Apostila Varias Disciplinas 1000 Slides
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AULA 03 – VERBOS
HÁ VOGAIS, APENAS
SEMI VOGAIS.
Os faraós passam a ser designados por 5
epítetos reais: (IV DINASTIA)
1-Hórus Vivo (rei, faraó que vive no palácio)
2-Hórus de Ouro (todo faraó vivo é um Hórus)
3-Duas Senhoras (deusas protetoras da
realeza faraônica, Alto e Baixo Egito)
4-Filho de Rá
5-Rei do Alto e do Baixo Egito (após a
unificação do Sul e do Norte por Menés)
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
EX:
Kpr
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TEMÁTICA:
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA, RELIGIÃO E CULTURA DO
SUMÁRIO
RESUMO:
Na concepção dos egípcios, preocupar-se com a vida após a morte era de extrema
importância. Eles acreditavam que, mesmo após a morte do corpo, o espírito (ou alma)
continuaria sua jornada no além.
Um dos pontos que nos intriga muito é a concepção de vida e de morte para o
homem egípcio. Para os egípcios antigos a morte não era algo ruim, era apenas uma
transição, uma etapa. Ou seja, vivia-se a vida terrena, a qual se devia seguir e cumprir
tudo que o torna-se um homem pleno, verdadeiro e de valores. Após a morte, o
indivíduo passava por um julgamento, feito por Osíris, no qual seu coração devia ser
leve como uma pena para que tivesse o direito de ter a sua vida no submundo, caso
contrário era condenado à inexistência, acabava ali então a sua jornada.
(ROCKENBACK, 2013: 170)
Para Marina[1]: “O egípcio, o ser humano é composto por partes que compõe um
todo, vejamos as três partes principais: O KA, o BAH e o AKH, força vital, essência
moral e espírito, respectivamente.” (ROCKENBACK, 2013: 172)
Havia por isso, um conceito no qual, a vida as pessoas em geral indivíduos eram
compostos por uma pluralidade, isto é, eram dotados de um corpo físico (djet), um
princípio do sustento (ka), uma personalidade ou princípio do movimento (ba), um
nome (ren), um coração (ib) e uma sombra (shuyt), e que isto não valia apenas para os
próprios egípcios, mas para todos os seres humanos. (SANTOS, 2012 Apud
ROCKENBACK, 2013)
Poucos conheceram sobre todas as concepções de religião funerária no Egito
Antigo. O que sabemos nos chega através da mídia, e através das vastas pesquisas nesse
campo e do que aprendemos nos filmes e nos livros. A questão é que, nem sempre as
informações são confiáveis, completas e precisas. Por exemplo, essa civilização não via
o cosmos e o universo através da ótica da separatividade; mas sim, como um todo. O
universo, os deuses, a terra, o ar, as águas, a economia, política, religião, a morte, a
vida, o corpo, a alma, a sociedade, estavam todos interligados.
Por toda a História, os seres humanos muitas vezes, investiram tempo e recursos no
intuito de encontrarem uma explicação tanto para o fenômeno da vida, quanto para o
fenômeno da morte. Muitas civilizações ainda acreditam que a vida termina no
momento que a pessoa morre. Porém, os egípcios tinham sua crença baseada no
conceito de que, após o momento da morte, o espírito voltaria a habitar o corpo em
outro mundo. Assim, nas palavras de Ivan Vieira (NETO, 2010), o homem teve a
grande necessidade de explicar o fenômeno da morte. E, a explicação mais aceitável
para o fim seria um novo começo: quando o corpo morre, mas outra parte do indivíduo
continua vivendo. (NETO, 2010)
Um aspecto especial e muito importante da religião egípcia eram as crenças
funerárias. Também aqui, a sobrevivência depois da morte foi objeto de visões
divergentes que se foram superpondo sem eliminação mútua. O morto tanto era
imaginado renascendo na própria tumba, que era sua Casa de Eternidade na qual
recebia oferendas de comida e bebida (e da qual eventualmente poderia escapar por
algum tempo em forma de pássaro), como navegando na Barca Solar, ou ainda sendo
julgado no Tribunal de Osíris (...). (CARDOSO, 1987: 91)
1
No Egito Antigo, a religião funerária estava intimamente relacionada ao uso da
magia. E com isso, todos os grandes faraós que governaram no Egito ao longo da
história, tanto acreditavam na vida após a morte, como acreditavam que, fazendo uso
adequado da magia, e contanto com o auxílio do poder dos sacerdotes, poderiam
alcançar o Amenti em e transpor as portas do Duat sem imprevistos, dor ou sofrimento.
O uso da magia nos Rituais Fúnebres era uma espécie de garantia para os vivos, de que
os mortos conseguiriam viver em paz, alegria e prosperidade quando chegassem ao
outro mundo.
A religião funerária era profundamente penetrada de magia em todos os seus
aspectos. As crenças sobre a vida depois da morte fizeram dos túmulos egípcios os mais
ricos de toda a História humana, em oferendas enterradas com os defuntos e em
representações diversas da vida cotidiana e das atividades profissionais do morto e seus
subordinados: Daí a sua extraordinária importância como fonte histórica. (CARDOSO,
1987: 92)
Na Religião funerária egípcia, todo faraó era um Hórus encarnado na terra; um deus.
E todo rei morto, se transformava em um Osíris; senhor do Duat, do submundo, juiz dos
mortos. Aquele que presidia o julgamento do morto da Sala das Duas Verdades, diante
de outros 42 juízes. E de acordo com as palavras de Marina em seu trabalho “O Deus
era o principal do panteão funerário. A pessoa quando morria se tornava um Osíris. Ele
também era o Senhor do Tribunal do Julgamento do coração. Se a idéia da mumificação
nasce com o mito de Isis e Osíris, essa é a praticada até o final do período faraônico.”
(CÉSAR, 2009 Apud ROCKENBACK, 2013)
2
caracterização dos aspectos do outro mundo. Procurando esgotar todo e qualquer mal
que poderia acometer o morto em sua nova vida, os egípcios provavelmente se sentiriam
mais seguros e certos de que sua imortalidade estaria assegurada, ao contar com a
proteção dos encantamentos. (JOÃO, 2013: 167)
As pessoas em geral, temem aquilo o que não conhecem. Principalmente, quando a
situação desconhecida a enfrentar, está relacionada à morte. Os antigos egípcios não
eram muito diferentes. Pelos relatos e pesquisas que observamos nos escritos sobre o
povo do Antigo Egito, eles não pareciam dispostos a transpassar os portões da morte
sem antes, munir-se de alguns conhecimentos de magia, já que acreditavam que a
magia, além de outros fatores materiais, poderia salvá-los dos diversos perigos e do
sofrimento que estava os aguardando após o sepultamento de seu corpo físico.
Os egípcios temiam que, pois de morto, ao chegar ao outro mundo, seu caminho
pudesse ser obstruído de diversas maneiras, antes mesmo que encontrasse com o deus
Osíris. É um fato que a História não pode: Os egípcios temiam o desconhecido. E, por
temer tanto o desconhecido, a morte e a vida após a morte, os egípcios precisavam criar
formas para garantirem para si e para seus familiares, um repouso tranqüilo e seguro
quando seus espíritos (ou almas) chegassem ao Duat. O primeiro a fazer o homem cair
de joelhos frente a ele. Com o correr dos tempos, esse medo evoluiu, começando o
homem por temer a ação direta dos deuses em sua vida, não só nas coisas que cercavam
como nas que se manifestariam depois da morte. (FREITAS, 1982: 09)
Luiz Carlos Freitas[3] foi quem escreveu o prefácio desta obra e contribuiu com a
tradução para o português. (FREITAS, 1982) Abaixo, ele descreve o Capítulo XIII do
Livro dos Mortos e a entrada do falecido no Amenti:
Entro no Céu como um Falcão. Percorro as regiões do Céu como Fênix. Os deuses
adoram Rá e ele prepara os caminhos. Agora, penetro na bela Amenti. Eis-me junto ao
Lago sagrado de Horus; amarrei seus cães. Que o caminho me seja aberto! Possa eu
percorrer e ir adorar Osíris, Senhor da Vida Eterna! Rubrica: Recitar este capítulo junto
a uma coroa feita de flores Ankham colocada perto do ouvido direito do morto; recitar
igualmente junto a outra coroa envolta em tecido de cor púrpura, no qual, no dia dos
funerais, será inscrito o nome do morto. (FREITAS, 1982: 30-31)
No Egito faraônico, acreditava-se que, após a morte, o defunto iria para o Amenti
aguardar o julgamento das suas ações praticadas em vida. Caso suas ações fossem boas
enquanto vivesse no Egito, no momento da pesagem do coração na Grande Balança de
Maat, ele (o coração) seria leve e seria assim absolvido por Osíris. Caso o contrário, se
em vida a pessoa praticasse ações como roubar, trair, matar, trapacear, o peso do seu
coração seria observado pelo deus Thoth e ele não seria absolvido pelos juízes, e não
teria a chance de desfrutar da vida eterna navegando na Barca Solar junto aos deuses.
Com isso, sua alma, a partir desse momento, deixaria de existir.
Não obstante, o Livro afirma que, se a alma não fosse ao Amenti, seria enviada ao
Duat, onde permaneceria por tempo não determinado. Sendo absolvido, o defunto seria
convertido em Espírito santificado e, desde esse instante, começaria uma luta, pois
viriam aos seus caprichos a Terra, o Céu, o Mundo Inferior, poderia reconfortar os
condenados, socorrer todos os que houvessem perdido a esperança, visitar os Campos
da Paz e dos Bem-aventurados, sentar-se na barca de Rá para poder acompanhá-lo em
seu passeio diário, ou na Khepra, para passear no Oceano Celestial. (...) Tudo isso,
poderia ser conseguido através do Livro, em troca de um pouco de magia e de saber as
Palavras de Potência, irresistíveis a deuses e demônios. (FREITAS, 1982: 13)
3
Aqui, este conceito significava que, seria bem-aventurado ou justificado de voz
“Maa-Kheru” todos aqueles que eram absolvidos diante dos 42 juízes e dos deuses na
Sala das Duas verdades, junto a Osíris.
Maa Kheru ou justo de voz eram todos aqueles cujo coração tinha demonstrado ser
mais leve do que uma pena, quando colocado em cima de um dos pratos da Grande
Balança de Maat, já que no outro prato da balança estaria a pena, pois esta representava
a personificação da deusa Maat, símbolo egípcio de ordem, verdade, justiça e equilíbrio.
No modo de pensar dos egípcios, estes, quando morressem, seguiriam para o
Amenti, e ao chegarem lá, precisavam a todo custo receber a sua absolvição diante dos
42 juízes, dentro do Tribunal de Osíris. Mas, caso houvesse algum contratempo e essa
absolvição não ocorresse, eles acreditavam que estariam assim condenados pelos deuses
a uma espécie de segunda morte.
Assim sendo, no imaginário desse povo tão antigo, a segunda morte significava uma
não existência. O nada, o vazio, a escuridão, o esquecimento e o silêncio. Esse era o
maior medo dos antigos egípcios. Um medo que os aterrorizava ao longo de toda a sua
vida nesse mundo. Por isso, a grande importância que essa civilização conferia à prática
contínua das boas ações em vida. Era fundamental manter o zelo pela ordem, pelo bom
caráter, pela verdade, pela harmonia, pelo equilíbrio, pela ética, pela honestidade e pela
justiça.
Desta forma, o morto, mesmo um tanto quanto temeroso do possível resultado desse
julgamento, teria, de qualquer jeito, que transpassar as portas do Amenti para poder
iniciar a sua jornada para o Duat, esperando receber um julgamento justo por suas
atitudes enquanto vivo. Lá, o deus Anúbis ou mesmo o deus Hórus, ambos, tinham o
papel de conduzir o defunto para junto de Osíris e sua esposa-irmã Isis.
4
sua obra suscita esta é considerada a mais importante fonte escrita relativa á
mumificação. Diodoro proveniente de Sicília visita o Egipto alguns séculos mais tarde,
mais concretamente no I século a.C. (LABORINHO, 2003)
Muitos relatos descrevem que práticas funerárias no Egito ocorrem desde o IV
milênio a.C. Inclusive, os processos de mumificação tornam-se comuns para os faraós a
partir da IV dinastia. Nesta época, apenas os reis eram mumificados, já que o custo
desse procedimento era alto. Tal como construir grandes pirâmides para usá-las como
tumbas; apenas os faraós detinham esse privilégio. Centenas de anos transcorreram até
que outras pessoas de Status menos elevado pudessem usufruir em ter seu corpo
mumificado.
As descrições mais completas e detalhadas são as provenientes das obras dos autores
clássicos Heródoto e Diodoro de Sicília, que apresentam muita informação não
encontrada em qualquer outra fonte documental, todavia, os relatos são confirmados
pela análise das múmias que sobreviveram. (LABORINHO, 2003: 04)
5
De acordo com os relatos sobre mumificação no Egito, é possível perceber que, logo
nas primeiras dinastias, o processo de extração dos órgãos internos da múmia tinha sido
um privilégio da elite faraônica local e de funcionários do rei. Em muitas obras das
quais tratam deste assunto, há passagens que descrevem que as múmias dos ricos e a dos
pobres recebiam tratamento diferente durante o processo da mumificação.
Os egípcios acreditavam que seus mortos pudessem desfrutar, no além, de uma vida
parecida àquela a qual viviam neste mundo. Porém, para tal evento acontecer, era muito
importante que a família do defunto tivesse boas condições materiais, e que os rituais,
como as práticas de mumificação fossem realizadas pelos parentes vivos do morto da
maneira certa. Caso contrário, o defunto não teria paz na sua jornada até ao Amenti.
Com isso, era fundamental realizar os rituais adequados, pois estes que permitiriam que
as faculdades físicas e mentais da múmia pudessem ser restauradas. E, uma parte
essencial dos ritos fúnebres no Antigo Egito, eram os Banquetes Funerários. (JOÃO,
2011 Apud ROCKENBACK, 2013).
E uma conseqüência natural do culto aos mortos seria oferecer a eles, para sua vida
eterna, tudo de que necessitariam, já que onde viveriam – nas tumbas – não
encontrariam meios de sobreviver. Essa prática de oferendas mortuárias, realizadas
quando do sepultamento do corpo do morto, perdura até hoje, sob a forma de deposição
de flores e outras dádivas nas sepulturas. (FREITAS, 1982: 11)
Era comum que, os faraós e as pessoas de maior poder aquisitivo fossem enterradas
com dezenas de objetos de uso particular, como jóias, roupas, perfumes, mobília, até
mesmo animas de estimação e escravos. Tudo isso era devidamente guardado em suas
tumbas. Outro fato freqüente era que houvesse carpideiras contratadas pela família do
morto para que chorassem durante o funeral. Os egípcios acreditavam que a morte não
era o fim da jornada, sendo assim, eles teriam a necessidade de levar consigo todos os
seus pertences em sua longa viagem rumo a outra vida. Outro hábito que se faz
importante destacar era que, após a deposição do morto em sua tumba, seus amigos e
familiares faziam oferendas de comida e bebida ao defunto. Afinal, havia uma grande
preocupação que este poderia sentir fome e sede no além.
6
caminho árduo e freqüentemente obstruído, onde faltam ar e água. A segunda etapa é a
chegada ao Amenti, residência de Osíris, onde é julgada. (FREITAS, 1982: 11-14)
No final da XVII e início da XVIII Dinastia, o Clero em Tebas, que era composto
pelos Sacerdotes de Amon, idealizam o Livro dos Mortos. Este tinha o propósito de
garantir que, após a morte dos Faraós, eles continuariam a ter uma vida tranqüila, segura
e próspera, como era na terra, só que no além. Livre de perigos e monstros
desagradáveis, com saúde e felicidade, na certeza de que encontrariam os deuses.
Assim, a vida no Outro Mundo seria generosa e alegre. Com isso, finalmente, os reis se
uniriam aos Cosmos, e poderiam ser imortais, viveriam em paz e harmonia junto a Rá e
ao lado dos deuses por toda a eternidade. (BRANCAGLION Jr., 2011)
Quando o morto transpassava os portões do outro mundo, era necessário que ele já
estivesse preparado para enfrentar toda espécie de adversidades. Para que tudo corresse
bem e o defunto chegasse são e salvo diante do Tribunal de Osíris, para que finalmente
recebesse um julgamento que o absolvesse e lhe desse a da eterna junto aos deuses
viajando na Barca Solar, ele - o morto – Precisava estar equipado com o Livro.
Encontramos esta passagem nos escritos do Dr. Antônio Brancaglion Jr.
(BRANCAGLION Jr., 2011), no Egito faraônico, diversos documentos encontrados
indicam que o Livro dos Mortos teve sua origem no Segundo Período Intermediário, e
que era designado a sepultamentos de membros da Família Real, do final da XVII e
início da XVIII Dinastia, todo escrito em hieróglifo cursivo sobre os sudários de linho
que envolvia as múmias. (BRANCAGLION, 2011: 01)
De acordo com os escritos de Carlos (FREITAS, 1982), era enorme a importância
que era dada ao Livro dos Mortos no Egito (XVIII dinastia), pois os egípcios viviam
suas vidas planejando sua morte, e sempre seguros de que a vida não acabava na terra,
que haveria uma continuidade, uma transformação. Com isso, encontravam no Livro
para Sair ao Dia todas as respostas e indicações para uma feliz ascensão rumo à morada
dos Deuses. Acreditavam inclusive que poderiam chegar a serem deuses. (FREITAS,
1982: 11)
A população que vivia no Egito neste período, acreditava no poder, na sabedoria e
no caráter divino dos Sacerdotes que trabalhavam para o Faraó. Mas o rei também tinha
fé nos desígnios do Clero. Tanto que, a idéia destes de criar do Livro dos Mortos, foi
amplamente aceita e difundida na região. Principalmente entre as classes mais
abastadas, já que eram estas, as quais tinham o condição material para adquirir o Livro
fazer com que este fosse escrito e ilustrado de acordo com suas necessidades no Pós-
Vida.
No Egito Antigo, a alma era imortal e de natureza divina, pois mesmo depois de
separada do corpo continuava a viver, viajando para a eternidade. Além dessas
condições materiais proporcionadas ao morto, precisava ele para sua viagem de uma
boa dose de conhecimentos mágicos. E embora fossem de conhecimento só dos
sacerdotes, era o que o Livro procurava dar. (FREITAS, 1982: 11)
A interpretação do Livro dos Mortos segundo Carlos (FREITAS, 1982) era de que,
havia uma fé cega nos sacerdotes egípcios, pois o povo acreditava piamente em sua
sabedoria. E de tal modo que, mesmo no auge das letras e ciências gregas, estas se
voltavam ao misterioso Egito, de onde emanavam todos os conhecimentos da época.
(FREITAS, 1982: 10)
A utilidade principal do Livro para sair à luz do dia, era a de garantir que o defunto
vencesse todos os obstáculos do além. Porém, não apenas isto, mas o morto precisaria
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de uma boa dose de conhecimentos mágicos para chegar até a Sala das Duas Verdades,
onde o Grande Deus Osíris, estava aguardando para começar o seu julgamento.
Assim, graças ao Livro, o defunto poderia vencer todos os obstáculos – monstros,
demônios, portas a abrir, etc. -- dado o potencial mágico que este livro apresentava.
Estes obstáculos persistiriam em aparecer, tentando barrar-lhe toda e qualquer tentativa
de alcançar o Além, cruzar os 21 pilares, passar pelas 15 entradas e cruzar as sete salas
esperando poder chegar até Osíris e os 42 juízes que iriam julgá-lo. Graças ao Livro
conheceria também o que iria salvá-lo: Os nomes dos deuses. (FREITAS, 1982)
No Livro dos Mortos, esses capítulos foram escritos e idealizados pela Elite
Tebana, (sacerdotes egípcios do Clero de Amon) desde seu surgimento no Egito (final
da XVII e no início da XVIII dinastia), até quando ocorre a tradução e interpretação do
Livro pelo escritor. (FREITAS, 1982)
É importante esclarecer que, todos os capítulos deste livro, para que tivessem
eficácia, precisavam ser recitados pelo morto algumas vezes. Acreditava-se que desta
forma, as preces de caráter mágico-ritual ditas corretamente pelo defunto, conseguiram
salvá-lo de todos os perigos e dos monstros no Duat. Adiante, segue uma pequena
transcrição do que o leitor poderá encontrar, de maneira mais detalhada no Livro dos
Mortos.
O Livro dos Mortos foi o texto funerário mais popular do Egito Antigo. Sua
História começa quando os reis da XIII Dinastia deixam a sua capital It –tawy subindo o
Nilo, retornando a Tebas (c. 1690 a.C). Nesta época os faraós e suas famílias deixaram
de ter acesso aos textos funerários produzidos em Mênfis e Heliópolis conhecidos como
Textos das Pirâmides, sendo forçados a adotar uma tradição no Alto Egito, os Textos
dos Caixões, cujo centro difusor pode ter sido o Templo de Thot em el-Ashmunein.
(BRANCAGLION, 2011: 01)
No Livro do Amduat, alguns capítulos se destacam. Tais como, o capítulo XXVI,
que era freqüentemente utilizado com a finalidade de devolver o coração ao morto; O
capítulo XXVII, para que o falecido não tivesse seu coração arrebatado de si mesmo
diante do Tribunal do deus Osíris; Já o capítulo LXV servia para prover a saída da alma
do morto à luz do dia, pois este andaria livremente pela terra e vera novamente a luz do
sol; O capítulo LXVII: Com ele o morto abriria todas as Portas do Além, já que assim,
sua jornada cósmica seria mais tranqüila; O capítulo XCI, recitado de forma que a alma
não fosse capturada no Além por monstros ou serpentes cruéis; O Capítulo CXXV eram
as palavras recitadas na entrada do Santuário de Maat. Desta forma, estaria recebendo
maior proteção da deusa contra todos os perigos que o aguardavam nesse lugar de
escuridão; Por fim, devemos nos lembrar da importância de se proferir corretamente a
Confissão Negativa de N.°I: Papiro Nu; A Confissão Negativa de N.ºII: Papiro
Nebseni. (FREITAS, 1982: 42-138)
A Confissão Negativa era aquela onde o defunto profere palavras de negação, dentro
do Tribunal e diante de Osíris e dos 42 juízes que presidem o julgamento do seu coração
na Sala das Duas Maats, ter cometido ações da pior espécie em vida. Ações como
trapacear na medição da metragem das terras do seu vizinho, ou de outras pessoas,
flertar ou manter envolvimento amoroso com pessoas casadas, negar água ou comida
aos pobres, matar, roubar, etc.
Em suma, essas eram algumas atitudes inteiramente condenadas pelos deuses e
capazes de fazer com que o coração do indivíduo tivesse maior peso do que a pena de
Maat nos pratos da Grande Balança.
8
Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
9
Referência bibliográfica: MC DERMOTT, Bridget. Dechiffrer les hieroglyphes.
Comment lire l'écritture sacrée. Ed: Grund, 2002, Paris.
(p.74-75)
Lette formule tirée du livre des morts donne du défunt le pouvour de renaître. “Anubis,
sois rassuré, gloriex fils de Rê, sois sassurê em ce qui concerne mon oeil divin!
Tu as glorifié mon âme et mom ombre, qui ont v Rê dans ses dons; (elle a demandé à
aller et venir, à avoir l'usage de ses jambres), afin que cet homme. (que je suis) la voie,
oú què elle soit comme etant ma forme, mon aspect, mon essence, ma forme véritable
d'âme équipée et divine. Elle brille em Rê, resplendit em Hathor. Voilá que se hâtent
mon âme et mon ombre, sur leurs jambres, oú que se trouve at homme. (que je suis),
afin (qu'il) voie, qu'elle se léve ou s'asseye, et qu'elle entre dans sa demeure d'eternité,
puisque je suis bien un des coustisans d'Osiris...et nul dieu ne sera crée tant que je ne4
parlerdi pas.
Tradução:
Esta fórmula tirada do livro dos mortos dá as cartas do jogo ao morto, o poder de
renascer.
“Anúbis, anima-te, glorioso filho de Rê, anima-te, no que diz respeito ao meu olho
divino!
Você é glorioso, minha lama e minha sombra, que tem visto Rê dar o seu dom, ( ela
pede para andar e crescer, para usar suas pernas) para este homem, (que sou eu)
caminhe aonde que ela esteja, embora assim como meu aspecto, minha essência, minha
forma verdadeira aventurada e divina.
Ela brilha em Rê, resplandece em Hathor. Eis que se apressa minha alma e minha
sombra sobre suas pernas, onde que se encontra o homem (que sou eu) afim de que para
a estrada que ela se levante e que ela entre em sua morada de eternidade. Pois que eu
sou bom, sou um dos cortesãos de Osíris...e nenhum deus será criado enquanto eu não
fale.”
E de acordo com as palavras do Dr. Antônio Brancaglion Jr. “ Para os antigos egípcios,
a morte era apenas uma jornada, uma transição para uma outra vida, para outra
existência, onde a vida tinha sua continuidade, porém sob a forma de um espírito. E
também foi a primeira cultura a estabelecer as suas práticas e crenças funerárias aliadas
a um conceito de imortalidade. Onde o morto (a alma) passava pelo julgamento diante
de Osíris (o juíz), e depois de ser absolvido (o justificado de voz- “maa kheru”) iria
passar o restante da eternidade ao lado dos deuses nos campos elíseos.
L'immortalité (p.72)
Les formules des testes des sarcophages devaient permettre au défunt de comparaître
avec succés devant le dieu justicier Osiris et d'échapper à la “second mort” (voir plus
haut). Elles devaient être psalmodiées, comme l'indique clairemet cet extrait:
As fórmulas dos textos dos sarcófagos devem permitir ao morto comparecer com
sucesso perante ao deus justiceiro Osíris, e escapar da “segunda morte” (ver mais além).
Elas devem estar psalmodiadas, assim como indica claramente este resumo:
“Je suis le seigneur de la flamme, celui qui vit dans la vérité, le seigneur de l'eternité,
celui qui donne la joie.
Je suis celui qui est dans son cercueil, celui qui maîtrise la tempête...seigneur qui
annonce le vent du nord...seigneur de la lumière, celui qui apporte la lumière, qui
illumine le ciel de sa beauté.
Je suis lui em son nom! Laissez-moi passer pour que je puisse contempler noun et
Amoun!
Car je suis celui qui ne craint pas les sentinelles.
Elle se taisent car elles craignent celui-dont-le-nom-est caché qui habite em moi...toute
personne qui connaît cette formule est comme Rê dans le ciel de l'orient, comme Osíris
dans le monde inférieur. Elle travesera le cercle de feu sans que les flammes ne la
touchent.”
Tradução:
“Eu sou o senhor do fogo (da chama), este que vive da verdade, o senhor da eternidade,
este que dá as cartas do jogo. Eu sou este que está no seu ataúde, este que é o mestre da
tempestade, senhor que anuncia o vento do Norte, senhor da luz, que ilumina o céu da
beleza. Eu sou o brilho em seu nome.
Meu salvo-conduto, para que em seguida, eu contemple o nome de Amon! Porquê eu
sou este que é temido pelos vigias, este cujo o nome é segredo que habita em
mim...Toda a pessoa que conhece a fórmula é assim como Rê, do céu do Oriente, como
Osiris do mundo inferior. Ela transpassa o círculo do fogo sem que as chamas nela
toquem.”
3- TEXTES DES PYRAMIDES - EN COMPAGNIE DE RÊ(P.70)
Dans les textes des pyramides, Atoum est le dieu primordial, celui qui a crée le monde
(vois plus haut). Ces textes Rê content aussi la mort du Roi et son voyage dans l'au-delà,
à travers le ciel et dans le monde inférieur em compagnie du Dieu-soleil Rê. Dans cet
extrait, le Roi accède triomphateur au royame du ciel:
Nos textos das pirâmides, Atom é o deus primordial, aquele que criou o mundo (ver
mais além).
Os textos de Rê satisfeito, também. A morte do Rei e sua viagem ao além, através do
céu e do mundo inferior em companhia do deus sol Rê. Neste resumo, o Rei acede
triunfante ao reino do céu.
“Le ciel est couvert, les étoiles se sont assombries, l'étendue céleste tremble, les
planètes se sont tues, car elles ont vu le Roi apparaître dans sa gloire, comme un dieu
qui vit de ses pères, et qui se nourrit de ses mères, Roi maître de la sagesse, dont la mère
ne connaît pas le nom, la gloire du Roi est dans le ciel, son pouvoir est à l'horizon, tel
Atoum, son père qui l'a engendré, et le fils est plus puissant que le père. “
Tradução:
“O céu está escuro, as estrelas estão sombrias, o grande trovão (tremido) celeste, os
planetas estão se extinguindo, porquê eles têm visto o Rei apresenta-se em sua glória,
assim como um deus que vive de seus pais, e que se nutre de sua mãe. Rei senhor da
prudência, cuja mãe não conhece o nome. A glória do Rei está no céu, seu poder está no
horizonte, tal Atom, seu pai que o gera. E, os filhos, estão mais poderosos que os pais.”
À direita:
Menes
Djer
Zoser
Khufu (Cheops)
Khaefra (Chephren)
Menkaura (Mycerinos)
Sahura
Pepi II
Senwosret III
Amenemhat III
Thutmosis I
Hatshepsut
Thutmosis III
Akhenaten
Tut Ankh Amun (Tutankhamen)
Seti I
Rameses II
PLATE XXXVII
“The Kher-heb priest and his assistants performing the ceremony of ‘Opening the
Mouth’ on the mummy of Hu-nefer at the door of the tomb. Nasha, wife of the
deceased, and her daughter before the mummy which is being received into the
tomb by Anubis. XIX dynasty. From Papyrus of Hunefer in the British Museum
(Nº. 9901).”
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
1
2
Referência Bibliográfica da imagem:
1
Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
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2
Referência Bibliográfica da imagem:
1
Listagem de acordo com a obra do autor: (CREIGHTON, 2015: 45)
1. Djoser (Saqqara)
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Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
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4
AULA #013 - HIERÓGLIFOS EGÍPCIOS
1
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>® Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em História,
pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59. Diploma
registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
Professora_amandahutflesz@hotmail.com
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4
Profª Amanda M. Hutflesz
2020
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 19/10/20, às 18:50 h
Organização da Escrita Sagrada em
períodos:
Período Arcaico
Egípcio Médio
Neo Egípcio
Demótico
Pessoa: Primeira, segunda, terceira
Gênero= Masc/Fem
Número= Sing/Plur/Dual/Indefinido
Substantivos
Verbos= Triliteral
Adjetivos
Advérbios
Preposições
Pronomes demonstrativos
Numerais
Determinante semântico
Inversão Honrosa
Ideograma
Pictograma
Fonograma...
O hieróglifo era considerado
sagrado e divino, o tipo
de símbolo mediador entre a mente
divina criadora
e o mundo criado.
Escrever era criar!
Alguns sinais servem para indicar onde iniciava e
acabava uma palavra, eram usados alguns sinais
que determinavam a qual grupo tal palavra
pertencia, dando também a idéia do término
desta:
Determinativo
HÁ VOGAIS, APENAS
SEMI VOGAIS.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03
h.
Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm202/Matematicas.htm em: 27/10/20, às 18:22 h.
Em geral, aparece na mão do Faraó em suas
representações
pictográficas ou em
Monumentos: “Massa de Guerra”
Teti foi o primeiro faraó da VI dinastia egípcia.
Segundo o historiador Maneton - que o
denomina Othoes - Teti teria reinado durante trinta
anos.
Foi casado com a princesa Iuput, que se acredita ser
uma filha de Unas, o último rei da V dinastia, que
não teve filhos do sexo masculino. O fato de Unas
não ter tido filhos homens pode ter desencadeado
uma crise sucessória.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h.
Quando as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a direita, lê-se os
Hieróglifos da direita para a esquerda.
Caso as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a esquerda, lê-se a
inscrição da esquerda para a direita.
No caso de Estelas e Obeliscos, em geral, lê-
se de cima para baixo, na horizontal.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h
.
Inglês: LIST OF HIEROGLYPHIC SIGNS
(Gardiner)
Ver pgs 544-548
Francês: DECHIFFRER LES HIEROGLYPHES
(Mc Dermott)
Ver pgs 24-25
Alemão: GÖTTER, TEMPEL, PHARAONEN:
Ägyptische Mythen und Sagen
(Nacherzählt von Robert Swindells) pg 15
GÖTTER, TEMPEL, PHARAONEN:
Ägyptische Mythen und Sagen (Nacherzählt
von Robert Swindells). Editora Urachhaus,
Erschienen: 2001.
1- FÓRMULE POUR ENVOYER L´ÂME ET
SORTIR AU JOUR (p.74-75)
1
@amandahutfleszcursosonline, em 30/03/2019, às 13:05 hs.
1
Prof.ª Esp. Amanda Martins Hutflesz
Contato: professora_amandahutflesz@hotmail.com
Whatsapp: (24)98821-1307
Os primeiros indícios de que ocorria a prática da mumificação do corpo
do morto no Egito Antigo, partem dos escritos de Diodoro e de
Heródoto. Heródoto traz a descrição do processo em sua obra
denominada História, que segundo ele, durava por 70 dias.
Imagem:
www.wikipedia.com.br, em: 08/08/20, às 17:17 h.
1. Sennedjem na
vida após a morte:
O campo dos juncos
Estimados estudiantes,
Una vez hecho esto, podréis iniciar el curso propiamente dicho, con los vídeos, materiales y tareas
de la Semana 1. Es posible que algunos de vosotros tengáis frescos los contenidos del curso
Coursera-UAB de Egiptología y, tras un rápido repaso, deseéis empezar a trabajar en seguida con
los materiales de la Semana 1. Si es así, ¡adelante! Ya sabéis que tenéis todos los materiales del
curso a vuestra disposición y que podéis calendarizar el trabajo y el aprendizaje como mejor os
convenga. Eso sí: si se desea sacar de él todo el provecho, el curso requiere dedicación y
constancia, y es importante que tengáis esto presente a la hora de planificaros.
Pasemos ya, pues, a presentar el aula y sus secciones. Como habréis visto, el menú del aula
comporta una primera sección titulada SEMANA 1. Esta sección comprende, en realidad, tres
subsecciones: la de ADVERTENCIA IMPORTANTE Y PRESENTACIÓN, la de SEMANA 0 y la que
corresponde a la SEMANA 1 del curso propiamente dicho. La primera incluye el documento que
estáis leyendo; la segunda propone, como queda dicho, una serie de actividades propedéuticas o
introductorias necesarias para iniciar el curso; y la tercera consiste en la primera semana lectiva
del curso como tal. Volviendo a las secciones del aula, siguen a la SEMANA 1 otras ocho secciones
Cada una de las Semanas del aula comporta, a su vez, diversos apartados. El primero de ellos es
siempre el de la GUÍA DOCENTE. Es esencial que, al iniciar cada Semana, leáis este documento
antes de visionar cualquier vídeo o de estudiar cualquier material, pues en él tenéis las
instrucciones precisas del trabajo que debéis hacer en cada caso.
