade de


Petrópolis (Cidade de Pedro):

A águia negra sobre o fundo de ouro é um dos mais antigos e clássicos símbolos das
terras alemãs e austríacas. As referências culturais e artísticas da colonização alemã são
uma constante da administração pública do município desde a república velha. As demais
influências, muitas vezes ficam esquecidas, mesmo sendo hegemônicas em algumas áreas
como a arquitetura, por exemplo.

Neste campo, a influência germânica não é, nem mesmo de longe, a maior presença
em Petrópolis, mas encontramos um número não desprezível de casos bastante
característicos dentre os quais não se pode deixar de mencionar o Hotel Quitandinha.

1 Trabalho apresentado ao curso de graduação em História da Universidade Católica de Petrópolis,


requisitado como avaliação final da disciplina História e Arte. Pesquisa realizada sobre o atual Brasão de
Petrópolis: Uma análise sobre o significado da águia inserida no mesmo. Centro de Teologias e
Humanidades. Professor Orientador: Maurício Vicente Ferreira Júnior, Petrópolis: 2009.

1
2. Uma pesquisa sobre a utilidade da Heráldica:

Nos primórdios da heráldica, formas retilíneas muito simples e com traço grosso
eram pintadas em escudos. Estas poderiam ser facilmente reconhecidas à distância e
lembradas. Assim era o maior objetivo da heráldica: Servir como fonte de indicação.

Heráldica, armaria ou parassematografia é a arte de formar e descrever o brasão de


armas, que é um conjunto de peças, figuras e ornatos dispostos no campo de um escudo
e/ou fora dele, e que representam as armas de uma nação, país, estado, cidade, de um
soberano, de uma família, de um indivíduo, de uma corporação ou associação.
Também podemos mencionar que a heráldica é uma ciência, é a arte de descrever
brasões de armas e escudos, e suas origens são bastante antigas. Quando os participantes
das batalhas e dos torneios do passado prestavam serviços aos reis e imperadores, eram
pintados nos seus escudos. Também se deve destacar que um brasão de armas tem sua
definição pela descrição escrita, e não apenas pela aparência visual nele desenhada.

Esclarecer ainda que, brasonar é o ato de desenhar brasões, e que os heraldistas


possam realizar seu ofício de maneira correta, é preciso seguir as muitas leis da heráldica.
Vários animais são encontrados em posições estereotipadas em heráldica, não apenas existe
a figura da águia, como também dos leões, do alce, javali, morcego, dragões, peixe,
unicórnios entre outros. No brasão da Inglaterra, as águias quase sempre estão com as asas
espraiadas.

Falar de escudo nem sempre é falar de brasão. O escudo é somente um dos


elementos que compõe um brasão. O escudo muitas vezes é acompanhado de outros
elementos, tais como lemas, listéis, coronéis, suportes.

Aqui há alguns conceitos pertinentes ao trabalho, que tratam da visão do autor


citado sobre o assunto do artigo. “A águia é animada quando se refere aos olhos, bicada
para o bico, unhada para garras, membrada para os pés, linguada para a língua (quando em
esmaltes diferentes).” (NETTO, 2006)

2
Sobre a heráldica, o autor nos diz que “é a arte de exprimir em termos especiais
dentro das regras estabelecidas tudo que se refere à ciência da armaria.”. Já mencionando o
foco do nosso estudo, a águia, o autor escreve assim, “O rei dos pássaros no brasão é a
águia. Era a insígnia das legiões romanas e vinha alçada a ima espécie de lança que se
prendia ao solo no local onde as legiões estacionavam. Símbolo da potência, da vitória e da
prosperidade.”

Conta-se a propósito da afeição dos romanos à águia, que nas exéquias dos
Imperadores, particularmente nas de Máximo e Balbino, empregaram 100
leões e 100 águias. Era hábito em tais cerimônias atar uma águia no topo da
fogueira em que se incinerava o corpo e ao queimar-se a corda que a
prendia, esta voava à grande altura, acreditando o povo que levava consigo
a alma do Imperador para apresentá-la a Júpiter. (NETTO, 2006)

As atitudes se brasonam: Parada ou vôo alado que é a posição normal;


estendida, de frente com asas bem abertas, coxas alçadas, patas separadas,
cabeça orgulhosa, vôo abaixado, asas caídas e estendidas. Quanto à cabeça:
Coroada, geralmente de outro esmalte; diademada com um círculo elíptico
como um halo de santo; bicéfala, de origem germânica; uma cabeça olha o
flanco destro e a outra o sinestro. A águia igualmente prefere a posição em
pala, porém pode assumir outras posições. A partir de 3 dá-se o nome de
aguieta e dispostas em roquete. A águia, como os quadrúpedes, pode ser
sainte ou nascente, meia ou em partes destacadas. (NETTO, 2006)

E de acordo com Dreyfus (1968, p. 35) “A cabeça é sempre se perfil; não há


encontros. Duas asas ligadas chamam-se vôo, uma asa, meio vôo que pode ser destro ou
sinestro. Pata com asa, diz garra alada.”

O desenho do escudo atual da cidade de Petrópolis foi elaborado pelo heraldista e


também pintor José Wasth Rodrigue, e, Guilherme de Almeida foi o autor do projeto.
Dentro da linguagem da heráldica, a descrição do brasão é a seguinte:

Um escudo português de ouro, com uma águia de negro, bicada e


membrada de vermelho, em campanha; mantel de azul, abaixada, tendo
em chefe a sigla PII de ouro, encimada pela coroa imperial do mesmo.
Encimando o escudo, coroa mural de ouro de três torres. Como suportes

3
trilhos, nas suas cores, e uma fita enrolada aos mesmos com a divisa em
letras de ouro: ALTIORA SEMPER PETENS. . (NETTO, 2006)

A frase em latim ALTIORA SEMPER PETENS contida no brasão significa:


“Buscando sempre as alturas”, ou em uma tradução mais geral: Aspirando sempre o mais
alto.

"Altiora Semper Petens"

Esta frase em latim colocada abaixo do símbolo aqui analisado tem seu significado
como "aspirando sempre o mais alto", ou "almejando sempre as alturas". Podemos
interpretar tais palavras com um sentido bem amplo, querer sempre sonhar com o que é
grandioso, almejar grandes vitórias, sonhar com aquilo que tem valor maior do que as
coisas mais simples, buscar conquistas, caminhar na direção daquilo que tem valor e que é
importante.

3. Sobre a História do brasão de Petrópolis

O brasão do município foi criado pela deliberação nº224 de 8 de janeiro de 1929,


sendo Prefeito Paulo Buarque. O projeto é de Guilherme de Almeida e o desenho de Wasat
Rodrigues.

Formado por um escudo português, em azul, tendo ao alto o emblema PII em ouro
sobre a coroa imperial também em ouro, e na parte inferior, sobre uma montanha, a águia
da Alemanha em negro.

Encima do escudo, a coroa de cinco torres em prata. Como suporte, trilhos e seus
dormentes na cor natural envolvidos por fita azul, na qual, em letras ouro, encontra-se a
inscrição "Altiora Semper Petens".

4
Alguns elementos de grande relevância merecem destaque do ponto de vista
histórico, que tem sua relação direta com a História de Petrópolis e do Brasil:

* A águia foi uma alusão à Alemanha, pátria dos primeiros colonizadores;


* A inscrição em latim "Altiora Semper Petens" que diz: Buscando sempre o mais
elevado;
* Os trilhos com dormentes lembram a glória da cidade de Petrópolis, pois esta
possuiu a primeira estrada de ferro do Brasil;
* As torres de prata são emblemas do município;
* A montanha representa a Serra da Estrela, local onde se situava a cidade;
* A coroa e o emblema PII são uma homenagem ao fundador da cidade, Dom Pedro
II;
* O escudo português é uma homenagem aos descobridores do Brasil.

Referências Bibliográficas:

ABRANTES, Marquês de. Introdução ao Estudo da Heráldica. Instituto de Cultura e


Língua Portuguesa, Lisboa: 1992.

5
ALVES NETTO, Jerônimo Ferreira. Curso de História de Petrópolis. Instituto Histórico
de Petrópolis: 23/04/2006. (Disponível na Internet: http://www.ihp.org.br/colecoes/lib
ihp/docs/jfan20060423a.htm)

http://www.wikipedia.com.br

BARROSO, Gustavo. Introdução à Técnica de Museus. Vol. 2, Noções de Heráldica, Rio


de Janeiro: 1947.
DREYFUS, Jenny. Heráldica. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro: 1968.

LIMA, Alberto. Heráldica Fluminense de Domínio. Rio de Janeiro: 1963.

MATTOS, Armando de. Heráldica. Estudos, Notas e Comentários. Porto: 1941.

ZÜQUETE, Dr. Afonso Eduardo Martins. Nobreza de Portugal e do Brasil. 3 Vols.


Direção, coordenação e Compilação desta Obra: Lisboa: Editorial Enciclopédia Ltda,
Lisboa: 1960.

 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

6
7
Aula #03
Anexos:
Imagens dos
Documentos
Históricos:
 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

1
1. Anexo de Nº 01 – Texto dos Apontamentos para a Civilização dos Índios
Bravos do Império do Brasil.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.

2
2. Anexo de Nº 02 – Imagem: Antônio Carlos – Irmão de José
Bonifácio de Andrada e Silva.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.

3
3. Anexo de Nº 03 – José Bonifácio no Grande Oriente do Brasil
(Maçonaria).
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.

4
4. Anexo de Nº 04 – Imagem de Martim Francisco – Irmão de José
Bonifácio de Andrada e Silva.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.

5
5. Anexo de Nº 05 – Texto da Representação à Assembléia Geral
Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a Escravatura
por José Bonifácio de Andrada e Silva. Deputado à dita Assembléia
pela Província de S. Paulo. (Paris – Na Typografhia de Firmin Didot
(M DCCC XXV)
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.

6
6. Anexo de Nº 06 – Imagem de S. A. R. – O Imperador Dom Pedro I.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.

7
7. Anexo de Nº 07 – Imagem de D. Rodrigo de Souza Coutinho, conde
de Linhares, estadista português, veio para o Brasil com d. João VI.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.

8
8. Anexo de Nº 08 - d. João VI: Carta de Lei impressa, elevando o
Brasil à categoria de Reino – 1815 (folha 01).
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190
anos da Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Instituto Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando
Álvares Penteado. Brasília: 2013.

9
9. Anexo de Nº 09 - d. João VI: Carta de Lei impressa, elevando o Brasil
à categoria de Reino – 1815 (folha 02).
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190
anos da Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Instituto Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando
Álvares Penteado. Brasília: 2013.

10
10. Anexo de Nº 10 – Imagem: Constituição do Império do Brasil – 1824.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190
anos da Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Instituto Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando
Álvares Penteado. Brasília: 2013.

11. Anexo de Nº 11 – Imagem de José Bonifácio de Andrada e Silva

11
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.

12
12. Anexo de Nº 12 – Imagem de d. Pedro I, Imperador do Brasil – 1824.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Jean F. Badoureau – Lisboa (século XIX);
Acervo: Museu Imperial – Petrópolis.
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190
anos da Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Instituto Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando
Álvares Penteado. Brasília: 2013.

13
13. Anexo de Nº 13 – Imagem de d. Pedro I, Imperador do Brasil – 1824.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Manuel de Araújo – Porto Alegre – 1824.
Acervo: Museu Imperial
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013

14
14. Anexo de Nº 14 – Imagem de d. Pedro I, Imperador do Brasil – 1824.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Henrique José da Silva (1824);
Acervo: Museu Imperial – Petrópolis.
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.

15
15. Anexo de Nº 15 – Imagem da cerimônia de Sagração de d. Pedro I.

Imagens: Amanda M. Hutflesz


Acervo: Museu Imperial – Petrópolis.
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013 IN: DEBRET, Jean Baptiste. Condecorações brasileiras: Manto – Cetro e Coroa.
Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo: 1936.

16
16. Anexo de Nº 16 – Imagem da 1ª Imperatriz do Brasil, Dona Carolina
Josefa Leopoldina (duquesa d’Áustria).
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Jean F. Badoureau – Lisboa (século XIX);
Acervo: Museu Imperial – Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.

17
17. Anexo de Nº 17 – Imagem de d. João V (Rei de Portugal)
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: POMBO, Rocha. História do Brasil. 9ª Edição. Revista e atualizada por Hélio
Vianna. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1960.

18
18. Anexo de Nº 18 – Imagem de d. José I.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: POMBO, Rocha. História do Brasil. 9ª Edição. Revista e atualizada por Hélio
Vianna. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1960.

19. Anexo de Nº 19 – Proclamação da Independência do Brasil – 1844.

19
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: François René Moreaux
Acervo: Museu Imperial - Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.

20
20. Anexo de Nº 20 – Imagem de José Bonifácio de Andrada e Silva.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.

21
21. Anexo de Nº 21 – Imagem do Rei de Portugal, d. João VI.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: POMBO, Rocha. História do Brasil. 9ª Edição. Revista e atualizada por Hélio
Vianna. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1960.

22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AMEAL, JOÃO. Da Academia Portuguesa de História. História de Portugal. 2ª Edição


e acrescentada. Livraria Tavares Martins – Porto: 1942.
ALVES NETTO, Jerônymo Ferreira. Os Quinhentos anos do Nascimento de São
Pedro de Alcântara. Revista do Instituto Histórico de Petrópolis, Petrópolis, em
27/10/1999 - Petrópolis: IHP, Texto da palestra do dia 18/10/1999.
ALVES NETO, Jerônymo Ferreira. in: A Catedral de Petrópolis. Módulo V –
Petrópolis: IHP, s.d.
_______________________________in: Palestra sobre o V Centenário do
nascimento de São Pedro de Alcântara. Petrópolis: Tribuna de Petrópolis, 1999.
Annuário Genealógico Brasileiro. Publicações do Instituto de Estudos Genealógicos. –
Organizado por Salvador de Moya. Empreza Gráphica da Revista dos tribunais – 1º
Anno. São Paulo: s.d.
Annuário do Museu Imperial. Ministério da Educação e Cultura, Volume: XV.
Petrópolis: 1954.
Arteum.terra.com.br
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Petrópolis, Petrópolis: 1956.
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BELTING, Hans. Semelhança e Presença: A História da imagem antes da era da arte.
Rio de janeiro: ARS URBE, 2010.
Biblioteca Municipal de Petrópolis. A Morte de Monsenhor Gentil Costa. Petrópolis:
Revista Ação. 1982.
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Rio de Janeiro: 1981.
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Academia Campinense de Letras, Nº15. Campinas, Estado de São Paulo, Brasil: 1965.
CANCLINI, Nestor Garcia. A socialização da Arte. Teoria e prática na América
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1
CALDEIRA, Jorge. Viagem pela História do Brasil. São Paulo: Editora Companhia
das Letras, 1997.
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2002. (Coleção Formadores do Brasil).
CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita Procópio;
SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da Assembléia
Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto Brasileiro de
Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília: 2013.
CERQUEIRA, Bruno da Silva. “Quem foi D. Isabel de Bragança?” IN: Revista do
Instituto D. Isabel I – A Redentora. Brasília: Junho de 2016.
CERQUEIRA FALCÃO, Edgard de (org.). Obras científicas, políticas e sociais de
José Bonifácio de Andrada e Silva. Santos: Câmara Municipal, 1963. 3 v.
CHENEY, Sheldon. História da Arte. Do Extremo Oriente à Arte Gótica: O apogeu
Cristão. Vol. II. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1970.
Comissão do Centenário de Petrópolis. Decreto Imperial de 16 de Março de 1843.
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pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo: 1936.
DORNAS FILHO, João. Figuras da Província. Vol. I. Belo Horizonte, Movimento
Editorial Panorama, 1949
EPPINGHAUS, Guilherme Pedro. A Catedral. Petrópolis: IHP, 1984.
FRANCO, Afonso Arinos de Mello; LACOMBE, Américo Jacobina. José Bonifácio.
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Pereira da Silva. Editora Três Ltda. São Paulo: 2001. (Fotos: Câmara Três e Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro).
FREMANTLE, Anne. A Idade da Fé. - Rio de janeiro: Livraria José Olímpio Editora
S.A, 1970.
FRÓES, José Kopke. A Velha e a Nova Matriz de Petrópolis. 2º Caderno - Petrópolis:
30 de Novembro de 1985, In Tribuna de Petrópolis.
GOMES, Laurentino. 1808: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma
Corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil /
São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.
HAUTECOEUR, Louis. História Geral da Arte. Da Magia à Religião. Tradução:
Pérola de Carvalho. Vol.: I, Tomo I. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1962.

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http://pt.wikipedia.org.br

Instituto D. Isabel I – A Redentora: www.idisabel.org.br

JUDICE, Ruth Boucault. Igrejas Neogóticas. Versão para o Inglês de Roberto Raposo.
- Coleção Guia de Arquitetura. Petrópolis, RJ: Crayon, 2000.

LACOMBE, Lourenço Luiz. Biografia de um Palácio. Museu Imperial. Petrópolis:


2007.

LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José Bonifácio. Coleção: A


vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa. Editora Três LTDA. São
Paulo: 2001.

MARMONTI, Conde Willian J. C. A Ordem do Tosão de Ouro (As ordens de


Cavalaria). 5 ª Parte. Revista Ponto de Vista. 2006. Pgs. 09-11.

MESQUITA, Maria Luiza de Carvalho. O terceiro Reinado: Isabel de Bragança, a


Imperatriz que não foi. Dissertação de Mestrado apresentada ao programa de Pós-
Graduação em História Social, da Universidade Severino Sombra como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em História Social. Orientadora:
Profª. Dr.ª Cláudia Regina Andrade dos Santos. Vassouras: 2009.

NABUCO, Joaquim. O abolicionismo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo:


Publifolha, 2000. – (grandes nomes do pensamento brasileiro).

PANOFSKY, Erwin. Idea: A Evolução do Conceito de Belo. Profª Drª Sônia Afonso
Mestranda Maria Anita Nunes. Método e Linguagem. 1º trab.: Santa Catarina:
UFSC/Pós - Arq/2004.
POMBO, Rocha. História do Brasil. 9ª Edição. Revista e atualizada por Hélio Vianna.
São Paulo: Edições Melhoramentos, 1960.
RABAÇO, Henrique José. História de Petrópolis. Petrópolis: Instituto Histórico de
Petrópolis, 1985.

SODRÉ, Alcindo. D. Pedro II e a Paróquia de Petrópolis. Petrópolis: Editoras Vozes,


1946.
Tribuna de Petrópolis. O nascimento do Príncipe do Grão-Pará. Petrópolis: In: Jornal
Tribuna de Petrópolis, 1925

www.museuimperial.gov.br/portal/arquivo-historico.html
www.google.com.br

3
http://www.obrabonifacio.com.br/bibliografia/autor/16/.

www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1889/D0078-A.htm.

 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
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4
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(ATENÇÃO: NÃO PERTENCE À PREFEITURA DE PETRÓPOLIS – ADM.
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DIAS)

7 – PALÁCIO DE CRISTAL: (24) 2247-3721 (09:00 às 18:00 HS)


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Os horários podem ser diferentes
Christi)
sexta-feira 10:00–00:00
sábado 10:00–00:00
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1
>® Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em História, pela
Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o
Nº 20.138-414/11, de 13 de Setembro de 2011.

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:

1- Qual Princesa assinou a Lei Áurea, libertando os escravos no Brasil?

A. ( ) Princesa D. Isabel
B. ( ) Princesa D. Leopoldina
C. ( ) D. Teresa Cristina

2 - Qual Imperador Brasileiro juntamente com sua filha, financiaram as obras da


Catedral?

A- ( ) Dom Pedro I e Princesa D. Isabel


B- ( ) Dom Pedro II e Princesa D. Isabel
C- ( ) Paulo Barbosa da Silva e Princesa D. Isabel

3 - Quem era o Santo Padroeiro da cidade de Petrópolis, do Império e do Brasil?

A- ( ) Santo Antônio
B- ( ) Santa Elisabeth da Hungria
C- ( ) São Pedro de Alcântara

4 - Os restos mortais do Imperador D. Pedro II, juntamente com os de sua família,


repousam em qual local atualmente?
A- ( ) Igreja do Rosário
B- ( ) Mosteiro de São Bento
C- ( ) Catedral de São Pedro de Alcântara

5 - A Princesa D. Isabel casou-se com qual Príncipe em 1864?

A- ( ) Augusto de Saxe Coburgo (Duque de Saxe)


B- ( ) José Bonifácio de Andrada e Silva
C- ( )Dom Luis Philippe Maria Fernando Gastão de Orleans (Conde D’Eu)

6 - Como se chamava o filho primogênito da Princesa D. Isabel de Bragança?

A- ( ) Duque de Saxe
B- ( ) Dom Pedro Augusto
C- ( ) Dom Pedro de Alcântara

7- Quantos anos duraram a obra da Catedral de Petrópolis?

A- ( ) 20
B- ( ) 10
C- ( ) 49

8 - Os vitrais na Idade Média eram confeccionados com quais produtos?

A- ( ) Sal, óxidos, areia, chumbo


B- ( ) Argila
C- ( ) Cimento e areia
9 - Como se chama o local aonde repousam os restos mortais da Família Imperial do
Brasil, dentro da Catedral?

A- ( ) Batistério
B- ( ) Mausoléu
C- ( ) Sacristia

10 - Como se chamava a amiga de Dom Pedro II e da Princesa D. Isabel que financiou


os vitrais do Mausoléu Imperial?

A- ( ) Condessa de Barral
B- ( ) D. Leopoldina
C- ( ) Baronesa de Muritiba

11 – Dom Pedro de Alcântara (primogênito da Princesa D. Isabel) financiou dois vitrais


para a Catedral de São Pedro. Esses vitrais vieram de Paris e simbolizavam dois santos
da crença católica. Quais?

A- ( ) Santa Elisabeth da Hungria e São Pedro de Alcântara


B- ( ) Santo Antônio e Santa Bárbara
C- ( ) Santa Teresa D’Ávila e São Sebastião

12- Como se chamava o mordomo da Imperial Casa do Imperador D. Pedro II em


Petrópolis?

A- ( ) Paulo Barbosa da Silva


B- ( ) Júlio Frederico Koeler
C- ( ) José Bonifácio de Andrada e Silva

13 – Quantos vitrais existem dentro da Catedral de Petrópolis?

A- ( ) 40
B- ( ) 60
C- ( ) 32

14 – Na Idade Média, os vitrais tinham outra função dentro das Catedrais da Europa,
além da beleza e da sua iluminação. Qual era essa função?

A- ( ) Decorar as paredes das igrejas


B- ( ) Iluminar a sacristia
C- ( ) Ensinar mensagens cristãs àqueles que não sabiam ler, através das imagens
confeccionadas nos vidros coloridos

15 – As rosáceas eram vitrais que possuíam uma simbologia cristã. Qual ?

A- ( ) Simbolizava Maria, a mãe de Cristo


B- ( ) Simbolizava a fé cristã
C- ( )Simbolizava São Pedro de Alcântara
16 – A Princesa D. Isabel faleceu na França, e seus restos mortais vieram para o Rio de
Janeiro em 1953 e ficaram em exposição na Catedral Metropolitana. Em que ano estes
restos mortais vieram para a Catedral de Petrópolis?

A- ( )1888
B- ( )1889
C- ( )1971

Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
RESPOSTAS DO EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:

1- Qual Princesa assinou a Lei Áurea, libertando os escravos no Brasil?

A. (X) Princesa D. Isabel


B. ( ) Princesa D. Leopoldina
C. ( ) D. Teresa Cristina

2 - Qual Imperador Brasileiro juntamente com sua filha, financiaram as obras da


Catedral?

A- ( ) Dom Pedro I e Princesa D. Isabel


B- (X) Dom Pedro II e Princesa D. Isabel
C- ( ) Paulo Barbosa da Silva e Princesa D. Isabel

3 - Quem era o Santo Padroeiro da cidade de Petrópolis, do Império e do Brasil?

A- ( ) Santo Antônio
B- ( ) Santa Elisabeth da Hungria
C- (X) São Pedro de Alcântara

4 - Os restos mortais do Imperador D. Pedro II, juntamente com os de sua família,


repousam em qual local atualmente?
A- ( ) Igreja do Rosário
B- ( ) Mosteiro de São Bento
C- (X) Catedral de São Pedro de Alcântara

5 - A Princesa D. Isabel casou-se com qual Príncipe em 1864?

A- ( ) Augusto de Saxe Coburgo (Duque de Saxe)


B- ( ) José Bonifácio de Andrada e Silva
C- (X) Dom Luis Philippe Maria Fernando Gastão de Orleans (Conde D’Eu)

6 - Como se chamava o filho primogênito da Princesa D. Isabel de Bragança?

A- ( ) Duque de Saxe
B- ( ) Dom Pedro Augusto
C- (X) Dom Pedro de Alcântara

7- Quantos anos duraram a obra da Catedral de Petrópolis?

A- ( ) 20
B- ( ) 10
C- (X) 49

8 - Os vitrais na Idade Média eram confeccionados com quais produtos?

A- (X) Sal, óxidos, areia, chumbo


B- ( ) Argila
C- ( ) Cimento e areia
9 - Como se chama o local aonde repousa os restos mortais da Família Imperial do
Brasil, dentro da Catedral?

A- ( ) Batistério
B- (X) Mausoléu
C- ( ) Sacristia

10 - Como se chamava a amiga de Dom Pedro II e da Princesa D. Isabel que financiou


os vitrais do Mausoléu Imperial?

A- ( ) Condessa de Barral
B- ( ) D. Leopoldina
C- (X) Baronesa de Muritiba

11 – Dom Pedro de Alcântara (primogênito da Princesa D. Isabel) financiou dois vitrais


para a Catedral de São Pedro. Esses vitrais vieram de Paris e simbolizavam dois santos
da crença católica. Quais?

A- (X) Santa Elisabeth da Hungria e São Pedro de Alcântara


B- ( ) Santo Antônio e Santa Bárbara
C- ( ) Santa Teresa D’Ávila e São Sebastião

12- Como se chamava o mordomo da Imperial Casa do Imperador D. Pedro II em


Petrópolis?

A- (X) Paulo Barbosa da Silva


B- ( ) Júlio Frederico Koeler
C- ( ) José Bonifácio de Andrada e Silva

13 – Quantos vitrais existem dentro da Catedral de Petrópolis?

A- ( ) 40
B- ( ) 60
C- (X) 32

14 – Na Idade Média, os vitrais tinham outra função dentro das Catedrais da Europa,
além da beleza e da sua iluminação. Qual era essa função?

A- ( ) Decorar as paredes das igrejas


B- ( ) Iluminar a sacristia
C- (X) Ensinar mensagens cristãs àqueles que não sabiam ler, através das imagens
confeccionadas nos vidros coloridos

15 – As rosáceas eram vitrais que possuíam uma simbologia cristã. Qual ?

A- (X) Simbolizava Maria, a mãe de Cristo


B- ( ) Simbolizava a fé cristã
C- ( )Simbolizava São Pedro de Alcântara
16 – A Princesa D. Isabel faleceu na França, e seus restos mortais vieram para o Rio de
Janeiro em 1953 e ficaram em exposição na Catedral Metropolitana. Em que ano estes
restos mortais vieram para a Catedral de Petrópolis?

A- ( )1888
B- ( )1889
C- (X)1971

 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
"Morto em Portugal, o ex-Imperador, como Duque de Bragança, abriu-se-lhe o
inventário, que se arrastou por longo tempo nos tribunais, entre réplicas e tréplicas, não
sendo fácil a partilha do espólio. É que deixara D. Pedro I bens e também vultosas
dívidas, que os advogados dos credores procuravam defender. Aliás, escrevera o
Imperador em seu testamento: ' Declaro que sou devedor ao Conselheiro Manuel José
Sarmento de uma quantia assás [sic] avultada de que não me lembro agora, mas que o
meu criado João Carlota Ferreira, intendente das Reais Cavalariças, fica autorizado a
declarar.' (LACOMBE, 2007: 25)
Foi na defesa desses bens que exarou o escrivão dos órfãos, Antônio Caetano da
Cruz, 'como procurador de Sua Majestade Imperial, a Senhora Duquesa de Bragança [a
ex-Imperatriz D. Amélia] e a requerimento do comendador Plácido Antônio Pereira de
Abreu' uma intimação dirigida a Samuel Philips para que não disponha de bens alguns
que pertençam ao dito senhor D. Pedro I, por qualquer título que haja de pertencer, sem
que ele, dito comendador, seja embolsado da quantia de 16 contos, 777 mil e 391 real de
despesas por ele feitas quando tesoureiro da Imperial Casa, além da quantia de 78
contos, 859 mil e 527 réis, que se tem de liquidar, visto que o mesmo tem de lançar mão
dos meios judiciais, quando amigavelmente não se consiga etc.' Está a intimação datada
do Rio de Janeiro, 4 de agosto de 1838. (LACOMBE, 2007: 26)
Mas somente em 1842, dirimidas todas as dúvidas, assinam o Marquês de Itanhaém
na qualidade de tutor dos Príncipes brasileiros, e Paulo Barboosa da Silva, na de
mordomo da Casa Imperial, um acordo, ratificando a partilha feita em Portugal e
recebendo o quinhão que coube a D. Pedro II, entre cujos bens se encontravam a
Fazenda do Córrego Sêco, avaliada nesse documento em 13 contos, 974 mil e
oitocentos réis, estava, porém, hipotecada aos credores. E para que D. Pedro II pudesse
entrar na posse da propriedade, era necessário o levantamento da hipoteca, não tendo a
Casa Imperial meios de efetuá-lo. Por isso a nação, por seus representantes, na
Assembléia Geral, por iniciativa de Honório Hermeto Carneiro Leão, incluiu na Lei n.
108, de 26 de maio de 1840, no capítulo III das Disposições Gerais o 'art. 14 - -O
governo é autorizado a despender até a quantia de 14 contos de réis para remir a
Fazenda do Córrego Seco, que no inventário do falecido Imperador, D. Pedro I, foi
lançada aos credores. A referida fazenda ficará pertencendo a Sua Majestade o
Imperador e aos seus sucessores, sendo incorporada aos próprios nacionais. O tão
sugerido nome de Concórdia ficou esquecido, substituído pelo primitivo de Córrego
Seco. (LACOMBE, 2007: 26)
Daí em diante prosseguiu o mordomo Paulo Barbosa no sistema de arrendamento da
fazenda até 1843 quando o major Koeler se apresenta como candidato a novo
arrendamento. Há uma expressão de Paulo Barbosa que dá a entender já estar o major
Koeler como arrendatário do Córrego Seco, quando surgiu-lhe a idéia da colonização.
Esta é a expressão: 'Tendo-se-lhe apresentado o major Koeler para continuar a ser
arrendatário de Petrópolis, fui autorizado, etc.' Daí se conclui que, com o projeto de
colonização, foi feito um novo contrato de arrendamento. (LACOMBE, 2007: 26)
O major Júlio Frederico Koeler, oficial do corpo de Engenheiros (em cuja
corporação veio a conhecer e tornar-se amigo de Paulo Barbosa, brigadeiro dessa
unidade militar) havia sido incumbido de ligar a estrada que ligava o Porto da Estrela à
Paraíba do Sul, cortando, portanto, a região do Córrego Seco. Estabelecendo a sede do
seu serviço na velha casa da fazenda, teve, portanto, oportunidade de conhecer bem a
'região de terras frias e úmidas' e que não se prestavam para agricultura, pois é aí,
justamente aí, que pretende implantar uma colônia agrícola de alemães... São
estabelecidos entendimentos com o mordomo, pois o arrendamento por ele agora
pretendido não poderia ser feito nas mesmas bases do anterior, uma vez que, com a
vinda dos colonos, era necessário o contrato fosse elaborado em bases estáveis.
Apresenta seu plano então a Paulo Barbosa, que já tinha um projeto (quase um sonho,
pelas deficiências orçamentárias da Casa Imperial) da construção de um palácio na
fazenda do Córrego Seco, que uma vez tendo habitantes, propiciaria a execução do
plano. Plano esse que por Paulo Barbosa apresentado ao Imperador, numa longa e bem
fundamentada exposição. D. Pedro II o aprova de maneira solene, , expedindo o Decreto
Imperial que tomou o n. 155, de 16 de março de 1843, o qual é considerado como o da
fundação de Petrópolis. Nesse decreto, determinava D. Pedro II, entre outras medidas,
arrendar a Koeler a sua fazenda do Córrego Seco, reservando um terreno suficiente para
nele se edificar, um palácio para si, com suas dependências e jardins. Note-se que nesse
decreto só se fala em Córrego Seco. Como teria surgido o nome Petrópolis, e desde
quando passou a ser usado? Paulo Barbosa que não era homem de se vangloriar de
obras alheias, gaba-se de ser seu autor: 'Lembrei-me de Petersburgo, cidade de Pedro,
recorri ao grego e achei uma cidade com esse nome no arquipélago. E sendo o
Imperador D. Pedro, julguei que lhe cabia bem esse nome.' (LACOMBE, 2007: 27)
Mas quando foi empregado pela primeira vez o nome Petrópolis? Quer-nos parecer
ter sido na portaria de 8 de julho de 1843 do presidente da província Caldas Viana
mandado 'erguer uma grande cruz de madeira de lei, com a inscrição Cruz de São Pedro
de Alcântara em Petrópolis.' (LACOMBE, 2007: 27)
Pela escritura de arrendamento da fazenda a Koeler, assinada a 26 de julho seguinte,
obrigava-se ele a levantar a planta da futura Petrópolis, e do Palácio e suas
dependências, gratuitamente. (LACOMBE, 2007: 28)
A informação sobre a autoria do projeto é confirmada pelo Decreto Imperial n.182,
de 15 de janeiro de 1845. 'Tendo ordenado a construção de um palacete em minha
fazenda em Petrópolis, pelo plano que me apresentou o mordomo da minha Imperial
Casa, o conselheiro Paulo Barbosa da Silva, feito pelo major Júlio Frederico Koeler, etc.
Esta planta, hoje desaparecida seria elemento de primordial importância para a
construção do Palácio de Petrópolis. Ainda quanto a autoria do plano, informa
Bettercourt da Silva: ' A sua primeira idéia pertence ao falecido Koeler, a qual, por
ordem dele mesmo, foi modificada pelo Sr. Bonini, no que é relativo à frontaria.' Pedro
Calmon, comparando com evidente exagero, o corpo do Palácio de Petrópolis, ao
Trianon, informa qual tenha sido a colaboração de Bonini, acrescentar o pórtico de
granito e o sobrado no corpo central.' (LACOMBE, 2007: 28)
Pelos documentos conservados no arquivo da Companhia Imobiliária de Petrópolis
(sucessora da Imperial Fazenda) e divulgados por Guilherme Auler, verifica-se que as
obras tiveram início em janeiro de 1845, com o preparo do local onde se deveria erguer
a construção. Esse local não foi logo definido, pois, em ofício ao mordomo, informa
Koeler: 'Apresento a V. Ex.ª alguma dúvida sobre a localidade definitiva do Palácio,
por causa dessa dúvida não mandei abrir os alicerces. ' Mas, em abril de 1845, logo
depois da visita de D. Pedro II a sua fazenda, informa o major a Paulo Barbosa: ' Fiquei
autorizado a levantar o Palácio, no canto da Rua da Imperatriz, com a Praça do
Imperador. ' Local onde efetivamente se encontra. Para essa vinda de SS.MM. (informa
Koeler), foi necessário abrir muitos caminhos e construir cinco pontes. Mas só em junho
comunica ele no respectivo ofício: ' Vai principiar o começo efetivo dos alicerces do
Palácio, na sua pitoresca linguagem. E a 18 de julho de 1845' numeroso concurso de
povo presenciava o cerimonial que precedeu ao assentamento da pedra fundamental'. O
local escolhido foi o monte de Santa cruz, conforme informação de Alcindo Sodré, que
justifica o nome por ser aquele onde foi erguida a cruz de madeira determinada na
portaria de Caldas Viana. ' (LACOMBE, 2007: 29)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Capítulo II da obra de: LACOMBE, Lourenço Luiz. Biografia de um Palácio. Museu
Imperial: Petrópolis, 2007. (pág. 25-29).

 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
1

OS VITRAIS DA CATEDRAL SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA: OBRA DE


DEVOÇÃO E TRANSMISSÃO DA FE CRISTÃ - 2017

Professor Orientador: Maurício Vivente Ferreira Jr.

Amanda Martins Hutflesz1

1. A HISTÓRIA DOS VITRAIS ATRAVÉS DOS SÉCULOS

É interessante que possamos perceber que a arte dos vitrais surgiu faz bastante
tempo, na idade chamada de idade da fé. Por volta de 1140, na Europa, era mais comum
nas grandes catedrais em estilo gótico. Contudo, foi por volta do Século V que a arte
dos vitrais surge na Europa. Nesse período a arte esteve fortemente vinculada à religião.
O estilo gótico é proveniente do norte da França, e surge a partir de 1140 e se estende
até 1500. Onde as principais formas de construção eram as universidades e as grandes
catedrais. O tipo de decoração em evidência era baseado no uso de muitos vitrais e de
uma decoração a mais natural possível. Já no século XIX, na cidade de Petrópolis, o
Imperador D. Pedro II mandou erguer sua catedral, inspirado pela catedral parisiense,
Notre Dame. (EPPINGHAUS, 1984)

Para Guilherme Eppinghaus (EPPINGHAUS, 1984) o material utilizado


para fabricar os vitrais era composto de chumbo, sal, areia e óxidos, para dar cor ao
vidro. Pois, para dar forma e vida a esses objetos de arte, muita especialização era
necessária, muito trabalho minucioso e muito tempo investido. O colorido do vidro
precisava de aquecimento, até o mesmo derreter, e então se coloria essa massa com
óxidos metálicos - o cobre para o vermelho, ferro para o amarelo e cobalto para o azul.
Pequenos pedaços de vidro eram colocados em molduras amolecidas de chumbo, dando

1 Amanda Martins Hutflesz é professora de História e possui Licenciatura e Bacharelado no Curso de


História, pela Universidade Católica de Petrópolis (2011). Iniciou segunda graduação no curso de
Inglesas (Universidade Estácio de Sá/2016); Cursou especialização em Língua Inglesa na área de
Egiptologia (Coursera - Plataforma online), sob orientação dos Doutores David P. Silverman e Joyce
Tildesley; Pós Graduanda em Cultura Afro-Brasileira (UNOPAR); Freqüentou os cursos de
especialização em Língua Egípcia, Religião e Arqueologia Egípcia (UFRJ-UERJ/ 2014-2015);
Atualmente é membro e pesquisadora do Grupo de Estudos GEKemet (UFF) com ênfase em Egiptologia
e Arqueologia Egípcia, é pesquisadora e colaboradora do NEA – Núcleo de Estudos da Antiguidade
(UERJ).
2

forma aos painéis. Mais tarde com tudo já pronto, percebiam-se como os vitrais
brilhariam, principalmente, quando o sol refletia-se neles. (EPPINGHAUS, 1984)

Já em 1140, arte do vitral foi parte fundamental do estilo gótico de construção,


alcançando seu momento de apogeu cinqüenta anos depois, através das mãos dos
artistas, pintores e escultores locais. Porém, além da beleza dos vitrais, eles também
tinham outra função na Idade Média: Ensinar aqueles que não sabiam ler. (SODRÉ,
1946)
No século VI, o Papa Gregório Magno afirmou que “as pinturas
podiam representar para os analfabetos o que os escritos
representam para os que sabem ler”. “Desse modo os
miniaturistas puderam trabalhar tranqüilos, sabendo que seus
esforços serviriam para propagar a fé.” Observamos ainda que
“A idade da fé, como ficou conhecida historicamente a Idade
Média, realizava assim suas obras, não só sob o princípio da
“arte pela arte”, mas acima de tudo, para maior glória de Deus.
As diversas artes tinham desse modo, uma única finalidade:
“exprimir pelas coisas criadas, a glória do Criador. (NETTO,
1999)

É importante notar que, as pinturas em vitrais não devem ser vistas apenas como
simples objetos de arte ou contemplação, beleza ou decoração, mas também pelo seu
significado religioso. As imagens falam sobre momentos de fé, embora em períodos
históricos diversos. Para Jerônymo Alves (NETTO, 1999) as janelas de vidro colorido que
tanto contribuem para a riqueza da catedral gótica eram apenas uma flor a mais da perícia
medieval. A essa arte, estavam associadas a arte do esmalte, a da ourivesaria, da gravação em
marfim e outras artes miniaturais, com algo do desenho persa. (NETTO, 1999)
Os vitrais não eram apenas uma mera obra de arte. As pinturas no vidro,
freqüentemente, contavam alguma história, ou havia um desenho representando cenas
da vida dos reis, dos Papas ou de Jesus Cristo. (SODRÉ, 1946) Como neste período,
muitos dos fiéis não eram letrados, já que esse privilégio era em grande parte do clero e
da elite local, os desenhos ensinavam algo através das imagens. A arte colocada à
disposição para instruir melhor o povo.
Várias janelas falam sobre histórias em seqüência, extraídas do Velho e do Novo
Testamento. Contudo, o desenho está relacionado aos bizantinos, e não há muita
naturalidade nestas formas de expressão artística. Entretanto, os decoradores ganharam
mais destaque no trabalho, menos que os ilustradores. (SODRÉ, 1946) A cor do vitral é
que sempre chamará mais a atenção das pessoas, não tanto a mensagem católica contida
do desenho.
3

Constantemente nos encontramos contemplando o que é belo, e o que ocorre


com vitrais, é que sua combinação de cores nos parece mágica, e o brilho do vidro é
algo fascinante, desde a Idade Média, até nossos dias. Como já indicado, são pinturas
que nos mostram imagens de algum papa importante da época em questão, cerimônias
de batismo, rosas (as rosáceas, um símbolo de Maria, mãe de Jesus), a imagem de
algum santo católico, ou padre, cenas da crucificação de Jesus Cristo, etc. (NETTO,
1999)
Faz-se ainda necessário explicar melhor o que seria o estilo gótico de construção,
já que a utilidade dos vitrais se encontrava relacionada a este modelo de arquitetura e
estilo de construção, proveniente da Europa. Os góticos eram os Godos, os chamados
bárbaros. O estilo gótico recebeu uma denominação negativa na época. Pois, este fazia
menção aos povos Godos, os bárbaros ou góticos, já que estes não se identificavam com
o estilo arquitetônico utilizado em Roma e na Grécia. (EPPINGHAUS, 1984) E ainda
diz o autor (EPPINGHAUS, 1984) que gótico apresentava uma nova técnica de
construção, baseada no emprego de arcos ogivais, os quais permitiam uma disposição
variada, com diversos arcos cruzados, repousando sobre colunas.
As catedrais góticas eram grandes construções típicas do imenso espírito de fé e
religiosidade dos cristãos. O trabalho dos fiéis era imprescindível para que a obra fosse
levada adiante. Não podemos explicar esse fenômeno de maneira tão simples. Pois a fé
é algo para além da lógica, do tempo histórico, da razão e da nossa simples
compreensão. E pela fé, as igrejas construídas, os vitrais produzidos para sua decoração
e em geral, também continham uma mensagem de fé. Diz o professor Jerônymo Ferreira
que os mil anos de Idade Média não são apenas uma era de fé, nem é a fé um fenômeno
unicamente medieval. As catedrais, porém, são os monumentos mais impressionantes
dessa era. (NETTO, 1999)

Quando discorremos sobre a Idade Média, não há como deixar de mencionar sua
principal forma de arte arquitetônica: A catedral. Esta era vista como um local divino e
sagrado para os cristãos, e onde poderiam também perceber, além da beleza dos vitrais,
muitas pinturas e esculturas. O cristão tinha uma concepção própria para um modelo
ideal de construção, preferindo sempre as catedrais em estilo gótico. Para esse povo,
essa era uma forma de ficar mais próximo de Deus. Uma obra que era uma expressão de
sua fé. Freqüentemente, a população colaborava para a compra do material da
construção, com doações em dinheiro, e até mesmo, através de trabalhos voluntários .
4

(EPPINGHAUS, 1984) A França também possui lindas catedrais góticas, onde, os


vitrais eram doados pelo povo. O patrocínio vinha da própria população. Pessoas
simples faziam doações, não somente a elite local e o clero. A Catedral de Notre Dame
tem grande parte dos vitrais mantidos originais, e são pelo menos 176 obras, e muitas
das quais doadas por pessoas simples do povo, mas também, pela classe um pouco mais
favorecida. Muitos profissionais colaboravam em doações para a igreja, tais como
padeiros, peleteiros, aguadeiros, e fidalgos locais. (SODRÉ, 1946)
Jerônymo Ferreira compreende que até os dias de hoje, os fiéis costumam
auxiliar na construção das catedrais. (NETTO, 1999) Entre 1060 e 1150, o Ocidente foi
praticamente coberto de igrejas, o que demonstra o espírito de fé do povo da época. “A
construção desses edifícios dependia do esforço dos fiéis, que forneciam o material e
contribuíam com o trabalho necessário à obra.” (NETTO, 1999) O professor de História
de Petrópolis ainda escreve em seu trabalho que, dever-se-á, portanto, considerar a
Alemanha como berço de origem dos vitrais figurados? Parece (...) que a França foi a
primeira a narrar estórias nos vitrais. (NETTO, 1999)
Os mais antigos vitrais são provenientes das igrejas românicas. Contudo, o
homem medieval tinha já, naquela época, tamanha força de vontade, criatividade e
grande espírito de fé, pois fazia uso constante deste conjunto de qualidades sempre
almejando agradar ao criador através da beleza das coisas feitas para Ele. Na Catedral
de Notre Dame, são mais de 10.000 títulos, entre pinturas em vitrais e esculturas.
Freqüentes são as cenas de batismos de reis e imperadores. A vida cristã sendo descrita
em forma de desenhos em vidro colorido. A doutrina da liturgia católica está ligada aos
principais motivos estampados na arte gótica a qual observamos nas construções. Os
vitrais pertencentes a uma época histórica mais antiga datam do século XI.
(EPPINGHAUS, 1984)
O grande orgulho do homem humilde da Idade Média era trabalhar para
construir com suas próprias mãos, objetos de arte e beleza, pois seu verdadeiro desejo
era o de servir a Deus sobre todas as coisas, pois esses indivíduos tinham consigo, uma
alma de artista, e assim, usavam sua mais valiosa ferramenta de criação, suas mãos, e
então, “(...) o homem sendo homem, tinha seu orgulho; através das obras de arte,
procurava demonstrar que ele e seus concidadãos eram mais devotos, e, portanto – mais
merecedores das dádivas do Senhor.” (DORNAS FILHO, 1949)
Observamos aqui, a opinião de Dante sobre a arte, e sobre o homem medieval,
Deus e sua criação: A arte é neta de Deus, escreveu Dante – e seus contemporâneos
5

compreenderam muito bem o que o poeta queria dizer. O homem medieval tinha a
crença de que – existe uma relação entre a Criação e sua própria criatividade. Deus fez o
homem; e, portanto o que o homem faz, está d'ele apenas à distância de um grau, e
logicamente deve estar a sua altura. (NETTO, 1999)

2. A FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA E A HISTÓRIA DA CATEDRAL SÃO


PEDRO DE ALCÂNTARA

Este capítulo iniciará contanto um pouco da História sobre o interesse da Família


Imperial em habitar esta região. E nesse sentido é importante mencionar o fato que,
antes de haver povoado e cidade, havia uma fazenda, onde o Imperador D. Pedro I
costumava se hospedar quando em viagem. O Imperador acabou comprando o terreno
vizinho chamado Córrego Seco, mas trocou o nome para fazenda da Concórdia. Após a
sua morte em 1834, as mesmas terras passaram à mão de um de seus filhos, D. Pedro II.
(NETTO, 1999)
A cidade de Petrópolis escreve Alcindo Sodré (SODRÉ, 1946) cidade de Pedro
(título posto em homenagem a D. Pedro II) nasceu como uma povoação. O nome
Petrópolis foi dado à antiga povoação por Paulo Barbosa, mordomo da Família Imperial
que nos diz “lembrando-me de Petersburgo, cidade de Pedro, recorri ao Grego e achei
uma cidade com este nome, no arquipélago Egeu, e sendo o Imperador D. Pedro, julguei
que lhe caberia este nome – Petrópolis. (NETTO, 1999) Este, buscando informação
sobre Petersburgo, no arquipélago Egeu, imaginou que ficaria bem ao local ter este
nome. (DORNAS FILHO, 1949)
O marco inicial da criação da povoação de Petrópolis foi o Decreto Imperial nº
155, de 16 de Março de 1843. (NETTO, 1999) E parte deste decreto nos diz que d.
Pedro II, por sua grande devoção ao santo de Alcântara, desejava erguer para ele uma
igreja, onde ficava localizado o morro Belvedere. O Imperador então fez a doação do
terreno, com o intuito de que fosse possível celebrar todos os eventos religiosos neste
local o quanto antes. (EPPINGHAUS, 1984)

Sendo assim, já que dona Thereza Cristina, esposa do Imperador, comemorava


sua data natalícia em 12 de março, foi lançada nesta mesma época, a pedra fundamental,
no ano de 1876. Foi feita uma cerimônia para sagração do terreno da Catedral, e junto
com a primeira pedra, foi assim colocada, uma caixa a qual continha o ato oficial da
cerimônia desse dia. (NETTO, 1999)
6

São Pedro de Alcântara foi o santo padroeiro do Império e do Brasil, e a igreja


seria para este santo oferecido. Nota-se que havia uma grande devoção do Imperador
pelo Santo Católico. Já em 1515, toma o hábito franciscano, no Convento de São
Francisco de Manjares, na fronteira entre Castela e Portugal. Em 1524, com 25 anos de
idade, foi ordenado sacerdote. E de acordo com o autor, “Eleito definidor, resolveu
importantes questões concernentes à Ordem franciscana, procurando restabelecer nesta
o antigo espírito de pobreza, humildade e penitência.” Contudo, seu nome ficou bastante
conhecido em Portugal, e o Rei D. João III, pede a Pedro que vá até Lisboa para se
tornar seu conselheiro, abrindo assim, um mosteiro para as irmãs da Ordem das
Clarissas e fundando o Hospital da Misericórdia. Pedro foi ainda conselheiro do
Príncipe Dom Luís e de Dona Maria. (NETTO, 1999)

Em 31 de maio de 1826, o papa Leão XII, de acordo com o pedido do Imperador


D. Pedro I, proclama São Pedro de Alcântara o principal padroeiro do Brasil. E segundo
Jerônimo Ferreira (1999), “São Pedro de Alcântara foi uma alma que realizou muitas
reformas monásticas, as quais foram de grande relevância para a história da igreja em
geral” (NETTO, 1999). Ainda foi o confessor de Santa Tereza D’Ávila, deixando claro
que esta santa tinha visões de fé, e que estas visões vinham do divino, por ação do
Espírito Santo nela. Santa Tereza era uma freira carmelita, também padroeira do
império. (DORNAS FILHO, 1949)

A Família Imperial era devota de São Pedro, uma fé que vem desde Portugal, já
com o rei dom João III, e que move a tudo e a todos, pois a devoção está mais do que
expressa nas paredes cobertas com lindos vitrais, e imagens em mármore de Carrara do
santo padroeiro do Brasil e do Império. A Família Imperial, pelo que podemos analisar
sobre a obra em sentido amplo, não mediu esforços para levantar esta construção no
centro da cidade de Petrópolis. A nossa Catedral tem hoje 134 anos, e apenas 13 anos de
obra foram acompanhados por D. Pedro e sua família. (NETTO, 1999) Por conta do
exílio em 1889, estes não chegaram a ver pronto seu tão almejado projeto. Existem dois
magníficos símbolos da fé cristã da Família Imperial dentro dessa obra, que são os
vitrais dos dois santos católicos que tem nomes iguais aos nomes de D. Pedro e de sua
esposa Thereza Cristina. A Monarquia representava a unidade do Estado, e a igreja, a
unidade da fé. E para aquele que crê, “o santo (que era o padroeiro do Império e do
Brasil), não era apenas exaltado como um modelo ético, mas também como uma
7

autoridade sagrada cuja ajuda é requisitada nos momentos de necessidade da vida


terrena.” (EPPINGHAUS, 1984)
Para João Dornas (DORNAS FILHO, 1949) o nascimento do primeiro filho da D.
Princesa D. Isabel, ocorreu em 15 de outubro de 1875 (o mesmo mês do aniversário de
São Pedro), e foi um acontecimento de grande importância para a Família Imperial e
para toda a população, pois o papel dele, no futuro, seria de herdeiro direto da coroa
Imperial. O príncipe do Grão-Pará chamava-se Pedro de Alcântara Luiz Felipe Maria
Gastão Miguel Gabriel Rafhael Gonzaga, e viveu de 1875 a 1940. Atualmente seus
restos mortais estão no Mausoléu Imperial, na Catedral São Pedro de Alcântara,
juntamente com os de sua esposa, a Baronesa Austríaca Elisabeth Adelaide Leopoldina.
(DORNAS FILHO, 1949)

Quando as pessoas são devotas de algum santo, há uma crença que, invocando
sua figura através de orações e de obras realizadas em seu louvor, este consiga (de
alguma forma) prestar seu socorro nos períodos difíceis da vida terrena. (NETTO, 1999)
Desta forma, a devoção da Família Imperial por seu padroeiro, permaneceu no povo
Petropolitano até nossos dias, pois, todo ano, em outubro, várias cerimônias ocorrem na
igreja em homenagem ao santo de Alcântara, onde sua imagem é venerada dentro da
catedral através do vitral (1933), leituras de sua biografia são feitas pelos bispos, é
distribuído para a comunidade um folheto com seu retrato na frente e no verso trazendo
sua vida e obra, e a memória do santo é honrada ao final dos cultos. (DORNAS FILHO,
1949)

A crença de ser favorecido pelas graças do santo diz Alcindo Sodré (SODRÉ,
1946), exaltando-o sempre que possível, também se estendia à princesa d. Isabel, que
deu o nome de Pedro de Alcântara ao primeiro de seus filhos, o príncipe do Grão-Pará.
Como era devota de São Pedro, a Princesa esteve sempre disposta a auxiliar a
construção da igreja no que lhe fosse possível, inclusive ficando à frente da obra quando
seu pai estava na Europa. (SODRÉ, 1946)
Há um vitral na catedral que traz a imagem de São Pedro de Alcântara, (este
vitral veio de Paris em 1933) e outro, com a imagem da Santa da Hungria. Esta tem o
mesmo nome da esposa do Príncipe do Grão-Pará, Elisabeth, que em Latim, significa
Isabel. Pela data da confecção e compra dos vitrais, pela devoção ao santo, é possível
que ambos tivessem sido doados por de D. Pedro de Alcântara à igreja. (DORNAS
FILHO, 1949) E, de acordo com Jerônymo Alves Netto (1999):
8

No momento em que o imperador recebeu sob o nome de D.