Como veréis, todas las Semanas comportan una cantidad considerable de vídeos y materiales de
estudio y evaluación, y es importante que sepáis en qué orden y de qué manera debéis trabajarlos.
Por eso las Guías Docentes son esenciales: si seguís sus instrucciones, todo va a resultar muy fácil.
La sección del aula dedicada a la Semana 0 comporta, además de la GUÍA DOCENTE, otros dos
apartados: VÍDEO y ACTIVIDADES PROPEDÉUTICAS. Por tratarse de una Semana de introducción,
estos apartados son distintos a los de las demás Semanas.
Las secciones del aula dedicadas a las Semanas de 1 a 8 comportan, además de la GUÍA DOCENTE,
los apartados siguientes:
VÍDEOS
MATERIAL Y RECURSOS DOCENTES
EJERCICIOS-AUTOEVALUACIÓN
CUESTIONARIO
(las Semanas 7 y 8 carecen del apartado MATERIAL Y RECURSOS DOCENTES, porque todos los
materiales y recursos complementarios del curso se proporcionan en las Semanas de 1 a 6).
Semana a Semana, deberéis proceder siguiendo las instrucciones de las Guías Docentes,
descargándoos los distintos materiales de estudio y evaluación de los apartados correspondientes
del aula, procediendo a su visionado, lectura y estudio, y realizando las actividades de
autoevaluación y los cuestionarios de evaluación, siempre de acuerdo con tales instrucciones.
Semana 0
Actividades propedéuticas: visionado y estudio o repaso de los vídeos sobre lengua y escrituras del
antiguo Egipto del MOOC Coursera-UAB de Egiptología y realización de un cuestionario inicial.
Semana 1
Los sonidos del egipcio clásico (nociones de fonología). La escritura jeroglífica: tipos de signos,
funciones y uso. Transliteración al alfabeto latino (eventualmente enriquecido con diacríticos) de
las secuencias consonánticas anotadas por los jeroglíficos. Orientación y disposición delos signos
jeroglíficos en la caja virtual de escritura.
Semana 2
Las partes de la oración en egipcio clásico: variables (sustantivo, adjetivo, pronombre, verbo) e
invariables (adverbio, preposición, otros tipos de palabras gramaticales). La flexión nominal:
terminaciones de género y número de sustantivos y adjetivos calificativos. El sintagma nominal: el
sustantivo y sus complementos.
Semana 3
Introducción a la sintaxis de la oración del egipcio clásico: los cinco tipos de oraciones (oración de
predicado verbal / preposicional o adverbial / pseudoverbal / adjetival / sustantival). La oración de
predicado preposicional o adverbial con sujeto nominal.
Semana 4
Semana 6
Semana 7
Introducción al verbo del egipcio clásico. El infinitivo: formas y usos. La oración de predicado
pseudoverbal de infinitivo.
Semana 8
Ejercicios de traducción de oraciones de predicado verbal y de textos literarios (pasajes del Cuento
del náufrago y de la Historia de Sinuhé).
Semana 9
Cuestionario final.
Cervelló Autuori, J. 2015 (1ª ed.), 2016 (2ª ed.). Escrituras, lengua y cultura en el antiguo Egipto. El
espejo y la lámpara 11. Bellaterra: Ediciones de la UAB.
En él podréis profundizar en muchas de las cuestiones que se plantean en las primeras Semanas
del curso. Si os interesa, podéis adquirirlo en versión papel o ebook:
http://publicacions.uab.es/llibres/fitxa_web_llibres.asp?ID=1939
Es muy importante aclarar que la lectura de este libro no es obligatoria ni necesaria para seguir el
curso; se trata tan solo de informaros de su existencia por si queréis profundizar en aspectos
Y hasta aquí la presentación e instrucciones iniciales del curso. Ahora ya estáis preparados para
empezarlo.
Respeito e importância!
Fonte: www.historiaviva.com.br, em: 19-10-20, às 20:48 h
historiaviva.blogger.com
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 20/10/20, às 14:44 h
Fonte: http://www.mat.ufpb.br/bienalsbm/arquivos/Mini-Cursos/PatriciaAires/Sistemas-de-Numera%C3%A7%C3%A3o-
Antigos-Patricia.docpdf.pdf , em: 20/10/20, às 14:01 h.
Fonte: https://oglobo.globo.com/rioshow/egito-antigo-cinco-atracoes-imperdiveis-na-
exposicao-no-ccbb-1-24222971, em:19/10/202< às 19:55 h
Estela funerária de
Mekimontu -XVIII
Dinastia (1539-1292 a.C.)
Data:
Período Ptolemaico
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Estela_de_Tasherienbastet_(HR)_(26771116285).jpg,
em: 19/10/20, às 20:03 h
Fonte: file:///C:/Users/pedro/Downloads/246339-172185-1-
SM%20(2).pdf, em:19-10-20, às 20:43 h
No 3º período intermediário algumas inscrições em
monumentos foram escritas em hierático, o que constituiu
também um ponto de partida para o hierático anormal,
utilizado na região de Tebas, e para o demótico, escrita
cursiva do Norte a partir de 700, e de todo o Egito por volta
de 600.
Mwt=mãe
Hmt=esposa
Nbt=senhora
Twt=imagem
St=mulher
S3t=filha
Snt=irmã
Organização
“Os escribas agrupavam os hieróglifos de
maneira que formassem um visual mais
harmonioso. Em muitos registros, os
desenhos de deuses e Faraós serviam já como
Hieróglifo (significado/contexto), não
precisando o escriba repetir o nome deles.”
Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:08 h
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
“Os hieróglifos não apresentavam espaços
entre um sinal e outro. Para indicar onde
iniciava e acabava uma palavra, eram usados
alguns sinais que determinavam a qual grupo
tal palavra pertencia, dando também a idéia
do término desta. A forma com que os escribas
organizavam os sinais facilitava essa
compreensão.”
Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:15 h
”A beleza dos hieróglifos é o que chama a atenção
de todos. A perfeição com que eram reproduzidos
é fascinante e encanta pessoas que ainda hoje os
usam das mais variadas maneiras (tatuagens,
decoração, quadros…). Na escrita Hieroglífica
havia também o respeito pelos deuses, que eram
retratados sempre primeiro em alguns textos
(nomes de Faraós eram mais comuns). É o que os
egiptólogos chamam de “Inversão Respeitosa.”
Crédito: https://antigoegito.org/a-escrita-dos-hieroglifos/, em: 20/10/20, às 15:15 h
Um cartucho (ou cartela) é um símbolo com uma
forma oblonga, rematado por um traço, onde se
escrevia o nome de um rei do Antigo Egito.
Em português, a designação "cartucho" originou-
se do francês "cartouche", termo cunhado pelos
soldados de Napoleão Bonaparte na época da
invasão ao Egito, quando notaram uma
semelhança entre o desenho e os cartuchos das
suas balas. Na língua egípcia o cartucho era
designado "chenu".
AA KHEPER N RA
GRANDE É A
MANIFESTAÇÃO DE RÁ
Tutmes II ou Tutmose II foi o quarto rei da
XVIII Dinastia egípcia.
MN HPRW RA
Estável é a
manifestação de Rá.
foi o sexto faraó da XVIII dinastia egípcia,
da época do Império Novo.
MA’AT KA RA: VERDADEIRO É O ESPÍRITO DE RÁ.
Hatshepsut foi uma grande esposa real, regente e rainha-faraó do Antigo
Egito. Viveu no começo do século XV a.C., pertencendo à XVIII Dinastia
do Reino Novo. O seu reinado, de cerca de vinte e dois anos, corresponde
a uma era de prosperidade econômica e relativo clima de paz.
Ramssés II: Poderosa é a justiça de Rá, gerado por Rá/Amado de Ámon
O FILHO DA LUZ
O FILHO DO SOL
1922 : O arqueólogo
Howard Carter descobre a
a tumba do faraó-menino.
HÁ VOGAIS, APENAS
SEMI VOGAIS.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 19/10/20, às 18:50 h
Quando as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a direita, lê-se os
Hieróglifos da direita para a esquerda.
Caso as figuras animadas ou animais estiverem
olhando para a esquerda, lê-se a inscrição da
esquerda para a direita.
No caso de Estelas e Obeliscos, em geral, lê-se
de cima para baixo, na horizontal.
https://en.wikipedia.org, em: 10/09/20, às 21:31 h
Fonte https://www.10emtudo.com.br/atividade/atividades-para-sala-de-aula-educacao-artistica-o-
egito-antigo-hieroglifos/, em: 19-10-20, às 20:58 h
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 20/10/20, às 14:30 h
1-TA MRI= A TERRA AMADA
2-DESHRET, DSRT=TERRA VERMELHA
3-TA MEHU(ALTO EGITO)=TERRA DOS
PAPIROS
4-TA SHEMAU= (BAIXO EGITO)
Os faraós passam a ser designados por 5
epítetos reais:
1-Hórus Vivo (rei, faraó que vive no palácio)
2-Hórus de Ouro (todo faraó vivo é um Hórus)
3-Duas Senhoras (deusas protetoras da
realeza faraônica, Alto e Baixo Egito)
4-Filho de Rá
5-Rei do Alto e do Baixo Egito (após a
unificação do Sul e do Norte por Menés)
ALLEN, James P. (1989) - La cosmología de los textos de las pirâmides. Publicado em Yale Egyptological Studies
3. Religion and Philosophy in Ancient Egypt.
ANDREWS, Carol. (1998) – Amulets of Ancient Egypt. Austin: University of Texas Press.
(2010) – Introduction. In: FAULKNER, Raymond O. The Ancient Egyptian Book of the Dead.London: The
British Museum Press.
ARAÚJO, Emanuel. (2000) - Escrito para a Eternidade: A literatura no Egito Faraônico. Brasília: UnB.
ASSMANN, Jan. (2003) – Mort et au-delà dans l´Égypte ancienne. Mónaco: Editions du Rocher.
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(2009) – (Heidelberg). Der Mythos des Göttkönigs im Alten
https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 07/09/20, às 17:47 h.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hieroglifos-egipcios.htm, em: 24-10-20, às 14:35 h.
https://antigoegito.org/nomes-do-antigo-egito/, em: 24-10-20, às 14:59 h.
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Biblioteca Nacional
Teatro Municipal
Jardim Botânico
O comerciante italiano Nicolau Fiengo sai de
Marselha (França) em 1826, no navio Gustavians
e chega ao porto do Rio de Janeiro.
Desde abril de 1825, o Imperador mandava
reforços para a esquadra brasileira no rio da
Prata, na tentativa de bloquear o acesso ao
porto de Buenos Aires. Impedida de atracar ali,
a nau francesa que transportava Nicolau
Fiengo fez meia-volta e, no dia 14 de junho de
1826, veio dar na costa do Rio de Janeiro.
1871/72 e 1875/76 O Imperador viajou ao Egito
GRANDE É A
MANIFESTAÇÃO DE RÁ
MN HPRW RA
Estável é a
manifestação de Rá
MA’AT KA RA
VERDADEIRO
É O ESPÍRITO
DE RÁ
Imagens: www.google.com.br, em: 07/09/20, às
17:57 h.
1922 : O arqueólogo
Howard Carter descobre a
a tumba do faraó-menino.
FAULKNER, Raymond O. (2010) - The Ancient Egyptian Book of the Dead. London:
The British Museum Press.
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faraônica no fim do Período Amarniano. Trabalho de conclusão de Mestrado:
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funerária egípcia da XXI dinastia. Cem Nº 1, Cultura, Espaço & Memória: Citcem.
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Egito Romano: Máscaras de Múmias. Vol. 1: Tese apresentada ao programa de Pós-
Graduação em Arqueologia, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de
São Paulo. Orientadora: Professora Doutora Márcia Isabel D’Agostino Flemimng: São
Paulo.
VERNUS, Pascal. (2015) - Les sagesses dans la Littérature Pharaonique. Editora:
Clio, Voyage Culturel.
“Os egiptólogos costumam dividir os templos egípcios em vários tipos: Entretanto, duas
categorias são mais importantes: A primeira, relacionada àqueles que são dedicados ao
culto dos deuses; e a segunda, aos dedicados aos cultos funerários. Esta divisão não pode
ser tomada como regra geral, sobretudo no Reino Novo, período em que a relação entre
o deus o monarca é tal que o templo mortuário de torna o lugar para o culto de ambos. É
o caso, por exemplo, do templo de Ramsés II, em Abu Simbel.”
(GRALHA, 2002: 104)
“Costuma-se pensar no templo coo local exclusivamente sagrado, mas no Egito, ele
possuía uma função social. Além de representar o céu e o mundo inferior, possuía certa
vinculação com o mundo natural como elemento que estava inserido na esfera política,
econômica e social tornando-se um recurso de grande importância para a organização do
Estado. O templo era o cosmo no microcosmo, representava o corpo do deus no Período
Raméssida, era local de troca, redistribuição e e mercado na economia egípcia. Ele,
também, empregava um grande número de pessoas: Sacerdotes, funcionários estatais,
escribas, artistas, escultores, padeiros, carpinteiros, etc. Talvez, a característica de maior
interesse aqui seja configurar o lugar onde a dualidade representada pelos deuses (ou pelo
deus primordial) e pelo o monarca divinizado pudesse manter a ordem universal,
afastando pois, o caos.”
(GRALHA, 2002: 104)
1
“O templo mortuário ou funerário, termos adotados pelos egiptólogos do século XIX, foi
construído para sustentar a vida daqueles que tinham passado para o além-túmulo. Em
períodos remotos, os egípcios acreditavam que havia necessidade de suprir de água e
alimento o ka do falecido. Esta prática continuou no Reino Novo, mas, segundo pesquisas
recentes, de uma forma simbólica. Pensa-se que os egípcios acreditavam que o ka seria
alimentado através da essência das oferendas.”
(GRALHA, 2002: 104)
“O templo podia ter um tempo sagrado e se tornar um espaço santo quando unido aos
rituais e festivais. Seria o lugar e o momento aonde homens e os deuses poderiam estar
unidos, aparecer de forma transparente num processo de comunicação, no qual seria
afirmada, diariamente, a presença da divindade e a renovação dos compromissos entre
divindade e homens, e vice-versa. Desta forma, o monarca, tornar-se-ia representante e
mediador da humanidade, reafirmando a vitória da existência sobre a não-existência
(caos) e afastando a tal inexistência para além das fronteiras do Egito. Por conseguinte, o
espaço sagrado do templo poderia ser justificado através dos mitos cosmogônicos.”
(GRALHA, 2002: 105)
“Mediante o exposto, o templo poderia refletir a visão egípcia do cosmo e a forma pela
qual a natureza dual do monarca deveria ser exercida, assim, a imagem do faraó na parede
externa do templo seria colossal, podendo ser representada como um guerreiro divino,
subjugando os inimigos, que, apesar de serem desenhados como humanos, podiam
representar as forças caóticas a serem derrotadas.” (GRALHA, 2002: 105)
2
“A ideia primordial era representar a vitória sobre o caos que deve ser afastado. Além
disso, a visão de um pilone egípcio a que se associavam estátuas colossais, ricamente
decorado com a representação do monarca, pode ter propiciado através da imagem uma
forma de legitimidade do rei como representante maior na teocracia faraônica para as
populações (o que Ramsés II parece ter feito muito bem). Contudo, nas área internas do
templo, aonde o acesso era restrito a alguns segmentos sacerdotais, o monarca era
representado em proporções menores, sendo entendido como um elemento da
humanidade que cuida e atende às necessidades dos deuses, especialmente, o pai divino,
deus dinástico, que irá abençoá-lo, promoter apoio, fortifica-lo e garantir o poder
necessário à manutenção do mundo dos homens e do mundo natural, afastando, portanto,
todo o caos.” (GRALHA, 2002: 105)
“O objetivo é explorar nos limites impostos e este meio, a ideia de que os templos
egípcios, enquanto modelos resumidos do mundo, continham dentro de si uma série de
eixos que ordenavam e davam sentido às varias espacialidades que se podem detectar em
seus recintos.” (OLIVEIRA, 2011: 133)
“Nas palavras de Richard Wilkinson em sua mais recente publicação sobre os templos
egípcios, estes já foram descritos de várias formas: Como mansões dos deuses, modelos
do Egito e do próprio universo, pontos centrais de culto egípcio, portais para o divino, e
talvez mais pitorescamente, como ilhas de ordem num oceano cósmico de caos. Na
realidade, os templos egípcios nunca funcionaram exclusivamente como uma destas
coisas. Mas sim, como todas elas juntas e algumas outras que não foram mencionadas.”
(OLIVEIRA, 2011: 134)
“Podemos considerar dois tipos básicos de templos: os funerários (noção moderna: para
os antigos egípcios, eram ‘mansões de milhões de anos’, associando cada uma o culto de
um determinado faraó em sua associação com o culto divino, desde quando estava vivo,
continuando após a sua morte); e aqueles dedicados aos cultos dos deuses. Enquanto os
da primeira modalidade – de início, geralmente, ligados a uma pirâmide ou a um túmulo,
mais tarde, fisicamente separados do lugar de inumação, uma vez o rei morto, serviam
para o seu culto funerário – possuíam formas variadas, os da segunda sempre
apresentaram uma forma mais definida e eram o que se costumava chamar de ‘casas’ ou
domínios dos deuses”. (OLIVEIRA, 2011: 135)
3
“Um ‘domínio do deus’, ou ‘mansão do deus’, era um conjunto de construções de pedra
contendo o edifício do templo e diversas outras parte, armazéns, alojamentos, santuários
secundários, jardins, tudo no conjunto, integrando o complexo que era chamado de
Templo. O espaço do templo propriamente dito era utilizado para ‘guardar’ de uma
maneira ritualizada as estátuas dos deuses, suas famílias e seus animais sagrados.
Construídos em pedra a partir do IIIº milênio a.C avançado, serviam então como palácios
ou residências para um deus (ou deuses) ao qual tivesse sido consagrado e também como
um centro de operações mágicas. O templo egípcio não é um local de orações e
recolhimento público. Seu espaço era restrito a um grupo de pessoas privilegiadas que
deveriam velar pelo deus e ao fazer isso ajudavam a manter a coesão do mundo.”
(OLIVEIRA, 2011: 136)
4
AULA #02
P.122
2
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London.
“The Funeral Procession of the Scribe Ani. From his Papyrus in the British
Museum.”
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
3
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London.
4
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London.
5
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London.
Sepulcral stele of Tehuti (Tchehuti), a Royal kinsman, overseer of the king’s throne, and
Ka-priest of the king. XIIth dynast. Brit. Mus. Nº 805.
6
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London.
PLATE XXXIV
Wooden stele of Nesui. Painted with scenes representing the deceased and his soul, with
its shadow, adoring Rá and his gods, and Osiris and his gods. The supports of the stele
are in the formo of the mythological stairway to heaven. On the top of it is the figure of
Nesui’s soul in the formo f a man-headed hawk, which suggests that the stele formed
the resting-place of the soul when it visited the tomb. XXIInd dynasty. B. M. Nº 8468.
7
Referências Bibliográficas das imagens:
BUDGE, W. Ernest. (1987) - The Mummy: The Handbook of Egyptian Funerary
Archaeology. London, pgs: 122; Plate XVI (figuras 3 e 4, referentes as cenas contidas
no Livro dos Mortos do Antigo Egito); 410; 443; 449.
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11
Referência Bibliográfica da imagem:
Imagem de Nº 01: Mummy of Artemidorus, with a Greek inscription. About A.D. 300.
B.M. Nº 21810.
Imagem de Nº 02: Painted and gilded cartonnage case for the wife of a Roman Official
in Egypt. About A.D.200-300. B.M. Nº 29585.
1
Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz;
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2
Referência Bibliográfica da imagem:
Imagem de Nº 01: Wooden case for the head of a mummy. XXIInd-XXVIth dynasty.
B.M. Nº 17264.
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2
Referência Bibliográfica da imagem:
“Small hieroglyphic characters. After this period the decoration of the stele
deteriorated, the inscriptions are badly cut and contain many mistakes, and, it is
quite clear that the placing of a stele in the tomb had at that time become a mere
matter of form. On stelae of the Ptolemaic Period the inscriptions are often in
demotic or Greek instead of hieroglyphs, and the upper halves are decorated with
long rows of figures of gods, sometimes cut in high relief, who have the attributes
and wear the costumes of Greek gods. (E.W.B.)”
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Referência Bibliográfica da imagem:
“ Symbols of the eastern, and western horizons. A typical example is the stele of
Uahabrã (B.M.8464) Here, we have three registers containing: (1) The winged
solar disk of Behut, with pendent uraei of Nekhebit and Uatchit, and the jackals
Anpu of the embalmment chamber and Anpu of the Hall. (2) The boat of the Sun-
god of night Afu, seated on a throne under a fold of the body of the great serpent
Mehen.(E.W.B.)”
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2
Referência Bibliográfica da imagem:
Imagem de Nº 02: Painted coffin from the Oasis of Khârgah. Roman Period. B. M.
Nº 52949.
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2
1
1 Richard Lindsay Gordon foi professor do Downing College, Cambridge (Inglaterra), dentre outras,
editor, membro correspondente do Max Weber Kolleg, publicou inúmeros trabalhos nas áreas de História
Antiga e religião Grega. Desde 1988 atua como professor particular na Universität Erkfurt, Alemanha.
2GORDON, Richard Lindsay. Greek Religion. Vol. 49, Edição nº 2. Max Weber Kolleg, Alemanha:
Outubro, 2002, PP. 262-269
3A tabella defixionum de número um é feita de chumbo. A datação da lâmina é de aproximadamente o
século I a.C. O tablete se encontra localizado no Museu Arqueológico Nacional de Madrid, com o número
de inventário: 6652 Corduba, e registrada no Corpus Inscriptionum Latinarum (CIL), com o número: CIL
II2/7, 250. A procedência da lâmina seria da Necrópolis situada no Caminho Velho de Almodóvar, em
Corduba, na Espanha. Tal objeto arqueológico possui as respectivas medidas: 5,2 x 7,5 x 0,4 cm; com as
letras medindo: 0,3/0,4 cm, em formato cursivo. O idioma inscrito seria o latim vulgar, devido aos
desvios gramaticais presentes na inscrição. Ver em: CAMPOS, Carlos Eduardo da Costa. A Magia das
Defixiones Latinas de Corduba (séc. II a.C. ao I d.C.). Universidade do Rio de janeiro, 2011.
2
Para Robert Garland (1987), que nos permite dialogar com a pesquisa da Dra. Maria
Regina Cândido, (CÂNDIDO, 2004) tal como os demais katádesmoi contém inscrições
em sua superfície que trazem um conjunto de palavras incompreensíveis identificadas
como borfoba a qual se mantêm relação com um cântico de evocação a deusas como
Hekate/Selene (G.W. Eldekian, 1937, pag.387). Há ainda, o nome de outro deus
evocado na lâmina, denominado Bepsy. Para a especialista da área, Dra. Regina, esse
nome está relacionado ao epíteto do deus egípcio Seth que também era reconhecido
como Typhon ou Seth-Typhon. A divindade egípcia conhecida por Seth e a deusa grega
Hekate representam divindades ligadas ao submundo, pois são deuses ctônicos e
noturnos, que geralmente eram evocados com o objetivo de se prejudicar um adversário,
um inimigo a partir da magia expressa através das lâminas de chumbo dos katásdemoi,
visando não apenas prejudicar um oponente, mas para sempre mantê-lo preso a terra,
enterrado, atado junto ao mundo dos mortos.(CÂNDIDO, 2004:21)
De acordo com Heródoto (484 – 425a.C) em sua obra História o autor faz uma
narrativa do que ele observa ao viajar pelo Egito e também por outros países.
Em sua narrativa, ele descreve como é o modo de vida desta civilização, bem como seus
costumes, hábitos, crenças, práticas religiosas. Ele ainda descreve o modo o sistema de
governo dos faraós da época no Egito, suas características e como tratavam questões
sociais, econômicas e religiosas. Heródoto (1950: II) afirma que a Helade/Grécia
assimilou do Egito quase todos os nomes das divindades, bem como as práticas
mágicas. Heródoto ao traçar o itinerário da magia grega a partir da religião egípcia,
deixa transparecer que a magia que visa fazer mal aos inimigos/ os katádesmoi formava
um conjunto específico de saber cuja prática situava-se fora da paideia grega.
Heródoto acreditava que os egípcios, como uma civilização mais antiga e muito
mais avançada em diversos aspectos, obtiveram grande influência sobre os costumes e
crenças religiosas dos gregos. Pois, para o historiador, antes dos gregos, os egípcios já
faziam uso de certas práticas religiosas, bem como o culto a determinados deuses,
oferendas a esses deuses em seus templos, práticas de embalsamamento, uso da magia,
visão cosmogônica de mundo, e tinham já a crença na vida após a morte. Heródoto
acreditava que os gregos antigos, assimilaram certos costumes, crenças e ideias a partir
do contato que alguns cidadãos que viviam na Grécia obtiveram com o imaginário da
antiga civilização egípcia quando tiveram oportunidade de ir viver algum tempo neste
local. Portanto, algumas práticas consideradas mágicas pelos egípcios, acabaram por ser
4
incorporadas ao imaginário de algumas pessoas que vivam na Grécia Antiga, bem como
mais especificamente em Atenas.
André Bernand (1991: 132) segundo cita Regina Cândido, a prática mágica dos
gregos que tinha por objetivo prejudicar o inimigo havia sido resultado da interação
cultural entre Gregos e os Egípcios.
Robert Parker (1996:152) nos afirma que, foi no V século que ocorreu o
fenômeno que ele descreve como fenômeno da inovação religiosa em Atenas como a
entrada de novos deuses e novas práticas religiosas e de culto aos deuses estrangeiros.
Robert Parker (1996) afirma que antigos ritos convivem agora com novos deuses, e no
espaço da Pólis ateniense, os novos ritos passam a representar a mistura social e cultural
da região do Pireu. A inclusão de deuses estrangeiros nesse contexto contribuirá com a
recente ideologia dos Gregos, pois segundo Robert Parker (1996), rapidamente surgiu
uma categoria altamente popular de ritos adicionais nesse período e nessa região.
Robert Garland afirma que a partir de 430 a.C, houve um amplo crescimento
populacional em Atenas, e o ritmo dos assentamentos de pessoas vindas de outras partes
do mundo aumentou consideravelmente. O autor menciona em sua obra que, a partir
desse período, a origem dessa crescente população se encontrava cada vez mais
misturada. E essa mesma população, trouxe consigo suas crenças religiosas, pois os
relatos que encontramos na obra de Garland (1987) apontam para uma sociedade a qual
estava por aderir ao culto de novos deuses na Grécia. Segundo Garland (1987) a origem
desses estrangeiros que chegaram ao Porto do Pireu era diversa. Eles eram provenientes
de locais como Caria, Chipre, Egito, Fenícia, Flígia e Trácia. Robert Garland (1987)
ainda menciona que alguns deuses egípcios nesse período e local, acabaram por
tornarem-se incrivelmente populares, tais como a deusa Isis e o deus Serápis. Esta nova
população crescente de Atenas era composta de Gregos e não Gregos, homens,
mulheres, escravos e pessoas livres, mercenários, comerciantes de metal, provenientes
de locais situados para além do leste do Mediterrâneo. Essas pessoas se estabeleceram
em pequenos grupos, e cada grupo atuava em determinada atividade comercial ou
social, tanto quanto em sua religião de origem. Contudo, o atual estado do
conhecimento arqueológico sobre o Pireu, não nos permite determinar e afirmar de
forma conclusiva qual era a localização precisa desses santuários de culto dos deuses
estrangeiros em Atenas. É perfeitamente viável conceber a demarcação de áreas
5
específicas no Pireu utilizadas pela sociedade da época, tanto com o propósito naval e
comercial, tanto como para fins religiosos. Para o autor, a mais abundante fonte de
evidência é fornecida por um conjunto de testemunhos epigráficos reunidos em sua
obra, no apêndice III. São cerca de 150 inscrições registrando dedicatórias, decretos
honoríficos, leis sacras, e ocasionalmente, uma lista de membros de associações
religiosas ou clubes que ainda sobrevivem. Essas inscrições normalmente estavam
dispostas em cerca de três palavras: O nome da divindade no caso dativo, seguida ou
precedida por uma dedicatória no nominativo, com o verbo “ele/ela dedicou”
(anethêke) como um ‘extraexcepcional.’
Maria Regina Cândido (2004) cita G.W. Eldekian (G.W. Eldekian, 1937,
pag.387) e afirma que tal como os demais katádesmoi do final do III e início do II a.C,
após passar por análise dos especialistas, algumas lâminas de chumbo que foram
encontradas no Cemitério do Kerameikos em Atenas, contém inscrições em sua
superfície que trazem um conjunto de palavras incompreensíveis identificadas como
borfoba a qual se mantêm relação com um cântico de evocação a deusas como
Hekate/Selene Regina Cândido afirma que nome de outro deus evocado na lâmina,
denominado Bepsy, e ainda diz que esse nome está relacionado ao epíteto do deus
egípcio Seth que também era reconhecido como Typhon ou Seth-Typhon. A divindade
egípcia conhecida por Seth e a deusa grega Hekate representam divindades ligadas ao
submundo, pois são deuses ctônicos e noturnos, que geralmente eram evocados com o
objetivo de se prejudicar um adversário, um inimigo a partir da magia expressa através
das lâminas de chumbo dos katásdemoi, visando não apenas prejudicar um oponente,
mas para sempre mantê-lo preso a terra, enterrado, atado junto ao mundo dos mortos.
Já no Egito Antigo, havia várias formas de se praticar a magia, e o uso mais
comum desta se faziam através do uso da palavra escrita, falada e por vezes, a
performance exigia à cena a incorporação de imagem (desenho) ou estátua dos faraós,
sacerdotes e dos deuses utilizando o espaço privado dos templos egípcios para dar início
ao ato ritualístico. Como exemplo do uso frequente da magia pelos egípcios, podemos
mencionar a magia empregada pelos embalsamadores no ritual de mumificação do rei.
O historiador Heródoto, era pertencente a Halicarnasso, região situada na Ásia
menor. Este visitou o Egito em 450 a.C. durante o domínio Persa.
6
seus homens e mulheres comuns, tendo perdido sua fé nos antigos deuses e sem uma
raiz individual, cuidando para que tivessem garantias e salvação. Com isso, Gordon
(2002) ainda faz uma lista, a qual ele descreve como uma lista detalhada dos Cultos
usuais de Mistérios, onde era cultuada na Grécia, (séculos V – IV a.C) a deusa Egípcia
Isis, juntamente com os deuses Gregos Dionísio, Cibele e Elêusis.
No Egito, a rainha Isis, esposa e irmã de Osíris, era considerada a Grande na
magia. Já que, foi graças ao seu ato de empenho, amor, dedicação e conhecimentos
mágicos, após a morte e dilaceração do corpo de seu marido e irmão Osíris por seu
irmão Set, ela conseguiu unir os pedaços espalhados do corpo e ressuscitar Osíris, que
com isso, se torna o deus dos mortos, da ressurreição, da regeneração, obtendo um
papel de grande destaque no imaginário egípcio e sendo cada vez mais, o casal Isis e
Osíris, cultuados por grande parte da população e ganhando templos para que fossem
realizados os cultos divinizando-os cada vez mais pelos egípcios.
8
BIBLIOGRAFIA
1
1
CARGA HORÁRIA: 16 Hs
CONTATO: professora_amandahutflesz@hotmail.com
DIA 1: SÁBADO:
ATIVIDADE Nº 01:
ATIVIDADE Nº 02:
DIA 2: DOMINGO:
ATIVIDADE Nº 01:
1 – CARNEVALE, Trícia Magalhães. Katádesmos: Magia e Vingança dos Atenienses Através dos
Mortos. VII Jornada de História Antiga – NEA/UERJ, 2007.
ATIVIDADE Nº 02:
Texto #02
Considerações Finais
1
era algo acessível apenas aos Faraós (Antigo Império), e somente com o passar dos
séculos essa prática se estendeu a outras camadas sociais. Complementando ainda que,
no Egito, apenas os cidadãos os quais que possuíam uma situação financeira próspera
poderia arcar com tamanha despesa, pois os gastos que eram elevados, mas esse era o
preço a ser pago pela família que almejava proporcionar ao morto uma vida boa e
tranqüila no outro mundo.
O custo de se embalsamar e de mumificar uma pessoa eram alto. Sem
mencionarmos todas as grandes quantidades de oferendas comumente depositadas na
tumba do falecido pelos seus familiares ou funcionários. Inclusive, no final da XVII e
início da XVIII dinastia, além de todos os ritos egípcios para livrar os mortos do mal
durante a viagem ao Duat, esses ainda poderiam receber um auxílio extra chamado de
Livro dos Mortos (vendido pelos Sacerdotes de Amon por grandes quantias). O povo e
a elite faraônica acreditavam que este livro guiaria o defunto através da escuridão da
morte e ensinaria a ele todas as fórmulas Mágico-Rituais que o conduziriam de maneira
segura através do melhor caminho até que encontrasse o deus Osíris e fosse finalmente
julgado por todas as suas ações em vida. Não observamos relatos desta crença de que
havia algum Livro dos Mortos na Grécia Antiga (ou algo parecido), nem mesmo sobre a
concepção grega de um julgamento das ações do defunto do Pós-Vida diante dos
deuses.
Na Antiga Grécia, (séculos II ao X a.C) não encontramos registros de práticas de
embalsamamento nem de processos de mumificação neste período, o que ocorria já no
Período Romano. Mas, os gregos realizavam em suas casas, à noite, uma cerimônia
póstuma que durava cerca de três dias. Após esse ritual, ou cremavam (nas piras) ou
enterravam seus mortos, e colocavam em suas mãos uma moeda de prata, que serviria
de pagamento ao Caronte. Espécie de condutor de almas, o Barqueiro Infernal que
conduzia os mortos ao Hades, o inferno grego.
A cremação do defunto ocorria, em geral, de acordo com a vontade da pessoa que
deixava escrito isso em vida ou da família, sem necessariamente extrair seus órgãos
durante a preparação do corpo do morto (como no Egito). Mas o corpo deste precisava
também ser “purificado”, lavado, perfumado e vestido para ser exposto pela família
dentro de sua casa durante o velório. Preces e orações também eram proferidas em favor
da alma do falecido. E esses recebiam oferendas funerárias dos seus parentes assim
como no Egito.
2
Já no Antigo Egito, os faraós construíram grandes tumbas que eram as pirâmides, e
eram depositados em sarcófagos após deixarem este mundo. Os mortos eram sepultados
com diversos objetos que poderiam ser úteis a eles no além. Jóias, roupa, maquiagens,
animais, até mesmo escravos. Estes eram apenas alguns dos itens depositados no
túmulo em homenagem ao defunto.