Pedro I o título de imperador e defensor eterno do Brasil, a
responsabilidade de dirigir e também governar todo o povo,
ficaram convencido do grande espírito de misericórdia e
religião, que existia igualmente nos demais membros da Família
Imperial e assim, teve certeza de que não poderia governar bem
esta Nação, sem antes escolher um padroeiro celeste que,
atuando junto de Deus, lhe garantisse os meios de agir com
coerência. Não foi preciso pensar muito. Por sua devoção
especial por São Pedro de Alcântara, da família dos
franciscanos, que foi um homem penitente e austero, já por
trazer, como imperador, o próprio nome do santo, ele decidiu
escolhê-lo como padroeiro principal de todo o Império.
(NETTO, 1999)

O nosso segundo Imperador, da mesma forma, tinha inabalável crença no Santo


de Alcântara, e buscava sempre sua proteção, direcionamento e auxílio diante das
adversidades. Buscando então agradar ao seu padroeiro, pensou em construir uma igreja
em Petrópolis, o autor (EPPINGHAUS, 1984) cita que “quis o Imperador determinar
desde logo, e conjuntamente com a idéia da povoação inicial, o levantamento de seu
primeiro templo católico, sob a invocação do padroeiro do Império e seu patrono
particular.” (EPPINGHAUS, 1984)
Ao observarmos os diversos vitrais da Catedral São Pedro de Alcântara, logo
direcionamos nosso olhar para as suas cores intensas, pois as mesmas chamam à
atenção. Ao passarmos pelo salão principal da igreja, o que mais se destaca, são as
cores em tom de laranja, vermelho e azul. (NETTO, 1999)
O vitral representando a Santa de Ávila também merece destaque, pois a arte
expressa na imagem é tão impressionante quanto a dos outros. Vale ressaltar que este
vitral também veio de Paris, do Ateliêr Champigneulle, em 1933. (NETTO, 1999) E,
sete anos depois, falece em Petrópolis, o Príncipe do Grão-Pará. Seus dois irmãos já
haviam falecido no exterior. A pequena capela onde os fiéis assistiam aos cultos, com o
crescimento acelerado da população, não comportava mais o grande número de fiéis que
iam chegando para as missas, em geral nos domingos. Assim, as pessoas acabavam
ficando do lado de fora, desconfortáveis no culto. (EPPINGHAUS, 1984)
Então, D. Pedro II, pediu para iniciar as obras da igreja, e a sede da nova
Paróquia foi instalada em templo fronteiro ao Palácio Imperial e em sua capela, os
cultos seriam realizados até a nova matriz ser concluída. Construído em 1847 e 1848 e
que serviu aos católicos por mais de setenta e sete anos. A capela foi demolida quando,
em 1925, as obras da matriz estavam quase completas. (NETTO, 1999) Em 29 de
9

novembro de 1925, a Nova matriz (atual catedral), cuja primeira pedra fundamental fora
lançada em 12 de março de 1876, contou com a presença de Família Imperial, com sua
obra ainda inacabada. Foi em 1946, através da criação da Diocese de Petrópolis, que a
Igreja São Pedro de Alcântara torna-se uma Catedral. (NETTO, 1999) Era carinhosa a
relação de D. Pedro II com esta cidade. “D. Pedro II, “enquanto durou seu permanente
contato com Petrópolis, manifestou sempre, por atos e ações, o seu interesse pelo culto
católico na sua querida Cidade Imperial.” (NETTO, 1999) Assim, enquanto as obras da
Catedral não estivessem concluídas, os atos religiosos católicos, foram realizados em
outro local reservado para este fim, a princípio em barracão, e depois, numa Capela, na
avenida que fica em frente ao Museu Imperial, a qual teve sua inauguração em 1848 e
funcionou até 1925. (SODRÉ, 1946)

A construção da nova Matriz diz Guilherme Eppinghaus (1984) foi totalmente


impulsionada pela Família Imperial, mas principalmente, pela Princesa D. Isabel, pois
esta pediu ao então Presidente da Província, Conselheiro Bernardo Avelino Gavião
Peixoto para que fosse terminada a obra da nova Igreja o quanto antes. (EPPINGHAUS,
1984) A segunda pedra fundamental foi colocada em 18 de Maio de 1884, no local
designado para o altar-mor e para este mesmo lugar, foi a primeira pedra fundamental.
Quem celebrou missa solene foi monsenhor Felici, responsável pelos negócios da Santa
Sé. Após a ocasião, A Princesa D. Isabel, recolheu muitas doações para a obra, e
registrou-as no Livro de Ouro. (DORNAS FILHO, 1949)

Jerônymo Ferreira (NETTO, 1999) explica que, após a chegada da República,


por falta de recursos, as obras precisaram ser interrompidas, até 1899, já que o estado do
Rio de Janeiro estava com grandes dificuldades financeiras. Mas em 1901, as obras
tiveram continuidade através do empenho de Monsenhor Teodoro da Silva Rocha.

Quando chegou a vigário da paróquia, e este recebeu grande incentivo vindo da


Princesa D. Isabel, já que esta doou terrenos e dinheiro para auxiliar na construção.
(NETTO, 1999) Mas não foi somente a família imperial que se interessou em ajudar, a
Baronesa de São Joaquim doou alguns objetos de arte, dinheiro, e fez leilões para
arrecadar mais fundos. Contudo, em 1918, não foi viável financiar a obra da igreja
usando apenas granito, por causa do alto custo do material. Foi preciso finalizar
algumas partes em argamassa e tijolos.

Um fato marcante foi que, em 29 de novembro de 1925, a Catedral São Pedro de


Alcântara foi aberta ao público, porém, não estava ainda com a obra finalizada, faltava a
10

Torre. Hoje, quando paramos para observar tais fotografias da época, é freqüente
estranharmos a nossa igreja, sem sua parte mais magnífica: sua Torre. Vale ressaltar
que, na Idade Média, as torres das Catedrais serviam para avistar algum ataque inimigo,
e os sinos, tocava para chamar o povo para o momento da oração. (EPPINGHAUS,
1984)

Os restos mortais da Princesa D. Isabel e de seu marido, o Conde D'Eu, diz


Guilherme Eppinghaus (1984) oram trazidos para o Rio de Janeiro em seis de julho de
1953, para a Catedral Metropolitana, e somente em 9 de maio de 1971 chegaram em
Petrópolis. Estes restos mortais estiveram expostos no Palácio da Princesa até 13 de
maio, e após a solenidade foram para a Catedral São Pedro de Alcântara. Estão
sepultados no Mausoléu Imperial seis membros da Família Imperial Brasileira: D. Pedro
II, D. Thereza Cristina, o Príncipe do Grão-Pará, sua esposa, a Baronesa Austríaca
Elisabeth Adelaide Leopoldina, além dos que já foram mencionados acima.
(EPPINGHAUS, 1984)

RESUMO
A escolha deste tema foi proveniente de meu interesse pela arte, pois os vitrais
da Catedral de Petrópolis são uma grande expressão da mesma. São 32 vitrais dentro da
nossa igreja, e cada um expressa uma mensagem cristã. Todos foram doados por
famílias da elite petropolitana no princípio da República, e chegaram entre 1928 e 1935
para serem montados. A obra da catedral inicia-se em 1876. Porém, a pergunta a qual
desejo responder é se os vitrais são uma simples obra de arte, ou se transmitem além da
sua beleza, algum ensinamento cristão, através dos temas pintados. Foi utilizada
pesquisa em livros, iconografia da época, revistas, sites e fontes primárias e secundárias.
Os vitrais são provenientes do estilo gótico de construção, que tem seu início nos anos
1140, na Europa. Este estilo foi desta forma chamada negativamente, pelos artistas da
renascença, pois faziam referência aos povos Godos, ou góticos (os bárbaros), pois estes
artistas não queriam seguir o modelo romano e grego de construção. A catedral São
Pedro de Alcântara tem seu estilo de construção Néo-Gótico Francês, século XVII. As
pinturas dos vitrais expressam além dos desenhos florais, muitos ensinamentos cristãos,
e a arte não se encontra somente na utilidade do belo pelo belo.

Palavras-Chave: Vitrais – Igrejas góticas – Pinturas – Mensagens de fé – Cristianismo


-- Família Imperial.
11

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES NETTO, Jerônymo Ferreira. Os Quinhentos anos do Nascimento de São


Pedro de Alcântara. Revista do Instituto Histórico de Petrópolis, Petrópolis, em
27/10/1999 - Petrópolis: IHP, Texto da palestra do dia 18/10/1999.
ALVES NETO, Jerônymo Ferreira. in: A Catedral de Petrópolis. Módulo V –
Petrópolis: IHP, s.d.
_______________________________in: Palestra sobre o V Centenário do
nascimento de São Pedro de Alcântara. Petrópolis: Tribuna de Petrópolis, 1999.
Annuário Genealógico Brasileiro. Publicações do Instituto de Estudos Genealógicos. –
Organizado por Salvador de Moya. Empreza Gráphica da Revista dos tribunais – 1º
Anno. Sâo Paulo: s.d.
Annuário do Museu Imperial. Ministério da Educação e Cultura, Volume: XV.
Petrópolis: 1954.
Arteum.terra.com.br
ARRUDA, José Robson. História Antiga e Medieval. São Paulo: Editora Ática, 1976.
BELTING, Hans. Semelhança e Presença: A História da imagem antes da era da arte.
Rio de janeiro: ARS URBE, 2010.
CANCLINI, Nestor Garcia. A socialização da Arte. Teoria e prática na América
Latina. Tradução de: Maria Helena Ribeiro e Maria Cecília Queiroz Moraes Pinto. São
Paulo: Editora Cultrix, s.d.
CHENEY, Sheldon. História da Arte. Do Extremo Oriente à Arte Gótica: O apogeu
Cristão. Vol. II. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1970.
Comissão do Centenário de Petrópolis. Decreto Imperial de 16 de Março de 1843.
Petrópolis, P.M.P., 1943.
DORNAS FILHO, João. Figuras da Província. Vol. I. Belo Horizonte, Movimento
Editorial Panorama, 1949
EPPINGHAUS, Guilherme Pedro. A Catedral. Petrópolis: IHP, 1984.
FREMANTLE, Anne. A Idade da Fé. - Rio de janeiro: Livraria José Olímpio Editora
S.A, 1970.
FRÓES, José Kopke. A Velha e a Nova Matriz de Petrópolis. 2º Caderno - Petrópolis:
30 de Novembro de 1985, In Tribuna de Petrópolis.
HAUTECOEUR, Louis. História Geral da Arte. Da Magia à Religião. Tradução:
Pérola de Carvalho. Vol.: I, Tomo I. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1962.
12

http://pt.wikipedia.org.br

JUDICE, Ruth Boucault. Igrejas Neogóticas. Versão para o Inglês de Roberto Raposo.
- Coleção Guia de Arquitetura. Petrópolis, RJ: Crayon, 2000.

www.museuimperial.gov.br/portal/arquivo-historico.html
www.google.com.br
PANOFSKY, Erwin. Idea: A Evolução do Conceito de Belo. Profª Drª Sônia Afonso
Mestranda Maria Anita Nunes. Método e Linguagem. 1º trab.: Santa Catarina:
UFSC/Pós - Arq/2004.
RABAÇO, Henrique José. História de Petrópolis. Petrópolis: Instituto Histórico de
Petrópolis, 1985.

Biblioteca Municipal de Petrópolis. A Morte de Monsenhor Gentil Costa. Petrópolis:


Revista Ação. 1982.
SODRÉ, Alcindo. D. Pedro II e a Paróquia de Petrópolis. Petrópolis: Editoras Vozes,
1946.
Tribuna de Petrópolis. O nascimento do Príncipe do Grão-Pará. Petrópolis: In: Jornal
Tribuna de Petrópolis, 1925.

 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
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Christi)
sexta-feira 10:00–00:00
sábado 10:00–00:00
domingo 10:00–21:00
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e aos domingos até 14h. A ligação é gratuita.

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1

CURSO:

O TOSÃO DE OURO, OS BOLSISTAS DO IMPERADOR E OS SÍMBOLOS DAS ORDENS


MONÁRQUICAS

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

QUESTIONÁRIO

1 – Quem foi o criador da Ordem Militar da Conceição?

( )D. Pedro II
( )D. Maria II
( )D. João VI

2 - Afirma D. Pedro I que: “A mim, e aos Imperadores que Me sucederem no Trono do Brasil,
pertence o título, e autoridade de Grão Mestre desta Ordem Imperial. O expediente dos negócios
da Ordem é confiado a um chanceler, que despachará imediatamente comigo:” Na Ordem constará
como 1º preceito:

( )Aclamação e Sagração
( )Fazer parte da Imperial Ordem do Dragão
( )De Cavaleiros cujo número será limitado

3 – Quantos Grão Cruzes efetivos serão necessários à Ordem Militar da Conceição?

( )10 Grão Cruzes


( )5 Grão Cruzes
( )8 Grão Cruzes

4 - Os membros honorários da Ordem, de qualquer dos graus, não poderão passar:

( )A ser tornarem Reis


( )Ao grau superior, antes de serem efetivos nos antecedentes
( )A ser tornarem Papas

5 – Diz D. Pedro I: “Depois da primeira promoção, cujas nomeações dependem da Minha Imperial
escolha, e justiça, ninguém poderá ser admitido a Cavaleiro”:

( )Sem casar-se com uma Princesa Austríaca


( )Sem fazer parte da Ordem do Tosão de Ouro
( ) “Sem provar, ao menos vinte anos de serviço militar, civil ou científico, exceto nos casos de
serviços extraordinários, e relevantíssimos, que mereçam a Minha Imperial Munificência dispensa
neste artigo fundamental.” (D. Pedro I)

6 – Escreve D. Pedro I: “a insígnia desta Ordem será, para os simples Cavaleiros”:

( )Uma Rosa com diamantes


( )Uma faixa azul e outra faixa vermelha
2

( ) “uma estrela da forma que mostra o padrão, que com este baixa; esmaltada de branco e
decorada com Coroa Imperial, e assentada sobre uma coroa emblemática das folhas de tabaco, e
café, esmaltadas de verde.” (D. Pedro I)

7 – A legenda que está descrita na Imperial Ordem do Dragão é:

( )Fundador do Império do Brasil


( )Ordem e Progresso
( )Amor e Fidelidade

8 - A união dinástica entre a França e a Espanha constituía uma grave ameaça ao equilíbrio europeu.
A Inglaterra, os países Baixos e a Suécia se escoaram com o Imperador Leopoldo I; Carlos VI,
considerando-se o único descendente em linha direta do fundador da ordem, logo após a morte do
irmão, declarava a Soberania da ordem, e não o reconhecimento dos Bourbons da Espanha.
Assumindo a Coroa Imperial no ano de 1711 com o nome de:

( )Carlos VI
( )Pedro Américo de Figueiredo e Melo
( )Paulo Barbosa da Silva

9 - A Ordem do Tosão de Ouro foi instituída em homenagem a:

( )D. Isabel, filha mais velha do Imperador D. Pedro II


( )A Imperatriz D. Carolina Josefa Leopoldina, da Áustria, mãe de D. Pedro II
( )Uma infanta de Portugal, chamada de Isabel, a infanta Portuguesa

10 - “Philippe – o Bom, com o coração cheio, ébrio de entusiasmo pelas suas núpcias, desdobrou-se
nos festejos em honra da lusitana bela, que lhe engrandecia o lar e os foros de realeza. Em 10 de
janeiro de 1429 decorria o décimo sexto dia daqueles esponsais que absorviam a alma de Philippe.
Realizava-se a máxima pompa mais um torneio, lide guerreira incluída no programa espetacular.
Um arauto avança e anuncia que o mui ilustre e poderoso príncipe e senhor, duque de Borgonha,
conde de Flandres e de Artois, palatino de Lamour acabava de fundar a”:

( )A Imperial Ordem do Dragão


( )A Imperial Ordem da Rosa
( )A Ordem do Tosão de Ouro

 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em História, pela
Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o
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Texto 01

Aula #01

CURSO: HISTÓRIA DO BRASIL IMPÉRIO - PARTE #003

1. Os símbolos das Ordens Monárquicas

Evitarei estender-me acerca da antiga ordem portuguesa da Tôrre e


Espada, restabelecida no Rio de Janeiro por D. João VI, para
comemorar sua vinda para o Brasil, pois data de 13 de maio de 1808 e,
quando de nossa chegada todos os súditos que haviam acompanhado o
regente português na sua travessia de Lisboa para o rio de Janeiro se
achavam condecorados. (DEBRET, 1936: 159)

1.1. Ordem Militar de N. S. de Conceição

O autor Jean Baptiste ((DEBRET, 1936: 163):


“A condecoração ou estrela designada pelo número 1 pertence à Ordem Militar da
Conceição, criada por D. João VI, para comemorar sua aclamação como Rei de
Portugal, Brasil e Algarves, realizada no Rio de janeiro a 06 de fevereiro de 1818.”
(DEBRET, 1936: 163)

E, afirma Debret: “A sede da ordem, diz o texto do decreto, fica instituída na capela
de N. S. da Conceição de Vila de Viçosa na província de Alentejo.” (DEBRET, 1936:
163)

Foi ela consagrada à Virgem, na qualidade de protetora do Reino de


Portugal, em 1707, pelo rei D. João V, predecessor e avô de D. João
VI, o qual a renovou, com aumento de patentes, cento e onze anos
mais tarde, no Brasil. Para colocá-la em pé de igualdade com as
ordens militares, o Rei é seu fundador e Grão Mestre. O Segundo
destes títulos passa a seus sucessores com o poder de conferi-la aos
súditos mais dignos. Por devoção e gratidão pela eminente proteção da
Virgem a toda a Família Real, o Rei nomeia Grão Cruzes efetivos, de
ambos os sexos que a compõem. Após esses Grão Cruzes efetivos,
vêm os doze honorários, em seguida quarenta comendadores e cem
oficiais, e finalmente, sessenta cavaleiros. Estas duas últimas classes
podem ser aumentadas. Todos os dignitários gozam de honras,
privilégios e isenções iguais aos das outras ordens militares. Os Grão

1
Cruzes e os comendadores têm o direito de usar um crachá bordado
em ouro sobre o uniforme. A comenda é uma fita chamalote azul-
celeste com duas orlas brancas que os Grão Cruzes usam a tiracolo da
esquerda para a direita; os comendadores usam-na de largura média
pendente do pescoço. Quanto aos cavaleiros é na lapela do lado
esquerdo que a colocam. Cruz: a maior é usada pelos Grão Cruzes e
comendadores; a menor nos dias comuns. Esta se destina aos oficiais a
aos cavaleiros, sendo inteiramente de prata para estes. (DEBRET,
1936: 160)

1.2. Ordem Imperial do Cruzeiro

De acordo com o autor (DEBRET, 1936: 163):


“Esta ordem foi criada a 1º de dezembro de 1822, ano da Independência do Brasil, dia
da coroação de D. Pedro, seu primeiro Imperador e defensor perpétuo.” (DEBRET,
1936: 163)

A fórmula desta ordem alude à posição geográfica desta parte austral


da América, em que se encontra a grande constelação do cruzeiro; foi
criada igualmente em comemoração a nome primitivo do Império
(época do descobrimento) quando foi batizado por Cabral de Terra da
Santa Cruz. (DEBRET, 1936: 160)

Eis o texto que criou a ordem:

Decreto (231)

Palavras do Imperador d. Pedro I, de acordo com Jean Baptiste (DEBRET, 1936: 160)

“Desejando Eu assinalar por um modo solene e memorável a época da minha


aclamação, sagração e coroação, como Imperador Constitucional do Brasil, e seu
perpétuo defensor, por ser a mais importante para esta monarquia, acabando de firmar
a sua independência, representação política e futura grandeza e prosperidade,
manifestando-se assim, ao mesmo tempo à face das Nações o brio, o amor, a lealdade
do grande povo, que me elevou, por unânime espontaneidade, ao grau sublime de seu
Imperador Constitucional; e sendo prática constante e justa dos Augustos Imperantes e
particularmente dos senhores Reis, meus predecessores, criar novas ordens da
cavalaria, para melhor perpetuarem as épocas memoráveis de seus governos, e com
especialidade de meu augusto pai, o senhor Dom João VI, Rei de Portugal e Algarves,
que pela sua feliz chegada às plagas deste Império, renovou e ampliou a antiga Ordem
da Tôrre e Espada, em 13 de maio de mil oitocentos e oito; e alguns anos depois criou
no dia seis de fevereiro de mil oitocentos e dezoito, em que fora aclamado na sucessão
da coroa, a Ordem Militar da Conceição. Por todos estes poderosos motivos; e por
querer outrossim aumentar com a minha imperial munificência os meios de remunerar
os serviços, que me tem prestado e houverem de prestar os súditos do Império, e os
beneméritos estrangeiros, que preferem estas distinções honoríficas e quaisquer outras
recompensas; e também para poder dar uma prova de minha alta consideração e

2
amizade às personagens da maior hierarquia e merecimentos, que folgarem com este
meu sinal de estimação:
Hei por bem (em alusão à posição geográfica desta vasta e rica região da América
Austral, que forma o Império do Brasil, onde se acha a grande constelação do
Cruzeiro, e igualmente em memória do nome, que teve sempre este Império, desde o
seu descobrimento, de Terra da Santa \cruz:) Criar uma nova ordem honorífica
denominada – Ordem Imperial do Cruzeiro – a qual será governada e regulada
inteiramente pelos artigos seguintes, que servirão de base aos estatutos gerais e
permanentes que se hajam de fazer para o futuro.
A mim, e aos Imperadores que Me sucederem no Trono do Brasil, pertence o título, e
autoridade de Grão Mestre desta Ordem Imperial.
O expediente dos negócios da Ordem é confiado a um chanceler, que despachará
imediatamente comigo.
A Ordem constará:
1º - de Cavaleiros, cujo número será limitado.
2º - de duzentos Oficiais efetivos, e cento e vinte honorários.
3º - de Dignitários, dos quais, serão trinta efetivos e quinze honorários.
4º - de oito Grão Cruzes efetivos, e quatro honorários.
IV. As pessoas da minha Imperial Família, e os estrangeiros, a que por sua lata
hierarquia e merecimentos, Eu houver por bem conferir as condecorações desta
Ordem, serão reputados supra numerários, e não prestarão juramento.
V. Os membros honorários da Ordem, de qualquer dos graus, não poderão passar ao
grau superior, antes de serem efetivos nos antecedentes.
VI. Depois da primeira promoção, cujas nomeações dependem da Minha Imperial
escolha, e justiça, ninguém poderá ser admitido a Cavaleiro, sem provar, ao menos
vinte anos de serviço militar, civil ou científico, exceto nos casos de serviços
extraordinários, e relevantíssimos, que mereçam a Minha Imperial Munificência
dispensa neste artigo fundamental.
VII. Estabelecida regularmente a Ordem, nenhum Cavaleiro poderá passar a Oficial,
sem contar quatro anos de antiguidade no seu grau: para poder este ser promovido a
Dignitário, deverá ter três anos de Oficial: e para Grão Cruz, cinco anos de
Dignitário. Aos militares, porém, estando em campanha, cada ano de guerra lhes será
contado por dois de serviço ordinário para este fim.
VIII. A insígnia desta Ordem será, para os simples Cavaleiros, um estrela da forma que
mostra o padrão, que com este baixa; esmaltada de branco e decorada com Coroa
Imperial, e assentada sobre uma coroa emblemática das folhas de tabaco, e café,
esmaltadas de verde.
Terá no centro em campo azul celeste, uma cruz formada de dezenove estrelas
esmaltadas de branco, e na circunferência deste campo, em círculo azul-ferrete –
Petrus I Brasiliae Imperator D – os Oficiais da Ordem, os Dignitários e Grão Cruzes
usarão também a chapa, que se observará no padrão Nº 1, e da forma abaixo prescrita.
IX. Os Cavaleiros usarão da insígnia ou Venera enfiada em fita azul celeste, atada em
uma das casas do lado esquerdo do vestido ou farda de que usarem como se pratica na
Ordem de Cristo. Os Oficiais usarão, além da chapa no vestido ou farda, a insígnia
pendente de fita larga ao pescoço. Finalmente, os Grão Cruzes, além da chapa, trarão
ao tiracolo as bandas ou fitas largas de azul celeste com a medalha da Ordem.
X. Nas funções solenes da Ordem, virão todos os membros dela, ornados de manto
branco, com cordões, e alamares de cor azul celeste, e com a insígnia bordada sobre o
ombro esquerdo, no manto, conforme as suas graduações.

3
XI. Esta Ordem gozará de todos os privilégios, foros e isenções de que goza a Ordem
de Cristo, ou que não for contrário à Constituição do Império.
XII. Aos Grão Cruzes da Ordem competirá o tratamento de Excelência, quando já o
não tenham pelas graduações em que estiverem; assim, como aos Dignitários o
tratamento de Senhoria.
XIII. Aos Grão Cruzes que falecerem, se farão as honras funerárias militares, que
competem aos Tenentes Generais: aos Dignitários as dos Brigadeiros: As dos Oficiais
as de Coronéis: e finalmente aos Cavaleiros as dos Capitães. E, quando vivos, se lhes
farão as continências militares correspondentes às graduações acima mencionadas.
XIV. No primeiro dia de dezembro, aniversário da minha coroação, haverá, na Capela
Imperial da Corte, a festa da Ordem; e no mesmo dia, se publicarão as novas
promoções da mesma. A esta festa assistirão todos os membros da Ordem, que se
acharem dentro de três léguas da Corte.
XV. Esta Ordem Imperial, para prêmio dos serviços dos seus membros, e para
conservação do seu esplendor e dignidade, terá uma dotação proporcionada aos seus
nobres e importantes fins, estabelecendo-se um número certo de tenças e comendas de
diversas lotações, na forma que deliberar a Assembléia Legislativa do Império do
Brasil.
XVI. Todos os que forem promovidos aos diferentes graus desta Ordem, prestarão
juramento solene nas mãos do chanceler da Ordem, de serem fiéis ao Imperador e à
Pátria, do que se fará assento em um livro destinado para este fim.
XVII. As nomeações serão feitas por decretos, assinados pelo Grão Mestre e
referendados pelo Chanceler da Ordem, que expedirá um competente diploma para
servir de título ao agraciado, o qual terá prestado previamente o juramento acima
mencionado, por si, ou no caso de legítimo impedimento por ser bastante procurador,
depois de obtida para isso a licença necessária; do que tudo se fará assento tanto no
livro da matrícula como no reverso do diploma.
XVIII. Na Chancelaria da Ordem não se levarão emolumentos alguns, mais do que o
feitio e registro dos diplomas. Ficam, porém, obrigados os agraciados a dar uma jóia
qualquer, a seu arbítrio, para dotação de uma caixa de piedade, destinada para
mantença dos membros pobres da Ordem ou que por acasos fortuitos ou desgraças,
caírem em pobreza.
XIX. Finalmente, todo e qualquer membro desta Ordem que cometer, o que Deus não
permita algum crime contra a honra e contra o juramento prestado, será expulso da
Ordem: Perderá todos os foros, privilégios e isenções, e ficará inibido para sempre do
uso da insígnia da mesma Ordem, havendo sentença condenatória pelo Juiz
competente.
O Chanceler da Ordem Imperial do Cruzeiro, os meus Ministros e Secretários de
Estado das diferentes repartições e todas as autoridades constituídas, a quem o
conhecimento e a execução deste Meu Imperial decreto possa pertencer, assim o
tenham entendido e façam cumprir e executar.
Palácio do rio de Janeiro em 1.º de dezembro de 1822. 1.º da Independência e do
Império.”(D. Pedro I)

Com a rubrica de Sua Majestade Imperial


José Bonifácio de Andrada e Silva.
(Apud DEBRET, 1936: 160-163)

4
1.3. Ordem Imperial do Dragão

A Ordem Imperial do Dragão, que lembra à primeira vista a da Coroa


de Ferro, compõem-se emblematicamente de um Dragão (suporte das
Armas da Família de Bragança) tendo ao pescoço um escudo com as
iniciais de Pedro I (PI) e descansando as asas semi-abertas no cetro de
uma coroa semelhante à do reino de Milão; a coroa Imperial do Brasil
encima um grupo que é rodeado por um ramo de loureiro. (DEBRET,
1936: 163)
A legenda traz ‘Fundador do Império do Brasil’. A fita de chamalote
verde-escuro é orlada de branco. Com efeito, essa composição, alusiva
à dinastia Imperial de Bragança, explica o objetivo de seu fundador,
que a criou especialmente para condecorar sua família, concedendo-a
exclusivamente a um número muito reduzido de dignitários. O crachá
compõe-se do grupo já descrito rodeado de uma legenda circular no
centro de uma estrela encimada pela coroa Imperial. Grupos de raios
guarnecem os espaços entre as pontas da estrela. O fundo desta e da
pequena coroa é branco; o campo da legenda, do escudo e das folhas é
verde; o resto é dourado. (DEBRET, 1936: 164)
É uma espécie de cruz que foi distribuída aos soldados após a
expedição militar que reprimiu os motins suscitados em Pernambuco
em 1824 pelos inimigos do governo. Essa condecoração é de cobre
para o soldado e de ouro para os oficiais. Tem no centro um medalhão
com a efígie do Imperador e, no interior dos braços, a data de sua
criação 17-09-1824, que se lê como um sinal da cruz. (DEBRET,
1936: 164)

1.4. Ordem do Tosão de Ouro e a Imperial Ordem da Rosa

Foi na cidade de Bruges o berço natal da Ordem do Tosão de Ouro.


Suas origens foram ofuscadas por uma lenda silenciosa difundida no
século XVII por um escritor denominado André Favin. Ele nos conta
que a Ordem floresceu de uma história de paixão irresistível, no qual,
Felipe, o Bom, Duque de Borgonha nutria pela bela Marie Van
Combrugge, a mais notada entre suas 24 favoritas, dona de alvos
cabelos dourados. A data de sua fundação histórica, porém deriva do
terceiro casamento do Duque no dia 10 de janeiro de 1430 com
Isabella de Portugal. (MARMONTI, 2006: 09)

5
Outra lenda que, por muito tempo deixou-se validar, afirmava que o
nome de Tosão de ouro representava o ‘Velocino de Ouro’ (manto de
pele de cordeiro) dos Argonaltas, símbolo da indústria de lã, das quais
o Duque obtinha consideráveis rendas. Foi destinado em sua origem
31 cavaleiros de alta linhagem e virtudes excepcionais, como os
próprios Argonaltas citados.
Existe uma extraordinária analogia entre o velocino da tradição
mitológica grega pagã e o santo Graal da história cristã. Curioso que
os dois símbolos tem origens divinas: a pele proveniente do animal
alado de Zeus, o cálice da mesa da última ceia. (MARMONTI, 2006:
09)

Os estatutos continham 66 artigos, promulgados em 1431 em ocasião


do primeiro Capítulo da ordem que aconteceu em Lille, onde o próprio
Felipe investiu os primeiros 24 cavaleiros pertencentes as mais
abastadas e altas linhagens época. Deveriam ser nobres de nome e de
armas, não podia pertencer a nenhuma outra ordem de Cavalaria
salvas se fossem Chefes Supremos de uma delas; deviam formar uma
amável companhia e deviam, entre eles, jurar amor e fraternidade.
(MARMONTI, 2006: 10)

Cada colar trazia um número progressivo. Ao Grande Chanceler cabia


a responsabilidade de estabelecer o elenco dos Cavaleiros aos quais
foram conferidas as dignidades; dado este que restava sob sua
propriedade como consta no artigo XXXIX de seus Estatutos; o colar
devia ser restituído ao Tesoureiro no final de três meses da morte do
titular. A soberania da ordem não estava ligada à posse de um
território.
Uma dificuldade apareceu quando da morte de Carlos II, advinda em
1º de novembro de 1700. Este infeliz Soberano, último Rei espanhol
de descendência austríaca, não tendo filhos, destinava sucedê-lo ao
trono da Espanha por designação testamentária Felipe D’Anjou, neto
de Luís XIV e da Infante Maria Teresa de Bourbon, filha de Felipe IV,
Rei da Espanha. A mesma havia renunciado para si e para seus
descendentes a todos os direitos de sucessão sobre o trono espanhol.
(MARMONTI, 2006:10)

Baseado nesta renúncia, o Imperador Leopoldo I, Chefe de Nome e de


Armas da Casa Asburgo da Áustria, reclamou o trono da Espanha para
seu segundogênito o Arquiduque Carlos, no qual se tornou mais tarde
Imperador com o nome de Carlos VI.
A união dinástica entre a França e a Espanha constituía uma grave
ameaça ao equilíbrio europeu. A Inglaterra, os países Baixos e a
Suécia se escoaram com o Imperador Leopoldo I; Carlos VI,
considerando-se o único descendente em linha direta do fundador da
ordem, logo após a morte do irmão, declarava a Soberania da ordem, e
não o reconhecimento dos Bourbons da Espanha. Assumindo a Coroa
Imperial no ano de 1711 com o nome de Carlos VI, ele festejou com
alegrai na Corte de Viena o restabelecimento da ordem junto à Casa
Austríaca, proclamando-se o único Soberano da ordem.
(MARMONTI, 2006: 10)

6
As duas casas de Bourbon – Espanha e Asburgo – Lorena, ambos os
herdeiros, a primeira por decisão testamentária e a segunda por
sucessão direta tendo ambas herdeiros legítimos, entre protestos e
contestações que foram feitos por longo tempo, não chegaram a
nenhum acordo. (MARMONTI, 2006: 11)

Os vários Reis da Espanha e Imperadores da Áustria, valendo-se, cada


um deles, das respectivas prerrogativas de Chefe Soberano da Ordem,
criaram e conferiram as insígnias independentemente de um ou de
outro.
Modernamente, o ramo dos Asburgos do Tosão de Ouro ainda
conserva o caráter religioso e nobiliário que fora conferido com a
carta de Constituição de Felipe, o Bom, sendo o título outorgado em
uma cerimônia de investidura, com juramento solene sobre a cruz e o
evangelho e de se observar os Estatutos e regulamentos.
A ordem espanhola não conservou o caráter religioso e aristocrático
estabelecido por Felipe, o Bom. Um Decreto Real de 26 de julho de
1847 da Rainha Isabel II, a fez uma ordem real de caráter civil, se bem
que a ordem devia continuar a perseguir as antigas finalidades dos
estatutos originais, com as mesmas insígnias e o mesmo número de
Cavaleiros. (MARMONTI, 2006: 11)

Os atuais Grão-Mestres são o Chefe da Casa Imperial Hasburgo-


Lorena e o atual Rei de Espanha Juan Carlos I, de Bourbon e
Bourbon. Os graus de investidura das insígnias seguem a regra de
outras Ordens tradicionais de Cavalaria. (MARMONTI, 2006: 11)

A Ordem do Tosão de Ouro foi instituída e homenagem a uma infanta


de Portugal. Criou-a o duque de Borgonha Philippe o Bom - para
comemorar seu enlace matrimonial com Isabel – filha de d. João I e
Philippa de Lencaster. Similar galantaria ocorreu a d. Pedro I
estabelecendo a Ordem da Rosa (1829), para gentilmente assinalar o
seu festivo e ambicionado consórcio com Amélia de Leuchtenberg.
Aquelas damas eram belas, prestimosas, atraentes e inspiraram a
fundação das respectivas ordens de nobreza, em que se conjugaram o
amor e o cavalheirismo. Ao ato sacramental da união conjugal juntou-
se a graça, puramente espiritual, de uma ‘veneriae’ em que se fundiam
os ideais medievos de devoção religiosa e de cavalaria. Com o
objetivo de enaltecer uma dama instituiu-se nas Ilhas Britânicas, uma
das mais requestadas ordens de cavalaria. Eduardo III da Inglaterra,
reverente, apanha a liga-a jarreteira-que se desatara da Condessa de
Salisbury, com quem dançava e, em revide de alta cortesia. Para
desfazer atitude menos polida de alguns presentes, cria a Ordem da
Jarreteira, sob a égide de São Jorge. (CAMPOS, 1965: 03)

Afirma Campos que: “Isabel, a infanta portuguesa, nascida em Évora, no ano de


1397, tornou-se, pelos esponsais, duquesa de Borgonha e condessa de Flandres, mulher
inteligente, culta, revelou-se hábil diplomata no Congresso de Arras. Rodeou-se de
Corte muito brilhante (...)” (CAMPOS, 1965: 16)

7
“Philippe – o Bom, com o coração cheio, ébrio de entusiasmo pelas
suas núpcias, desdobrou-se nos festejos em honra da lusitana bela, que
lhe engrandecia o lar e os foros de realeza. Em 10 de janeiro de 1429
decorria o décimo sexto dia daqueles esponsais que absorviam a alma
de Philippe. Realizava-se a máxima pompa mais um torneio, lide
guerreira incluída no programa espetacular. Um arauto avança e
anuncia que o mui ilustre e poderoso príncipe e senhor, duque de
Borgonha, conde de Flandres e de Artois, palatino de Lamour acabava
de fundar a Ordem do ‘Toison d’Or.’ E aquela justa cobriu-se de
glória heráldica.
Pois quatro séculos depois, d. Pedro I reproduziu aqui no Brasil o
gesto donairoso. Promoveu a Ordem da Rosa para perpetuar a
memória de seu faustíssimo consórcio com d. Amélia de
Leuchtemberg e Eischsataedat por uma instituição útil, que
assinalando esta época feliz, a conservasse-a como glória na
posteridade. (CAMPOS, 1965: 04-05)

Querendo contrair segundas núpcias d. Pedro recomendara a seu


agente diplomático o Marquês de Barbacena que a noiva pretendida
fosse ‘de boa estirpe, formosa, virtuosa e culta. ’ Compreende-se,
portanto, o alvoroço do Imperador, de temperamento tempestuoso,
quando recebeu carta do seu representante na Europa e a fotografia da
jovem que acedera ser sua esposa e Imperatriz. O embaixador daquela
galante diligência, de caráter nupcial, informava ao seu amo: ‘a futura
Imperatriz é linda, como V. M. verá pelo retrato que remeto, mas suas
virtudes e sua instrução excedem quanto posso dizer em elogio.’ O
marquês assim descrevia a noiva: ‘um ar de corpo como o
representado pelo pintor Corregio, nos seus quadros, figurando a
Rainha de Sabá. E acrescentava: valham-me as cinco chagas de Nosso
Senhor Jesus Cristo já que pelos meus enormes pecados, não sou
Imperador do Brasil. (CAMPOS, 1965: 04-05)

Segundo o autor Campos (CAMPOS, 1965): “d. Pedro II concedeu condecorações


desse gênero, em grau menor, a escravocratas que libertassem seus escravos, pois a
honraria era concebida relevantes serviços prestados ao Estado e à Humanidade.” E
completa o autor:” assim, muitos negros foram libertados, antes do 13 de maio.”

O colar é um mimo de rosas e escudos. A insígnia é de ouro e esmalte.


Uma estrela de seis pontas, esmaltada em branco, ‘maçanetada’ de
ouro. Repousa sobre uma grinalda de rosas. No centro do anverso
figura, em ouro acinzentado, o monograma A. P. (Amélia e Pedro)
circundado por uma faixa azul, com as palavras Amor e Fidelidade.
Solene promessa do infidelíssimo monarca. No reverso a data do
casamento em Munich 2-8-1828, circundada pela legenda Pedro e
Amélia. A coroa Imperial decora as insígnias de cavaleiro,
comendador, grão dignitário, grão cruz, honorários ou efetivos.
(CAMPOS, 1965: 06)

Para Campos, autor especialista no assunto (CAMPOS, 1965): “Constituíram-se


vários graus vários graus de dignidade: cavaleiro, comendador, Gran Dignitário, Gran
Cruz.”

8
Já o autor Afonso E. Taunay (TAUNAY, 1965) escreveu sobre esta ordem
honorífica e romântica, na Revista Numismática (ano I. n.2), um estudo sob o título: A
mais velha ordem honorífica do Brasil.

Pois foi sob o patrocínio sentimental da rosa que Amélia chegou ao


Brasil. Nascida entre arminhos e preconceitos das Cortes Européias a
princesa de Leuchtembeg veio consorciar-se com o ambiente da
Quinta da Boa Vista que não era dos mais interessantes no sentido
social naquela época. Em pleno viço de seus dezessete anos era uma
frágil figurinha de Saxe posta ao lado e um homem ardoroso e
desabusado. E cumpriu perfeitamente a sua missão de rainha amada e
tranqüila. Foi realmente a rosa que se manteve perfeita ante o tufão
que assinalou a vida de seu esposo. Afeiçoou-se aos enteados,
principalmente ao pequenino d. Pedro que depois governou o Brasil
por meio século. Para compreender a doçura de sua alma basta reler a
carta que deixou no berço da criança sobre cuja cabeça, de par com a
definitiva ausência dos pais, cingia-se a coroa de um grande Império.
(CAMPOS, 1965: 13)

Carta da Imperatriz, d. Amélia a d. Pedro de Alcântara:

“meu filho de coração e meu Imperador.


Adeus menino querido, delícia de minha alma,
Alegria dos meus olhos, filho que meu coração
Tinha adotado! Adeus para sempre!
Meus olhos chorosos não se fartam de te contemplar.
A majestade de uma coroa, a debilidade da infância, a
Inocência dos anjos cinge a tua fronte de um resplendor
Misterioso que fascina...
É o espetáculo mais tocante que a terra pode oferecer.
Quanta grandeza e quanta fraqueza a humanidade encerra,
Representada por ti criança idolatrada – uma coroa,
“Um trono, um berço.”

(Apud CAMPOS, 1965: 13-14)

A longa missiva vai derramando toda a amargura que enchia, naquela


hora, o doce coração da jovem Imperatriz. E na ansiedade de quem
partia para não mais voltar, lançou este apelo final: ‘Brasileiros! Eu
vos conjuro que não o acordeis antes que me retire. A sua boquinha
molhada pelo meu pranto, ri-se à semelhança de um botão de rosa

9
com o orvalho matutino. Ele está rindo e o pai e a mãe o abandonaram
para sempre. (Apud CAMPOS, 1965: 14)

2. O Ato da Coroação e Sagração de d. Pedro II

O Ato da Coroação e Sagração de Dom Pedro II ocorreu em 18 de julho de 1841,


aos seus 16 anos de idade. A cerimônia tomou lugar na Capela Imperial, Capela do
Senhor dos Passos, antiga Sé, que era a igreja do Rosário.
A campanha pela antecipação da maioridade foi iniciada pelos liberais, os quais
fundaram o Clube da Maioridade em 1840. A campanha pela antecipação da maioridade
ganhou a Câmara, o Senado, as praças, a população.
Dom Pedro II foi aclamado como Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do
território do Brasil.
A cerimônia do beija-mão consistia em uma saudação que simbolizava o
reconhecimento do Imperador por seus súditos.
O Imperador Dom Pedro II casou-se por procuração em 30 de maio de 1843, com a
Princesa das Duas Sicilias, Nápoles (Itália) Dona Thereza Cristina Maria.

3. Os Bolsistas do Imperador d. Pedro II

O ponto da partida de nossa pesquisa é o decreto de 19 de novembro


de 1889, quando 4 dias após a proclamação da república, o intitulado
governo provisório afirma que O SENHOR DOM PEDRO II
PENSIONAVA, DO SEU BOLSO, A NECESSITADOS E ENFERMOS,
VIÚVAS E ÓRFÃOS, PARA MUITOS DOS QUAIS ESSE SUBSÍDIO
SE TORNARA O ÚNICO MEIO DE SUBSISTÊNCIA E EDUCAÇÃO.
(AULER, 1956: 02)

Este decreto foi-nos exibido pela primeira vez na cidade de Olinda, há


25 anos atrás. A interrogação a respeito desses, a quem o Imperador
pagara a educação, persistiu sempre, apesar de os anos correrem com
a velocidade, que a muitos tem trazido o desequilíbrio de idéias ou o
esquecimento de princípios. Nas consultas realizadas a autores ou nas
buscas de outras fontes, só achamos referências vagas, indicações de
nomes – Pedro Américo de Figueiredo e Carlos Gomes, por exemplo,

10
são citados abundantemente – sem nenhuma base, que permita uma
conclusão. Onde encontrar, pois, o documento que satisfaça e esgote a
curiosidade? Nos papéis de Dom Pedro II? (AULER, 1956: 03-04)

Mas, e os papéis da Mordomia da Casa Imperial? Onde andariam?


Teriam sido queimados, a exemplo dos do Ministério da Fazenda que
contendo o arquivo da escravatura, foi destruído para não se divulgar
certas ascendências genealógicas, como querem alguns?... Tínhamos à
mão os Livros da Mordomia, atirados num fundo de um sobrado da
Avenida Quinze, onde funcionava o escritório da empresa comercial,
que estamos dirigindo desde 1947... O que tanto buscávamos, desde
longos anos, por uma ironia do destino, encontrava-se a um palmo da
nossa vista, e nada percebíamos.
Somente com a mudança de escritório para o Palácio da Princesa, na
Avenida Koeler, dispondo de espaço, é que foi possível verificar e
inventariar os quase 500 volumes da Mordomia da Casa Imperial.
E como esse arquivo veio parar em Petrópolis, tendo permanecido
ignorado durante tantos e tantos anos?
Exilado o Imperador, tudo o que se encontrou de documento nos
Paços da Cidade de São Cristóvão foi entregue a uma ‘comissão de
exame’ nomeada pelo Governo Provisório e composta de Vicente
Liberalino de Albuquerque entre outros. (AULER, 1956: 04-05)

Recebendo esse acervo, o procurador de Dom Pedro II remeteu tudo


para o exílio, onde permaneceu até fins de 1947, quando os papéis,
manuscritos e cadernos já classificados, inventariados e com catálogo
publicado pelos ‘ANAIS’ da Biblioteca Nacional (tomos 54 e 55),
formando e denominado ARQUIVO DA CASA IMPERIAL, voltaram
ao Brasil, e doados à nação pelos filhos do Príncipe do Grão Pará,
encontram-se hoje no Museu Imperial de Petrópolis.
E os papéis da Mordomia da Casa Imperial, que retratavam fielmente
a vida administrativa, econômica social do Imperador, qual o destino?
Datado de 3 de abril de 1895, encontramos a segunda-via do
documento:
Recebemos do Ilmo Snr. Major Junqueira, Superintendente da Quinta
da Boa Vista, os restos dos papéis do Arquivo do finado Imperador, e
que a Comissão do Governo aí deixou, depois de ter retirado os
documentos que entendeu, os quais fomos informados pelo Snr.
Superintendente terem sido conduzidos para o Tesouro Nacional e
Arquivo Público Nacional. Rio de Janeiro, 3 de abril de 1895. Os
procuradores dos herdeiros (assinados) GUILHERME CARLOS
LASSANCE E OLIVEIRA CATRAMBI.
(Apud AULER, 1956: 06)

Afirma Guilherme Auler em sua obra (AULER, 1956) que: “(...) somente em 3 de
abril de 1895, depois de igualmente vasculhado e desfalcado, é que o remanescente dos
papéis e livros da Mordomia voltou às mãos dos procuradores dos herdeiros de Dom
Pedro II, falecido em 5 de dezembro de 1891.” No que ainda complementa o autor: “O
Conde D’Eu, por sua vez, manifestou sempre um cuidado especial pelos velhos papéis,
como revelam as cartas do seu procurador. Principalmente, as de 23-3-1908 e 19-3-
1911.” (AULER, 1956: 06)

11
Assim, em local especialmente construído, num anexo da antiga Casa
da Superintendência da Imperial Fazenda de Petrópolis, no Bosque do
Imperador, ficaram guardados os 13 grandes caixões contendo os
papéis da Mordomia, esquecidos ou ignorados dos historiadores
durante mais de meio século. (AULER, 1956: 07)
Podemos sim, afirmar que os papéis e documentos de Dom Pedro II,
assim como o arquivo da Mordomia da Casa Imperial, foram
divididos em três partes e tomaram os seguintes destinos:

a- 21 caixas de folhas de flandres e 1 grande mala seguiram para a Europa, tendo o


Príncipe do Grão Pará com esse acervo formado o ARQUIVO DA CASA
IMPERIAL;
b- 13 grandes caixões estiveram depositados na Sociedade de Geografia, de 1895 a
1907. Depois vieram para Petrópolis, aos cuidados da Superintendência da
Imperial Fazenda. Hoje, os códices e manuscritos constituem o ARQUIVO DA
SUPERINTENDÊNCIA, que organizamos no Palácio da Princesa, à Av. Koeler,
Nº 42;
c- Códices e papéis foram encaminhados ao Arquivo Público Nacional. Em 1941,
os 81 Livros da Mordomia da Casa Imperial, existentes nessa repartição, são
transferidos para o Museu Imperial. (AULER, 1956: 08)
Dentre todos esses documentos, havia ainda um último embrulho para ser
aberto, e estava descrito como CORRESPONDÊNCIA DIPLOMÁTICA. Nesta
correspondência, constam os recibos do próprio punho dos beneficiados com as
mesadas. (AULER, 1956: 12)
Assim, o estudante contemplado com a mesada imperial, é obrigado a
apresentar, trimestralmente, certificados de aproveitamento, freqüência e boa
conduta, e, na hipótese de se achar no estrangeiro, assume o compromisso, de
findos os estudos, regressarem ao Brasil, para aqui disseminar os conhecimentos
adquiridos por generosidade do monarca.
Também é preciso salientar que, além da mesada, o estudante recebe do
Imperador, muitas vezes, o pagamento das matrículas, de livros, das passagens
para seu transporte de ida e volta à Europa, e até... O enxoval, roupas e calçado,
como é o caso, entre outros, de Pedro Américo. (AULER, 1956: 13

3.1. Carlos Gomes (músico)

Carlos Gomes é geralmente apontado como bolsista de Dom Pedro II.


Não é exata a suposição, pois foi ele contemplado com a pensão de
1:800$000 anuais, durante 4 anos para aperfeiçoar-se em Milão, pelo
Conservatório de Música, ato aprovado pelo Ministro do Império. A
comunicação oficial desta mercê, em 30 de outubro de 1863, feita pelo
Diretor do Conservatório Francisco Manuel da Silva acha-se
publicada em fac símile na página 70 do livro ‘A vida de Carlos
Gomes’ (Rio: 1946), da autoria de sua filha Itala Gomes Vaz de
Carvalho. Está assim explicado o motivo por que não encontramos
nenhum decreto ou portaria da Casa Imperial referente ao brilhante
compositor. (AULER, 1956: 54)

12
O Imperador muitíssimo estimava e admirava o seu talento artístico.
Anterior à obtenção da mesada do Conservatório, foi Carlos Gomes
agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem da Rosa, em fins de
1861, tendo nessa oportunidade Dom Pedro II, como ‘prova de apreço
pelos seus trabalhos’ pago os direitos do diploma e lhe feito presente
da insígnia, uma medalha de brilhante (C 43, ofício d – 4 de novembro
de 1861 – M I). (AULER, 1956: 55)

No arquivo da Casa Imperial (M I) há abundante correspondência de


Carlos Gomes com Dom Pedro II: M 138 – D 6784; M 140 – 8888; M
160 – 7412; M 166 – 7664; M 193 – D – 8781; M 198 – 8979. No
‘ANUÁRIO’ do Museu Imperial número 8 – 1947 páginas 209 a 226,
o Sr. Luis Afonso d’Escragnolle divulgou esse documento. (AULER,
1956: 55)

3.2. Pedro Américo de Figueiredo e Melo (pintor)

Um decreto de 4 de outubro de 1858, segundo Guilherme Auler (1965) faz-


lhe mercê da mesada de 400 francos, para estudar pintura em Roma (C 37 – M
I), sendo seu texto comunicado aos Ministros Brasileiros em Paris e em Roma
(C 43, ofício de 9 de Outubro de 1858 – M I). (AULER, 1956: 65)

Em 10 de Dezembro do mesmo ano, diz-se que ele viajará em


fevereiro de 1859, devendo primeiro permanecer em Paris (C 43 – M
I). E, em 12 de Março, volta o Ministro Brasileiro a ser informado que
a partida é por estes dias, solicitando que o nosso representante
diplomático sirva de seu tutor, dirigindo-o em seus estudos de pintura
e desenho e exigindo certificados de aproveitamento, trimestralmente.
A permanência na Europa será de 3 anos, e caso não revele aplicação,
imediatamente, regressará. Se ficar doente, deverá ser recolhido a uma
casa de saúde. (C 43 – M I). (AULER, 1956: 65)
Numa carta a Dom Pedro II, conta que chegou a Paris, em Maio de
1859 e que já enviara ao seu imperial benfeitor, como provas de seu
aproveitamento, as cópias a óleo de ‘Naufrágio da Medusa’, de
Gericault, e do ‘Rio Sétimo’, de Luis Davi, estando elaborando no
momento, uma grande cópia no Museu do Louvre. (AULER, 1956:
65)

13
Em 23 de junho de 1864, há ordem para seu embarque urgente, pois
está em vésperas do concurso de desenho da Academia Imperial das
Belas Artes ou então remeta um requerimento solicitando adiamento
(C 43 - MI). Dessa vez, ele ainda não se conforma com o regresso ao
Brasil, e envia outra carta ao Imperador, em 23 de Julho, pedindo que
sua mesada se prolongue até abril de 1866, pois tenciona ir à Itália.
Informa que está fazendo dois grandes quadros, um para o monarca e
outro para Dona Teresa Cristina. (A C I M 134 – D 6580 – M I).
(AULER, 1956: 66)

Prosseguindo ainda juntamente com o ideário e as palavras do autor


Guilherme Auler (1956): “Sua grande aspiração é permanecer, definitivamente
em Gênova, pleiteando para isso, a nomeação de Cônsul-Geral na Itália,
conforme se lê em cartas a Dom Pedro II.” (A C I M 195 – D 8837, M 187 – D
8517, M 187 – D 8480 – M I).