Para a elite egípcia e para a elite grega (final do século V a.C), era muito importante
exibir sua riqueza e prosperidade no momento de enterrar seus mortos. Isso denotava
poder e Status social diante da população. E quanto mais riqueza possuísse a família,
mais grandiosa seria a cerimônia funerária e melhores seriam as oferendas que o morto
receberia em sua tumba para auxiliá-lo em sua viagem rumo à eternidade. Em ambas a
cultura vê-se que, preparar o falecido para a vida no além era função essencial de seus
parentes mais próximos (as mulheres na Grécia e sacerdotes no Egito). E deixar de zelar
por essa preparação póstuma, era considerado pela sociedade algo absurdo e
irresponsável, que inclusive poderia atrapalhar o finado chegar ao local que era agora
seu último e derradeiro destino. Preparar o morto deixando-lhe provisões de comida,
bebida, perfumes, até mesmo livros que eram como guias funerários, pois agora tudo
isso era fundamental ao bem-estar deste. Mas não eram apenas as oferendas que
abririam os caminhos e que proporcionariam a eles paz e alegria no além. Tanto na
Grécia quanto no Egito, os rituais fúnebres precisavam existir e seguir certas regras
sociais, as quais variavam de cidade para cidade, de período para período, e de poder
aquisitivo.
A família deveria cumprir todas as etapas dos ritos (os ritos que já descrevemos
acima), somente assim, eles poderiam viver tranqüilos de que, seus mortos não
voltariam do Hades no caso da crença grega, ou do Duat, na concepção dos egípcios
para atrapalhar suas vidas, assombrar seu sono e destruir suas colheitas.
3
Referências bibliográficas
FONTE: http://esunaviejahistoria.blogspot.com/2015/05/el-mal-las-maldiciones-y-el-vudu-
en.html, em 13/06/19, às 15:16 hs.
1
Imagem 02: Cemitério do Kerameikos
Fonte: https://www.turismoindependente.com.br/08-cemiterio-kerameikos-07/, em
13/06/19, às 15:22 hs.
Horário: Fechado.
2
De acordo com as palavras da Prof.ª Dr.ª Maria Regina Cândido (2008) sobre o Cemitério
do Kerameikos:
3
Para além do Cemitério do Kerameikos, outro assunto de grande pertinência são os
Templos Gregos, como aponta a Prof.ª Dr.ª Maria Beatriz Borba Florenzano (2009):
Ainda tratando-se de Templos, corrobora a Prof.ª Dr.ª Elaine Farias Veloso Hirata
(2009) citando sobre Diodoro que:
“Diodoro (11. 26. 2), vale lembrar, constitui-se na fonte mais completa sobre esses
acontecimentos e é no seu texto que encontramos a menção às condições que os
vencedores impuseram aos cartagineses derrotados: o pagamento de uma indenização
pequena, dois mil talentos de prata e arcar com os custos da construção de dois templos
onde seriam depositadas cópias do tratado de paz. Não há informação no texto sobre os
locais onde tais templos deveriam ser erigidos, mas, hoje, acredita-se que seriam
Siracusa e Himera. A grande similaridade dos princípios construtivos dos templos
dedicados a Atena em Himera, o chamado “Templo da Vitória” (figura 2) e do
Athenaion (figura 3) localizado em Ortígia, Siracusa, levou à sua identificação com
aqueles mencionados por Diodoro. Os arqueólogos os consideram, do ponto de vista
arquitetônico, templos gêmeos, o que indicaria, inclusive, a contemporaneidade da
construção, conduzida, talvez, até por um mesmo arquiteto (cf. Mertens, 2006: 256,
figs. 464 e 465).” (HIRATA, 2009: 30)
4
E continua a Dr.ª Elaine Farias (HIRATA, 2009) sobre os monumentos na Antiguidade:
5
tem o cuidado de amuralhar, fazendo-se circundar com essas “necrópoles”,
aglomerações de sepultamentos, que, a partir de então, margeiam as entradas principais
da cidade a noroeste (Keirameikos), nordeste (ambos os lados do portão Diochares) e
sudeste, e pelas quais a pólis se apresenta aos habitantes e aos forasteiros chegados do
mar e do interior, em um primeiro e mais próximo encontro.” (ANDRADE, 2009: 53)
6
De acordo com a Dr.ª Maria Regina (CÂNDIDO, 2008) sobre Magia, os
Katadesmoi e o Cemitério do Kerameikos em Atenas, a qual reflete:
“Entretanto, buscamos, em nossa análise, nos afastar da definição que coloca a magia
em oposição à religião. Consideramos a magia como um conjunto de crenças e práticas
mágico-religiosas que visa estabelecer contato com as potências sobrenaturais.
Caracteriza-se por atuar de forma complementar à religião políade dos atenienses, pelo
fato de usar os mesmos espaços sagrados, os deuses e as vozes místicas das orações.”
(CÂNDIDO, 2008: 262)
1Lâmina 04 Defixios nº5. Atenas, Museu Nacional, procedente da Ática de local incerto. Data: IV a.C. Bibliografia: E. Ziebarth,
1899, nº01: Fröehner, 1936, p.14. Característica: Imprecação contra ofícios – Lâmina de chumbo muito danificada; Lâmina 05,
Defixiosn.º 04. Atenas: Pertence à coleção particular, procedência desconhecida. Data: Meados do IV século: 350 – 342 a.C.
Bibliografia: SGD, 1985, nº44; Jimeno, 1999, nº26; Peek, 1941: 09. Característica: Imprecação contra ofícios.
2SGD nº 14 = CT nº 57; cf. Jordan, 1980a: Especially 232 nº 24. Esta informação refere-se aos tabletes encontrados próximos do
Portão Dipylon, no Cemitério do Cerâmico os quais podem ter sido despejados de uma sepultura próxima. Similarmente, 17 tabletes
Gregos foram encontrados enterrados na região da Ágora e podem ter sido despejados do santuário adjacente de Demeter; SGD p.
162; cf. Jordan, 1985b: 207-10; Faraone, 1991b: 3 and 23 nº7; Jameson et AL., 1993: 125.Verem: FLINT, Valerie; GORDON,
Richard; LUCK, Georg; OGDEN, Daniel. Withcraft and Magic in Europe: Ancient Greece and Rome. London: The Athlone Press.
1999.
3SGD, 1985, nº11; Jimeno, 1999, nº11. Lâmina 01 que faz referência ao Defixios nº02, que é proveniente de uma sepultura no
Cerâmico e data do final do V e início de IV século; Young, 1951, p.222; SGD, 1985, nº20; Jimeno, 1999, nº20. Lâmina 03 que faz
referência ao Defíxios nº03, que é proveniente de entulhos que formavam a base do muro de uma residência denominada pelos
arqueólogos de casa D do Distrito Industrial de Atenas situado próximo à Ágora ver em: CÂNDIDO, Maria Regina. A Feitiçaria na
Atenas Clássica. Rio de janeiro: Letra Capital. 2004.
4Em sua obra, Gager (1992) descreve a figura como uma elegante estatueta feminina perfurada por treze agulhas e encontrada
envolta em um papiro egípcio e com um defixio em uma panela de barro do Egito. A estatueta é feita de acordo com as direções
7
dialogar com Robert Parker, (PARKER, 1996: 152) que afirma que, foi no V século que
ocorreu o fenômeno que ele descreve como fenômeno da inovação religiosa em Atenas
como a entrada de novos deuses e novas práticas religiosas e de culto aos deuses
estrangeiros5. As novas divindades estrangeiras e seus cultos detém a sua materialidade
através da epigrafia IG II² 337 referente a Afrodite Kitias, a inscrição IG II²1283 da
deusa Bentis da Tracia e a deusa Isis6 do Egito.” (HUTFLESZ, 2017: 03)
numa receita conservada em PGM IV, linhas 296-329, que se refere a um feitiço de ligação, também classificada pelos especialistas
de imprecação amorosa(permissão do Museu do Louvre (Paris). GAGER, John G. Curse Tablets and Binding Spells from the
.
Ancient World: New York. Oxford University Press, Inc. 198 Madison Avenue. 1992
5A área do Porto do Pireu foi palco de várias associações para cultos a divindades estrangeiras como a deusa Bentis/Tracia narrada
por Platão na obra Republica (I, 327a). A emergência de cultos estrangeiros no final do V século não era novidade entre os
atenienses, pois, temos a com a solicitação ao arconte Nikocrates para a construção de um templo em honra a deusa Afrodite
Kithias no Pireu. A concessão de terra/enktesis com o propósito de construção de santuários no Pireu já havia sido concedida aos
egípcios em honra a deusa Isis e para o culto da deusa trácia Bentis(IG II²1283) mencionado por Platão no início de sua obra
Republica e ao deus Asclépio que foi recebido na residência de Sófocles em 426 a.C, ver R. Garland. Introducting new Gods: the
politics of Athenian religion. Cornell University Press, 1992 e The Pireu from the fifth to the first century.B.C. London: Duckworth,
1987.
6Decreto IG II² 337, talhado em estela presente no porto do Pireu, datado de 332/AEC, caracterizado como solicitação em
assembléia de permissão para a fundação de um santuário a Afrodite pelos Kitians, o povo da cidade-reino localizada na costa Sul
do Chipre. Em: ALMEIDA, Marina Rockenback. Por um comparativismo construtivo do culto à Ísis entre atenienses e egípcios no
final do V século a.C. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016. P.42.
8
Fonte: http://www.greece-is.com/kerameikos-a-place-of-transition-2/, em: 13/06/19, às
17:22 hs.
9
OS GREGOS E SUAS PRÁTICAS DE MÁGICAS
10
BONECA PERFURADA POR 13 PREGOS CHAMADA DE PTOLEMAIDE.
11
Fonte: https://molinatorres1997.wordpress.com/, em: 13/06/19, às 17:44 hs.
12
Referência Bibliográfica Complementar:
http://phoinix.historia.ufrj.br/media/uploads/artigos/14_-
_Kerameikos_lugar_de_poder_e_de_magia_na_Atenas_do_IV_a._C._-_Maria__Fs3u2FP.pdf,
em 13/06/19, às 15:43 hs.
https://www.youtube.com/watch?v=R0zjdPbMZA8
http://esunaviejahistoria.blogspot.com/2015/05/el-mal-las-maldiciones-y-el-vudu-en.html, em
13/06/19, às 15:16 hs.
https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/31943954/
Representacoes_da_Cidade_Antiga.pdf?response-content-disposition=inline%3B%20filename
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14
1
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
QUESTIONÁRIO
( ) D. Isabel
( ) D. Carlota Joaquina
( ) D. Maria II de Portugal conhecida como a “Rainha Louca”
2 - A Historiografia a qual trara da História do Brasil Império, aponta para as várias transformações
que ocorreram no Brasil e principalmente, no Rio de Janeiro, que está relacionada com qual fato
histórico?
3 – Graças a vinda da Família Real Portuguesa para o Rio de Janeiro, passou a se perceber que:
5 – Com o dinheiro obtido através da abertura dos Portos, o Regente D. João arrecadou os recursos
financeiros necessários para então finalmente remodelar a cidade do Rio como tanto almejava,
realizando melhorias em vários aspectos, como por exemplo:
( )Nos Cassinos
( )Nas Fazendas
( )Na Cultura, na Economia, Sociedade e nas Artes
( )Cuba
2
( )Argentina
( )Reino Unido à Portugal, Brasil e Algarves
8 – Onde ocorreu a Cerimônia de Sagração e Aclamação do então Regente D. João que passa a
receber o título de Rei, após a morte de sua mãe?
( )Catedral de Petrópolis
( )Igreja do Rosário
( )Capela Imperial no Rio de Janeiro
10 – A Maçonaria pode ser compreendida como uma Sociedade de caráter secreto, a qual foi
fundada quando e onde?
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3
1º TEXTO
AULA #001
Introdução
1
Assim surge o primeiro banco do Rio, o Banco do Brasil. Depois vem a criação do
Jardim Botânico, as escolas de música, o Theatro Municipal, jornais e finalmente, a
grande Biblioteca Nacional. Eram tamanhas novidades, que a sociedade já enxergara a
hora de aderir a novos modos de viver, pensar e agir em meio a este novo momento
histórico e as tantas transformações culturais e sociais.
Com a chegada da Corte, o Brasil teve inúmeras razões para comemorar. Foi em 1815
que d. João elevou a Colônia à categoria de Reino Unido a Portugal, Brasil e Algarves,
e muitas festas foram providenciadas a partir de então.
2
preferencial pela Inglaterra, primeiramente obtida por meio da abertura dos portos ao
comércio exterior.
3
Com sua posse, a política do governo ficou clara: Tornar o Brasil
independente. As tropas portuguesas foram embarcadas para Portugal,
e um decreto do Regente tornava sem valor as decisões das Cortes que
não fossem sancionadas por ele. E foi criado um conselho de
dirigentes provinciais, para aumentar a área de ação do governo,
limitada pelas juntas portuguesas. (CALDEIRA, 1997:146)
Foi em agosto do ano de 1822, que d. Pedro encaminhou-se para a cidade de São
Paulo. A cavalo, sua viagem levou cerca de doze dias, alcançando seu destino somente
no dia 25. Permaneceu até o dia 1º de setembro, quando então, rumou para Santos.
Regressou, pois para São Paulo, e já na manhã de 07 de setembro, recebeu as ordens de
maio das Cortes e uma carta de José Bonifácio, na beira do córrego Ipiranga. Ao tomar
posse do documento e depreender seu conteúdo, achou por bem que finalmente, se fazia
premente o momento de tomar uma decisão. Retirou sua espada do coldre e exclamou
com convicção: ‘É tempo! Laços fora! Independência ou morte!’. Por fim, o Brasil
estava separado de Portugal. (CALDEIRA, 1997: 149)
A Maçonaria pode ser compreendida como sendo uma sociedade de caráter secreto,
que foi fundada ainda no século XVIII na Inglaterra, e expandiu-se de forma rápida
através do mundo todo. A princípio, sua divisão e organização davam-se por meio de
dois ramos básicos: O rito vermelho ou francês, e o rito azul ou escocês. Mesmo
compartilhando conhecimentos esotéricos, havia algumas divergências no modo como a
aplicavam à vida cotidiana. O ramo do rito azul pregava a monarquia constitucional,
segundo a fórmula de governo da Inglaterra; enquanto o ramo de rito vermelho era
republicano, afirma o autor Jorge Caldeira (CALDEIRA, 1997):
4
grupos atuando nas principais cidades brasileiras. O rito azul, embora
numericamente menor, reunia pessoas influentes, concentradas no Rio
de Janeiro. (CALDEIRA, 1997:163)
Para Jorge Caldeira (CALDEIRA, 1997) José Bonifácio de Andrada e Silva teve
atitudes enérgicas, vigorosas e justificáveis em relação aos ataques. No dia 30 de
outubro de 1822, demitiu-se e planejou inclusive, render-se ao lado dos opositores,
salvo se o Imperador utilizasse seu poder para enfrentar os críticos. Desta forma, o
Imperador afinal, fez uma escolha: Ordenou que todas as reuniões da Maçonaria
vermelha (a qual defendia a república) fossem suspensas e que seus líderes fossem
processados e detidos, reconduzindo o Ministro ao seu cargo. Contudo, em alguns dias,
os principais líderes da Maçonaria foram então presos e deportados. Seus membros de
menor importância se viram obrigados a responder a inúmeros processos. (CALDEIRA,
1997: 162-163)
1 Arno Wehling é professor titular aposentado da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
professor emérito da Universidade Federal do estado do Rio de janeiro (UNIRIO) e presidente do
Instituto Histórico e geográfico Brasileiro (IHGB).
5
Todas as constituições que à maneira das de 1791 e 92 têm
estabelecido suas bases e se têm querido organizar, a experiência nos
tem mostrado que são totalmente teoréticas e metafísicas, e por isso,
inexeqüíveis, assim o prova a França, Espanha e ultimamente
Portugal. Elas não têm feito como deviam a felicidade geral, mas sim,
depois de uma licenciosa liberdade, vemos que em uns países já
apareceu, e em outros ainda não a apareceu o Despotismo; depois de
ter sido exercitado por muitos, sendo conseqüência necessária e
ficarem os Povos, reduzidos à triste situação de presenciarem e
sofrerem todos os horrores da Anarquia.2 (Apud WEHLING, 2013:
18)
Foi em fins do século XVII que se consolidou a sua base, com a nova realidade
política inglesa, provocada pela Revolução Gloriosa (1688). A partir desse momento, o
aperfeiçoamento das Instituições Inglesas e as questões políticas formaram um dos
pilares do que viria a ser a febre constitucionalista (WEHLING, 2013) que se apoderou
do último quarto do século XVIII e o início do século XVIII. O outro pilar foi a leitura
das mudanças percebidas na Inglaterra, já que transformaram os intelectuais iluministas
franceses, particularmente, os seus seguidores e adeptos mais fiéis, como Voltaire e
Montesquieu. (WEHLING, 2013:19)
6
O professor Arno Wehling (WEHLING, 2013) em seu texto afirma que:
7
Uma Constituição em que os três poderes sejam bem divididos de
forma que não possam arrogar direitos, que lhe não compitam; mas
que sejam de tais modos organizados e harmonizados, que se lhe torne
impossível, ainda que pelo decurso do tempo, fizerem-se inimigos, e
cada vez mais concorra de mãos dadas para a felicidade geral do
Estado. Afinal, uma Constituição que, pondo barreiras inacessíveis ao
despotismo, quer real, quer aristocrático, quer democrático, afugente a
anarquia e plante a árvore daquela liberdade, cuja sombra deve crescer
a união, tranqüilidade e independência deste Império... 5 Como
apontou Afonso Arinos de Melo Franco, as influências mais diretas
sobre o projeto da Constituinte de 1823, foram às partes iniciais da
Constituição francesa, as partes dispostas da Constituição de 1795 e
alguns aspectos da Constituição de 1814 outorgadas por Luís XVIII.
(WEHLING, 2013: 30)
8
das revoltas militares, dificultou a formulação de diretrizes. No início
do novo governo, apenas um homem revelou-se à altura da situação:
José Bonifácio de Andrada e Silva. Enquanto participava da
Constituinte, dirigia dois Ministérios e ajudava o irmão Martim
Francisco a resolver problemas econômicos no Ministério da Fazenda.
Ele ainda encontrava tempo para conceber as tão necessárias políticas
de longo prazo. (CALDEIRA, 1997:167)
Foi no dia 10 de novembro de 1823, que uma simples frase de d. Pedro I causou
grande descontentamento por parte da mídia local. Foi esta a sua frase: ‘Vão os Lusos
para a Lusitânia e o Brasil será feliz’ 6. As palavras foram publicadas no jornal A
Sentinela, o que desagradou aos membros do ‘partido português’. Esses senhores
acabaram revidando logo na mesma noite, obtendo permissão para que o Imperador
concordasse em receber um grupo de oficiais de origem Portuguesa. (CALDEIRA,
1997) Eles foram contestar contra ‘os recentes insultos de jornalistas e deputados’. E, o
Imperador manifestando-se sobre suas palavras anteriormente proferidas, foi que os
militares aproveitaram para convencer d. Pedro I, a convocar o mais rápido o quanto
fosse possível ao Palácio, todas as tropas da cidade, mudando de imediato o ministério,
substituindo-o por outro comandado pelos militares, - “e, caso a Assembléia não
apoiasse tais medidas, ela seria fechada.” (CALDEIRA, 1997: 168-169)
6 Palavras proferidas pelo Imperador d. Pedro I para o jornal A Sentinela. (Apud CALDEIRA, 1997:
168-169)
9
7. Texto da Carta de Despedida do ex-Imperador do Brasil, d. Pedro I
De acordo com o autor Jean Baptiste, (DEBRET, 1936) segue este trecho escrito
pelo Imperador d. Pedro I em 1831:
10
cargo após o dia da Proclamação da Independência, em 07 de setembro, mas retorna ao
Ministério em seguida.7 (LACOMBE, 2001: 09)
Em 1823 ocorre a dissolução da Constituinte e a prisão de José Bonifácio no dia 12
de outubro. Os três irmãos da família Andrada seguem para o exílio no mesmo ano.
Em 1831 o Imperador d. Pedro I abdica ao trono em favor de seu filho, Pedro de
Alcântara. Antes de partir para Portugal Dom Pedro I pede a José Bonifácio que assuma
o cargo de tutor de seu filho, o qual se encontrava com seus anos de idade. Bonifácio
assume o cargo em 07 de abril de 1831, e presta juramento no Senado Federal em 19 de
agosto. Contudo, alguns militares insatisfeitos com o trabalho de Bonifácio como tutor,
(já que, ao longo dos anos fez alguns inimigos e rivais políticos) acusam-no de violar
certas Leis da Constituinte, exercendo pressão política para que ele deixe o cargo o
quanto antes. Mesmo sendo contrário a idéia de deixar o filho do Imperador sem um
tutor, Bonifácio, depois de ter sofrido diversas ameaças e já ficando sem escolha, acaba
por aceitar sua destituição em 14 de dezembro de 1833. No mesmo ano é preso em
Paquetá e falece em 06 de abril de 1838. (LACOMBE, 2001: 09)
A vila de Santos
11
ordenado de provenientes de apenas três destes empregos. Formou-se na Universidade
de Coimbra, em direito e filosofia, embora tenha cursado matemática, não chegou a
finalizar o curso. Era maçom e muito contribuiu com o Imperador d. Pedro I juntamente
ao processo da Independência do Brasil. Durante 03 anos, foi tutor do Imperador d.
Pedro II, pois, em 1831, antes de partir definitivamente para Portugal, d. Pedro I pediu a
José Bonifácio que aceitasse o cargo. Em 1834 foi destituído deste ofício por rivais
militares e políticos da época. Chegou a ter uma filha, fruto de um rápido
relacionamento extraconjugal. Sua filha Gabriela acaba se casando com um de seus
irmãos. Bonifacio falece em 1838, por conseqüência de um provável infarto ou uma
isquemia cerebral.
12
13
2º TEXTO
AULA #002
Introdução
A águia negra sobre o fundo de ouro é um dos mais antigos e clássicos símbolos das
terras alemãs e austríacas. As referências culturais e artísticas da colonização alemã são
uma constante da administração pública do município desde a república velha. As demais
influências, muitas vezes ficam esquecidas, mesmo sendo hegemônicas em algumas áreas
como a arquitetura, por exemplo.
Neste campo, a influência germânica não é, nem mesmo de longe, a maior presença
em Petrópolis, mas encontramos um número não desprezível de casos bastante
característicos dentre os quais não se pode deixar de mencionar o Hotel Quitandinha.
1
2. Uma pesquisa sobre a utilidade da Heráldica:
Nos primórdios da heráldica, formas retilíneas muito simples e com traço grosso
eram pintadas em escudos. Estas poderiam ser facilmente reconhecidas à distância e
lembradas. Assim era o maior objetivo da heráldica: Servir como fonte de indicação.
2
Sobre a heráldica, o autor nos diz que “é a arte de exprimir em termos especiais
dentro das regras estabelecidas tudo que se refere à ciência da armaria.”. Já mencionando o
foco do nosso estudo, a águia, o autor escreve assim, “O rei dos pássaros no brasão é a
águia. Era a insígnia das legiões romanas e vinha alçada a ima espécie de lança que se
prendia ao solo no local onde as legiões estacionavam. Símbolo da potência, da vitória e da
prosperidade.”
Conta-se a propósito da afeição dos romanos à águia, que nas exéquias dos
Imperadores, particularmente nas de Máximo e Balbino, empregaram 100
leões e 100 águias. Era hábito em tais cerimônias atar uma águia no topo da
fogueira em que se incinerava o corpo e ao queimar-se a corda que a
prendia, esta voava à grande altura, acreditando o povo que levava consigo
a alma do Imperador para apresentá-la a Júpiter. (NETTO, 2006)
3
trilhos, nas suas cores, e uma fita enrolada aos mesmos com a divisa em
letras de ouro: ALTIORA SEMPER PETENS. . (NETTO, 2006)
Esta frase em latim colocada abaixo do símbolo aqui analisado tem seu significado
como "aspirando sempre o mais alto", ou "almejando sempre as alturas". Podemos
interpretar tais palavras com um sentido bem amplo, querer sempre sonhar com o que é
grandioso, almejar grandes vitórias, sonhar com aquilo que tem valor maior do que as
coisas mais simples, buscar conquistas, caminhar na direção daquilo que tem valor e que é
importante.
Formado por um escudo português, em azul, tendo ao alto o emblema PII em ouro
sobre a coroa imperial também em ouro, e na parte inferior, sobre uma montanha, a águia
da Alemanha em negro.
Encima do escudo, a coroa de cinco torres em prata. Como suporte, trilhos e seus
dormentes na cor natural envolvidos por fita azul, na qual, em letras ouro, encontra-se a
inscrição "Altiora Semper Petens".
4
Alguns elementos de grande relevância merecem destaque do ponto de vista
histórico, que tem sua relação direta com a História de Petrópolis e do Brasil:
Referências Bibliográficas:
5
ALVES NETTO, Jerônimo Ferreira. Curso de História de Petrópolis. Instituto Histórico
de Petrópolis: 23/04/2006. (Disponível na Internet: http://www.ihp.org.br/colecoes/lib
ihp/docs/jfan20060423a.htm)
http://www.wikipedia.com.br
6
7
Aula #03
Anexos:
Imagens dos
Documentos
Históricos:
Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
1
1. Anexo de Nº 01 – Texto dos Apontamentos para a Civilização dos Índios
Bravos do Império do Brasil.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.
2
2. Anexo de Nº 02 – Imagem: Antônio Carlos – Irmão de José
Bonifácio de Andrada e Silva.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.
3
3. Anexo de Nº 03 – José Bonifácio no Grande Oriente do Brasil
(Maçonaria).
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.
4
4. Anexo de Nº 04 – Imagem de Martim Francisco – Irmão de José
Bonifácio de Andrada e Silva.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.
5
5. Anexo de Nº 05 – Texto da Representação à Assembléia Geral
Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a Escravatura
por José Bonifácio de Andrada e Silva. Deputado à dita Assembléia
pela Província de S. Paulo. (Paris – Na Typografhia de Firmin Didot
(M DCCC XXV)
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.
6
6. Anexo de Nº 06 – Imagem de S. A. R. – O Imperador Dom Pedro I.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.
7
7. Anexo de Nº 07 – Imagem de D. Rodrigo de Souza Coutinho, conde
de Linhares, estadista português, veio para o Brasil com d. João VI.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.
8
8. Anexo de Nº 08 - d. João VI: Carta de Lei impressa, elevando o
Brasil à categoria de Reino – 1815 (folha 01).
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190
anos da Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Instituto Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando
Álvares Penteado. Brasília: 2013.
9
9. Anexo de Nº 09 - d. João VI: Carta de Lei impressa, elevando o Brasil
à categoria de Reino – 1815 (folha 02).
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190
anos da Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Instituto Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando
Álvares Penteado. Brasília: 2013.
10
10. Anexo de Nº 10 – Imagem: Constituição do Império do Brasil – 1824.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190
anos da Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Instituto Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando
Álvares Penteado. Brasília: 2013.
11
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.
12
12. Anexo de Nº 12 – Imagem de d. Pedro I, Imperador do Brasil – 1824.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Jean F. Badoureau – Lisboa (século XIX);
Acervo: Museu Imperial – Petrópolis.
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190
anos da Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Instituto Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando
Álvares Penteado. Brasília: 2013.
13
13. Anexo de Nº 13 – Imagem de d. Pedro I, Imperador do Brasil – 1824.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Manuel de Araújo – Porto Alegre – 1824.
Acervo: Museu Imperial
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013
14
14. Anexo de Nº 14 – Imagem de d. Pedro I, Imperador do Brasil – 1824.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Henrique José da Silva (1824);
Acervo: Museu Imperial – Petrópolis.
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.
15
15. Anexo de Nº 15 – Imagem da cerimônia de Sagração de d. Pedro I.
16
16. Anexo de Nº 16 – Imagem da 1ª Imperatriz do Brasil, Dona Carolina
Josefa Leopoldina (duquesa d’Áustria).
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Jean F. Badoureau – Lisboa (século XIX);
Acervo: Museu Imperial – Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.
17
17. Anexo de Nº 17 – Imagem de d. João V (Rei de Portugal)
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: POMBO, Rocha. História do Brasil. 9ª Edição. Revista e atualizada por Hélio
Vianna. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1960.
18
18. Anexo de Nº 18 – Imagem de d. José I.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: POMBO, Rocha. História do Brasil. 9ª Edição. Revista e atualizada por Hélio
Vianna. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1960.
19
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: François René Moreaux
Acervo: Museu Imperial - Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.
20
20. Anexo de Nº 20 – Imagem de José Bonifácio de Andrada e Silva.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: LACOMBE, Américo Jacobina. FRANCO, Afonso Arinos. José
Bonifácio. Coleção: A vida dos Grandes Brasileiros. Texto: Pedro Pereira Costa.
Editora Três LTDA. São Paulo: 2001.
21
21. Anexo de Nº 21 – Imagem do Rei de Portugal, d. João VI.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: POMBO, Rocha. História do Brasil. 9ª Edição. Revista e atualizada por Hélio
Vianna. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1960.
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1
CALDEIRA, Jorge. Viagem pela História do Brasil. São Paulo: Editora Companhia
das Letras, 1997.
________________. (org.). José Bonifácio de Andrada e Silva. São Paulo: Editora 34,
2002. (Coleção Formadores do Brasil).
CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita Procópio;
SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da Assembléia
Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto Brasileiro de
Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília: 2013.
CERQUEIRA, Bruno da Silva. “Quem foi D. Isabel de Bragança?” IN: Revista do
Instituto D. Isabel I – A Redentora. Brasília: Junho de 2016.
CERQUEIRA FALCÃO, Edgard de (org.). Obras científicas, políticas e sociais de
José Bonifácio de Andrada e Silva. Santos: Câmara Municipal, 1963. 3 v.
CHENEY, Sheldon. História da Arte. Do Extremo Oriente à Arte Gótica: O apogeu
Cristão. Vol. II. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1970.
Comissão do Centenário de Petrópolis. Decreto Imperial de 16 de Março de 1843.
Petrópolis, P.M.P. 1943.
DEBRET, Jean Baptiste. Condecorações brasileiras: Manto – Cetro e Coroa. Viagem
pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo: 1936.
DORNAS FILHO, João. Figuras da Província. Vol. I. Belo Horizonte, Movimento
Editorial Panorama, 1949
EPPINGHAUS, Guilherme Pedro. A Catedral. Petrópolis: IHP, 1984.
FRANCO, Afonso Arinos de Mello; LACOMBE, Américo Jacobina. José Bonifácio.
Coleção: A vida dos grandes brasileiros (2). Edições Isto É. Texto: COSTA, Pedro
Pereira da Silva. Editora Três Ltda. São Paulo: 2001. (Fotos: Câmara Três e Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro).
FREMANTLE, Anne. A Idade da Fé. - Rio de janeiro: Livraria José Olímpio Editora
S.A, 1970.
FRÓES, José Kopke. A Velha e a Nova Matriz de Petrópolis. 2º Caderno - Petrópolis:
30 de Novembro de 1985, In Tribuna de Petrópolis.
GOMES, Laurentino. 1808: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma
Corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil /
São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.
HAUTECOEUR, Louis. História Geral da Arte. Da Magia à Religião. Tradução:
Pérola de Carvalho. Vol.: I, Tomo I. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1962.
2
http://pt.wikipedia.org.br
JUDICE, Ruth Boucault. Igrejas Neogóticas. Versão para o Inglês de Roberto Raposo.
- Coleção Guia de Arquitetura. Petrópolis, RJ: Crayon, 2000.
PANOFSKY, Erwin. Idea: A Evolução do Conceito de Belo. Profª Drª Sônia Afonso
Mestranda Maria Anita Nunes. Método e Linguagem. 1º trab.: Santa Catarina:
UFSC/Pós - Arq/2004.
POMBO, Rocha. História do Brasil. 9ª Edição. Revista e atualizada por Hélio Vianna.
São Paulo: Edições Melhoramentos, 1960.
RABAÇO, Henrique José. História de Petrópolis. Petrópolis: Instituto Histórico de
Petrópolis, 1985.
www.museuimperial.gov.br/portal/arquivo-historico.html
www.google.com.br
3
http://www.obrabonifacio.com.br/bibliografia/autor/16/.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1889/D0078-A.htm.
4
LISTA DE TELEFONES ÚTEIS DOS PRINCIPAIS ATRATIVOS TURÍSTICOS EM
PETRÓPOLIS:
ATENÇÃO:
terça-feira 12:00–00:00
quarta-feira 12:00–00:00
quinta-feira
12:00–00:00
(Corpus
Os horários podem ser diferentes
Christi)
sexta-feira 10:00–00:00
sábado 10:00–00:00
domingo 10:00–21:00
segunda-feira 12:00–19:00
1
>® Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em História, pela
Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o
Nº 20.138-414/11, de 13 de Setembro de 2011.
Contato:
amandahutflesz@yahoo.com.br
Professora_amandahutflesz@hotmail.com
2
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
A. ( ) Princesa D. Isabel
B. ( ) Princesa D. Leopoldina
C. ( ) D. Teresa Cristina
A- ( ) Santo Antônio
B- ( ) Santa Elisabeth da Hungria
C- ( ) São Pedro de Alcântara
A- ( ) Duque de Saxe
B- ( ) Dom Pedro Augusto
C- ( ) Dom Pedro de Alcântara
A- ( ) 20
B- ( ) 10
C- ( ) 49
A- ( ) Batistério
B- ( ) Mausoléu
C- ( ) Sacristia
A- ( ) Condessa de Barral
B- ( ) D. Leopoldina
C- ( ) Baronesa de Muritiba
A- ( ) 40
B- ( ) 60
C- ( ) 32
14 – Na Idade Média, os vitrais tinham outra função dentro das Catedrais da Europa,
além da beleza e da sua iluminação. Qual era essa função?
A- ( )1888
B- ( )1889
C- ( )1971
A- ( ) Santo Antônio
B- ( ) Santa Elisabeth da Hungria
C- (X) São Pedro de Alcântara
A- ( ) Duque de Saxe
B- ( ) Dom Pedro Augusto
C- (X) Dom Pedro de Alcântara
A- ( ) 20
B- ( ) 10
C- (X) 49
A- ( ) Batistério
B- (X) Mausoléu
C- ( ) Sacristia
A- ( ) Condessa de Barral
B- ( ) D. Leopoldina
C- (X) Baronesa de Muritiba
A- ( ) 40
B- ( ) 60
C- (X) 32
14 – Na Idade Média, os vitrais tinham outra função dentro das Catedrais da Europa,
além da beleza e da sua iluminação. Qual era essa função?