Palavras do Imperador d. Pedro II:

Por alvará de 4 de Junho de 1872 é nomeado PINTOR HISTÓRICO DA


IMPERIAL CÃMARA (C 78 – A S):

“Eu, o Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Império do Brasil:


Faço saber a vós Nicolau Antônio Nogueira Vale da Gama, do meu Conselho,
Gentil Homem da minha Imperial Câmara, e que servis de meu Mordomo-Mor:
Que atendendo ao que me representou o Dr. PEDRO AMÉRICO DE
FIGUEIREDO E MELO, Hei por bem nomeá-lo Pintor Histórico da Minha
Imperial Câmara. Dado no Palácio do rio de Janeiro, em 4 de Junho de 1872,
51.º da Independência e do Império. – Imperador com guarda. – Nicolau
Antônio Nogueira Vale da Gama.” (Apud AULER, 1956: 66-67)

Nesse mesmo ano de 1872, apresenta Pedro Américo a sua grande tela
‘Batalha de Campo Grande’, na exposição anual da Academia,
quadro de grande sucesso, depositado hoje no Museu Imperial. Mais
duas obras suas figuram nesta exposição: nº. 147 - Bosquejo ou
primeira idéia do quadro Batalha de Campo Grande; e nº 148, Sua
Majestade Dom Pedro I, na Abertura da assembléia Geral Legislativa
em 1826. Outra grande pintura histórica, em 1879, aparece na
exposição anual: A Batalha de Avai. (AULER, 1956: 67)

14
Eventos relevantes:

2017: Comemoração dos 200 anos da chegada de Dona Leopoldina, a 1ª Imperatriz


do Brasil, no Rio de janeiro em função de seu casamento com o Imperador D.
Pedro I. Dona Leopoldina nasceu em 22 de janeiro de 1797, em Viena (Áustria).
2018: Comemoração dos 200 anos da Aclamação e Sagração de D. João como rei
de Portugal, Brasil e Algarves;
2019: Comemoração dos 200 anos do nascimento da rainha D. Maria da Glória
(Dona Maria II de Portugal);
2022: Comemoração do bicentenário da Independência do Brasil

 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

15
Aula #02
Anexos:
Imagens dos
Documentos
Históricos:
 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

1
1. Anexo Nº 01: Ordem de d. Pedro I – Fundador do Império do Brasil – Insígnia
de Grã Cruz – Pertenceu ao Príncipe de Joinville (Século XIX).
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.

2
2. Anexo Nº 02: Ministros e Senadores (Assembléia Geral Legislativa – 1823)
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: DEBRET, Jean Baptiste. Condecorações brasileiras: Manto – Cetro e Coroa.
Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo: 1936.

3
3. Anexo Nº 03: Gravura de d. Pedro II
Autor: Sébastien Auguste Sisson (s.d)
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.

4
4. Anexo Nº 04: Ordens brasileiras.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013. IN: Fonte: DEBRET, Jean Baptiste. Condecorações brasileiras: Manto – Cetro e
Coroa. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo: 1936.

5
5. Anexo Nº 05: O Imperador d. Pedro II aos 15 anos – 1837.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Félix Emílio Taunay
Acervo: Museu Imperial de Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.

6
6. Anexo Nº 06: “O nascimento do Príncipe do Grão Pará – Jornal Tribuna de
Petrópolis - 1925.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: (a) João de Petrópolis
Fonte: Jornal Tribuna de Petrópolis – Biblioteca Municipal – Sala Petrópolis.

7
7. Anexo Nº 07: Ato da Coroação e Sagração do Imperador d. Pedro II - 1842
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: François René Moreaux
Acervo: Museu Imperial de Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.

8
8. Anexo Nº 08: Abertura da Assembléia Geral Constituinte - D. Pedro II em
Traje Majestático (manto, cetro e coroa) - 1872
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Pedro Américo de Figueiredo e Melo
Acervo: Museu Imperial de Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.

9
9. Anexo Nº 09: Juramento da Princesa D. Isabel - 1875
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Victor Meirelles de Lima
Acervo: Museu Imperial de Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.

10
10. Anexo Nº 10: A Imperial Ordem da Rosa.
Imagens: https://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/condecoracoes/ImperioRosa.asp.
Fonte: https://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/condecoracoes/ImperioRosa.asp,
em: 27/05/2018, às 17:55 h.

11
11. Anexo Nº 11: A Imperial Ordem do Tosão de Ouro.
Imagens: http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2014/09/.
Fonte: http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2014/09/ em: 27/05/2018, às
18:11 h.

12
12. Anexo Nº 12: A Imperial Ordem de N. S. de Aparecida.
Imagens: https://monarquiaportuguesa.blogs.sapo.pt/6510.html
Fonte: https://monarquiaportuguesa.blogs.sapo.pt/6510.html em: 27/05/2018, às
18:19 h.

13
13. Anexo Nº 13: A Imperial Ordem do Dragão – Ordem de d. Pedro I.
Imagens: http://blog.msmacom.com.br/ordem-de-dom-pedro-i/.
Fonte: http://blog.msmacom.com.br/ordem-de-dom-pedro-i/em: 27/05/2018, às
18:25 h.

14
14. Anexo Nº 14: A 2ª Imperatriz d. Amélia (Áustria): Segunda esposa do
Imperador d. Pedro I.
Imagens: https://br.pinterest.com/pin/396105729695706534/?autologin=true.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/396105729695706534/?autologin=trueem:
27/05/2018, às 18:36 h.

15
15. Anexo Nº 15: Retrato do Rei Philippe – O Bom (Duque de Borgonha)
Autor: Seguidor de Rogier Van Der Weyner (1399 -1464)
Imagens: http://www.artnet.com/artists/rogier-van-der-weyden/portrait-of-philip-
the-good-duke-of-burgundy-8zHHSANzAEVT3MNv4PyGSA2.
Fonte: http://www.artnet.com/artists/rogier-van-der-weyden/portrait-of-philip-the-
good-duke-of-burgundy-8zHHSANzAEVT3MNv4PyGSA2 em: 27/05/2018, às
18:42 h.

16
16. Anexo Nº 16: Retrato do Rei Carlos IV – Rei da Espanha.
Imagens: https://www.wikiart.org/en/francisco-goya/charles-iv-of-spain-and-his-
family-1800.
Fonte: https://www.wikiart.org/en/francisco-goya/charles-iv-of-spain-and-his-
family-1800 em: 27/05/2018, às 18:52 h.

17
17. Anexo Nº 17: Retrato da Rainha Isabel II – Rainha da Espanha.
Imagens: https://www.pinterest.pt/pin/467178161330327553/?lp=true.
Fonte: https://www.pinterest.pt/pin/467178161330327553/?lp=true em:
27/05/2018, às 19:05 h.

18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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e acrescentada. Livraria Tavares Martins – Porto: 1942.
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27/10/1999 - Petrópolis: IHP, Texto da palestra do dia 18/10/1999.
ALVES NETO, Jerônymo Ferreira. in: A Catedral de Petrópolis. Módulo V –
Petrópolis: IHP, s.d.
_______________________________in: Palestra sobre o V Centenário do
nascimento de São Pedro de Alcântara. Petrópolis: Tribuna de Petrópolis, 1999.
Annuário Genealógico Brasileiro. Publicações do Instituto de Estudos Genealógicos. –
Organizado por Salvador de Moya. Empreza Gráphica da Revista dos tribunais – 1º
Anno. São Paulo: s.d.
Annuário do Museu Imperial. Ministério da Educação e Cultura, Volume: XV.
Petrópolis: 1954.
Arteum.terra.com.br
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Petrópolis, Petrópolis: 1956.
ARRUDA, José Robson. História Antiga e Medieval. São Paulo: Editora Ática, 1976.
BELTING, Hans. Semelhança e Presença: A História da imagem antes da era da arte.
Rio de janeiro: ARS URBE, 2010.
Biblioteca Municipal de Petrópolis. A Morte de Monsenhor Gentil Costa. Petrópolis:
Revista Ação. 1982.
CALMON, Pedro. Franklin Dória, Barão de Loreto. – Biblioteca do Exército Editora,
Rio de Janeiro: 1981.
CAMPOS, Ernesto de Souza. O Tosão de Ouro e a Ordem da Rosa. Publicações da
Academia Campinense de Letras, Nº15. Campinas, Estado de São Paulo, Brasil: 1965.
CANCLINI, Nestor Garcia. A socialização da Arte. Teoria e prática na América
Latina. Tradução de: Maria Helena Ribeiro e Maria Cecília Queiroz Moraes Pinto. São
Paulo: Editora Cultrix, s.d.

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CALDEIRA, Jorge. Viagem pela História do Brasil. São Paulo: Editora Companhia
das Letras, 1997.
________________. (org.). José Bonifácio de Andrada e Silva. São Paulo: Editora 34,
2002. (Coleção Formadores do Brasil).
CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita Procópio;
SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da Assembléia
Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto Brasileiro de
Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília: 2013.
CERQUEIRA, Bruno da Silva. “Quem foi D. Isabel de Bragança?” IN: Revista do
Instituto D. Isabel I – A Redentora. Brasília: Junho de 2016.
CERQUEIRA FALCÃO, Edgard de (org.). Obras científicas, políticas e sociais de
José Bonifácio de Andrada e Silva. Santos: Câmara Municipal, 1963. 3 v.
CHENEY, Sheldon. História da Arte. Do Extremo Oriente à Arte Gótica: O apogeu
Cristão. Vol. II. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1970.
Comissão do Centenário de Petrópolis. Decreto Imperial de 16 de Março de 1843.
Petrópolis, P.M.P. 1943.
DEBRET, Jean Baptiste. Condecorações brasileiras: Manto – Cetro e Coroa. Viagem
pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo: 1936.
DORNAS FILHO, João. Figuras da Província. Vol. I. Belo Horizonte, Movimento
Editorial Panorama, 1949
EPPINGHAUS, Guilherme Pedro. A Catedral. Petrópolis: IHP, 1984.
FRANCO, Afonso Arinos de Mello; LACOMBE, Américo Jacobina. José Bonifácio.
Coleção: A vida dos grandes brasileiros (2). Edições Isto É. Texto: COSTA, Pedro
Pereira da Silva. Editora Três Ltda. São Paulo: 2001. (Fotos: Câmara Três e Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro).
FREMANTLE, Anne. A Idade da Fé. - Rio de janeiro: Livraria José Olímpio Editora
S.A, 1970.
FRÓES, José Kopke. A Velha e a Nova Matriz de Petrópolis. 2º Caderno - Petrópolis:
30 de Novembro de 1985, In Tribuna de Petrópolis.
GOMES, Laurentino. 1808: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma
Corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil /
São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.
HAUTECOEUR, Louis. História Geral da Arte. Da Magia à Religião. Tradução:
Pérola de Carvalho. Vol.: I, Tomo I. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1962.

2
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Instituto D. Isabel I – A Redentora: www.idisabel.org.br

JUDICE, Ruth Boucault. Igrejas Neogóticas. Versão para o Inglês de Roberto Raposo.
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LACOMBE, Lourenço Luiz. Biografia de um Palácio. Museu Imperial. Petrópolis:


2007.

LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José Bonifácio. Coleção: A


vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa. Editora Três LTDA. São
Paulo: 2001.

MARMONTI, Conde Willian J. C. A Ordem do Tosão de Ouro (As ordens de


Cavalaria). 5 ª Parte. Revista Ponto de Vista. 2006. Pgs. 09-11.

MESQUITA, Maria Luiza de Carvalho. O terceiro Reinado: Isabel de Bragança, a


Imperatriz que não foi. Dissertação de Mestrado apresentada ao programa de Pós-
Graduação em História Social, da Universidade Severino Sombra como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em História Social. Orientadora:
Profª. Dr.ª Cláudia Regina Andrade dos Santos. Vassouras: 2009.

NABUCO, Joaquim. O abolicionismo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo:


Publifolha, 2000. – (grandes nomes do pensamento brasileiro).

PANOFSKY, Erwin. Idea: A Evolução do Conceito de Belo. Profª Drª Sônia Afonso
Mestranda Maria Anita Nunes. Método e Linguagem. 1º trab.: Santa Catarina:
UFSC/Pós - Arq/2004.
POMBO, Rocha. História do Brasil. 9ª Edição. Revista e atualizada por Hélio Vianna.
São Paulo: Edições Melhoramentos, 1960.
RABAÇO, Henrique José. História de Petrópolis. Petrópolis: Instituto Histórico de
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SODRÉ, Alcindo. D. Pedro II e a Paróquia de Petrópolis. Petrópolis: Editoras Vozes,


1946.
Tribuna de Petrópolis. O nascimento do Príncipe do Grão-Pará. Petrópolis: In: Jornal
Tribuna de Petrópolis, 1925

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www.google.com.br

3
http://www.obrabonifacio.com.br/bibliografia/autor/16/.

www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1889/D0078-A.htm.

www.museuimperial.gov.br.

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http://www.artnet.com/artists/rogier-van-der-weyden/portrait-of-philip-the-good-duke-
of-burgundy-8zHHSANzAEVT3MNv4PyGSA2.

https://www.wikiart.org/en/francisco-goya/charles-iv-of-spain-and-his-family-1800.

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 Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

4
Fontes Iconográficas: (imagética)

1. A OCUPAÇÃO DO CONTINENTE AMERICANO (P.#01)

“A ocupação do continente americano pelos europeus se deu no ano de 1492 em


viagem de Cristóvão Colombo financiada pela corte espanhola. Nessa época, o
feudalismo decaía e dava início ao capitalismo, e um grande fortalecedor do
capitalismo da época era as grandes viagens marítimas em busca de comércio,
venda e exploração dos territórios que os navios atracassem. Dessa forma, com
o surgimento desse novo sistema econômico, as potências da época (Portugal,
Espanha, França, Inglaterra e Holanda) lançavam-se ao mar em busca de
atingir territórios, como o fascínio dos espanhóis, por exemplo: as Índias.”

FONTE: https://www.resumoescolar.com.br/historia/ocupacao-do-continente-
americano, em: /05/06/19, às 21:18hs

Imagem: https://www.resumoescolar.com.br/historia/ocupacao-do-continente-americano/,
em 05/06/19, às 21:36hs.

1
2. A OCUPAÇÃO DO CONTINENTE AMERICANO (P. #02)

“Ainda hoje, o processo de ocupação do continente americano é um tema que


desperta o interesse de vários membros da comunidade científica. A chegada dos
primeiros grupos à América é um assunto repleto de novas descobertas, hipóteses e
divergências que atingem a curiosidade dos vários profissionais e curiosos
interessados por essa questão. Uma das mais controversas questões gira em torno
de uma datação mais exata sobre a presença humana nesta região do planeta.”

FONTE: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/ocupacao-continente-
americano.htm, em 05/06/19, às 21:19hs

IMAGEM: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/ocupacao-continente-
americano.htm, em:05/06/19, às 21:36 hs.

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2
3. A CONQUISTA DA AMÉRICA ESPANHOLA

“A conquista da América Espanhola foi o processo de ocupação da América pelos


espanhóis e conseqüente controle sobre as áreas até então ocupadas pelos povos
nativos. O avanço dos conquistadores aconteceu pouco a pouco, à medida que eles
conheciam e descobriam novas regiões e deu-se, principalmente, pelo uso da
violência contra os nativos.”

FONTE: https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/conquista-da-america-
espanhola.htm, em 05/06/19, às 21:19 hs.

IMAGEM: mhttps://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/conquista-da-america-
espanhola.htm, em: 05/06/19, às 21:37 hs.

Quadro de 1892 retrata a chegada dos Espanhóis na América em 1492, citado pela
fonte: https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/conquista-da-america-
espanhola.htm, em: 05/06/19, às 21:37 hs.

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3
4. OS INDIOS NA AMAZÔNIA ATÉ A CHEGADA DOS EUROPEUS

“Desembarque de Cabral em Porto Seguro”

FONTE: http://www.unoparead.com.br/sites/museu/exposicao_indigena/indio08.html, em
05/06/19, às 21:20 hs.
“Obra de Oscar Pereira da Silva, 1922.
Óleo sobre tela 190 X 333 cm
Museu Paulista”

“Na tela, observamos a descrição de um fato histórico - a chegada dos portugueses em 1500 e a
posse do território. É o momento de (des)encontro entre dois povos - portugueses e nativos, dois
mundos diferentes.”

“O nativo ou o índio é mostrado eufórico, vibrando pela chegado das naus. No entanto, trata-se de
expressões artísticas, pois sabemos pela carta de Pero Vaz de Caminha que os primeiro contatos
foram amistosos, e não eufóricos. Nos navios homens com armaduras e armados, com Cabral ao
centro da tela.”

“As bandeiras e flâmulas tremulam ao suave vento do sul da Bahia.”

FONTE: http://www.unoparead.com.br/sites/museu/exposicao_indigena/indio08.html, em
05/06/19, às 21:20 hs.

IMAGEM: http://www.unoparead.com.br/sites/museu/exposicao_indigena/indio08.html,
em 05/06/19, às 21:35 hs.

4
5. PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU (SLIDE Nº#01)

IMAGEM: https://slideplayer.com.br/slide/10743701/, em 05/06/19, às 21:21hs.

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5
6. PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU (SLIDE Nº#02)

IMAGEM: https://slideplayer.com.br/slide/10743701/, em 05/06/19, às 21: 21 hs.

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6
7. PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU (SLIDE Nº#03)

IMAGEM: IMAGEM: https://slideplayer.com.br/slide/10743701/, em 05/06/19, às 21:24


hs.

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7
8. PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU (SLIDE Nº#04)

IMAGEM: https://slideplayer.com.br/slide/10743701/, EM: 05/06/19, às 21:33 hs.

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: (Curso: Turismo Cultural - 2019®)

1- Qual Princesa assinou a Lei Áurea, libertando os escravos no Brasil?

A. ( ) Princesa D. Isabel
B. ( ) Princesa D. Leopoldina
C. ( ) D. Teresa Cristina

2 - Qual Imperador Brasileiro juntamente com sua filha, financiaram as obras da


Catedral?

A- ( ) Dom Pedro I e Princesa D. Isabel


B- ( ) Dom Pedro II e Princesa D. Isabel
C- ( ) Paulo Barbosa da Silva e Princesa D. Isabel

3 - Quem era o Santo Padroeiro da cidade de Petrópolis, do Império e do Brasil?

A- ( ) Santo Antônio
B- ( ) Santa Elisabeth da Hungria
C- ( ) São Pedro de Alcântara

4 - Os restos mortais do Imperador D. Pedro II, juntamente com os de sua família,


repousam em qual local atualmente?
A- ( ) Igreja do Rosário
B- ( ) Mosteiro de São Bento
C- ( ) Catedral de São Pedro de Alcântara

5 - A Princesa D. Isabel casou-se com qual Príncipe em 1864?

A- ( ) Augusto de Saxe Coburgo (Duque de Saxe)


B- ( ) José Bonifácio de Andrada e Silva
C- ( )Dom Luis Philippe Maria Fernando Gastão de Orleans (Conde D’Eu)

6 - Como se chamava o filho primogênito da Princesa D. Isabel de Bragança?

A- ( ) Duque de Saxe
B- ( ) Dom Pedro Augusto
C- ( ) Dom Pedro de Alcântara

7- Quantos anos duraram a obra da Catedral de Petrópolis?

A- ( ) 20
B- ( ) 10
C- ( ) 49

8 - Os vitrais na Idade Média eram confeccionados com quais produtos?

A- ( ) Sal, óxidos, areia, chumbo


B- ( ) Argila
C- ( ) Cimento e areia

1
9 - Como se chama o local aonde repousam os restos mortais da Família Imperial do
Brasil, dentro da Catedral?

A- ( ) Batistério
B- ( ) Mausoléu
C- ( ) Sacristia

10 - Como se chamava a amiga de Dom Pedro II e da Princesa D. Isabel que financiou


os vitrais do Mausoléu Imperial?

A- ( ) Condessa de Barral
B- ( ) D. Leopoldina
C- ( ) Baronesa de Muritiba

11 – Dom Pedro de Alcântara (primogênito da Princesa D. Isabel) financiou dois vitrais


para a Catedral de São Pedro. Esses vitrais vieram de Paris e simbolizavam dois santos
da crença católica. Quais?

A- ( ) Santa Elisabeth da Hungria e São Pedro de Alcântara


B- ( ) Santo Antônio e Santa Bárbara
C- ( ) Santa Teresa D’Ávila e São Sebastião

12- Como se chamava o mordomo da Imperial Casa do Imperador D. Pedro II em


Petrópolis?

A- ( ) Paulo Barbosa da Silva


B- ( ) Júlio Frederico Koeler
C- ( ) José Bonifácio de Andrada e Silva

13 – Quantos vitrais existem dentro da Catedral de Petrópolis?

A- ( ) 40
B- ( ) 60
C- ( ) 32

14 – Na Idade Média, os vitrais tinham outra função dentro das Catedrais da Europa,
além da beleza e da sua iluminação. Qual era essa função?

A- ( ) Decorar as paredes das igrejas


B- ( ) Iluminar a sacristia
C- ( ) Ensinar mensagens cristãs àqueles que não sabiam ler, através das imagens
confeccionadas nos vidros coloridos

15 – As rosáceas eram vitrais que possuíam uma simbologia cristã. Qual ?

A- ( ) Simbolizava Maria, a mãe de Cristo


B- ( ) Simbolizava a fé cristã
C- ( )Simbolizava São Pedro de Alcântara

2
16 – A Princesa D. Isabel faleceu na França, e seus restos mortais vieram para o Rio de
Janeiro em 1953 e ficaram em exposição na Catedral Metropolitana. Em que ano estes
restos mortais vieram para a Catedral de Petrópolis?

A- ( )1888
B- ( )1889
C- ( )1971

17- Qual hotel foi inaugurado em 1848 na Rua do Imperador?

A- ( ) Petrópolis
B- ( ) Paris
C- ( ) Bragança

18- Até que ano o Grande Hotel Bragança funcionou?


A- ( )1889
B- ( )1999
C- ( )1926

19 – Antes de se chamar Av. Koeler, como se chamava esta rua em Petrópolis?

A- ( ) Av. Rio Branco


B- ( ) Av. Ipiranga
C- ( ) Rua Dom Afonso

20 – Qual era o nome da cerveja produzida por Frederico Guilherme Lindscheid?

A – ( ) Bohemia

B- ( ) Araras

C – ( ) Petrópolis

21 – Antes de se chamar Fábrica de Cerveja Bohemia, como se chamava esta fábrica?

A – ( ) Teresópolis
B – ( ) Macaé
C – ( ) Nacional

22 – Em qual bairro está localizado hoje a atual Casa do Colono?

A – ( ) Bairro Siméria
B – ( ) Bairro Castelânea
C – ( ) Av. Barão do Rio Branco

3
23 – Antes de se tornar um Museu, a casa pertenceu a qual colono alemão?

A – ( ) Barão de Mauá

B – ( ) colono germânico Johan Gottlieb Kayser,

C – ( ) Major Julius Friedrich Koeler

>® Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em


História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59.
Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de Setembro de 2011.

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4
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO - 2019 – CURSO PARA GUIAS DE TURISMO
A – PESQUISE ATRAVÉS DO MATERIAL DISPONÍVEL E DA BIBLIOGRAFIA
CITADA E RESPONDA ÀS QUESTÕES ABAIXO:

1. DEFINA: O QUE É HISTÓRIA? O QUE É CULTURA?


2. QUAL O OBJETIVO DE SE CONHECER A HISTÓRIA PARA
TRABALHAR INSERIDO NO SEGMENTO DO TURISMO CULTURAL?
3. DEFINA TURISMO CULTURAL? QUAL O SEU OBJETIVO?
4. CITE ALGUM HÁBITO TÍPICO DOS POVOS INDÍGENAS:
5. O QUE É CULTURA MATERIAL? CITE 01 EXEMPLO:
6. O QUE É CULTURA IMATERIAL? CITE 02 EXEMPLOS:
7. COMO VOCÊ DESCREVE O PANORAMA DA OCUPAÇÃO HUMANA NA
AMÉRICA DO SUL?
8. QUAIS OS PRINCIPAIS PERÍODOS ESTUDADOS NA PRÉ-HISTÓRIA?
9. O QUE É UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO?
10. QUAL A RELEVÂNCIA DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS PARA O
TURISMO CULTURAL?
11. QUAIS OS PRINCIPAIS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DO BRASIL? ONDE
ESTÃO SITUADOS?
12. O QUE É O SAMBAQUI?
13. QUAIS OS PRINCIPAIS SAMBAQUIS SITUADOS NO BRASIL? ONDE
ESTÃO LOCALIZADOS?
14. QUAL A IMPORTÂNCIA DE UM SAMBAQUI PARA O TURISMO
CULTURAL?
15. O QUE É UM PAJÉ? POR QUE ELE TEM IMPORTÂNCIA PARA OS
POVOS INDÍGENAS? O TURISTA TEM INTERESSE NESSE SABER?
16. VOCÊ CONSIDERA RELEVANTE PARA O TURISMO CULTURAL
APRESENTAR INFORMAÇÕES AOS TURISTAS SOBRE A CULTURA
INDÍGENA? E SOBRE A CULTURA DOS POVOS INCAS? EXPLIQUE:
17. O QUE É MAIS IMPORTANTE DESTACAR PARA O TURISTA SOBRE A
CHEGADA DOS EUROPEUS NAS AMÉRICAS?
18. EM QUE SENTIDO A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA FOI
IMPORTANTE? RELACIONE ESSA TEMÁTICA AO SEU TRABALHO NO
TURISMO CULTURAL:

1
19. QUAIS AS COMIDAS TÍPICAS DOS POVOS INDÍGENAS?
20. CITE ALGUM ASPECTO HISTÓRICO IMPORTANTE RELACIONADO
AOS PRINCIPAIS DESTINOS (ATRATIVOS TURÍSTICOS) NO BRASIL E
AMÉRICA DO SUL?

------------------------------------------------------------------------------------
®Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz; Professora
graduada em História (licenciatura/bacharelado), pela
Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº
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Referências: Site: BNDES – Monumento Nacional, Ruínas do Engenho, São Jorge


dos Erasmos,
PRCU/USP.http://www.resjeroteirosbaixadasantista.prceu.usp.br/espetaculo-de-
luz-e-som, em: 06/06/19, às 15:55hs.
FIGUTI, L. O homem pré-histórico, o molusco e o sambaqui: considerações sobre a
subsistência dos povos sambaquieiros. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, S.
Paulo, 3: 67-80, 1993. Disponível em:

2
<http://www.revistas.usp.br/revmae/article/viewFile/109161/107654> Acesso no dia
22/05/2017 às 17h.
PLATAFORMA NOVO MILÊNIO, Disponível em:
<http://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch042b.htm> Acesso no dia 22/05/2017 às 16h
PLATAFORMA NOVO MILÊNIO, Disponível em:
<http://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch042c.htm> Acesso em 22/05/2017 às
16h30min.
FONTE: http://www.resjeroteirosbaixadasantista.prceu.usp.br/sitio/sambaquis-cosipa, em:
06/06/19, _as 15:53 hs

IMAGEM: http://www.resjeroteirosbaixadasantista.prceu.usp.br/espetaculo-de-luz-e-som,
em: 06/06/19, às 15:54hs.

3
UM BREVE OLHAR SOBRE AS ÁRDUAS VIAS DA DESCOLONIZAÇÃO

Autoria: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz


(2010)

“Só nos tornamos aquilo que somos pela negação íntima e radical daquilo
que fizeram de nós.” (Jean-Paul Sartre. Prefácio de Os condenados da terra.
1961)

Quando se tem em mente uma reflexão crítica sobre a maneira como se deu a

descolonização nos países da Ásia e África, nos deparamos inevitavelmente com a

complexa estruturação do colonialismo, e a forma como esse sistema se “re-configurou”

mesmo após a libertação nacional dos países dessas regiões. Na verdade, ao lançar um

olhar amplo pela história da humanidade, atentamos que o estímulo para uma prática

colonial existiu desde muito tempo, na Antiguidade, por exemplo, tal procedimento era

realizado com abrangência pelos fenícios, já que estes executavam um modo de

internacionalismo mercantil, marcado por um certo instinto colonial.

Em sua origem e disseminação na Roma Antiga, o termo colônia sempre esteve

associado a uma visão de labuta fatigante com a terra, sem chance alguma de aquisição

de tal espaço de ocupação por parte dos sujeitos que nela trabalhavam, pois o domínio e

posse desses territórios eram exercidos por “outros”, como bem afirma Alfredo Bosi:

Colo significou, na língua de Roma, eu moro, eu ocupo a terra, e por


extensão, eu trabalho, eu cultivo o campo [...]. A ação expressa nesse colo, no
sistema verbal do presente, denota sempre alguma coisa de incompleto e
transitivo. É o movimento que passa ou passava de um agente para um
objeto. Colo é a matriz de colônia, enquanto espaço que se está ocupando,
terra ou povo que se pode sujeitar. Colonus é o que cultiva uma propriedade
rural em vez de seu dono, o seu feitor no sentido técnico e legal da palavra.
(BOSI, 1992. p. 47)

Grosso modo, o colonialismo pode ser definido como um sistema formado por

um conjunto de atitudes políticas, econômicas e militares que visam à aquisição de

territórios coloniais através da implementação e imposição das manifestações culturais

dos colonizadores na região colonizada. E, complementando as reflexões anteriormente

1
expressas por Bosi (1992), no que concerne à etimologia da palavra colônia associada a

uma postura de sujeição e dominação, essas acepções também ficam presentes no termo

colono; quanto a isso Maria Yedda Linhares afirma:

A palavra “colono” vem, etimologicamente, de colere, o que quer dizer


“cultivar”, significando, pois, o mesmo que “agricultor”, o homem que
cultiva a terra em troca de um pagamento in natura. Existiram colônias na
Antiguidade, assim como também as já mencionadas dos Tempos Modernos.
“Colonização” significa fixar colonos em outras terras e regiões, mantendo
elos com o país de origem. Trata-se de uma prática conhecida na história da
humanidade desde longa data, como forma de povoar regiões desertas ou
habitadas por populações mais atrasadas, tecnicamente, e de cultivar, para
manter relações de troca com a metrópole, a cidade-mãe. (LINHARES, 1981.
p. 37)

Os séculos XV e XVI foram o período auge do colonialismo, bem como no

século XIX também ocorreu uma intensificação desse processo. Os estados nacionais e

os homens de negócio europeus (principalmente dos territórios de Portugal, Espanha,

França, Inglaterra, Bélgica, Holanda) submeteram, pela força, povos e civilizações;

exportaram mercadorias, capitais e as regras da economia de mercado e impuseram suas

línguas, religiões, concepções de mundo, ou seja, seus valores culturais.

Desde os tempos do Tratado de Tordesilhas (1494), primeiro tratado

internacional moderno, passando pelo sistema internacional da Convenção de Viena

(1815-1817) — em cuja vigência padeceu a partilha territorial em benefício das nações

européias, pactuada na Conferência de Berlim (1884-1885) —, até à época da Liga das

Nações (1919-1939), cujo objetivo de reordenar a vida internacional sobre os princípios

da soberania nacional e da não-intervenção não contemplou as aspirações dos povos

africanos e asiáticos à autodeterminação.

No entanto, uma das implicações históricas mais significativas da Segunda

Grande Guerra (1939- 1945) foi o declínio dessa centralidade européia no sistema de

poder mundial. Até então, as potências do chamado “velho continente” haviam

exercido, como afirmado anteriormente, uma duradoura supremacia sobre as demais

2
regiões do mundo, principalmente nos aspectos econômico, político, diplomático e

militar. Porém, a Segunda Guerra Mundial contribuiria para modificar tal quadro, como

bem argumenta Maria Yedda Linhares:

O poder mundial que antes pertencia aos pequenos e médios Estados


europeus, fortes no comando do capitalismo, da tecnologia e do saber
transfere-se para outros espaços geográficos, de maior poderio militar e
potencialidade econômica. O fim da II Guerra apresenta-se, assim, como o
início de uma nova era da política mundial, na qual a Europa passa a ocupar
um lugar secundário. (LINHARES, 1981. p. 14)

Assim, no hiato vigente entre o final da Segunda Grande Guerra e a cristalização

da bipolaridade leste-oeste, as concepções referenciadas na ideia de descolonização,

tendo como metas a luta pelo fim do colonialismo, a busca pela independência nacional,

a afirmação da identidade local por meio da resistência cultural, tais pressupostos

tomaram corpo e passaram a ser lema pela emancipação das colônias contra as

metrópoles.

A descolonização se caracterizava, desse modo, por um embate das colônias

para adquirir e recuperar sua autonomia política, econômica e cultural. Em certas

localidades tanto da Ásia quanto na África, este processo foi antecedido por diversos

choques entre as “forças revolucionárias” das colônias e a administração colonial, que

tomaram forma de sangrentos conflitos armados, na busca pela libertação nacional, e

como bem afirmava Frantz Fanon (2005, p.51): “a descolonização é sempre um

fenômeno violento.”

De forma negociada ou por meio de combates violentos, a descolonização

possuía sempre um caráter histórico, visto que suas premissas perpassavam por uma

tomada de consciência dos colonizados quanto à importância de sua motivação para

uma real luta pela libertação de todos os “valores” expressos pela dominação colonial.

Já que o colono / colonizador sempre procurava manter as “rédeas” da história em suas

3
mãos, com o objetivo da manutenção dos princípios de dominação. Nesse sentido

afirma Fanon:

O colono faz a história e sabe que a faz. E, porque se refere constantemente à


história da sua metrópole, indica claramente que ele é, aqui, o prolongamento
dessa metrópole. A história que ele escreve não é pois a história do país que
ele despoja, mas a história da sua nação, quando rouba, viola e esfomeia. A
imobilidade à qual é condenado o colonizado só pode ser questionada se o
colonizado decidir pôr termo à história da colonização, à história da
pilhagem, para fazer existir a história da nação, a história da descolonização.
(FANON, 2005. p. 68)

Dessa forma, para Fanon a descolonização tinha o papel de um processo

histórico, pois as atitudes advindas desse decurso seriam de fundamental importância

para uma possível “modificação” de posturas no que se refere a uma visão sobre a

própria dominação e humilhação do homem pelo homem. Vejamos um a citação, um

pouco mais extensa, em que Fanon expõe tal afirmativa:

A descolonização, como sabemos, é um processo histórico: isto é, ela só pode


ser compreendida, só tem a sua inteligibilidade, só se torna translúcida para si
mesma na exata medida em que se discerne o movimento historicizante que
lhe dá forma e conteúdo. A descolonização é o encontro de duas forças
congenitalmente antagonistas, que têm precisamente a sua origem nessa
espécie de substantificação que a situação colonial excreta e alimenta. O
primeiro confronto dessas forças se desenrolou sob o signo da violência, e
sua coabitação – mais precisamente a exploração do colonizado pelo colono
– prosseguiu graças às baionetas e aos canhões. O colono e o colonizado são
velhos conhecidos. E, na verdade, o colono tem razão quando diz que “os”
conhece. Foi o colono que fez e continua a fazer o colonizado. O colono tira
a sua verdade, isto é, os seus bens, do sistema colonial.
A descolonização nunca passa despercebida, pois diz respeito ao ser, ela
modifica fundamentalmente o ser, transforma espectadores esmagados pela
inessencialidade em atores privilegiados, tomados de maneira quase
grandiosa pelo rumo da História. Ela introduz no ser um ritmo próprio,
trazido pelos novos homens, uma nova linguagem, uma nova humanidade. A
descolonização é verdadeiramente a criação de homens novos. Mas essa
criação não recebe a sua legitimidade de nenhuma potência sobrenatural: a
“coisa” colonizada se torna homem no processo mesmo pelo qual ela se
liberta. Na descolonização, há pois exigência de um questionamento integral
da situação colonial. (FANON, 2005. p. 52 - 53)

A descolonização tinha como meta também permitir àqueles povos que por tanto

tempo foram assinalados como os “sem história” pudessem “tomar uma voz ativa”

sobre seus feitos do passado e sua formação cultural, visto que, no caso específico da

África, mas que pode ser entendido de um modo geral em relação aos países que

4
sofreram com processo do colonialismo, bem afirma Ki-Zerbo (2006, p.15): “num

tempo, a investigação histórica tinha decidido que não havia história africana e que os

africanos colonizados estavam pura e simplesmente condenados a endossar a história do

colonizador.”

Através de conflitos armados, ou de acordos negociados densamente, ou mesmo

por meio de processos eleitorais, alguns países asiáticos e grande parte dos países

africanos conquistaram, ao cabo de cinco décadas de grandes esforços, a emancipação

política da dominação colonial européia, e procuraram traçar as bases de suas histórias.

Resumidamente, tentaremos apresentar como se deu esse processo de libertação

nacional nas colônias, nesses dois espaços: Ásia e África.

Na Ásia, a Índia, mais importante colônia do Império Britânico, a independência

foi conseguida em 1947. O principal movimento nacionalista, o Partido do Congresso,

havia sido fundado em 1885, e após a I Guerra Mundial, conduziu uma série de

movimentos pacíficos, liderados pelo Mahatma Ghandi, que defendia a tática da

desobediência civil como forma de se chegar à independência. Após a Segunda Guerra

Mundial, a emancipação se tornou inevitável, mas a divisão entre hindus e muçulmanos

(que tinham seu próprio partido, a Liga Muçulmana, liderada por Mohamed Ali Jinnah),

levou à divisão do país em Índia e Paquistão. Em 1971, o Paquistão Oriental se revoltou

e proclamou a República de Bangladesh.

Outros importantes países asiáticos que conseguiram a independência neste

período foram a Indonésia, ex-colônia holandesa, em 1949, a Malásia (1957), e o

Vietnã, que ficou independente em 1954, mas dividido em um Estado socialista ao norte

e outro capitalista ao sul, se transformando em palco de uma guerra violentíssima, com

intervenção norte-americana. A unificação só veio em 1975, com a vitória dos

socialistas.

5
Já na África, a independência dos países desse continente foi dificultada pelos

grandes problemas resultantes da exploração colonial, como as divisões étnicas no

interior das fronteiras artificiais deixadas pela colonização européia. Em alguns lugares,

o caráter revolucionário dos movimentos de libertação, ou a existência de fortes

minorias brancas dificultaram ainda mais a emancipação. Foi o caso da Argélia, que

ficou independente em 1962, após oito anos de guerra contra o Exército e os colonos

franceses, ou o Congo, ex-colônia belga, que viveu intensos conflitos civis entre 1960 e

1967. No início dos anos 60, no entanto, a maioria das colônias francesas e inglesas já

haviam conseguido se tornar Estados Nacionais, e em 1963, era formada a OUA

(Organização da Unidade Africana). O último império colonial português foi o último a

deixar de existir, com as independências de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e

Príncipe, Angola e Moçambique a partir de 1974.

Tal realização histórica, no entanto, foi apenas o primeiro passo de um longo e

complicado trajeto rumo a soberania dos países que enfrentaram as dificuldades

inerentes ao colonialismo, nesses dois continentes. Pois, se antes havia diversos

conflitos entre dominadores e dominados, no período colonial, com o advento do pós-

independência das ex-colônias, muitas lutas ainda teriam de ser enfrentadas, como

aponta a “visão profética” acentuada no discurso de Fanon, já no início da década de

sessenta:

Durante o período colonial, convidava-se o povo a lutar contra a opressão.


Depois da libertação nacional, convidam-no a lutar contra a miséria, o
analfabetismo, o subdesenvolvimento. A luta, afirma-se, continua. O povo
verifica que a vida é um combate interminável. (FANON, 2005. p. 112)

No pós-independência, com a contínua implementação das posturas neoliberais,

o modelo de Estado-Nação passa a ser completamente diferente do que apontavam os

sonhos revolucionários. Intensificam-se as desigualdades internas, a fome, a miséria e

os atos de corrupção são frequentes, bem como a constante ameaça de guerras civis
6
fruto dos embates entre a população e os governos opressores. Nesse novo cenário, a

globalização passou a ter uma grande importância; e o colonialismo acabou por ser

substituído por um “neocolonialismo”, pelo qual o imperialismo continua a sustentar-se

até os tempos presentes.

Com isso, nos parece evidente que foram árduas as vias da descolonização, pois

os “frutos” do colonialismo, de algum modo, ainda se refletem na atualidade. Para

compreender melhor essa questão, e tomando por base a noção de “imperialismo”, e

suas influências no constructo social, Said (1995. p. 40) afirma: “em nossa época, o

colonialismo direto se extinguiu em boa medida; o imperialismo [...] sobrevive onde

sempre existiu, numa espécie de esfera cultural geral, bem como em determinadas

práticas políticas, ideológicas, econômicas e sociais”.

Essa dominação, tanto no âmbito econômico, quanto no ideológico e cultural,

deve-se principalmente ao fato de que os países originados a partir desses processos de

independência acabaram por manter fortes vínculos de dependência com os “países

desenvolvidos”. Desse modo, concluímos que grandes são as dificuldades para que se

concretizem todos os desejos inerentes às propostas expressas pelo processo de

descolonização. No entanto, é fundamental acreditar que é possível a reconquista plena

da autonomia, da dignidade e da autodeterminação almejada pelos povos da Ásia e

África, que vivenciaram os dramas decorrentes de um sistema tão opressor quanto o

colonialismo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CANÊDO, Letícia Bicalho. A descolonização da Ásia e da África. Campinas: Atual, 1990.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Tradução: Enilce Albergaria Rocha e Lucy


Magalhães. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2005.

7
GNISCI, Armando. A descolonização que não passa. In: Revista Eletrônica do Instituto de
Humanidades. Volume II, Número IV (Junho/ Setembro de 2003) Acesso em:
http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/reihm/article/viewFile/420/412
Data de acesso: maio de 2010.

KI-ZERBO, Joseph. Para quando África? Entrevista com René Holenstein. Tradução:
Carlos Aboim de Brito. Rio de Janeiro: Pallas, 2006.

KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África. Vol. I. Tradução: Maria Beatriz de Medina.
São Paulo: Ática, 1982.

LINHARES, Maria Yedda. A luta contra a metrópole: Ásia e África. São Paulo: Brasiliense,
1981.

MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. Tradução: R.


Corbisiér e M. Pinto Coelho. Segunda edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

SAID, Edward W. Cultura e imperialismo. Tradução: Denise Bottman. São Paulo:


Companhia das Letras, 1995.

 ®Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em


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Curso Livre / Curso de Extensão

Fonte: Acervo do Palácio Rio Negro (IBRAM), em 18/02/19, às 21:12 Hs

Imagem: FGV

“DEIXO A VIDA PARA ENTRAR NA HISTÓRIA”: UM DEBATE SOBRE


O LEGADO DE GETÚLIO VARGAS

NA ATUALIDADE


Autoria: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz – 2019

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6023114469399407

E-MAIL: professora_amandahutflesz@hotmail.com
Profª Amanda M. Hutflesz
2020
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 19/10/20, às 18:50 h
 Organização da Escrita Sagrada em
períodos:

 Período Arcaico
 Egípcio Médio
 Neo Egípcio
 Demótico
 Pessoa: Primeira, segunda, terceira
 Gênero= Masc/Fem
 Número= Sing/Plur/Dual/Indefinido
 Substantivos
 Verbos= Triliteral
 Adjetivos
 Advérbios
 Preposições
 Pronomes demonstrativos
 Numerais
 Determinante semântico
 Inversão Honrosa
 Ideograma
 Pictograma
 Fonograma...
 O hieróglifo era considerado
sagrado e divino, o tipo
de símbolo mediador entre a mente
divina criadora
e o mundo criado.
Escrever era criar!
 Alguns sinais servem para indicar onde iniciava e
acabava uma palavra, eram usados alguns sinais
que determinavam a qual grupo tal palavra
pertencia, dando também a idéia do término
desta:
 Determinativo

 Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:15 h


 NA LÍNGUA EGÍPCIA NÃO

 HÁ VOGAIS, APENAS

 SEMI VOGAIS.
 Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03
h.
 Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm202/Matematicas.htm em: 27/10/20, às 18:22 h.
 Em geral, aparece na mão do Faraó em suas
representações
 pictográficas ou em
 Monumentos: “Massa de Guerra”
 Teti foi o primeiro faraó da VI dinastia egípcia.
 Segundo o historiador Maneton - que o
denomina Othoes - Teti teria reinado durante trinta
anos.
 Foi casado com a princesa Iuput, que se acredita ser
uma filha de Unas, o último rei da V dinastia, que
não teve filhos do sexo masculino. O fato de Unas
não ter tido filhos homens pode ter desencadeado
uma crise sucessória.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h.
 Quando as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a direita, lê-se os
Hieróglifos da direita para a esquerda.
 Caso as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a esquerda, lê-se a
inscrição da esquerda para a direita.
 No caso de Estelas e Obeliscos, em geral, lê-
se de cima para baixo, na horizontal.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h
.
 Inglês: LIST OF HIEROGLYPHIC SIGNS
(Gardiner)
 Ver pgs 544-548
 Francês: DECHIFFRER LES HIEROGLYPHES
 (Mc Dermott)
 Ver pgs 24-25
 Alemão: GÖTTER, TEMPEL, PHARAONEN:
Ägyptische Mythen und Sagen
(Nacherzählt von Robert Swindells) pg 15
 GÖTTER, TEMPEL, PHARAONEN:
Ägyptische Mythen und Sagen (Nacherzählt
von Robert Swindells). Editora Urachhaus,
Erschienen: 2001.
 1- FÓRMULE POUR ENVOYER L´ÂME ET
SORTIR AU JOUR (p.74-75)

 Lette formule tirée du livre des morts


donne du défunt le pouvour de renaître.

 Esta fórmula tirada do livro dos mortos dá


as cartas do jogo ao morto, o poder de
renascer.
 “Anubis, sois rassuré, gloriex fils de Rê, sois sassurê em
ce qui concerne mon oeil divin! Tu as glorifié mon âme et
mom ombre, qui ont v Rê dans ses dons; (elle a
demandé à aller et venir, à avoir l'usage de ses jambres),
afin que cet homme. (que je suis) la voie, oú què elle soit
comme etant ma forme, mon aspect, mon essence, ma
forme véritable d'âme équipée et divine. Elle brille em
Rê, resplendit em Hathor. Voilá que se hâtent mon âme
et mon ombre, sur leurs jambres, oú que se trouve at
homme. (que je suis), afin (qu'il) voie, qu'elle se léve ou
s'asseye, et qu'elle entre dans sa demeure d'eternité,
puisque je suis bien un des coustisans d'Osiris...et nul
dieu ne sera crée tant que je ne parler di pas. ’’
 “Anúbis, anima-te, glorioso filho de Rê, anima-te, no que diz
respeito ao meu olho divino! Você é glorioso, minha alma e
minha sombra, que tem visto Rê dar o seu dom, (ela pede para
andar e crescer, para usar suas pernas) para este homem, (que
sou eu) caminhe aonde que ela esteja, embora assim como
meu aspecto, minha essência, minha forma verdadeira
aventurada e divina. Ela brilha em Rê, resplandece em Hathor.
Eis que se apressa minha alma e minha sombra sobre suas
pernas, onde que se encontra o homem (que sou eu) afim de
que para a estrada que ela se levante e que ela entre em sua
morada de eternidade. Pois que eu sou bom, sou um dos
cortesãos de Osíris...e nenhum deus será criado enquanto eu
não falar.”
 Referência bibliográfica: MC DERMOTT,
Bridget. Dechiffrer les hieroglyphes.
Comment lire l'écritture sacrée. Ed: Grund,
2002, Paris.
 À esquerda da imagem do papiro: “Isis,
Senhora do céu, esposa do deus, Ela permite
que você viva, Para sempre e eternamente.”

 À direita: “Osíris, o grande deus, O primeiro


no Oeste, Deus de Busíris, Aquele que está
no Monte Sagrado.”
Imagens: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Os outros reis

Imagens: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.


Imagens: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
 Período Arcaico: 3.200-2.650 a.C.
 Menes
 Djer
 Antigo Reinado: 2.650-2.450 a.C.
 Zoser
 Khufu (Cheops)
 Khaefra (Chephren)
 Menkaura (Mycerinos)
 Sahura Pepi II
 1º Período Intermediário: 2.450-2.040 a.C. (Médio Império:
2.040- 1.750 a.C.)
 Senwosret III
 Amenemhat III
 2º Período Intermediário: 1.750- 1.550 a.C. (Novo
Império 1.550-1.070 a.C.)
 Thutmosis I
 Hatshepsut
 Thutmosis III
 Akhenaten
 Tut Ankh Amun (Tutankhamen)
 Seti I
 Rameses II
 Novo Império Tardio: 1.070-712 a.C. (Período Tardio
712-332 a.C.) Período Tardio: 712-332 a.C.
 Alexandre “O grande”
 Cleópatra VII Téia Philópator
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 27-10-20, às 18:30 h
www.google.org.br, em: 06/11/20, às 18:19 h
 Fonte: https://afrokut.com.br/blog/o-que-e-kemet/, em: 27/10/20, às 19:30 h.
 https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 07/09/20, às 17:47 h.
 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hieroglifos-egipcios.htm, em: 24-10-20, às 14:35 h.
 https://antigoegito.org/nomes-do-antigo-egito/, em: 24-10-20, às 14:59 h.
 http: www.coursera.org.br,em: 27/10/20, às 16:33 h.
 http://arqueologiaegipcia.com.br/2017/02/12/se-encante-com-estas-fotos-da-tumba-do-farao-seti-i/,
em: 27/10/20, às 19:09 h .
 https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 27-10-20, às 18:29 h
www.google.org.br, em: 27/10/20, às 20:00h .
 http://arqueologiaegipcia.com.br/2017/02/12/se-encante-com-estas-fotos-da-tumba-do-farao-seti-i/,
em: 19:21 h.
 www.pinterest.com.br, em: 27/10/20, às 20:00h .
 Fonte: http: www.institutomenfis.com.br, em: 27/10/20, às 16:41 h
 Imagens: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
MINI CURSO
ONLINE

AULA 03 – VERBOS

Profª Amanda M. Hutflesz


2020
 Pessoa: Primeira, segunda, terceira
 Gênero= Masc/Fem
 Número= Sing/Plur/Dual/Indefinido
 Substantivos
 Verbos= Triliteral
 Adjetivos
 Advérbios
 Preposições
 Pronomes demonstrativos
 Numerais
 Determinante semântico
 Inversão Honrosa
 Ideograma
 Pictograma
 Fonograma...
 O hieróglifo, portanto,
 era considerado o tipo
 de símbolo mediador
 entre a mente divina
 criadora e o mundo
 criado.
 “Os hieróglifos não apresentavam espaços
entre um sinal e outro.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 19/10/20, às 18:50 h
 VALOR FONÉTICO

 A pronúncia por meio de estudos em


Egiptologia
 Para indicar onde iniciava e acabava uma
palavra, eram usados alguns sinais que
determinavam a qual grupo tal palavra
pertencia, dando também a idéia do término
desta.

 Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:15 h


 Transliterar como:

Majestade, rei, soberano


 NA LÍNGUA EGÍPCIA NÃO

 HÁ VOGAIS, APENAS

 SEMI VOGAIS.
 Os faraós passam a ser designados por 5
epítetos reais: (IV DINASTIA)
 1-Hórus Vivo (rei, faraó que vive no palácio)
 2-Hórus de Ouro (todo faraó vivo é um Hórus)
 3-Duas Senhoras (deusas protetoras da
realeza faraônica, Alto e Baixo Egito)
 4-Filho de Rá
 5-Rei do Alto e do Baixo Egito (após a
unificação do Sul e do Norte por Menés)
 Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
 EX:
 Kpr
 stp

 Se escreve com Três Letras


 Fonte:http: www.coursera.org.br,em: 06/11/20, às 16:33 h.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-
egipcios/, em: 06/11/20, às 16:55 h.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03
h.
 Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm202/Matematicas.htm em: 27/10/20, às 18:22 h.
 A COROA DUPLA = ALTO E BAIXO, SUL E
NORTE
 COROA BRANCA=ALTO EGITO=MEMPHIS,
TEBAS E ALÉM...
 COROA VERMELHA=BAIXO EGITO=AO
NORTE DE MEMPHIS, AO REDOR DO DELTA
DO NILO
 COROA AZUL=GUERRA=DINASTIA
RAMÉSSIDA=BATALHAS DE SETI I E FILHOS
 A COROA
TRIPLA=CERIMONIAL=THOTH=IBIS=AMON
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h.
Essa profissão passava
de pai para
filho, bem como a função de cantora
Dos templos, administrador das
Contas do Palácio do Rei, etc.

Qual era a função dos Escribas?

 “agrupar os hieróglifos de maneira que formassem


um visual mais harmonioso.
Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:08 h
 Quando as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a direita, lê-se os
Hieróglifos da direita para a esquerda.
 Caso as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a esquerda, lê-se a
inscrição da esquerda para a direita.
 No caso de Estelas e Obeliscos, em geral, lê-
se de cima para baixo, na horizontal.
Quando as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a direita, lê-se
os Hieróglifos da direita para a esquerda.
Egípcio Arcaico
 Egípcio Médio
 Neo Egípcio
 Demótico

 A mudança na forma de se escrever o plural


ocorre a partir da III ª dinastia e segue até a
XVIII dinastia egípcia
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
 Fonte: https://oglobo.globo.com/rioshow/egito-antigo-cinco-atracoes-imperdiveis-na-exposicao-no-ccbb-1-24222971,
em:19/10/202< às 19:55 h

 Htp di nsw =Uma oferenda


 que o rei faz a Osíris, Senhor
 de Ábidos, Jentiamentiu,
 o primeiro dos Ocidentais.
 (PRIMEIRO REI DO EGITO; PRIMEIRA MÚMIA)
 OCIDENTE: LOCAL DOS MORTOS, DA MORTE
E DO SILÊNCIO
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
 Há algumas observações quanto o uso do
adjetivo nb, que também servem para os
demais adjetivos.

 Se o substantivo for acompanhado por um


pronome sufixo, o adjetivo nb deverá ser
colocado depois dele.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
 Se em uma preposição, o substantivo
também for qualificado por um segundo
adjetivo ou mais, nb é colocado entre o
substantivo e o adjetivo.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
 “O que os egiptólogos chamam de “Inversão
Respeitosa?” A perfeição com que eram
reproduzidos é fascinante e encanta pessoas
que ainda hoje os usam das mais variadas
maneiras (tatuagens, decoração, quadros…).
Na escrita Hieroglífica havia também o
respeito pelos deuses, que eram retratados
sempre primeiro em alguns textos (nomes de
Faraós eram mais comuns).
 Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:15 h
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h
.
 Os egípcios utilizavam o
termo medjunetjer, que significa “a palavra
do deus” ou “palavra divina”, para designar
o tipo de escrita hieroglífica.