A- ( )1888
B- ( )1889
C- (X)1971
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Capítulo II da obra de: LACOMBE, Lourenço Luiz. Biografia de um Palácio. Museu
Imperial: Petrópolis, 2007. (pág. 25-29).
É interessante que possamos perceber que a arte dos vitrais surgiu faz bastante
tempo, na idade chamada de idade da fé. Por volta de 1140, na Europa, era mais comum
nas grandes catedrais em estilo gótico. Contudo, foi por volta do Século V que a arte
dos vitrais surge na Europa. Nesse período a arte esteve fortemente vinculada à religião.
O estilo gótico é proveniente do norte da França, e surge a partir de 1140 e se estende
até 1500. Onde as principais formas de construção eram as universidades e as grandes
catedrais. O tipo de decoração em evidência era baseado no uso de muitos vitrais e de
uma decoração a mais natural possível. Já no século XIX, na cidade de Petrópolis, o
Imperador D. Pedro II mandou erguer sua catedral, inspirado pela catedral parisiense,
Notre Dame. (EPPINGHAUS, 1984)
forma aos painéis. Mais tarde com tudo já pronto, percebiam-se como os vitrais
brilhariam, principalmente, quando o sol refletia-se neles. (EPPINGHAUS, 1984)
É importante notar que, as pinturas em vitrais não devem ser vistas apenas como
simples objetos de arte ou contemplação, beleza ou decoração, mas também pelo seu
significado religioso. As imagens falam sobre momentos de fé, embora em períodos
históricos diversos. Para Jerônymo Alves (NETTO, 1999) as janelas de vidro colorido que
tanto contribuem para a riqueza da catedral gótica eram apenas uma flor a mais da perícia
medieval. A essa arte, estavam associadas a arte do esmalte, a da ourivesaria, da gravação em
marfim e outras artes miniaturais, com algo do desenho persa. (NETTO, 1999)
Os vitrais não eram apenas uma mera obra de arte. As pinturas no vidro,
freqüentemente, contavam alguma história, ou havia um desenho representando cenas
da vida dos reis, dos Papas ou de Jesus Cristo. (SODRÉ, 1946) Como neste período,
muitos dos fiéis não eram letrados, já que esse privilégio era em grande parte do clero e
da elite local, os desenhos ensinavam algo através das imagens. A arte colocada à
disposição para instruir melhor o povo.
Várias janelas falam sobre histórias em seqüência, extraídas do Velho e do Novo
Testamento. Contudo, o desenho está relacionado aos bizantinos, e não há muita
naturalidade nestas formas de expressão artística. Entretanto, os decoradores ganharam
mais destaque no trabalho, menos que os ilustradores. (SODRÉ, 1946) A cor do vitral é
que sempre chamará mais a atenção das pessoas, não tanto a mensagem católica contida
do desenho.
3
Quando discorremos sobre a Idade Média, não há como deixar de mencionar sua
principal forma de arte arquitetônica: A catedral. Esta era vista como um local divino e
sagrado para os cristãos, e onde poderiam também perceber, além da beleza dos vitrais,
muitas pinturas e esculturas. O cristão tinha uma concepção própria para um modelo
ideal de construção, preferindo sempre as catedrais em estilo gótico. Para esse povo,
essa era uma forma de ficar mais próximo de Deus. Uma obra que era uma expressão de
sua fé. Freqüentemente, a população colaborava para a compra do material da
construção, com doações em dinheiro, e até mesmo, através de trabalhos voluntários .
4
compreenderam muito bem o que o poeta queria dizer. O homem medieval tinha a
crença de que – existe uma relação entre a Criação e sua própria criatividade. Deus fez o
homem; e, portanto o que o homem faz, está d'ele apenas à distância de um grau, e
logicamente deve estar a sua altura. (NETTO, 1999)
A Família Imperial era devota de São Pedro, uma fé que vem desde Portugal, já
com o rei dom João III, e que move a tudo e a todos, pois a devoção está mais do que
expressa nas paredes cobertas com lindos vitrais, e imagens em mármore de Carrara do
santo padroeiro do Brasil e do Império. A Família Imperial, pelo que podemos analisar
sobre a obra em sentido amplo, não mediu esforços para levantar esta construção no
centro da cidade de Petrópolis. A nossa Catedral tem hoje 134 anos, e apenas 13 anos de
obra foram acompanhados por D. Pedro e sua família. (NETTO, 1999) Por conta do
exílio em 1889, estes não chegaram a ver pronto seu tão almejado projeto. Existem dois
magníficos símbolos da fé cristã da Família Imperial dentro dessa obra, que são os
vitrais dos dois santos católicos que tem nomes iguais aos nomes de D. Pedro e de sua
esposa Thereza Cristina. A Monarquia representava a unidade do Estado, e a igreja, a
unidade da fé. E para aquele que crê, “o santo (que era o padroeiro do Império e do
Brasil), não era apenas exaltado como um modelo ético, mas também como uma
7
Quando as pessoas são devotas de algum santo, há uma crença que, invocando
sua figura através de orações e de obras realizadas em seu louvor, este consiga (de
alguma forma) prestar seu socorro nos períodos difíceis da vida terrena. (NETTO, 1999)
Desta forma, a devoção da Família Imperial por seu padroeiro, permaneceu no povo
Petropolitano até nossos dias, pois, todo ano, em outubro, várias cerimônias ocorrem na
igreja em homenagem ao santo de Alcântara, onde sua imagem é venerada dentro da
catedral através do vitral (1933), leituras de sua biografia são feitas pelos bispos, é
distribuído para a comunidade um folheto com seu retrato na frente e no verso trazendo
sua vida e obra, e a memória do santo é honrada ao final dos cultos. (DORNAS FILHO,
1949)
A crença de ser favorecido pelas graças do santo diz Alcindo Sodré (SODRÉ,
1946), exaltando-o sempre que possível, também se estendia à princesa d. Isabel, que
deu o nome de Pedro de Alcântara ao primeiro de seus filhos, o príncipe do Grão-Pará.
Como era devota de São Pedro, a Princesa esteve sempre disposta a auxiliar a
construção da igreja no que lhe fosse possível, inclusive ficando à frente da obra quando
seu pai estava na Europa. (SODRÉ, 1946)
Há um vitral na catedral que traz a imagem de São Pedro de Alcântara, (este
vitral veio de Paris em 1933) e outro, com a imagem da Santa da Hungria. Esta tem o
mesmo nome da esposa do Príncipe do Grão-Pará, Elisabeth, que em Latim, significa
Isabel. Pela data da confecção e compra dos vitrais, pela devoção ao santo, é possível
que ambos tivessem sido doados por de D. Pedro de Alcântara à igreja. (DORNAS
FILHO, 1949) E, de acordo com Jerônymo Alves Netto (1999):
8
novembro de 1925, a Nova matriz (atual catedral), cuja primeira pedra fundamental fora
lançada em 12 de março de 1876, contou com a presença de Família Imperial, com sua
obra ainda inacabada. Foi em 1946, através da criação da Diocese de Petrópolis, que a
Igreja São Pedro de Alcântara torna-se uma Catedral. (NETTO, 1999) Era carinhosa a
relação de D. Pedro II com esta cidade. “D. Pedro II, “enquanto durou seu permanente
contato com Petrópolis, manifestou sempre, por atos e ações, o seu interesse pelo culto
católico na sua querida Cidade Imperial.” (NETTO, 1999) Assim, enquanto as obras da
Catedral não estivessem concluídas, os atos religiosos católicos, foram realizados em
outro local reservado para este fim, a princípio em barracão, e depois, numa Capela, na
avenida que fica em frente ao Museu Imperial, a qual teve sua inauguração em 1848 e
funcionou até 1925. (SODRÉ, 1946)
Torre. Hoje, quando paramos para observar tais fotografias da época, é freqüente
estranharmos a nossa igreja, sem sua parte mais magnífica: sua Torre. Vale ressaltar
que, na Idade Média, as torres das Catedrais serviam para avistar algum ataque inimigo,
e os sinos, tocava para chamar o povo para o momento da oração. (EPPINGHAUS,
1984)
RESUMO
A escolha deste tema foi proveniente de meu interesse pela arte, pois os vitrais
da Catedral de Petrópolis são uma grande expressão da mesma. São 32 vitrais dentro da
nossa igreja, e cada um expressa uma mensagem cristã. Todos foram doados por
famílias da elite petropolitana no princípio da República, e chegaram entre 1928 e 1935
para serem montados. A obra da catedral inicia-se em 1876. Porém, a pergunta a qual
desejo responder é se os vitrais são uma simples obra de arte, ou se transmitem além da
sua beleza, algum ensinamento cristão, através dos temas pintados. Foi utilizada
pesquisa em livros, iconografia da época, revistas, sites e fontes primárias e secundárias.
Os vitrais são provenientes do estilo gótico de construção, que tem seu início nos anos
1140, na Europa. Este estilo foi desta forma chamada negativamente, pelos artistas da
renascença, pois faziam referência aos povos Godos, ou góticos (os bárbaros), pois estes
artistas não queriam seguir o modelo romano e grego de construção. A catedral São
Pedro de Alcântara tem seu estilo de construção Néo-Gótico Francês, século XVII. As
pinturas dos vitrais expressam além dos desenhos florais, muitos ensinamentos cristãos,
e a arte não se encontra somente na utilidade do belo pelo belo.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://pt.wikipedia.org.br
JUDICE, Ruth Boucault. Igrejas Neogóticas. Versão para o Inglês de Roberto Raposo.
- Coleção Guia de Arquitetura. Petrópolis, RJ: Crayon, 2000.
www.museuimperial.gov.br/portal/arquivo-historico.html
www.google.com.br
PANOFSKY, Erwin. Idea: A Evolução do Conceito de Belo. Profª Drª Sônia Afonso
Mestranda Maria Anita Nunes. Método e Linguagem. 1º trab.: Santa Catarina:
UFSC/Pós - Arq/2004.
RABAÇO, Henrique José. História de Petrópolis. Petrópolis: Instituto Histórico de
Petrópolis, 1985.
ATENÇÃO:
terça-feira 12:00–00:00
quarta-feira 12:00–00:00
quinta-feira
12:00–00:00
(Corpus
Os horários podem ser diferentes
Christi)
sexta-feira 10:00–00:00
sábado 10:00–00:00
domingo 10:00–21:00
segunda-feira 12:00–19:00
1
>® Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em História, pela
Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o
Nº 20.138-414/11, de 13 de Setembro de 2011.
Contato:
amandahutflesz@yahoo.com.br
Professora_amandahutflesz@hotmail.com
2
1
CURSO:
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
QUESTIONÁRIO
( )D. Pedro II
( )D. Maria II
( )D. João VI
2 - Afirma D. Pedro I que: “A mim, e aos Imperadores que Me sucederem no Trono do Brasil,
pertence o título, e autoridade de Grão Mestre desta Ordem Imperial. O expediente dos negócios
da Ordem é confiado a um chanceler, que despachará imediatamente comigo:” Na Ordem constará
como 1º preceito:
( )Aclamação e Sagração
( )Fazer parte da Imperial Ordem do Dragão
( )De Cavaleiros cujo número será limitado
5 – Diz D. Pedro I: “Depois da primeira promoção, cujas nomeações dependem da Minha Imperial
escolha, e justiça, ninguém poderá ser admitido a Cavaleiro”:
( ) “uma estrela da forma que mostra o padrão, que com este baixa; esmaltada de branco e
decorada com Coroa Imperial, e assentada sobre uma coroa emblemática das folhas de tabaco, e
café, esmaltadas de verde.” (D. Pedro I)
8 - A união dinástica entre a França e a Espanha constituía uma grave ameaça ao equilíbrio europeu.
A Inglaterra, os países Baixos e a Suécia se escoaram com o Imperador Leopoldo I; Carlos VI,
considerando-se o único descendente em linha direta do fundador da ordem, logo após a morte do
irmão, declarava a Soberania da ordem, e não o reconhecimento dos Bourbons da Espanha.
Assumindo a Coroa Imperial no ano de 1711 com o nome de:
( )Carlos VI
( )Pedro Américo de Figueiredo e Melo
( )Paulo Barbosa da Silva
10 - “Philippe – o Bom, com o coração cheio, ébrio de entusiasmo pelas suas núpcias, desdobrou-se
nos festejos em honra da lusitana bela, que lhe engrandecia o lar e os foros de realeza. Em 10 de
janeiro de 1429 decorria o décimo sexto dia daqueles esponsais que absorviam a alma de Philippe.
Realizava-se a máxima pompa mais um torneio, lide guerreira incluída no programa espetacular.
Um arauto avança e anuncia que o mui ilustre e poderoso príncipe e senhor, duque de Borgonha,
conde de Flandres e de Artois, palatino de Lamour acabava de fundar a”:
Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em História, pela
Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o
Nº 20.138-414/11, de 13 de Setembro de 2011.
3
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
LATTES: http://lattes.cnpq.br/6023114469399407
Facebook: https://www.facebook.com/amandahutfleszcursosonline/
Site: https://amandahutflesz.blogspot.com/
Texto 01
Aula #01
E, afirma Debret: “A sede da ordem, diz o texto do decreto, fica instituída na capela
de N. S. da Conceição de Vila de Viçosa na província de Alentejo.” (DEBRET, 1936:
163)
1
Cruzes e os comendadores têm o direito de usar um crachá bordado
em ouro sobre o uniforme. A comenda é uma fita chamalote azul-
celeste com duas orlas brancas que os Grão Cruzes usam a tiracolo da
esquerda para a direita; os comendadores usam-na de largura média
pendente do pescoço. Quanto aos cavaleiros é na lapela do lado
esquerdo que a colocam. Cruz: a maior é usada pelos Grão Cruzes e
comendadores; a menor nos dias comuns. Esta se destina aos oficiais a
aos cavaleiros, sendo inteiramente de prata para estes. (DEBRET,
1936: 160)
Decreto (231)
Palavras do Imperador d. Pedro I, de acordo com Jean Baptiste (DEBRET, 1936: 160)
2
amizade às personagens da maior hierarquia e merecimentos, que folgarem com este
meu sinal de estimação:
Hei por bem (em alusão à posição geográfica desta vasta e rica região da América
Austral, que forma o Império do Brasil, onde se acha a grande constelação do
Cruzeiro, e igualmente em memória do nome, que teve sempre este Império, desde o
seu descobrimento, de Terra da Santa \cruz:) Criar uma nova ordem honorífica
denominada – Ordem Imperial do Cruzeiro – a qual será governada e regulada
inteiramente pelos artigos seguintes, que servirão de base aos estatutos gerais e
permanentes que se hajam de fazer para o futuro.
A mim, e aos Imperadores que Me sucederem no Trono do Brasil, pertence o título, e
autoridade de Grão Mestre desta Ordem Imperial.
O expediente dos negócios da Ordem é confiado a um chanceler, que despachará
imediatamente comigo.
A Ordem constará:
1º - de Cavaleiros, cujo número será limitado.
2º - de duzentos Oficiais efetivos, e cento e vinte honorários.
3º - de Dignitários, dos quais, serão trinta efetivos e quinze honorários.
4º - de oito Grão Cruzes efetivos, e quatro honorários.
IV. As pessoas da minha Imperial Família, e os estrangeiros, a que por sua lata
hierarquia e merecimentos, Eu houver por bem conferir as condecorações desta
Ordem, serão reputados supra numerários, e não prestarão juramento.
V. Os membros honorários da Ordem, de qualquer dos graus, não poderão passar ao
grau superior, antes de serem efetivos nos antecedentes.
VI. Depois da primeira promoção, cujas nomeações dependem da Minha Imperial
escolha, e justiça, ninguém poderá ser admitido a Cavaleiro, sem provar, ao menos
vinte anos de serviço militar, civil ou científico, exceto nos casos de serviços
extraordinários, e relevantíssimos, que mereçam a Minha Imperial Munificência
dispensa neste artigo fundamental.
VII. Estabelecida regularmente a Ordem, nenhum Cavaleiro poderá passar a Oficial,
sem contar quatro anos de antiguidade no seu grau: para poder este ser promovido a
Dignitário, deverá ter três anos de Oficial: e para Grão Cruz, cinco anos de
Dignitário. Aos militares, porém, estando em campanha, cada ano de guerra lhes será
contado por dois de serviço ordinário para este fim.
VIII. A insígnia desta Ordem será, para os simples Cavaleiros, um estrela da forma que
mostra o padrão, que com este baixa; esmaltada de branco e decorada com Coroa
Imperial, e assentada sobre uma coroa emblemática das folhas de tabaco, e café,
esmaltadas de verde.
Terá no centro em campo azul celeste, uma cruz formada de dezenove estrelas
esmaltadas de branco, e na circunferência deste campo, em círculo azul-ferrete –
Petrus I Brasiliae Imperator D – os Oficiais da Ordem, os Dignitários e Grão Cruzes
usarão também a chapa, que se observará no padrão Nº 1, e da forma abaixo prescrita.
IX. Os Cavaleiros usarão da insígnia ou Venera enfiada em fita azul celeste, atada em
uma das casas do lado esquerdo do vestido ou farda de que usarem como se pratica na
Ordem de Cristo. Os Oficiais usarão, além da chapa no vestido ou farda, a insígnia
pendente de fita larga ao pescoço. Finalmente, os Grão Cruzes, além da chapa, trarão
ao tiracolo as bandas ou fitas largas de azul celeste com a medalha da Ordem.
X. Nas funções solenes da Ordem, virão todos os membros dela, ornados de manto
branco, com cordões, e alamares de cor azul celeste, e com a insígnia bordada sobre o
ombro esquerdo, no manto, conforme as suas graduações.
3
XI. Esta Ordem gozará de todos os privilégios, foros e isenções de que goza a Ordem
de Cristo, ou que não for contrário à Constituição do Império.
XII. Aos Grão Cruzes da Ordem competirá o tratamento de Excelência, quando já o
não tenham pelas graduações em que estiverem; assim, como aos Dignitários o
tratamento de Senhoria.
XIII. Aos Grão Cruzes que falecerem, se farão as honras funerárias militares, que
competem aos Tenentes Generais: aos Dignitários as dos Brigadeiros: As dos Oficiais
as de Coronéis: e finalmente aos Cavaleiros as dos Capitães. E, quando vivos, se lhes
farão as continências militares correspondentes às graduações acima mencionadas.
XIV. No primeiro dia de dezembro, aniversário da minha coroação, haverá, na Capela
Imperial da Corte, a festa da Ordem; e no mesmo dia, se publicarão as novas
promoções da mesma. A esta festa assistirão todos os membros da Ordem, que se
acharem dentro de três léguas da Corte.
XV. Esta Ordem Imperial, para prêmio dos serviços dos seus membros, e para
conservação do seu esplendor e dignidade, terá uma dotação proporcionada aos seus
nobres e importantes fins, estabelecendo-se um número certo de tenças e comendas de
diversas lotações, na forma que deliberar a Assembléia Legislativa do Império do
Brasil.
XVI. Todos os que forem promovidos aos diferentes graus desta Ordem, prestarão
juramento solene nas mãos do chanceler da Ordem, de serem fiéis ao Imperador e à
Pátria, do que se fará assento em um livro destinado para este fim.
XVII. As nomeações serão feitas por decretos, assinados pelo Grão Mestre e
referendados pelo Chanceler da Ordem, que expedirá um competente diploma para
servir de título ao agraciado, o qual terá prestado previamente o juramento acima
mencionado, por si, ou no caso de legítimo impedimento por ser bastante procurador,
depois de obtida para isso a licença necessária; do que tudo se fará assento tanto no
livro da matrícula como no reverso do diploma.
XVIII. Na Chancelaria da Ordem não se levarão emolumentos alguns, mais do que o
feitio e registro dos diplomas. Ficam, porém, obrigados os agraciados a dar uma jóia
qualquer, a seu arbítrio, para dotação de uma caixa de piedade, destinada para
mantença dos membros pobres da Ordem ou que por acasos fortuitos ou desgraças,
caírem em pobreza.
XIX. Finalmente, todo e qualquer membro desta Ordem que cometer, o que Deus não
permita algum crime contra a honra e contra o juramento prestado, será expulso da
Ordem: Perderá todos os foros, privilégios e isenções, e ficará inibido para sempre do
uso da insígnia da mesma Ordem, havendo sentença condenatória pelo Juiz
competente.
O Chanceler da Ordem Imperial do Cruzeiro, os meus Ministros e Secretários de
Estado das diferentes repartições e todas as autoridades constituídas, a quem o
conhecimento e a execução deste Meu Imperial decreto possa pertencer, assim o
tenham entendido e façam cumprir e executar.
Palácio do rio de Janeiro em 1.º de dezembro de 1822. 1.º da Independência e do
Império.”(D. Pedro I)
4
1.3. Ordem Imperial do Dragão
5
Outra lenda que, por muito tempo deixou-se validar, afirmava que o
nome de Tosão de ouro representava o ‘Velocino de Ouro’ (manto de
pele de cordeiro) dos Argonaltas, símbolo da indústria de lã, das quais
o Duque obtinha consideráveis rendas. Foi destinado em sua origem
31 cavaleiros de alta linhagem e virtudes excepcionais, como os
próprios Argonaltas citados.
Existe uma extraordinária analogia entre o velocino da tradição
mitológica grega pagã e o santo Graal da história cristã. Curioso que
os dois símbolos tem origens divinas: a pele proveniente do animal
alado de Zeus, o cálice da mesa da última ceia. (MARMONTI, 2006:
09)
6
As duas casas de Bourbon – Espanha e Asburgo – Lorena, ambos os
herdeiros, a primeira por decisão testamentária e a segunda por
sucessão direta tendo ambas herdeiros legítimos, entre protestos e
contestações que foram feitos por longo tempo, não chegaram a
nenhum acordo. (MARMONTI, 2006: 11)
7
“Philippe – o Bom, com o coração cheio, ébrio de entusiasmo pelas
suas núpcias, desdobrou-se nos festejos em honra da lusitana bela, que
lhe engrandecia o lar e os foros de realeza. Em 10 de janeiro de 1429
decorria o décimo sexto dia daqueles esponsais que absorviam a alma
de Philippe. Realizava-se a máxima pompa mais um torneio, lide
guerreira incluída no programa espetacular. Um arauto avança e
anuncia que o mui ilustre e poderoso príncipe e senhor, duque de
Borgonha, conde de Flandres e de Artois, palatino de Lamour acabava
de fundar a Ordem do ‘Toison d’Or.’ E aquela justa cobriu-se de
glória heráldica.
Pois quatro séculos depois, d. Pedro I reproduziu aqui no Brasil o
gesto donairoso. Promoveu a Ordem da Rosa para perpetuar a
memória de seu faustíssimo consórcio com d. Amélia de
Leuchtemberg e Eischsataedat por uma instituição útil, que
assinalando esta época feliz, a conservasse-a como glória na
posteridade. (CAMPOS, 1965: 04-05)
8
Já o autor Afonso E. Taunay (TAUNAY, 1965) escreveu sobre esta ordem
honorífica e romântica, na Revista Numismática (ano I. n.2), um estudo sob o título: A
mais velha ordem honorífica do Brasil.
9
com o orvalho matutino. Ele está rindo e o pai e a mãe o abandonaram
para sempre. (Apud CAMPOS, 1965: 14)
10
são citados abundantemente – sem nenhuma base, que permita uma
conclusão. Onde encontrar, pois, o documento que satisfaça e esgote a
curiosidade? Nos papéis de Dom Pedro II? (AULER, 1956: 03-04)
Afirma Guilherme Auler em sua obra (AULER, 1956) que: “(...) somente em 3 de
abril de 1895, depois de igualmente vasculhado e desfalcado, é que o remanescente dos
papéis e livros da Mordomia voltou às mãos dos procuradores dos herdeiros de Dom
Pedro II, falecido em 5 de dezembro de 1891.” No que ainda complementa o autor: “O
Conde D’Eu, por sua vez, manifestou sempre um cuidado especial pelos velhos papéis,
como revelam as cartas do seu procurador. Principalmente, as de 23-3-1908 e 19-3-
1911.” (AULER, 1956: 06)
11
Assim, em local especialmente construído, num anexo da antiga Casa
da Superintendência da Imperial Fazenda de Petrópolis, no Bosque do
Imperador, ficaram guardados os 13 grandes caixões contendo os
papéis da Mordomia, esquecidos ou ignorados dos historiadores
durante mais de meio século. (AULER, 1956: 07)
Podemos sim, afirmar que os papéis e documentos de Dom Pedro II,
assim como o arquivo da Mordomia da Casa Imperial, foram
divididos em três partes e tomaram os seguintes destinos:
12
O Imperador muitíssimo estimava e admirava o seu talento artístico.
Anterior à obtenção da mesada do Conservatório, foi Carlos Gomes
agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem da Rosa, em fins de
1861, tendo nessa oportunidade Dom Pedro II, como ‘prova de apreço
pelos seus trabalhos’ pago os direitos do diploma e lhe feito presente
da insígnia, uma medalha de brilhante (C 43, ofício d – 4 de novembro
de 1861 – M I). (AULER, 1956: 55)
13
Em 23 de junho de 1864, há ordem para seu embarque urgente, pois
está em vésperas do concurso de desenho da Academia Imperial das
Belas Artes ou então remeta um requerimento solicitando adiamento
(C 43 - MI). Dessa vez, ele ainda não se conforma com o regresso ao
Brasil, e envia outra carta ao Imperador, em 23 de Julho, pedindo que
sua mesada se prolongue até abril de 1866, pois tenciona ir à Itália.
Informa que está fazendo dois grandes quadros, um para o monarca e
outro para Dona Teresa Cristina. (A C I M 134 – D 6580 – M I).
(AULER, 1956: 66)
Nesse mesmo ano de 1872, apresenta Pedro Américo a sua grande tela
‘Batalha de Campo Grande’, na exposição anual da Academia,
quadro de grande sucesso, depositado hoje no Museu Imperial. Mais
duas obras suas figuram nesta exposição: nº. 147 - Bosquejo ou
primeira idéia do quadro Batalha de Campo Grande; e nº 148, Sua
Majestade Dom Pedro I, na Abertura da assembléia Geral Legislativa
em 1826. Outra grande pintura histórica, em 1879, aparece na
exposição anual: A Batalha de Avai. (AULER, 1956: 67)
14
Eventos relevantes:
15
Aula #02
Anexos:
Imagens dos
Documentos
Históricos:
Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
1
1. Anexo Nº 01: Ordem de d. Pedro I – Fundador do Império do Brasil – Insígnia
de Grã Cruz – Pertenceu ao Príncipe de Joinville (Século XIX).
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.
2
2. Anexo Nº 02: Ministros e Senadores (Assembléia Geral Legislativa – 1823)
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: DEBRET, Jean Baptiste. Condecorações brasileiras: Manto – Cetro e Coroa.
Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo: 1936.
3
3. Anexo Nº 03: Gravura de d. Pedro II
Autor: Sébastien Auguste Sisson (s.d)
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.
4
4. Anexo Nº 04: Ordens brasileiras.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013. IN: Fonte: DEBRET, Jean Baptiste. Condecorações brasileiras: Manto – Cetro e
Coroa. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. São Paulo: 1936.
5
5. Anexo Nº 05: O Imperador d. Pedro II aos 15 anos – 1837.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Félix Emílio Taunay
Acervo: Museu Imperial de Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.
6
6. Anexo Nº 06: “O nascimento do Príncipe do Grão Pará – Jornal Tribuna de
Petrópolis - 1925.
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: (a) João de Petrópolis
Fonte: Jornal Tribuna de Petrópolis – Biblioteca Municipal – Sala Petrópolis.
7
7. Anexo Nº 07: Ato da Coroação e Sagração do Imperador d. Pedro II - 1842
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: François René Moreaux
Acervo: Museu Imperial de Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.
8
8. Anexo Nº 08: Abertura da Assembléia Geral Constituinte - D. Pedro II em
Traje Majestático (manto, cetro e coroa) - 1872
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Pedro Américo de Figueiredo e Melo
Acervo: Museu Imperial de Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.
9
9. Anexo Nº 09: Juramento da Princesa D. Isabel - 1875
Imagens: Amanda M. Hutflesz
Autor: Victor Meirelles de Lima
Acervo: Museu Imperial de Petrópolis
Fonte: CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita
Procópio; SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da
Assembléia Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto
Brasileiro de Museus, Museu Imperial, Fundação Armando Álvares Penteado. Brasília:
2013.
10
10. Anexo Nº 10: A Imperial Ordem da Rosa.
Imagens: https://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/condecoracoes/ImperioRosa.asp.
Fonte: https://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/condecoracoes/ImperioRosa.asp,
em: 27/05/2018, às 17:55 h.
11
11. Anexo Nº 11: A Imperial Ordem do Tosão de Ouro.
Imagens: http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2014/09/.
Fonte: http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2014/09/ em: 27/05/2018, às
18:11 h.
12
12. Anexo Nº 12: A Imperial Ordem de N. S. de Aparecida.
Imagens: https://monarquiaportuguesa.blogs.sapo.pt/6510.html
Fonte: https://monarquiaportuguesa.blogs.sapo.pt/6510.html em: 27/05/2018, às
18:19 h.
13
13. Anexo Nº 13: A Imperial Ordem do Dragão – Ordem de d. Pedro I.
Imagens: http://blog.msmacom.com.br/ordem-de-dom-pedro-i/.
Fonte: http://blog.msmacom.com.br/ordem-de-dom-pedro-i/em: 27/05/2018, às
18:25 h.
14
14. Anexo Nº 14: A 2ª Imperatriz d. Amélia (Áustria): Segunda esposa do
Imperador d. Pedro I.
Imagens: https://br.pinterest.com/pin/396105729695706534/?autologin=true.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/396105729695706534/?autologin=trueem:
27/05/2018, às 18:36 h.
15
15. Anexo Nº 15: Retrato do Rei Philippe – O Bom (Duque de Borgonha)
Autor: Seguidor de Rogier Van Der Weyner (1399 -1464)
Imagens: http://www.artnet.com/artists/rogier-van-der-weyden/portrait-of-philip-
the-good-duke-of-burgundy-8zHHSANzAEVT3MNv4PyGSA2.
Fonte: http://www.artnet.com/artists/rogier-van-der-weyden/portrait-of-philip-the-
good-duke-of-burgundy-8zHHSANzAEVT3MNv4PyGSA2 em: 27/05/2018, às
18:42 h.
16
16. Anexo Nº 16: Retrato do Rei Carlos IV – Rei da Espanha.
Imagens: https://www.wikiart.org/en/francisco-goya/charles-iv-of-spain-and-his-
family-1800.
Fonte: https://www.wikiart.org/en/francisco-goya/charles-iv-of-spain-and-his-
family-1800 em: 27/05/2018, às 18:52 h.
17
17. Anexo Nº 17: Retrato da Rainha Isabel II – Rainha da Espanha.
Imagens: https://www.pinterest.pt/pin/467178161330327553/?lp=true.
Fonte: https://www.pinterest.pt/pin/467178161330327553/?lp=true em:
27/05/2018, às 19:05 h.
18
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CALHEIROS, Renan; ALVES, Henrique Eduardo; CARVALHO, Celita Procópio;
SUPLICY, Marta; WEHLING, Arno. O Império em Brasília: 190 anos da Assembléia
Constituinte de 1823. Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto Brasileiro de
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4
Fontes Iconográficas: (imagética)
FONTE: https://www.resumoescolar.com.br/historia/ocupacao-do-continente-
americano, em: /05/06/19, às 21:18hs
Imagem: https://www.resumoescolar.com.br/historia/ocupacao-do-continente-americano/,
em 05/06/19, às 21:36hs.
1
2. A OCUPAÇÃO DO CONTINENTE AMERICANO (P. #02)
FONTE: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/ocupacao-continente-
americano.htm, em 05/06/19, às 21:19hs
IMAGEM: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/ocupacao-continente-
americano.htm, em:05/06/19, às 21:36 hs.
2
3. A CONQUISTA DA AMÉRICA ESPANHOLA
FONTE: https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/conquista-da-america-
espanhola.htm, em 05/06/19, às 21:19 hs.
IMAGEM: mhttps://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/conquista-da-america-
espanhola.htm, em: 05/06/19, às 21:37 hs.
Quadro de 1892 retrata a chegada dos Espanhóis na América em 1492, citado pela
fonte: https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/conquista-da-america-
espanhola.htm, em: 05/06/19, às 21:37 hs.
3
4. OS INDIOS NA AMAZÔNIA ATÉ A CHEGADA DOS EUROPEUS
FONTE: http://www.unoparead.com.br/sites/museu/exposicao_indigena/indio08.html, em
05/06/19, às 21:20 hs.
“Obra de Oscar Pereira da Silva, 1922.
Óleo sobre tela 190 X 333 cm
Museu Paulista”
“Na tela, observamos a descrição de um fato histórico - a chegada dos portugueses em 1500 e a
posse do território. É o momento de (des)encontro entre dois povos - portugueses e nativos, dois
mundos diferentes.”
“O nativo ou o índio é mostrado eufórico, vibrando pela chegado das naus. No entanto, trata-se de
expressões artísticas, pois sabemos pela carta de Pero Vaz de Caminha que os primeiro contatos
foram amistosos, e não eufóricos. Nos navios homens com armaduras e armados, com Cabral ao
centro da tela.”
FONTE: http://www.unoparead.com.br/sites/museu/exposicao_indigena/indio08.html, em
05/06/19, às 21:20 hs.
IMAGEM: http://www.unoparead.com.br/sites/museu/exposicao_indigena/indio08.html,
em 05/06/19, às 21:35 hs.
4
5. PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU (SLIDE Nº#01)
5
6. PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU (SLIDE Nº#02)
6
7. PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU (SLIDE Nº#03)
7
8. PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU (SLIDE Nº#04)
8
>® Autoria do curso: Profª Amanda Martins Hutflesz; Professora graduada em História,
pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº 45.612/59. Diploma
registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
Professora_amandahutflesz@hotmail.com
9
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: (Curso: Turismo Cultural - 2019®)
A. ( ) Princesa D. Isabel
B. ( ) Princesa D. Leopoldina
C. ( ) D. Teresa Cristina
A- ( ) Santo Antônio
B- ( ) Santa Elisabeth da Hungria
C- ( ) São Pedro de Alcântara
A- ( ) Duque de Saxe
B- ( ) Dom Pedro Augusto
C- ( ) Dom Pedro de Alcântara
A- ( ) 20
B- ( ) 10
C- ( ) 49
1
9 - Como se chama o local aonde repousam os restos mortais da Família Imperial do
Brasil, dentro da Catedral?
A- ( ) Batistério
B- ( ) Mausoléu
C- ( ) Sacristia
A- ( ) Condessa de Barral
B- ( ) D. Leopoldina
C- ( ) Baronesa de Muritiba
A- ( ) 40
B- ( ) 60
C- ( ) 32
14 – Na Idade Média, os vitrais tinham outra função dentro das Catedrais da Europa,
além da beleza e da sua iluminação. Qual era essa função?
2
16 – A Princesa D. Isabel faleceu na França, e seus restos mortais vieram para o Rio de
Janeiro em 1953 e ficaram em exposição na Catedral Metropolitana. Em que ano estes
restos mortais vieram para a Catedral de Petrópolis?
A- ( )1888
B- ( )1889
C- ( )1971
A- ( ) Petrópolis
B- ( ) Paris
C- ( ) Bragança
A – ( ) Bohemia
B- ( ) Araras
C – ( ) Petrópolis
A – ( ) Teresópolis
B – ( ) Macaé
C – ( ) Nacional
A – ( ) Bairro Siméria
B – ( ) Bairro Castelânea
C – ( ) Av. Barão do Rio Branco
3
23 – Antes de se tornar um Museu, a casa pertenceu a qual colono alemão?
A – ( ) Barão de Mauá
Contato:
amandahutflesz@yahoo.com.br
Professora_amandahutflesz@hotmail.com
4
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO - 2019 – CURSO PARA GUIAS DE TURISMO
A – PESQUISE ATRAVÉS DO MATERIAL DISPONÍVEL E DA BIBLIOGRAFIA
CITADA E RESPONDA ÀS QUESTÕES ABAIXO:
1
19. QUAIS AS COMIDAS TÍPICAS DOS POVOS INDÍGENAS?
20. CITE ALGUM ASPECTO HISTÓRICO IMPORTANTE RELACIONADO
AOS PRINCIPAIS DESTINOS (ATRATIVOS TURÍSTICOS) NO BRASIL E
AMÉRICA DO SUL?
------------------------------------------------------------------------------------
®Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz; Professora
graduada em História (licenciatura/bacharelado), pela
Universidade Católica de Petrópolis, sob o Registro de Nº
45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13
de Setembro de 2011. Contato:
professora_amandahutflesz@hotmail.com;
amandahutflesz@yahoo.com.br
®PÁGINA PROFISSIONAL/ FACEBOOK/MESSENGER
https://www.facebook.com/amandahutfleszcursosonline/
CURSOS DE HISTÓRIA E LÍNGUA INGLESA VIA SKYPE/WHATSAPP (24) 9.8821-1307
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2
<http://www.revistas.usp.br/revmae/article/viewFile/109161/107654> Acesso no dia
22/05/2017 às 17h.
PLATAFORMA NOVO MILÊNIO, Disponível em:
<http://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch042b.htm> Acesso no dia 22/05/2017 às 16h
PLATAFORMA NOVO MILÊNIO, Disponível em:
<http://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch042c.htm> Acesso em 22/05/2017 às
16h30min.
FONTE: http://www.resjeroteirosbaixadasantista.prceu.usp.br/sitio/sambaquis-cosipa, em:
06/06/19, _as 15:53 hs
IMAGEM: http://www.resjeroteirosbaixadasantista.prceu.usp.br/espetaculo-de-luz-e-som,
em: 06/06/19, às 15:54hs.
3
UM BREVE OLHAR SOBRE AS ÁRDUAS VIAS DA DESCOLONIZAÇÃO
“Só nos tornamos aquilo que somos pela negação íntima e radical daquilo
que fizeram de nós.” (Jean-Paul Sartre. Prefácio de Os condenados da terra.
1961)
Quando se tem em mente uma reflexão crítica sobre a maneira como se deu a
mesmo após a libertação nacional dos países dessas regiões. Na verdade, ao lançar um
olhar amplo pela história da humanidade, atentamos que o estímulo para uma prática
colonial existiu desde muito tempo, na Antiguidade, por exemplo, tal procedimento era
associado a uma visão de labuta fatigante com a terra, sem chance alguma de aquisição
de tal espaço de ocupação por parte dos sujeitos que nela trabalhavam, pois o domínio e
posse desses territórios eram exercidos por “outros”, como bem afirma Alfredo Bosi:
Grosso modo, o colonialismo pode ser definido como um sistema formado por
1
expressas por Bosi (1992), no que concerne à etimologia da palavra colônia associada a
uma postura de sujeição e dominação, essas acepções também ficam presentes no termo
século XIX também ocorreu uma intensificação desse processo. Os estados nacionais e
Grande Guerra (1939- 1945) foi o declínio dessa centralidade européia no sistema de
2
regiões do mundo, principalmente nos aspectos econômico, político, diplomático e
militar. Porém, a Segunda Guerra Mundial contribuiria para modificar tal quadro, como
tendo como metas a luta pelo fim do colonialismo, a busca pela independência nacional,
tomaram corpo e passaram a ser lema pela emancipação das colônias contra as
metrópoles.
localidades tanto da Ásia quanto na África, este processo foi antecedido por diversos
fenômeno violento.”
possuía sempre um caráter histórico, visto que suas premissas perpassavam por uma
uma real luta pela libertação de todos os “valores” expressos pela dominação colonial.
3
mãos, com o objetivo da manutenção dos princípios de dominação. Nesse sentido
afirma Fanon:
para uma possível “modificação” de posturas no que se refere a uma visão sobre a
A descolonização tinha como meta também permitir àqueles povos que por tanto
tempo foram assinalados como os “sem história” pudessem “tomar uma voz ativa”
sobre seus feitos do passado e sua formação cultural, visto que, no caso específico da
África, mas que pode ser entendido de um modo geral em relação aos países que
4
sofreram com processo do colonialismo, bem afirma Ki-Zerbo (2006, p.15): “num
tempo, a investigação histórica tinha decidido que não havia história africana e que os
colonizador.”
por meio de processos eleitorais, alguns países asiáticos e grande parte dos países
havia sido fundado em 1885, e após a I Guerra Mundial, conduziu uma série de
(que tinham seu próprio partido, a Liga Muçulmana, liderada por Mohamed Ali Jinnah),
Vietnã, que ficou independente em 1954, mas dividido em um Estado socialista ao norte
socialistas.
5
Já na África, a independência dos países desse continente foi dificultada pelos
interior das fronteiras artificiais deixadas pela colonização européia. Em alguns lugares,
minorias brancas dificultaram ainda mais a emancipação. Foi o caso da Argélia, que
ficou independente em 1962, após oito anos de guerra contra o Exército e os colonos
franceses, ou o Congo, ex-colônia belga, que viveu intensos conflitos civis entre 1960 e
1967. No início dos anos 60, no entanto, a maioria das colônias francesas e inglesas já
independência das ex-colônias, muitas lutas ainda teriam de ser enfrentadas, como
sessenta:
os atos de corrupção são frequentes, bem como a constante ameaça de guerras civis
6
fruto dos embates entre a população e os governos opressores. Nesse novo cenário, a
globalização passou a ter uma grande importância; e o colonialismo acabou por ser
Com isso, nos parece evidente que foram árduas as vias da descolonização, pois
suas influências no constructo social, Said (1995. p. 40) afirma: “em nossa época, o
sempre existiu, numa espécie de esfera cultural geral, bem como em determinadas
desenvolvidos”. Desse modo, concluímos que grandes são as dificuldades para que se
colonialismo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
7
GNISCI, Armando. A descolonização que não passa. In: Revista Eletrônica do Instituto de
Humanidades. Volume II, Número IV (Junho/ Setembro de 2003) Acesso em:
http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/reihm/article/viewFile/420/412
Data de acesso: maio de 2010.
KI-ZERBO, Joseph. Para quando África? Entrevista com René Holenstein. Tradução:
Carlos Aboim de Brito. Rio de Janeiro: Pallas, 2006.
KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África. Vol. I. Tradução: Maria Beatriz de Medina.
São Paulo: Ática, 1982.
LINHARES, Maria Yedda. A luta contra a metrópole: Ásia e África. São Paulo: Brasiliense,
1981.
8
Curso Livre / Curso de Extensão
●
Fonte: Acervo do Palácio Rio Negro (IBRAM), em 18/02/19, às 21:12 Hs
●
Imagem: FGV
NA ATUALIDADE
●
Autoria: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz – 2019
●
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6023114469399407
●
E-MAIL: professora_amandahutflesz@hotmail.com
Profª Amanda M. Hutflesz
2020
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 19/10/20, às 18:50 h
Organização da Escrita Sagrada em
períodos:
Período Arcaico
Egípcio Médio
Neo Egípcio
Demótico
Pessoa: Primeira, segunda, terceira
Gênero= Masc/Fem
Número= Sing/Plur/Dual/Indefinido
Substantivos
Verbos= Triliteral
Adjetivos
Advérbios
Preposições
Pronomes demonstrativos
Numerais
Determinante semântico
Inversão Honrosa
Ideograma
Pictograma
Fonograma...
O hieróglifo era considerado
sagrado e divino, o tipo
de símbolo mediador entre a mente
divina criadora
e o mundo criado.
Escrever era criar!
Alguns sinais servem para indicar onde iniciava e
acabava uma palavra, eram usados alguns sinais
que determinavam a qual grupo tal palavra
pertencia, dando também a idéia do término
desta:
Determinativo
HÁ VOGAIS, APENAS
SEMI VOGAIS.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03
h.
Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm202/Matematicas.htm em: 27/10/20, às 18:22 h.
Em geral, aparece na mão do Faraó em suas
representações
pictográficas ou em
Monumentos: “Massa de Guerra”
Teti foi o primeiro faraó da VI dinastia egípcia.
Segundo o historiador Maneton - que o
denomina Othoes - Teti teria reinado durante trinta
anos.
Foi casado com a princesa Iuput, que se acredita ser
uma filha de Unas, o último rei da V dinastia, que
não teve filhos do sexo masculino. O fato de Unas
não ter tido filhos homens pode ter desencadeado
uma crise sucessória.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h.
Quando as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a direita, lê-se os
Hieróglifos da direita para a esquerda.
Caso as figuras animadas ou animais
estiverem olhando para a esquerda, lê-se a
inscrição da esquerda para a direita.
No caso de Estelas e Obeliscos, em geral, lê-
se de cima para baixo, na horizontal.
Imagem: Moacir Elias Santos, em: 06/11/20, às 15:45 h.
Imagem: https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 06/11/20, às 16:03 h
.
Inglês: LIST OF HIEROGLYPHIC SIGNS
(Gardiner)
Ver pgs 544-548
Francês: DECHIFFRER LES HIEROGLYPHES
(Mc Dermott)
Ver pgs 24-25
Alemão: GÖTTER, TEMPEL, PHARAONEN:
Ägyptische Mythen und Sagen
(Nacherzählt von Robert Swindells) pg 15
GÖTTER, TEMPEL, PHARAONEN:
Ägyptische Mythen und Sagen (Nacherzählt
von Robert Swindells). Editora Urachhaus,
Erschienen: 2001.
1- FÓRMULE POUR ENVOYER L´ÂME ET
SORTIR AU JOUR (p.74-75)
AULA 03 – VERBOS
HÁ VOGAIS, APENAS
SEMI VOGAIS.
Os faraós passam a ser designados por 5
epítetos reais: (IV DINASTIA)
1-Hórus Vivo (rei, faraó que vive no palácio)
2-Hórus de Ouro (todo faraó vivo é um Hórus)
3-Duas Senhoras (deusas protetoras da
realeza faraônica, Alto e Baixo Egito)
4-Filho de Rá
5-Rei do Alto e do Baixo Egito (após a
unificação do Sul e do Norte por Menés)
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File: em: 20-10-20, às 14:58 h
EX:
Kpr
stp
Imagem:
www.wikipedia.com.br, em: 08/08/20, às 17:17 h.
1. Sennedjem na
vida após a morte:
O campo dos juncos
FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
“Especialistas neste campo (e as pessoas que se
dedicam à pesquisa desses escritos antigos) são
chamados de epigrafistas. A fim de realizar um
estudo em grande escala de documentos
históricos, os epígrafes reconstroem os textos,
traduzem as palavras e realizam um teste de
datação para identificar a época em que a
inscrição poderia ter sido escrita. Também é
importante notar que a epigrafia é um ramo da
arqueologia.” (FULLER, 2021)
FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
“Os governantes usaram inscrições
extensivamente nos tempos antigos para
registrar seus decretos e decretos para seus
súditos. Na Grécia antiga, eles foram
colocados na Acrópole, onde qualquer
cidadão grego iria ler sobre os importantes
decretos feitos pelo povo.” (FULLER, 2021)
FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
“Nos templos gregos, inscrições eram usadas
para registrar questões financeiras como o
pagamento de empréstimos, presentes e
propriedades vendidas ou compradas por
líderes religiosos. Rituais também foram
registrados com o único propósito de orientar
os adoradores sobre o procedimento correto
de conduzi-los. “ (FULLER)
FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
Homem encontra por acaso âncora egípcia
de 3 mil anos no mar de Israel
Artefato tem hieróglifos e desenhos de
Seshat, deusa da escrita do Antigo Egito.
Especialistas acreditam que objeto estava em
navio que naufragou na costa do país.
FONTE:
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2020
/02/homem-encontra-por-acaso-ancora-egipcia-de-3-mil-anos-
no-mar-de-israel.html
FONTE: https://www.facebook.com/EgiptologiaBrasil/posts/3721636541213715
UMA PEQUENINA "ESTELA" COM GRANDE
SIGNIFICADO EGIPTOLÓGICO.
No centro a deusa Qedesh com a lua sobre a cabeça,
montada num leão, segurando flores e uma serpente.
À nossa esquerda o deus Min-Amon-Ra-Kamutef. À
nossa direita o deus palestino Reshepu, empunhando
lança e maça com lâmina cortante de guerra. Novo
Império.
Publicado pelo Prof. Francisco Jose Neves no grupo
Egiptologia Brasil.
FONTE: https://www.facebook.com/EgiptologiaBrasil/posts/3721636541213715.
“Assim, a epigrafia ajuda a revelar todo esse
conhecimento antigo armazenado sob a
forma de escrita durante um período de
séculos.” (FULLER, 2021)
FONTE: https://pt.ripleybelieves.com/what-is-epigraphy-11265
Heródoto afirma que a Helade/Grécia
assimilou do Egito quase todos os nomes das
divindades, bem como as práticas mágicas
(Heródoto, II:50).
Geraldine Harris Pinch (PINCH, 1994: 08),diz
que a palavra egípcia em geral traduzida
como mágica é heka, e que durante um longo
período de tempo, o Egito foi considerado
não somente a Terra do mistério e da magia,
mas também, uma fonte de conhecimento
oculto, onde a magia era usada pela
divindade criativa com a finalidade de criar o
mundo.
O deus Heka era definido em uma forma
humana, como o Ba (alma ou manifestação)
do deus sol. Algumas vezes com o sinal que
descreve seu nome acima de sua cabeça.
Heka pode ser identificado como o criador de
si mesmo, particularmente quando sua
aparência surge em forma de criança,
simbolizando a emergência de uma nova
vida.
Geraldine Harris Pinch é Egiptóloga, escritora
e membro da Faculdade de Estudos Orientais
na Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Geraldine Pinch em sua obra The Egyptian
Magic(1994: 08) fala-nos sobre o mito
Egípcio, onde o estado inicial do universo foi
o caos, e que, antes da criação havia apenas a
escuridão, um oceano conhecido como Nun.
E dentro do Nun, havia uma grande serpente
ou dragão Apepi (Apopis) que incorporava as
forças destrutivas do caos.
Quando o primeiro país, a primeira colina
surgiu do Nun, o espírito do criador teve um
lugar a partir do qual tomar forma. O criador
colocou ordem no caos, e, esta ordem divina
era personificada por uma deusa chamada
Ma’at. Segundo Pinch, a palavra Ma’at trazia
o significado de justiça, verdade e harmonia,
e assim, finalmente o criador tinha criado os
deuses e os humanos.
“O uso da magia representava muito mais do
que um simples interesse. O deus da magia,
heka, era descrito como a energia a qual
tornava possível o advento da criação, e os
Egípcios acreditavam que todo o ato de
mágica era tido como uma continuação do
processo criativo.” (PINCH, 1994: 10)
A Egiptóloga Ann Rosalie David, afirma “os
primeiros exemplos da escrita (hieróglifos)
foram encontrados em contextos religiosos.
Pois, além de fornecerem uma versão escrita
da língua egípcia, acreditava-se que os
hieróglifos pudessem ser utilizados para
tornar reais conceitos ou eventos, por meio
da magia.”
“Os textos compreendidos como textos
mágicos eram constantemente inscritos em
locais dentro das tumbas e em objetos
funerários nos quais não seriam visíveis, uma
vez selado o sepulcro.” (DAVID, 2011: 51-52).
Ramssés II: Poderosa é a justiça de Rá, gerado por Rá/Amado de Ámon
FONTE: http://museuegipcioerosacruz.org.br/deusa-isis-a-grande-senhora-da-magia/
“Segundo a crença dos antigos egípcios, esse
amuleto garantiria a proteção daqueles que o
utilizassem. Ísis teve inúmeros títulos ao
longo de toda a história da civilização egípcia
antiga, como “Rainha do Céu”, “Mãe dos
Deuses”, “A mais brilhante no firmamento”,
“Grande Senhora da Magia”, “Senhora das
Palavras de Poder”, entre outros.”
FONTE: http://museuegipcioerosacruz.org.br/deusa-isis-a-grande-senhora-da-magia/
“Após a conquista do Egito por Alexandre, O
Grande, o culto a essa divindade estendeu-se
à civilização greco-romana”.
FONTE: http://museuegipcioerosacruz.org.br/deusa-isis-a-grande-senhora-da-magia/
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550987335658349733/, em: 20/10/20, às 14:30 h
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ALLEN, James P. (1989) - La cosmología de los textos de las pirâmides. Publicado em Yale Egyptological Studies
3. Religion and Philosophy in Ancient Egypt.
ANDREWS, Carol. (1998) – Amulets of Ancient Egypt. Austin: University of Texas Press.
(2010) – Introduction. In: FAULKNER, Raymond O. The Ancient Egyptian Book of the Dead.London: The
British Museum Press.
ARAÚJO, Emanuel. (2000) - Escrito para a Eternidade: A literatura no Egito Faraônico. Brasília: UnB.
ASSMANN, Jan. (2003) – Mort et au-delà dans l´Égypte ancienne. Mónaco: Editions du Rocher.
(1989) – Death and Initiation in the Funerary Religion of Ancient Egypt. Originalveröffentlichung in:
W.K. Simpson (Hrsg.), Religion and Philosophy in Ancient Egypt,Yale Egyptological Studies 3, S. 135-159.
(2009) – (Heidelberg). Der Mythos des Göttkönigs im Alten
https://www.udemy.com/course/traduccion-de-jeroglificos-egipcios/, em: 07/09/20, às 17:47 h.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hieroglifos-egipcios.htm, em: 24-10-20, às 14:35 h.
https://antigoegito.org/nomes-do-antigo-egito/, em: 24-10-20, às 14:59 h.
1
MINI CURSO:
Tutankhamon foi o rei de todo o Egito e foi também, o último de sua Família Real a
governar durante o final da poderosa e proeminente XVIII dinastia, governando de
2
1.334 a 1.325 durante o Novo Império do Egito. Seu pai foi Amen-Hotep IV ou
Akhenaton, que os Egiptólogos pensam ser a múmia encontrada na tumba KV55. Já a
sua mãe é irmã de seu pai, identificada afirma o Dr. Zahi Hawass (2018) através de
testes de DNA como uma múmia desconhecida conhecida como; " The Younger Lady ",
encontrada na KV35.
O Menino-rei subiu ao trono aos nove anos de idade, sob a supervisão daquele que
seria seu sucessor, chamado Ay. Tutankhamon contrai núpcias com sua meia-irmã a
rainha Ankhesenamen. O casal não teve sorte, pois, as duas meninas faleceram, uma
com seis meses de gravidez e a outra logo após o nascimento.
Um estudo genético foi realizado por Egiptólogos nos dois fetos e embora
incompleto, foi o bastante para atestar que Tutankhamon era o pai das crianças. Da
mesma forma, apenas dados parciais para as duas múmias fêmeas da KV21 foram
obtidos até o momento. KV21 foi sugerida como a mãe dos fetos. A menina nascida aos
9 meses de gestação denotava escoliose e deformidade de Sprengel (uma condição que
afeta a colocação da escápula) e ainda uma patologia chamada pelos médicos de espinha
bífida.
3
“AQUELES QUE PENETRAREM NESTA TUMBA SAGRADA, LOGO SERÃO
VISITADOS PELAS ASAS DA MORTE”
A inscrição acima está gravada na porta da câmara funerária de Tutankhamon
Há 1.500 anos a.C os faraós do Egito foram postos para descansar no Vale dos Reis,
local que os Arqueólogos acreditam ser o mais rico da terra. A grande descoberta de
seu magnífico tesouro ocorreu em 24 de novembro de 1922, pelo Arqueólogo Inglês
Howard Carter, (um trabalho de escavação que já se estendia no Egito por mais de 10
anos financiado pela fortuna de Jorge Edward Herbert, o 5º Conde de Carnavon, que
saiu da Inglaterra e se mudou para o Egito por problemas de saúde). A tumba achava-se
praticamente intacta, contendo em seu interior mais de 5.000 peças, o que acabou por
chamar à atenção pública e da mídia. Lord Carnavon foi picado por um mosquito logo
após vender os direitos exclusivos da descoberta da tumba ao jornal London Times.
Carnavon se cortou e o ferimento infeccionou, e após longas horas sofrendo com a
febre, o Lord, (pai de Emily e Evelyn Carnavon) veio a falecer. O canário recém-
comprado de Howard Carter foi comido por uma naja momentos antes em sua casa.
Este é um trecho do diálogo deles dentro da tumba de Tut:
LORD CARNAVON: “CARTER, VOCÊ CONSEGUE VER ALGUMA COISA?”
CARTER: “SIM! EU VEJO COISAS MARAVILHOSAS!”
Algumas mortes de pessoas ligadas à expedição e ao trabalho de escavação na
câmara funerária acabaram por acontecer nesse percurso, o que foi relacionado e
comentado pela população como alguma espécie de “maldição do faraó” caindo sobre
aqueles que violaram seu tesouro e atrapalharam seu descanso. Seu esplêndido tesouro
foi enviado para exposições ao redor de todo o mundo, com uma aceitação sem
precedentes por parte do grande público.
Somente em 1962 o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito permitiu visitas à
tumba do rei. Em todos os países, a curiosidade era tamanha em conhecer os artefatos
em ouro do faraó-menino, tanto que foram abertas exposições no Louvre, seguida pelo
Museu Municipal de Arte de Kyoto, em Tóquio, Japão, nos Estados Unidos, União
Soviética, Canadá, Alemanha Ocidental e Los Angeles.
4
Especialistas tais como Marc Gabolde e Aidan Dodson apontam que a rainha
Nefertiti (NEFER TITI: A MAIS BELA CHEGOU) era a mãe do rei Tutankhamon.
Nesta interpretação dos resultados do DNA, a proximidade genética não se deve ao
emparelhamento entre irmãos e irmãs, mas ao resultado de três gerações de casamento
entre primos em primeiro grau, tornando a esposa de Akhenaton (IMAGEM VIVA DE
ATON), Nefertiti uma prima sua em primeiro grau. Contudo, quando o governante das
Duas Terras (O Sul e o Norte, o Alto e o Baixo Egito) Tutankhamon se tornou
governante de toda a Terra Negra (KMT ou kemet ), ele se casou com sua meia-irmã, a
rainha Ankhesenpaaten, que acaba por modificar seu nome para Ankheesenamen.
A morte do menino-deus-faraó marcou o fim da linha real da XVIII dinastia. O
poderoso Tutankhamon reinou por cerca de 9 anos. O principal vizir do Alto Egito foi
Usermontju, mas Pentju também era vizir, porém não se sabe ao certo de quais das Duas
Terras, mas o certo é que Ay, sucessor do rei Tut, realmente ocupou essa posição. Um
fragmento de folha de ouro de KV58 mostra que Ay era chamado de Sacerdote da deusa
da verdade-justiça Ma-at junto com um epíteto de "vizir, fazedor da divina Ma-at". O
epíteto não estava de acordo com a descrição utilizada pelo vizir, mas pode indicar um
título informal.
Os faraós do Egito eram cultuados após suas mortes por meio de ritos funerários e
templos associados. Tutankhamon foi um dos poucos reis adorados dessa forma durante
sua vida. Uma estela descoberta em Karnak e dedicada ao grandioso deus Amon - Ra e
a Tutankhamon indica que o líder supremo poderia ser apelado em seu estado deificado
por perdão e libertar o peticionário de uma doença causada pelo pecado. Para que o
monarca, que ocupava um cargo divino, estivesse ligado ao povo e aos poderosos
deuses, foram criados epítetos reais para eles na sua ascensão ao trono. A partir da 4ª
dinastia egípcia todos os faraós do Egito passaram a adotar 5 nomes, tais como:
1- Hórus de Ouro
2- Hórus Vivo
3- Duas Senhoras (a cobra e o abutre; Wadjyt e Nekhbt, o Sul e o Norte, o Alto e o
Baixo Egito)
4- Filho de Rá
5- Rei do Alto e do Baixo Egito
Após a coroação o rei Tutankhamon fez várias investiduras que enriqueceram e
aumentaram o número sacerdotal dos cultos dos gloriosos deuses Amon e Ptah. Ele
encomendou novas estátuas das divindades com os melhores metais e pedras, e mandou
5
fazer novos barcos de procissão com os melhores cedros do Líbano e embelezou-os com
ouro e prata. Os padres e todos os dançarinos, cantores e assistentes tiveram suas
posições restauradas e um decreto de proteção real concedido para garantir sua
estabilidade futura. Ele empreendeu várias construções em Luxor, além de iniciar a
restauração de outros templos em todo o Egito que foram abandonados pelo antigo faraó
Akhenaton. O Egito encontrava-se em um momento delicado, economicamente fraco e
turbulento após o reinado caótico de seu pai. As relações diplomáticas com outros
países haviam sido deixadas de lado, e Tutankhamon fez o que pôde para retomá-las,
pois tal fato era necessário para trazer paz e prosperidade ao país novamente. O faraó
não poderia participar das guerras contra os núbios e outros povos invasores, dada suas
deficiências físicas, que pareciam exigir o uso de uma bengala para se locomover, e a
maioria dos historiadores especula que ele não participou pessoalmente dessas batalhas.
Assim está escrito na pedra da estela: "Os templos dos grandiosos deuses e
deusas... estavam em ruínas. Seus santuários estavam desertos e cobertos de vegetação.
Seus santuários eram tão inexistentes e suas cortes eram usadas como estradas... os
poderosos deuses viraram as costas para esta terra... Se alguém fizesse uma oração a
uma deidade pedindo conselhos, ele nunca responderia”. É importante ressaltar que,
algumas traduções diferem de Egiptólogo para Egiptólogo. Muitos dos projetos de
construção de Tutankhamon não foram finalizados quando ele morreu, porém foram
concluídos (ou usurpados) por seus sucessores (que tinham o hábito de inscrever seus
nomes por cima do nome do rei anterior), especialmente pelo general Horemheb.
6
em sua tumba. Os testes por meio de coleta do DNA do rei mostram que ele foi vítima
do contágio de malária. Suas infecções por malária podem ter causado uma resposta
imune fatal no corpo ou mesmo terem levado um choque circulatório. A tomografia
computadorizada também ressalta que ele sofreu uma fratura composta da perna
esquerda. Esta lesão, resultado de danos recentes, foi logo descartada com base nas
bordas irregulares da fábrica.
Assevera-se que seu óbito foi possivelmente o resultado da combinação de seus
diversos distúrbios de enfraquecimento, uma fratura na perna, possivelmente como
conseqüência de uma queda e uma forte infecção da malária. O Conselho Supremo de
Antiguidades do Egito e a National Geographic empreenderam a tão aguardada
reconstrução facial de Tutankhamon, a qual ocorreu no ano de 2005. Três equipes
separadas, que são: A equipe francesa, a equipe americana e a egípcia, todas elas
realizaram pesquisas de maneira separada, e tinham como objetivo ter um perfil
aproximado da face do rei-faráo-menino. As três equipes alcançaram resultados bastante
semelhantes, porém foi molde produzido pela equipe francesa que foi utilizado e
finalmente, moldado em silicone.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
JAMES, T.G. Henry. Tutankhamon. Biblioteca Egito. Editora Folio, Barcelona: 2005.
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO CARDENO DE IMAGENS EM ANEXO
DO CURSO:
JAMES, T.G. Henry. Tutankhamon. Biblioteca Egito. Editora Folio, Barcelona: 2005.
ANO: 2020
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8
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Hatshepsut foi uma grande esposa real, regente e rainha-faraó do Antigo
Egito. Viveu no começo do século XV a.C., pertencendo à XVIII Dinastia
do Reino Novo. O seu reinado, de cerca de vinte e dois anos, corresponde
a uma era de prosperidade econômica e relativo clima de paz.
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➢ 1922 : O arqueólogo
Howard Carter descobre a
a tumba do faraó-menino.
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ANDREWS, Carol. (1998) – Amulets of Ancient Egypt. Austin: University of Texas Press.
(2010) – Introduction. In: FAULKNER, Raymond O. The Ancient Egyptian Book of the
ARAÚJO, Emanuel. (2000) - Escrito para a Eternidade: A literatura no Egito Faraônico. Brasília: UnB.
ASSMANN, Jan. (2003) – Mort et au-delà dans l´Égypte ancienne. Mónaco: Editions du Rocher.
(1989) – Death and Initiation in the Funerary Religion of Ancient Egypt. Originalveröffentlichung
in: W.K. Simpson (Hrsg.), Religion and Philosophy in Ancient Egypt, Yale Egyptological Studies 3, S. 135-
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BÔNUS:
"A tragédia Fausto é, sem dúvida alguma, um dos textos que empresta a Goethe repercussão
universal. Nela, pode-se dizer, o poeta expressa a experiência de toda sua existência. O próprio
autor afirma em Poesia e verdade, que essa obra representa o “suma sumaruim” de sua vida.
Não se pode esquecer que Goethe trabalhou durante 60 anos com esse tema : de 1772 (com seus
trabalhos sobre o Urfaust – Fausto zero como ficou conhecido pela tradução encenada no
Brasil) até 1832, ou seja, pouco antes de sua morte, ano em que postumamente é publicado o
Fausto II. Em seu longo processo de elaboração, esse texto congrega as várias transformações
pelas quais passou o poeta em sua longa vida: os vários períodos literários da época – Ilustração,
Sturm und Drang, Classicismo, Romantismo -; as diversas atividades do poeta junto ao estado,
no meio teatral, seus interesses científicos – botânica, mineralogia, estudo das cores -; seus
2
Fausto, além de ser a obra simbólica da vida de Goethe, adquire também significado universal
por materializar o mito do homem moderno, o homem que busca dar significado a sua vida, que
precisa tocar o eterno e compreender o misterioso. Sob este aspecto, o mito faústico transforma-
se em um “mito vivo”, um relato que confere modelo para a conduta humana.
A relação de Fausto como o conceito de mito, entretanto, também deve ser entendida em uma
outra acepção, no sentido de fábula, de ficção, uma vez que a obra de Goethe baseia-se na lenda
medieval sobre a figura histórica do doutor Fausto.
Para entender o verdadeiro significado da figura do doutor Fausto, torna-se importante ressaltar
que não se trata apenas de um charlatão que se tornou rico e famoso por ter feito um pacto com
o diabo, como se propaga comumente. Cabe lembrar que o mito criado em relação a essa figura
histórica – Georg (Johann) Faust, (1480-1540) tem sua origem em uma época de crise, a
transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, época caracterizada por profundas mudanças,
na qual conceitos até então inquestionáveis começam a ser colocados em xeque. Nesses novos
tempos de inquietação, ligados a pesquisas no campo das ciências naturais e outras ciências,
pode-se entender que aquele que manifesta sua descrença em relação a verdades, tidas como
absolutas, é considerado um homem não temente a Deus, um pactuário do demo. Isso explica a
recorrência do motivo do pacto com o diabo à época. Nesse contexto, basta lembrar de figuras
contemporâneas ao doutor Fausto: Paracelsius, Nostradamus, Bacon ou Galileu que, perante os
olhos da Inquisição, também teriam feito uma aliança com o demônio. Esse é o pano de fundo
que serve de cenário para o aparecimento do personagem histórico, doutor Fausto, em tempos
que espelham esse processo de busca por maioridade.
Consta que esse douto levou uma vida errante, passando por várias localidades da Alemanha, o
que fez que se tornasse conhecido por toda parte. Estudou magia, medicina, astrologia, alquimia,
atividades que lhe permitiram trabalhar com horóscopo e fazer profecias. Unindo a capacidade
de curar com a de prever o futuro, ficou famoso e conseguiu amealhar uma boa fortuna. Todas
essas aptidões, por sua vez, renderam-lhe a fama de ter vendido sua alma ao diabo. Esse destino
pessoal, que personifica os anseios da época ao materializar a busca daquele que quer
ultrapassar os próprios limites através da especulação, dará origem à primeira versão escrita
3
sobre as histórias de Fausto, publicada logo após a morte do Fausto histórico, em 1587, sob o
título de Historia von D. Johann Fausten.
Essa história, de autor anônimo e de cunho popular, narra, ao lado de relatos sobre o Fausto,
que eram voz corrente, outras discussões de cunho teológico, astrológico, histórico, científico,
provindas das mais diferentes fontes contemporâneas. Essa estrutura, sem unidade estética,
acaba por refletir esse tempo de transformação, com a justaposição de crenças diabólicas
medievais ao lado do novo espírito das ciências. No livro popular, com suas partes especulativas
e enciclopédicas, o pacto entre Fausto e o diabo compreende um período de 24 anos. Nesse
contexto, a sede insaciável do protagonista por saber é vista, antes de tudo, como um grande
pecado, pois uma tal postura afastaria o homem de Deus e o aproximaria da dúvida. Esse
homem incorreria no pecado da hybris, a presunção, por pretender equiparar-se a Deus. Essa
história, tão ao gosto da época, conquistou enorme repercussão, atingindo 5 edições. Sabe-se que
Goethe, ainda quando criança, entrou em contato com a edição de 1725, sob a forma de teatro de
marionetes, apresentada em praças de mercado.
Por volta de 1592, o livro popular alemão é traduzido para o inglês, originando-se daí o livro
popular inglês sobre o tema Fausto. Esse livro, por sua vez, serve de material para Christopher
Marlowe, o mais importante dramaturgo ao lado de Shakespeare, escrever sua peça Tragical
history of doctor Faustus, editada em 1604. As encenações do texto de Marlowe, por seu turno,
irão repercutir novamente na Alemanha ao serem apresentadas por teatros mambembes, em
língua estrangeira, mas de forma pantomímica. Consta que Goethe conheceu as encenações da
peça de Marlowe de 1768 e 1770.
A lenda sobre o Fausto ganha novo fôlego a partir de idéias próprias do período da Ilustração.