 O termo hieróglifo tem origem grega e


expressa o mesmo significado, isto é,
“inscrição sagrada”, dos
radicais: Hieros, sagrado,e glyphein, gravar.
PALAVRA=MDW
DEUS=NTR
DEUSES=NTRW
JUNCO=PARTÍCULA
PRÓCLÍTICA
USADA PARA
INÍCIO DE FRASES
 NB HTP RA=MENTUHOTEP II
 S HTP IB RA=AMENEMHAT I
 KPR KA RA=SENUSRET I
 AA KPR KA RA=THUTMOSE I
 NFR KPRW RA WA N RA=HOREMHEB
 MN MA AT RA= SETHY I
 ITI=TETI
 WSR KA RA=USERKARA
 MRY RA=MERYRA PEPY
 MN KA RA=MENKARA
 MN=MENES
 RWFW=KEOPS
 KA FRA=KEFREN
 WSR KA F=USERKAF
 SHW RA=SAHURA
 KA KAW=NEBRA
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 27-10-20, às 18:30 h
www.google.org.br, em: 06/11/20, às 18:19 h

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 27-10-20, às 18:30 h


www.google.org.b ,em: 06/11/20, às 18:19 h r
 Fonte: https://afrokut.com.br/blog/o-que-e-kemet/, em: 27/10/20, às 19:30 h.
 https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 07/09/20, às 17:47 h.
 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hieroglifos-egipcios.htm, em: 24-10-20, às 14:35 h.
 https://antigoegito.org/nomes-do-antigo-egito/, em: 24-10-20, às 14:59 h.
 http: www.coursera.org.br,em: 27/10/20, às 16:33 h.
 http://arqueologiaegipcia.com.br/2017/02/12/se-encante-com-estas-fotos-da-tumba-do-farao-seti-i/,
em: 27/10/20, às 19:09 h .
 https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 27-10-20, às 18:29 h
www.google.org.br, em: 27/10/20, às 20:00h .
 http://arqueologiaegipcia.com.br/2017/02/12/se-encante-com-estas-fotos-da-tumba-do-farao-seti-i/,
em: 19:21 h.
 www.pinterest.com.br, em: 27/10/20, às 20:00h .
 Fonte: http: www.institutomenfis.com.br, em: 27/10/20, às 16:41 h
 Imagens: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Prof.ª Esp. Amanda Martins Hutflesz
Contato: professora_amandahutflesz@hotmail.com
Whatsapp: (24)98821-1307
 Os primeiros indícios de que ocorria a prática da mumificação do corpo
do morto no Egito Antigo, partem dos escritos de Diodoro e de
Heródoto. Heródoto traz a descrição do processo em sua obra
denominada História, que segundo ele, durava por 70 dias.

 Heródoto, oriundo de Halicarnasso na Ásia menor visitou o Egipto c. 450


a.C. durante o domínio Persa. Apresenta uma descrição pormenorizada
do processo de mumificação na sua obra de nove volumes intitulada
História. Apesar das dúvidas que a sua obra suscita esta é considerada
a mais importante fonte escrita relativa à mumificação. Diodoro
proveniente de Sicília visita o Egipto alguns séculos mais tarde, mais
concretamente no I século a.C. afirma Eliana laborinho. (LABORINHO,
2003)
As técnicas de mumificação no Egipto Antigo, 2013.
 Muitos relatos descrevem que práticas
funerárias no Egito ocorrem desde o IV milênio
a.C. Inclusive, os processos de mumificação
tornam-se comuns para os faraós a partir da IV
dinastia. Nesta época, apenas os reis eram
mumificados, já que o custo desse
procedimento era alto. Tal como construir
grandes pirâmides para usá-las como tumbas;
apenas os faraós detinham esse privilégio.
Centenas de anos transcorreram até que outras
pessoas de status menos elevado pudessem
usufruir de ter seu corpo mumificado.
 O termo embalsamamento deriva do Latim in
balsamum, com o significado de preservação pelo
bálsamo, aplicado na realidade. A palavra persa
mummia possui o significado betume, termo aplicado
no Período Tardio aos corpos mumificados que
apresentavam uma coloração negra parecendo que
tinham sido embebidos em betume. Todavia, o betume
não foi utilizado no processo de mumificação, com
exceção para uma múmia do período Tardio que possuía
vestígios de utilização desta substância, prática não
confirmada em análises a outras múmias datadas do
mesmo período. (LUCAS; HARRIS apud LABORINHO,
2003: 04)
Imagem: https://www.portalvaticano.com.br/noticias/saiba-um-pouco-sobre-
mumificacao, em: 07/08/20, às 17:52 h.
 Imagem 1: https://br.pinterest.com/pin/511651207644639163/, em: 07/08/20, às 20:17 h.
 Imagem 2: https://socientifica.com.br/o-que-e-a-mumificacao-e-como-este-processo-era-
realizado/, em: 08/08/20, às 17:09 h.
 Os sacerdotes ou pessoas já especializadas
extraíam alguns órgãos do corpo do morto,
preenchiam as cavidades com ervas aromáticas,
salgavam o corpo com natrão, (uma espécie de
carvão usado na época), que extraía a gordura do
corpo, e depois envolviam a múmia com
bandagens envoltas em uma goma de látex (cola
para segurar as ataduras). Todo esse processo
tinha o propósito de favorecer e garantir a
preservação do cadáver, a fim de que a alma
pudesse voltar ao corpo e habitá-lo no Além.
 Quatro órgãos eram extraídos do corpo do morto
durante o processo da mumificação: Os pulmões, o
estômago, os intestinos e o fígado. O cérebro também
era retirado com o uso de uma espécie de pinça. O
coração deveria permanecer no corpo, já que, no
outro mundo, ele seria necessário no momento do
julgamento realizado pelo Deus dos mortos Osíris. A
extração desses órgãos tornava o processo de
desidratação do corpo mais rápido. Após este
procedimento, os órgãos eram guardados em
recipientes separados, mergulhados em um composto
líquido produzido à base de natrão. (LABORINHO,
2003)
 O nome real do Livro dos Mortos era Capítulos
para a (alma) sair para (a luz de) ou para o Dia.
Destinado, como sabemos, a guiar a alma do
defunto pelo Além. E no Além, a alma, informa-
nos que, logo após transpor a Porta da Morte,
pode ver-se deslumbrada pela plena luz do dia.
Então começa aí a dura e difícil caminhada. A
alma atravessa uma região de trevas, caminho
árduo e freqüentemente obstruído, onde faltam ar
e água. A segunda etapa é a chegada ao Amenti,
residência de Osíris, onde é julgada. (FREITAS,
1982: 11-14)
 Os egípcios souberam elaborar um sistema orgânico
de crenças e de práticas relativas à morte cujo
objetivo essencial era minimizar o impacto da morte
sobre a sua sociedade, limitando-a a um fenômeno
que interrompe provisoriamente a existência dos
indivíduos, incidindo somente sobre a sua aparência,
isto é, no seu receptáculo físico (carnal). Em torno
desta concepção central de crenças distintas uniram-
se a um imaginário capaz de aceitar a morte,
neutralizando-a e ordenando-a com rituais e
símbolos. (BRANCAGLION Jr., 1994, p. 25 apud
LEAL, 2018: 117).
 “Entretanto, como indica Donadoni (1994, p. 219), as fórmulas
mágicas contidas nos Textos das Pirâmides, por exemplo, deveriam
ser proferidas com rigor, a fim de “impedir que o morto caminhe de
cabeça para baixo, beba a sua urina e se alimente com seus
excrementos.” (LEAL, 2018: 118)
 Imagem: http://imagensdopensamento.blogspot.com/2013/07/textos-das-piramides.html, em: 08/08/20, às
15:58 h.
Imagem: https://br.pinterest.com/pin/475903885616847177/, em: 07/08/20, às 22:02 h.
Ib: Assim era chamado o coração, um fator relacionado ao
além. Acreditava-se que essa parte era formada por uma
gota de sangue do coração da mãe.
Shuyet: A sombra representava a continuidade na
integridade do ser.
Ren: O nome dado no nascimento era o que definia a vida.
Uma pessoa existia de acordo com seu nome.
Bâ: A personalidade resumia as qualidades que faziam com
que cada pessoa fosse única e diferente das outras.
Ka: A chama da vida era o fator que separava as pessoas
vivas das mortas.
 Khat: O corpo físico é citado na antiga
mitologia egípcia como a ligação entre a alma e
a vida terrena.
Akh: O ser imortal representava a união mágica
entre Ba, a personalidade, e Ka, a chama da
vida.
Sahu: O juiz, o fantasma e o ser etéreo, capazes
de se integrar aos outros aspectos da alma no
momento do seu julgamento após a morte.
Sechem: Parte da alma ligada ao poder vital e
capaz de lidar com as circunstâncias externas.
Créditos: https://br.historyplay.tv/noticias/nove-partes-da-alma-humana-
segundo-antiga-religiao-egipcia, em: 07/08/20, às 22: 19 h.
 Há milênios, uma tradição de magia tem
tomado parte na cultura religiosa da civilização
egípcia. Acreditava-se que os sacerdotes
praticavam esta magia dentro dos templos,
através de ritos de libação e oferenda aos
Deuses. Os faraós se beneficiaram destas
práticas mágicas, e eles conseguiram alcançar
pleno domínio sobre todos os mistérios que
cercavam o momento de passagem desta
vida para a outra vida.
 Principalmente por que, um grupo de pessoas, que eram
 denominados de Juventude Iniciada, ou de Clero de Amon
 (Sacerdotes que trabalhavam para o rei emTebas), idealizou
 uma prática a qual poderia oferecer ao morto sucesso, paz,
 felicidade e alegria em sua existência no além:
 O Livro dos Mortos ou Capítulos para a alma sair ao dia
 (final da XVII e início da XVIII dinastia).

 Imagem: https://www.fascinioegito.sh06.com/amon.htm, em: 07/08/20, às 20:42 h.


 Imagem: https://www.fascinioegito.sh06.com/amon.htm, em: 07/08/20, às 20:36 h.
 Imagem 2: http://diversidadevisual.blogspot.com/2010/06/egito-antigo-parte-2-
religiao.html, em: 08/08/20, às 17:14 h.
 O livro era escrito em papiro, e esse papiro foi composto
de 200 capítulos, onde o morto teria que memorizar e
depois ler dezenas de vezes todas as preces, ou
invocações de teor mágico-ritual contidas no
manuscrito. Através do uso e da prática dessas
invocações mágicas podemos supor que prometiam ao
moribundo conseguir salvar sua energia vital ou
consciência antes que animais selvagens e perigosos,
crocodilos ou monstros aterrorizantes o devorassem no
Post-Mortem e o impedissem de alcançar as graças da
absolvição diante do Deus Osíris e dos 42 juízes.
(FREITAS, 1982)
 Imagem
https://drive.google.com/file/d/0B6GPfesacDNUYmNmZmNlMTUtMjFmYS00OTRmLTg1OTQtOGMyZ
DM1NGExZjBk/view?sort=name&layout=list&num=50, em: 07/08/20, às 21:03 h.
 Para que tudo corresse bem e o defunto chegasse são e salvo
diante do Tribunal de Osíris, para que finalmente recebesse um
julgamento que o absolvesse e lhe desse a vida eterna junto aos
deuses viajando na Barca Solar, ele - o morto – Precisava estar
equipado com as fórmulas fúnebres contidas no Livro. Quando o
morto transpassava os portões do outro mundo, era necessário que
ele já estivesse preparado para enfrentar toda espécie de
adversidades. Encontramos esta passagem nos escritos do professor
Antônio Brancaglion Jr. (BRANCAGLION Jr., 2011: 01), no Egito
faraônico, diversos documentos encontrados indicam que o Livro
dos Mortos teve sua origem no Segundo Período Intermediário, e
que era designado a sepultamentos de membros da Família Real, do
final da XVII e início da XVIII Dinastia, todo escrito em hieróglifo
cursivo sobre os sudários de linho que envolvia as múmias.
(BRANCAGLION, 2011: 01 apud HUTFLESZ, 2018: 08)
 O Livro dos Mortos do Antigo Egito, FAAP. São Paulo: 2008.
 No Livro do Amduat, alguns capítulos se destacam.
Tais como, o capítulo XXVI, que era freqüentemente
utilizado com a finalidade de devolver o coração ao
morto; O capítulo XXVII, para que o falecido não
tivesse seu coração arrebatado de si mesmo diante do
Tribunal do deus Osíris;

 Imagem:
 www.wikipedia.com.br, em: 08/08/20, às 17:17 h.
 1. Sennedjem na
 vida após a morte:
 O campo dos juncos

 Imagem 1: https://edukavita.blogspot.com/2016/04/afterlife-egipcio-o-campo-de-juncos.html, em: 07/08/20, às 21:23 h.


 Imagem 2: www.pinterest.com.br, em: 08/08/20 às 17:22 h.
 O texto era geralmente escrito num rolo de papiro,
com belas vinhetas coloridas que ilustravam as
colunas de hieróglifos cursivos, como se pode ver,
por exemplo, num dos melhores exemplares
chegados até nós: o papiro feito para o escriba
Ani, da XIX dinastia (meados do século XIII a. C.),
que se encontra no British Museum.
 O capítulo 186, pretende ser a exaltação da deusa
Hathor como senhora do Ocidente, isto é, como
zeladora da necrópole tebana. (ARAÚJO,2003:
469-470)
 Já o capítulo LXV servia para prover a saída
da alma do morto à luz do dia, pois este
andaria livremente pela terra e veria
novamente a luz do sol; capítulo LXVII: Com
ele o morto abriria todas as Portas do Além,
já que assim, sua jornada cósmica seria mais
tranqüila; O capítulo XCI, recitado de forma
que a alma não fosse capturada no Além por
monstros ou serpentes cruéis;
 O Capítulo CXXV eram as palavras recitadas na
entrada do Santuário de Maat. Desta forma,
estaria recebendo maior proteção da deusa
contra todos os perigos que o aguardavam
nesse lugar de escuridão; Por fim, devemos nos
lembrar da importância de se proferir
corretamente a Confissão Negativa de N.°I:
Papiro Nu; A Confissão Negativa de N.ºII:
Papiro Nebseni. (FREITAS, 1982: 42-138)
 Ernest Alfred Thompson Wallis Budge foi um famoso arqueólogo
britânico, que realizou escavações no Egito, no Sudão e na Mesopotâmia.
Durante 27 anos, foi diretor do departamento de antiguidades asiáticas
e egípcias do Museu Britânico.
 Budge foi responsável pela descoberta das Seis Múmias pré-dinásticas de
Gebeleim, que são as múmias mais antigas já encontradas. Uma delas é
Ginger, que está exposta no Museu Britânico desde 1901.
 Nesta obra, o texto traduzido por Budge descreve o futuro da alma de
Ani no mundo intermediário após a morte, mundo este que era
conhecido pelos antigos egípcios como Duat, o que para os católicos é o
purgatório.
 O conteúdo deste livro explica a vida em sua continuidade e a condição
da alma reencarnada. Os textos religiosos egípcios contêm todas as
doutrinas espirituais que a maior parte dos seres humanos aspira
aprender. “Que nenhuma mentira seja dita contra mim na presença de
Deus...”
 ALLEN, James P. (1989) - La cosmología de los textos de las pirâmides. Publicado em Yale
Egyptological Studies 3. Religion and Philosophy in Ancient Egypt.
 ANDREWS, Carol. (1998) – Amulets of Ancient Egypt. Austin: University of Texas Press.
 (2010) – Introduction. In: FAULKNER, Raymond O. The Ancient Egyptian Book of the
Dead.London: The British Museum Press.
 ARAÚJO, Emanuel. (2000) - Escrito para a Eternidade: A literatura no Egito Faraônico.
Brasília: UnB.
 ASSMANN, Jan. (2003) – Mort et au-delà dans l´Égypte ancienne. Mónaco: Editions du
Rocher.
 (1989) – Death and Initiation in the Funerary Religion of Ancient Egypt.
Originalveröffentlichung in: W.K. Simpson (Hrsg.), Religion and Philosophy in Ancient
Egypt,Yale Egyptological Studies 3, S. 135-159.
 BAHN, Paul. RENFREW, Colin. (1991) - Archaeology. Theories,
Methods and Practice. Third Edition, Thames & Hudson.
 BARD, K. A. (2007) - Introduction to the Archaelogy of Ancient
Egypt. Australia: BlackWell Publishing.
 BARGUET, Paul. (1967) – Le Livre des Morts des Anciens Égyptiens.
Paris: Les Éditions du Cerf.
 LEAL, Tito Barros. Lima, Francisco Wellington Rodrigues. A morte, os
mortos, o julgamento e a salvação no Egito Antigo. REVISTA M. 128 Tito
Barros Leal Rio de Janeiro, v. 3, n. 5, p. 114-128, jan./jun. 2018.
 Fonte das imagens utilizadas
 www.amazon.com
 www.pinterest.com
 www.facebook.com
 www.slideshare.com
 www.wikipedia.com
 www.brasilescola.com
 www.googleacademico.com
 www.megacurioso.com
 www.guiaheu.com
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Profª Amanda M. Hutflesz


2021
JANEIRO
 Epigrafia é uma "ciência que estuda a forma
como o Homem, em determinado momento,
selecionou idéias para as transmitir aos
vindouros”.
 “Os escritos antigos tinham um significado
próprio em suas respectivas idéias que eras
culturais e históricas. Portanto, para aprender
sobre o passado, é essencial aprender o que
exatamente esses escritos significam. O
processo de determinar, estudar e analisar
tais grafemas antigos é chamado de
epigrafia.” (FULLER, 2021)
 FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
 Micheal Fuller é um jornalista de 35 anos.

 FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
 “Especialistas neste campo (e as pessoas que se
dedicam à pesquisa desses escritos antigos) são
chamados de epigrafistas. A fim de realizar um
estudo em grande escala de documentos
históricos, os epígrafes reconstroem os textos,
traduzem as palavras e realizam um teste de
datação para identificar a época em que a
inscrição poderia ter sido escrita. Também é
importante notar que a epigrafia é um ramo da
arqueologia.” (FULLER, 2021)
 FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
 “Os governantes usaram inscrições
extensivamente nos tempos antigos para
registrar seus decretos e decretos para seus
súditos. Na Grécia antiga, eles foram
colocados na Acrópole, onde qualquer
cidadão grego iria ler sobre os importantes
decretos feitos pelo povo.” (FULLER, 2021)
 FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
 “Nos templos gregos, inscrições eram usadas
para registrar questões financeiras como o
pagamento de empréstimos, presentes e
propriedades vendidas ou compradas por
líderes religiosos. Rituais também foram
registrados com o único propósito de orientar
os adoradores sobre o procedimento correto
de conduzi-los. “ (FULLER)
 FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
 Homem encontra por acaso âncora egípcia
de 3 mil anos no mar de Israel
 Artefato tem hieróglifos e desenhos de
Seshat, deusa da escrita do Antigo Egito.
Especialistas acreditam que objeto estava em
navio que naufragou na costa do país.
 FONTE:
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2020
/02/homem-encontra-por-acaso-ancora-egipcia-de-3-mil-anos-
no-mar-de-israel.html
FONTE: https://www.facebook.com/EgiptologiaBrasil/posts/3721636541213715
 UMA PEQUENINA "ESTELA" COM GRANDE
SIGNIFICADO EGIPTOLÓGICO.
 No centro a deusa Qedesh com a lua sobre a cabeça,
montada num leão, segurando flores e uma serpente.
À nossa esquerda o deus Min-Amon-Ra-Kamutef. À
nossa direita o deus palestino Reshepu, empunhando
lança e maça com lâmina cortante de guerra. Novo
Império.
 Publicado pelo Prof. Francisco Jose Neves no grupo
Egiptologia Brasil.

 FONTE: https://www.facebook.com/EgiptologiaBrasil/posts/3721636541213715.
 “Assim, a epigrafia ajuda a revelar todo esse
conhecimento antigo armazenado sob a
forma de escrita durante um período de
séculos.” (FULLER, 2021)

 FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
 Heródoto afirma que a Helade/Grécia
assimilou do Egito quase todos os nomes das
divindades, bem como as práticas mágicas
(Heródoto, II:50).
 Geraldine Harris Pinch (PINCH, 1994: 08),diz
que a palavra egípcia em geral traduzida
como mágica é heka, e que durante um longo
período de tempo, o Egito foi considerado
não somente a Terra do mistério e da magia,
mas também, uma fonte de conhecimento
oculto, onde a magia era usada pela
divindade criativa com a finalidade de criar o
mundo.
 O deus Heka era definido em uma forma
humana, como o Ba (alma ou manifestação)
do deus sol. Algumas vezes com o sinal que
descreve seu nome acima de sua cabeça.
Heka pode ser identificado como o criador de
si mesmo, particularmente quando sua
aparência surge em forma de criança,
simbolizando a emergência de uma nova
vida.
 Geraldine Harris Pinch é Egiptóloga, escritora
e membro da Faculdade de Estudos Orientais
na Universidade de Oxford, na Inglaterra.
 Geraldine Pinch em sua obra The Egyptian
Magic(1994: 08) fala-nos sobre o mito
Egípcio, onde o estado inicial do universo foi
o caos, e que, antes da criação havia apenas a
escuridão, um oceano conhecido como Nun.
 E dentro do Nun, havia uma grande serpente
ou dragão Apepi (Apopis) que incorporava as
forças destrutivas do caos.
 Quando o primeiro país, a primeira colina
surgiu do Nun, o espírito do criador teve um
lugar a partir do qual tomar forma. O criador
colocou ordem no caos, e, esta ordem divina
era personificada por uma deusa chamada
Ma’at. Segundo Pinch, a palavra Ma’at trazia
o significado de justiça, verdade e harmonia,
e assim, finalmente o criador tinha criado os
deuses e os humanos.
 “O uso da magia representava muito mais do
que um simples interesse. O deus da magia,
heka, era descrito como a energia a qual
tornava possível o advento da criação, e os
Egípcios acreditavam que todo o ato de
mágica era tido como uma continuação do
processo criativo.” (PINCH, 1994: 10)
 A Egiptóloga Ann Rosalie David, afirma “os
primeiros exemplos da escrita (hieróglifos)
foram encontrados em contextos religiosos.
Pois, além de fornecerem uma versão escrita
da língua egípcia, acreditava-se que os
hieróglifos pudessem ser utilizados para
tornar reais conceitos ou eventos, por meio
da magia.”
 “Os textos compreendidos como textos
mágicos eram constantemente inscritos em
locais dentro das tumbas e em objetos
funerários nos quais não seriam visíveis, uma
vez selado o sepulcro.” (DAVID, 2011: 51-52).
Ramssés II: Poderosa é a justiça de Rá, gerado por Rá/Amado de Ámon

Fonte: www.viagemnotempo.com.br, em: 05/09/20, às 15:09 h


Crédito: https://antigoegito.org/a-
escrita-dos-hieroglifos/, em: 10/09/20,
às 21:42 h
 1-TA MRI= A TERRA AMADA
 2-DESHRET, DSRT=TERRA VERMELHA
 3-TA MEHU(ALTO EGITO)=TERRA DOS
PAPIROS
 4-TA SHEMAU= (BAIXO EGITO)
 Os faraós passam a ser designados por 5
epítetos reais:
 1-Hórus Vivo (rei, faraó que vive no palácio)
 2-Hórus de Ouro (todo faraó vivo é um Hórus)
 3-Duas Senhoras (deusas protetoras da
realeza faraônica, Alto e Baixo Egito)
 4-Filho de Rá
 5-Rei do Alto e do Baixo Egito (após a
unificação do Sul e do Norte por Menés)
1-Hórus Vivo (rei, faraó que vive no
palácio)
2-Hórus de Ouro (todo faraó vivo é
um Hórus)
 “Conhecida como deusa da magia, exemplo de
mãe e esposa ideal, protetora do lar e das
crianças, a deusa Ísis foi adorada em diversos
períodos da história egípcia antiga. Com templos
em locais como Quft, Behbeitel-Hagar e Ilha de
Philae, sendo o último o mais conhecido, Ísis é
uma das deusas mais populares da cultura
egípcia. Referências a ela podem ser
encontradas em diversos mitos, sendo os mais
conhecidos o mito da “Criação do Mundo”, da
cidade de Heliópolis, e o mito de “Isis e Rá”. “
 “Ísis seria parte do panteão principal do mito
da cidade de Heliópolis, formado por nove
deuses. Segundo esse mito, essa divindade
teria se casado com seu irmão, o deus Osíris,
deus relacionado ao mundo dos mortos e à
idéia de vida após a morte. ”

 FONTE: http://museuegipcioerosacruz.org.br/deusa-isis-a-grande-senhora-da-magia/
 “Segundo a crença dos antigos egípcios, esse
amuleto garantiria a proteção daqueles que o
utilizassem. Ísis teve inúmeros títulos ao
longo de toda a história da civilização egípcia
antiga, como “Rainha do Céu”, “Mãe dos
Deuses”, “A mais brilhante no firmamento”,
“Grande Senhora da Magia”, “Senhora das
Palavras de Poder”, entre outros.”
 FONTE: http://museuegipcioerosacruz.org.br/deusa-isis-a-grande-senhora-da-magia/
 “Após a conquista do Egito por Alexandre, O
Grande, o culto a essa divindade estendeu-se
à civilização greco-romana”.

 Thays Rocha da Silva


 Oxford, Inglaterra.

 FONTE: http://museuegipcioerosacruz.org.br/deusa-isis-a-grande-senhora-da-magia/
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 20/10/20, às 14:30 h
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 ÁRABE
 ALLEN, James P. (1989) - La cosmología de los textos de las pirâmides. Publicado em Yale Egyptological Studies
3. Religion and Philosophy in Ancient Egypt.
 ANDREWS, Carol. (1998) – Amulets of Ancient Egypt. Austin: University of Texas Press.
 (2010) – Introduction. In: FAULKNER, Raymond O. The Ancient Egyptian Book of the Dead.London: The
British Museum Press.
 ARAÚJO, Emanuel. (2000) - Escrito para a Eternidade: A literatura no Egito Faraônico. Brasília: UnB.
 ASSMANN, Jan. (2003) – Mort et au-delà dans l´Égypte ancienne. Mónaco: Editions du Rocher.
 (1989) – Death and Initiation in the Funerary Religion of Ancient Egypt. Originalveröffentlichung in:
W.K. Simpson (Hrsg.), Religion and Philosophy in Ancient Egypt,Yale Egyptological Studies 3, S. 135-159.
 (2009) – (Heidelberg). Der Mythos des Göttkönigs im Alten
 https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 07/09/20, às 17:47 h.
 https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hieroglifos-egipcios.htm, em: 24-10-20, às 14:35 h.
 https://antigoegito.org/nomes-do-antigo-egito/, em: 24-10-20, às 14:59 h.
1
MINI CURSO:

Tutankhamon: O Faraó Dourado

TUT ANKH ATON = IMAGEM VIVA DE ATON

TUT ANKH AMEN = IMAGEM VIVA DE AMON

Tutankhamon foi o rei de todo o Egito e foi também, o último de sua Família Real a
governar durante o final da poderosa e proeminente XVIII dinastia, governando de
2
1.334 a 1.325 durante o Novo Império do Egito. Seu pai foi Amen-Hotep IV ou
Akhenaton, que os Egiptólogos pensam ser a múmia encontrada na tumba KV55. Já a
sua mãe é irmã de seu pai, identificada afirma o Dr. Zahi Hawass (2018) através de
testes de DNA como uma múmia desconhecida conhecida como; " The Younger Lady ",
encontrada na KV35.
O Menino-rei subiu ao trono aos nove anos de idade, sob a supervisão daquele que
seria seu sucessor, chamado Ay. Tutankhamon contrai núpcias com sua meia-irmã a
rainha Ankhesenamen. O casal não teve sorte, pois, as duas meninas faleceram, uma
com seis meses de gravidez e a outra logo após o nascimento.
Um estudo genético foi realizado por Egiptólogos nos dois fetos e embora
incompleto, foi o bastante para atestar que Tutankhamon era o pai das crianças. Da
mesma forma, apenas dados parciais para as duas múmias fêmeas da KV21 foram
obtidos até o momento. KV21 foi sugerida como a mãe dos fetos. A menina nascida aos
9 meses de gestação denotava escoliose e deformidade de Sprengel (uma condição que
afeta a colocação da escápula) e ainda uma patologia chamada pelos médicos de espinha
bífida.

Fim do culto ao deus Aton

O Senhor das Manifestações de Rá, Tutankhamon foi responsável por restaurar a


religião egípcia com seus antigos cultos aos deuses do Panteão após o evento de sua
extinção total por seu pai Akhenaton. O faraó-menino então prosperou no Egito e com
isso, manteve-se ao lado dos sacerdotes de Amon, em Tebas (antiga capital do Egito)
restaurando assim todos os cultos importantes, inclusive não mediu esforços para
reconstruir os monumentos danificados durante o período do reinado de seu pai.
Tutankhamon fez com que os restos mortais de seu pai fossem levados para o Vale dos
Reis (local de enterramento comum para faraós no Egito).
O rei do Egito teve inúmeros problemas de saúde, tais como fenda palatina, escoliose
e ainda as cepas de malária. Encontrava- se fisicamente incapacitado por ter uma
deformidade do pé esquerdo que exigia o uso de uma bengala constantemente, e auxílio
dos funcionários reais para se locomover.

A maior descoberta da História

3
“AQUELES QUE PENETRAREM NESTA TUMBA SAGRADA, LOGO SERÃO
VISITADOS PELAS ASAS DA MORTE”
A inscrição acima está gravada na porta da câmara funerária de Tutankhamon

Há 1.500 anos a.C os faraós do Egito foram postos para descansar no Vale dos Reis,
local que os Arqueólogos acreditam ser o mais rico da terra. A grande descoberta de
seu magnífico tesouro ocorreu em 24 de novembro de 1922, pelo Arqueólogo Inglês
Howard Carter, (um trabalho de escavação que já se estendia no Egito por mais de 10
anos financiado pela fortuna de Jorge Edward Herbert, o 5º Conde de Carnavon, que
saiu da Inglaterra e se mudou para o Egito por problemas de saúde). A tumba achava-se
praticamente intacta, contendo em seu interior mais de 5.000 peças, o que acabou por
chamar à atenção pública e da mídia. Lord Carnavon foi picado por um mosquito logo
após vender os direitos exclusivos da descoberta da tumba ao jornal London Times.
Carnavon se cortou e o ferimento infeccionou, e após longas horas sofrendo com a
febre, o Lord, (pai de Emily e Evelyn Carnavon) veio a falecer. O canário recém-
comprado de Howard Carter foi comido por uma naja momentos antes em sua casa.
Este é um trecho do diálogo deles dentro da tumba de Tut:
LORD CARNAVON: “CARTER, VOCÊ CONSEGUE VER ALGUMA COISA?”
CARTER: “SIM! EU VEJO COISAS MARAVILHOSAS!”
Algumas mortes de pessoas ligadas à expedição e ao trabalho de escavação na
câmara funerária acabaram por acontecer nesse percurso, o que foi relacionado e
comentado pela população como alguma espécie de “maldição do faraó” caindo sobre
aqueles que violaram seu tesouro e atrapalharam seu descanso. Seu esplêndido tesouro
foi enviado para exposições ao redor de todo o mundo, com uma aceitação sem
precedentes por parte do grande público.
Somente em 1962 o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito permitiu visitas à
tumba do rei. Em todos os países, a curiosidade era tamanha em conhecer os artefatos
em ouro do faraó-menino, tanto que foram abertas exposições no Louvre, seguida pelo
Museu Municipal de Arte de Kyoto, em Tóquio, Japão, nos Estados Unidos, União
Soviética, Canadá, Alemanha Ocidental e Los Angeles.

Teorias sobre Nefertiti

4
Especialistas tais como Marc Gabolde e Aidan Dodson apontam que a rainha
Nefertiti (NEFER TITI: A MAIS BELA CHEGOU) era a mãe do rei Tutankhamon.
Nesta interpretação dos resultados do DNA, a proximidade genética não se deve ao
emparelhamento entre irmãos e irmãs, mas ao resultado de três gerações de casamento
entre primos em primeiro grau, tornando a esposa de Akhenaton (IMAGEM VIVA DE
ATON), Nefertiti uma prima sua em primeiro grau. Contudo, quando o governante das
Duas Terras (O Sul e o Norte, o Alto e o Baixo Egito) Tutankhamon se tornou
governante de toda a Terra Negra (KMT ou kemet ), ele se casou com sua meia-irmã, a
rainha Ankhesenpaaten, que acaba por modificar seu nome para Ankheesenamen.
A morte do menino-deus-faraó marcou o fim da linha real da XVIII dinastia. O
poderoso Tutankhamon reinou por cerca de 9 anos. O principal vizir do Alto Egito foi
Usermontju, mas Pentju também era vizir, porém não se sabe ao certo de quais das Duas
Terras, mas o certo é que Ay, sucessor do rei Tut, realmente ocupou essa posição. Um
fragmento de folha de ouro de KV58 mostra que Ay era chamado de Sacerdote da deusa
da verdade-justiça Ma-at junto com um epíteto de "vizir, fazedor da divina Ma-at". O
epíteto não estava de acordo com a descrição utilizada pelo vizir, mas pode indicar um
título informal.
Os faraós do Egito eram cultuados após suas mortes por meio de ritos funerários e
templos associados. Tutankhamon foi um dos poucos reis adorados dessa forma durante
sua vida. Uma estela descoberta em Karnak e dedicada ao grandioso deus Amon - Ra e
a Tutankhamon indica que o líder supremo poderia ser apelado em seu estado deificado
por perdão e libertar o peticionário de uma doença causada pelo pecado. Para que o
monarca, que ocupava um cargo divino, estivesse ligado ao povo e aos poderosos
deuses, foram criados epítetos reais para eles na sua ascensão ao trono. A partir da 4ª
dinastia egípcia todos os faraós do Egito passaram a adotar 5 nomes, tais como:
1- Hórus de Ouro
2- Hórus Vivo
3- Duas Senhoras (a cobra e o abutre; Wadjyt e Nekhbt, o Sul e o Norte, o Alto e o
Baixo Egito)
4- Filho de Rá
5- Rei do Alto e do Baixo Egito
Após a coroação o rei Tutankhamon fez várias investiduras que enriqueceram e
aumentaram o número sacerdotal dos cultos dos gloriosos deuses Amon e Ptah. Ele
encomendou novas estátuas das divindades com os melhores metais e pedras, e mandou

5
fazer novos barcos de procissão com os melhores cedros do Líbano e embelezou-os com
ouro e prata. Os padres e todos os dançarinos, cantores e assistentes tiveram suas
posições restauradas e um decreto de proteção real concedido para garantir sua
estabilidade futura. Ele empreendeu várias construções em Luxor, além de iniciar a
restauração de outros templos em todo o Egito que foram abandonados pelo antigo faraó
Akhenaton. O Egito encontrava-se em um momento delicado, economicamente fraco e
turbulento após o reinado caótico de seu pai. As relações diplomáticas com outros
países haviam sido deixadas de lado, e Tutankhamon fez o que pôde para retomá-las,
pois tal fato era necessário para trazer paz e prosperidade ao país novamente. O faraó
não poderia participar das guerras contra os núbios e outros povos invasores, dada suas
deficiências físicas, que pareciam exigir o uso de uma bengala para se locomover, e a
maioria dos historiadores especula que ele não participou pessoalmente dessas batalhas.

A estela de Restauração do faraó

Assim está escrito na pedra da estela: "Os templos dos grandiosos deuses e
deusas... estavam em ruínas. Seus santuários estavam desertos e cobertos de vegetação.
Seus santuários eram tão inexistentes e suas cortes eram usadas como estradas... os
poderosos deuses viraram as costas para esta terra... Se alguém fizesse uma oração a
uma deidade pedindo conselhos, ele nunca responderia”. É importante ressaltar que,
algumas traduções diferem de Egiptólogo para Egiptólogo. Muitos dos projetos de
construção de Tutankhamon não foram finalizados quando ele morreu, porém foram
concluídos (ou usurpados) por seus sucessores (que tinham o hábito de inscrever seus
nomes por cima do nome do rei anterior), especialmente pelo general Horemheb.

Causa da morte do Faraó-Menino

Em janeiro de 2005, a múmia de Tutankhamon foi examinada por tomografia


computadorizada, explicam os Especialistas. As descobertas apontam que o menino-
faraó tinha um palato duro e um tanto quanto comprometido (rachado) e um caso leve
de escoliose a princípio. Os resultados de exames indicam que o pé direito estava
achatado com hipofalangismo, enquanto no pé esquerdo havia uma necrose óssea do
segundo e terceiro metatarsos (doença de Freiberg). A dor possivelmente levou
Tutankhamon a se locomover com o auxílio de uma bengala, e foram várias localizadas

6
em sua tumba. Os testes por meio de coleta do DNA do rei mostram que ele foi vítima
do contágio de malária. Suas infecções por malária podem ter causado uma resposta
imune fatal no corpo ou mesmo terem levado um choque circulatório. A tomografia
computadorizada também ressalta que ele sofreu uma fratura composta da perna
esquerda. Esta lesão, resultado de danos recentes, foi logo descartada com base nas
bordas irregulares da fábrica.
Assevera-se que seu óbito foi possivelmente o resultado da combinação de seus
diversos distúrbios de enfraquecimento, uma fratura na perna, possivelmente como
conseqüência de uma queda e uma forte infecção da malária. O Conselho Supremo de
Antiguidades do Egito e a National Geographic empreenderam a tão aguardada
reconstrução facial de Tutankhamon, a qual ocorreu no ano de 2005. Três equipes
separadas, que são: A equipe francesa, a equipe americana e a egípcia, todas elas
realizaram pesquisas de maneira separada, e tinham como objetivo ter um perfil
aproximado da face do rei-faráo-menino. As três equipes alcançaram resultados bastante
semelhantes, porém foi molde produzido pela equipe francesa que foi utilizado e
finalmente, moldado em silicone.

A câmara funerária de Tutankhamon era pequena, levando em conta seu poder e


título de faraó do Egito. É provável que o advento da sua morte tenha tomado lugar na
Terra Negra de maneira inesperada e bem antes do término de uma tumba real mais
ampla com maior quantidade de ornamentos reais, fazendo com que sua múmia fosse
enterrada em uma tumba destinada a outra pessoa. Tal fato conduzia ao rito habitual dos
70 dias entre a morte e o enterro. Tudo leva a crê que sua tumba foi saqueada ao menos
duas vezes no passado, entretanto, com base nos objetos roubados (incluindo perfumes
perecíveis e óleos) e nas evidências de restauração da câmara mortuária após as
invasões, esses roubos provavelmente ocorreram dentro de vários meses na maior parte
do tempo. A localização da tumba foi perdida porque havia sido enterrada por detritos
das tumbas subseqüentes, e as casas dos trabalhadores foram construídas sobre a entrada
da tumba.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

JAMES, T.G. Henry. Tutankhamon. Biblioteca Egito. Editora Folio, Barcelona: 2005.

7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO CARDENO DE IMAGENS EM ANEXO
DO CURSO:

JAMES, T.G. Henry. Tutankhamon. Biblioteca Egito. Editora Folio, Barcelona: 2005.

DIREITOS AUTORAIS EM NOME DE: Amanda Martins Hutflesz

ANO: 2020

UMA PRODUÇÃO DE: @amandahutfleszcursosonline

Contato: professora_amandahutflesz@hotmail.com

Whatsapp: (24)98821-1307

Amanda M. Hutflesz é produtora de cursos online desde março de 2018, nas áreas de
História e Língua Inglesa através da plataforma digital hotmart.

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MINI CURSO ONLINE

Profª Amanda M. Hutflesz


2020
❑ A antiga arte egípcia é famosa não apenas por seu valor
estético, mas também por seu estilo e simbolismo
distintos. Temos que repensar que as obras de arte egípcias
antigas são diferentes das obras de arte modernas e
precisamos estudar para podermos compreendê-la.
❑ Quais mensagens os antigos egípcios queriam transmitir
por meio das obras de arte? Quais técnicas os artistas
antigos aplicaram para criar essas obras e como essas
técnicas estão relacionadas aos seus conceitos religiosos?
 A Arte Egípcia nasceu há mais de 3000 anos
a.C. e está ligada à religiosidade e à política,
visto que a maior parte das suas estátuas,
pinturas, monumentos e obras arquitetônicas
se manifesta em temas políticos e religiosos.

https://en.wikipedia.org, em: 25/09/20, às 20:48 h


https://en.wikipedia.org, em: 25/09/20, às 20:41 h
 Representações de deuses e deusas nos
túmulos, esculturas de deuses em casas e
usando Ma'at como princípio para a estrutura
artística;
 A arte egípcia antiga está intimamente
relacionada à religião. São muitos os exemplos
de grandes magias da arte egípcia - templos,
estátuas, baixos-relevos cênicos que nos
mostram cenas religiosas, até em cenas de vida
em atributos, em símbolos e ornamentos.
 O complexo do templo de Dendera está
localizado a cerca de 2,5 quilômetros a
sudeste de Dendera, no Egito. É um dos
complexos de templos mais bem preservados
do Egito. A área foi usada como o sexto nome
do Alto Egito, ao sul de Abydos.
https://en.wikipedia.org, em: 25/09/20, às 20:41 h
 Uma das principais variações da arte egípcia em
relação aos dias de hoje é a fórmula seguida para
representar pessoas. O uso de um sistema de
grade padronizou a forma como as figuras eram
feitas; uma figura em pé teria 19 linhas de
altura com 2 linhas para a cabeça / pescoço, do
pescoço aos joelhos tinha 10 linhas e 6 linhas
dos joelhos às solas dos pés. As figuras sentadas
tinham 15 fileiras de altura. Alguns ajustes foram
feitos para sexo, tipo de corpo e idade. As
imagens foram feitas primeiro em esboços a
tinta e depois transferidas para a parede.
Fonte: https://www.slideshare.net/mduart/egito-73429990, em: 25/09/20, às 20:36 h.
 O sistema de fórmula de grade permitiria um
retrato consistente, não importa quantos
artistas trabalharam nele. O trabalho de arte
geralmente refletia os acontecimentos da
época, A arte é uma generalização de pessoas,
não uma representação realista, com apenas
algumas características que diferem entre os
retratos para possivelmente reconhecer certas
pessoas. Freqüentemente, mensagens aos
deuses, uma espécie de orações, eram incluídas
nos itens.
 O importante a lembrar ao apreciar a arte egípcia é o
fato de que esta sempre teve a intenção de enviar
uma mensagem. Havia um componente estético, mas
não era primordial - a mensagem era primordial. Daí
a arte focada nos símbolos e seus significados - ela
destacou a importância relativa da pessoa retratada,
sua divindade. Não se esperava que as figuras na arte
se parecessem muito com pessoas reais - em vez
disso, carregavam marcadores de identificação -
sempre um nome e às vezes uma característica física
como um nariz. Freqüentemente, a mensagem
também era padronizada - efetivamente apenas
distinguida pelo nome do benfeitor principal
 O foco era enfatizar a conformidade com os princípios de Maat, em
vez da individualidade da pessoa. A principal técnica de imagem era
um relevo bidimensional - afundado ou elevado. Isso criou uma
restrição sobre como o mundo era representado e o artista egípcio
desenvolveu todo um vocabulário que selecionou a melhor forma para
cada parte do corpo, onde algumas eram representadas de perfil,
enquanto outras eram de frente e outras de meio perfil. Do ponto de
vista religioso, a influência mais importante é provavelmente o
conceito de Maat - o equilíbrio e a harmonia. Esta mensagem foi
incluída em várias representações e substituiu todos os requisitos de
realismo. Outra influência importante é o tamanho relativo das figuras
em que deuses e Faraó sempre foram figuras gigantescas em relação a
outras figuras humanas - a implicação aqui de que o Faraó era um deus
ou semelhante a um deus.
 As crenças religiosas dos antigos egípcios
tiveram uma importante influência no
desenvolvimento de sua cultura, havia muitas
divindades e o culto da natureza.

 Imagem: https://www.coursera.org/learn/wonders-ancient-egypt, em: 25/09/20, às 20:07 h


Fonte: https://www.slideshare.net/mduart/egito-73429990, em: 25/09/20, às 20:41 h.
https://en.wikipedia.org, em: 10/09/20, às 21:31 h
 Hieróglifo ou hieroglifo é como foram
chamados cada um dos caracteres usados
como escrita no Egito Antigo. As escritas
logográficas que são pictográficas na forma
de modo a lembrar o antigo egípcio, são às
vezes também chamadas de "hieróglifos".
 No 3º período intermediário algumas inscrições em
monumentos foram escritas em hierático, o que constituiu
também um ponto de partida para o hierático anormal,
utilizado na região de Tebas, e para o demótico, escrita
cursiva do Norte a partir de 700, e de todo o Egito por volta
de 600.

 A escrita hierática pode sempre ser transcrita em


hieróglifos, embora o resultado não seja o mesmo que um
texto originalmente hieroglífico, mas o demótico é auto-
suficiente, referindo-se, no máximo, ao hierático.

Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 10/09/20, às 21:41 h


 Os hieróglifos cursivos desapareceram por
volta do primeiro milênio antes de Cristo,
enquanto a escrita hierática foi utilizada
até ao fim em textos religiosos; a escrita
demótica era utilizada para negócios,
literatura e em ocasionais inscrições em
pedra.

 Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 10/09/20, às


21:42 h
➢ Um cartucho (ou cartela) é um símbolo com uma
forma oblonga, rematado por um traço, onde se
escrevia o nome de um rei do Antigo Egito.
➢ Em português, a designação "cartucho" originou-
se do francês "cartouche", termo cunhado pelos
soldados de Napoleão Bonaparte na época da
invasão ao Egito, quando notaram uma
semelhança entre o desenho e os cartuchos das
suas balas. Na língua egípcia o cartucho era
designado "chenu".
➢AA KHEPER N RA
GRANDE É A
MANIFESTAÇÃO DE RÁ
Tutmes II ou Tutmose II foi o quarto rei da
XVIII Dinastia egípcia.
➢ MN HPRW RA

 Estável é a
 manifestação de Rá.
 foi o sexto faraó da XVIII dinastia egípcia,
 da época do Império Novo.
➢ MA’AT KA RA: VERDADEIRO É O ESPÍRITO DE RÁ.
 Hatshepsut foi uma grande esposa real, regente e rainha-faraó do Antigo
Egito. Viveu no começo do século XV a.C., pertencendo à XVIII Dinastia
do Reino Novo. O seu reinado, de cerca de vinte e dois anos, corresponde
a uma era de prosperidade econômica e relativo clima de paz.
Ramssés II: Poderosa é a justiça de Rá, gerado por Rá/Amado de Ámon

Fonte: www.viagemnotempo.com.br, em: 05/09/20, às 15:09 h


 1279 – 1213 A.c
 O FILHO DA LUZ
 O FILHO DO SOL
 GOVERNOU POR 67
 ANOS NO EGITO
 TEVE MAIS DE 90
 FILHOS
 ESPOSA PRINCIPAL:
 A RAINHA NEFERTARI
 (a beleza perfeita ou principal)
Imagens: www.google.com.br, em: 07/09/20, às
17:57 h.

➢ 1922 : O arqueólogo
Howard Carter descobre a
a tumba do faraó-menino.

➢Tut Ankh Amen antes da /Governante de Heliópolis do Sul


Reforma de Amarna,
chamava-se
➢Tut Ankh Aten:
➢“Imagem viva de Aten”.
 Estela de Pepi
 (chefe dos ceramistas)
 século VIII a.C

Imagem: www.pinterest.com.br, em: 05/09/20, ás 14:06 h


 1ª Linha: Uma oferenda que o rei dá a Osíris –
Jentiamentiu – Grande deus, Senhor de
Ábidos
 2ª Linha: Upuaut, Senhor da Terra
Sagrada (necrópolis) para que ela dê
uma invocação de oferendas de pão,
cerveja, bois, aves, peças de linho,
alabastro
 3ª Linha: Incenso, azeite, todas as
coisas boas, puras e oferecidas
 4ª Linha: para o ka do supervisor de
ceramistas Ayenpepitahsokar
justificado, nascido da casa de Iter,
justificada
 5ª Linha: Seu filho Sarevy, justificado,
seu filho Iy, justificado, sua filha
Satptah, justificada
 6ª Linha: sua filha, sua amada Iti,
justificada, sua esposa a Senhora da
Casa Hepi, justificada.
Crédito: https://antigoegito.org/a-
escrita-dos-hieroglifos/, em: 10/09/20,
às 21:42 h
 NA LÍNGUA EGÍPCIA NÃO
 HÁ VOGAIS, APENAS
 SEMI VOGAIS.

 Imagem: www.pinterest.com.br, em:m 25/09/20, às 18:23 h


 Se as figuras animadas ou animais estiverem
olhando para a direita, lê-se os Hieróglifos da
direita para a esquerda.
 Caso as figuras animadas ou animais estiverem
olhando para a esquerda, lê-se a inscrição da
esquerda para a direita.
 No caso de Estelas e Obeliscos, em geral, lê-se
de cima para baixo, na horizontal.
 AKHENATON=VIDA EM ATON; o que ama ou agrada
a Aton... (1550 – 1070 a.C)

 NEFERTITI=A BELA QUE CHEGOU

 AKHETATON=HORIZONTE DE ATON (atual Amarna)

 AMENÓFIS III...AMENHOTEP IV

 OS RESTOS MORTAIS DO FARAÓ SE ENCONTRAM


NO VALE DOS REIS
 SEU REINADO DUROU 19 ANOS
Imagem: https://www.coursera.org/learn/wonders-ancient-egypt, em: 25/09/20, às 21:07 h
 Podemos ver que o próprio ungüentário se parece
com dois cartuchos encimados por um disco solar
com um par de plumas. O que parece interessante
é que, além de uma base, toda cheia de signos
Ankh e Uas de força e vida, podemos ver como
em seus rostos está representada, em duas delas,
uma representação do menino rei, a linha lateral e
a posição que muitas vezes essa representação,
que está sentada, segurando um par de símbolos
de poder.
 ALLEN, James P. (1989) - La cosmología de los textos de las pirâmides. Publicado em Yale Egyptological

Studies 3. Religion and Philosophy in Ancient Egypt.

 ANDREWS, Carol. (1998) – Amulets of Ancient Egypt. Austin: University of Texas Press.

 (2010) – Introduction. In: FAULKNER, Raymond O. The Ancient Egyptian Book of the

Dead.London: The British Museum Press.

 ARAÚJO, Emanuel. (2000) - Escrito para a Eternidade: A literatura no Egito Faraônico. Brasília: UnB.

 ASSMANN, Jan. (2003) – Mort et au-delà dans l´Égypte ancienne. Mónaco: Editions du Rocher.

 (1989) – Death and Initiation in the Funerary Religion of Ancient Egypt. Originalveröffentlichung

in: W.K. Simpson (Hrsg.), Religion and Philosophy in Ancient Egypt, Yale Egyptological Studies 3, S. 135-

159.

 Imagem: https://www.coursera.org/learn/wonders-ancient-egypt, em: 25/09/20, às 20:07 h.

 https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 07/09/20, às 17:47 h.

 JAMES, Henry T. G. TUTANKHAMON. Biblioteca Egito, Editora Folio: Barcelona, 2005.


1

CURSO ONLINE

SOLVE ET COAGULA: O HERMETISMO E A SABEDORIA DOS ALQUIMISTAS NA


ANTIGUIDADE.

CARGA HORÁRIA: 30 H

BÔNUS:

1 – FAUSTO (por Eloá Heise – USP);


2 – A Lei da Correspondência;
3 – As 7 Leis Herméticas;
4 – O Conde de Saint Germain.

1 – FAUSTO: (por Eloá Heise)

CRÉDITOS DO TEXTO: Eloá Heise


Professora da USP e autora de A lenda do Dr. Fausto em relação dialética com a utopia (capítulo
do livro A literatura da virada do século: fim das utopias, Humanitas/FAPESP, FFLCH/USP,
2001).

"A tragédia Fausto é, sem dúvida alguma, um dos textos que empresta a Goethe repercussão
universal. Nela, pode-se dizer, o poeta expressa a experiência de toda sua existência. O próprio
autor afirma em Poesia e verdade, que essa obra representa o “suma sumaruim” de sua vida.
Não se pode esquecer que Goethe trabalhou durante 60 anos com esse tema : de 1772 (com seus
trabalhos sobre o Urfaust – Fausto zero como ficou conhecido pela tradução encenada no
Brasil) até 1832, ou seja, pouco antes de sua morte, ano em que postumamente é publicado o
Fausto II. Em seu longo processo de elaboração, esse texto congrega as várias transformações
pelas quais passou o poeta em sua longa vida: os vários períodos literários da época – Ilustração,
Sturm und Drang, Classicismo, Romantismo -; as diversas atividades do poeta junto ao estado,
no meio teatral, seus interesses científicos – botânica, mineralogia, estudo das cores -; seus
2

estudos filosóficos – teologia, teosofia, escritos mágico-místicos -, além dos conhecimentos da


mitologia antiga.

Fausto, além de ser a obra simbólica da vida de Goethe, adquire também significado universal
por materializar o mito do homem moderno, o homem que busca dar significado a sua vida, que
precisa tocar o eterno e compreender o misterioso. Sob este aspecto, o mito faústico transforma-
se em um “mito vivo”, um relato que confere modelo para a conduta humana.

O mito faústico e as marcas intertextuais

A relação de Fausto como o conceito de mito, entretanto, também deve ser entendida em uma
outra acepção, no sentido de fábula, de ficção, uma vez que a obra de Goethe baseia-se na lenda
medieval sobre a figura histórica do doutor Fausto.

Para entender o verdadeiro significado da figura do doutor Fausto, torna-se importante ressaltar
que não se trata apenas de um charlatão que se tornou rico e famoso por ter feito um pacto com
o diabo, como se propaga comumente. Cabe lembrar que o mito criado em relação a essa figura
histórica – Georg (Johann) Faust, (1480-1540) tem sua origem em uma época de crise, a
transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, época caracterizada por profundas mudanças,
na qual conceitos até então inquestionáveis começam a ser colocados em xeque. Nesses novos
tempos de inquietação, ligados a pesquisas no campo das ciências naturais e outras ciências,
pode-se entender que aquele que manifesta sua descrença em relação a verdades, tidas como
absolutas, é considerado um homem não temente a Deus, um pactuário do demo. Isso explica a
recorrência do motivo do pacto com o diabo à época. Nesse contexto, basta lembrar de figuras
contemporâneas ao doutor Fausto: Paracelsius, Nostradamus, Bacon ou Galileu que, perante os
olhos da Inquisição, também teriam feito uma aliança com o demônio. Esse é o pano de fundo
que serve de cenário para o aparecimento do personagem histórico, doutor Fausto, em tempos
que espelham esse processo de busca por maioridade.