Entre 1755 e 1775, Lessing, o grande escritor do Iluminismo alemão, desenvolve projetos de
escrever uma peça sobre o Fausto. O texto não chega a se efetivar, restando apenas a montagem
de fragmentos e idéias gerais reconstituídas pela memória de amigos, dados creditados à
coincidência de informações.
Se Kant, em sua definição de Iluminismo, mostra que o lema dessa corrente filosófica é: Sapere
aude – tenha a coragem de servir-te da tua própria inteligência -, então Fausto, por ousar, por
ter a coragem de buscar pelo sentido da vida, não poderia ser alguém condenado à danação dos
infernos. Nesse contexto iluminista, Fausto, na sua procura pela verdade através da razão,
empreende uma tarefa que dignifica o homem; em outras palavras: aquele que decide fazer uso
de sua qualidade intrínseca, a razão, não será condenado, mas transforma-se no preferido de
Deus, o destinado à salvação.
Goethe conhecia os planos de Lessing e as reconstituições de seu drama que podem ser
detectadas, em sua essência, nas obras teatrais póstumas (Theatralischer nachlass, de 1786).
Vem de Lessing a idéia de salvação que encontramos no Fausto de Goethe.
Goethe contou, pois, com diferentes pré-textos na elaboração de suas variadas versões da
tragédia: de 1772-1775, elabora o Fausto zero; em 1790, produz Fausto, um fragmento; em
1808, é publicado o Fausto I e, em 1832, o Fausto II. No rastreamento do percurso do mito
faústico e das fontes que serviram de inspiração para a realização de sua obra-prima, pode-se
mencionar suas impressões da infância, ao assistir nas praças dos mercados as encenações do
livro popular propriamente dito, a versão inglesa, com as apresentações do Fausto de Marlowe. A
esses legados de cunho literário deve-se acrescentar um fato de origem real, o processo e a
execução da infanticida Margaretha Brand, ocorrido em 1771-72, tragédia que impressionou
profundamente Goethe e que será ficcionalizada em sua obra através do destino de Gretchen, a
mulher que se apaixona por Fausto e, ao ser abandonada por ele, em um ato de loucura,
assassina o próprio filho. Dentro desse rol de marcas intertextuais cabe dar ênfase especial à
idéia de salvação, esboçada inicialmente por Lessing e assumida por Goethe, que servirá de
inspiração para a virada redentora no destino de seu protagonista.
A estrutura da peça
Dentre as diversas versões mencionadas, vamos nos ater à composição do Fausto I e do Fausto
II, que podem sem interpretadas como uma unidade, com uma construção própria.
5
A peça inicia-se com três cenas introdutórias, três prólogos que desenvolvem, respectivamente,
uma perspectiva autobiográfica, uma perspectiva poetológica e uma perspectiva metafísica.
O primeiro prólogo, Dedicatória, não dedica a peça a ninguém, como o título faz supor, mas é
uma metarreflexão, em forma de monólogo, no qual o poeta faz uma retrospectiva da história da
obra. No Prólogo no teatro, que vem a seguir, há uma discussão sobre a essência e a função da
obra teatral; no confronto de opiniões antagônicas, debatem-se temas pouco ortodoxos para uma
peça de teatro como: produção, rentabilidade, encenação e recepção do drama. Percebe-se, pois,
que esses dois prólogos iniciais não se integram no enredo dramático.
Fausto, portanto, é colocado em jogo como objeto demonstrativo pelo Senhor, e deve provar
através de si os valores ou os desvalores da criação. O drama, como um todo, pode ser entendido
como a tentativa espiritual de compreensão da totalidade do universo. Discute, de forma poética,
o sentido da criação, a função do mal, o destino do homem.
A ação interna da peça, no âmbito terreno, vai espelhar, na aposta feita entre Fausto e Mefisto, o
dilema proposto no âmbito celestial, entre o Senhor e Mefistófeles. Diante do desafio que lhe
6
propõe Fausto, Mefisto assume a tarefa de satisfazer o homem e de conduzi-lo pelas experiências
do pequeno mundo (Fausto I) e do grande mundo (Fausto II). Já Fausto, na sua busca sem
limites, aposta que o diabo nunca conseguirá seu intento, que ele nunca irá deitar-se em “uma
cama de preguiça” e, satisfeito consigo, irá proferir as palavras que condenariam sua alma:
“permaneça (momento), tão belo que és”. Desta maneira, com a ajuda de Mefisto, Fausto
percorrerá o mundo na ânsia de vivenciar toda experiência destinada à humanidade.
A ação terrena, abarca toda a trajetória do protagonista: desde a cena Noite, (Fausto I), com a
constatação da crise existencial, até a cena final Grande átrio de palácio (Fausto II), quando
Fausto morre. Dentro desse grande contorno, a partir das propostas do pacto e da aposta entre
Fausto e Mefisto, o protagonista irá percorrer as diversas estações na sua busca por sentido.
Cabe mencionar que o pacto, cerne do mito faústico tradicional, tem pouca ênfase na obra de
Goethe. O pacto, sugerido por Mefisto, é prontamente aceito por Fausto, pois o protagonista
“não teme nem o inferno nem o diabo”. Essencial em Goethe é a aposta, desafio proposto pelo
titã Fausto que, por não apresentar um vencedor de antemão, tem um caráter ativo e
inconclusivo (diferente do pacto que é um acordo fechado). Coaduna-se, assim, mais com a
proposta vital da obra: a ação contínua como mola propulsora da vida.
No Fausto I podemos detectar três estações: a procura por sentido através da bebida (O porão de
Auerbach), do desejo e do amor por Gretchen (cenas Rua até Cárcere) e da sensualidade
desenfreada (Noite de Walpúrgis). O Fausto II também comporta mais três estações: o mundo da
corte (I ato), a estação da beleza e da arte (II e III atos) e a estação do conquistador e
empreendedor (IV e V atos).
Depois das diversas buscas, no fim de seus dias, Fausto, quase cego, tem a visão de um povo
ativo, lutando junto na conquista de terras para viver livremente. Nesse instante, o protagonista
quase pronuncia a fórmula que aponta para o fim da procura: “Sim ao momento diria / Oh!
Pára enfim – és tão formoso!” Em seguida, morre.
Quem ganha a aposta? A ação no âmbito terrestre deixa essa pergunta sem resposta. Na moldura
celeste, contudo, os anjos, na atmosfera superior, levam a alma imortal de Fausto: “Quem
aspirar, lutando ao alvo / À redenção traremos”.
7
2 – A Lei da Correspondência:
3 – As 7 Leis Herméticas:
FONTE: https://br.pinterest.com/search/pins/?q=ALQUIMISTAS&rs=typed&term_meta[]=ALQUIMISTAS
%7Ctyped, EM: 23/05/20, ÀS 17:57 H.
"A figura mítica do Conde de Saint Germain deixou sua marca sobre o século XVIII. Este
enigmático ser, do qual pouco se sabe concretamente, é considerado místico, um profundo
conhecedor e praticante da alquimia, ourives, um hábil lapidador de diamantes, homem da corte
e da ciência, músico e compositor."
"Muitos acreditavam que esta excêntrica personalidade detinha a pedra filosofal, capaz de
converter qualquer reles metal em ouro, e o elixir da juventude, que garantia a imortalidade. Daí
ele ter se transformado, após a morte, da qual sabe-se menos ainda, nem mesmo a data exata, em
um ícone para várias sociedades místicas."
14
“O TEMPORA, O MORES"
"O que quer que você queira ou sonhe, ouse. A audácia contém genialidade, poder e mágica!”
Johann Wolfgang Von Goethe, autor da tragédia "Faust".
15
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Texto #02
Considerações Finais
1
era algo acessível apenas aos Faraós (Antigo Império), e somente com o passar dos
séculos essa prática se estendeu a outras camadas sociais. Complementando ainda que,
no Egito, apenas os cidadãos os quais que possuíam uma situação financeira próspera
poderia arcar com tamanha despesa, pois os gastos que eram elevados, mas esse era o
preço a ser pago pela família que almejava proporcionar ao morto uma vida boa e
tranqüila no outro mundo.
O custo de se embalsamar e de mumificar uma pessoa eram alto. Sem
mencionarmos todas as grandes quantidades de oferendas comumente depositadas na
tumba do falecido pelos seus familiares ou funcionários. Inclusive, no final da XVII e
início da XVIII dinastia, além de todos os ritos egípcios para livrar os mortos do mal
durante a viagem ao Duat, esses ainda poderiam receber um auxílio extra chamado de
Livro dos Mortos (vendido pelos Sacerdotes de Amon por grandes quantias). O povo e
a elite faraônica acreditavam que este livro guiaria o defunto através da escuridão da
morte e ensinaria a ele todas as fórmulas Mágico-Rituais que o conduziriam de maneira
segura através do melhor caminho até que encontrasse o deus Osíris e fosse finalmente
julgado por todas as suas ações em vida. Não observamos relatos desta crença de que
havia algum Livro dos Mortos na Grécia Antiga (ou algo parecido), nem mesmo sobre a
concepção grega de um julgamento das ações do defunto do Pós-Vida diante dos
deuses.
Na Antiga Grécia, (séculos II ao X a.C) não encontramos registros de práticas de
embalsamamento nem de processos de mumificação neste período, o que ocorria já no
Período Romano. Mas, os gregos realizavam em suas casas, à noite, uma cerimônia
póstuma que durava cerca de três dias. Após esse ritual, ou cremavam (nas piras) ou
enterravam seus mortos, e colocavam em suas mãos uma moeda de prata, que serviria
de pagamento ao Caronte. Espécie de condutor de almas, o Barqueiro Infernal que
conduzia os mortos ao Hades, o inferno grego.
A cremação do defunto ocorria, em geral, de acordo com a vontade da pessoa que
deixava escrito isso em vida ou da família, sem necessariamente extrair seus órgãos
durante a preparação do corpo do morto (como no Egito). Mas o corpo deste precisava
também ser “purificado”, lavado, perfumado e vestido para ser exposto pela família
dentro de sua casa durante o velório. Preces e orações também eram proferidas em favor
da alma do falecido. E esses recebiam oferendas funerárias dos seus parentes assim
como no Egito.
2
Já no Antigo Egito, os faraós construíram grandes tumbas que eram as pirâmides, e
eram depositados em sarcófagos após deixarem este mundo. Os mortos eram sepultados
com diversos objetos que poderiam ser úteis a eles no além. Jóias, roupa, maquiagens,
animais, até mesmo escravos. Estes eram apenas alguns dos itens depositados no
túmulo em homenagem ao defunto.
Para a elite egípcia e para a elite grega (final do século V a.C), era muito importante
exibir sua riqueza e prosperidade no momento de enterrar seus mortos. Isso denotava
poder e Status social diante da população. E quanto mais riqueza possuísse a família,
mais grandiosa seria a cerimônia funerária e melhores seriam as oferendas que o morto
receberia em sua tumba para auxiliá-lo em sua viagem rumo à eternidade. Em ambas a
cultura vê-se que, preparar o falecido para a vida no além era função essencial de seus
parentes mais próximos (as mulheres na Grécia e sacerdotes no Egito). E deixar de zelar
por essa preparação póstuma, era considerado pela sociedade algo absurdo e
irresponsável, que inclusive poderia atrapalhar o finado chegar ao local que era agora
seu último e derradeiro destino. Preparar o morto deixando-lhe provisões de comida,
bebida, perfumes, até mesmo livros que eram como guias funerários, pois agora tudo
isso era fundamental ao bem-estar deste. Mas não eram apenas as oferendas que
abririam os caminhos e que proporcionariam a eles paz e alegria no além. Tanto na
Grécia quanto no Egito, os rituais fúnebres precisavam existir e seguir certas regras
sociais, as quais variavam de cidade para cidade, de período para período, e de poder
aquisitivo.
A família deveria cumprir todas as etapas dos ritos (os ritos que já descrevemos
acima), somente assim, eles poderiam viver tranqüilos de que, seus mortos não
voltariam do Hades no caso da crença grega, ou do Duat, na concepção dos egípcios
para atrapalhar suas vidas, assombrar seu sono e destruir suas colheitas.
3
Referências bibliográficas
FONTE: http://esunaviejahistoria.blogspot.com/2015/05/el-mal-las-maldiciones-y-el-vudu-
en.html, em 13/06/19, às 15:16 hs.
1
Imagem 02: Cemitério do Kerameikos
Fonte: https://www.turismoindependente.com.br/08-cemiterio-kerameikos-07/, em
13/06/19, às 15:22 hs.
Horário: Fechado.
2
De acordo com as palavras da Prof.ª Dr.ª Maria Regina Cândido (2008) sobre o Cemitério
do Kerameikos:
3
Para além do Cemitério do Kerameikos, outro assunto de grande pertinência são os
Templos Gregos, como aponta a Prof.ª Dr.ª Maria Beatriz Borba Florenzano (2009):
Ainda tratando-se de Templos, corrobora a Prof.ª Dr.ª Elaine Farias Veloso Hirata
(2009) citando sobre Diodoro que:
“Diodoro (11. 26. 2), vale lembrar, constitui-se na fonte mais completa sobre esses
acontecimentos e é no seu texto que encontramos a menção às condições que os
vencedores impuseram aos cartagineses derrotados: o pagamento de uma indenização
pequena, dois mil talentos de prata e arcar com os custos da construção de dois templos
onde seriam depositadas cópias do tratado de paz. Não há informação no texto sobre os
locais onde tais templos deveriam ser erigidos, mas, hoje, acredita-se que seriam
Siracusa e Himera. A grande similaridade dos princípios construtivos dos templos
dedicados a Atena em Himera, o chamado “Templo da Vitória” (figura 2) e do
Athenaion (figura 3) localizado em Ortígia, Siracusa, levou à sua identificação com
aqueles mencionados por Diodoro. Os arqueólogos os consideram, do ponto de vista
arquitetônico, templos gêmeos, o que indicaria, inclusive, a contemporaneidade da
construção, conduzida, talvez, até por um mesmo arquiteto (cf. Mertens, 2006: 256,
figs. 464 e 465).” (HIRATA, 2009: 30)
4
E continua a Dr.ª Elaine Farias (HIRATA, 2009) sobre os monumentos na Antiguidade:
5
tem o cuidado de amuralhar, fazendo-se circundar com essas “necrópoles”,
aglomerações de sepultamentos, que, a partir de então, margeiam as entradas principais
da cidade a noroeste (Keirameikos), nordeste (ambos os lados do portão Diochares) e
sudeste, e pelas quais a pólis se apresenta aos habitantes e aos forasteiros chegados do
mar e do interior, em um primeiro e mais próximo encontro.” (ANDRADE, 2009: 53)
6
De acordo com a Dr.ª Maria Regina (CÂNDIDO, 2008) sobre Magia, os
Katadesmoi e o Cemitério do Kerameikos em Atenas, a qual reflete:
“Entretanto, buscamos, em nossa análise, nos afastar da definição que coloca a magia
em oposição à religião. Consideramos a magia como um conjunto de crenças e práticas
mágico-religiosas que visa estabelecer contato com as potências sobrenaturais.
Caracteriza-se por atuar de forma complementar à religião políade dos atenienses, pelo
fato de usar os mesmos espaços sagrados, os deuses e as vozes místicas das orações.”
(CÂNDIDO, 2008: 262)
1Lâmina 04 Defixios nº5. Atenas, Museu Nacional, procedente da Ática de local incerto. Data: IV a.C. Bibliografia: E. Ziebarth,
1899, nº01: Fröehner, 1936, p.14. Característica: Imprecação contra ofícios – Lâmina de chumbo muito danificada; Lâmina 05,
Defixiosn.º 04. Atenas: Pertence à coleção particular, procedência desconhecida. Data: Meados do IV século: 350 – 342 a.C.
Bibliografia: SGD, 1985, nº44; Jimeno, 1999, nº26; Peek, 1941: 09. Característica: Imprecação contra ofícios.
2SGD nº 14 = CT nº 57; cf. Jordan, 1980a: Especially 232 nº 24. Esta informação refere-se aos tabletes encontrados próximos do
Portão Dipylon, no Cemitério do Cerâmico os quais podem ter sido despejados de uma sepultura próxima. Similarmente, 17 tabletes
Gregos foram encontrados enterrados na região da Ágora e podem ter sido despejados do santuário adjacente de Demeter; SGD p.
162; cf. Jordan, 1985b: 207-10; Faraone, 1991b: 3 and 23 nº7; Jameson et AL., 1993: 125.Verem: FLINT, Valerie; GORDON,
Richard; LUCK, Georg; OGDEN, Daniel. Withcraft and Magic in Europe: Ancient Greece and Rome. London: The Athlone Press.
1999.
3SGD, 1985, nº11; Jimeno, 1999, nº11. Lâmina 01 que faz referência ao Defixios nº02, que é proveniente de uma sepultura no
Cerâmico e data do final do V e início de IV século; Young, 1951, p.222; SGD, 1985, nº20; Jimeno, 1999, nº20. Lâmina 03 que faz
referência ao Defíxios nº03, que é proveniente de entulhos que formavam a base do muro de uma residência denominada pelos
arqueólogos de casa D do Distrito Industrial de Atenas situado próximo à Ágora ver em: CÂNDIDO, Maria Regina. A Feitiçaria na
Atenas Clássica. Rio de janeiro: Letra Capital. 2004.
4Em sua obra, Gager (1992) descreve a figura como uma elegante estatueta feminina perfurada por treze agulhas e encontrada
envolta em um papiro egípcio e com um defixio em uma panela de barro do Egito. A estatueta é feita de acordo com as direções
7
dialogar com Robert Parker, (PARKER, 1996: 152) que afirma que, foi no V século que
ocorreu o fenômeno que ele descreve como fenômeno da inovação religiosa em Atenas
como a entrada de novos deuses e novas práticas religiosas e de culto aos deuses
estrangeiros5. As novas divindades estrangeiras e seus cultos detém a sua materialidade
através da epigrafia IG II² 337 referente a Afrodite Kitias, a inscrição IG II²1283 da
deusa Bentis da Tracia e a deusa Isis6 do Egito.” (HUTFLESZ, 2017: 03)
numa receita conservada em PGM IV, linhas 296-329, que se refere a um feitiço de ligação, também classificada pelos especialistas
de imprecação amorosa(permissão do Museu do Louvre (Paris). GAGER, John G. Curse Tablets and Binding Spells from the
.
Ancient World: New York. Oxford University Press, Inc. 198 Madison Avenue. 1992
5A área do Porto do Pireu foi palco de várias associações para cultos a divindades estrangeiras como a deusa Bentis/Tracia narrada
por Platão na obra Republica (I, 327a). A emergência de cultos estrangeiros no final do V século não era novidade entre os
atenienses, pois, temos a com a solicitação ao arconte Nikocrates para a construção de um templo em honra a deusa Afrodite
Kithias no Pireu. A concessão de terra/enktesis com o propósito de construção de santuários no Pireu já havia sido concedida aos
egípcios em honra a deusa Isis e para o culto da deusa trácia Bentis(IG II²1283) mencionado por Platão no início de sua obra
Republica e ao deus Asclépio que foi recebido na residência de Sófocles em 426 a.C, ver R. Garland. Introducting new Gods: the
politics of Athenian religion. Cornell University Press, 1992 e The Pireu from the fifth to the first century.B.C. London: Duckworth,
1987.
6Decreto IG II² 337, talhado em estela presente no porto do Pireu, datado de 332/AEC, caracterizado como solicitação em
assembléia de permissão para a fundação de um santuário a Afrodite pelos Kitians, o povo da cidade-reino localizada na costa Sul
do Chipre. Em: ALMEIDA, Marina Rockenback. Por um comparativismo construtivo do culto à Ísis entre atenienses e egípcios no
final do V século a.C. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016. P.42.
8
Fonte: http://www.greece-is.com/kerameikos-a-place-of-transition-2/, em: 13/06/19, às
17:22 hs.
9
OS GREGOS E SUAS PRÁTICAS DE MÁGICAS
10
BONECA PERFURADA POR 13 PREGOS CHAMADA DE PTOLEMAIDE.
11
Fonte: https://molinatorres1997.wordpress.com/, em: 13/06/19, às 17:44 hs.
12
Referência Bibliográfica Complementar:
http://phoinix.historia.ufrj.br/media/uploads/artigos/14_-
_Kerameikos_lugar_de_poder_e_de_magia_na_Atenas_do_IV_a._C._-_Maria__Fs3u2FP.pdf,
em 13/06/19, às 15:43 hs.
https://www.youtube.com/watch?v=R0zjdPbMZA8
http://esunaviejahistoria.blogspot.com/2015/05/el-mal-las-maldiciones-y-el-vudu-en.html, em
13/06/19, às 15:16 hs.
https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/31943954/
Representacoes_da_Cidade_Antiga.pdf?response-content-disposition=inline%3B%20filename
%3DO_logos_unificador_de_Protagoras_-_Repre.pdf&X-Amz-Algorithm=AWS4-HMAC-
SHA256&X-Amz-Credential=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A%2F20190613%2Fus-east-
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VILELA, Marcelo Miranda. “O julgamento Pós-Vida Presente no Livro dos Mortos
do Antigo Egito: Religião, Moral e Sociedade.” Tese de Mestrado (UFF), Niterói,
2006.
Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
5
Materialidade
A Magia que tinha por objetivo destruir o inimigo ou levalo à morte. O mago ou feiticeiro escrevia na lâmina
de chumbo o nome do solicitante da magia e o nome da pessoa que sofreria a maldição.
Fonte: www.youtube/watchpv=ROZjdbMZA8
Drag Her by the Hair and Heart‐The Manosphere and Ancient Love Curses
https://eidolon.pub/drag‐her‐by‐the‐hair‐and‐heart‐268aed5fd343
FICHAMENTO:
ATENAS – GRÉCIA
O principal porto de Atenas era Falero, até que Temístocles mudou o porto para o Pireu.
Como Falero era muito pequeno, Temístocles quis fazer do Pireu o maior e melhor
porto da Grécia, percebendo que com apenas pouco trabalho o Pireu poderia se tornar
um porto. Seu objetivo era que Atenas ganhasse a hegemonia no mar. Temístocles,
primeiro de forma secreta, depois de forma mais clara, mostrou seus planos, e a obra foi
feita com rapidez, antes do prazo previsto.
1
Quando Atenas foi derrotada na Guerra do Peloponeso, as muralhas foram destruídas;
elas foram reconstruídas mais tarde, e destruídas finalmente quando Lúcio Cornélio
Sula tomou a cidade.
Pausânias (geógrafo) (c. 115 - 180 d.C.) [carece de fontes] descreveu o porto, dando
vários detalhes:
Perto do mar, um santuário de Afrodite, construído por Conon depois de sua vitória
naval contra os espartanos.
“O porto do Pireu em Atenas foi na era Clássica um importante elemento de poder para
a política marítima ateniense no século V a.C. Foi através dele que Atenas exerceu
hegemonia sobre o Mar Egeu durante a Koyna Délico Ática, a região também tornou-se
território de identidade para cidadãos sem recurso que viviam de jornada trabalhada em
Atenas, assim como para toda atividade mercantil ateniense. A proeminência do Porto
do Pireu ganhou tanta notoriedade que chegou a ocupar lugar de destaque e
protagonismo econômico em Atenas, que embora estivesse subordinado a região central
da polis, rivalizava com a Ágora a ocupação dos espaços urbanos como se fosse uma
“Cidade-Porto”.
“O Porto do Pireu, localizado em Atenas tratava-se de uma região importante para a
polis e seus cidadãos tinham total consciência dessa importância para a defesa e
desenvolvimento da sua comunidade. Suas muralhas não somente protegiam a região
como também lhe atribuíam maior imponência. A colina Munichia, vista como defesa
natural, se adicionava as defesas artificialmente erigidas. Aristóteles na Constituição de
2
Atenas (XX: 2), destaca que a primeira tentativa de fortificar a zona portuária do Pireu
se iniciou em 511 a.C. quando Hippias, um dos filhos de Pisístrato, tentou circundar o
porto construindo uma muralha, mas os trabalhos de faixas defensivas na região
somente foram intensificados no período em que Temístocles foi archonte. Toda a
arquitetura e construções edificadas na região do Pireu projetou-se sobre o modo pelo
qual os cidadãos passaram a perceber a cidade. Tendo Atenas adentrado ao circuito
comercial da Hélade desde a era soloniana, gradativamente foi inserindo ao seu
cotidiano e a base da sua economia, o fator mercantil. Desse modo, no século V a.C.,
buscou-se manter muitos postos de trabalhos voltados às finalidades marítimas, visando
efetuar trocas e complementar os elementos deficitários da sua produção interna. Na
zona portuária do Pireu era possível encontrar remadores, carpinteiros, construtores de
velas, oleiros e demais trabalhadores buscando receber algum misthoi (pagamento) pela
jornada trabalhada. Os cidadãos que viviam da rotina portuária, conferiam identidade ao
lugar e Atenas, de modo geral, passou a perceber o Pireu como lugar de labuta. Os
cidadãos atenienses do segmento thetes perceberam que o ambiente do porto não era útil
apenas para conquistar a sua subsistência, recebendo pela jornada trabalhada, a zona
portuária lhes rendia importância e notoriedade política, por isso, acabaram por fazer do
Pireu uma “nova Cidade-Estado”, na qual não apenas a Ágora – praça central de
comércio -, localizada no centro urbano se contratava a região rural da polis. Foi através
das construções na região urbana da polis dos atenienses, sobretudo, na zona portuária,
que cidadãos thetes deixaram transparecer seus imaginários de cidadania. A construção
do porto do Pireu intensificou as atividades mercantis e a polis deixou evidente o
interesse em assumir a condição de polis marítima. Ou seja, Atenas tornou-se a Cidade-
Estado dotada de uma política voltada ao exercício do poder marítimo, com o devido
respaldo do seu poder naval. Para atender os interesses de sua nova política marítima, as
ruas do porto do Pireu não poderiam crescer de maneira aleatória e desordenada, elas
deveriam ser capazes de realizar o escoamento das cargas portuárias e dos seus
carregamentos, atendendo ao fluxo de reparos e atracagem das embarcações que
chegavam na zona portuária de Atenas. A zona portuária do Pireu projetava as
aspirações de poder da polis, estendendo segurança aos cidadãos que habitavam demais
zonas políades, segundo as suas aspirações e necessidades: aos habitantes da área
urbana (asty), o porto simbolizava e oferecia defesa, pois a projeção do poder marítimo
ateniense dissuadia inimigos, impedindo de se aproximarem livremente da zona
administrativa da polis, lugar onde se localizavam os edifícios governamentais. Ao
3
cidadão thete, que vivia da jornada trabalhada, o Porto do Pireu representava a
oportunidade de conquistar a subsistência e para os ricos comerciantes oligarcas
atenienses, o porto do Pireu simbolizava o aumento das suas posses. Portanto, o Pireu
com seus estaleiros, ruas e edificações, projetava os imaginários de poder e segurança,
até mesmo aos 1 Termo polissêmico na atualidade, contudo, um dos primeiros a buscar
uma definição para o conceito foi Alfred Tayer Mahan que entre 1879 e 1914 escreveu
dezenas de livros sobre História e Estratégia navais, sendo que o “The Influence of Sea.
Power upon History 1660-1783” de 1890 foi o mais significativo. Nele Mahan passou a
discutir os seis elementos que afetavam esse Poder Marítimo que seriam a posição
geográfica, a conformação física, a extensão territorial, o tamanho da população, o
caráter nacional e o tipo de política governamental. As guerras ocorridas no mar entre
1660 e 1783 serviram para confirmar suas proposições em todo o decorrer do livro.
Outras obras de Mahan se seguiram: “The Influence of Sea Power upon the French
Revolution and Empire” de 1892 e “Naval Strategy compared and contrasted with the
principles and practice of military operations on land” de 1911. Nessas obras o autor
norte-americano procurou demonstrar mais uma vez a pertinência de suas conclusões.
Outros livros de Mahan tiveram importância, podendo ser mencionados: “Retrospect
and Prospect” de 1902 e “Naval Administration and Warfare” de 1908. Sua concepção
está assentada em conceitos muito bem definidos no seu primeiro livro de 1890. Definiu
que o Poder Marítimo seria integrado por dois elementos de natureza distinta, os
interesses marítimos e o Poder Naval. Os primeiros congregavam valores econômicos e
sociais e, o segundo, valores políticos e militares. (ALMEIDA, F. E. Alves de. 2008:5-
6) estrangeiros que estavam de passagem por aquela zona portuária. “É por esse motivo
que a política marítima ateniense obteve eficácia durante todo o século V a.C.”
Partimos do principio que a Guerra do Peloponeso e a Peste que assolou Atenas tenham
contribuído para a entrada de novos deuses e novas praticas religiosas, como menciona
Robert Parker1 (PARKER, 1996: 153) que antigos ritos convivem agora com novos
deuses, e no espaço da Pólis ateniense, os novos ritos passam a representar uma religião
híbrida na área social e cultural da região do Pireu. A inclusão de deuses estrangeiros
1Robert Parker é Historiador com especialização em História Antiga (religião Grega). Lecionou na Universidade de Oxford,
Inglaterra.
4
nesse contexto irá contribuir com as novas práticas religiosas dos Gregos,
principalmente na região do Pireu ao qual nos cabe pesquisar.
“Durante a Guerra do Peloponeso, Péricles teria incentivado a população nucleada na
zona rural, chora, migrar para a asty. Ao abastecer a polis através de seus navios e sua
zona portuária, Péricles, visava um conflito de longa duração, capaz de exaurir os
recursos econômicos de Esparta, sua adversária no conflito. A manutenção do comercio
marítimo e abastecimento da polis era o maior trunfo dos atenienses contra seus
adversários, mesmo antes da Guerra do Peloponeso. Abastecer e desabastecer com
rapidez as embarcações que atracassem no Pireu era fundamental e por isso as ruas que
conduziam ao porto, não poderiam se configurar de vielas estreitas. O arquiteto que
aceitasse o desafio de reformular as vias urbanas do Pireu, teria um árduo trabalho a
desempenhar. Hippodamus de Mileto, na primeira metade do século V a.C., não apenas
aceitou o desafio quando foi comissionado por Péricles, mas também foi capaz de
materializar no terreno, um plano de ruas regulares. Esse projeto entrou em simetria às
muralhas que circundavam a sua zona portuária – chamada de circuito de Temístocles -,
tornando o Pireu, uma verdadeira fortaleza e centro comercial, destacando-se da Asty e
da Acrópole ateniense (apud DICKS, 1968: 145). “(DUARTE, 2019: 12)
DRAEGER, Andréa Coelho Farias. Para além do lógos: a peste de Atenas na obra de
Tucídides. Hist. cienc. saude-Manguinhos vol.12 no.1 Rio de Janeiro Jan./Apr. 2005.
5
“A peste de Atenas tornou-se célebre mais por sua descrição empreendida por Tucídides
do que por seu reflexo nos destinos da cidade. O peso simbólico do evento tem seus
significados radicados na crise política que Atenas enfrentou, graças tanto ao assédio
dos lacedemônios quanto ao questionamento acerca do desempenho de suas
instituições.”
“Tucídides, consoante sua tarefa de historiador, constrói a história da guerra, uma vez
que ele próprio participou dela, na condição de estratego. Em sua obra nota-se uma
riqueza e uma minuciosidade incomuns em descrições análogas e coetâneas,
principalmente no livro II.”
6
Na Grécia havia duas formas de expressão religiosa. As elites cultuavam um panteão de
deuses como Zeus, Afrodite e Atena. As histórias desses deuses são conhecidas através
da mitologia que é um conjunto de crenças que explicam a criação do mundo e da
humanidade.
Eram cultuados nos santuários em Atenas deuses tais como Atena, Poseidon, Afrodite,
Zeus, Perséfone, Hades, Hermes, Apolo, Deméter, Kóre entre outros.
“Os gregos antigos foram um povo politeísta, que habitou o sul da Península balcânica e
várias áreas do Mediterrâneo e mar Negro. Para eles, como outros povos antigos, as
esferas religiosa, política e econômica se misturavam. A divindade mais importante era
7
Zeus. Seu culto estava ligado, inicialmente, ao agrário e ao pastoril, e era realizado em
picos de montanhas ou em cavernas. Posteriormente, foi associado às leis, à justiça e ao
poder, e passou a ser cultuado, entre outros lugares da cidade grega, na ágora, espaço
onde ficavam os prédios públicos e era o centro da vida social nas pólis (as cidades-
Estado gregas).”
AMON ERA O grande deus de Tebas, de origem incerta. Seu nome significa O Oculto.
Originariamente talvez tenha sido uma divindade do ar e do vento, primeiro elemento
cósmico a receber a vida no caos informe que prevalecia antes do universo ganhar
forma. Posteriormente adquiriu fisionomia própria. Era representado como um homem
barbado, usando na cabeça uma touca encimada por duas longas plumas, às vezes com o
membro sexual ereto, o que sublinhava suas faculdades generativas, empunhando na
mão direita erguida um cetro em forma de látego. Seus animais sagrados eram o
carneiro de chifres curvos e o ganso. Seu santuário principal ficava em Tebas, no Alto
Egito, e até hoje podemos admirar as esfinges da avenida das procissões do templo de
Amon em Karnak, com seus corpos de leão e cabeças de carneiro. Entre as patas as
esfinges têm uma estátua da divindade ou do faraó, protegendo-os de influências
maléficas.
8
O EGIPTÓLOGO JOHN WILSON assim se refere a essa divindade:
O nome Amon significa "Oculto" de maneira que Amon era um deus invisível, um deus
que podia ser imanente por toda parte. Segundo um antigo sistema teológico, Amon,
como invisibilidade, era um dos oito deuses do caos anterior à criação. Assim, podia ser
invisível e informe, ou o deus do ar. De qualquer modo, enquanto ser cósmico, podia ser
transplantado facilmente de um sistema teológico para outro como deus de ação muito
extensa. Chegou a substituir os deuses tebanos anteriores e a atuar como o deus de toda
a nação. Com esse poder foi enxertado no deus-Sol, Rá, como "Amon-Rá, Rei dos
Deuses". Como deus da nação egípcia, se converteu no grande deus imperial com o
Império Novo (c. 1550 a 1070 a.C.) e assim assumiu um caráter universal. Há uns
quatro mil anos foi construído para ele o templo mais sólido de todos os tempos, o de
Karnak, com as amplas construções erguidas desde o Império Médio (c. 2040 a 1640
a.C.) até a época romana (30 a.C. a 395 d.C.). No final do Império Novo chegou a ser a
mais rica potência do mundo e o poder de seu sumo sacerdote rivalizava com o do
faraó. Foi no começo da XII dinastia, por volta de 1991 a.C., que essa divindade saiu da
obscuridade cósmica para começar sua impressionante carreira.
9
sistema monárquico egípcio. Foi necessário, por essa razão, que o clero de Amon o
identificasse com o deus-Sol — após o que se tornou Amon-Rá — e que o todo da
doutrina solar lhe fosse aplicado, para que daí em diante ele passasse a ser considerado
em tudo idêntico ao próprio Rá. Rá era o deus criador de todas as coisas. Ele era o deus
supremo da doutrina religiosa da cidade de Heliópolis. Sempre foi considerado o mais
importante de todos os deuses egípcios e assim continuou sendo ao longo de toda a
história egípcia. Alan Shorter também escreveu: A evolução dos acontecimentos
políticos podia, por um certo tempo, conferir prestígio a outras divindades, mas no
fundo a teologia solar jamais deixava de exercer a sua influência no sentido de fazer
com que os outros sistemas se adaptassem a ela. Assim, com o sincretismo das duas
divindades, Amon-Rá, representado na ilustração acima, tornou-se deus nacional do
Egito a partir da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.). Um hino egípcio, citando Punt e
Mejayu, terras do incenso e das essências aromáticas, louva a divindade e enaltece
seu doce perfume:
Aquele de natureza mais nobre que qualquer outro deus, ante cuja beleza os deuses se
regozijam. Aquele a quem se louva na Grande Casa, a quem se coroa na Casa do Fogo.
Aquele cujo doce perfume os deuses tanto apreciam, quando chegado de Punt.
Exuberantemente perfumado, quando chegado da terra de Mejayu. A face formosa,
quando chegado da terra do deus.
10
COM SUA ESPOSA Mut e seu
filho Khons, Amon formava a
tríade dos deuses tebanos, mas
também tinha centros de culto em
Hermópolis, Tanis e Mênfis. Na
sua identificação com o deus-Sol,
acreditava-se que fosse,
fisicamente, o pai de todos os
faraós, os quais, na qualidade de
sucessores, recebiam o trono de
suas próprias mãos. Para gerar seu
herdeiro, Amon tomava as feições
do faraó reinante e visitava a
rainha enquanto esta dormia em
seu palácio. Numa inscrição
existente no templo de Hatshepsut,
em Deir el-Bahari, o procedimento é descrito. Ao lado vemos a ilustração que
acompanha o texto e que mostra, metaforicamente, esse encontro. Na figura a divindade
aproxima da narina da rainha o símbolo da vida. Referindo-se a esse encontro de
Aahmes, mãe de Hatshepsut, com o deus, o texto diz:
Ele a encontrou quando ela repousava em seu magnífico palácio. Ela acordou com o
perfume do deus e sorriu para sua Majestade. Ele avançou direto para ela e a desejou
grandemente, deu-lhe seu coração e fez que ela o contemplasse em seu aspecto divino,
após ter vindo até ela. Ela se regozijou com a sua beleza, e o amor dele passou para o
seu corpo; o palácio exalava o perfume do deus e seu aroma era em tudo idêntico ao de
Punt.
11
(c. 1479 a 1425 a.C.), atualmente no Museu do Cairo, podemos ler as determinações do
deus:
Avante, avante! Eu, teu pai, estou contigo! Minha mão está junto a ti e eu valho mais
que cem mil homens! Eu, o senhor da vitória, a fonte da força!
Sou como Montu! Atiro setas com a mão direita e digladio com a esquerda! Estou à tua
frente, como Baal na sua hora! Vejo que as duas mil carruagens, no meio das quais me
encontrava, foram despedaçadas após a passagem dos meus cavalos!
12
Núbia e nos mais variados lugares, como em Napata, que estava destinada a se tornar o
baluarte do culto ao deus nos últimos anos da história egípcia. Amon tinha se tornado o
deus supremo do Egito e também do império egípcio, que abarcava boa parte do mundo
então conhecido. Em consequência, uma concepção mais abrangente, mais universal do
que era um deus começou a surgir: Amon-Rá era o criador e pai de toda a humanidade e
não apenas dos egípcios. Ele, segundo o Grande Hino a Amon, era
Atum o criador da humanidade, aquele cuja natureza se distinguira por ter se concebido
a si mesmo; aquele que tornou as cores dos homens diferentes umas das outras.
Livro
Associate Professor, received her B.A. from Wellesley College and her M.A.
and Ph. D. from Harvard University. Her research interests include Latin literature,
Augustan Rome, Cleopatra VII, and ancient geography.
“Á medida que sua adoração se espalhava pelo mundo mediterrâneo, Ísis estava ligada a
várias deusas greco-romanas. Sua associação com o dilúvio do Nilo e a produtividade
agrícola resultante do Egito fizeram de Demeter uma divindade grega apropriada
2ALMEIDA, Marina Rockenback. Por um comparativismo construtivo do culto à Ísis entre atenienses e egípcios no final do V
século a.C. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016.
13
através da qual entender a deusa egípcia. A conexão entre Ísis e a reprodução humana,
através do mito Osíris-Ísis-Hórus, e com a navegação marítima sugere Afrodite como
outro análogo grego. Finalmente, e talvez relacionado ao seu papel de protetora do
faraó, Ísis está ligada ao Tyche grego, personificação da boa sorte e prosperidade de
uma cidade. Tyche, por sua vez, está associada à fortuna romana, que tem como um de
seus atributos a cornucópia e, portanto, o vínculo Isis-Fortuna também incorpora a ideia
de produtividade agrícola.” (p..06)
LIVINGSTON, Lucas. Greek and Egyptian Religious Parallels: Egyptian Gods with
Greek Names in Herodotus and Votive Statuary. June: 2002.
Ancient and Asian art specialist — Art museum educator — Creator and host of the
Ancient Art Podcast at www.ancientartpodcast.org — Brewer inspired by ancient
traditions — Historian of beer and Curator of Experimental Libations at Morgue
Brewing www.morguebrewing.com — Chicago Brewseum Board member
Lucas Livingston
June 7, 2002
“A proibição dos sacrifícios de ovinos é evidente já por este fato, além disso, devemos
nos atentar nas palavras de Heródoto, ao observar a cultura material egípcia, no caso às
esfinges que guardam a entrada do templo de Karnak, templo dedicado a Amon, sua
construção se inicia a mando de Alexandre, mas só se concretiza anos mais tarde pelos
Ptolomeus, observamos claramente inúmeras esfinges com feições de carneiros, animal
está ligado à Amon e posteriormente à Zeus Amon.” (p.34)
14
“Os atributos de Amon serão associados também aos de Zeus, evidenciamos isto em
diversas estátuas públicas no mundo grego, principalmente em Alexandria, camafeus
romanos entre outros exemplos da cultura material que sofre esse sincretismo que fora
acentuado a partir da conquista macedônia, abaixo podemos observar um exemplo,
estatuas de Júpiter (Zeus), as estátuas de Júpiter no Egito representam o deus com uma
cabeça de cordeiro (HERÓDOTO, livro II, 2006, pg. 153), nenhuma estátua de
ZeusAmon da cidade de Siuá sobreviveu, mas inúmeras estátuas romanas sobreviveram
ao tempo.” (p.35)
“O bode que viste com dois chifres são os reis dos medos e dos persas. O carneiro é o
rei da Grécia e o chifre enorme que tinha entre os olhos é o primeiro rei. Quebrado este,
os quatro reis da mesma nação que vão substituir este primeiro, mas não com o mesmo
poder. (DANIEL: 8:20-22)” (p.37)
15
referir-se a algo relativamente vago e intangível, cuja realidade empírica está longe de
ser clara. Refere-se ao ‘além’, e a relação do homem com este ‘além’, e sua atitude
diante deste, e ao que os homens consideram as conseqüências práticas do ‘além’ para a
vida humana.” (O’DEA, ‘’1969: 09)
16
inteiro anseia em prestar honras a Isis porque ela se revela claramente na cura de
males.” (p.28)
“Em Atenas, ela possui um templo dentro do santuário de Asclépio, e a
incubação se faz nos santuários, tanto de Isis, quanto de Asclépio.” E ainda “a
própria Isis, entre outras deidades é Higéia, a Saúde divinizada. O poeta Tibulo,
torturado pela doença, manifesta suas esperanças de receber auxílio de Isis
através de sua amada Délia. Ele menciona numerosas tabuinhas pintadas que se
encontram no templo de Isis, atestando o poder de cura da deusa.” (p.28)
“Foi a partir de 430 a.C que no Porto do Pireu, ocorre a entrada de novos deuses e novas
práticas de culto a deuses estrangeiros, o que começa a mostrar uma fluxo crescente de
pessoas e a população que se tornou cada vez mais misturada. E nos dois séculos
seguintes, esse fluxo aumentou consideravelmente. Pessoas vindas da Caria, do Chipre,
da Trácia, do Egito, da Fenícia, da Fligia foram morar ao redor do Porto.” (p.101)
“Os deuses egípcios como Isis e Serapis acabaram por tornar-se incrivelmente
populares.” (p.101)
“Já no final do terceiro século, participavam dos cultos no Pireu cidadãos e não-
cidadãos, Gregos e não-Gregos, homens e mulheres, escravos e libertos. Enfim, uma
população numerosa e variada.” (p.101)
“As divindades mais populares eram Zeus, Afrodite, Apolo, Artemis, Athena, Demeter,
Dionísio e Hermes.” (p.104)
17
“A introdução de novos cultos a deuses estrangeiros que se segue até o fim do quinto
século a.C, foi essencialmente uma conseqüência da diversidade cultural de uma
sociedade multi-étnica.” (p.105)
“Lâminas inscritas com a uma fórmula mágica garantiam uma recepção favorável no
outro mundo. E algumas vezes, elas eram depositadas em sepulturas.” (p.03)
“Estas práticas eram muito comuns na vida das sociedades antigas. O medo sempre
presente destas obscuras forças do mal foi comprovado pela Antiga Fundação de Lei
Romana, onde 12 lâminas as quais especificamente Theodosio e Justiniano proibiram o
uso de feitiços usados para prejudicar as plantações. A advertência é repetida nos
códigos do V e do VI século a.C.” (p. 04)
“Foi no V século que o autor afirma ter ocorrido um fenômeno que ele descreve como
fenômeno de inovação religiosa como a entrada de novos deuses e novas práticas de
culto a deuses estrangeiros.” (p. 152)
“Um bom ponto de partida foi a sorte de um dos homens encarregados de codificar e
publicar a mudança no calendário de sacrifícios de Athenas no fim do V século A.C.
Nicômaco acaba por ser processado por abuso contra a lei por admitir altos gastos com
novos sacrifícios, então ele negligenciou a mudança estabelecida.” (p. 152)
18
“Com a entrada de novos deuses, antigos deuses simplesmente desaparecem. A
inovação que ocorreu no V século a.C não foi um sinal de que a antiga religião estava
em crise, mas sim que podemos observar claramente uma transformação constante na
tradição politeísta, em particular, a entrada de deuses estrangeiros.” (p.153)
“Muitos feitiços eróticos foram inscritos por homens especialmente para sua relação
sexual com a mulher que era o seu objeto de desejo.” (p.161)
“As inscrições nas lâminas estão quase totalmente intactas, com apenas algumas partes
faltando da direita para a esquerda. Na parte de cima há um desenho de Seth-Typhon,
com uma cabeça de burro com características mais ou menos humanas. Ele está
vestindo uma túnica com franjas e segurando um chicote.” (p. 162)
“O texto que acompanha o desenho é um feitiço erótico: Venha Typhon, sente no alto
portão, IÔERBETH IÔPAKERBETH IÔAPOMPS IÔSESENRÔ IÔBIMAT
IAKOUMBIAI ABERRAMENTHÔ OULERTHEX, Senhor ETHRELYOÔTH
MEMAREBA de Seth: Como você queima, está em chamas, então a alma, o coração se
e se, de quem se e se perfure, até ela vir me amar, se e se, e cole o órgão dessa mulher
em mim. De uma vez só, rápido e rápido.” (p. 162)
“As lâminas poderiam receber auxílio em sua tarefa se fossem acompanhadas por
algumas coisas pessoais da vítima, como seu cabelo ou pedaço de roupa. E, era
esperado que se uma parte da vítima fosse colocada dentro da sepultura com um
cadáver, ela poderia ter uma morte assim como o resto dele. (do cadáver)” (p. 14)
“Nós somos sortudos por ter uma quantidade de papiros mágicos gregos como uma
soberba coleção de livros bastante homogêneos sobre o sincretismo da cultura Greco-
egípcia.” (p.54)
19
“Antigos feitiços Egípcios e Babilônios utilizam parentesco maternal e o costume pode
ter sido emprestado deles.” (p.55)
“A lâmina, selecionada por nós para análise, contém maldições endereçadas a um atleta
adversário de uma competição: Poderoso Bepty, Eutychianos que vai lutar contra
Secundus para que esfrie Euthychianos, seus projetos, sua potência, sua força, sua
capacidade de lutar e esfries também no teu ar tenebroso aqueles que estão com ele. Eu
te entrego Eutychianos, poderoso Typhon Colchloicheilôps, que seja esfriado
Eutychianos, o lutador. Como aqueles nomes são frios que assim esfries o nome de
Eutychianos, sua alma, sua vivacidade, sua sorte, seus projetos, seu raciocínio. Que ele
fique surdo, mudo, sem caráter, incapaz de prejudicar, incapaz de lutar contra alguém.”
(p.240)
“A deusa Hécate, por vezes, era representada junto a um ou três cães e o deus Seth que
acompanhava a evocação era simbolizado na figura de um animal estranho, muito
semelhante a um cão.” (p.240)
“O ato de lançar maldições aos inimigos, para Heródoto (II, 39), seria uma prática
presente entre os egípcios. O historiador nos relata que os egípcios, ao fazerem
sacrifícios aos deuses, separavam a cabeça do corpo do animal. Em seguida, lançavam
20
imprecações sobre as cabeças das vítimas de sacrifícios, dizendo as seguintes palavras:
‘qualquer mal que nos ameace recaia sobre aquela cabeça.’ Ao final do ritual, levavam
as cabeças dos animais para vendê-las no mercado ou jogavam-na no rio. Segundo
Heródoto, os egípcios tinham por hábito não comer a cabeça de qualquer animal.
Heródoto já indica a magia como prática estrangeira, não formulada junto à comunidade
dos atenienses, logo, completamente distinta da religião dos deuses olímpicos gregos.”
(p.241)
“De acordo com André Bernard (1991:32), a magia grega que tinha por objetivo fazer
mal ao inimigo havia sido apropriada das práticas egípcias. O autor deixa transparecer
que concorda com as afirmativas de Heródoto. Entretanto, compreendemos que, quando
Heródoto atribuiu aos egípcios o conhecimento e a prática da magia, afastada dos
preceitos da pólis dos atenienses, ele tencionava registrar uma crítica ao momento,
interpretamos como sendo um indício de que a religião e a magia se encontravam em
processo de total oposição, pois a magia deixava de ser uma prática complementar e
auxiliar a coesão da comunidade para se tornar uma prática cujo interesse privado e
particular prevalecia. A observação de Heródoto pode ser entendida como uma crítica à
especificidade da prática da magia no século V a.C, definindo-se como uma prática
situada fora da Paidéia – educação dos atenienses.” (p.242)
10- CANDIDO, Maria Regina. A Feitiçaria na Atenas Clássica. Letra Capital Editora:
2004.
21
10- SANTOS, Sandra Ferreira dos. A magia para o amor e para a fertilidade no
mundo grego. II Congresso Internacional de Religião, Mito e Magia na
Antiguidade: 2012.
“Outro tipo de magia amorosa presente nos Papiros Mágicos Gregos é a utilização
destes moldes em argila crua como bonecos voodoo. Um exemplo muito conhecido é
um objeto que se encontra no Museu do Louvre, e que, apesar de ter sido datado do
século II-III d.C, é um exemplo de práticas muito mais antigas. De posse de uma figura
masculina ou feminina com os braços amarrados, deveriam ser selecionas 13 pequenas
estacas de ferro, semelhantes a pregos, e o executor da magia deveria recitar enquanto
furava o boneco. (PMG IV: 296ff)”. (p.04)
“Robert Garland na obra The Pireus, 1987; destaca como a área portuária do
Pireu localizada na polis dos atenienses, tratava-se de um lugar cosmopolita no
V séc. a.C. Na região havia culto de divindades locais e estrangeiras, assim
como circulação de navios e pessoas de diversas etnias mantendo interação
sociocultural intensa, como destacada a documentação de Pseudo Xenofonte. Na
presente comunicação pretendemos estabelecer uma análise sobre determinados
cultos religiosos realizados na região portuária do Pireu na Atenas do século V
a.C., e demonstrar como esses rituais religiosos permitiram a aproximação com
o estrangeiro, transformando a região em uma zona de projeção de poder da
Cidade-Estado ateniense.” (p.01)
22
“nos ritos dedicados a Bendis os sacrifícios também estão presentes e em larga
escala. Por ocasião das Bendideias, após os sacrifícios de costumes, acontecia
uma corrida a cavalo comandada pelo archonte, na qual os competidores
passavam uma tocha entre os competidores enquanto cavalgavam a noite. A
prática desse rito não era prioridade dos cidadãos atenienses, desse festival
participavam também outros grupos étnicos que estavam aportadas e de
passagem pelo Pireu.” (p.07)
“Como nos afirma Robert Garland (Ibidem: 110), a vitalidade religiosa no Porto
do Pireu no século V a.C. foi tão intensa que se transformou em símbolo de
trocas culturais, não reduzindo em nada essa prática mesmo diante do seu
declínio econômico no século III e II a.C. Havia cultos públicos e privados de
vários deuses, dentre as divindades estrangeiras e helênicas cultuadas na região,
podemos citar: Agathe Tyche, Afrodite, Artemis, Baal (ou Bel), Men, Nergal
Serapis e Zeus (Ibidem). Vemos que essa intensidade foi em dada medida,
proporcionada a partir das trocas culturais e atividades marítimas do século V
a.C.” (p.08)
23
12- SOUSA, Rogério. SILVA, João Ribeiro da. Serápis nos Confins do Império: O
Complexo sagrado de Panóias. Editora Dom Texto Publicidade: 2013.
“A partir das conexões marítimas intensificadas no século VII a.C, gregos e egípcios
estabelecem forte intercâmbio, seja de produtos, matérias-primas ou demais elementos
culturais e religiosos. Diante dessa conjuntura a diversidade de cultos torna-se presente
em Atenas, e mais especificamente no Porto do Pireu. Desse modo, nos baseamos nas
intensas relações comerciais estabelecidas através do referido porto, o que possibilitou
nossa inferência sobre a entrada do culto a Isis-divindade-egípcia-na-pólis dos
atenienses entre o final do V século e início do IV século a.C.” (p.162-163)
24
“Depreende-se que a característica multicultural da região portuária possibilitaria a
interação entre as diversas culturas que ali circulavam, e também a construção de
identidades relativas. Ou seja, entendemos que a partir da presença de santuários
estrangeiros no Porto do Pireu o dos contatos estabelecidos entre os que ali circulavam,
tais como atenienses, egípcios, trácios, etc., as identidades eram reformuladas à medida
que as pessoas iam se relacionando.” E ainda: “A inserção de novos deuses em Atenas
não era impossível, desde que passasse pelo procedimento legal para verificação e
aceitação do culto entre os atenienses. Desta forma, materializamos essa afirmação
através do documento epigráfico IG II 337, e de forma complementar reportamo-nos à
estrutura das ekklesias, que eram as assembléias realizadas em local público para
deliberações de decisões do cotidiano da polis, como a autorização de espaço de culto,
sendo compostas por cidadãos de Atenas e presididas por magistrados pertencentes à
pólis ateniense.” (p.164) E continua: “É de estrema importância ressaltar que antes da
inserção oficializada no fim do V século a.C, o culto de Isis, usado como referência para
inserção de outros cultos estrangeiros em momentos posteriores, foi estabelecido por
algumas famílias em suas próprias residências, permanecendo privado. Gradualmente, o
culto adquire mais adeptos, até que se oficialize na comunidade políade.” (p.165)
Outro artefato mais antigo de sabida utilização pelos gregos especialmente para defesa
contra forças do mal, e que datam pelo menos do século IV AEC, são as kolossoi,
pequenas efigies normalmente confeccionadas em bronze ou chumbo, mas que há
evidências de kolossoi feitas em argila, metais preciosos, madeira, cera e até mesmo
feitas com terra de sepulturas. Essas boneca eram representadas quase sempre de
joelhos e com as mãos e os pés atados, e uma quantidade de espetos tb de metal as
perfuravam em partes específicas do corpo de acordo a intenção do praticante.
Normalmente nos olhos, boca, genitália e membros tanto superiores quanto
inferiores. Elas eram mais freqüentemente encontrados em túmulos, santuários, corpos
de água, leitos de rios, esgotos, e também em uma casa helenística em Delos.
25
um macho e outro fêmea. E no caso de saber-se ser um grupo de inimigos (normalmente
uma outra tribo) ou grupo de espíritos usava-se em número de três.
Não era incomum a utilização de kolossoi de cunho sexual para amarrações de amantes,
pretendentes e até mesmo maridos/esposas suspeitos de cometer adultério.
Sendo assim, estas e outras tantas formas de magia imitativa e manipulativa foram
ganhando cada vez mais terreno a medida que a sociedade grega se desenvolvia,
deixando seu caráter gentílico para assumir uma postura política, trazendo por
conseqüência uma necessidade muito mais agressiva e imediatista de resolução de
adversidades, fosse uma briga política, uma guerra entre estados ou até mesmo a
derrubada de um competidor em evidência nos jogos. Essas novas necessidades fizeram
com que muitos religiosos que praticavam as artes mágicas passassem a ver nisso uma
forma de extorquir dinheiro da comunidade e começarem a cobrar por seus serviços,
desta forma impelindo charlatões às mesmas práticas e obrigando o governo, no caso de
Atenas, a tomar medidas precatórias com relação à prática da magia. Foram então
criadas leis que puniriam com a mesma severidade com que um assassino era punido
qualquer um que se conseguisse provar ter-se utilizado da magia para atentar contra
outrem. Eis o início da marginalização da magia na Antiga Grécia.
Vimos, portanto, que há infinitos exemplos de como os atos e artefatos mágicos eram
aplicados na vida cotidiana dos gregos, diferindo apenas um “religioso” de um “bruxo”
o direcionamento de suas intenções diante da sociedade em um contexto muito mais
político do que moral, uma vez que suas preces eram recorridas aos mesmos Deuses,
seu modus operandi era praticamente o mesmo assim como os resultados obtidos.
No mais, o legado que a magia grega nos deixou é imenso, e ainda é até os dias de hoje
um prato bem servido de história, filosofia, matemática e arte.
26
principalmente os de caráter feminino, devido a suas características de
fertilidade, amabilidade e determinação. Segundo Kraemer (1992, p. 22), as
mulheres da Grécia Antiga adoravam tanto divindades masculinas, quanto
femininas, porém, há forte tendência na popularidade de deusas “com a exceção
de ofertas para Asclépio, o deus da cura, a maioria das oferendas registradas de
mulheres atenienses, foi feita para divindades femininas”, por representarem
elementos como: casamento, fertilidade (agrária e humana) entre outras
características. A identificação das mulheres atenienses como sacerdotisas de
Ísis não era algo difícil, devido suas qualidades e representações. Tal como
podemos visualizar na seguinte afirmação de Sharon Kelly Heyob (1975, p.48):
“Ísis foi retratada no mito como uma esposa modelo e mãe com emoções muito
humanas. Era natural que as mulheres se identificassem com ela. [...] Em Ísis as
mulheres encontraram uma deusa que era, a sua própria, essência” (P.105)
Feitiços eróticos eram uma forma popular de magia. Praticantes mágicos profissionais
cobraram taxas por escreverem encantos eróticos, fazer bonecos encantados (às vezes
chamados de bonecos) e até mesmo dirigir maldições contra rivais apaixonados.
3
Marguerite Johnson, professora de clássicos, University of Newcastle.
27
fontes que datam do século II a.C até o quinto século dC, e inclui numerosas magias de
atração.
“Amon foi uma hibridização da parte dos gregos que, entre outras razões, identificaram
o deus egípcio Amon com Zeus, porque ambos eram clamados como divindades.
Enquanto colonizadores, os gregos interessados na Líbia viram Zeus Amon como sua
divindade tutelar.” (p. 84)
“O último caso que examinaremos – a função do culto de Zeus Amon na Líbia –, mostra
um nível diferente de identidade regional interferindo na criação e articulação de
santuários na estruturação de uma paisagem sagrada-regional-política no mundo grego.
É preciso ressaltar que a Líbia não foi uma área como a Arcádia e a Acaia em que as
pólis viviam dentro de um éthnos, cujos povos se reconheciam em termos de mitos
ancestrais e laços de sangue. Trata-se de uma área no norte da África que foi colonizada
por gregos provenientes do Peloponeso e de ilhas do Egeu (apud Austin, 2004, p.
1243)” (p.84)
28
“Depois da conquista de Alexandre, o Grande, a imagem de Ísis sofreu uma releitura
pelos gregos, assim se expandindo cada vez mais para outras culturas durante o Período
Helenístico. Michel Malaise (2000, p. 1), em seu capítulo Le problème de
l’hellénisation d’Isis, comenta que as principais transformações sofridas por Ísis se
vêem presentes nas iconografias em que a deusa usa atributos que até então lhes eram
desconhecidos, inserida em uma nova estética. O historiador argumenta que esse
trabalho de reelaboração da deusa foi feito por círculos sacerdotais de Mênfis,
conhecedores da cultura religiosa egípcia e helênica, permitindo uma fluidez nas
características da deusa tipicamente egípcia, para assim nascer a Ísis helenística” (apud
MALAISE, 2000, p. 19).
“Outra deusa grega com a qual Ísis foi associada foi Afrodite. Tal sincretismo se
instaura de modo intermediário entre a relação da deusa com Hator, deusa egípcia das
mulheres, do amor e da fecundidade, e aparece como simpática aos problemas das
mulheres, ao estabelecimento dos casais e à maternidade” (apud MALAISE, 2000, p. 8)
29
4. DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS1
Trinta tábuas de chumbo de pelo menos 2.5002 anos foram encontradas em um poço
de água no antigo cemitério de Cerâmico, em Atenas, na Grécia3. Como relatam os
profissionais do Instituto Arqueológico Alemão, responsáveis pela descoberta, as
inscrições nos artefatos mostram que elas são exemplares de placas "enfeitiçadas" ou
"amaldiçoadas".
1
https://web.archive.org/web/20111004200544/http://www.dainst.org/en/objectives?ft=all#, em: 16/08/20, às 15:36 h.
2
Créditos da reportagem: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 41:31 h
3
https://www.dainst.org/en/dai/meldungen, em: 16/08/20, às 15:38 h.
1
Segundo os especialistas, essas maldições eram textos ritualísticos destinados a
causar danos a outras pessoas. Havia quatro principais razões para amaldiçoar alguém:
vencer um processo jurídico, ter sucesso nos negócios, vencer competições esportivas e
assuntos que envolvem amor e ódio. "A pessoa que encomendava uma maldição nunca
era mencionada pelo nome, apenas o destinatário", disse Jutta Stroszeck, uma das
pesquisadoras, ao Haaretz4.
"Na religião grega, a água era protegida por ninfas, que podiam se tornar muito
maliciosas quando a água era maltratada", explicou a especialista. Portanto, além de
lançar a tábua identificada pelo nome do inimigo, o que "ativaria" a fúria da ninfa, a
pessoa também jogava oferendas no poço.
4
https://www.dainst.org/en/dai/meldungen, em: 16/08/20, às 15:39 h.
2
Uma estatueta e um sarcófago modelo feito de chumbo foram encontrados no fundo do
poço (Foto: Instituto Arqueológico Alemão) 16/08/20, às 12:36 h
5
https://www.dainst.org/en/dai/meldungen, em: 16/08/20, às 15: 40 h.
6
Idem Ibidem, p. 03.
3
Cemitério Cerâmico, em Atenas, na Grécia (Foto: Instituto Arqueológico
Alemão)16/08/20, às 12:37 h
5. OS TABLETES DE CHUMBO8
7
https://www.dainst.org/en/dai/meldungen, em: 16/08/20, às 15:41 h.
8
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16/08/20, às 15:46 h.
9
Valter Pitta Mendes é Mestre em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras - UFLA
4
ritual oral. Um tablete encontrado no séc. I d.C., já no período romano, perto da cidade
grega de Micenas, agradece os deuses pela vingança obtida com o seguinte texto:
A vingança de Hefesto foi derramada. Primeiro Hecate prejudica os pertences de
Megara em todas as coisas, e depois Perséfone relata aos deuses. Todas essas coisas já
o são. Abaixo alguns defixiones e seus textos amaldiçoados.* Maldição contra os
processos Maldição contra um grupo de homens que atuam no pequeno comércio de
varejo, vendas localizadas na Ágora envolvendo alguns indivíduos de atividades
comercial e juízes.”
5
(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:38 h.
10
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16q08/20, às 15:47 h.
6
como especialistas e detentoras de domínio no saber usar as ervas como veneno ou
remédio. (PITTA, 2010: 02)
7
mágicos a quem pudesse pagar. Estes consistiam em evocar e persuadir os deuses e
seres sobrenaturais a atenderem as solicitações dos interessados em prejudicar seus
inimigos, adversários e concorrentes. Todo aquele cidadão de Atenas envolvido numa
situação de desordem pessoal e movido por um acentuado sentimento de raiva, ódio e
rancor tinha diante de si duas situações para recorrer às práticas mágicas ilegais: de um
lado podia sentir-se lesado, prejudicado pelo seu oponente que parecia usar da lei do
mais forte para tornar inoperante a sua atividade e seus negócios; nesse caso, de forma
preventiva, o solicitante fazia uso da magia para trazer o prejuízo ao inimigo e assegurar
a sua vitória sobre o adversário. (PITTA, 2010: 02) Outra situação que envolvia o
solicitante e usuário da magia estava no fato de ele ser acometido pelo sentimento de
inveja chamada de phtonos e despeito diante da sua incapacidade de sucesso e decide de
forma ofensiva impor a ruína aos adversários através de práticas mágicas.
Os mundos da feitiçaria A Grécia ficou conhecida como berço da razão e da cultura
ocidental. (PITTA, 2010: 02) Mas os vestígios deixados pela magia nos mostram os
bastidores desse mundo injusto permeado pelo desejo de vingança. Os deuses evocados
pelos rituais mágicos eram em geral Ctônicos, entidades muito antigas ligadas à terra e
habitantes do submundo associado à idéia de vingança e justiça, em contraste com a
ordem imposta dos céus pelos deuses olímpicos. O Oriente, por tradição, abrigava as
forças desconhecidas e era lar dos conhecimentos ocultos12. (PITTA, 2010: 02)
A partir do momento em que decide agir, mesmo sabendo dos riscos, cabia ao
solicitante buscar o conhecimento de um especialista, o magus-feiticeiro, que tinha por
objetivo demonstrar toda a sua capacidade de realização, pois o sucesso na empreitada
significava prestigio, respeito, sucesso e algum retorno financeiro. (PITTA, 2010: 02)
Entretanto, ao atender o desejo de levar à morte um inimigo do solicitante, o magus
acreditava adquirir mais poder diante da possibilidade de ter a sua disposição e ordem as
almas de indivíduos que seriam mortos antes do tempo determinado pelas
Moiras/Parcas/Destino. (PITTA, 2010: 02) A magia para fazer mal ao inimigo foi
identificada por Platão, nas Leis, como katadesmos ou defixiones. O nome deriva do
verbo katadeo que significa amarrar, prender, imobilizar alguém embaixo da terra. O
termo tece aproximações no sentido de afundar, enterrar, ocultar e tem como
equivalente no latim a palavra defixio, ou seja, fixar embaixo junto ao mundo dos
mortos. As duas palavras nomeiam as finas lâminas de chumbo que circularam no
12
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16q08/20, às 15:48 h.
8
universo do Mediterrâneo grego e romano do séc. V a.C. até o VI d.C. O uso das
lâminas de chumbo para prejudicar o inimigo resistiram às mudanças de contexto
sociocultural de Atenas como a consolidação do regime democrático, ultrapassou o
período de crise da forma de governo democrático com as investidas da realeza de
Alexandre da Macedônia e a subordinação ao Império Romano. (PITTA, 2010: 02)
13
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16/08/20, às 15:49h.
9
de um tratamento químico visando à remoção dos resíduos e muito cuidado ao
desenrolar o frágil artefato que, por vezes, está transpassado por um prego denominado
de passalos. As inscrições nas lâminas não permitem a identificação do autor da
maldição, mas deixam transparecer qual o prejuízo que se desejava ao inimigo. Às
vezes o nome do inimigo estava escrito com letras inversas visando atrasar sua vida. Em
relação aos seres sobrenaturais, o nome do oponente estava endereçado a divindades
como Persefones, Hermes, Hécate e Cérbero como forma de manter a vítima presa no
mundo dos mortos14. (PITTA, 2010: 02)
14
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16/08/20, às 15:50 h.
10
na disputa. O solicitante e inimigo de Kalistratos tem por objetivo garantir sua própria
vitória e impedir o sucesso do pleito levado ao tribunal15. (PITTA, 2010: 02)
15 15
https://www.blogger.com/profile/17227472146246971939, em: 16/08/20, às 15:50 h.
11
9. CIRCE
Ulisses enviou à terra 23 homens, chefiados por Euríloco, para verificar com que
hospitalidade poderiam contar. Ao se aproximarem do palácio, os gregos viram-se
rodeados de leões, tigres e lobos, não ferozes mas domados pela arte de Circe, que era
uma feiticeira poderosa. Todos esses animais tinham sido homens e haviam sido
transformados em feras por seus encantamentos17.
Do lado de dentro do palácio vinham sons de uma música suave e de uma bela voz de
mulher que cantava. Euríloco a chamou em voz alta, e a deusa apareceu e convidou os
recém-chegados a entrar, o que fizeram de boa vontade, exceto Euríloco, que
desconfiou do perigo. A deusa fez seus convivas se assentarem e serviu-lhes vinho e
iguarias. Quando haviam se divertido à farta, tocou-os com uma varinha de condão e
eles se transformaram imediatamente em porcos, com "a cabeça, o corpo, a voz e as
cerdas" de porco, embora conservando a inteligência de homens.
Euríloco se apressou a voltar ao navio e contar o que vira. Ulisses, então, resolveu ir
ele próprio tentar a libertação dos companheiros. Enquanto se encaminhava para o
palácio encontrou-se com um jovem que se dirigiu a ele familiarmente, mostrando que
estava a par de suas aventuras. Revelou que era Hermes e informou Ulisses acerca das
artes de Circe e do perigo de aproximar-se dela. Como Ulisses não desistiu de seu
intento, Hermes (Mercúrio para os romanos) deu-lhe o broto de uma planta
16
www.googleacademico.com.br, em: 16/08/20, às 14:40 h.