Consta que esse douto levou uma vida errante, passando por várias localidades da Alemanha, o
que fez que se tornasse conhecido por toda parte. Estudou magia, medicina, astrologia, alquimia,
atividades que lhe permitiram trabalhar com horóscopo e fazer profecias. Unindo a capacidade
de curar com a de prever o futuro, ficou famoso e conseguiu amealhar uma boa fortuna. Todas
essas aptidões, por sua vez, renderam-lhe a fama de ter vendido sua alma ao diabo. Esse destino
pessoal, que personifica os anseios da época ao materializar a busca daquele que quer
ultrapassar os próprios limites através da especulação, dará origem à primeira versão escrita
3

sobre as histórias de Fausto, publicada logo após a morte do Fausto histórico, em 1587, sob o
título de Historia von D. Johann Fausten.

Essa história, de autor anônimo e de cunho popular, narra, ao lado de relatos sobre o Fausto,
que eram voz corrente, outras discussões de cunho teológico, astrológico, histórico, científico,
provindas das mais diferentes fontes contemporâneas. Essa estrutura, sem unidade estética,
acaba por refletir esse tempo de transformação, com a justaposição de crenças diabólicas
medievais ao lado do novo espírito das ciências. No livro popular, com suas partes especulativas
e enciclopédicas, o pacto entre Fausto e o diabo compreende um período de 24 anos. Nesse
contexto, a sede insaciável do protagonista por saber é vista, antes de tudo, como um grande
pecado, pois uma tal postura afastaria o homem de Deus e o aproximaria da dúvida. Esse
homem incorreria no pecado da hybris, a presunção, por pretender equiparar-se a Deus. Essa
história, tão ao gosto da época, conquistou enorme repercussão, atingindo 5 edições. Sabe-se que
Goethe, ainda quando criança, entrou em contato com a edição de 1725, sob a forma de teatro de
marionetes, apresentada em praças de mercado.

As versões de Marlowe e Lessing

Por volta de 1592, o livro popular alemão é traduzido para o inglês, originando-se daí o livro
popular inglês sobre o tema Fausto. Esse livro, por sua vez, serve de material para Christopher
Marlowe, o mais importante dramaturgo ao lado de Shakespeare, escrever sua peça Tragical
history of doctor Faustus, editada em 1604. As encenações do texto de Marlowe, por seu turno,
irão repercutir novamente na Alemanha ao serem apresentadas por teatros mambembes, em
língua estrangeira, mas de forma pantomímica. Consta que Goethe conheceu as encenações da
peça de Marlowe de 1768 e 1770.

Já a partir do drama de Marlowe, começa a delinear-se uma ambivalência moral em relação a


este homem impulsionado por sua sede de saber. Tem origem no dramaturgo inglês a idéia do
monólogo inicial, no qual Fausto mostra toda sua infelicidade por não alcançar a plenitude do
conhecimento. Enquanto no livro popular alemão há uma clara condenação da presunção do
protagonista, a versão inglesa da lenda deixa transparecer uma postura dúbia. Existe a
condenação, sim, mas, paralelamente, percebe-se uma admiração pela figura desse douto que,
qual um Prometeu, desafia a divindade. Contudo, também na versão inglesa, o ímpeto
desmesurado de Fausto conduzirá ao estabelecimento de um pacto com o diabo, selado sob a
condição de viver 24 anos de prazer sem limites, decorrendo, como conseqüência, a sua
condenação.
4

A lenda sobre o Fausto ganha novo fôlego a partir de idéias próprias do período da Ilustração.
Entre 1755 e 1775, Lessing, o grande escritor do Iluminismo alemão, desenvolve projetos de
escrever uma peça sobre o Fausto. O texto não chega a se efetivar, restando apenas a montagem
de fragmentos e idéias gerais reconstituídas pela memória de amigos, dados creditados à
coincidência de informações.

Se Kant, em sua definição de Iluminismo, mostra que o lema dessa corrente filosófica é: Sapere
aude – tenha a coragem de servir-te da tua própria inteligência -, então Fausto, por ousar, por
ter a coragem de buscar pelo sentido da vida, não poderia ser alguém condenado à danação dos
infernos. Nesse contexto iluminista, Fausto, na sua procura pela verdade através da razão,
empreende uma tarefa que dignifica o homem; em outras palavras: aquele que decide fazer uso
de sua qualidade intrínseca, a razão, não será condenado, mas transforma-se no preferido de
Deus, o destinado à salvação.

Goethe conhecia os planos de Lessing e as reconstituições de seu drama que podem ser
detectadas, em sua essência, nas obras teatrais póstumas (Theatralischer nachlass, de 1786).
Vem de Lessing a idéia de salvação que encontramos no Fausto de Goethe.

Goethe contou, pois, com diferentes pré-textos na elaboração de suas variadas versões da
tragédia: de 1772-1775, elabora o Fausto zero; em 1790, produz Fausto, um fragmento; em
1808, é publicado o Fausto I e, em 1832, o Fausto II. No rastreamento do percurso do mito
faústico e das fontes que serviram de inspiração para a realização de sua obra-prima, pode-se
mencionar suas impressões da infância, ao assistir nas praças dos mercados as encenações do
livro popular propriamente dito, a versão inglesa, com as apresentações do Fausto de Marlowe. A
esses legados de cunho literário deve-se acrescentar um fato de origem real, o processo e a
execução da infanticida Margaretha Brand, ocorrido em 1771-72, tragédia que impressionou
profundamente Goethe e que será ficcionalizada em sua obra através do destino de Gretchen, a
mulher que se apaixona por Fausto e, ao ser abandonada por ele, em um ato de loucura,
assassina o próprio filho. Dentro desse rol de marcas intertextuais cabe dar ênfase especial à
idéia de salvação, esboçada inicialmente por Lessing e assumida por Goethe, que servirá de
inspiração para a virada redentora no destino de seu protagonista.

A estrutura da peça

Dentre as diversas versões mencionadas, vamos nos ater à composição do Fausto I e do Fausto
II, que podem sem interpretadas como uma unidade, com uma construção própria.
5

A peça inicia-se com três cenas introdutórias, três prólogos que desenvolvem, respectivamente,
uma perspectiva autobiográfica, uma perspectiva poetológica e uma perspectiva metafísica.

O primeiro prólogo, Dedicatória, não dedica a peça a ninguém, como o título faz supor, mas é
uma metarreflexão, em forma de monólogo, no qual o poeta faz uma retrospectiva da história da
obra. No Prólogo no teatro, que vem a seguir, há uma discussão sobre a essência e a função da
obra teatral; no confronto de opiniões antagônicas, debatem-se temas pouco ortodoxos para uma
peça de teatro como: produção, rentabilidade, encenação e recepção do drama. Percebe-se, pois,
que esses dois prólogos iniciais não se integram no enredo dramático.

O Prólogo no céu, no entanto, é parte do desenvolvimento da trama e representa a moldura


celestial externa que contém no seu escopo a ação terrena interna. Essa moldura metafísica
envolve todo o drama. Inicia-se no começo do Fausto I e encerra seu contorno no fim do Fausto
II, sob forma de epílogo. A moldura celeste, formulada segundo conceitos próprios da tradição
cristã e assumindo a fórmula de um mistério medieval, apresenta uma imagem do mundo e do
homem. Nesse jogo universal a terra é colocada entre o céu e o inferno e o ser humano entre
Deus e a diabo.

Nesse espaço, Fausto, personificando o homem, transforma-se em objeto de disputa entre o


Senhor e Mefistófeles. O Senhor acredita que o homem é intrinsecamente bom; pode errar
porque procura, mas, por fim, será conduzido à luz. Já Mefisto o vê como uma criatura mal
construída, dividida entre o instinto animal e sua parte racional. A partir dessas posições
contrárias, Mefisto pede permissão e aposta que conduzirá Fausto por seus caminhos. Já o
Senhor, por acreditar que “o homem erra, enquanto aspira” mas “da trilha certa se acha sempre
a par”, aceita a aposta. Paralelamente, o Senhor também sabe que o “humano afã tende a
frouxar ligeiro” e, por isso, é necessário que o homem tenha por companheiro o diabo, que atiça
e instiga, impedindo que o ser humano caia na suprema condenação, a inércia. Assim, Mefisto
desempenha uma dupla função: conduz o homem por caminhos que o levarão à culpa mas, ao
mesmo tempo, impede que ele esmoreça e cesse sua atividade, o motor essencial da vida.

Fausto, portanto, é colocado em jogo como objeto demonstrativo pelo Senhor, e deve provar
através de si os valores ou os desvalores da criação. O drama, como um todo, pode ser entendido
como a tentativa espiritual de compreensão da totalidade do universo. Discute, de forma poética,
o sentido da criação, a função do mal, o destino do homem.

A ação interna da peça, no âmbito terreno, vai espelhar, na aposta feita entre Fausto e Mefisto, o
dilema proposto no âmbito celestial, entre o Senhor e Mefistófeles. Diante do desafio que lhe
6

propõe Fausto, Mefisto assume a tarefa de satisfazer o homem e de conduzi-lo pelas experiências
do pequeno mundo (Fausto I) e do grande mundo (Fausto II). Já Fausto, na sua busca sem
limites, aposta que o diabo nunca conseguirá seu intento, que ele nunca irá deitar-se em “uma
cama de preguiça” e, satisfeito consigo, irá proferir as palavras que condenariam sua alma:
“permaneça (momento), tão belo que és”. Desta maneira, com a ajuda de Mefisto, Fausto
percorrerá o mundo na ânsia de vivenciar toda experiência destinada à humanidade.

A ação terrena, abarca toda a trajetória do protagonista: desde a cena Noite, (Fausto I), com a
constatação da crise existencial, até a cena final Grande átrio de palácio (Fausto II), quando
Fausto morre. Dentro desse grande contorno, a partir das propostas do pacto e da aposta entre
Fausto e Mefisto, o protagonista irá percorrer as diversas estações na sua busca por sentido.

Cabe mencionar que o pacto, cerne do mito faústico tradicional, tem pouca ênfase na obra de
Goethe. O pacto, sugerido por Mefisto, é prontamente aceito por Fausto, pois o protagonista
“não teme nem o inferno nem o diabo”. Essencial em Goethe é a aposta, desafio proposto pelo
titã Fausto que, por não apresentar um vencedor de antemão, tem um caráter ativo e
inconclusivo (diferente do pacto que é um acordo fechado). Coaduna-se, assim, mais com a
proposta vital da obra: a ação contínua como mola propulsora da vida.

No Fausto I podemos detectar três estações: a procura por sentido através da bebida (O porão de
Auerbach), do desejo e do amor por Gretchen (cenas Rua até Cárcere) e da sensualidade
desenfreada (Noite de Walpúrgis). O Fausto II também comporta mais três estações: o mundo da
corte (I ato), a estação da beleza e da arte (II e III atos) e a estação do conquistador e
empreendedor (IV e V atos).

Quem ganha a aposta?

Depois das diversas buscas, no fim de seus dias, Fausto, quase cego, tem a visão de um povo
ativo, lutando junto na conquista de terras para viver livremente. Nesse instante, o protagonista
quase pronuncia a fórmula que aponta para o fim da procura: “Sim ao momento diria / Oh!
Pára enfim – és tão formoso!” Em seguida, morre.

Quem ganha a aposta? A ação no âmbito terrestre deixa essa pergunta sem resposta. Na moldura
celeste, contudo, os anjos, na atmosfera superior, levam a alma imortal de Fausto: “Quem
aspirar, lutando ao alvo / À redenção traremos”.
7

Assim, Fausto, ou o homem, é salvo, há a redenção; paralelamente é condenado a ser um eterno


insatisfeito, o destino do homem moderno. A grande resposta está, pois, na pergunta que não
cessa; a vida só adquire sentido no movimento constante: criação é ação."

FONTE: https://revistacult.uol.com.br/home/fausto-a-busca-pelo-absoluto/, EM: 23/05/20, ÀS 18:35 H.

FONTE: www.wikipedia.com.br , EM: 23/05/20, ÀS 21:52 H.


8

2 – A Lei da Correspondência:

FONTE: www.wikipedia.com.br , EM: 23/05/20, ÀS 21:55 H.

FONTE: www.wikipedia.com.br , EM: 23/05/20, ÀS 21:57 H.


9

FONTE: www.pinterest.com.br , EM: 23/05/20, ÀS 21:58 H.

FONTE: www.pinterest.com.br , EM: 23/05/20, ÀS 21:59 H.


10

NICOLAS FLAMEL: ALQUIMISTA

FONTE: www.pinterest.com.br , EM: 23/05/20, ÀS 22: 00 H.

3 – As 7 Leis Herméticas:

FONTE: www.pinterest.com.br, EM: 23/05/20, ÀS 22: 02 H.


11

O ALQUIMISTA HERMES TRISMEGISTE

FONTE: www.pinterest.com.br, EM: 23/05/20, ÀS 22: 04 H.


12

4 – O Conde de Saint Germain:

FONTE: www.pinterest.com.br, EM: 23/05/20, ÀS 22: 07 H.


13

FONTE: https://br.pinterest.com/search/pins/?q=ALQUIMISTAS&rs=typed&term_meta[]=ALQUIMISTAS
%7Ctyped, EM: 23/05/20, ÀS 17:57 H.

O CONDE DE SAINT GERMAIN (SANTO IRMÃO) ERA ALQUIMISTA E VEGETARIANO.


MESTRE DO 7º RAIO SOLAR, DA CHAMA VIOLETA, PARA TRANSMUTAÇÃO,
LIBERTAÇÃO, EVOLUÇÃO E PROGRESSO.

VIVEU SUA ÚLTIMA REENCARNAÇÃO NO SÉCULO XVIII, EM PARIS (FRANÇA). O


CONDE FOI AMIGO DE MADAME DE POMPADOUR, A QUAL RESIDIA NA CHAMPS-
ÉLYSÉES (FRANÇA).

"A figura mítica do Conde de Saint Germain deixou sua marca sobre o século XVIII. Este
enigmático ser, do qual pouco se sabe concretamente, é considerado místico, um profundo
conhecedor e praticante da alquimia, ourives, um hábil lapidador de diamantes, homem da corte
e da ciência, músico e compositor."

"Muitos acreditavam que esta excêntrica personalidade detinha a pedra filosofal, capaz de
converter qualquer reles metal em ouro, e o elixir da juventude, que garantia a imortalidade. Daí
ele ter se transformado, após a morte, da qual sabe-se menos ainda, nem mesmo a data exata, em
um ícone para várias sociedades místicas."
14

FONTE: www.pinterest.com.br, EM: 23/05/20, ÀS 22: 17 H.

“O TEMPORA, O MORES"

"O que quer que você queira ou sonhe, ouse. A audácia contém genialidade, poder e mágica!”
Johann Wolfgang Von Goethe, autor da tragédia "Faust".
15

"DISSOLVE E RECONSTRÓI"

FONTE: www.pinterest.com.br, EM: 23/05/20, ÀS 22: 10 H.


16

O FÍSICO E ALQUIMISTA PARACELSO

FONTE: www.pinterest.com.br, EM: 23/05/20, ÀS 22: 20 H.

FONTE: www.pinterest.com.br, EM: 23/05/20, ÀS 22:21 H.


17

FONTE: www.pinterest.com.br, EM: 23/05/20, ÀS 22: 23 H.

Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de
Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

professora_amandahutflesz@hotmail.com

https://www.facebook.com/amandahutfleszcursosonline

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LATTES: http://lattes.cnpq.br/6023114469399407

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Aula #02

Texto #02

Considerações Finais

Ao longo deste trabalho, nosso objetivo foi de demonstrar ao leitor, as principais


concepções sobre a vida após a morte na Grécia Antiga (século X ao século II a.C.)
descrita através da Historiografia pertinente ao assunto. É óbvio que nesta pesquisa,
tentou-se somente realizar um breve estudo a respeito das práticas funerárias nesta
antiga sociedade. Foram aqui expostos os principais aspectos desta civilização, no que
se referem as suas crenças sobre a continuidade da vida após a morte, e da alma ou
espírito. Mesmo por que, sabemos que seriam necessários muitos anos, para que se
consiga narrar em algumas páginas todos os ritos fúnebres e todas as mudanças sociais
que ocorreram nesse país e acabaram por influenciar o Modus Vivendi e Status Quo até
mesmo de alguns outros povos provenientes do Ocidente.
Faz-se deveras importante ressaltar que, na Grécia Antiga, os processos de
enterramento eram em geral financiados pelos familiares do finado. Com isso, observa-
se através das fontes e da Historiografia que, em famílias mais ricas e poderosas, o
morto recebia um tratamento mais elaborado. Já os membros de famílias menos
abastadas, estes recebiam tratamento bem mais simples. O que observamos em nossa
sociedade até os presentes dias. Mas, alguns desses ritos Post-Mortem eram realizados
pelo próprio Estado (em Atenas, século IV a.C) ou apenas baseado nas posses da
família do morto.
Contudo, em todas as épocas, as sociedades passaram por muitas mudanças. Pode se
tornar interessante que o Egito Antigo seja também citado nesta pesquisa. A civilização
egípcia tem muito a acrescentar juntamente com as suas Práticas Funerárias e Processos
de Mumificação do corpo do defunto.
Por exemplo, é relevante destacar, que para além dos costumes gregos, no Egito
Antigo (IV dinastia), já se utilizada o processo de embalsamar e mumificar os corpos de
Rei mortos, o que ocorria durante cerca de 70 dias. Os antigos faraós acreditavam que
com isso, a alma ou consciência (espírito) viveria eternamente no além. Essa prática

1
era algo acessível apenas aos Faraós (Antigo Império), e somente com o passar dos
séculos essa prática se estendeu a outras camadas sociais. Complementando ainda que,
no Egito, apenas os cidadãos os quais que possuíam uma situação financeira próspera
poderia arcar com tamanha despesa, pois os gastos que eram elevados, mas esse era o
preço a ser pago pela família que almejava proporcionar ao morto uma vida boa e
tranqüila no outro mundo.
O custo de se embalsamar e de mumificar uma pessoa eram alto. Sem
mencionarmos todas as grandes quantidades de oferendas comumente depositadas na
tumba do falecido pelos seus familiares ou funcionários. Inclusive, no final da XVII e
início da XVIII dinastia, além de todos os ritos egípcios para livrar os mortos do mal
durante a viagem ao Duat, esses ainda poderiam receber um auxílio extra chamado de
Livro dos Mortos (vendido pelos Sacerdotes de Amon por grandes quantias). O povo e
a elite faraônica acreditavam que este livro guiaria o defunto através da escuridão da
morte e ensinaria a ele todas as fórmulas Mágico-Rituais que o conduziriam de maneira
segura através do melhor caminho até que encontrasse o deus Osíris e fosse finalmente
julgado por todas as suas ações em vida. Não observamos relatos desta crença de que
havia algum Livro dos Mortos na Grécia Antiga (ou algo parecido), nem mesmo sobre a
concepção grega de um julgamento das ações do defunto do Pós-Vida diante dos
deuses.
Na Antiga Grécia, (séculos II ao X a.C) não encontramos registros de práticas de
embalsamamento nem de processos de mumificação neste período, o que ocorria já no
Período Romano. Mas, os gregos realizavam em suas casas, à noite, uma cerimônia
póstuma que durava cerca de três dias. Após esse ritual, ou cremavam (nas piras) ou
enterravam seus mortos, e colocavam em suas mãos uma moeda de prata, que serviria
de pagamento ao Caronte. Espécie de condutor de almas, o Barqueiro Infernal que
conduzia os mortos ao Hades, o inferno grego.
A cremação do defunto ocorria, em geral, de acordo com a vontade da pessoa que
deixava escrito isso em vida ou da família, sem necessariamente extrair seus órgãos
durante a preparação do corpo do morto (como no Egito). Mas o corpo deste precisava
também ser “purificado”, lavado, perfumado e vestido para ser exposto pela família
dentro de sua casa durante o velório. Preces e orações também eram proferidas em favor
da alma do falecido. E esses recebiam oferendas funerárias dos seus parentes assim
como no Egito.

2
Já no Antigo Egito, os faraós construíram grandes tumbas que eram as pirâmides, e
eram depositados em sarcófagos após deixarem este mundo. Os mortos eram sepultados
com diversos objetos que poderiam ser úteis a eles no além. Jóias, roupa, maquiagens,
animais, até mesmo escravos. Estes eram apenas alguns dos itens depositados no
túmulo em homenagem ao defunto.
Para a elite egípcia e para a elite grega (final do século V a.C), era muito importante
exibir sua riqueza e prosperidade no momento de enterrar seus mortos. Isso denotava
poder e Status social diante da população. E quanto mais riqueza possuísse a família,
mais grandiosa seria a cerimônia funerária e melhores seriam as oferendas que o morto
receberia em sua tumba para auxiliá-lo em sua viagem rumo à eternidade. Em ambas a
cultura vê-se que, preparar o falecido para a vida no além era função essencial de seus
parentes mais próximos (as mulheres na Grécia e sacerdotes no Egito). E deixar de zelar
por essa preparação póstuma, era considerado pela sociedade algo absurdo e
irresponsável, que inclusive poderia atrapalhar o finado chegar ao local que era agora
seu último e derradeiro destino. Preparar o morto deixando-lhe provisões de comida,
bebida, perfumes, até mesmo livros que eram como guias funerários, pois agora tudo
isso era fundamental ao bem-estar deste. Mas não eram apenas as oferendas que
abririam os caminhos e que proporcionariam a eles paz e alegria no além. Tanto na
Grécia quanto no Egito, os rituais fúnebres precisavam existir e seguir certas regras
sociais, as quais variavam de cidade para cidade, de período para período, e de poder
aquisitivo.
A família deveria cumprir todas as etapas dos ritos (os ritos que já descrevemos
acima), somente assim, eles poderiam viver tranqüilos de que, seus mortos não
voltariam do Hades no caso da crença grega, ou do Duat, na concepção dos egípcios
para atrapalhar suas vidas, assombrar seu sono e destruir suas colheitas.

Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

3
Referências bibliográficas

Fonte do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=R0zjdPbMZA8, em


13/06/19, às 15:05 hs.

Imagem 01: Ptolemaide


“Boneco de vodu encontrado ao lado do comprimido de execração feito por
Sarapamón. Peça preservada atualmente no Museu do Louvre/Paris (França).

FONTE: http://esunaviejahistoria.blogspot.com/2015/05/el-mal-las-maldiciones-y-el-vudu-
en.html, em 13/06/19, às 15:16 hs.

1
Imagem 02: Cemitério do Kerameikos
Fonte: https://www.turismoindependente.com.br/08-cemiterio-kerameikos-07/, em
13/06/19, às 15:22 hs.

“O Primeiro Cemitério de Atenas é o cemitério oficial da cidade de Atenas e o


primeiro a ser construído. Foi aberto em 1837 e logo se tornou um prestigioso
cemitério para gregos e estrangeiros. O cemitério está localizado atrás do Templo
de Zeus Olímpico e do Estádio Panatenaico no centro de Atenas.”

Endereço: Logginou 3, Athina 116 36, Grécia

Horário: Fechado.

Fechado ⋅ Abre sexta-feira, às 08:00 hs.

Telefone: +30 21 0922 1621

Sepultamentos: Yannoulis Halepas, Melina Mercouri.

2
De acordo com as palavras da Prof.ª Dr.ª Maria Regina Cândido (2008) sobre o Cemitério
do Kerameikos:

“Questionamo-nos sobre as possíveis motivações que levaram parte dos integrantes da


comunidade dos atenienses no IV século, a transpor a lei e as normas do coletivo, e
estabelecer contato com seres sobrenaturais, removendo sepulturas no Cemitério do
Kerameikos, em Atenas. Identificamos o imaginário social e a emoção como fatores
primordiais de motivação: o usuário da magia dos defixiones, movido pela animosidade
contra alguém, determinava a efetiva realização de algum prejuízo ao indivíduo
considerado inimigo. A ação imperativa configura-se pelo uso de palavras de maldição
e do artefato de chumbo, cujos textos inscritos em sua superfície integram a composição
do que denominamos de discurso mágico dos defixiones. Interessa-nos identificar: quais
deuses, mitos e seres sobrenaturais eram evocados para as práticas mágicas? Que
poderes sobrenaturais acreditavam possuir visando prejudicar o inimigo, decretando a
sua morte? Que procedimentos ritualísticos executavam junto aos corpos dos mortos
antes do tempo, visando impor a realização de sua vontade? Qual o conceito de morte
que circulava junto aos usuários da magia dos defixiones?” (CÂNDIDO, 2008: 260)

Afirma a Prof.ª Dr.ª Marta Mega de Andrade (2009) que:

”Através do plano da cidade, podemos localizar, a noroeste, a posição aproximada da


mais conhecida necrópole da Ática, no Keirameikos (na fig. 1, em sombreado).
Geralmente, os espaços escolhidos pelas pólis, de forma planejada ou não, para o
sepultamento de seus mortos, conformavam-se na parte externa dos muros que
delimitavam o espaço urbano. Eram ligeiros ou grandes aglomerados de sepulturas,
algumas delas coletivas, outras individuais, e mais para o final do século V a.C., na
Ática, difundiram-se os recintos familiares (periboloi). Característica das mais comuns
nesses conjuntos de sepultamentos era a proximidade dos rios desde uma época mais
antiga, nesse caso, seguindo o curso do Eridanos e concentrando-se numa área contígua
às vias de maior circulação, como em Atenas, o entroncamento das vias sagrada,
panatenaica e o caminho para Colona e para a Academia (começando no dromos,
ligando a asty a uma parte significativa da mesogéia), terminando o perímetro pouco
antes dos (e muitas vezes nos próprios) muros da cidade. Mas essa “exteriorização” da
necrópole somente ocorreu em Atenas no final do período arcaico, quando todos os
sepultamentos da zona do Keirameikos até a ágora cessaram, e, com a construção da
muralha de Temístocles (478 a.C.), passaram a concentrar-se na parte externa do
“bairro” de artesãos e ceramistas” (ANDRADE, 2009: 53)

3
Para além do Cemitério do Kerameikos, outro assunto de grande pertinência são os
Templos Gregos, como aponta a Prof.ª Dr.ª Maria Beatriz Borba Florenzano (2009):

“O templo na organização do espaço Como mencionamos anteriormente, nossa


definição de pólis passa pelo espaço territorial ocupado pela comunidade políade.
Espaço que inclui todo o terreno ocupado, usado e organizado pela comunidade. A
realidade territorial da pólis inclui não apenas a ásty, mais urbanizada e muitas vezes
amuralhada, mas também a khóra, terreno aproveitável do ponto de vista da agricultura
e ainda a eskhatiá, área periférica, limítrofe, de bosques e terrenos menos aproveitáveis
sobretudo devido à distância que os separava da área mais central. A Arqueologia
mostra como, desde o século VIII, a edificação dos templos não estava limitada às áreas
urbanas e centrais do assentamento, mas estes foram também construídos no território,
em meio à khóra. Há, com efeito, registros claros do posicionamento de templos no que
seria a área central do assentamento, enquanto há também descobertas significativas de
templos instalados em localidades distantes desse centro, longe da área mais
densamente ocupada, no que chamaríamos propriamente de território. Na classificação
mais recente elaborada pelos estudiosos, esses seriam os templos ou os santuários
extra-urbanos (Marinatos, 1993: 230).” (FLORENZANO, 2009: 44)

Ainda tratando-se de Templos, corrobora a Prof.ª Dr.ª Elaine Farias Veloso Hirata
(2009) citando sobre Diodoro que:

“Diodoro (11. 26. 2), vale lembrar, constitui-se na fonte mais completa sobre esses
acontecimentos e é no seu texto que encontramos a menção às condições que os
vencedores impuseram aos cartagineses derrotados: o pagamento de uma indenização
pequena, dois mil talentos de prata e arcar com os custos da construção de dois templos
onde seriam depositadas cópias do tratado de paz. Não há informação no texto sobre os
locais onde tais templos deveriam ser erigidos, mas, hoje, acredita-se que seriam
Siracusa e Himera. A grande similaridade dos princípios construtivos dos templos
dedicados a Atena em Himera, o chamado “Templo da Vitória” (figura 2) e do
Athenaion (figura 3) localizado em Ortígia, Siracusa, levou à sua identificação com
aqueles mencionados por Diodoro. Os arqueólogos os consideram, do ponto de vista
arquitetônico, templos gêmeos, o que indicaria, inclusive, a contemporaneidade da
construção, conduzida, talvez, até por um mesmo arquiteto (cf. Mertens, 2006: 256,
figs. 464 e 465).” (HIRATA, 2009: 30)

4
E continua a Dr.ª Elaine Farias (HIRATA, 2009) sobre os monumentos na Antiguidade:

“Voltando à questão da monumentalidade, podemos concluir com o que talvez seja o


exemplo maior na manifestação do consumo conspícuo entre os tiranos siciliotas. O
irmão de Gelon de Siracusa, Hieron, não satisfeito em criar monumentos, fundou uma
“nova’ cidade – Etna, onde anteriormente estava implantada Catânia (Diodoro Sículo,
11. 49. 1-3). “Tornou-se, então, um verdadeiro oikista e aí atingiu o objetivo que
provavelmente todos os demais perseguiram: foi sepultado na ágora da nova pólis e, de
acordo com Diodoro (XI, 66, 1-67) recebeu as honras devidas a um herói.” (HIRATA,
2009: 37)

E complementa o assunto o qual trata de Monumentos, mas também, de


Arqueologia a Dr.ª Maria Beatriz (FLORENZANO, 2009) quando escreve em seu
artigo que:

“Pois bem, a Arqueologia registra que o templo é a primeiríssima construção, o


primeiro edifício a ser monumentalizado na Grécia do século VIII. A monumentalização
do templo significa que este foi o primeiro edifício que passou a ser construído em
material permanente – a pedra – o que não ocorria com nenhum outro tipo de edifício
nessa época. Mas este não é o único elemento da monumentalização do templo: os
achados mostram a existência de projetos arquitetônicos em que proporções são
planejadas e nos quais estava prevista a criação de um discurso visual por meio do
posicionamento de esculturas arquitetônicas. A monumentalização do templo grego
significa ainda que havia um esforço coletivo para a sua construção, implicando em
algum tipo de autoridade que gerenciasse o controle e a organização desse esforço. E é
evidente que a existência dessa autoridade implicava também a existência de um Estado
e a instalação de um culto promovido por esse Estado. Lembremos que o templo grego
era a morada do deus; que servia de abrigo a sua estátua de culto e às oferendas que lhe
eram trazidas pelos fiéis. O culto em si realizava-se em um altar em frente ao templo,
também monumentalizado desde essa época tão remota.” (FLORENZANO, 2009: 42)

E a Professora Maria Beatriz (FLORENZANO, 2009) ainda traz a questão sobre o


Templo de Apolo quando fala:

“Outro exemplo muito citado nesse contexto é o do templo de Apolo Daphnephoros de


Erétria, cuja construção é datada de c. 725. Ainda que esse templo, nessa data recuada,
tivesse uma planta absidal e não retangular, como se tornou padrão para os templos
gregos posteriormente, ele tinha, como o de Samos, cem pés de comprimento,
perfazendo um total de 200 m2 (Hall, 2007: 85).” (FLORENZANO, 2009: 42)

Ainda sobre o Cemitério do Kerameikos, trazemos outras contribuições bibliográficas


provenientes do trabalho de pesquisa da Professora Dr.ª Marta Mega (ANDRADE,
2009) a qual afirma:

“Quer acentuemos as razões religiosas querem pactuemos com a interpretação política,


saímos do século VI e entramos no V a.C. com a definição de um espaço cívico que se

5
tem o cuidado de amuralhar, fazendo-se circundar com essas “necrópoles”,
aglomerações de sepultamentos, que, a partir de então, margeiam as entradas principais
da cidade a noroeste (Keirameikos), nordeste (ambos os lados do portão Diochares) e
sudeste, e pelas quais a pólis se apresenta aos habitantes e aos forasteiros chegados do
mar e do interior, em um primeiro e mais próximo encontro.” (ANDRADE, 2009: 53)

E prossegue a autora Marta Mega (ANDRADE, 2009) explicando-nos mais sobre o


cemitério em questão tratado neste debate historiográfico:

“Embora a necrópole do keirameikos não configure o único “cemitério” ateniense, ela


concentra a atenção dos pesquisadores por diversos motivos, sendo, talvez, o principal
deles o fato de que se trata de um sítio arqueológico consolidado, escavado pelos
alemães a partir da década de 20 do século passado, constituindo-se, hoje, como
“parque” turístico dotado de um museu próprio, com 54 Marta Mega de Andrade
diversas publicações (ver, por exemplo, Knigge, 1991; Garland, 1995; Morris, 1992;
Camp, 2001, além do clássico de Boardman e Kurtz, 1971). Mais recentemente, foram
publicados os sítios da Praça do Sintagma (Parlama; Stampolides, 2000), a nordeste,
revelando mais sistematicamente os enterramentos contíguos ao portão Diochares. Um
outro motivo que chama a atenção para o Keirameikos é a sua ligação com os funerais
públicos do período clássico, nos quais os oradores eram convidados a pronunciar um
logos epitaphios diante da população reunida, quase na entrada do Dipylon, ao longo do
dromos. A existência de monumentos aos mortos em guerra (poliandra), atenienses e
estrangeiros, erigidos pela pólis, converte essa necrópole num foco de manifestações
públicas do regime democrático ateniense entre os séculos V e IV a.C. A necrópole do
Keirameikos pode ser considerada, assim, como um foco de atividades e interações
públicas em um primeiro sentido de demosia, ou seja, “concernentes à coletividade do
demos”, para além de um conjunto de alocações funerárias privadas de fundo
estritamente religioso e ritual (como em nosso modo de compreender, em sentido
comum, a “função” de um cemitério).” (ANDRADE, 2009: 53-54)

Para agregar maior valor historiográfico ao debate, o ideal se faz trazer ao


trabalho, um pequeno trecho sobre Templos escrito pela Dr.ª Katia Maria Paim
Pozzer (POZZER 2009)

“Sob a dinastia neobabilônica (625-539 a.C.), a cidade tornou-se a capital do mundo


oriental e recebeu enormes riquezas arrecadadas com os tributos pagos pelos reinos
conquistados, possibilitando a construção de obras monumentais como a muralha, os
palácios e os templos, que tanto encantaram os viajantes antigos (Joannès, 2001:
111-115). Sob Nabucodonosor II (604-562 a.C.), Babilônia tinha cerca de mil hectares
de extensão e sua muralha, com oito portas, possuía 18 km de comprimento e 30 m de
largura.” (POZZER, 2009: 16)

6
De acordo com a Dr.ª Maria Regina (CÂNDIDO, 2008) sobre Magia, os
Katadesmoi e o Cemitério do Kerameikos em Atenas, a qual reflete:

“Entretanto, buscamos, em nossa análise, nos afastar da definição que coloca a magia
em oposição à religião. Consideramos a magia como um conjunto de crenças e práticas
mágico-religiosas que visa estabelecer contato com as potências sobrenaturais.
Caracteriza-se por atuar de forma complementar à religião políade dos atenienses, pelo
fato de usar os mesmos espaços sagrados, os deuses e as vozes místicas das orações.”
(CÂNDIDO, 2008: 262)

E a Prof.ª Maria Regina continua sua análise (CÂNDIDO, 2008):

“Para os praticantes da magia, o cemitério do Kerameikos define-se como fronteira


entre o mundo dos vivos e dos mortos, conjugando uma relação de força de natureza
mágico-religiosa que, ao mesmo tempo, permite identificar os seus críticos, seus
praticantes e seus usuários. Tal fato nos leva a identificá-lo como lugar antropológico,
ou seja, é simultaneamente princípio de sentido para aqueles que nele transitam e
princípio de inteligibilidade para quem o observa (AUGÉ, 1994, p. 51), e lugar de poder
para os praticantes da magia. O Kerameikos torna-se uma construção concreta,
produzida pela vivência dos atenienses, com acentuada interação entre diferentes grupos
semióticos, a saber: os críticos, os usuários da magia, os cidadãos, os estrangeiros, os
homens e as mulheres, os metecos e os escravos. Todos transitam pelo espaço
geográfico do cemitério: via de acesso de entrada e de saída da pólis dos atenienses.”
(CÂNDIDO, 2008: 262)

E complementa sobre o assunto a Professora Especialista Amanda Martins


Hutflesz (HUTFLESZ, 2017) trazendo a seguinte reflexão:

“Sobre os katadesmoi, sabemos que detém um conjunto de laminas de chumbo


que foram encontradas nas sepulturas no Cemitério do Kerameikos no Período Clássico
que foi analisado pelos arqueólogos1, filólogos e antropólogos2 que as classificaram
como imprecações contra ofícios3, contra comerciantes, contra juízes, contra atletas
assim como as imprecações amorosas4. As especificidades de laminas nos levam a

1Lâmina 04 Defixios nº5. Atenas, Museu Nacional, procedente da Ática de local incerto. Data: IV a.C. Bibliografia: E. Ziebarth,
1899, nº01: Fröehner, 1936, p.14. Característica: Imprecação contra ofícios – Lâmina de chumbo muito danificada; Lâmina 05,
Defixiosn.º 04. Atenas: Pertence à coleção particular, procedência desconhecida. Data: Meados do IV século: 350 – 342 a.C.
Bibliografia: SGD, 1985, nº44; Jimeno, 1999, nº26; Peek, 1941: 09. Característica: Imprecação contra ofícios.
2SGD nº 14 = CT nº 57; cf. Jordan, 1980a: Especially 232 nº 24. Esta informação refere-se aos tabletes encontrados próximos do
Portão Dipylon, no Cemitério do Cerâmico os quais podem ter sido despejados de uma sepultura próxima. Similarmente, 17 tabletes
Gregos foram encontrados enterrados na região da Ágora e podem ter sido despejados do santuário adjacente de Demeter; SGD p.
162; cf. Jordan, 1985b: 207-10; Faraone, 1991b: 3 and 23 nº7; Jameson et AL., 1993: 125.Verem: FLINT, Valerie; GORDON,
Richard; LUCK, Georg; OGDEN, Daniel. Withcraft and Magic in Europe: Ancient Greece and Rome. London: The Athlone Press.
1999.
3SGD, 1985, nº11; Jimeno, 1999, nº11. Lâmina 01 que faz referência ao Defixios nº02, que é proveniente de uma sepultura no
Cerâmico e data do final do V e início de IV século; Young, 1951, p.222; SGD, 1985, nº20; Jimeno, 1999, nº20. Lâmina 03 que faz
referência ao Defíxios nº03, que é proveniente de entulhos que formavam a base do muro de uma residência denominada pelos
arqueólogos de casa D do Distrito Industrial de Atenas situado próximo à Ágora ver em: CÂNDIDO, Maria Regina. A Feitiçaria na
Atenas Clássica. Rio de janeiro: Letra Capital. 2004.
4Em sua obra, Gager (1992) descreve a figura como uma elegante estatueta feminina perfurada por treze agulhas e encontrada
envolta em um papiro egípcio e com um defixio em uma panela de barro do Egito. A estatueta é feita de acordo com as direções

7
dialogar com Robert Parker, (PARKER, 1996: 152) que afirma que, foi no V século que
ocorreu o fenômeno que ele descreve como fenômeno da inovação religiosa em Atenas
como a entrada de novos deuses e novas práticas religiosas e de culto aos deuses
estrangeiros5. As novas divindades estrangeiras e seus cultos detém a sua materialidade
através da epigrafia IG II² 337 referente a Afrodite Kitias, a inscrição IG II²1283 da
deusa Bentis da Tracia e a deusa Isis6 do Egito.” (HUTFLESZ, 2017: 03)

Como cita a Professora Maria Regina Cândido (CÂNDIDO, 2008) em seu


artigo, podemos concluir:

“O Kerameikos tem no sacerdote e no monumento fúnebre a construção de


sentido de coesão da comunidade políade, assegurando a manutenção dos ritos, crenças
e tradição. A morte transforma o corpo do morto em uma tumba que, de acordo com seu
status social, pode ser suntuosa ou modesta, tornando-se lugar de memória – expressão
na qual o indivíduo tem a sensação de eternidade, ao acreditar que perpetua a sua
existência na lembrança dos vivos, através da visitação de seus familiares ao túmulo.”
(CÂNDIDO, 2008: 262)

numa receita conservada em PGM IV, linhas 296-329, que se refere a um feitiço de ligação, também classificada pelos especialistas
de imprecação amorosa(permissão do Museu do Louvre (Paris). GAGER, John G. Curse Tablets and Binding Spells from the
.
Ancient World: New York. Oxford University Press, Inc. 198 Madison Avenue. 1992

5A área do Porto do Pireu foi palco de várias associações para cultos a divindades estrangeiras como a deusa Bentis/Tracia narrada
por Platão na obra Republica (I, 327a). A emergência de cultos estrangeiros no final do V século não era novidade entre os
atenienses, pois, temos a com a solicitação ao arconte Nikocrates para a construção de um templo em honra a deusa Afrodite
Kithias no Pireu. A concessão de terra/enktesis com o propósito de construção de santuários no Pireu já havia sido concedida aos
egípcios em honra a deusa Isis e para o culto da deusa trácia Bentis(IG II²1283) mencionado por Platão no início de sua obra
Republica e ao deus Asclépio que foi recebido na residência de Sófocles em 426 a.C, ver R. Garland. Introducting new Gods: the
politics of Athenian religion. Cornell University Press, 1992 e The Pireu from the fifth to the first century.B.C. London: Duckworth,
1987.
6Decreto IG II² 337, talhado em estela presente no porto do Pireu, datado de 332/AEC, caracterizado como solicitação em
assembléia de permissão para a fundação de um santuário a Afrodite pelos Kitians, o povo da cidade-reino localizada na costa Sul
do Chipre. Em: ALMEIDA, Marina Rockenback. Por um comparativismo construtivo do culto à Ísis entre atenienses e egípcios no
final do V século a.C. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016. P.42.

8
Fonte: http://www.greece-is.com/kerameikos-a-place-of-transition-2/, em: 13/06/19, às
17:22 hs.

IMAGEM: KERAMEIKOS MUSEUM - ATENAS

Fonte: http://www.greece-is.com/kerameikos-a-place-of-transition-2/, em: 13/06/19, às


17:25 hs.

9
OS GREGOS E SUAS PRÁTICAS DE MÁGICAS

Fonte: https://molinatorres1997.files.wordpress.com/2014/04/c3b1lll.jpg, em: 13/06/19, às


17:30 hs.

10
BONECA PERFURADA POR 13 PREGOS CHAMADA DE PTOLEMAIDE.

(EGITO – SÉCUO IV d.C)

Fonte: https://molinatorres1997.files.wordpress.com/2014/04/images.jpg, em: 13/06/19, às


17:33 hs.

OS ESPÍRITOS INVOCADOS PELOS MAGOI OU FETICEIROS NO


MOMENTO DE REALIZAR A PRÁTICA DOS KATADESMOI ERAM, EM
GERAL, ESPÍRITOS ATORMENTADOS DE PESSOAS QUE TIVERAM UMA
MORTE PREMATURA, COMO OS DAS CRIANÇAS POR EXEMPLO:

11
Fonte: https://molinatorres1997.wordpress.com/, em: 13/06/19, às 17:44 hs.

12
Referência Bibliográfica Complementar:

http://phoinix.historia.ufrj.br/media/uploads/artigos/14_-
_Kerameikos_lugar_de_poder_e_de_magia_na_Atenas_do_IV_a._C._-_Maria__Fs3u2FP.pdf,
em 13/06/19, às 15:43 hs.

https://www.youtube.com/watch?v=R0zjdPbMZA8

http://esunaviejahistoria.blogspot.com/2015/05/el-mal-las-maldiciones-y-el-vudu-en.html, em
13/06/19, às 15:16 hs.

https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/31943954/
Representacoes_da_Cidade_Antiga.pdf?response-content-disposition=inline%3B%20filename
%3DO_logos_unificador_de_Protagoras_-_Repre.pdf&X-Amz-Algorithm=AWS4-HMAC-
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=47, em 13/06/19, às 15:47 hs.

http://www.greece-is.com/kerameikos-a-place-of-transition-2/, em: 13/06/19, às 17:22 hs.

https://molinatorres1997.files.wordpress.com/2014/04/c3b1lll.jpg, em: 13/06/19, às 17:30 hs.

: https://molinatorres1997.files.wordpress.com/2014/04/images.jpg, em: 13/06/19, às 17:33


hs.

https://molinatorres1997.wordpress.com/, em: 13/06/19, às 17:44 hs.

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>® Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em História, pela
Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o
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2
Bibliografia

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Artigo encontrado em: http://www.nehmaat.uff.br; http://www.pucg.uff.br
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VILELA, Marcelo Miranda. “O julgamento Pós-Vida Presente no Livro dos Mortos
do Antigo Egito: Religião, Moral e Sociedade.” Tese de Mestrado (UFF), Niterói,
2006.
Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
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5
Materialidade
A Magia que tinha por objetivo destruir o inimigo ou leva­lo à morte. O mago ou feiticeiro escrevia na lâmina
de chumbo o nome do solicitante da magia e o nome da pessoa que sofreria a maldição.

Exemplo de lâminas de chumbo


dos Katadesmoi.
As placas de chumbo eram
resistentes à agua e de baixo
custo.
Defixio romano (tablet maldição) desejando a
morte em "Rhodine" (meados de 1 c. A. C.). ©
Marie­Lan Nguyen / Wikimedia Commons Os gregos começaram a escrever maldições
sobre o chumbo no século V aC, provavelmente
tomando emprestadas as tradições anteriores
do Oriente Próximo. Da Grécia, eles se
espalharam por todo o império romano. Os
livros de feitiços que sobrevivem do Egito
romano incluem receitas e textos de exemplo
para criar maldições, e quando Hermias
escreveu seu apelo, o texto padronizado que ele
usa mostra que ele provavelmente teve acesso
a tal receita, provido de espaços em branco nos
quais inserir seu título. nomes. Nem todas as
maldições tratam de amor: muitos procuram
punir ladrões e assassinos, colocar
concorrentes fora do negócio, silenciar
Fonte: Drag Her by the Hair and Heart
The Manosphere and Ancient Love Curses testemunhas em uma ação judicial ou impedir
https://eidolon.pub/drag‐her‐by‐the‐hair‐and‐heart‐268aed5fd343
que a equipe errada ganhe uma corrida de
bigas.
Cemitério Karameikos (Atenas/Grécia)
A lâmina de chumbo com a maldição era colocada na
mão direita do defunto.
Uma das maldições mais conhecidas, dirigida
a uma mulher chamada Ptolemais, diz: "Arraste-
a pelos cabelos e pelo coração até que ela não fique mais
distante de mim, Sarapamon ..." e foi acompanhada
por uma estatueta de barro de uma mulher
ajoelhada e suas mãos amarradas e
perfuradas com treze pinos de bronze.

Fonte: www.youtube/watchpv=ROZjdbMZA8
Drag Her by the Hair and Heart‐The Manosphere and Ancient Love Curses
https://eidolon.pub/drag‐her‐by‐the‐hair‐and‐heart‐268aed5fd343
FICHAMENTO:

ATENAS – GRÉCIA

Atenas era uma cidade extraordinariamente cosmopolita. Um ateniense poderia observar


milhares de imigrantes temporários e permanentes de outras cidades gregas ou de terras
não gregas trabalhando a sua volta, muitas vezes fazendo exatamente o mesmo trabalho
que ele, sem, contudo, compartilhar de nenhum de seus direitos de cidadão. “A
característica mais marcante da cidadania ateniense é que, quando viajava para além dos
limites de sua própria pólis, era imediatamente privado de seus direitos políticos”.

JONES, Peter V. O mundo de Atenas: uma introdução à cultura clássica ateniense.


São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 156.

“Atenas é a capital da Grécia. A cidade também foi o centro da Grécia Antiga, um


império e civilização poderosa, e ainda é dominada por monumentos do século V a.C.,
como a Acrópole, uma cidadela no topo de uma montanha repleta de construções
antigas, como o templo Partenon e suas muitas colunas. O Museu da Acrópole,
juntamente com o Museu Arqueológico Nacional, preserva as esculturas, os vasos, as
jóias e outras relíquias da Grécia Antiga.”

PORTO DO PIREU – ATENAS

O principal porto de Atenas era Falero, até que Temístocles mudou o porto para o Pireu.

Como Falero era muito pequeno, Temístocles quis fazer do Pireu o maior e melhor
porto da Grécia, percebendo que com apenas pouco trabalho o Pireu poderia se tornar
um porto. Seu objetivo era que Atenas ganhasse a hegemonia no mar. Temístocles,
primeiro de forma secreta, depois de forma mais clara, mostrou seus planos, e a obra foi
feita com rapidez, antes do prazo previsto.

As muralhas longas de Atenas conectavam a cidade ao Pireu, por uma distância


de quarenta estádios; a capacidade do porto era de quatrocentos navios.

1
Quando Atenas foi derrotada na Guerra do Peloponeso, as muralhas foram destruídas;
elas foram reconstruídas mais tarde, e destruídas finalmente quando Lúcio Cornélio
Sula tomou a cidade.

Pausânias (geógrafo) (c. 115 - 180 d.C.) [carece de fontes] descreveu o porto, dando
vários detalhes:

O porto tinha o túmulo de Temístocles.

Havia um recinto com estátuas de bronze de Zeus e Atenas, e um retrato de Leóstenes e


seus filhos.

Uma estátua de Zeus feita por Leocares.

Perto do mar, um santuário de Afrodite, construído por Conon depois de sua vitória
naval contra os espartanos.

DUARTE, Alair Figueiredo. PIREU: A “Cidade-Porto da Atenas Clássica”.


NEARCO: Revista Eletrônica de Antiguidade, 2019, Volume XII, Número II – ISSN
1982-8713, Núcleo de Estudos da Antiguidade –NEA, Universidade do Estado do Rio
de Janeiro. (pgs.09-12).

“O porto do Pireu em Atenas foi na era Clássica um importante elemento de poder para
a política marítima ateniense no século V a.C. Foi através dele que Atenas exerceu
hegemonia sobre o Mar Egeu durante a Koyna Délico Ática, a região também tornou-se
território de identidade para cidadãos sem recurso que viviam de jornada trabalhada em
Atenas, assim como para toda atividade mercantil ateniense. A proeminência do Porto
do Pireu ganhou tanta notoriedade que chegou a ocupar lugar de destaque e
protagonismo econômico em Atenas, que embora estivesse subordinado a região central
da polis, rivalizava com a Ágora a ocupação dos espaços urbanos como se fosse uma
“Cidade-Porto”.
“O Porto do Pireu, localizado em Atenas tratava-se de uma região importante para a
polis e seus cidadãos tinham total consciência dessa importância para a defesa e
desenvolvimento da sua comunidade. Suas muralhas não somente protegiam a região
como também lhe atribuíam maior imponência. A colina Munichia, vista como defesa
natural, se adicionava as defesas artificialmente erigidas. Aristóteles na Constituição de

2
Atenas (XX: 2), destaca que a primeira tentativa de fortificar a zona portuária do Pireu
se iniciou em 511 a.C. quando Hippias, um dos filhos de Pisístrato, tentou circundar o
porto construindo uma muralha, mas os trabalhos de faixas defensivas na região
somente foram intensificados no período em que Temístocles foi archonte. Toda a
arquitetura e construções edificadas na região do Pireu projetou-se sobre o modo pelo
qual os cidadãos passaram a perceber a cidade. Tendo Atenas adentrado ao circuito
comercial da Hélade desde a era soloniana, gradativamente foi inserindo ao seu
cotidiano e a base da sua economia, o fator mercantil. Desse modo, no século V a.C.,
buscou-se manter muitos postos de trabalhos voltados às finalidades marítimas, visando
efetuar trocas e complementar os elementos deficitários da sua produção interna. Na
zona portuária do Pireu era possível encontrar remadores, carpinteiros, construtores de
velas, oleiros e demais trabalhadores buscando receber algum misthoi (pagamento) pela
jornada trabalhada. Os cidadãos que viviam da rotina portuária, conferiam identidade ao
lugar e Atenas, de modo geral, passou a perceber o Pireu como lugar de labuta. Os
cidadãos atenienses do segmento thetes perceberam que o ambiente do porto não era útil
apenas para conquistar a sua subsistência, recebendo pela jornada trabalhada, a zona
portuária lhes rendia importância e notoriedade política, por isso, acabaram por fazer do
Pireu uma “nova Cidade-Estado”, na qual não apenas a Ágora – praça central de
comércio -, localizada no centro urbano se contratava a região rural da polis. Foi através
das construções na região urbana da polis dos atenienses, sobretudo, na zona portuária,
que cidadãos thetes deixaram transparecer seus imaginários de cidadania. A construção
do porto do Pireu intensificou as atividades mercantis e a polis deixou evidente o
interesse em assumir a condição de polis marítima. Ou seja, Atenas tornou-se a Cidade-
Estado dotada de uma política voltada ao exercício do poder marítimo, com o devido
respaldo do seu poder naval. Para atender os interesses de sua nova política marítima, as
ruas do porto do Pireu não poderiam crescer de maneira aleatória e desordenada, elas
deveriam ser capazes de realizar o escoamento das cargas portuárias e dos seus
carregamentos, atendendo ao fluxo de reparos e atracagem das embarcações que
chegavam na zona portuária de Atenas. A zona portuária do Pireu projetava as
aspirações de poder da polis, estendendo segurança aos cidadãos que habitavam demais
zonas políades, segundo as suas aspirações e necessidades: aos habitantes da área
urbana (asty), o porto simbolizava e oferecia defesa, pois a projeção do poder marítimo
ateniense dissuadia inimigos, impedindo de se aproximarem livremente da zona
administrativa da polis, lugar onde se localizavam os edifícios governamentais. Ao

3
cidadão thete, que vivia da jornada trabalhada, o Porto do Pireu representava a
oportunidade de conquistar a subsistência e para os ricos comerciantes oligarcas
atenienses, o porto do Pireu simbolizava o aumento das suas posses. Portanto, o Pireu
com seus estaleiros, ruas e edificações, projetava os imaginários de poder e segurança,
até mesmo aos 1 Termo polissêmico na atualidade, contudo, um dos primeiros a buscar
uma definição para o conceito foi Alfred Tayer Mahan que entre 1879 e 1914 escreveu
dezenas de livros sobre História e Estratégia navais, sendo que o “The Influence of Sea.
Power upon History 1660-1783” de 1890 foi o mais significativo. Nele Mahan passou a
discutir os seis elementos que afetavam esse Poder Marítimo que seriam a posição
geográfica, a conformação física, a extensão territorial, o tamanho da população, o
caráter nacional e o tipo de política governamental. As guerras ocorridas no mar entre
1660 e 1783 serviram para confirmar suas proposições em todo o decorrer do livro.
Outras obras de Mahan se seguiram: “The Influence of Sea Power upon the French
Revolution and Empire” de 1892 e “Naval Strategy compared and contrasted with the
principles and practice of military operations on land” de 1911. Nessas obras o autor
norte-americano procurou demonstrar mais uma vez a pertinência de suas conclusões.
Outros livros de Mahan tiveram importância, podendo ser mencionados: “Retrospect
and Prospect” de 1902 e “Naval Administration and Warfare” de 1908. Sua concepção
está assentada em conceitos muito bem definidos no seu primeiro livro de 1890. Definiu
que o Poder Marítimo seria integrado por dois elementos de natureza distinta, os
interesses marítimos e o Poder Naval. Os primeiros congregavam valores econômicos e
sociais e, o segundo, valores políticos e militares. (ALMEIDA, F. E. Alves de. 2008:5-
6) estrangeiros que estavam de passagem por aquela zona portuária. “É por esse motivo
que a política marítima ateniense obteve eficácia durante todo o século V a.C.”

GUERRA DO PELOPONESO E A PESTE

Partimos do principio que a Guerra do Peloponeso e a Peste que assolou Atenas tenham
contribuído para a entrada de novos deuses e novas praticas religiosas, como menciona
Robert Parker1 (PARKER, 1996: 153) que antigos ritos convivem agora com novos
deuses, e no espaço da Pólis ateniense, os novos ritos passam a representar uma religião
híbrida na área social e cultural da região do Pireu. A inclusão de deuses estrangeiros

1Robert Parker é Historiador com especialização em História Antiga (religião Grega). Lecionou na Universidade de Oxford,
Inglaterra.

4
nesse contexto irá contribuir com as novas práticas religiosas dos Gregos,
principalmente na região do Pireu ao qual nos cabe pesquisar.
“Durante a Guerra do Peloponeso, Péricles teria incentivado a população nucleada na
zona rural, chora, migrar para a asty. Ao abastecer a polis através de seus navios e sua
zona portuária, Péricles, visava um conflito de longa duração, capaz de exaurir os
recursos econômicos de Esparta, sua adversária no conflito. A manutenção do comercio
marítimo e abastecimento da polis era o maior trunfo dos atenienses contra seus
adversários, mesmo antes da Guerra do Peloponeso. Abastecer e desabastecer com
rapidez as embarcações que atracassem no Pireu era fundamental e por isso as ruas que
conduziam ao porto, não poderiam se configurar de vielas estreitas. O arquiteto que
aceitasse o desafio de reformular as vias urbanas do Pireu, teria um árduo trabalho a
desempenhar. Hippodamus de Mileto, na primeira metade do século V a.C., não apenas
aceitou o desafio quando foi comissionado por Péricles, mas também foi capaz de
materializar no terreno, um plano de ruas regulares. Esse projeto entrou em simetria às
muralhas que circundavam a sua zona portuária – chamada de circuito de Temístocles -,
tornando o Pireu, uma verdadeira fortaleza e centro comercial, destacando-se da Asty e
da Acrópole ateniense (apud DICKS, 1968: 145). “(DUARTE, 2019: 12)

“Embora o Porto do Pireu tenha se tornado o centro da política marítima ateniense e se


configurando como lugar de memória e participação social dos cidadãos oriundo do
segmento censitário thetes; inicialmente, o local foi idealizado como zona de exclusão
dos debates políticos, pois teria a finalidade de manter seus frequentadores distante das
decisões políticas da Ágora Central em Atenas (REDEN, 1995: 21). A região em que se
localizava o complexo portuário do Pireu, tratava-se de uma rocha calcária peninsular,
de aproximadamente três quilômetros e meio, inserido no Golfo Sarônico, a
aproximadamente 7 km de distância da Ágora Central da polis (GARLAND, 1987: 7-8).
O distanciamento entre o porto e a Ágora Central, permitiu que um bloqueio naval que
fosse eficaz em lhe negar o uso da plataforma marítima para fins bélicos e comerciais.
Atenas mantivesse tradições de origem aristocráticas, as quais privilegiavam interesses
fundiários; mas em contrapartida, teve de se adaptar a uma nova ordem comercial
predominante ao final do século V a.C.” (DUARTE, 2019: 13)

DRAEGER, Andréa Coelho Farias. Para além do lógos: a peste de Atenas na obra de
Tucídides. Hist. cienc. saude-Manguinhos vol.12 no.1 Rio de Janeiro Jan./Apr. 2005.

5
“A peste de Atenas tornou-se célebre mais por sua descrição empreendida por Tucídides
do que por seu reflexo nos destinos da cidade. O peso simbólico do evento tem seus
significados radicados na crise política que Atenas enfrentou, graças tanto ao assédio
dos lacedemônios quanto ao questionamento acerca do desempenho de suas
instituições.”

“A história da guerra, presente direta ou indiretamente na obra de muitos autores


clássicos, foi tematizada por Tucídides, em uma obra que recebeu o nome de A guerra
do Peloponeso. Esta longa guerra (durou de cerca de 431 a 404 a.C) logrou envolver
quase todos os povos gregos, que, no mínimo, sentiram seus efeitos. No relato de
Tucídides, nota-se como, naquele momento, havia uma grande moção na maioria dos
povos gregos, o que o historiador ateniense eleva a uma situação sem precedentes.”

“Tucídides, consoante sua tarefa de historiador, constrói a história da guerra, uma vez
que ele próprio participou dela, na condição de estratego. Em sua obra nota-se uma
riqueza e uma minuciosidade incomuns em descrições análogas e coetâneas,
principalmente no livro II.”

“A guerra tem como motor a disputa da hegemonia territorial entre as


duas póleis envolvidas, e a origem da refrega remete ao descontentamento dos
espartanos com a atuação de Atenas na administração do espólio da guerra contra os
persas.”

“A invasão da Ática é marcada por grandes destruições, os peloponésios devastaram


primeiro aqueles campos, obrigando a população, sob ordens de Péricles, a refugiar-se
no centro urbano. Ao mesmo tempo em que a cidade era destruída por terra, os
atenienses com seus navios assediavam o litoral do Peloponeso. Por um tempo, os
atenienses tiveram relativos sucessos; porém, com uma segunda invasão da Ática e com
a desapropriação da zona rural, a cidade começou a enfrentar uma grave crise: a peste.
Relembrando uma imagem terrífica de Tucídides, a cidade definhava por dentro e por
fora (éndon kaì éxo), pois enquanto os atenienses caíam por terra devido à guerra, a
peste dizimava a população no interior da cidade. (DRAEGER, 2005: 01)”

CULTO AOS DEUSES LOCAIS EM ATENAS

6
Na Grécia havia duas formas de expressão religiosa. As elites cultuavam um panteão de
deuses como Zeus, Afrodite e Atena. As histórias desses deuses são conhecidas através
da mitologia que é um conjunto de crenças que explicam a criação do mundo e da
humanidade.

As populações pobres cultuavam crenças ligadas ao misticismo e às forças da natureza.


A devoção popular envolvia práticas rituais que tinham o objetivo de conseguir auxílio
imediato para as dificuldades do cotidiano.

Eram cultuados nos santuários em Atenas deuses tais como Atena, Poseidon, Afrodite,
Zeus, Perséfone, Hades, Hermes, Apolo, Deméter, Kóre entre outros.

DIEGO DA SILVA PEREIRA (2019)


(P.28)
“Apolo era um Deus recente no Panteão grego e o ideal que ele representava de
elevação e de pureza manifestava-se no divino. Com efeito, a veneração de Apolo
estava espalhada por todo o mundo grego, seja no contexto estatal ou nos domínios
privados. Havia santuários dedicados ao Deus por toda a Grécia e também em regiões
próximas, sendo o seu culto bastante difundido na época das fontes escritas por volta de
700 a.C” (apud BURKERT, 1993)
“Zeus possui templos não apenas em seu santuário em Dodona, mas também em
Olímpia, e até mesmo sob a aparência do Deus egípcio Amon em seu santuário no Oásis
de Siuá, no Egito. Amon tornou-se famoso entre os gregos, quando ele recebeu
Alexandre, o Grande, como seu próprio filho: daí os chifres de carneiro nas moedas de
Alexandre, visto que o carneiro era sagrado para Amon.” (PEREIRA, 2019: 29)

PESQUISADORA DO MAE/ USP: Lilian de Angelo Laky

“Os gregos antigos foram um povo politeísta, que habitou o sul da Península balcânica e
várias áreas do Mediterrâneo e mar Negro. Para eles, como outros povos antigos, as
esferas religiosa, política e econômica se misturavam. A divindade mais importante era

7
Zeus. Seu culto estava ligado, inicialmente, ao agrário e ao pastoril, e era realizado em
picos de montanhas ou em cavernas. Posteriormente, foi associado às leis, à justiça e ao
poder, e passou a ser cultuado, entre outros lugares da cidade grega, na ágora, espaço
onde ficavam os prédios públicos e era o centro da vida social nas pólis (as cidades-
Estado gregas).”

“Estudo da arqueóloga Lilian de Angelo Laky no Museu de Arqueologia e Etnologia


(MAE) da USP mostra que a época clássica (séculos 5⁰ a 4⁰ a.C.) foi o grande período
de vinculação do culto de Zeus à pólis grega. A pesquisa, pioneira ao unir a análise de
santuários dedicados a Zeus e de moedas gregas antigas com imagens dessa divindade,
recebeu o Prêmio Tese Destaque 2018 na categoria Ciências Humanas.”

“Segundo a pesquisadora, esses dois materiais históricos, santuários e moedas, trazem


um contexto único. Ambos eram produzidos por uma mesma entidade política: as pólis.
E revelam muito sobre o mundo grego, ajudando a entender as mudanças do culto a
Zeus na Grécia Antiga, além da apropriação e a consolidação da função dessa divindade
nas cidades-Estado.”

Valéria Dias, do Jornal da USP (2020)

FONTE: https://www.fascinioegito.sh06.com/amon.htm, em: 07/08/20, às 20: 58 h.

AMON ERA O grande deus de Tebas, de origem incerta. Seu nome significa O Oculto.
Originariamente talvez tenha sido uma divindade do ar e do vento, primeiro elemento
cósmico a receber a vida no caos informe que prevalecia antes do universo ganhar
forma. Posteriormente adquiriu fisionomia própria. Era representado como um homem
barbado, usando na cabeça uma touca encimada por duas longas plumas, às vezes com o
membro sexual ereto, o que sublinhava suas faculdades generativas, empunhando na
mão direita erguida um cetro em forma de látego. Seus animais sagrados eram o
carneiro de chifres curvos e o ganso. Seu santuário principal ficava em Tebas, no Alto
Egito, e até hoje podemos admirar as esfinges da avenida das procissões do templo de
Amon em Karnak, com seus corpos de leão e cabeças de carneiro. Entre as patas as
esfinges têm uma estátua da divindade ou do faraó, protegendo-os de influências
maléficas.

8
O EGIPTÓLOGO JOHN WILSON assim se refere a essa divindade:
O nome Amon significa "Oculto" de maneira que Amon era um deus invisível, um deus
que podia ser imanente por toda parte. Segundo um antigo sistema teológico, Amon,
como invisibilidade, era um dos oito deuses do caos anterior à criação. Assim, podia ser
invisível e informe, ou o deus do ar. De qualquer modo, enquanto ser cósmico, podia ser
transplantado facilmente de um sistema teológico para outro como deus de ação muito
extensa. Chegou a substituir os deuses tebanos anteriores e a atuar como o deus de toda
a nação. Com esse poder foi enxertado no deus-Sol, Rá, como "Amon-Rá, Rei dos
Deuses". Como deus da nação egípcia, se converteu no grande deus imperial com o
Império Novo (c. 1550 a 1070 a.C.) e assim assumiu um caráter universal. Há uns
quatro mil anos foi construído para ele o templo mais sólido de todos os tempos, o de
Karnak, com as amplas construções erguidas desde o Império Médio (c. 2040 a 1640
a.C.) até a época romana (30 a.C. a 395 d.C.). No final do Império Novo chegou a ser a
mais rica potência do mundo e o poder de seu sumo sacerdote rivalizava com o do
faraó. Foi no começo da XII dinastia, por volta de 1991 a.C., que essa divindade saiu da
obscuridade cósmica para começar sua impressionante carreira.

PELO FATO DE SER UM DEUS DE TEBAS, conforme nos ensina o renomado


egiptólogo Alan W. Shorter, ele não ocupou posição de destaque durante o primeiro
grande período da história egípcia. Quando, entretanto, o trono passou para uma família
originária de Tebas, os faraós do Império Médio, o deus local alcançou grande prestígio.
Mais tarde, quando os príncipes tebanos da XVII dinastia (1991 a 1783 a.C.)
conseguiram livrar-se do jugo odioso dos hicsos (estrangeiros que haviam invadido o
país por ocasião do colapso do Império Médio), viram
em Amon o artífice de sua vitória. A partir de então, a
influência de Amon cresceu incessantemente e, quando
o Egito estendeu o seu império à Ásia e ao Sudão, esse
deus passou a ser precisamente o símbolo de tal
poderio.

MAS NENHUMA DEIDADE QUE aspirasse à


posição de deus nacional podia ter esperança de
sucesso se não estivesse em harmonia com o
vasto corpus da doutrina solar, na qual se baseava o

9
sistema monárquico egípcio. Foi necessário, por essa razão, que o clero de Amon o
identificasse com o deus-Sol — após o que se tornou Amon-Rá — e que o todo da
doutrina solar lhe fosse aplicado, para que daí em diante ele passasse a ser considerado
em tudo idêntico ao próprio Rá. Rá era o deus criador de todas as coisas. Ele era o deus
supremo da doutrina religiosa da cidade de Heliópolis. Sempre foi considerado o mais
importante de todos os deuses egípcios e assim continuou sendo ao longo de toda a
história egípcia. Alan Shorter também escreveu: A evolução dos acontecimentos
políticos podia, por um certo tempo, conferir prestígio a outras divindades, mas no
fundo a teologia solar jamais deixava de exercer a sua influência no sentido de fazer
com que os outros sistemas se adaptassem a ela. Assim, com o sincretismo das duas
divindades, Amon-Rá, representado na ilustração acima, tornou-se deus nacional do
Egito a partir da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.). Um hino egípcio, citando Punt e
Mejayu, terras do incenso e das essências aromáticas, louva a divindade e enaltece
seu doce perfume:

Aquele de natureza mais nobre que qualquer outro deus, ante cuja beleza os deuses se
regozijam. Aquele a quem se louva na Grande Casa, a quem se coroa na Casa do Fogo.
Aquele cujo doce perfume os deuses tanto apreciam, quando chegado de Punt.
Exuberantemente perfumado, quando chegado da terra de Mejayu. A face formosa,
quando chegado da terra do deus.

A IMPORTÂNCIA DE AMON REFLETIA-SE ATÉ no nome dos faraós. Foi assim


que na XVIII dinastia quatro reis foram chamados de Amenófis (Amen-hotep), que
significa Amon está satisfeito. A esposa de Amenófis I, Aahmes-Nefertari era
considerada esposa de Amon. Ela dormia no templo e suas crianças eram tidas como
filhos e filhas do deus. A esposa do sumo sacerdote era a concubina de Amon. Foi
Amenófis I que estabeleceu as bases do culto de Amon em Tebas e ele também iniciou a
edificação das magníficas construções de Karnak, ampliadas por seus sucessores, a qual
se transformou na maior estrutura religiosa jamais construída pelo homem. Muito do
seu reinado de apenas 10 anos foi dedicado em parte ao estabelecimento da nova
religião nacional.

10
COM SUA ESPOSA Mut e seu
filho Khons, Amon formava a
tríade dos deuses tebanos, mas
também tinha centros de culto em
Hermópolis, Tanis e Mênfis. Na
sua identificação com o deus-Sol,
acreditava-se que fosse,
fisicamente, o pai de todos os
faraós, os quais, na qualidade de
sucessores, recebiam o trono de
suas próprias mãos. Para gerar seu
herdeiro, Amon tomava as feições
do faraó reinante e visitava a
rainha enquanto esta dormia em
seu palácio. Numa inscrição
existente no templo de Hatshepsut,
em Deir el-Bahari, o procedimento é descrito. Ao lado vemos a ilustração que
acompanha o texto e que mostra, metaforicamente, esse encontro. Na figura a divindade
aproxima da narina da rainha o símbolo da vida. Referindo-se a esse encontro de
Aahmes, mãe de Hatshepsut, com o deus, o texto diz:

Ele a encontrou quando ela repousava em seu magnífico palácio. Ela acordou com o
perfume do deus e sorriu para sua Majestade. Ele avançou direto para ela e a desejou
grandemente, deu-lhe seu coração e fez que ela o contemplasse em seu aspecto divino,
após ter vindo até ela. Ela se regozijou com a sua beleza, e o amor dele passou para o
seu corpo; o palácio exalava o perfume do deus e seu aroma era em tudo idêntico ao de
Punt.

QUANDO O IMPÉRIO EGÍPCIO SE EXPANDIU, Amon tornou-se um deus da


vitória, a deidade que encorajava seu filho, o faraó, a prosseguir nas campanhas que
dominariam todas as nações, tornando-as tributárias da divindade, do rei e do Egito.
Vários relevos nas paredes dos templos mostram o faraó vitorioso sacrificando
prisioneiros de guerra em presença do deus, golpeando suas cabeças com uma clava de
pedra ou liderando o cortejo dos chefes capturados. Amon também orientava o faraó nos
rumos a tomar e ordenava submissão aos inimigos. Na Estela da Vitória de Tutmósis III

11
(c. 1479 a 1425 a.C.), atualmente no Museu do Cairo, podemos ler as determinações do
deus:

Resolvi ordenar a ti que esmagues os príncipes da Palestina;


Fiz que se prostrassem aos teus pés por todos os recantos de seus países.
Ordeno-lhes que contemplem tua majestade de Senhor do Esplendor, o teu brilho em
suas faces são como imagens minhas.

CONFORME NOS ENSINA E. A. WALLIS BUDGE, no decorrer da XIX (c. 1307 a


1196 a.C.) e XX (c. 1196 a 1070 a.C.) dinastias Amon era encarado como um poder
criador invisível, fonte de toda a vida no céu, na terra, nas águas e no mundo do além-
túmulo, e que se fazia manifestar sob a forma de Rá. Se acreditarmos no que dizem os
textos antigos como, por exemplo, um poema que retrata a batalha de Kadesh, Amon
era um deus que não abandonava seus fiéis. Nessa luta travada por Ramsés II (c. 1290 a
1224 a.C.) contra os hititas, quando o faraó se viu sozinho e cercado pelos inimigos, em
desespero dirigiu-se à divindade e ela replicou:

Avante, avante! Eu, teu pai, estou contigo! Minha mão está junto a ti e eu valho mais
que cem mil homens! Eu, o senhor da vitória, a fonte da força!

Animado por tais palavras, Ramsés II se encheu novamente de coragem e lançou um


ataque tão devastador contra o inimigo que este se viu acuado. O faraó exclamou:

Sou como Montu! Atiro setas com a mão direita e digladio com a esquerda! Estou à tua
frente, como Baal na sua hora! Vejo que as duas mil carruagens, no meio das quais me
encontrava, foram despedaçadas após a passagem dos meus cavalos!

A INFLUÊNCIA DE AMON CRESCEU de forma continuada não apenas no Egito,


mas também no exterior. Às vezes o sumo sacerdote do deus em Karnak se
autonomeava chefe de todos os sacerdotes do país. A força desse homem era muito
grande: a ele cabia administrar os ricos tesouros e bens do templo de Amon e podia
chegar mesmo a ocupar postos civis da mais alta importância, como o de vizir, por
exemplo. Boa parte das rendas do Estado e dos despojos das campanhas de conquista
foram consagradas àquele deus. Além disso — explica Alan Shorter —, seus domínios
não se restringiam unicamente ao Egito, mas incluíam três cidades do Líbano. Sua fama
chegava a todos os cantos; em Canaã, ele era tão adorado quanto Baal ou Astartéia, e
templos eram erguidos em sua honra em cidades da Síria, da Palestina e, bem ao sul, na

12
Núbia e nos mais variados lugares, como em Napata, que estava destinada a se tornar o
baluarte do culto ao deus nos últimos anos da história egípcia. Amon tinha se tornado o
deus supremo do Egito e também do império egípcio, que abarcava boa parte do mundo
então conhecido. Em consequência, uma concepção mais abrangente, mais universal do
que era um deus começou a surgir: Amon-Rá era o criador e pai de toda a humanidade e
não apenas dos egípcios. Ele, segundo o Grande Hino a Amon, era

Atum o criador da humanidade, aquele cuja natureza se distinguira por ter se concebido
a si mesmo; aquele que tornou as cores dos homens diferentes umas das outras.

AMON FALAVA ATRAVÉS DE ORÁCULOS, sendo que um dos mais célebres


ficava em Siwa, no deserto líbio. Foi aí que Alexandre Magno — diz a lenda — ouviu
do próprio deus a confirmação de que era seu filho. Os gregos identificaram Amon com
Zeus e os romanos com Júpiter.

CULTO AOS DEUSES ESTRANGEIROS EM ATENAS

A presença do culto a Isis foi analisada pela pesquisadora Marina


Rockenback.2Percebemos ao longo da leitura sobre essa temática, que as práticas
mencionadas acima transitaram para além dos territórios banhados pelo Mar
Mediterrâneo.

JONES, Prudence J. Africa: Greek and Roman - Perspectives from Homer to


Apuleius. Oxford University Press: 2009.

Livro

Associate Professor, received her B.A. from Wellesley College and her M.A.
and Ph. D. from Harvard University. Her research interests include Latin literature,
Augustan Rome, Cleopatra VII, and ancient geography.

“Á medida que sua adoração se espalhava pelo mundo mediterrâneo, Ísis estava ligada a
várias deusas greco-romanas. Sua associação com o dilúvio do Nilo e a produtividade
agrícola resultante do Egito fizeram de Demeter uma divindade grega apropriada

2ALMEIDA, Marina Rockenback. Por um comparativismo construtivo do culto à Ísis entre atenienses e egípcios no final do V
século a.C. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016.

13
através da qual entender a deusa egípcia. A conexão entre Ísis e a reprodução humana,
através do mito Osíris-Ísis-Hórus, e com a navegação marítima sugere Afrodite como
outro análogo grego. Finalmente, e talvez relacionado ao seu papel de protetora do
faraó, Ísis está ligada ao Tyche grego, personificação da boa sorte e prosperidade de
uma cidade. Tyche, por sua vez, está associada à fortuna romana, que tem como um de
seus atributos a cornucópia e, portanto, o vínculo Isis-Fortuna também incorpora a ideia
de produtividade agrícola.” (p..06)

LIVINGSTON, Lucas. Greek and Egyptian Religious Parallels: Egyptian Gods with
Greek Names in Herodotus and Votive Statuary. June: 2002.

Ancient and Asian art specialist — Art museum educator — Creator and host of the
Ancient Art Podcast at www.ancientartpodcast.org — Brewer inspired by ancient
traditions — Historian of beer and Curator of Experimental Libations at Morgue
Brewing www.morguebrewing.com — Chicago Brewseum Board member

Lucas Livingston

June 7, 2002

ARAÚJO, Gabriel da Silva. RELIGIÃO E POLÍTICA: ALEXANDRE, O GRANDE E


SUA LEGITIMAÇÃO RELIGIOSA NO EGITO SOB O OLHAR DA
ICONOGRAFIA MONETÁRIA. Graduado em História pela Universidade de Santo
Amaro (2013), pós graduado em Arqueologia, História e Sociedade também pela
UNISA, (2016), pós- graduando em Psicopedagogia Educacional pela Universidade
Anhembi Morumbi. Possui pesquisas relacionadas à Arqueologia Mediterrânea,
Arqueologia, Numismática e Egito Helenístico.

“A proibição dos sacrifícios de ovinos é evidente já por este fato, além disso, devemos
nos atentar nas palavras de Heródoto, ao observar a cultura material egípcia, no caso às
esfinges que guardam a entrada do templo de Karnak, templo dedicado a Amon, sua
construção se inicia a mando de Alexandre, mas só se concretiza anos mais tarde pelos
Ptolomeus, observamos claramente inúmeras esfinges com feições de carneiros, animal
está ligado à Amon e posteriormente à Zeus Amon.” (p.34)

14
“Os atributos de Amon serão associados também aos de Zeus, evidenciamos isto em
diversas estátuas públicas no mundo grego, principalmente em Alexandria, camafeus
romanos entre outros exemplos da cultura material que sofre esse sincretismo que fora
acentuado a partir da conquista macedônia, abaixo podemos observar um exemplo,
estatuas de Júpiter (Zeus), as estátuas de Júpiter no Egito representam o deus com uma
cabeça de cordeiro (HERÓDOTO, livro II, 2006, pg. 153), nenhuma estátua de
ZeusAmon da cidade de Siuá sobreviveu, mas inúmeras estátuas romanas sobreviveram
ao tempo.” (p.35)

“O bode que viste com dois chifres são os reis dos medos e dos persas. O carneiro é o
rei da Grécia e o chifre enorme que tinha entre os olhos é o primeiro rei. Quebrado este,
os quatro reis da mesma nação que vão substituir este primeiro, mas não com o mesmo
poder. (DANIEL: 8:20-22)” (p.37)

“Dentre os vários deuses e deusas do panteão greco-romano os principais são: Zeus


(Júpiter), Poseidon (Netuno), Hades (Plutão), Apolo (Febo), Ártemis (Diana), Afrodite
(Vênus), Ares (Marte), Dionísio (Baco), Hefesto (Vulcano), Atena (Minerva), Hermes
(Mercúrio), Deméter (Ceres), Héstia (Vesta) e Hera (Juno). As práticas religiosas dos
gregos se estendiam além da Grécia continental, das ilhas e do litoral da Jônia, o Egeu,
do Helesponto até Ásia Menor, incluindo a Magna Grécia (Sicília, Itália e Meridional),
e nas diversas colônias gregas por todo o Mediterrâneo ocidental, tais como: Massília
(Marselha na atual França) deve-se considerar que a presença grega na península itálica
influenciará os cultos e crenças etruscas, fomentando assim posteriormente a religião da
Roma antiga.” (p.39)

1- O’DEA, Thomas F. Sociologia da Religião. Tradução de Dante Moreira Leite.


Livraria Pioneira. São Paulo: 1969.

“Nas sociedades organizadas, a religião é uma das estruturas institucionais importantes


que constituem o sistema social total. No entanto, a religião é diferente do governo e do
direito. É diferente das instituições econômicas. O interesse central da religião parece

15
referir-se a algo relativamente vago e intangível, cuja realidade empírica está longe de
ser clara. Refere-se ao ‘além’, e a relação do homem com este ‘além’, e sua atitude
diante deste, e ao que os homens consideram as conseqüências práticas do ‘além’ para a
vida humana.” (O’DEA, ‘’1969: 09)

“As condições empíricas, sujeitas a controle são enfrentadas com conhecimento e


trabalho; as condições supra-empíricas, pela magia” (p.18)

“A magia suplementa as capacidades práticas do homem e, por isso, aumenta sua


confiança. Sua função é ‘ritualizar o otimismo do homem, aumentar sua fé na vitória da
esperança sobre o medo. A religião, ao contrário, contribui para o moral do homem ao
ampliar ‘todas as atitudes mentais valiosas’, tais como o culto da tradição, harmonia
com o ambiente, coração e confiança ao enfrentar a dificuldade e ao antever a morte”
(p.19)

2- SUAREZ, Dom Placido. Isis: La Oligarquia Ateniense e las Tradiciones Aticas.


Memórias da História Antiga. Dialnet.Unirioja.net: 1981.

“O culto de Isis se encontra no Pireu desde o século IV a.C, e a primeira escola


de Serápis se pode datar do século III. Se conhece com segurança três templos
de Isis desde o ano 166 e o que coincide com o renascimento da prosperidade
econômica de Atenas que está relacionada com a prosperidade do Porto do
Pireu. Nesse período, os organismos constitucionais atenienses se encarregam de
proteger a divindade egípcia. Inclusive de fazer a ela dedicações públicas. (p.01)
“Em Atenas, se estabelece uma íntima relação entre o culto de Isis, Atenas e o
ritual tradicional eleusino. O culto de Isis sem dúvida, sofreu uma helenização
no sentido de adaptar-se às necessidades sociais dominantes em Atenas no
século I a.C, o que foi um reflexo das idéias políticas, religiosas, morais e
literárias da época.” (p.01)

3- BURKERT, Walter. Antigos Cultos de Mistério. EdUSP: 1986.


“Todos os deuses são cultuados numa busca de ‘salvação’, a qual assume
diversas formas (...) com destaque nos santuários de Meter, Isis e Mitra. Os
deuses egípcios, particularmente Serápis e Isis, são especializados em curas,
com êxito considerável, como mostra a documentação.” E continua “O mundo

16
inteiro anseia em prestar honras a Isis porque ela se revela claramente na cura de
males.” (p.28)
“Em Atenas, ela possui um templo dentro do santuário de Asclépio, e a
incubação se faz nos santuários, tanto de Isis, quanto de Asclépio.” E ainda “a
própria Isis, entre outras deidades é Higéia, a Saúde divinizada. O poeta Tibulo,
torturado pela doença, manifesta suas esperanças de receber auxílio de Isis
através de sua amada Délia. Ele menciona numerosas tabuinhas pintadas que se
encontram no templo de Isis, atestando o poder de cura da deusa.” (p.28)

4- GARLAND, Robert. The Piraeus (Greece) – History. British Library


Cataloguing in publication Data: 1987.

“Foi a partir de 430 a.C que no Porto do Pireu, ocorre a entrada de novos deuses e novas
práticas de culto a deuses estrangeiros, o que começa a mostrar uma fluxo crescente de
pessoas e a população que se tornou cada vez mais misturada. E nos dois séculos
seguintes, esse fluxo aumentou consideravelmente. Pessoas vindas da Caria, do Chipre,
da Trácia, do Egito, da Fenícia, da Fligia foram morar ao redor do Porto.” (p.101)

“Os deuses egípcios como Isis e Serapis acabaram por tornar-se incrivelmente
populares.” (p.101)

“Já no final do terceiro século, participavam dos cultos no Pireu cidadãos e não-
cidadãos, Gregos e não-Gregos, homens e mulheres, escravos e libertos. Enfim, uma
população numerosa e variada.” (p.101)

“Mercenários, metecos, comerciantes, vindos de todas as partes do oeste do


Mediterrâneo se organizaram em pequenos grupos e cada grupo, servia em uma
atividade social e comercial assim como em sua religião de origem.” (p.101)

“Foram encontrados no Pireu como fonte de testemunhos epigráficos cerca de 150


inscrições gravadas de dedicatórias, decretos honoríficos, leis sacras, lista de membros
das associações das tribos que sobreviveram.” (p.101)

“As divindades mais populares eram Zeus, Afrodite, Apolo, Artemis, Athena, Demeter,
Dionísio e Hermes.” (p.104)

17
“A introdução de novos cultos a deuses estrangeiros que se segue até o fim do quinto
século a.C, foi essencialmente uma conseqüência da diversidade cultural de uma
sociedade multi-étnica.” (p.105)

5- FOWLER, Robert L. Greek Magic, Greek Religion. Departament of Classics.


University of Illinois: 1995.

“O tipo mais comum de encantamento mágico é conhecido como ‘defixio’ ou ‘feitiço de


ligação’ onde o praticante busca amarrar ou incapacitar um inimigo. Tais feitiços são
normalmente escritos em uma lâmina de metal e enterrados em um local secreto. Eles
servem a todo tipo de propósito: Para derrubar um rival nos negócios, incapacitar um
rival amoroso, lançar pragas em alguém, aleijar um atleta ou silenciar o orador no
Tribunal de Justiça. Deste último feitiço (muito útil) foram encontrados 67 exemplos em
grego e mais 46 exemplos em latim, atestados por uma descoberta arqueológica no V
século a.C.” (p.02)

“Lâminas inscritas com a uma fórmula mágica garantiam uma recepção favorável no
outro mundo. E algumas vezes, elas eram depositadas em sepulturas.” (p.03)

“Estas práticas eram muito comuns na vida das sociedades antigas. O medo sempre
presente destas obscuras forças do mal foi comprovado pela Antiga Fundação de Lei
Romana, onde 12 lâminas as quais especificamente Theodosio e Justiniano proibiram o
uso de feitiços usados para prejudicar as plantações. A advertência é repetida nos
códigos do V e do VI século a.C.” (p. 04)

6- PARKER, Robert. Athenian Religion. A History. Clarendon Press – Oxford:


1996.

“Foi no V século que o autor afirma ter ocorrido um fenômeno que ele descreve como
fenômeno de inovação religiosa como a entrada de novos deuses e novas práticas de
culto a deuses estrangeiros.” (p. 152)

“Um bom ponto de partida foi a sorte de um dos homens encarregados de codificar e
publicar a mudança no calendário de sacrifícios de Athenas no fim do V século A.C.
Nicômaco acaba por ser processado por abuso contra a lei por admitir altos gastos com
novos sacrifícios, então ele negligenciou a mudança estabelecida.” (p. 152)

18
“Com a entrada de novos deuses, antigos deuses simplesmente desaparecem. A
inovação que ocorreu no V século a.C não foi um sinal de que a antiga religião estava
em crise, mas sim que podemos observar claramente uma transformação constante na
tradição politeísta, em particular, a entrada de deuses estrangeiros.” (p.153)

7- JORDAN, D. R. P. Duk. Inv. 230, an Erotic Spell. Greek Roman, and


Byzantine Studies 40 (1999) 159-170: 2001.

“Muitos feitiços eróticos foram inscritos por homens especialmente para sua relação
sexual com a mulher que era o seu objeto de desejo.” (p.161)

“As inscrições nas lâminas estão quase totalmente intactas, com apenas algumas partes
faltando da direita para a esquerda. Na parte de cima há um desenho de Seth-Typhon,
com uma cabeça de burro com características mais ou menos humanas. Ele está
vestindo uma túnica com franjas e segurando um chicote.” (p. 162)

“O texto que acompanha o desenho é um feitiço erótico: Venha Typhon, sente no alto
portão, IÔERBETH IÔPAKERBETH IÔAPOMPS IÔSESENRÔ IÔBIMAT
IAKOUMBIAI ABERRAMENTHÔ OULERTHEX, Senhor ETHRELYOÔTH
MEMAREBA de Seth: Como você queima, está em chamas, então a alma, o coração se
e se, de quem se e se perfure, até ela vir me amar, se e se, e cole o órgão dessa mulher
em mim. De uma vez só, rápido e rápido.” (p. 162)

8- FLINT, Valerie. GORDON, Richard. LUCK Georg. OGDEN, Daniel.


Witchcraft and Magic in Europe. Ancient Greece and Rome. The Athlone
Press, London: 1999.

“As lâminas poderiam receber auxílio em sua tarefa se fossem acompanhadas por
algumas coisas pessoais da vítima, como seu cabelo ou pedaço de roupa. E, era
esperado que se uma parte da vítima fosse colocada dentro da sepultura com um
cadáver, ela poderia ter uma morte assim como o resto dele. (do cadáver)” (p. 14)

“ Em um tablete egípcio, nós encontramos toda a sorte de figuras inscritas.” (p.50)

“Nós somos sortudos por ter uma quantidade de papiros mágicos gregos como uma
soberba coleção de livros bastante homogêneos sobre o sincretismo da cultura Greco-
egípcia.” (p.54)

19
“Antigos feitiços Egípcios e Babilônios utilizam parentesco maternal e o costume pode
ter sido emprestado deles.” (p.55)

“ A boneca vodu mais elaborada, é uma figura de mulher, cuidadosamente modelada,


feita apenas de barro não cozido, com as mãos amarradas atrás das costas e suas pernas
amarradas atrás dela. Ela foi perfurada por 13 estacas, no meio da cabeça, olhos, peito,
ouvidos, boca, palmas das mãos, vagina, anus e nas solas dos pés. Ela pode representar
Ptolemais, a vítima do feitiço.” E ainda “Uma larga lâmina de chumbo com um feitiço
erótico dirigido contra Ptolemais feito por Sarapamon.” (p.77)

9- CANDIDO, Maria Regina. Atenas: Magia, Maldição e Morte. Revista Phoínix,


Rio de Janeiro, 6: 239-245, 2000.

“A lâmina, selecionada por nós para análise, contém maldições endereçadas a um atleta
adversário de uma competição: Poderoso Bepty, Eutychianos que vai lutar contra
Secundus para que esfrie Euthychianos, seus projetos, sua potência, sua força, sua
capacidade de lutar e esfries também no teu ar tenebroso aqueles que estão com ele. Eu
te entrego Eutychianos, poderoso Typhon Colchloicheilôps, que seja esfriado
Eutychianos, o lutador. Como aqueles nomes são frios que assim esfries o nome de
Eutychianos, sua alma, sua vivacidade, sua sorte, seus projetos, seu raciocínio. Que ele
fique surdo, mudo, sem caráter, incapaz de prejudicar, incapaz de lutar contra alguém.”
(p.240)

“A deusa Hécate, por vezes, era representada junto a um ou três cães e o deus Seth que
acompanhava a evocação era simbolizado na figura de um animal estranho, muito
semelhante a um cão.” (p.240)

“Outra divindade evocada refere-se ao Poderoso Betsy, embora pareça estranho,


reconhecemos este nome como um epíteto do deus egípcio Seth que, na lâmina de
chumbo, é também reconhecido pelo nome de Typhon. O deus egípcio Seth, assim
como Hécate, representavam divindades noturnas, próximas ao mundo dos mortos,
eram divindades evocadas para prejudicar o inimigo. Embora Heródoto (II, 50) afirme
que a Hélade recebeu do Egito quase todos os nomes de deuses.” (p.240)

“O ato de lançar maldições aos inimigos, para Heródoto (II, 39), seria uma prática
presente entre os egípcios. O historiador nos relata que os egípcios, ao fazerem
sacrifícios aos deuses, separavam a cabeça do corpo do animal. Em seguida, lançavam

20
imprecações sobre as cabeças das vítimas de sacrifícios, dizendo as seguintes palavras:
‘qualquer mal que nos ameace recaia sobre aquela cabeça.’ Ao final do ritual, levavam
as cabeças dos animais para vendê-las no mercado ou jogavam-na no rio. Segundo
Heródoto, os egípcios tinham por hábito não comer a cabeça de qualquer animal.
Heródoto já indica a magia como prática estrangeira, não formulada junto à comunidade
dos atenienses, logo, completamente distinta da religião dos deuses olímpicos gregos.”
(p.241)

“De acordo com André Bernard (1991:32), a magia grega que tinha por objetivo fazer
mal ao inimigo havia sido apropriada das práticas egípcias. O autor deixa transparecer
que concorda com as afirmativas de Heródoto. Entretanto, compreendemos que, quando
Heródoto atribuiu aos egípcios o conhecimento e a prática da magia, afastada dos
preceitos da pólis dos atenienses, ele tencionava registrar uma crítica ao momento,
interpretamos como sendo um indício de que a religião e a magia se encontravam em
processo de total oposição, pois a magia deixava de ser uma prática complementar e
auxiliar a coesão da comunidade para se tornar uma prática cujo interesse privado e
particular prevalecia. A observação de Heródoto pode ser entendida como uma crítica à
especificidade da prática da magia no século V a.C, definindo-se como uma prática
situada fora da Paidéia – educação dos atenienses.” (p.242)

“Tanto no Egito quanto na Grécia, havia um particular temor, em relação a


determinados mortos como suicidas e assassinados, devido ao prejuízo que eles
poderiam trazer aos vivos. Tal princípio nos permite conferir uma estreita relação entre
os mortos e a prática da magia de prejudicar o inimigo, assim como a utilização dos
nomes de divindades ctônicas gregas associadas aos deuses egípcios, objetivando
reforçar a maldição.” (p.242)

10- CANDIDO, Maria Regina. A Feitiçaria na Atenas Clássica. Letra Capital Editora:
2004.

“Os pequenos grupos e associações de cultos às divindades estrangeiras tornaram-se


atuantes como um dos meios alternativos para oferta de ajuda mútua, participação ativa,
inclusive, em atendimento ao desejo de remover os obstáculos através da maneira de
fazer os katadesmoi.” (p.105)

21
10- SANTOS, Sandra Ferreira dos. A magia para o amor e para a fertilidade no
mundo grego. II Congresso Internacional de Religião, Mito e Magia na
Antiguidade: 2012.

“Outro tipo de magia amorosa presente nos Papiros Mágicos Gregos é a utilização
destes moldes em argila crua como bonecos voodoo. Um exemplo muito conhecido é
um objeto que se encontra no Museu do Louvre, e que, apesar de ter sido datado do
século II-III d.C, é um exemplo de práticas muito mais antigas. De posse de uma figura
masculina ou feminina com os braços amarrados, deveriam ser selecionas 13 pequenas
estacas de ferro, semelhantes a pregos, e o executor da magia deveria recitar enquanto
furava o boneco. (PMG IV: 296ff)”. (p.04)

“Encantamentos e fórmulas também poderiam estar presentes nos amuletos uterinos,


que poderiam ter intenção de suspender a mestruação ou a hemorragia e permitir a
gravidez, ou ao contrário, provocar o aborto ou a contracepção: Contraia útero, senão
Typhon castigará você”. Ou ainda “A inundação para através da boca da vulva, assim
como o Baixo Egito é fechado em sua margem sul, como a boca do vale é fechada.” E
continua: “Ele foi fechado por Hórus, ele é aberto por Seth.” (p.07)

11- DUARTE, Alair Figueiredo. UMA ANÁLISE SOBRE OS CULTOS


RELIGIOSOS E A PROJEÇÃO DO PODER MARÍTIMO ATENIENSE
ATRAVÉS DO PORTO DO PIREU NO SÉCULO V A.C. Dossiê Nearco.
Revista Eletrônica da Antiguidade: 2013.

“Robert Garland na obra The Pireus, 1987; destaca como a área portuária do
Pireu localizada na polis dos atenienses, tratava-se de um lugar cosmopolita no
V séc. a.C. Na região havia culto de divindades locais e estrangeiras, assim
como circulação de navios e pessoas de diversas etnias mantendo interação
sociocultural intensa, como destacada a documentação de Pseudo Xenofonte. Na
presente comunicação pretendemos estabelecer uma análise sobre determinados
cultos religiosos realizados na região portuária do Pireu na Atenas do século V
a.C., e demonstrar como esses rituais religiosos permitiram a aproximação com
o estrangeiro, transformando a região em uma zona de projeção de poder da
Cidade-Estado ateniense.” (p.01)

22
“nos ritos dedicados a Bendis os sacrifícios também estão presentes e em larga
escala. Por ocasião das Bendideias, após os sacrifícios de costumes, acontecia
uma corrida a cavalo comandada pelo archonte, na qual os competidores
passavam uma tocha entre os competidores enquanto cavalgavam a noite. A
prática desse rito não era prioridade dos cidadãos atenienses, desse festival
participavam também outros grupos étnicos que estavam aportadas e de
passagem pelo Pireu.” (p.07)

“Como nos afirma Robert Garland (Ibidem: 110), a vitalidade religiosa no Porto
do Pireu no século V a.C. foi tão intensa que se transformou em símbolo de
trocas culturais, não reduzindo em nada essa prática mesmo diante do seu
declínio econômico no século III e II a.C. Havia cultos públicos e privados de
vários deuses, dentre as divindades estrangeiras e helênicas cultuadas na região,
podemos citar: Agathe Tyche, Afrodite, Artemis, Baal (ou Bel), Men, Nergal
Serapis e Zeus (Ibidem). Vemos que essa intensidade foi em dada medida,
proporcionada a partir das trocas culturais e atividades marítimas do século V
a.C.” (p.08)

“Culto e ritos de divindades como Artermis e Bendis eram assistidos por:


cidadãos, metécos, escravos e tripulações que estavam aportadas por um longo
período ou apenas de passagem. Evidências epigráficas nos apontam que o culto
da deusa trácia Bendis no Pireu, era o que possuía maior participação de
estrangeiros (apud GARLAND, 1987: 118). Imagens do culto, esculpidos em
uma placa de pedra datada 21 entre 400 e 350 a.C., mostram uma jovem com
vestimentas trácias, próprias para a caça, acompanhada de um cão e segurando
uma lança (Ibidem). Não podemos esquecer nessa comparação e análise de
intercessão religiosa, que Artemis é uma divindade com regência sobre a caça e
fronteiras, no qual o poder abarca os confins e lugares selvagens, por isso
Bendis teria uma receptividade tão acentuada entre os helenos (apud GRIMAL,
200: 47-48). O Pireu era um porto afastado do centro urbano da polis - entre 7 a
8 km - portanto, no imaginário social dos atenienses do século V a.C. poderia ser
considerado o ponto extremo, no qual seria permitido se relacionar com outras
da civilidade” (p.08-09)

23
12- SOUSA, Rogério. SILVA, João Ribeiro da. Serápis nos Confins do Império: O
Complexo sagrado de Panóias. Editora Dom Texto Publicidade: 2013.

“A estatueta (da deusa Isis) representa o sincretismo entre os cultos de Ísis e de


Afrodite, representando a deusa coroada com uma grinalda e deitada num leito
com o vestido levantado de modo a expor os genitais. Os braços estendidos ao
longo do corpo parecem insinuar um paralelo com as estatuetas de concubinas
que, desde o Império Médio, eram incluídas no espólio funerário do defunto
com o intuito de satisfazer as necessidades sexuais do seu Ka (poder vital). A
estatueta porém tem um carácter votivo e atesta a reinterpretação de uma antiga
tradição figurativa egípcia num novo contexto cultual multicultural. Para além
das evidentes conotações amorosas e de fecundidade da deusa Ísis, as
representações da deusa desnudada continuaram a ter um certo carácter
funerário, evocando a deusa mãe do Ocidente que regenera os mortos. Trata-se
de um tema com raízes na mitologia solar egípcia conotado com a regeneração
do deus Ré. A imagem traduz, portanto, o poder de Ísis/Afrodite/Hathor para
garantir a regeneração. Imagens como esta – providas de uma leitura religiosa –
contribuíram para difundir, sobretudo em Roma, uma imagem distorcida dos
cultos isíacos tidos como licenciosos.” Afirma Rogério Sousa (SOUSA, 2013:
17)
13- ALMEIDA, Marina Rockenback de. Porto do Pireu: Lugar Antropológico,
contatos estabelecidos e fluidez de fronteiras. Temporalidades – Revista de
História, ISSN 1984-6150, Edição 21, V.8, N.2 (maio/agosto 2016).

“A partir das conexões marítimas intensificadas no século VII a.C, gregos e egípcios
estabelecem forte intercâmbio, seja de produtos, matérias-primas ou demais elementos
culturais e religiosos. Diante dessa conjuntura a diversidade de cultos torna-se presente
em Atenas, e mais especificamente no Porto do Pireu. Desse modo, nos baseamos nas
intensas relações comerciais estabelecidas através do referido porto, o que possibilitou
nossa inferência sobre a entrada do culto a Isis-divindade-egípcia-na-pólis dos
atenienses entre o final do V século e início do IV século a.C.” (p.162-163)

“Sobre as sociedades politeístas, Marcel Detienne ressalta que estão repletas de


coleções de divindades, em agrupamentos circunstanciais ou recorrentes, em
configurações monumentais ou efêmeras.” (p.163)

24
“Depreende-se que a característica multicultural da região portuária possibilitaria a
interação entre as diversas culturas que ali circulavam, e também a construção de
identidades relativas. Ou seja, entendemos que a partir da presença de santuários
estrangeiros no Porto do Pireu o dos contatos estabelecidos entre os que ali circulavam,
tais como atenienses, egípcios, trácios, etc., as identidades eram reformuladas à medida
que as pessoas iam se relacionando.” E ainda: “A inserção de novos deuses em Atenas
não era impossível, desde que passasse pelo procedimento legal para verificação e
aceitação do culto entre os atenienses. Desta forma, materializamos essa afirmação
através do documento epigráfico IG II 337, e de forma complementar reportamo-nos à
estrutura das ekklesias, que eram as assembléias realizadas em local público para
deliberações de decisões do cotidiano da polis, como a autorização de espaço de culto,
sendo compostas por cidadãos de Atenas e presididas por magistrados pertencentes à
pólis ateniense.” (p.164) E continua: “É de estrema importância ressaltar que antes da
inserção oficializada no fim do V século a.C, o culto de Isis, usado como referência para
inserção de outros cultos estrangeiros em momentos posteriores, foi estabelecido por
algumas famílias em suas próprias residências, permanecendo privado. Gradualmente, o
culto adquire mais adeptos, até que se oficialize na comunidade políade.” (p.165)

Outro artefato mais antigo de sabida utilização pelos gregos especialmente para defesa
contra forças do mal, e que datam pelo menos do século IV AEC, são as kolossoi,
pequenas efigies normalmente confeccionadas em bronze ou chumbo, mas que há
evidências de kolossoi feitas em argila, metais preciosos, madeira, cera e até mesmo
feitas com terra de sepulturas. Essas boneca eram representadas quase sempre de
joelhos e com as mãos e os pés atados, e uma quantidade de espetos tb de metal as
perfuravam em partes específicas do corpo de acordo a intenção do praticante.
Normalmente nos olhos, boca, genitália e membros tanto superiores quanto
inferiores. Elas eram mais freqüentemente encontrados em túmulos, santuários, corpos
de água, leitos de rios, esgotos, e também em uma casa helenística em Delos.

O objetivo das Kolossoi era principalmente o de “amarrar” as forças do mal ou


quaisquer entidades que pudessem ser contrárias aos intentos do feiticeiro que a
manipulava, incluindo deidades de tribos inimigas, mas também poderiam ser usadas
contra inimigos humanos, fantasmas e até para prender o amor de alguém. No caso de
defender-se de um inimigo cuja identidade é desconhecida, usa-se um par de kolossoi,

25
um macho e outro fêmea. E no caso de saber-se ser um grupo de inimigos (normalmente
uma outra tribo) ou grupo de espíritos usava-se em número de três.

Não era incomum a utilização de kolossoi de cunho sexual para amarrações de amantes,
pretendentes e até mesmo maridos/esposas suspeitos de cometer adultério.

Sendo assim, estas e outras tantas formas de magia imitativa e manipulativa foram
ganhando cada vez mais terreno a medida que a sociedade grega se desenvolvia,
deixando seu caráter gentílico para assumir uma postura política, trazendo por
conseqüência uma necessidade muito mais agressiva e imediatista de resolução de
adversidades, fosse uma briga política, uma guerra entre estados ou até mesmo a
derrubada de um competidor em evidência nos jogos. Essas novas necessidades fizeram
com que muitos religiosos que praticavam as artes mágicas passassem a ver nisso uma
forma de extorquir dinheiro da comunidade e começarem a cobrar por seus serviços,
desta forma impelindo charlatões às mesmas práticas e obrigando o governo, no caso de
Atenas, a tomar medidas precatórias com relação à prática da magia. Foram então
criadas leis que puniriam com a mesma severidade com que um assassino era punido
qualquer um que se conseguisse provar ter-se utilizado da magia para atentar contra
outrem. Eis o início da marginalização da magia na Antiga Grécia.

Vimos, portanto, que há infinitos exemplos de como os atos e artefatos mágicos eram
aplicados na vida cotidiana dos gregos, diferindo apenas um “religioso” de um “bruxo”
o direcionamento de suas intenções diante da sociedade em um contexto muito mais
político do que moral, uma vez que suas preces eram recorridas aos mesmos Deuses,
seu modus operandi era praticamente o mesmo assim como os resultados obtidos.

No mais, o legado que a magia grega nos deixou é imenso, e ainda é até os dias de hoje
um prato bem servido de história, filosofia, matemática e arte.

14- ALMEIDA, Marina Rockenback de. ÍSIS E SEU CULTO ATRAVÉS DO


MEDITERRÂNEO. NEARCO – Revista Eletrônica de Antiguidade 2017, Ano
IX, Número II – ISSN 1972-8713 Núcleo de Estudos da Antiguidade
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

“A deusa Ísis, tornou-se uma das principais divindades em torno do


Mediterrâneo, detentora de múltiplos epítetos atraiu diversos seguidores,

26
principalmente os de caráter feminino, devido a suas características de
fertilidade, amabilidade e determinação. Segundo Kraemer (1992, p. 22), as
mulheres da Grécia Antiga adoravam tanto divindades masculinas, quanto
femininas, porém, há forte tendência na popularidade de deusas “com a exceção
de ofertas para Asclépio, o deus da cura, a maioria das oferendas registradas de
mulheres atenienses, foi feita para divindades femininas”, por representarem
elementos como: casamento, fertilidade (agrária e humana) entre outras
características. A identificação das mulheres atenienses como sacerdotisas de
Ísis não era algo difícil, devido suas qualidades e representações. Tal como
podemos visualizar na seguinte afirmação de Sharon Kelly Heyob (1975, p.48):
“Ísis foi retratada no mito como uma esposa modelo e mãe com emoções muito
humanas. Era natural que as mulheres se identificassem com ela. [...] Em Ísis as
mulheres encontraram uma deusa que era, a sua própria, essência” (P.105)

15- Afirma a pesquisadora Marguerite Johnson3 (JOHNSON, 2019: 01) “Foi um


segredo bem guardado entre os historiadores durante os últimos séculos 19 e
20th que a prática da magia era difundida no Mediterrâneo antigo. Os
historiadores queriam manter a atividade discreta porque não apoiava sua visão
idealizada dos gregos e romanos. Hoje, no entanto, a magia é uma área legítima
de investigação acadêmica, fornecendo insights sobre sistemas de crença
antigos, bem como práticas culturais e sociais.”

Enquanto a magia era desencorajada e às vezes até castigada na antiguidade, continuava


assim mesmo. As autoridades condenaram publicamente, mas tendiam a ignorar sua
influência poderosa.

Feitiços eróticos eram uma forma popular de magia. Praticantes mágicos profissionais
cobraram taxas por escreverem encantos eróticos, fazer bonecos encantados (às vezes
chamados de bonecos) e até mesmo dirigir maldições contra rivais apaixonados.

A magia é amplamente atestada em evidências arqueológicas, livros de feitiços e


literatura da Grécia e de Roma, bem como do Egito e do Oriente Médio. Os Papiros
Mágicos Gregos, por exemplo, de Egito greco-romano, é uma grande coleção de magias
de listagem de papiros para muitos propósitos. A coleção foi compilada a partir de

3
Marguerite Johnson, professora de clássicos, University of Newcastle.

27
fontes que datam do século II a.C até o quinto século dC, e inclui numerosas magias de
atração.

16- LAKY, Lilian L. Comunidades Políticas, Comunidades de Lugar e o Estudo


da Paisagem na Grécia Antiga. Fronteiras mediterrânicas: estudos em
comemoração dos 10 anos do LEIR-MA/USP [recurso eletrônico] / Norberto
Luiz Guarinello et al (Orgs.) -- Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019.

“Amon foi uma hibridização da parte dos gregos que, entre outras razões, identificaram
o deus egípcio Amon com Zeus, porque ambos eram clamados como divindades.
Enquanto colonizadores, os gregos interessados na Líbia viram Zeus Amon como sua
divindade tutelar.” (p. 84)

“O último caso que examinaremos – a função do culto de Zeus Amon na Líbia –, mostra
um nível diferente de identidade regional interferindo na criação e articulação de
santuários na estruturação de uma paisagem sagrada-regional-política no mundo grego.
É preciso ressaltar que a Líbia não foi uma área como a Arcádia e a Acaia em que as
pólis viviam dentro de um éthnos, cujos povos se reconheciam em termos de mitos
ancestrais e laços de sangue. Trata-se de uma área no norte da África que foi colonizada
por gregos provenientes do Peloponeso e de ilhas do Egeu (apud Austin, 2004, p.
1243)” (p.84)

17- SANTOS, Ellen Juliane Bueno dos. A representação da deusa Ísis em


Metamorphoses de Apuleio de Madaura (ii d.C.): Uma representação híbrida.
Gaîa 2019 — Volume 10 — Número 1 — ISNN: 1517-8919 Copyright by
Deivid Valério Gaia, Fábio de Souza Lessa, Marta Mega de Andrade, Regina
Maria da Cunha Bustamante (conselho editorial) et alli, 2019.

“Pierre Grimal (2005, p. 254), em seu Dicionário de Mitologia Grega e Romana, ao


comentar sobre Ísis, afirma que ela é “um princípio feminino universal: reina sobre o
mar, sobre os frutos da terra, sobre os mortos; deusa da magia, preside às
transformações das coisas e dos seres, aos elementos etc.”. (P.108)

28
“Depois da conquista de Alexandre, o Grande, a imagem de Ísis sofreu uma releitura
pelos gregos, assim se expandindo cada vez mais para outras culturas durante o Período
Helenístico. Michel Malaise (2000, p. 1), em seu capítulo Le problème de
l’hellénisation d’Isis, comenta que as principais transformações sofridas por Ísis se
vêem presentes nas iconografias em que a deusa usa atributos que até então lhes eram
desconhecidos, inserida em uma nova estética. O historiador argumenta que esse
trabalho de reelaboração da deusa foi feito por círculos sacerdotais de Mênfis,
conhecedores da cultura religiosa egípcia e helênica, permitindo uma fluidez nas
características da deusa tipicamente egípcia, para assim nascer a Ísis helenística” (apud
MALAISE, 2000, p. 19).

“As documentações textuais gregas do Egito costumavam confinar ou assimilar Ísis a


deusas gregas, dando a ela novas funções e liturgias. Dentre as fontes disponíveis, duas
se destacam para se mensurar o grau de helenização de Ísis: 1) os textos sobre aretologia
e hinos e 2) as produções iconográficas. As aretologias e os hinos costumam mostrar as
virtudes esplêndidas da deusa, como beneficente, criando um arquétipo de protetora
onipotente, salvadora, amante dos elementos e do destino (apud MALAISE, 2000, p. 3-
4). A deusa egípcia, então, é investida de funções agrárias, como criadora das frutas da
terra, mas também das leis. É importante lembrar que a aproximação das deusas não
quer dizer que houve a absorção de uma pela outra” (apud MALAISE, 2000, p. 7-8).

“Outra deusa grega com a qual Ísis foi associada foi Afrodite. Tal sincretismo se
instaura de modo intermediário entre a relação da deusa com Hator, deusa egípcia das
mulheres, do amor e da fecundidade, e aparece como simpática aos problemas das
mulheres, ao estabelecimento dos casais e à maternidade” (apud MALAISE, 2000, p. 8)

29
4. DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS1

Uma estatueta e um sarcófago modelo feito de chumbo foram encontrados no fundo do


poço (Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:35 h

Trinta tábuas de chumbo de pelo menos 2.5002 anos foram encontradas em um poço
de água no antigo cemitério de Cerâmico, em Atenas, na Grécia3. Como relatam os
profissionais do Instituto Arqueológico Alemão, responsáveis pela descoberta, as
inscrições nos artefatos mostram que elas são exemplares de placas "enfeitiçadas" ou
"amaldiçoadas".

1
https://web.archive.org/web/20111004200544/http://www.dainst.org/en/objectives?ft=all#, em: 16/08/20, às 15:36 h.
2
Créditos da reportagem: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 41:31 h
3
https://www.dainst.org/en/dai/meldungen, em: 16/08/20, às 15:38 h.

1
Segundo os especialistas, essas maldições eram textos ritualísticos destinados a
causar danos a outras pessoas. Havia quatro principais razões para amaldiçoar alguém:
vencer um processo jurídico, ter sucesso nos negócios, vencer competições esportivas e
assuntos que envolvem amor e ódio. "A pessoa que encomendava uma maldição nunca
era mencionada pelo nome, apenas o destinatário", disse Jutta Stroszeck, uma das
pesquisadoras, ao Haaretz4.

As pequenas tábuas eram gravadas com maldições antigas e "invocavam os deuses do


submundo", por isso acreditava-se que a melhor forma de enviar a mensagem às
entidades era colocar os objetos sobre as tumbas. Mesmo que fossem praticadas, na
época, as chamadas "artes obscuras" eram reprovadas em Atenas e proibidas por lei.

Para não deixarem de "amaldiçoar" seus rivais, os gregos começaram a lançar os


artefatos em poços de água de cemitérios, dedicando as tábuas à sua ninfa da água.
Segundo Stroszeck, a água, principalmente potável era considerada sagrada — e lançar
uma placa de chumbo tornando-a turbulenta era uma forma de irritar a entidade.

"Na religião grega, a água era protegida por ninfas, que podiam se tornar muito
maliciosas quando a água era maltratada", explicou a especialista. Portanto, além de
lançar a tábua identificada pelo nome do inimigo, o que "ativaria" a fúria da ninfa, a
pessoa também jogava oferendas no poço.

Portanto, não foram apenas as placas amaldiçoadas que os arqueólogos encontraram


em Cerâmico. Segundo os pesquisadores, outros itens foram descobertos, como copos,
recipientes para vinho, luminárias de barro, panelas, moedas orgânicas, caroços de
frutas e até artefatos de madeira destinados ao uso pessoal dos atenienses da época.

4
https://www.dainst.org/en/dai/meldungen, em: 16/08/20, às 15:39 h.

2
Uma estatueta e um sarcófago modelo feito de chumbo foram encontrados no fundo do
poço (Foto: Instituto Arqueológico Alemão) 16/08/20, às 12:36 h

De longe, a descoberta mais interessante para os arqueólogos foram as tábuas


"amaldiçoadas". Segundo os cientistas, os gregos antigos costumavam contratar
escritores profissionais de maldições, pois acreditava-se que eles tinham poderes
sobrenaturais, algo útil na criação de feitiços.

Outro fato interessante destacado por Stroszeck5, em entrevista à Haaretz6, é a origem


dessa tradição. De acordo com ela, estima-se que o hábito tenha surgido no século 5
a.C., durante o julgamento de um cidadão da época. Enquanto uma das partes defendia
sua causa, sua mandíbula se quebrou repentinamente e, para as testemunhas, parecia que
ele havia sido amaldiçoado.

5
https://www.dainst.org/en/dai/meldungen, em: 16/08/20, às 15: 40 h.
6
Idem Ibidem, p. 03.

3
Cemitério Cerâmico, em Atenas, na Grécia (Foto: Instituto Arqueológico
Alemão)16/08/20, às 12:37 h

Créditos da reportagem: Instituto Arqueológico Alemão7.

5. OS TABLETES DE CHUMBO8

Valter Pitta 9 (PITTA, 2010: 02) afirma que:

“Os Katadesmos ou defixiones eram tabletes de chumbo ou argila amaldiçoados, que


visavam evocar o poder dos deuses subterrâneos contra uma pessoa particular ou um
grupo ligado de alguma forma. Porém as motivações podiam variar de destruir as
atividades profissionais, obstruir um julgamento na justiça, romper um relacionamento
indesejado a até evocar a morte ou paralisia. Muitas vezes, os nomes das entidades
evocadas não aparecem nas figuras o que indica que eram evocados em um pequeno

7
https://www.dainst.org/en/dai/meldungen, em: 16/08/20, às 15:41 h.
8
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16/08/20, às 15:46 h.
9
Valter Pitta Mendes é Mestre em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras - UFLA

4
ritual oral. Um tablete encontrado no séc. I d.C., já no período romano, perto da cidade
grega de Micenas, agradece os deuses pela vingança obtida com o seguinte texto:
A vingança de Hefesto foi derramada. Primeiro Hecate prejudica os pertences de
Megara em todas as coisas, e depois Perséfone relata aos deuses. Todas essas coisas já
o são. Abaixo alguns defixiones e seus textos amaldiçoados.* Maldição contra os
processos Maldição contra um grupo de homens que atuam no pequeno comércio de
varejo, vendas localizadas na Ágora envolvendo alguns indivíduos de atividades
comercial e juízes.”

Imagem: www.pinterest.com.br, em: 16/08/20, às 12:37 h.

5
(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:38 h.

6. A AMARRAÇÃO PARA O AMOR10

O interessante dessa documentação está no fato de apontarem as mulheres como as


especialistas nas atividades mágicas. Alguns pesquisadores, como Madeleine Jost,
consideram o domínio das ervas e raízes como atributo que pertence ao universo
feminino devido à proximidade das mulheres na elaboração de alimentos. A historiadora
tem por suporte de informação a documentação proveniente da poesia épica, clássica e
helenística que coloca as mulheres míticas como Circe, Calipso, Medéia e Samantha

10
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16q08/20, às 15:47 h.

6
como especialistas e detentoras de domínio no saber usar as ervas como veneno ou
remédio. (PITTA, 2010: 02)

Sobre Eurípedes, o mais interessante na história é que, cinqüenta anos depois,


Eurípides nos apresenta a protagonista Medéia, cujo nome acreditamos derivar da
palavra medos. Na tragédia Medéia, o poeta coloca a protagonista como mulher de feroz
caráter e hedionda natureza por usar de seus conhecimentos mágicos no uso das ervas,
acrescido do uso de encantamentos, para fazer valer a sua vontade de efetivar a
vingança contra os seus inimigos. Medéia pertence a uma linhagem de deuses e magos,
a saber: neta do deus Hélios, sobrinha da feiticeira Circe e sacerdotisa de deusa Hécate -
senhora dos mortos. Magos e sacerdotes por vezes se confundem nas suas funções, pois
ambos realizam rituais de contato dos homens com os deuses e seres sobrenaturais; a
diferença está no tipo de ritual a ser praticado, ou seja, o rito podia ser público visando
benefícios coletivos ou praticados de maneira oculta e secreta visando atender o
interesse individual. (PITTA, 2010: 02) O discurso dos oradores áticos apresenta fatos
interessantes ao narrar os processos judiciais impetrados nos tribunais de Atenas, cujas
vitimas geralmente eram as belas e jovens cortesãs, as hetairai, cobiçadas mulheres
estrangeiras que atuavam como sacerdotisas de cultos a divindades estrangeiras e
prestavam serviços sexuais de alto preço aos cidadãos de recursos em Atenas. Mulheres
como Frinea da região de Th espis, Nino, Th eoris de Lemnos configuram-se como
profundas conhecedoras da arte da magia para fazer mal ao inimigo e do preparo de
poções amorosas. Conhecidas como hetairas, cuja tradução é companheiras, foram
acusadas de impiedade pelo fato de receitarem infusões, banhos de ervas e ungüentos
contraceptivos, além de poções para atrair o amado. (PITTA, 2010: 02) Os acusadores,
em geral, eram homens, seus clientes que foram vítimas de algum erro na dosagem, o
que acarretou em danos à saúde de alguns como a impotência sexual e deve ter causado
a morte de outros.11

Entretanto não podemos afirmar serem as mulheres estrangeiras as únicas detentoras


dos conhecimentos mágicos de fazer mal ao inimigo, pois Platão deixa transparecer na
obra A República a existência de homens que circulavam em Atenas, identificados
como goetes, charlatões, que colocavam à disposição, por um alto preço, seus serviços
11
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16/08/20, às 15:45 h.

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mágicos a quem pudesse pagar. Estes consistiam em evocar e persuadir os deuses e
seres sobrenaturais a atenderem as solicitações dos interessados em prejudicar seus
inimigos, adversários e concorrentes. Todo aquele cidadão de Atenas envolvido numa
situação de desordem pessoal e movido por um acentuado sentimento de raiva, ódio e
rancor tinha diante de si duas situações para recorrer às práticas mágicas ilegais: de um
lado podia sentir-se lesado, prejudicado pelo seu oponente que parecia usar da lei do
mais forte para tornar inoperante a sua atividade e seus negócios; nesse caso, de forma
preventiva, o solicitante fazia uso da magia para trazer o prejuízo ao inimigo e assegurar
a sua vitória sobre o adversário. (PITTA, 2010: 02) Outra situação que envolvia o
solicitante e usuário da magia estava no fato de ele ser acometido pelo sentimento de
inveja chamada de phtonos e despeito diante da sua incapacidade de sucesso e decide de
forma ofensiva impor a ruína aos adversários através de práticas mágicas.
Os mundos da feitiçaria A Grécia ficou conhecida como berço da razão e da cultura
ocidental. (PITTA, 2010: 02) Mas os vestígios deixados pela magia nos mostram os
bastidores desse mundo injusto permeado pelo desejo de vingança. Os deuses evocados
pelos rituais mágicos eram em geral Ctônicos, entidades muito antigas ligadas à terra e
habitantes do submundo associado à idéia de vingança e justiça, em contraste com a
ordem imposta dos céus pelos deuses olímpicos. O Oriente, por tradição, abrigava as
forças desconhecidas e era lar dos conhecimentos ocultos12. (PITTA, 2010: 02)

A partir do momento em que decide agir, mesmo sabendo dos riscos, cabia ao
solicitante buscar o conhecimento de um especialista, o magus-feiticeiro, que tinha por
objetivo demonstrar toda a sua capacidade de realização, pois o sucesso na empreitada
significava prestigio, respeito, sucesso e algum retorno financeiro. (PITTA, 2010: 02)
Entretanto, ao atender o desejo de levar à morte um inimigo do solicitante, o magus
acreditava adquirir mais poder diante da possibilidade de ter a sua disposição e ordem as
almas de indivíduos que seriam mortos antes do tempo determinado pelas
Moiras/Parcas/Destino. (PITTA, 2010: 02) A magia para fazer mal ao inimigo foi
identificada por Platão, nas Leis, como katadesmos ou defixiones. O nome deriva do
verbo katadeo que significa amarrar, prender, imobilizar alguém embaixo da terra. O
termo tece aproximações no sentido de afundar, enterrar, ocultar e tem como
equivalente no latim a palavra defixio, ou seja, fixar embaixo junto ao mundo dos
mortos. As duas palavras nomeiam as finas lâminas de chumbo que circularam no

12
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16q08/20, às 15:48 h.

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universo do Mediterrâneo grego e romano do séc. V a.C. até o VI d.C. O uso das
lâminas de chumbo para prejudicar o inimigo resistiram às mudanças de contexto
sociocultural de Atenas como a consolidação do regime democrático, ultrapassou o
período de crise da forma de governo democrático com as investidas da realeza de
Alexandre da Macedônia e a subordinação ao Império Romano. (PITTA, 2010: 02)

Várias lâminas de chumbo foram encontradas em cemitérios, nos santuários, em


poços d`água e nos leitos de rios em Atenas. A incidência maior e mais documentada é
o Cemitério do Kerameikos, (PITTA, 2010: 02) em Atenas, atravessado pelo rio
Eridanos, cujas escavações estão sob a responsabilidade do Instituto Alemão de
Arqueologia, o German Archaeological Institute in Athenas. (PITTA, 2010: 02) As
lâminas de chumbo identificadas também como tabletes de imprecação apontam para
uma diversidade de modelos de fórmulas mágicas i nscritas nas superfícies dos
defixione, tais como maldições contra testemunhos de processos judiciais, imprecações
contra atividades comerciais, contra adversários de disputas atléticas e solicitação para
eliminar um rival envolvido em triângulo amoroso. Os arqueólogos alemães e ingleses
identificam o total de 2500 lâminas de chumbo com maldições espalhadas por
diferentes museus públicos e coleções privadas da Europa. Deste total, apenas 600
foram identificadas e catalogadas. No Brasil, o Núcleo de Estudos da
Antiguidade/UERJ detém as cópias de 250 lâminas em processo de tradução para uma
futura publicação. A magia de fazer mal ao inimigo manteve o ato de enterrar
objetos nos túmulos, como unhas e cabelos da vítima amaldiçoada
As inscrições presentes na superfície das lâminas são conhecidas desde o século XIX;
começaram com o filólogo Albrecht Dieterich que lançou a idéia de reunir todos os
papiros com as maldições, porém o trabalho só foi concluído pelo seu aluno Richard
Wünsch. As publicações com as últimas descobertas estão no livro de D.R.Jordan em
1985 e Maria A. Jimeno em 1999, ambos ainda não traduzidos para o português.13

Os arqueólogos destacam as dificuldades de manuseio das lâminas de chumbo pelo


fato de a grande maioria ter sido encontrada enrolada e depositada em locais úmidos
como sepulturas, leito de rios e poços de água. Estes locais de assentamento foram
escolhidos devido ao contato direto com o mundo dos seres e das potências
subterrâneas. Para ter acesso à inscrição na superfície da lâmina é necessária a aplicação

13
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16/08/20, às 15:49h.

9
de um tratamento químico visando à remoção dos resíduos e muito cuidado ao
desenrolar o frágil artefato que, por vezes, está transpassado por um prego denominado
de passalos. As inscrições nas lâminas não permitem a identificação do autor da
maldição, mas deixam transparecer qual o prejuízo que se desejava ao inimigo. Às
vezes o nome do inimigo estava escrito com letras inversas visando atrasar sua vida. Em
relação aos seres sobrenaturais, o nome do oponente estava endereçado a divindades
como Persefones, Hermes, Hécate e Cérbero como forma de manter a vítima presa no
mundo dos mortos14. (PITTA, 2010: 02)

7. KARADEO, KATADU, KATADESMOS

Essas palavras significam: Prender embaixo da terra, paralisar, congelar, gelar,


esfriar, amarrar. A magia de fazer mal ao inimigo através das finas lâminas de chumbo,
manteve- se através dos tempos, permanecendo como características o ato de enterrar
objetos nos túmulos, como figuras humanas feitas de chumbo junto a pedaços de
vestuário, unhas, cabelos da vítima a ser amaldiçoada. (PITTA, 2010: 02) A prática nos
remete à possibilidade de comparação da magia dos gregos com o Candomblé da Bahia,
Cuba, Caribe com as suas práticas de rituais vodu, e as divindades teriam atributos
semelhantes tais como Hermes/ Exú, Hécate/Pomba-Gira e Hades/Zé Pilintra, assim
como os vestígios arqueológicos de rituais de sacrifícios, entendidos como despachos
realizados nas encruzilhadas e nos cemitérios; se superarmos os preconceitos, podemos
estabelecer mais similitudes do que diferenças. A lâmina de chumbo identificada como
praga contra processo judicial do IV séc. a.C, de inventário n° 14470 do Museu
Nacional de Atenas, cuja inscrição diz " enterro Kalistratos e os sinégoros dele..... a
todos enterro" nos indica que o cidadão Kalistratos estava movendo um processo no
tribunal contra alguém. (PITTA, 2010: 02) A vítima reage fazendo uso de meio
extralegal da magia como um recurso que o auxilie e garanta a sua vitória. O usuário da
magia e o magus/feiticeiro colocam o nome do acusador e mencionam os sinégoros que
seriam as pessoas que receberam algum recurso financeiro para auxiliarem Kalistratos

14
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16/08/20, às 15:50 h.

10
na disputa. O solicitante e inimigo de Kalistratos tem por objetivo garantir sua própria
vitória e impedir o sucesso do pleito levado ao tribunal15. (PITTA, 2010: 02)

Outros artefatos de chumbo (PITTA, 2010: 02) que caracterizam ter um


envolvimento jurídico evidenciam que junto ao nome da vítima, o solicitante coloca
grafado na lâmina as partes do corpo do inimigo: a língua visava impedir o acusador de
usar da palavra de acusação ou defesa diante dos jurados; a exigência de paralisar os pés
e as mãos tinha por objetivo impedir a vítima de chegar até o tribunal e impedir a sua
capacidade de escrever ou pegar o discurso a ser proferido diante do júri a seu favor.
Fica evidente que ser feiticeiro no V século a.C. em Atenas era uma profissão de risco e
um dos pré requisitos era saber ler e escrever. (PITTA, 2010: 02) As inscrições nas
lâminas de chumbo apresentam diferentes maneiras de usar a escrita que podia ser do
tipo boustrofondo, procedimento muito próximo ao ato de arar o campo em sulcos
alternados indo da esquerda para a direita, retornando em direção oposta quando a letra
ficava voltada para o lado contrário; havia o retrógrado que se refere ao ato de escrever
de cima para baixo e a opistográfica na qual se escrevia no lado da frente e no anverso
da lâmina de chumbo. (PITTA, 2010: 02) Foram encontradas inscrições nas lâminas
contra as atividades e ofícios no qual o solicitante ora exige que a maldição atinja a
residência e destrua a família do adversário ora pede aos seres sobrenaturais que deixem
a vítima inerte, agindo como um ser sem vida, um morto vivo. (PITTA, 2010: 02) Tal
imobilidade fatalmente traria a ruína aos seus negócios. Não podemos esquecer que o
praticante da magia dos defixiones é alguém se sentindo ameaçado, que teme perder
algo de valor. Como solução busca forças alternativas no poder da magia para fazer
valer o que considera seu por direito, independente de preceitos éticos e da lei que rege
a comunidade à qual pertence. (PITTA, 2010: 02)

15 15
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16/08/20, às 15:50 h.

11
9. CIRCE

Circe16 era, na mitologia grega, uma feiticeira, em versões racionalizadas do mito,


uma especialista em venenos e drogas. Também aparecia como uma Deusa ligada à
feitiçaria, assim como sua mãe Hécate.

Circe é considerada a Deusa da Lua Nova do amor físico, feitiçaria, encantamentos,


vinganças, magia negra, bruxaria e caldeirões No decurso de suas perambulações,
herói Ulisses (personagem épico da Odisseia de Homero, também conhecido
como Odisseu) e sua tripulação desesperada desembarcam na praia da ilha de Eana,
onde vivia Circe, filha do Sol. Ao desembarcar, Ulisses subiu a um morro e, olhando
em torno, não viu sinais de habitação, a não ser um ponto no centro da ilha, onde
avistou um palácio rodeado de árvores.

Ulisses enviou à terra 23 homens, chefiados por Euríloco, para verificar com que
hospitalidade poderiam contar. Ao se aproximarem do palácio, os gregos viram-se
rodeados de leões, tigres e lobos, não ferozes mas domados pela arte de Circe, que era
uma feiticeira poderosa. Todos esses animais tinham sido homens e haviam sido
transformados em feras por seus encantamentos17.

Do lado de dentro do palácio vinham sons de uma música suave e de uma bela voz de
mulher que cantava. Euríloco a chamou em voz alta, e a deusa apareceu e convidou os
recém-chegados a entrar, o que fizeram de boa vontade, exceto Euríloco, que
desconfiou do perigo. A deusa fez seus convivas se assentarem e serviu-lhes vinho e
iguarias. Quando haviam se divertido à farta, tocou-os com uma varinha de condão e
eles se transformaram imediatamente em porcos, com "a cabeça, o corpo, a voz e as
cerdas" de porco, embora conservando a inteligência de homens.

Euríloco se apressou a voltar ao navio e contar o que vira. Ulisses, então, resolveu ir
ele próprio tentar a libertação dos companheiros. Enquanto se encaminhava para o
palácio encontrou-se com um jovem que se dirigiu a ele familiarmente, mostrando que
estava a par de suas aventuras. Revelou que era Hermes e informou Ulisses acerca das
artes de Circe e do perigo de aproximar-se dela. Como Ulisses não desistiu de seu
intento, Hermes (Mercúrio para os romanos) deu-lhe o broto de uma planta

16
www.googleacademico.com.br, em: 16/08/20, às 14:40 h.
17
www.wikipedia.com.br, em: 16/08/20, às 14:42 h.

12
chamada Moli, dotada de poder enorme para resistir às bruxarias, e ensinou-lhe o que
deveria fazer18.

Ulisses prosseguiu seu caminho e, ao chegar ao palácio, foi recebido cortesmente


por Circe, que o obsequiou como fizera com seus companheiros. Depois que ele havia
comido e bebido, tocou-o com sua varinha de condão, dizendo19:

- Ei! procura teu chiqueiro e vá espojar-se com teus amigos.

Em vez de obedecer, Ulisses desembainhou a espada e investiu furioso contra a


deusa, que caiu de joelhos, implorando clemência. Ulisses ditou-lhe uma fórmula de
juramento solene de que libertaria seus companheiros e não cometeria novas
atrocidades contra eles ou contra o próprio Ulisses. Circe repetiu o juramento,
prometendo, ao mesmo tempo, deixar que todos partissem são e salvos, depois de haver
entretido de forma hospitaleira. Cumpriu a palavra. Os homens readquiriram suas
formas, o resto da tripulação foi chamado da praia e todos foram tratados
magnificamente durante vários dias, a tal ponto que Ulisses pareceu ter-se esquecido
da pátria e se resignado àquela vida inglória de ócio e prazer.20

Por fim seus companheiros apelaram para seus sentimentos mais nobres, e ele recebeu
a censura de boa vontade. Circe ajudou nos preparativos para a partida e ensinou aos
marinheiros o que deveriam fazer para passar sãos e salvos pela costa da Ilha das
Sereias. As sereias eram ninfas marinhas que tinham o poder de enfeitiçar com seu
canto todos que o ouvissem, de modo que os infortunados marinheiros sentiam-se
irresistivelmente impelidos a se atirar ao mar, onde encontravam a morte21.

Circe aconselhou Ulisses a cobrir com cera os ouvidos de seus marinheiros, de modo
que não pudessem ouvir o canto, e a amarrar-se a si mesmo no mastro dando
instruções a seus homens para não libertá-lo, fosse o que fosse que ele dissesse ou
fizesse, até terem passado pela Ilha das Sereias22.

10. O CASTIGO DOS DEUSES

18 www.pinterest.com.br, em: 16/08/20, às 14: 44 h.


19
www.googleacademico.com.br, em: 16/08/20, às 14:43 h.

20
www.googleacademico.com.br, em: 16/08/20, às 14:49 h.
21
www.wikipedia.com.br, em: 16/08/20, às 14:46 h.
22 www.pinterest.com.br, em: 16/08/20, às 14:39 h.

13
Circe é a filha do titã Hélio com a ninfa Perseis. Primogênita, ela causa decepção
logo após o nascimento: a garota não parece ter herdado os poderes do pai Sol, muito
menos a beleza sem igual de sua mãe.

Em meio aos salões repletos de divindades, Circe não se encaixa. Por isso, a deusa
começa a procurar companhia e amor no mundo dos homens. Em nome de uma paixão
avassaladora, Circe descobre que tem o poder da feitiçaria e acaba realizando feitiços
irreparáveis, provocando assim o medo e a ira de titãs e deuses23.

Como castigo, ela é isolada na ilha de Eena, onde deve viver exilada para o resto da
sua eternidade imortal. É nesse momento que Circe se descobre como feiticeira e
mulher, se vendo finalmente livre do mundo divino que tanto a menosprezava24.

Imagem: www.editoraplaneta.com.br, em: 16/08/20, às 12:39 h.

23
www.wikipedia.com.br, em: 16/08/20, às 14:50 h.
24
www.googleacademico.com.br, em: 16/08/20, às 14:47 h.

14
Para a Professora Keila Maria25 de Faria26 (FARIA, 2009: 2-3), “embora estivesse
imbricada à religião políade, a magia não era originária da Grécia, ou ao menos o termo,
não pertencia a esta civilização. A magia possivelmente é uma sobrevivência da religião
persa, entretanto, a prática da magia na Grécia parece reportar as épocas 3 bem
anteriores ao período clássico. O épico de Homero, Odisséia, que remonta ao segundo
milênio antes de Cristo (embora tenha sido composto somente no século VIII a.C),
relata no livro X a primeira operação mágica registrada em grego. (FARIA, 2009: 2-3),
O livro X narra a famosa magia da transmutação de Circe, que transformou os
companheiros de Odisseus em porcos. Entretanto, esse não constitui o único poder de
Circe, que tem habilidade com os elementos da natureza, enviando ventos favoráveis
para Odisseus navegar, pois a feiticeira possuía capacidade de interferir nos elementos
primordiais: água, terra, fogo e ar, além de interagir também com os mistérios da vida e
da morte (CANDIDO, 2002, p. 74), ressaltamos que Circe também era portadora dos
conhecimentos da necromancia, interagindo, portanto, com o mundo dos mortos
(HOMERO, Odisséia, X).”

E ainda complementa a pesquisadora ratificando que:


Conseqüentemente parece que Circe possuía todos os saberes
dos quais os magoi do século V a.C eram detentores: habilidade
para lidar com ervas medicinais, capacidade de interagir com os
elementos primordiais, dom de prever o futuro (adivinhação),
interação com o mundo subterrâneo e manipulação dos mortos.
Daniel Ogden (2002: 01) informa-nos que Dickies discorda que
Circe seja uma feiticeira, atribuindo suas ações a atos
medicinais. A questão apresenta uma ampla complexidade, pois
a magia consiste basicamente em três aspectos nas culturas
primitivas: medicina, religião e adivinhação, assim, qualquer
destas práticas eram designadas como magia (OGDEN, 2002:
01). Nas sociedades primitivas a medicina era essencialmente
mágica (DALL’AVA, 2005, p.23), em seus primórdios a
medicina possui um viés mágico que pode ser comprovado,
segundo informações de Daniel Ogden (2002: 01) pela crítica
que Hipócrates fez em seu tratado Sobre a Doença Sagrada,
àqueles que denominavam a epilepsia como uma “doença
sagrada”, o pai da medicina criticava a ausência de
cientificidade na análise dos médicos que imbricavam religião e
magia no tratamento aos doentes. A questão é complexa e nós a
deixaremos em aberto, em função da exigüidade espacial deste
artigo.

25
https://docplayer.com.br/8237706-A-face-negra-de-medeia-uma-imagem-invertida-keila-maria-de-faria-keilamarieufg-hotmail-
com.html, em: 16q08/20, às 15:58h.
26
∗Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás. Professora substituta da Universidade Federal
de Goiás, campus Jataí.

15
Segundo o pesquisador Duggan Chthonio (CHTHONIO, 2010: 01) “Para
compreender o que eram e como funcionavam a magia e a bruxaria na antiga Grécia, é
necessário antes compreender o que tais termos significam.”

Chthonio (2010: 01) também complementa que: O termo bruxaria (witchcraft) como
se entende hoje é uma alusão à palavra anglo-saxônica para sábio wicce (lê-se witche)
cuja raiz também deu origem à palavra inglesa de mesmo significado wise, e por
conseguinte, witch (bruxo ou bruxa). Assim é igualmente em português, pois estudos
etimológicos exploram a possibilidade da palavra bruxaria ter-se derivado da expressão
latina plus scio (mais saber) que nos remete ao mesmo significado inglês. Por esta razão
podemos considerar que a bruxaria no sentido mais primitivo da palavra e menos
pejoativo seria a sabedoria popular e étnica cujo conhecimento nasceu de práticas
similares às do xamanismo com o intuito de complementar recursos ainda não
totalmente desenvolvidos em prol da comunidade.

Por sua vez, a magia é todo e qualquer ato de cunho religioso (rituais, preces,
encantamentos, sortilégios, talismãs, etc) que, aliado à sabedoria popular, promove
correlações entre ações ou elocuções em determinados eventos.

Em “A religião e a Filosofia no mundo Greco-Romano”, Otto A. Ohlweiler escreve


“A precariedade das técnicas produtivas reais então disponíveis fez com que o homem
primitivo fosse levado a complementá-la apelando para a prática da magia. As práticas
mágicas marcaram profundamente toda a vida cotidiana do homem primitivo, servindo
aos mais diferentes fins: para submeter as forças naturais à vontade dos homens; para
proteger os indivíduos contra toda sorte de perigos; para favorecer o ataque aos
inimigos; para garantir o sucesso na caça e na pesca; para obter boas colheitas na
incipiente prática agrícola, etc. “

No entanto afirma Lévy-Bruhl27, (1910: 01) não apenas eventos de cunho mundano
como os mencionados por Otto eram alvo das práticas mágicas na antiguidade. O
Pensamento religioso primitivo caminhava por dois conceitos de realidade: A do mundo
físico onde viviam os homens e a do mundo espiritual onde estava tudo aquilo que não
podia ser visto a olho nu, mas que, no entanto, tinha absoluta influência nas vidas dos
homens. Em How NativesThink (Les Fonctions, 1910), Lévy-Bruhl escreve (1910: 01):

27
https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistalapip/Volume7_n1/Gerken.pdf, em: 16/08/20, às 15:54 h.

16
O homem primitivo, portanto, vive e age em um ambiente de
seres e objetos, os quais, além das propriedades que
nós reconhecemos possuírem, são dotados de atributos místicos.
Ele percebe que sua realidade objetiva se mescla com outra
realidade. Ele sente-se rodeado por uma infinidade de entidades
imperceptíveis, quase sempre invisíveis aos olhos e temíveis:
Freqüentemente as almas dos mortos o rodeiam, e ele sempre
está inserido em uma multidão de espíritos de personalidade
mais ou menos definida.

Esse tipo de pensamento, que complementa as questões de necessidades básicas do


homem, obviamente o leva desde os tempos primitivos a querer beneficiar-se também
dessas entidades quando positivas em seu ponto de vista (BRUHL, 1910: 01) e
defender-se delas quando as considera maléficas. As práticas mágico-religiosas vão de
encontro a estas questões e permeiam o pensamento/imaginário do homem desde os
primórdios. A medida que o homem evolui, evolui também o pensamento mágico, que
foi adequando-se e amoldando-se às novas necessidades, colaborando inclusive para a
formação das sociedades em um contexto mais abrangente, dando margem ao
surgimento de tabus, dogmas, e conseqüentemente leis, uma vez que toda ação produz
uma reação, e que muitas vezes tais reações eram interpretadas de acordo com esses
tabus. (BRUHL, 1910: 01)

Isso fez com que o pensamento mágico jamais saísse de cena, mesmo em sociedades
já organizadas politicamente e bem estruturadas tecnologicamente como é caso da
Grécia do período clássico. (BRUHL, 1910: 01) Mesmo entre grandes filósofos e
pensadores como Platão, por exemplo, que não era favorável à prática da magia, a
existência dela permaneceu evidente e até certo ponto, temido. (BRUHL, 1910: 01) No
entanto, exatamente por ser a magia um fenômeno psíquico e muitas vezes sem
explicação lógica coesa, sua marginalidade seria um destino certo. Mesmo que muitos
não creiam na eficácia da magia, o impacto psicológico que os atos mágicos causaram
desde as sociedades mais antigas fez com que ela permanecesse viva até os dias de hoje,
sendo motivo de terror para alguns e objeto de estudo para outros. (BRUHL, 1910: 01)

Na Grécia antiga, em um período que se estende desde antes da época helenística até
a Idade média, artefatos arqueológicos evidenciam a prática da magia e deixam muito
claro como e para quais fins ela era utilizada pelos helenos, sendo que um dos métodos
mais significantes adotado por eles era o das tábuas de imprecações, as
katadesmoi (Κατάδεσμοι). (BRUHL, 1910: 01) Tais tábuas eram pequenas placas de
metal (ou chumbo ou bronze) em que eram feiras inscrições para o favorecimento dos

17
negócios, ações judiciais, vingança ou amor. Trechos ou versos de hinos também eram
utilizados na composição de encantamentos de cura de enfermidades, alívio de dores,
domação de animais, controle de eventos naturais como chuvas, vendavais, cheias de
rios e até mesmo para afugentar ou atrair espíritos, tanto os da natureza quanto os de
pessoas mortas. A feitura de talismãs em pedras entalhadas, ossos, argila e metais
nobres também era comum. (BRUHL, 1910: 01)

(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:39 h28

Este disco de terracota encontrado em uma escavação na década de 60 em Gela, no


sul da Sicília (onde verificou-se o maior fenomeno da colonização grega), e que data
aproximadamente do período entre 300 e 280 AEC (fim da ocupação da Magna
Graecia) traz um bom exemplo de um talismã grego de proteção, cuja técnica fora
projetada para além do Império Romano.29

Próximo deste mesmo período, datando do início do Império Romano, foram


encontrados braceletes confeccionados em metais nobres que traziam inscrições de
símbolos mágicos e encantamentos em grego para curar enfermidades.30

Boneca Voodu: Ptolemais

VI século d.C

Alto Egito

Estava enrolada em um papiro egípcio, dentro de uma panela de barro

28
(Fonte: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 15:00 h
29 (Fonte: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 15:01h
30
Idem Ibidem, p. 18.

18
(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:39 h

Outro artefato mais antigo de sabida utilização pelos gregos especialmente para
defesa contra forças do mal, e que datam pelo menos do século IV AEC, são as
kolossoi, pequenas efigies normalmente confeccionadas em bronze ou chumbo, mas que
há evidências de kolossoi feitas em argila, metais preciosos, madeira, cera e até mesmo
feitas com terra de sepulturas. Essas boneca eram representadas quase sempre de
joelhos e com as mãos e os pés atados, e uma quantidade de espetos tb de metal as
perfuravam em partes específicas do corpo de acordo a intenção do praticante.
Normalmente nos olhos, boca, genitália e membros tanto superiores quanto
inferiores. Elas eram mais freqüentemente encontrados em túmulos, santuários, corpos
de água, leitos de rios, esgotos, e também em uma casa helenística em Delos31.

O objetivo das Kolossoi era principalmente o de amarrar prender, gelar, congelar,


paralisar, enterrar fundo na terra, as forças do mal ou quaisquer entidades que pudessem
ser contrárias aos intentos do feiticeiro que a manipulava, incluindo deidades de tribos
inimigas, mas também poderiam serem usadas contra inimigos humanos, fantasmas e
até para prender o amor de alguém. No caso de defender-se de um inimigo cuja
identidade é desconhecida, usa-se um par de kolossoi, um macho e outra fêmea. E no

31
Créditos: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 15:05 h

19
caso de saber-se ser um grupo de inimigos (normalmente outra tribo) ou grupo de
espíritos usava-se em número de três32.

Não era incomum a utilização de kolossoi de cunho sexual para amarrações de


amantes, pretendentes e até mesmo maridos/esposas suspeitos de cometer adultério.
Sendo assim, estas e outras tantas formas de magia imitativa e manipulativa foram
ganhando cada vez mais terreno a medida que a sociedade grega se desenvolvia,
deixando seu caráter gentílico para assumir uma postura política, trazendo por
conseqüência uma necessidade muito mais agressiva e imediatista de resolução de
adversidades, fosse uma briga política, uma guerra entre estados ou até mesmo a
derrubada de um competidor em evidência nos jogos. Essas novas necessidades fizeram
com que muitos religiosos que praticavam as artes mágicas passassem a ver nisso uma
forma de extorquir dinheiro da comunidade e começarem a cobrar por seus serviços,
desta forma impelindo charlatões às mesmas práticas e obrigando o governo, no caso de
Atenas, a tomar medidas precatórias com relação à prática da magia. Foram então
criadas leis que puniriam com a mesma severidade com que um assassino era punido
qualquer um que se conseguisse provar ter-se utilizado da magia para atentar contra
outrem. Eis o início da marginalização da magia na Antiga Grécia.33

Vimos, portanto, que há infinitos exemplos de como os atos e artefatos mágicos eram
aplicados na vida cotidiana dos gregos, diferindo apenas um “religioso” de um “bruxo”
o direcionamento de suas intenções diante da sociedade em um contexto muito mais
político do que moral, uma vez que suas preces eram recorridas aos mesmos Deuses,
seu modus operandi era praticamente o mesmo assim como os resultados obtidos. No
mais, o legado que a magia grega nos deixou é imenso, e ainda é até os dias de hoje um
prato bem servido de história, filosofia, matemática e arte.34

Afirma a pesquisadora35 Marguerite Johnson36 (JOHNSON, 2019: 01)

Foi um segredo bem guardado entre os historiadores durante os


últimos séculos 19 e 20th que a prática da magia era difundida
no Mediterrâneo antigo. Os historiadores queriam manter a
atividade discreta porque não apoiava sua visão idealizada dos

32
Créditos: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 15:05 h
33
Créditos: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 15:07 h
34
Idem Ibidem, p. 20.
35
https://pt.innerself.com/content/personal/relationships/couples/sexuality/17356-spells-charms-erotic-dolls-and-love-magic-in-the-
ancient-mediterranean.html, em: 16/08/20, às 16:03h.
36
Marguerite Johnson, professora de clássicos, University of Newcastle.

20
gregos e romanos. Hoje, no entanto, a magia é uma área
legítima de investigação acadêmica, fornecendo insights sobre
sistemas de crença antigos, bem como práticas culturais e
sociais.

Enquanto a magia era desencorajada e às vezes até castigada na antiguidade,


continuava assim mesmo. As autoridades condenaram publicamente, mas tendiam a
ignorar sua influência poderosa. Feitiços eróticos eram uma forma popular de magia.
Praticantes mágicos profissionais cobraram taxas por escreverem encantos eróticos,
fazer bonecos encantados (às vezes chamados de bonecos) e até mesmo dirigir
maldições contra rivais apaixonados.37 (JOHNSON, 2019: 01)

A magia é amplamente atestada em evidências arqueológicas, livros de feitiços e


literatura da Grécia e de Roma, bem como do Egito e do Oriente Médio. Os Papiros
Mágicos Gregos, por exemplo, de Egito greco-romano, é uma grande coleção de magias
de listagem de papiros para muitos propósitos. (JOHNSON, 2019: 01) A coleção foi
compilada a partir de fontes que datam do século II aC até o quinto século dC, e inclui
numerosas magias de atração. Alguns feitiços envolvem fazer bonecos, que se destinam
a representar o objeto do desejo (geralmente uma mulher que não era consciente ou
resistente a um possível admirador). As instruções especificam como um boneco erótico
deve ser feito, que palavras devem ser ditas sobre ele e onde ele deve ser depositado.
Tal objeto é uma forma de magia simpática; um tipo de encantamento que opera
segundo o princípio “like affect like”. (JOHNSON, 2019: 01) Ao encenar a magia
simpática com uma boneca, o conjurador acredita que qualquer ação executada - seja
física ou psíquica - será transferida para o humano que ela representa. O boneco mágico
mais bem preservado e mais notório da antiguidade, o chamado “Boneca do Louvre(4th
século AD), representa uma fêmea nua em posição ajoelhada, amarrada e perfurada com
agulhas 13. Formada a partir de argila não cozida, a boneca foi encontrada em um vaso
de terracota no Egito. (JOHNSON, 2019: 01) O feitiço de acompanhamento, inscrito em
uma tabuinha de chumbo, registra o nome da mulher como Ptolemais e o homem que
fez o feitiço, ou comissionou um mago para fazê-lo, como Sarapamon. (JOHNSON,
2019: 01)

Os feitiços que acompanhavam essas bonecas e, de fato, os feitiços da antiguidade em


todos os tipos de tópicos, não eram brandos na linguagem e nas imagens empregadas.

37
https://pt.innerself.com/content/personal/relationships/couples/sexuality/17356-spells-charms-erotic-dolls-and-love-magic-in-the-
ancient-mediterranean.html, em: 16/08/20, às 16:04h.

21
Magias antigas eram freqüentemente violentas, brutais e sem qualquer senso de cautela
ou remorso. No feitiço que vem com a Boneca do Louvre (JOHNSON, 2019: 01), a
linguagem é ao mesmo tempo assustadora e repulsiva em um contexto moderno.38

Tal linguagem é (JOHNSON, 2019: 01) dificilmente indicativa de qualquer emoção


relacionada ao amor, ou mesmo atração. Especialmente quando combinado com o
boneco, o feitiço pode parecer um leitor moderno obsessivo (talvez lembrando um
perseguidor ou um troll on-line) e até mesmo misógino. De fato, em vez de buscar
amor, a intenção por trás do feitiço sugere buscar o controle e a dominação. Tais eram
as dinâmicas de gênero e sexual da antiguidade. (JOHNSON, 2019: 01) Mas em um
mundo masculino, no qual a competição em todos os aspectos da vida era intensa, e a
meta da vitória era primordial, a linguagem violenta era típica em feitiços relacionados a
qualquer coisa, desde o sucesso em um processo judicial até o aparelhamento de uma
corrida de bigas. De fato, uma teoria sugere que, quanto mais ferozes forem as palavras,
mais poderoso e eficaz será o feitiço. (JOHNSON, 2019: 01)

38
https://pt.innerself.com/content/personal/relationships/couples/sexuality/17356-spells-charms-erotic-dolls-and-love-magic-in-the-
ancient-mediterranean.html, em: 16/08/20, às 16:05h.

22
(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:40 h

Curse Tablet encontrados em Londres. A inscrição lê: "Eu amaldiçôo Tretia Maria e
sua vida e mente e memória e fígado e os pulmões misturados juntos, e as suas
palavras, pensamentos e memória; portanto, pode ela ser incapaz de falar coisas que
estão escondidas, nem ser capaz39." (Tradução: British Museum)

(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:40 h

Tamanho: 745 × 600 pixels. Outras resoluções: 298 × 240 pixels | 597 × 480
pixels | 954 × 768 pixels | 1,273 × 1,024 pixels | 1,905 × 1,533 pixels.

Arquivo original (1,905 × 1,533 pixels, Tamanho do arquivo: 548 KB, MIME
type: image/jpeg)

Arquivo: Tablette de défixion d'Eyguières.jpg40

39
www.britishmuseum.org.br, em: 16/08/20, às 15:13 h.
40
(Fonte: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 16:12 h

23
De acordo com o professor Walter Burkert41 (BURKERT, 1992: 01) A prática, bem
conhecida em toda a antiguidade, era fazer uma imagem da pessoa a ser prejudicada
pela ira dos espíritos dos mortos e enterrá-la em um túmulo. Dessa maneira, o inimigo
pessoal foi vítima dos mortos e dos deuses do submundo. Tal estatueta da era Periclean
foi encontrada no cemitério Kerameikos em Atenas. (BURKERT, 1992: 01) E a mesma
prática foi empregada pelas bruxas babilônicas. “Assim, a pessoa doente reclama:
“Você entregou estatuetas minhas a um cadáver”, “minha imagem foi colocada em uma
tumba”; “Se as figuras de um homem foram confiadas a um morto atrás dele”, o homem
experimentará uma perda de vitalidade.42” Os contra-feitiços mágicos estão acima de
tudo na coleção Maqlû43 (4.27-47). (BURKERT, 1992: 01)

(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:41 h

Fig. 1: Kolossos (boneco de vodu) em seu recipiente. Muitas vezes, o contêiner era
inscrito, por dentro ou por fora, com nomes, feitiços, faixas e / ou figuras encadernadas.

41
https://www.edusp.com.br/livros/antigos-cultos-de-misterio/, em: 16/08/20, às 16:07h.
42
Idem Ibidem, p.24
43
Ver em: BURKERT, Walter. Antigos Cultos de Mistério, Edusp, São Paulo: 1992.

24
De uma sepultura em Kerameikos, Atenas Grécia. Agora, nos museus Royaux d'Art et
d'Historie, Bruxelas44.

A maldição de Ártemis – Fragmento Descrição45

Esta antiga maldição é um dos mais antigos documentos gregos em papiro do Egito.
Com data do século IV a.C., é originário da comunidade de gregos jônicos estabelecida
em Mênfis, no Baixo Egito. A cultura grega passou a ser dominante em Mênfis,
especialmente depois de 332 a.C., quando Alexandre, o Grande foi coroado faraó no
templo do deus Ptah. No documento, Ártemis, de quem quase nada se sabe, apela para o
deus greco-egípcio Seráfis punir o pai de sua filha por privar a criança dos ritos
funerários e negar-lhe um enterro. Seráfis foi identificado com o touro mumificado
Ápis, considerado uma manifestação de Ptah, e com o deus egípcio Osíris.46 Por
vingança, Ártemis exige que o homem - cujo nome não é mencionado no texto - seja
privado de ritos funerários semelhantes para seus pais e ele próprio. Suas palavras
drásticas são um exemplo notável da grande importância da tradição dos ritos funerários
gregos e egípcios.47 O papiro pertence à coleção de papiros da Biblioteca Nacional
Austríaca, que foi montada no século XIX pelo arquiduque Rainer48. Em 1899 a coleção
foi doada ao imperador Franz Joseph I, que a tornou parte da coleção da Hofbibliothek
(Biblioteca Imperial), de Viena. Uma das maiores coleções do gênero no mundo, a
Coleção de Papiros49 (Coleção Erzherzog Rainer) foi inscrita no Registro da Memória
do Mundo da UNESCO em 200150.

44
Créditos: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 15:20 h
45
Créditos: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 15:21 h
46
www.wikipedia.com.br, em: 16/08/20, às 15:23 h.
47
www.britishmuseum.org.br,em: 16/08/20, às 15:24 h.
48
www.pinterest.com.br em: 16/08/20, às 15:28 h.
49
Fonte: Coleção Erzherzog Rainer, em: 16/08/20, às 15:26 h.
50
www.googleacademico.com.br, em: 16/08/20, às 15:22 h.

25
(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:41 h

GRADE DE ANÁLISE DO ARTEFATO51:

Data de Criação: Por volta de 350 a.C. a 300 a.C.

Data do Assunto: 350 a.C. a 301 a.C.

Idioma: Grego antigo (até 1453) Título no Idioma Original The Curse of Artemisia –
Fragment

Luga: Oriente Médio e Norte da África-Egito-Gizé-Mit Rahina

51
(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 15:29 h

26
Bibliografia:

Adam, I (2001), A Maldição Tablets (ensaio) , 250x.

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27
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Speyer, Alemanha: Kartoffeldruck-Verlag Kai Broderson. ISBN 978-3-939526-02-
5 . Contém textos latinos de todos conhecidos, tablets maldição legíveis a partir de
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Wunsch, R. ed. (1897), Defixionum tabellae , Berlim. IG iii.3. Apêndice.

https://www.wdl.org/pt/item/4310/, em: 15/07/20, às 23:33 h.

28
http://melammu-project.eu/database/gen_html/a0001140.html, em: 15/07/20, às 22:57
h.

https://en.wikipedia.org/wiki/File:Tablette_de_d%c3%a9fixion_d'Eygui%c3%a8res.jpg,
em: 15/07/20, às 22:32 h.

https://pt.innerself.com/content/personal/relationships/couples/sexuality/17356-spells-
charms-erotic-dolls-and-love-magic-in-the-ancient-mediterranean.html, em: 15/07/20,
às 22:17 h.

http://pistoteron.blogspot.com/2012/04/magia-e-bruxaria-na-antiga-helada.html, em:
15/07/20, às 22:06 h.

https://medium.com/lado-m/circe-a-bruxa-entre-o-castigo-dos-deuses-e-o-amor-dos-
homens-ed01aa16d809, em: 15/07/20, às 21:36 h.

http://3.bp.blogspot.com/_lrnheGDims4/S6VSLv1J3GI/AAAAAAAAEdU/tYYEyMCb
hEc/s1600-h/Imagem+2.jpg, em: 15/07/20, às 21:19 h.

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2020/02/tabuas-
amaldicoadas-de-2500-anos-sao-descobertas-em-cemiterio-grego.html, em: 15/07/20, às
20:56h.

https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistalapip/Volume7_n1/Gerken.pdf,
em: 16/08/20, às 15:55h.

https://docplayer.com.br/8237706-A-face-negra-de-medeia-uma-imagem-invertida-
keila-maria-de-faria-keilamarieufg-hotmail-com.html, em: 16/08/20, às 15:58h.

https://pt.innerself.com/content/personal/relationships/couples/sexuality/17356-spells-
charms-erotic-dolls-and-love-magic-in-the-ancient-mediterranean.html, em: 16/08/20,
às 16:05h.

1
https://www.edusp.com.br/livros/antigos-cultos-de-misterio/, em: 16/08/20, às 16:08h.

29
Entre Egípcios e Gregos
A Religião e a Magia na Atenas Clássica

Prof.ª Amanda Martins Hutflesz


Workshop online
2020
Crenças no uso da Magia
O tema sobre religiosidade mantém-se atual e detém amplo
espaço nos congressos, simpósios e publicações. Na atualidade, a
sociedade do espetáculo nos traz através das mídias as notícias de
conflitos de base religiosa. O tema remete a teoria da secularização
na qual Peter Berger na obra O Dossel Sagrado (1970) ao
argumentar que a chegada da modernidade entraria em processo
de gradual desaparecimento do interesse pelas crenças mágico-
religiosas e o contato com o divino. (BERGER, 2001: 10)
 Os Antigos Egípcios acreditavam no uso
da Magia.
 Para David (2011) que aponta em sua
obra Religião e Magia no Antigo Egito:
“A Antiga Escrita Egípcia era Sagrada,
pois tinha o poder de criar. Os
Hieróglifos eram freqüentemente
encontrados em locais fechados, e não
poderiam ser vistos uma vez que o
sepulcro estivesse selado. (DAVID, 2011)
As práticas ocultas em locais secretos

Nos questionamos a razão pela qual a sociedade


ateniense que produziu a filosofia e a democracia
interagiram com as práticas religiosas ocultas,
realizadas no cemitério, no período noturno,
removendo sepulturas para colocar no seu
interior as lâminas com maldição contra o
inimigo na mão direita de um defunto.

Busto do filósofo grego Aristóteles (384 - 322 a.C) Estagira /Grécia


Imagem: Amanda M. Hutflesz
Fonte: https://pt.pngtree.com/free-png-vectors/aristoteles em: 07/05/19, às 18:59 hs
 CULTURA MATERIAL
 MATERIALIDADE
 AS DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS NA
ANTIGUIDADE
 RELATÓRIO DE ESCAVAÇÃO
 PLACAS DE IMPRECAÇÃO
 LÂMINAS DE CHUMBO
 CEMITÉRIO DO CERÂMICO
 CEMITÉRIO DO KERAMEIKOS
 FONTE EPIGRÁFICA (EFA)
 JORNAL AMERICANO DA ESCOLA
FRANCESA DE ATENAS – GRÉCIA
 HESPERIA
 PERIÓDICO
 CATÁLOGO DISPONÍVEL NO NEA (UERJ)
 NÚCLEO DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE
 INTERNET
A Escola Francesa em Atenas, é um dos 17
institutos estrangeiros arqueológicos em
Atenas, Grécia. Fundada em 1846, a EFA é o
mais antigo instituto estrangeiro em Atenas.
Ela opera um programa ativo de pesquisa em
todos os campos de estudos gregos, mas
principalmente em Estudos de epigrafia e
Arqueologia Clássica. A EFA realiza um
extenso programa de bolsas de estudo. Sua
biblioteca possui 80 mil volumes, 550 mil
fotografias e 35 mil mapas.
 Hesperia é uma revista revisada por
pares, publicada trimestralmente pela
Escola Americana de Estudos Clássicos de
Atenas. Foi fundada em 1932 para a
publicação do trabalho da escola,
publicado anteriormente no American
Journal of Archaeology. Esse ainda é o
principal objetivo da revista hoje.
Tablete I; Figura 1
Defíxios: IL Nº 72
Qualificação: Imprecação Amorosa

Data: III aC +/- 350 - 342 a.C


Localização: Atenas, coleção privada
Inventário: Inscribed Lead Tablet;
Tablet I; 1440 – IL 72
Procedência: Ágora Ateniense
Tamanho: 0.16 X 0.116 m
Acessórios: Estava enrolado; não
estava transpassado com uma unha
Bibliografia: G.W. Elderkin, 1936:44
(Tablete I; Figura 1); Hesperia.
Journal of the American School of
Classical Studies at Athens; Vol. V:
Athens, Greece. 1936.
A magia para derrubar um rival

Logo, nos chama a atenção que a sociedade grega criadora


do teatro e da reflexão filosófica tenha se aproximado das
práticas da magia de fazer mal ao inimigo no espaço de
interdito e traga como evocação os deuses egípcios
interagindo com os deuses gregos no final do período clássico.

Busto do poeta grego Eurípedes (século V a.C) Salamina/Grécia


Imagem: Amanda M. Hutflesz
Fonte: https://www.turismogrecia.info/guias/grecia-antiga/euripides, em 03/05/19, às
17:59 hs.
Pesquisadores Brasileiros

No entanto, percebemos certo preconceito diante da escassez


de pesquisa junto aos historiadores em analisar as práticas da
magia de fazer mal ao inimigo presente nos katadesmoi na
historiografia Latino Americana. A magia e sua prática não
deixam de ser uma atividade religiosa que nos permite
estabelecer uma análise e por manter algumas similaridades com
o tempo presente.
 Prof.ª Dr.ª Maria Regina Candido (Uerj/NEA)
 Prof.ª Me.Trícia Carnevalle
 Prof. Dr. Alair Figueiredo (Uerj/NEA)
 Prof.ª Me. Marina Rockenback
 Prof.ª Esp. Amanda Martins Hutflesz (hotmart)
 Prof. Me. e Doutorando Felipe Nascimento
Uma prática que ocorre desde o IV século a.C

Sobre os katadesmoi, sabemos que detém um conjunto de


laminas de chumbo que foram encontradas nas sepulturas no
Cemitério do Kerameikos no Período Clássico que foi analisado
pelos arqueólogos, filólogos e antropólogos que as classificaram
como imprecações contra ofícios, contra comerciantes, contra
juízes, contra atletas assim como as imprecações amorosas.
Cemitério do Kerameikos (Atenas/Grécia)

Imagem: Cemitério do Kerameikos


Fonte: https://www.turismoindependente.com.br/10-cemiterio-kerameikos-09/,
em 03/05/19, às 19:04 hs.
O culto aos deuses estrangeiros no Pireu

As especificidades de laminas nos leva a dialogar com Robert


Parker, (PARKER, 1996: 152) que afirma que, foi no V século que
ocorreu o fenômeno que ele descreve como fenômeno da inovação
religiosa em Atenas como a entrada de novos deuses e novas
práticas religiosas e de culto aos deuses estrangeiros. As novas
divindades estrangeiras e seus cultos detém a sua materialidade
através da epigrafia IG II² 337 referente a Afrodite Kitias, a
inscrição IG II²1283 da deusa Bentis da Tracia e a deusa Isis do
Egito.
Principais divindades cultuadas em Atenas

Imagem 1: Deusa Afrodite


>Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/afrodite.htm, em 03/05/19, às 19:20 hs.
Imagem 2: Deusa Bentis
>Fonte: http://www.mam.gov.mo/oldmam/photodetail.asp?productkey=2008041201103&lc=2, em 03/05/19, às 19:30
hs.
Imagem 3: Deusa Isis
>Fonte: https://www.elo7.com.br/deusa-isis-maat-estatua-em-resina/dp/5C3860, em 03/05/19, às 19:37 hs.
 De acordo com Suarez (1981)
 Prudence Jones (2009)
 Walter Burkert (1986)
 Foram encontrados no Pireu 3 templos de Isis
a partir de 166 a.C
 Isis foi assimilada a Deméter, Afrodite e Mitra
 A Deusa tinha o poder curativo assim como
Asclépio
 Também foi considerada a personificação da
boa sorte, fortuna e prosperidade da cidade
de Atenas
Tablete II: Figura 2
Defíxios: IL Nº 372
Qualificação: Imprecação Amorosa

Data: III aC +/- 350 - 342 a.C


Localização: Atenas, coleção
privada
Inventário: A Maledictory
Diptych; Tablet II; IL
372; Coluna 1 e Coluna 2
Procedência: Região da Ágora
Ateniense
Tamanho: 0.225 X 0.15
Acessórios: Estava enrolado;
estava transpassado com uma unha
Bibliografia: G.W.Elderkin,
1937:382 (Figura 1; tablet II);
Hesperia. Journal of the American
School of Classical Studies at
Athens; Vol. V: Athens, Greece.
1937
A Interação cultural entre Gregos e Egípcios

Heródoto afirma que a Helade/Grécia assimilou do Egito quase


todos os nomes das divindades, bem como as práticas mágicas
(Heródoto, II:50). Para André Bernand, (BERNAND, 1991: 132)
segundo cita Regina Cândido, a prática mágica dos gregos que
tinha por objetivo prejudicar o inimigo havia sido resultado da
interação cultural entre Gregos e os Egípcios (BERNAND, 1991
Apud CÂNDIDO, 2004).
Um conjunto específico de saber

Heródoto ao traçar o itinerário da magia grega a partir da


religião egípcia, deixa transparecer que a magia que visa fazer mal
aos inimigos/ os katadesmoi formava um conjunto especifico de
saber cuja pratica situava-se fora da paideia grega. A materialidade
da presença dos nomes de divindades egípcias nas laminas dos
katadesmoi, nos permite concluir que os profissionais que atuavam
no campo das práticas mágicas eram feiticeiros e magos (...)
Estatueta: PMG IV
Qualificação: Imprecação Amorosa, Feitiço de Ligação
Data: Século IV d.C

Localização: Museu do Louvre


(Paris)
Inventário: SEG 26.1717
Procedência: Cairo, Egito
Tamanho: 11 X 11 cm
Acessórios: Estatueta Feminina
perfurada por treze pregos
Bibliografia: GMP, pp. 44-4c.
Bibl: Sophie Kambitsis; GAGER,
John G. 1992: 115; G.H.R. Horsley.
SGD 152, SuppMag 47 (text)
Documentação textual do período

HERÓDOTO. História 1, Clássicos Jackson. Volume XXIII;


Prefácio de Vítor de Azevedo. Tradução: J. Brito Broca. Porto
Alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1952.

Busto do Historiador grego Heródoto (século V a.C)


Grécia/Halicarnasso
Imagem: Amanda M. Hutflesz
Fonte: https://pt.pngtree.com/free-png-vectors/aristoteles em:
07/05/19, às 21:56 Hs
 ATRAVÉS DO PORTO PIREU, CHEGARAM
EM ATENAS A PARTIR DO V a.C, OS
FEITIÇEIROS, OS COMERCIANTES DE
METAL, METECOS. ALGUNS FIXARAM
RESIDÊNCIA EM ATENAS (METECOS),
OUTROS, FICARAM APENAS DE
PASSAGEM.
PORTO DO PIREU
O NOME DO SOLICITANTE DA MAGIA DE
DERRUBAR O RIVAL NÃO ERA
MENCIONADO NOS TABLETES DE
MALDIÇÃO.
 Aquele que fosse pego realizando essa
prática ou associando-se aos cultos de
deuses estrangeiros, era punido com a morte.
 OS MAGOI OU FEITICEIROS COSTUMAVAM
COBRAR PELO SEU TRABALHO MÁGICO, UM ALTO
PREÇO AOS ATENIENSES. ELES ERAM OS
RESPONSÁVEIS PELA PRÁTICA DA MAGIA DE
PREJUDICAR O INIMIGO, JÁ QUE ERA NECESSÁRIO
HAVER 2 PARTES:
 1- O CONTRATANTE DO TRABALHO
 2 – O MAGO
 Imagem: www.pt.wikipedia.org
 em: 16/09/20, às 17:04 h
 UMA DEUSA RECÉM
INCORPORAVA AO PANTEÃO
GREGO.
 ESSA DEUSA É PROVENIENTE DA
TRÁCIA. CITADA POR PLATÃO
EM SUA OBRA: REPÚBLICA

 Imagem: www.pt.wikipedia.org
 em: 16/09/20, às 17:09 h
 ESSA DEUSA CTÔNICA ERA INVOCADA PELOS MAGOS
NAS LÂMINAS DE CHUMBO DOS KATADESMOI, ASSIM
COMO SETH TYPHON, HÉKATE, SABAZIOS ENTRE
OUTROS.

 Imagem: www.pt.wikipedia.org
 em: 16/09/20, às 17:14 h
DEUSES DA CURA

Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 22:04 h
❖ KATADESMOS – KATADU – KATADESMOI
❖ OBJETIVOS:
❖ ENTERRAR O RIVAL NAS PROFUNDEZAS
❖ AFUNDAR
❖ CONGELAR
❖ PARALISAR
❖ AMARRAR
 Imagens: www.pt.wikipedia.org
 em: 16/09/20, às 17: 44 h
 Imagem: www.pt.wikipedia.org
 em: 16/09/20, às 21:12 h
SETH TYPHON

Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 21:35 h
 “Neste feitiço, Typhon está associado à consPractices in the Graeco-
Egyptian Papyri (PGM) edited by Sabina Crippa and Emanuele M.
Ciampini telação da Ursa Maior, que em egípcio antigo é chamado
msxtyw, 'adze', ou xpS, 'perna dianteira'; representa Seth no Céu do
Norte e Plutarco o associa a Tifão (Plutarco, De Iside et Osiride, c. 13;
te Velde 1977, 86 e seguintes). A gordura e os cabelos de uma nádega
preta que estão listados no texto junto com os de outros animais (cabra
e touro) são, portanto, geralmente designados como símbolos
Sethianos. No entanto, há evidências de outros feitiços da mesma
coleção mencionando a constelação da Ursa Maior, onde não há
menção de Set, Typhon ou do burro; portanto, talvez devamos
interpretar tal menção de partes de burro como um material ritual,
que não está jogando qualquer papel mais específico quando
comparado aos outros ingredientes animais ou vegetais mencionados
no feitiço”(CRIPPA; CIAMPINI, 2017:91)
Documentação epigráfica do período

G.W. Elderkin. 1936:44 (Tablete I; Figura 1); Hesperia. Journal of the


American School of Classical Studies at Athens; Vol. V: Athens, Greece,
1936.
_____________. 1937:382 (Figura 1; tablet II); Hesperia. Journal of the
American School of Classical Studies at Athens; Vol. V: Athens, Greece,
1937.
_____________. 1937:393 (Figura 2; Tablete III); Hesperia. Journal of
the American School of Classical Studies at Athens; Vol. V: Athens,
Greece, 1937.

Sophie Kambitsis; GAGER, John G. 1992: 115; G.H.R. Horsley. SGD


152, SuppMag 47 (text).
Referências bibliográficas

BACZKO, Bronislaw. A imaginação social. In: Leach, Edmund et Alii. Anthropos-Homem.


Lisboa,Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985.
BERGER, Peter. O Dossel Sagrado. Elementos para uma teoria sociológica da religião. Org. Luiz
Roberto Benedetti; Tradução José Carlos Barcellos. – São Paulo: Ed: Paulinas, 1985.
CÂNDIDO, Maria Regina. As práticas da magia dos katádesmoi na Atenas Clássica e Helenística. NEA
– UERJ, 2006;
___________________. As Práticas da Magia na Atenas Clássica e ao longo do Mar Mediterrâneo –
pesquisa financiada pelo Programa Próciência da UERJ/FAPERJ: 2004-2008-2011.
CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano, Artes de fazer. Tradução: Ephraim Ferreira Alves.
Nova Edição estabelecida e apresentada por Luce Giard. 3ª Edição, Petrópolis: Editora Vozes. 1998.
 www.pt.wikipedia.org
 em: 16/09/20, às 21:56 h
 www.colgate.edu.or
 www.pinterest.com.br
 Languages, Objects, and the Transmission of the Rituals
An Interdisciplinary Analysis on Ritual The Donkey in
the Graeco-Egyptian Papyri Rita Lucarelli (Berkeley,
University of California, USA )
MINI CURSO ONLINE

O Mediterrâneo Antigo:
Ritos, Poder e Magia na Pólis

Prof.ª Amanda Martins Hutflesz


2020
CNPQ e Contato:

Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/6023114469399407

E-mail:

amandahutflesz@yahoo.com.br
professora_amandahutflesz@hotmail.com
Tema
O tema sobre religiosidade mantém-se atual e detém amplo
espaço nos congressos, simpósios e publicações. Na atualidade, a
sociedade do espetáculo nos traz através das mídias as notícias de
conflitos de base religiosa. O tema remete a teoria da secularização
no qual Peter Berger na obra O Dossel Sagrado (1970) ao
argumentar que a chegada da modernidade entraria em processo
de gradual desaparecimento do interesse pelas crenças mágico-
religiosas e o contato com o divino. (BERGER, 2001: 10)
Grécia: Filosofia e democracia

Nos questionamos a razão pela qual a sociedade


ateniense que produziu a filosofia e a democracia
interagiram com as práticas religiosas ocultas,
realizadas no cemitério, no período noturno,
removendo sepulturas para colocar no seu
interior as lâminas com maldição contra o
inimigo na mão direita de um defunto.

Busto do filósofo grego Aristóteles (384 - 322 a.C) Estagira /Grécia


Imagem: Amanda M. Hutflesz
Fonte: https://pt.pngtree.com/free-png-vectors/aristoteles em: 07/05/19, às 18:59 hs
Tablete I; Figura 1
Defíxios: IL Nº 72
Qualificação: Imprecação Amorosa

Data: III aC +/- 350 - 342 a.C


Localização: Atenas, coleção privada
Inventário: Inscribed Lead Tablet;
Tablet I; 1440 – IL 72
Procedência: Ágora Ateniense
Tamanho: 0.16 X 0.116 m
Acessórios: Estava enrolado; não
estava transpassado com uma unha
Bibliografia: G.W. Elderkin, 1936:44
(Tablete I; Figura 1); Hesperia.
Journal of the American School of
Classical Studies at Athens; Vol. V:
Athens, Greece. 1936.
A magia de fazer mal ao inimigo...

Logo, nos chama a atenção que a sociedade grega criadora


do teatro e da reflexão filosófica tenha se aproximado das
práticas da magia de fazer mal ao inimigo no espaço de
interdito e traga como evocação os deuses egípcios
interagindo com os deuses gregos no final do período clássico.

Busto do poeta grego Eurípedes (século V a.C) Salamina/Grécia


Imagem: Amanda M. Hutflesz
Fonte: https://www.turismogrecia.info/guias/grecia-antiga/euripides, em 03/05/19, às 17:59 hs.
Historiografia

No entanto, percebemos certo preconceito diante da escassez


de pesquisa junto aos historiadores em analisar as práticas da
magia de fazer mal ao inimigo presente nos katadesmoi na
historiografia Latino Americana. A magia e sua prática não
deixam de ser uma atividade religiosa que nos permite
estabelecer uma análise e por manter algumas similaridades com
o tempo presente.
A prática dos katadesmoi...

Sobre os katadesmoi, sabemos que detém um conjunto de


laminas de chumbo que foram encontradas nas sepulturas no
Cemitério do Kerameikos no Período Clássico que foi analisado
pelos arqueólogos, filólogos e antropólogos que as classificaram
como imprecações contra ofícios, contra comerciantes, contra
juízes, contra atletas assim como as imprecações amorosas.
Cemitério do Kerameikos (Atenas/Grécia)

Imagem: Cemitério do Kerameikos


Fonte: https://www.turismoindependente.com.br/10-cemiterio-kerameikos-09/, em
03/05/19, às 19:04 hs.
As divindades estrangeiras

As especificidades de laminas nos leva a dialogar com Robert


Parker, (PARKER, 1996: 152) que afirma que, foi no V século que
ocorreu o fenômeno que ele descreve como fenômeno da inovação
religiosa em Atenas como a entrada de novos deuses e novas
práticas religiosas e de culto aos deuses estrangeiros. As novas
divindades estrangeiras e seus cultos detém a sua materialidade
através da epigrafia IG II² 337 referente a Afrodite Kitias, a
inscrição IG II²1283 da deusa Bentis da Tracia e a deusa Isis do
Egito.
As deusas Afrodite, Bentis e Isis

Imagem 1: Deusa Afrodite


>Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/afrodite.htm, em 03/05/19, às 19:20 hs.
Imagem 2: Deusa Bentis
>Fonte: http://www.mam.gov.mo/oldmam/photodetail.asp?productkey=2008041201103&lc=2, em 03/05/19, às 19:30 hs.
Imagem 3: Deusa Isis
>Fonte: https://www.elo7.com.br/deusa-isis-maat-estatua-em-resina/dp/5C3860, em 03/05/19, às 19:37 hs.
Tablete II: Figura 2
Defíxios: IL Nº 372
Qualificação: Imprecação Amorosa

Data: III aC +/- 350 - 342 a.C


Localização: Atenas, coleção
privada
Inventário: A Maledictory Diptych;
Tablet II; IL 372; Coluna 1 e Coluna 2
Procedência: Região da Ágora
Ateniense
Tamanho: 0.225 X 0.15
Acessórios: Estava enrolado;
estava transpassado com uma unha
Bibliografia: G.W.Elderkin, 1937:382
(Figura 1; tablet II); Hesperia. Journal
of the American School of Classical
Studies at Athens; Vol. V: Athens,
Greece. 1937
A Interação cultural entre Gregos e Egípcios

Heródoto afirma que a Helade/Grécia assimilou do Egito quase


todos os nomes das divindades, bem como as práticas mágicas
(Heródoto, II:50). Para André Bernand, (BERNAND, 1991: 132)
segundo cita Regina Cândido, a prática mágica dos gregos que
tinha por objetivo prejudicar o inimigo havia sido resultado da
interação cultural entre Gregos e os Egípcios (BERNAND, 1991
Apud CÂNDIDO, 2004).
Os feiticeiros e magos

Heródoto ao traçar o itinerário da magia grega a partir da


religião egípcia, deixa transparecer que a magia que visa fazer mal
aos inimigos/ os katadesmoi formava um conjunto especifico de
saber cuja pratica situava-se fora da paideia grega. A
materialidade da presença dos nomes de divindades egípcias nas
laminas dos katadesmoi, nos permite concluir que os profissionais
que atuavam no campo das práticas mágicas eram feiticeiros e
magos (...)
Estatueta: PMG IV
Qualificação: Imprecação Amorosa, Feitiço de Ligação
Data: Século IV d.C

Localização: Museu do Louvre


(Paris)
Inventário: SEG 26.1717
Procedência: Cairo, Egito
Tamanho: 11 X 11 cm
Acessórios: Estatueta Feminina
perfurada por treze pregos
Bibliografia: GMP, pp. 44-4c.
Bibl: Sophie Kambitsis; GAGER,
John G. 1992: 115; G.H.R. Horsley.
SGD 152, SuppMag 47 (text)
Documentação textual do período

HERÓDOTO. História 1, Clássicos Jackson. Volume XXIII;


Prefácio de Vítor de Azevedo. Tradução: J. Brito Broca. Porto
Alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1952.

Busto do Historiador grego Heródoto (século V a.C)


Grécia/Halicarnasso
Imagem: Amanda M. Hutflesz
Fonte: https://pt.pngtree.com/free-png-vectors/aristoteles em:
07/05/19, às 21:56 Hs
O PORTO DO PIREU

ATRAVÉS DO PIREU, CHEGAM EM ATENAS OS FEITIÇEIROS QUE


COBRAVAM UM ALTO PREÇO PELA PRÁTICA DA MAGIA DE
PREJUDICAR O INIMIGO.
Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 17:04 h
DEUSA BENDIS

BÊNDIS:
UMA DEUSA RECÉM INCORPORAVA AO PANTEÃO GREGO. ESSA DEUSA É
PROVENIENTE DA TRÁCIA. CITADA POR PLATÃO EM SUA OBRA: REPÚBLICA

Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 17:09 h
PERSÉFONE

PERSÉFONE:
ESSA DEUSA CTÔNICA ERA INVOCADA PELOS MAGOS NAS LÂMINAS DE CHUMBO DOS
KATADESMOI, ASSIM COMO SETH TYPHON, HÉKATE, SABAZIOS ENTRE OUTROS.

Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 17:14 h
KATADESMOS – KATADU –
KATADESMOI

ENTERRAR NO FUNDO DA TERRA


AFUNDAR
CONGELAR
PARALISAR
AMARRAR
A PRÁTICA DE DESVIO DOS ATENIENSES ERA PUNÍVEL
COM A MORTE. UMA PRÁTICA TÃO ANTIGA QUE COMEÇA
NO PERÍODO DE PÉRICLES, PASSA PELO PERÍODO DE
DIOCLECIANO E CHEGA PRÓXIMO AO PERÍODO DE
CONSTANTINO.
ESSA PRÁTICA DE MAGIA SEGUE ATÉ O VI SÉCULO d.C
Imagens: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 17: 44 h
ASCLÉPIO

Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 22:04 h
SERÁPIS
Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 22:05 h

O TEMA SOBRE RELIGIOSIDADES PERMANECE ATUAL.


NO SÉCULO XXI NÃO PERCEBEMOS UM IMPÉRIO DA RAZÃO, POIS
EXISTEM MUITOS GRUPOS RELIGIOSOS HOJE EM DIA AO REDOR DA
SOCIEDADE.
PETER BERGER AFIRMA QUE NA ATUALIDADE, A SOCIEDADE É TÃO
FEROZMENTE RELIGIOSA QUANTO ERA NA ANTIGUIDADE.
A TEORIA DA SECULARIZAÇÃO ESTÁ EQUIVOCADA.

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em: 16/09/20, às 18:06 h
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em: 16/09/20, às 21:56 h
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A MAGIA É A ARTE DE PRODUZIR, POR MEIO DE PROCESSOS
OCULTOS, FENÔMENOS QUE ROMPEM COM O CURSO ORDINÁRIO DA
NATUREZA. ELA REVELA O DESEJO DE AGIR SOBRE O QUE ESTÁ ALÉM
DO HOMEM, MEDIANTE A CRENÇA NA PERMEABILIDADE QUE AS
COISAS OFERECEM AO SEU PODER, AFIRMA MARIA REGINA CANDIDO
(2017)

Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 20:57 h
DEFÍXIO É O NOME LATINO Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 21:12 h

KATADESMOI É O NOME GREGO


SETH TYPHON

Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 21:35 h
Languages, Objects, and the Transmission of the Rituals An Interdisciplinary Analysis
on Ritual Practices in the Graeco-Egyptian Papyri (PGM) edited by Sabina Crippa and
Emanuele M. Ciampini The Donkey in the Graeco-Egyptian Papyri Rita Lucarelli (Berkeley,
University of California, USA )

“Neste feitiço, Typhon está associado à constelação da Ursa Maior, que em


egípcio antigo é chamado msxtyw, 'adze', ou xpS, 'perna dianteira'; representa
Seth no Céu do Norte e Plutarco o associa a Tifão (Plutarco, De Iside et Osiride,
c. 13; te Velde 1977, 86 e seguintes). A gordura e os cabelos de uma nádega
preta que estão listados no texto junto com os de outros animais (cabra e touro)
são, portanto, geralmente designados como símbolos Sethianos. No entanto, há
evidências de outros feitiços da mesma coleção mencionando a constelação da
Ursa Maior, onde não há menção de Set, Typhon ou do burro; portanto, talvez
devamos interpretar tal menção de partes de burro como um material ritual, que
não está jogando qualquer papel mais específico quando comparado aos outros
ingredientes animais ou vegetais mencionados no feitiço”.
(CRIPPA; CIAMPINI, 2017:91)
Documentação epigráfica do período

G.W. Elderkin. 1936:44 (Tablete I; Figura 1); Hesperia. Journal of the


American School of Classical Studies at Athens; Vol. V: Athens, Greece,
1936.
_____________. 1937:382 (Figura 1; tablet II); Hesperia. Journal of the
American School of Classical Studies at Athens; Vol. V: Athens, Greece,
1937.
_____________. 1937:393 (Figura 2; Tablete III); Hesperia. Journal of
the American School of Classical Studies at Athens; Vol. V: Athens,
Greece, 1937.

Sophie Kambitsis; GAGER, John G. 1992: 115; G.H.R. Horsley. SGD


152, SuppMag 47 (text).
Referências bibliográficas

BACZKO, Bronislaw. A imaginação social. In: Leach, Edmund et Alii. Anthropos-Homem.


Lisboa,Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985.
BERGER, Peter. O Dossel Sagrado. Elementos para uma teoria sociológica da religião. Org. Luiz
Roberto Benedetti; Tradução José Carlos Barcellos. – São Paulo: Ed: Paulinas, 1985.
CÂNDIDO, Maria Regina. As práticas da magia dos katádesmoi na Atenas Clássica e Helenística. NEA –
UERJ, 2006;
___________________. As Práticas da Magia na Atenas Clássica e ao longo do Mar Mediterrâneo –
pesquisa financiada pelo Programa Próciência da UERJ/FAPERJ: 2004-2008-2011.
CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano, Artes de fazer. Tradução: Ephraim Ferreira Alves.
Nova Edição estabelecida e apresentada por Luce Giard. 3ª Edição, Petrópolis: Editora Vozes. 1998.
Languages, Objects, and the Transmission of the Rituals An Interdisciplinary Analysis on Ritual
Practices in the Graeco-Egyptian Papyri (PGM) edited by Sabina Crippa and Emanuele M. Ciampini
The Donkey in the Graeco-Egyptian Papyri Rita Lucarelli (Berkeley, University of California, USA
)Antichistica 11 DOI 10.14277/6969-120-1/ANT-11-8 ISBN [ebook] 978-88-6969-120-1 | ISBN [print]
978-88-6969-121-8 | © 2017.
Aula #02

Texto #02

Considerações Finais

Ao longo deste trabalho, nosso objetivo foi de demonstrar ao leitor, as principais


concepções sobre a vida após a morte na Grécia Antiga (século X ao século II a.C.)
descrita através da Historiografia pertinente ao assunto. É óbvio que nesta pesquisa,
tentou-se somente realizar um breve estudo a respeito das práticas funerárias nesta
antiga sociedade. Foram aqui expostos os principais aspectos desta civilização, no que
se referem as suas crenças sobre a continuidade da vida após a morte, e da alma ou
espírito. Mesmo por que, sabemos que seriam necessários muitos anos, para que se
consiga narrar em algumas páginas todos os ritos fúnebres e todas as mudanças sociais
que ocorreram nesse país e acabaram por influenciar o Modus Vivendi e Status Quo até
mesmo de alguns outros povos provenientes do Ocidente.
Faz-se deveras importante ressaltar que, na Grécia Antiga, os processos de
enterramento eram em geral financiados pelos familiares do finado. Com isso, observa-
se através das fontes e da Historiografia que, em famílias mais ricas e poderosas, o
morto recebia um tratamento mais elaborado. Já os membros de famílias menos
abastadas, estes recebiam tratamento bem mais simples. O que observamos em nossa
sociedade até os presentes dias. Mas, alguns desses ritos Post-Mortem eram realizados
pelo próprio Estado (em Atenas, século IV a.C) ou apenas baseado nas posses da
família do morto.
Contudo, em todas as épocas, as sociedades passaram por muitas mudanças. Pode se
tornar interessante que o Egito Antigo seja também citado nesta pesquisa. A civilização
egípcia tem muito a acrescentar juntamente com as suas Práticas Funerárias e Processos
de Mumificação do corpo do defunto.
Por exemplo, é relevante destacar, que para além dos costumes gregos, no Egito
Antigo (IV dinastia), já se utilizada o processo de embalsamar e mumificar os corpos de
Rei mortos, o que ocorria durante cerca de 70 dias. Os antigos faraós acreditavam que
com isso, a alma ou consciência (espírito) viveria eternamente no além. Essa prática

1
era algo acessível apenas aos Faraós (Antigo Império), e somente com o passar dos
séculos essa prática se estendeu a outras camadas sociais. Complementando ainda que,
no Egito, apenas os cidadãos os quais que possuíam uma situação financeira próspera
poderia arcar com tamanha despesa, pois os gastos que eram elevados, mas esse era o
preço a ser pago pela família que almejava proporcionar ao morto uma vida boa e
tranqüila no outro mundo.
O custo de se embalsamar e de mumificar uma pessoa eram alto. Sem
mencionarmos todas as grandes quantidades de oferendas comumente depositadas na
tumba do falecido pelos seus familiares ou funcionários. Inclusive, no final da XVII e
início da XVIII dinastia, além de todos os ritos egípcios para livrar os mortos do mal
durante a viagem ao Duat, esses ainda poderiam receber um auxílio extra chamado de
Livro dos Mortos (vendido pelos Sacerdotes de Amon por grandes quantias). O povo e
a elite faraônica acreditavam que este livro guiaria o defunto através da escuridão da
morte e ensinaria a ele todas as fórmulas Mágico-Rituais que o conduziriam de maneira
segura através do melhor caminho até que encontrasse o deus Osíris e fosse finalmente
julgado por todas as suas ações em vida. Não observamos relatos desta crença de que
havia algum Livro dos Mortos na Grécia Antiga (ou algo parecido), nem mesmo sobre a
concepção grega de um julgamento das ações do defunto do Pós-Vida diante dos
deuses.
Na Antiga Grécia, (séculos II ao X a.C) não encontramos registros de práticas de
embalsamamento nem de processos de mumificação neste período, o que ocorria já no
Período Romano. Mas, os gregos realizavam em suas casas, à noite, uma cerimônia
póstuma que durava cerca de três dias. Após esse ritual, ou cremavam (nas piras) ou
enterravam seus mortos, e colocavam em suas mãos uma moeda de prata, que serviria
de pagamento ao Caronte. Espécie de condutor de almas, o Barqueiro Infernal que
conduzia os mortos ao Hades, o inferno grego.
A cremação do defunto ocorria, em geral, de acordo com a vontade da pessoa que
deixava escrito isso em vida ou da família, sem necessariamente extrair seus órgãos
durante a preparação do corpo do morto (como no Egito). Mas o corpo deste precisava
também ser “purificado”, lavado, perfumado e vestido para ser exposto pela família
dentro de sua casa durante o velório. Preces e orações também eram proferidas em favor
da alma do falecido. E esses recebiam oferendas funerárias dos seus parentes assim
como no Egito.

2
Já no Antigo Egito, os faraós construíram grandes tumbas que eram as pirâmides, e
eram depositados em sarcófagos após deixarem este mundo. Os mortos eram sepultados
com diversos objetos que poderiam ser úteis a eles no além. Jóias, roupa, maquiagens,
animais, até mesmo escravos. Estes eram apenas alguns dos itens depositados no
túmulo em homenagem ao defunto.
Para a elite egípcia e para a elite grega (final do século V a.C), era muito importante
exibir sua riqueza e prosperidade no momento de enterrar seus mortos. Isso denotava
poder e Status social diante da população. E quanto mais riqueza possuísse a família,
mais grandiosa seria a cerimônia funerária e melhores seriam as oferendas que o morto
receberia em sua tumba para auxiliá-lo em sua viagem rumo à eternidade. Em ambas a
cultura vê-se que, preparar o falecido para a vida no além era função essencial de seus
parentes mais próximos (as mulheres na Grécia e sacerdotes no Egito). E deixar de zelar
por essa preparação póstuma, era considerado pela sociedade algo absurdo e
irresponsável, que inclusive poderia atrapalhar o finado chegar ao local que era agora
seu último e derradeiro destino. Preparar o morto deixando-lhe provisões de comida,
bebida, perfumes, até mesmo livros que eram como guias funerários, pois agora tudo
isso era fundamental ao bem-estar deste. Mas não eram apenas as oferendas que
abririam os caminhos e que proporcionariam a eles paz e alegria no além. Tanto na
Grécia quanto no Egito, os rituais fúnebres precisavam existir e seguir certas regras
sociais, as quais variavam de cidade para cidade, de período para período, e de poder
aquisitivo.
A família deveria cumprir todas as etapas dos ritos (os ritos que já descrevemos
acima), somente assim, eles poderiam viver tranqüilos de que, seus mortos não
voltariam do Hades no caso da crença grega, ou do Duat, na concepção dos egípcios
para atrapalhar suas vidas, assombrar seu sono e destruir suas colheitas.

Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;


Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

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Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br

5
Imagem: Amanda M. Hutflesz

“Entre Papas e Imperadores: Uma introdução


à História do Cristianismo na Idade Média”
Curso Livre / Curso de Extensão
Autoria: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz – 2019
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/6023114469399407
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AULA #1: PDF

CURSO:

“Entre Papas e Imperadores: Uma introdução à História do Cristianismo na Idade Média”.

Autoria: Prof.ª Amanda M. Hutflesz – 2019.

Universidade Católica de Petrópolis

1. Carlos Magno (768/814)

De acordo com José D’Assunção (BARROS, 2009): “A passagem da dinastia merovíngia para a
dinastia Carolíngia, através de Pepino, O Breve, é precisamente assinalada por uma aliança entre o
reino franco e o Papado, que ficou selada, simbolicamente, pela unção recebida por Pepino, pelas
mãos de Estevão II.” (BARROS, 2009: 57)

Vinte anos depois, Carlos Magno encetaria uma aliança similar com o Papa
Adriano I a partir de um intrincado contexto de alianças, aponta o professor José
D’Assunção (BARROS, 2009) e oposições que estão registrados em diversos anais
da época, como o Líber pontificalis. Fonte singular para uma compreensão dos
aspectos políticos e simbólicos envolvidos nesses acontecimentos é a Carta de
doação de Constantino, documento forjado nas oficinas do próprio papado de
Adriano I como se fosse uma antiga carta em que o Imperador Constantino havia
doado terras da Itália Central ao Papa Silvestre. Este documento (Apud BARROS,
2009) e a Carta de Pepino de 754, por ocasião da primeira aliança franca com a
Igreja Romana, ancoraram as assinaturas de um terceiro documento em que Carlos
Magno estabelecia a sua própria aliança com Adriano I. (BARROS, 2009: 57-58).
A partir daí andam juntos os dois projetos, o de expansão do Reino Franco e o de
universalismo espiritual da Igreja Romana sobre as populações cristãs do Ocidente
(BARROS, 2009), estabelecendo-se uma aliança que iria culminar com a coroação
imperial de Carlos Magno, no ano 800. (BARROS, 2009: 58)
2

“As guerras de Carlos Magno”, uma História que nos será contada pelo Historiador polonês E. A.
Kosminsky (KOSMINSKY, 1980) em sua obra História da Idade Média (1980).

O Estado franco atingiu o seu máximo poderio durante o reinado de Carlos Magno.
Todo o seu governo afirma o autor (Apud KOSMINSKY, 1980) transcorreu em
guerra. Não retrocedia ante os malogros passageiros e foi empreendendo novas e
novas campanhas para subjugar as tribos ainda não submetidas. Carlos Magno
participou pessoalmente de 30 campanhas. (KOSMINSKY, 1980: 25)

Explica o historiador (KOSMINSKY, 1980) que “A vívida personalidade de Carlos Magno


impressionou fortemente a seus contemporâneos e por muito tempo ficou gravada na memória de
seus sucessores. Obteve destaque por sua estatura muito alta e por ter grande força física. Por
longos anos não se deixou abater por cansaço ou doença. (1980) Os homens que viveram no seu
tempo ficavam surpresos diante de sua imensa energia e capacidade de solucionar todas as questões
inerentes à economia, à organização e administração do Estado. O Imperador Carlos Magno foi,
provavelmente, um dos heróis mais famosos dos livros de contos e lendas na Idade Média”
(KOSMINSKY, 1980: 25-26)

Afirma Kosmimnsky que (KOSMINSKY, 1980) “Carlos Magno reiniciou a guerra contra os
lombardos e conquistou suas terras. Desse modo, a maior parte da Itália foi anexada aos domínios
francos.” E mais além, “que, para quebrar a resistência dos saxões, estabeleceu leis bastante duras.
Considerando crime, não somente a luta contra o povo franco, mas qualquer afronta à religião
cristã. Aqueles que cultuassem deuses de origem saxônica ou deixassem de exercer os rituais
cristãos eram punidos. A morte vinha de encontro até mesmo para aqueles que comiam carne nos
dias considerados sagrados. Carlos Magno chegou mesmo a ordenar a morte de 4.500 saxões por
terem descumprido suas leis. (Apud KOSMINSKY, 1980: 26)

Sobre o Imperador Carlos Magno relata o professor E. A. Kosminsky (KOSMINSKY, 1980):


“Finalmente, conseguiu atrair a nobreza saxônica por meio de uma divisão de terras e também, por
ter lhes conferido poder sobre os saxões livres. Com isso diz Kosminsky (1980) os nobres locais
adotaram o Cristianismo como religião oficial e passaram a conferir apoio ao Imperador. Mas
apenas no século IX é que o povo saxão foi cristianizado.” (KOSMINSKY, 1980: 26)
3

“Carlos Magno distribuía benefícios entre seus vassalos” diz o autor (1980) e ainda “exigia deles
não somente participação pessoal nas expedições militares, mas também, a apresentação de homens
armados. O vassalo era dono de suas terras mediante a condição de prestar o serviço militar. Tinham
a obrigação de apresentar-se junto com os seus senhores para ir à guerra.” (KOSMINSKY, 1980:
28)

2. Das relações entre a Igreja e o Império

No trecho a seguir, segue uma síntese onde, o professor Barros (BARROS, 2006) em seu ponto de
vista esclarece: “De fato, o complicado panorama das relações entre a Igreja (poder secular) e os
diversos poderes imperiais (poder temporal) nos muitos territórios europeus, mostravam desde o
início do século XI uma situação pouco favorável para a Igreja. Na França, os primeiros reis
Capetos – (BARROS, 2006) de modo a obter renda as quais se faziam de suma importância para os
cofres régios – haviam tomado o hábito de vender pelos melhores preços, afirma Barros (2006) os
cargos eclesiásticos reais que estavam sob seu poder, e constantemente utilizavam seu prestígio e
posição para que os candidatos episcopais de sua preferência fossem admitidos no clero.” (Apud
BARROS, 2006: 51)

“Já na Inglaterra, a nobreza local da primeira metade do século XI havia praticamente se


assenhorado das dignidades eclesiásticas” afirma o professor da UFF José D’Assunção Barros
(2006). E complementa “No Império, já era um hábito que remetia à épocas anteriores a designação
imperial de bispos, aos quais eram transmitidas com regularidade, alias, atribuições condais que se
misturavam à funções pastorais. (BARROS, 2006) Diante desta situação, os bispos estavam
totalmente à merce do Imperador ou até mesmo de outros governantes imperiais, que lhes
ofertavam a investidura por meio de aparatos simbólicos importantes (2006) – o báculo e o anel –
imagens em torno das quais em breve, iria se desenvolver uma verdadeira guerra de representações
entre o Papado e o Império aponta Barros (2006). O ‘báculo’ era o símbolo da jurisdição; o ‘anel’, o
símbolo de uma comunhão fundamental e espiritualmente elevada com a Igreja.” (Apud BARROS,
2006: 51)

E prossegue o professor José D’Assunção Barros em sua análise (2006) “As paróquias que estavam
localizadas próximas de seus senhorios, (2006) tinham por princípio exigir do povo, um juramento
4

de fidelidade, e além disso, tomavam parte nas das rendas e dízimas por elas recebidas, o que
denotava um panorama tipicamente feudal. O quadro geral, portanto, era em todos os níveis, uma
confusa relação entre o cargo eclesiástico e o benefício imperial, fosse este ofertado ao merecedor
pelo Imperador, pelo rei ou mesmo pelo grande senhor.”(BARROS, 2006: 52)

O autor do artigo José D’Assunção Barros, (BARROS, 2006) em sua obra demonstra que:

O ‘Nicolaísmo’ representava outro ponto importante de interferência entre o


sagrado e o temporal, pois se referia aos padres que viviam amancebados e que, no
geral, tal proceder dava origem ao nascimento de filhos que poderiam postular
direitos diversos. (2006) Alguns cargos, inclusive, eram transferidos
hereditariamente. Na segunda metade do século XI, tanto a simonia como o
nicolaísmo eram questões que movimentavam polêmicas que clamavam por uma
solução nos meios eclesiásticos, e a Reforma Gregoriana, já em curso, iria centrar-
se diretamente nesses pontos. (Apud BARROS, 2006: 52)

3. A Reforma Gregoriana (uma breve introdução)

Observaremos pois, mais esta profícua contribuição acadêmica pertinente ao assunto abordado no
texto, que nos traz aqui, por meio de seus escritos (2009), o professor da UFMG Leandro Duarte
Rust, especialista e medievalista:

Expressar o significado da Reforma Gregoriana para o conhecimento histórico é


tarefa por demais complexa, pois, na maioria das vezes em que se propõe fazê-lo,
os historiadores acabam recorrendo a superlativos e avaliações controversas.
Consideramos Augustin Fliche (1884-1951) o grande marco na construção da
noção de Reforma Gregoriana. Oriundo de uma família católica, este medievalista,
após concluir seu doutorado na Sorbone, com tese sobre o reinado de Felipe I,
iniciou sua carreira como professor universitário em 1913. (Apud RUST, 2009:
136)

Indica Leandro Rust (RUST, 2009) as quais “muitas das ideias presentes neste trabalho sobre a
Reforma Gregoriana tem sido, desde então, tratados pelos estudiosos ora como pressupostos
consensuais, ora como evidências empíricas imediatas.” (RUST, 2009: 136)
5

A perspectiva interpretativa proposta por Fliche (Apud RUST, 2009) pode ser
assim sintetizada: O amplo movimento de restabelecimento do poder papal
ocorrido a partir de 1049 – cujo ‘maior protagonista’ foi o Papa Gregório VII
(1073-1085) – foi uma ampla resposta às intermináveis ‘desordens’ que se
alastraram por toda a Cristandade em razão da ausência de um ‘Estado’ forte.
Segundo Fliche, (Apud RUST, 2009) o colapso do poder estatal carolíngio fez do
século X uma era de crise política, social e moral. Sem um poder central capaz de
impor um direito público que contivesse a incessante busca dos indivíduos pela
consecução de seus interesses particulares, a ‘anarquia feudal’ triunfou nas terras
ocidentais. Havia um vácuo deixado pela inexistência de uma autoridade imperial
ou régia capaz de se fazer obedecer foi ocupado por aristocracias locais. (FLICHE
Apud RUST, 2009: 137)

Nesse sentido, diz Fliche (FLICHE Apud RUST, 2009), o estabelecimento de uma
cúpula papal comprometida com a ‘reforma’ da ordem social tornou-se o nervo do
‘movimento gregoriano’. Este, por sua vez, galvanizava as contribuições de
movimentos reformadores anteriores, uma vez que, nas raízes das ideias partilhadas
por esse movimento, estavam as contribuições dos principais grupos integrantes da
ecclesia cristã da época: Os monges beneditinos, clunianenses sobretudo; os bispos
lotaríngios; os reformadores italianos. (FLICHE Apud RUST, 2009: 137)

Para o professor Leandro D. Rust (RUST, 2009) “tais grupos destacavam-se por partilharem de um
forte senso comum (FLICHE Apud RUST, 2009) de que era necessário empenhar energias para
libertar a igreja cristã da opressão e desordem impostas pelos laicos, em especial pelas aristocracias
feudais.” Ainda aponta o autor (RUST, 2009) que “tais círculos reformadores teriam fornecido os
homens que, a partir de 1049, controlaram o Papado, e tiveram em Gregório VII seu maior porta-
voz.”. Portanto, continua Leandro Duarte (2009), “foi sob nesse contexto que, toda vez que o
denominado partido gregoriano proferia palavras de ordem como libertas ecclesiae (liberdade da
igreja), (Apud RUST, 2009) muito mais ficava subentendido, já que os postulados defendidos por
tal partido resumiam longos costumes intelectuais na forma de um grandioso projeto para regrar a
vida coletiva.” (RUST, 2009) E complementa autor (2009) “Suas ideias configuravam um modelo
social, o qual defendia e implantava a liderança eclesial reclamada pelo Papado no século XI”.
(Apud RUST, 2009: 137)

De acordo com a fundamentação teórica do professor José D’Assunção (BARROS, 2006) sobre a
Reforma Gregoriana, depreende-se de seu artigo que:
6

Em 1073, quando Gregório VII ascende a Papa, a Igreja estava em pleno


desenrolar de uma reforma religiosa que começara a tomar forma a partir de 1050.
Seu período de pontificado, entre 1073 e 1085 é aliás particularmente intenso em
termos de novas propostas que visavam discutir a posição da igreja no mundo.
(BARROS, 2006) A atuação de Gregório VII nesse contexto seria particularmente
importante em três pontos centrais. (Apud BARROS, 2009) O esforço de definir
claramente os direitos e as responsabilidades do papado, a substituição do direito
da Igreja Germânica pelo Direito Canônico e a conquista da garantia de liberdade
de eleição para o cargo de Papa. (BOLTON Apud BARROS, 2006: 52)

E, continua o autor (BARROS, 2006) a discorrer sobre o assunto. Vejamos nas palavras de Barros
(2006) que: “Todos os cargos eclesiásticos e não apenas o Sumo Pontificado, deveriam ser
escolhidos na própria alçada da Igreja, e não impostos por interesses políticos ligados aos poderes
temporais.” (BARROS, 2006: 52)

O historiador Leandro Duarte (RUST, 2009) complementa a ideia:

Falar de Reforma Gregoriana, significava, (FLICHE Apud RUST, 2009) falar da


mobilização coletiva liderada pelo Papado para viabilizar a implantação de um
programa de normatização das condutas sociais. A perene necessidade de efetivar
tal liderança, foi, o catalisador histórico da centralização da igreja ocidental nas
mãos do bispo de Roma. (2009) Pressionados pelo propósito de tomar a dianteira
das relações de moralização da societas chritiana, os Papas foram levados a
converter o primado apostólico da Igreja Romana – sua alegada fundação por
Pedro, ´príncipe dos apóstolos’ - na razão da subordinação hierárquica e
jurisdicional das igrejas espalhadas pela Cristandade. (Apud RUST, 2009: 138)

“Para levar adiante a reforma”, corrobora Rust (2009), “o Papado necessitou elevar uma Igreja
Cristã envolta em burocracia e uniformizada, tal qual uma pirâmide em cujo ápice, (2009) achava-
se a Cúria Romana, suprema e hierocrática. (2009) Uma situação que culminou em consequências
de outra ordem, pois afinal, tal centralização foi necessária para emancipar a Igreja da influência
laica, de nobres, reis e sobretudo, da coroa imperial.” (RUST, 2009).

“Foi preciso afirmar a autonomia e o caráter inviolável dos bens”, sintetisa o medievalista e
professor da UFMG Leandro Duarte Rust (RUST, 2009) no trecho que segue:

(…) bem como de propriedades, direitos e procedimentos sobre os quais se


assentava a organização da Igreja Romana. (2009) Após emancipar o Papado da
tutela imperial, o ‘partido gregoriano’ buscou disseminar o mesmo modelo por todo
o Ocidente, fechando as portas para influências de nobres e reis nas eleições
episcopais, na arrecadação dos dízimos, na gestão do patrimônio eclesiástico.
(Apud RUST, 2009: 138)
7

Ao mesmo tempo, percebia que era preciso que o Papado (Apud BARROS, 2006)
retomasse claramente a ideia de que era o Sumo Pontífice o líder máximo da
Cristandade, acima de Imperadores e reis. Em função desta última preocupação,
deve ser entendida a sua preocupação em reformular toda a imagística do Papado,
apropriando-se, inclusive, de símbolos e imagens do poder imperial. Com a
utilização do gorro branco que simbolizava o regnum, afirmava-se agora como um
senhor temporal percorrendo o caminho inverso de imperadores, desde Carlos
Magno, procuravam afirmar também a sua imagem de senhores espirituais da
Cristandade. (BARROS, 2006: 52)

No artigo do professor Barros (2006), o qual cita no parágrafo abaixo, um


trecho da correspondência escrita pelo Papa Gregório VII, observemos que:

O Papa não pode ser julgado por ninguém, (Apud BARROS, 2006) a Igreja
Romana nunca errou e nunca errará até o final dos tempos; A Igreja Romana foi
fundada apenas por Cristo, só o Papa pode depor e empossar bispos. Só ele pode
convocar assembleias eclesiásticas e autorizar a Lei Canônica; só ele pode revisar
seus julgamentos; só ele pode usar a insígnia imperial; pode depor imperadores,
pode absolver vassalos de seus deveres de obediência; todos os príncipes devem
beijar seus pés. (SOUTHERN Apud BARROS, 2006: 53)

Compreende-se dentro desse programa que uma das primeiras preocupações de


Gregório VII tenha sido a de proibir enfaticamente a investidura leiga, isto é, a
escolha de bispos e abades por príncipes e imperadores. O Dictatus Papae de 1076
(BARROS, 2006), que consubstancia essa proposta, causou imediada reação do
Imperador Henrique IV, que deu o Papa como deposto. Este, reciprocamente,
declarou o Imperador como deposto e excomungado, e assim, concretizava-se, na
prática, a própria questão de que tratava a Dictatus Papae: Quem teria o direito de
nomear ou depor o outro: O Imperador ou o Papa? (BARROS, 2006) O gesto de
Gregório VII ao depor Henrique IV era ainda mais contundente, pois proibia os
vassalos de lhe prestar serviço, ameaçando-os com a mesma excomunhão que já
destinara ao Imperador. (Apud BARROS, 2006: 53)

O historiador José D’Assunçao Barros ressalta em seu artigo (2006) que “Como grandioso
reformador e um homem que tinha consciência das mudanças ocorridas em seu tempo, Gregório
VII conseguiu perceber que a possibilidades e a sobrevivência da expansão da Igreja enquanto uma
instituição sagrada, requeriam resoluções sérias no sentido de solucionar algumas questões cruciais
(BARROS, 2006), e a primeira delas encontrava-se relacionada precisamente a uma urgência em se
consolidar a autonomia da Igreja em relação ao Império ou a qualquer outro poder temporal.”
(BARROS, 2006: 52)
8

Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em


História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59.
Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de Setembro de 2011.

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Introdução

De acordo com as palavras do autor José D’Assunção
(BARROS, 2009), “Papado e Império, na Idade Média
estão sendo apresentados aqui, como dois projetos
universais, para uma mesma cristandade ocidental que
começa a se consolidar desde os primórdios medievais. Do
jogo de avanços e recuos entre os poderes conquistados por
cada um desses dois projetos – um jogo político tão intenso
e vívido na Idade Média, mesmo que, algumas vezes
apenas ao nível do imaginário – já não aparecerá haver
grandes resquícios à medida que se adentra a
Modernidade.” (BARROS, 2009: 54)
1

Referências Bibliográficas:

SITE: A Santa Sé
LINK: http://w2.vatican.va/content/vatican/pt.html
DATA: 18/01/19
HORÁRIO: 11:22 Hs

Papa Adriano I

95º Papa da Igreja Católica

INÍCIO
1,9.II.772
PONTIFICADO
FIM DO
25.XII.795
PONTIFICADO
NASCIMENTO Romano

Papa Estêvão II (III)

92º Papa da Igreja Católica

INÍCIO
26.III.752
PONTIFICADO
FIM DO
26.IV.757
PONTIFICADO
NASCIMENTO Romano
2

Papa Clemente III

174º Papa da Igreja Católica

INÍCIO
19,20.XII.1187
PONTIFICADO
FIM DO
...III.1191
PONTIFICADO
NOME
Paulo Scolari
NASCIMENTO
NASCIMENTO Romano

Papa Gregório VII

157º Papa da Igreja Católica

INÍCIO
22.IV,30.VI.1073
PONTIFICADO
FIM DO
25.V.1085
PONTIFICADO
NOME
Ildebrando
NASCIMENTO
NASCIMENTO Tuscia
3

Papa Pio XII

260º Papa da Igreja Católica

INÍCIO
2,12.III.1939
PONTIFICADO
FIM DO
9.X.1958
PONTIFICADO
NOME
Eugenio Pacelli
NASCIMENTO
NASCIMENTO Romano
SITE WEB http://w2.vatican.va/content/pius-xii/pt.html

Papa João Paulo II


264º Papa da Igreja Católica

INÍCIO
16,22.X.1978
PONTIFICADO
FIM DO
2.IV.2005
PONTIFICADO
NOME
Karol Wojtyła
NASCIMENTO
NASCIMENTO Wadowice (Cracóvia)
SITE WEB http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/index_po.htm
4

Papa Bento XVI


265º Papa da Igreja Católica

INÍCIO
19,24.IV.2005
PONTIFICADO
FIM DO
28.II.2013
PONTIFICADO
NOME
Joseph Ratzinger
NASCIMENTO
NASCIMENTO Marktl am Inn (Baviera)
SITE WEB http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/index_po.htm

Papa Francisco
266º Papa da Igreja Católica

INÍCIO
13,19.III.2013
PONTIFICADO
NOME
Jorge Mario Bergoglio
NASCIMENTO
NASCIMENTO Buenos Aires (Argentina)
SITE WEB http://w2.vatican.va/content/francesco/pt.html

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