17
www.wikipedia.com.br, em: 16/08/20, às 14:42 h.
12
chamada Moli, dotada de poder enorme para resistir às bruxarias, e ensinou-lhe o que
deveria fazer18.
Por fim seus companheiros apelaram para seus sentimentos mais nobres, e ele recebeu
a censura de boa vontade. Circe ajudou nos preparativos para a partida e ensinou aos
marinheiros o que deveriam fazer para passar sãos e salvos pela costa da Ilha das
Sereias. As sereias eram ninfas marinhas que tinham o poder de enfeitiçar com seu
canto todos que o ouvissem, de modo que os infortunados marinheiros sentiam-se
irresistivelmente impelidos a se atirar ao mar, onde encontravam a morte21.
Circe aconselhou Ulisses a cobrir com cera os ouvidos de seus marinheiros, de modo
que não pudessem ouvir o canto, e a amarrar-se a si mesmo no mastro dando
instruções a seus homens para não libertá-lo, fosse o que fosse que ele dissesse ou
fizesse, até terem passado pela Ilha das Sereias22.
20
www.googleacademico.com.br, em: 16/08/20, às 14:49 h.
21
www.wikipedia.com.br, em: 16/08/20, às 14:46 h.
22 www.pinterest.com.br, em: 16/08/20, às 14:39 h.
13
Circe é a filha do titã Hélio com a ninfa Perseis. Primogênita, ela causa decepção
logo após o nascimento: a garota não parece ter herdado os poderes do pai Sol, muito
menos a beleza sem igual de sua mãe.
Em meio aos salões repletos de divindades, Circe não se encaixa. Por isso, a deusa
começa a procurar companhia e amor no mundo dos homens. Em nome de uma paixão
avassaladora, Circe descobre que tem o poder da feitiçaria e acaba realizando feitiços
irreparáveis, provocando assim o medo e a ira de titãs e deuses23.
Como castigo, ela é isolada na ilha de Eena, onde deve viver exilada para o resto da
sua eternidade imortal. É nesse momento que Circe se descobre como feiticeira e
mulher, se vendo finalmente livre do mundo divino que tanto a menosprezava24.
23
www.wikipedia.com.br, em: 16/08/20, às 14:50 h.
24
www.googleacademico.com.br, em: 16/08/20, às 14:47 h.
14
Para a Professora Keila Maria25 de Faria26 (FARIA, 2009: 2-3), “embora estivesse
imbricada à religião políade, a magia não era originária da Grécia, ou ao menos o termo,
não pertencia a esta civilização. A magia possivelmente é uma sobrevivência da religião
persa, entretanto, a prática da magia na Grécia parece reportar as épocas 3 bem
anteriores ao período clássico. O épico de Homero, Odisséia, que remonta ao segundo
milênio antes de Cristo (embora tenha sido composto somente no século VIII a.C),
relata no livro X a primeira operação mágica registrada em grego. (FARIA, 2009: 2-3),
O livro X narra a famosa magia da transmutação de Circe, que transformou os
companheiros de Odisseus em porcos. Entretanto, esse não constitui o único poder de
Circe, que tem habilidade com os elementos da natureza, enviando ventos favoráveis
para Odisseus navegar, pois a feiticeira possuía capacidade de interferir nos elementos
primordiais: água, terra, fogo e ar, além de interagir também com os mistérios da vida e
da morte (CANDIDO, 2002, p. 74), ressaltamos que Circe também era portadora dos
conhecimentos da necromancia, interagindo, portanto, com o mundo dos mortos
(HOMERO, Odisséia, X).”
25
https://docplayer.com.br/8237706-A-face-negra-de-medeia-uma-imagem-invertida-keila-maria-de-faria-keilamarieufg-hotmail-
com.html, em: 16q08/20, às 15:58h.
26
∗Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás. Professora substituta da Universidade Federal
de Goiás, campus Jataí.
15
Segundo o pesquisador Duggan Chthonio (CHTHONIO, 2010: 01) “Para
compreender o que eram e como funcionavam a magia e a bruxaria na antiga Grécia, é
necessário antes compreender o que tais termos significam.”
Chthonio (2010: 01) também complementa que: O termo bruxaria (witchcraft) como
se entende hoje é uma alusão à palavra anglo-saxônica para sábio wicce (lê-se witche)
cuja raiz também deu origem à palavra inglesa de mesmo significado wise, e por
conseguinte, witch (bruxo ou bruxa). Assim é igualmente em português, pois estudos
etimológicos exploram a possibilidade da palavra bruxaria ter-se derivado da expressão
latina plus scio (mais saber) que nos remete ao mesmo significado inglês. Por esta razão
podemos considerar que a bruxaria no sentido mais primitivo da palavra e menos
pejoativo seria a sabedoria popular e étnica cujo conhecimento nasceu de práticas
similares às do xamanismo com o intuito de complementar recursos ainda não
totalmente desenvolvidos em prol da comunidade.
Por sua vez, a magia é todo e qualquer ato de cunho religioso (rituais, preces,
encantamentos, sortilégios, talismãs, etc) que, aliado à sabedoria popular, promove
correlações entre ações ou elocuções em determinados eventos.
No entanto afirma Lévy-Bruhl27, (1910: 01) não apenas eventos de cunho mundano
como os mencionados por Otto eram alvo das práticas mágicas na antiguidade. O
Pensamento religioso primitivo caminhava por dois conceitos de realidade: A do mundo
físico onde viviam os homens e a do mundo espiritual onde estava tudo aquilo que não
podia ser visto a olho nu, mas que, no entanto, tinha absoluta influência nas vidas dos
homens. Em How NativesThink (Les Fonctions, 1910), Lévy-Bruhl escreve (1910: 01):
27
https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistalapip/Volume7_n1/Gerken.pdf, em: 16/08/20, às 15:54 h.
16
O homem primitivo, portanto, vive e age em um ambiente de
seres e objetos, os quais, além das propriedades que
nós reconhecemos possuírem, são dotados de atributos místicos.
Ele percebe que sua realidade objetiva se mescla com outra
realidade. Ele sente-se rodeado por uma infinidade de entidades
imperceptíveis, quase sempre invisíveis aos olhos e temíveis:
Freqüentemente as almas dos mortos o rodeiam, e ele sempre
está inserido em uma multidão de espíritos de personalidade
mais ou menos definida.
Isso fez com que o pensamento mágico jamais saísse de cena, mesmo em sociedades
já organizadas politicamente e bem estruturadas tecnologicamente como é caso da
Grécia do período clássico. (BRUHL, 1910: 01) Mesmo entre grandes filósofos e
pensadores como Platão, por exemplo, que não era favorável à prática da magia, a
existência dela permaneceu evidente e até certo ponto, temido. (BRUHL, 1910: 01) No
entanto, exatamente por ser a magia um fenômeno psíquico e muitas vezes sem
explicação lógica coesa, sua marginalidade seria um destino certo. Mesmo que muitos
não creiam na eficácia da magia, o impacto psicológico que os atos mágicos causaram
desde as sociedades mais antigas fez com que ela permanecesse viva até os dias de hoje,
sendo motivo de terror para alguns e objeto de estudo para outros. (BRUHL, 1910: 01)
Na Grécia antiga, em um período que se estende desde antes da época helenística até
a Idade média, artefatos arqueológicos evidenciam a prática da magia e deixam muito
claro como e para quais fins ela era utilizada pelos helenos, sendo que um dos métodos
mais significantes adotado por eles era o das tábuas de imprecações, as
katadesmoi (Κατάδεσμοι). (BRUHL, 1910: 01) Tais tábuas eram pequenas placas de
metal (ou chumbo ou bronze) em que eram feiras inscrições para o favorecimento dos
17
negócios, ações judiciais, vingança ou amor. Trechos ou versos de hinos também eram
utilizados na composição de encantamentos de cura de enfermidades, alívio de dores,
domação de animais, controle de eventos naturais como chuvas, vendavais, cheias de
rios e até mesmo para afugentar ou atrair espíritos, tanto os da natureza quanto os de
pessoas mortas. A feitura de talismãs em pedras entalhadas, ossos, argila e metais
nobres também era comum. (BRUHL, 1910: 01)
VI século d.C
Alto Egito
28
(Fonte: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 15:00 h
29 (Fonte: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 15:01h
30
Idem Ibidem, p. 18.
18
(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:39 h
Outro artefato mais antigo de sabida utilização pelos gregos especialmente para
defesa contra forças do mal, e que datam pelo menos do século IV AEC, são as
kolossoi, pequenas efigies normalmente confeccionadas em bronze ou chumbo, mas que
há evidências de kolossoi feitas em argila, metais preciosos, madeira, cera e até mesmo
feitas com terra de sepulturas. Essas boneca eram representadas quase sempre de
joelhos e com as mãos e os pés atados, e uma quantidade de espetos tb de metal as
perfuravam em partes específicas do corpo de acordo a intenção do praticante.
Normalmente nos olhos, boca, genitália e membros tanto superiores quanto
inferiores. Elas eram mais freqüentemente encontrados em túmulos, santuários, corpos
de água, leitos de rios, esgotos, e também em uma casa helenística em Delos31.
31
Créditos: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 15:05 h
19
caso de saber-se ser um grupo de inimigos (normalmente outra tribo) ou grupo de
espíritos usava-se em número de três32.
Vimos, portanto, que há infinitos exemplos de como os atos e artefatos mágicos eram
aplicados na vida cotidiana dos gregos, diferindo apenas um “religioso” de um “bruxo”
o direcionamento de suas intenções diante da sociedade em um contexto muito mais
político do que moral, uma vez que suas preces eram recorridas aos mesmos Deuses,
seu modus operandi era praticamente o mesmo assim como os resultados obtidos. No
mais, o legado que a magia grega nos deixou é imenso, e ainda é até os dias de hoje um
prato bem servido de história, filosofia, matemática e arte.34
32
Créditos: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 15:05 h
33
Créditos: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 15:07 h
34
Idem Ibidem, p. 20.
35
https://pt.innerself.com/content/personal/relationships/couples/sexuality/17356-spells-charms-erotic-dolls-and-love-magic-in-the-
ancient-mediterranean.html, em: 16/08/20, às 16:03h.
36
Marguerite Johnson, professora de clássicos, University of Newcastle.
20
gregos e romanos. Hoje, no entanto, a magia é uma área
legítima de investigação acadêmica, fornecendo insights sobre
sistemas de crença antigos, bem como práticas culturais e
sociais.
37
https://pt.innerself.com/content/personal/relationships/couples/sexuality/17356-spells-charms-erotic-dolls-and-love-magic-in-the-
ancient-mediterranean.html, em: 16/08/20, às 16:04h.
21
Magias antigas eram freqüentemente violentas, brutais e sem qualquer senso de cautela
ou remorso. No feitiço que vem com a Boneca do Louvre (JOHNSON, 2019: 01), a
linguagem é ao mesmo tempo assustadora e repulsiva em um contexto moderno.38
38
https://pt.innerself.com/content/personal/relationships/couples/sexuality/17356-spells-charms-erotic-dolls-and-love-magic-in-the-
ancient-mediterranean.html, em: 16/08/20, às 16:05h.
22
(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:40 h
Curse Tablet encontrados em Londres. A inscrição lê: "Eu amaldiçôo Tretia Maria e
sua vida e mente e memória e fígado e os pulmões misturados juntos, e as suas
palavras, pensamentos e memória; portanto, pode ela ser incapaz de falar coisas que
estão escondidas, nem ser capaz39." (Tradução: British Museum)
Tamanho: 745 × 600 pixels. Outras resoluções: 298 × 240 pixels | 597 × 480
pixels | 954 × 768 pixels | 1,273 × 1,024 pixels | 1,905 × 1,533 pixels.
Arquivo original (1,905 × 1,533 pixels, Tamanho do arquivo: 548 KB, MIME
type: image/jpeg)
39
www.britishmuseum.org.br, em: 16/08/20, às 15:13 h.
40
(Fonte: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 16:12 h
23
De acordo com o professor Walter Burkert41 (BURKERT, 1992: 01) A prática, bem
conhecida em toda a antiguidade, era fazer uma imagem da pessoa a ser prejudicada
pela ira dos espíritos dos mortos e enterrá-la em um túmulo. Dessa maneira, o inimigo
pessoal foi vítima dos mortos e dos deuses do submundo. Tal estatueta da era Periclean
foi encontrada no cemitério Kerameikos em Atenas. (BURKERT, 1992: 01) E a mesma
prática foi empregada pelas bruxas babilônicas. “Assim, a pessoa doente reclama:
“Você entregou estatuetas minhas a um cadáver”, “minha imagem foi colocada em uma
tumba”; “Se as figuras de um homem foram confiadas a um morto atrás dele”, o homem
experimentará uma perda de vitalidade.42” Os contra-feitiços mágicos estão acima de
tudo na coleção Maqlû43 (4.27-47). (BURKERT, 1992: 01)
Fig. 1: Kolossos (boneco de vodu) em seu recipiente. Muitas vezes, o contêiner era
inscrito, por dentro ou por fora, com nomes, feitiços, faixas e / ou figuras encadernadas.
41
https://www.edusp.com.br/livros/antigos-cultos-de-misterio/, em: 16/08/20, às 16:07h.
42
Idem Ibidem, p.24
43
Ver em: BURKERT, Walter. Antigos Cultos de Mistério, Edusp, São Paulo: 1992.
24
De uma sepultura em Kerameikos, Atenas Grécia. Agora, nos museus Royaux d'Art et
d'Historie, Bruxelas44.
Esta antiga maldição é um dos mais antigos documentos gregos em papiro do Egito.
Com data do século IV a.C., é originário da comunidade de gregos jônicos estabelecida
em Mênfis, no Baixo Egito. A cultura grega passou a ser dominante em Mênfis,
especialmente depois de 332 a.C., quando Alexandre, o Grande foi coroado faraó no
templo do deus Ptah. No documento, Ártemis, de quem quase nada se sabe, apela para o
deus greco-egípcio Seráfis punir o pai de sua filha por privar a criança dos ritos
funerários e negar-lhe um enterro. Seráfis foi identificado com o touro mumificado
Ápis, considerado uma manifestação de Ptah, e com o deus egípcio Osíris.46 Por
vingança, Ártemis exige que o homem - cujo nome não é mencionado no texto - seja
privado de ritos funerários semelhantes para seus pais e ele próprio. Suas palavras
drásticas são um exemplo notável da grande importância da tradição dos ritos funerários
gregos e egípcios.47 O papiro pertence à coleção de papiros da Biblioteca Nacional
Austríaca, que foi montada no século XIX pelo arquiduque Rainer48. Em 1899 a coleção
foi doada ao imperador Franz Joseph I, que a tornou parte da coleção da Hofbibliothek
(Biblioteca Imperial), de Viena. Uma das maiores coleções do gênero no mundo, a
Coleção de Papiros49 (Coleção Erzherzog Rainer) foi inscrita no Registro da Memória
do Mundo da UNESCO em 200150.
44
Créditos: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 15:20 h
45
Créditos: Instituto Arqueológico Alemão, em: 16/08/20, às 15:21 h
46
www.wikipedia.com.br, em: 16/08/20, às 15:23 h.
47
www.britishmuseum.org.br,em: 16/08/20, às 15:24 h.
48
www.pinterest.com.br em: 16/08/20, às 15:28 h.
49
Fonte: Coleção Erzherzog Rainer, em: 16/08/20, às 15:26 h.
50
www.googleacademico.com.br, em: 16/08/20, às 15:22 h.
25
(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 12:41 h
Idioma: Grego antigo (até 1453) Título no Idioma Original The Curse of Artemisia –
Fragment
51
(Foto: Instituto Arqueológico Alemão)16/08/20, às 15:29 h
26
Bibliografia:
Eidinow, E., Oráculos, Curses e Risco Entre os gregos antigos , Oxford: Oxford
University Press, 2007.
Graf, Fritz. "Die Religion der Romer: Eine Einführung; magia no mundo romano:
pagãos, judeus e cristãos". The Journal of Religion 83 (2003): 496-9.
27
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Kotansky, Roy, gregos mágicas Amuletos: o inscrito ouro, prata, cobre e bronze
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5 . Contém textos latinos de todos conhecidos, tablets maldição legíveis a partir de
2008, com referências para cada um.
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hEc/s1600-h/Imagem+2.jpg, em: 15/07/20, às 21:19 h.
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amaldicoadas-de-2500-anos-sao-descobertas-em-cemiterio-grego.html, em: 15/07/20, às
20:56h.
https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistalapip/Volume7_n1/Gerken.pdf,
em: 16/08/20, às 15:55h.
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keila-maria-de-faria-keilamarieufg-hotmail-com.html, em: 16/08/20, às 15:58h.
https://pt.innerself.com/content/personal/relationships/couples/sexuality/17356-spells-
charms-erotic-dolls-and-love-magic-in-the-ancient-mediterranean.html, em: 16/08/20,
às 16:05h.
1
https://www.edusp.com.br/livros/antigos-cultos-de-misterio/, em: 16/08/20, às 16:08h.
29
Entre Egípcios e Gregos
A Religião e a Magia na Atenas Clássica
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em: 16/09/20, às 17:09 h
ESSA DEUSA CTÔNICA ERA INVOCADA PELOS MAGOS
NAS LÂMINAS DE CHUMBO DOS KATADESMOI, ASSIM
COMO SETH TYPHON, HÉKATE, SABAZIOS ENTRE
OUTROS.
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em: 16/09/20, às 17:14 h
DEUSES DA CURA
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em: 16/09/20, às 22:04 h
❖ KATADESMOS – KATADU – KATADESMOI
❖ OBJETIVOS:
❖ ENTERRAR O RIVAL NAS PROFUNDEZAS
❖ AFUNDAR
❖ CONGELAR
❖ PARALISAR
❖ AMARRAR
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em: 16/09/20, às 17: 44 h
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em: 16/09/20, às 21:12 h
SETH TYPHON
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em: 16/09/20, às 21:35 h
“Neste feitiço, Typhon está associado à consPractices in the Graeco-
Egyptian Papyri (PGM) edited by Sabina Crippa and Emanuele M.
Ciampini telação da Ursa Maior, que em egípcio antigo é chamado
msxtyw, 'adze', ou xpS, 'perna dianteira'; representa Seth no Céu do
Norte e Plutarco o associa a Tifão (Plutarco, De Iside et Osiride, c. 13;
te Velde 1977, 86 e seguintes). A gordura e os cabelos de uma nádega
preta que estão listados no texto junto com os de outros animais (cabra
e touro) são, portanto, geralmente designados como símbolos
Sethianos. No entanto, há evidências de outros feitiços da mesma
coleção mencionando a constelação da Ursa Maior, onde não há
menção de Set, Typhon ou do burro; portanto, talvez devamos
interpretar tal menção de partes de burro como um material ritual,
que não está jogando qualquer papel mais específico quando
comparado aos outros ingredientes animais ou vegetais mencionados
no feitiço”(CRIPPA; CIAMPINI, 2017:91)
Documentação epigráfica do período
O Mediterrâneo Antigo:
Ritos, Poder e Magia na Pólis
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/6023114469399407
E-mail:
amandahutflesz@yahoo.com.br
professora_amandahutflesz@hotmail.com
Tema
O tema sobre religiosidade mantém-se atual e detém amplo
espaço nos congressos, simpósios e publicações. Na atualidade, a
sociedade do espetáculo nos traz através das mídias as notícias de
conflitos de base religiosa. O tema remete a teoria da secularização
no qual Peter Berger na obra O Dossel Sagrado (1970) ao
argumentar que a chegada da modernidade entraria em processo
de gradual desaparecimento do interesse pelas crenças mágico-
religiosas e o contato com o divino. (BERGER, 2001: 10)
Grécia: Filosofia e democracia
BÊNDIS:
UMA DEUSA RECÉM INCORPORAVA AO PANTEÃO GREGO. ESSA DEUSA É
PROVENIENTE DA TRÁCIA. CITADA POR PLATÃO EM SUA OBRA: REPÚBLICA
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em: 16/09/20, às 17:09 h
PERSÉFONE
PERSÉFONE:
ESSA DEUSA CTÔNICA ERA INVOCADA PELOS MAGOS NAS LÂMINAS DE CHUMBO DOS
KATADESMOI, ASSIM COMO SETH TYPHON, HÉKATE, SABAZIOS ENTRE OUTROS.
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em: 16/09/20, às 17:14 h
KATADESMOS – KATADU –
KATADESMOI
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em: 16/09/20, às 22:04 h
SERÁPIS
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em: 16/09/20, às 22:05 h
“
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em: 16/09/20, às 18:06 h
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em: 16/09/20, às 21:56 h
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A MAGIA É A ARTE DE PRODUZIR, POR MEIO DE PROCESSOS
OCULTOS, FENÔMENOS QUE ROMPEM COM O CURSO ORDINÁRIO DA
NATUREZA. ELA REVELA O DESEJO DE AGIR SOBRE O QUE ESTÁ ALÉM
DO HOMEM, MEDIANTE A CRENÇA NA PERMEABILIDADE QUE AS
COISAS OFERECEM AO SEU PODER, AFIRMA MARIA REGINA CANDIDO
(2017)
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em: 16/09/20, às 20:57 h
DEFÍXIO É O NOME LATINO Imagem: www.pt.wikipedia.org
em: 16/09/20, às 21:12 h
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em: 16/09/20, às 21:35 h
Languages, Objects, and the Transmission of the Rituals An Interdisciplinary Analysis
on Ritual Practices in the Graeco-Egyptian Papyri (PGM) edited by Sabina Crippa and
Emanuele M. Ciampini The Donkey in the Graeco-Egyptian Papyri Rita Lucarelli (Berkeley,
University of California, USA )
Texto #02
Considerações Finais
1
era algo acessível apenas aos Faraós (Antigo Império), e somente com o passar dos
séculos essa prática se estendeu a outras camadas sociais. Complementando ainda que,
no Egito, apenas os cidadãos os quais que possuíam uma situação financeira próspera
poderia arcar com tamanha despesa, pois os gastos que eram elevados, mas esse era o
preço a ser pago pela família que almejava proporcionar ao morto uma vida boa e
tranqüila no outro mundo.
O custo de se embalsamar e de mumificar uma pessoa eram alto. Sem
mencionarmos todas as grandes quantidades de oferendas comumente depositadas na
tumba do falecido pelos seus familiares ou funcionários. Inclusive, no final da XVII e
início da XVIII dinastia, além de todos os ritos egípcios para livrar os mortos do mal
durante a viagem ao Duat, esses ainda poderiam receber um auxílio extra chamado de
Livro dos Mortos (vendido pelos Sacerdotes de Amon por grandes quantias). O povo e
a elite faraônica acreditavam que este livro guiaria o defunto através da escuridão da
morte e ensinaria a ele todas as fórmulas Mágico-Rituais que o conduziriam de maneira
segura através do melhor caminho até que encontrasse o deus Osíris e fosse finalmente
julgado por todas as suas ações em vida. Não observamos relatos desta crença de que
havia algum Livro dos Mortos na Grécia Antiga (ou algo parecido), nem mesmo sobre a
concepção grega de um julgamento das ações do defunto do Pós-Vida diante dos
deuses.
Na Antiga Grécia, (séculos II ao X a.C) não encontramos registros de práticas de
embalsamamento nem de processos de mumificação neste período, o que ocorria já no
Período Romano. Mas, os gregos realizavam em suas casas, à noite, uma cerimônia
póstuma que durava cerca de três dias. Após esse ritual, ou cremavam (nas piras) ou
enterravam seus mortos, e colocavam em suas mãos uma moeda de prata, que serviria
de pagamento ao Caronte. Espécie de condutor de almas, o Barqueiro Infernal que
conduzia os mortos ao Hades, o inferno grego.
A cremação do defunto ocorria, em geral, de acordo com a vontade da pessoa que
deixava escrito isso em vida ou da família, sem necessariamente extrair seus órgãos
durante a preparação do corpo do morto (como no Egito). Mas o corpo deste precisava
também ser “purificado”, lavado, perfumado e vestido para ser exposto pela família
dentro de sua casa durante o velório. Preces e orações também eram proferidas em favor
da alma do falecido. E esses recebiam oferendas funerárias dos seus parentes assim
como no Egito.
2
Já no Antigo Egito, os faraós construíram grandes tumbas que eram as pirâmides, e
eram depositados em sarcófagos após deixarem este mundo. Os mortos eram sepultados
com diversos objetos que poderiam ser úteis a eles no além. Jóias, roupa, maquiagens,
animais, até mesmo escravos. Estes eram apenas alguns dos itens depositados no
túmulo em homenagem ao defunto.
Para a elite egípcia e para a elite grega (final do século V a.C), era muito importante
exibir sua riqueza e prosperidade no momento de enterrar seus mortos. Isso denotava
poder e Status social diante da população. E quanto mais riqueza possuísse a família,
mais grandiosa seria a cerimônia funerária e melhores seriam as oferendas que o morto
receberia em sua tumba para auxiliá-lo em sua viagem rumo à eternidade. Em ambas a
cultura vê-se que, preparar o falecido para a vida no além era função essencial de seus
parentes mais próximos (as mulheres na Grécia e sacerdotes no Egito). E deixar de zelar
por essa preparação póstuma, era considerado pela sociedade algo absurdo e
irresponsável, que inclusive poderia atrapalhar o finado chegar ao local que era agora
seu último e derradeiro destino. Preparar o morto deixando-lhe provisões de comida,
bebida, perfumes, até mesmo livros que eram como guias funerários, pois agora tudo
isso era fundamental ao bem-estar deste. Mas não eram apenas as oferendas que
abririam os caminhos e que proporcionariam a eles paz e alegria no além. Tanto na
Grécia quanto no Egito, os rituais fúnebres precisavam existir e seguir certas regras
sociais, as quais variavam de cidade para cidade, de período para período, e de poder
aquisitivo.
A família deveria cumprir todas as etapas dos ritos (os ritos que já descrevemos
acima), somente assim, eles poderiam viver tranqüilos de que, seus mortos não
voltariam do Hades no caso da crença grega, ou do Duat, na concepção dos egípcios
para atrapalhar suas vidas, assombrar seu sono e destruir suas colheitas.
3
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2006.
Autoria do curso: Prof.ª Amanda Martins Hutflesz;
Professora graduada em História, pela Universidade Católica de Petrópolis, sob o
Registro de Nº 45.612/59. Diploma registrado sob o Nº 20.138-414/11, de 13 de
Setembro de 2011.
Contato: amandahutflesz@yahoo.com.br
5
Imagem: Amanda M. Hutflesz
CURSO:
De acordo com José D’Assunção (BARROS, 2009): “A passagem da dinastia merovíngia para a
dinastia Carolíngia, através de Pepino, O Breve, é precisamente assinalada por uma aliança entre o
reino franco e o Papado, que ficou selada, simbolicamente, pela unção recebida por Pepino, pelas
mãos de Estevão II.” (BARROS, 2009: 57)
Vinte anos depois, Carlos Magno encetaria uma aliança similar com o Papa
Adriano I a partir de um intrincado contexto de alianças, aponta o professor José
D’Assunção (BARROS, 2009) e oposições que estão registrados em diversos anais
da época, como o Líber pontificalis. Fonte singular para uma compreensão dos
aspectos políticos e simbólicos envolvidos nesses acontecimentos é a Carta de
doação de Constantino, documento forjado nas oficinas do próprio papado de
Adriano I como se fosse uma antiga carta em que o Imperador Constantino havia
doado terras da Itália Central ao Papa Silvestre. Este documento (Apud BARROS,
2009) e a Carta de Pepino de 754, por ocasião da primeira aliança franca com a
Igreja Romana, ancoraram as assinaturas de um terceiro documento em que Carlos
Magno estabelecia a sua própria aliança com Adriano I. (BARROS, 2009: 57-58).
A partir daí andam juntos os dois projetos, o de expansão do Reino Franco e o de
universalismo espiritual da Igreja Romana sobre as populações cristãs do Ocidente
(BARROS, 2009), estabelecendo-se uma aliança que iria culminar com a coroação
imperial de Carlos Magno, no ano 800. (BARROS, 2009: 58)
2
“As guerras de Carlos Magno”, uma História que nos será contada pelo Historiador polonês E. A.
Kosminsky (KOSMINSKY, 1980) em sua obra História da Idade Média (1980).
O Estado franco atingiu o seu máximo poderio durante o reinado de Carlos Magno.
Todo o seu governo afirma o autor (Apud KOSMINSKY, 1980) transcorreu em
guerra. Não retrocedia ante os malogros passageiros e foi empreendendo novas e
novas campanhas para subjugar as tribos ainda não submetidas. Carlos Magno
participou pessoalmente de 30 campanhas. (KOSMINSKY, 1980: 25)
Afirma Kosmimnsky que (KOSMINSKY, 1980) “Carlos Magno reiniciou a guerra contra os
lombardos e conquistou suas terras. Desse modo, a maior parte da Itália foi anexada aos domínios
francos.” E mais além, “que, para quebrar a resistência dos saxões, estabeleceu leis bastante duras.
Considerando crime, não somente a luta contra o povo franco, mas qualquer afronta à religião
cristã. Aqueles que cultuassem deuses de origem saxônica ou deixassem de exercer os rituais
cristãos eram punidos. A morte vinha de encontro até mesmo para aqueles que comiam carne nos
dias considerados sagrados. Carlos Magno chegou mesmo a ordenar a morte de 4.500 saxões por
terem descumprido suas leis. (Apud KOSMINSKY, 1980: 26)
“Carlos Magno distribuía benefícios entre seus vassalos” diz o autor (1980) e ainda “exigia deles
não somente participação pessoal nas expedições militares, mas também, a apresentação de homens
armados. O vassalo era dono de suas terras mediante a condição de prestar o serviço militar. Tinham
a obrigação de apresentar-se junto com os seus senhores para ir à guerra.” (KOSMINSKY, 1980:
28)
No trecho a seguir, segue uma síntese onde, o professor Barros (BARROS, 2006) em seu ponto de
vista esclarece: “De fato, o complicado panorama das relações entre a Igreja (poder secular) e os
diversos poderes imperiais (poder temporal) nos muitos territórios europeus, mostravam desde o
início do século XI uma situação pouco favorável para a Igreja. Na França, os primeiros reis
Capetos – (BARROS, 2006) de modo a obter renda as quais se faziam de suma importância para os
cofres régios – haviam tomado o hábito de vender pelos melhores preços, afirma Barros (2006) os
cargos eclesiásticos reais que estavam sob seu poder, e constantemente utilizavam seu prestígio e
posição para que os candidatos episcopais de sua preferência fossem admitidos no clero.” (Apud
BARROS, 2006: 51)
E prossegue o professor José D’Assunção Barros em sua análise (2006) “As paróquias que estavam
localizadas próximas de seus senhorios, (2006) tinham por princípio exigir do povo, um juramento
4
de fidelidade, e além disso, tomavam parte nas das rendas e dízimas por elas recebidas, o que
denotava um panorama tipicamente feudal. O quadro geral, portanto, era em todos os níveis, uma
confusa relação entre o cargo eclesiástico e o benefício imperial, fosse este ofertado ao merecedor
pelo Imperador, pelo rei ou mesmo pelo grande senhor.”(BARROS, 2006: 52)
O autor do artigo José D’Assunção Barros, (BARROS, 2006) em sua obra demonstra que:
Observaremos pois, mais esta profícua contribuição acadêmica pertinente ao assunto abordado no
texto, que nos traz aqui, por meio de seus escritos (2009), o professor da UFMG Leandro Duarte
Rust, especialista e medievalista:
Indica Leandro Rust (RUST, 2009) as quais “muitas das ideias presentes neste trabalho sobre a
Reforma Gregoriana tem sido, desde então, tratados pelos estudiosos ora como pressupostos
consensuais, ora como evidências empíricas imediatas.” (RUST, 2009: 136)
5
A perspectiva interpretativa proposta por Fliche (Apud RUST, 2009) pode ser
assim sintetizada: O amplo movimento de restabelecimento do poder papal
ocorrido a partir de 1049 – cujo ‘maior protagonista’ foi o Papa Gregório VII
(1073-1085) – foi uma ampla resposta às intermináveis ‘desordens’ que se
alastraram por toda a Cristandade em razão da ausência de um ‘Estado’ forte.
Segundo Fliche, (Apud RUST, 2009) o colapso do poder estatal carolíngio fez do
século X uma era de crise política, social e moral. Sem um poder central capaz de
impor um direito público que contivesse a incessante busca dos indivíduos pela
consecução de seus interesses particulares, a ‘anarquia feudal’ triunfou nas terras
ocidentais. Havia um vácuo deixado pela inexistência de uma autoridade imperial
ou régia capaz de se fazer obedecer foi ocupado por aristocracias locais. (FLICHE
Apud RUST, 2009: 137)
Nesse sentido, diz Fliche (FLICHE Apud RUST, 2009), o estabelecimento de uma
cúpula papal comprometida com a ‘reforma’ da ordem social tornou-se o nervo do
‘movimento gregoriano’. Este, por sua vez, galvanizava as contribuições de
movimentos reformadores anteriores, uma vez que, nas raízes das ideias partilhadas
por esse movimento, estavam as contribuições dos principais grupos integrantes da
ecclesia cristã da época: Os monges beneditinos, clunianenses sobretudo; os bispos
lotaríngios; os reformadores italianos. (FLICHE Apud RUST, 2009: 137)
Para o professor Leandro D. Rust (RUST, 2009) “tais grupos destacavam-se por partilharem de um
forte senso comum (FLICHE Apud RUST, 2009) de que era necessário empenhar energias para
libertar a igreja cristã da opressão e desordem impostas pelos laicos, em especial pelas aristocracias
feudais.” Ainda aponta o autor (RUST, 2009) que “tais círculos reformadores teriam fornecido os
homens que, a partir de 1049, controlaram o Papado, e tiveram em Gregório VII seu maior porta-
voz.”. Portanto, continua Leandro Duarte (2009), “foi sob nesse contexto que, toda vez que o
denominado partido gregoriano proferia palavras de ordem como libertas ecclesiae (liberdade da
igreja), (Apud RUST, 2009) muito mais ficava subentendido, já que os postulados defendidos por
tal partido resumiam longos costumes intelectuais na forma de um grandioso projeto para regrar a
vida coletiva.” (RUST, 2009) E complementa autor (2009) “Suas ideias configuravam um modelo
social, o qual defendia e implantava a liderança eclesial reclamada pelo Papado no século XI”.
(Apud RUST, 2009: 137)
De acordo com a fundamentação teórica do professor José D’Assunção (BARROS, 2006) sobre a
Reforma Gregoriana, depreende-se de seu artigo que:
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E, continua o autor (BARROS, 2006) a discorrer sobre o assunto. Vejamos nas palavras de Barros
(2006) que: “Todos os cargos eclesiásticos e não apenas o Sumo Pontificado, deveriam ser
escolhidos na própria alçada da Igreja, e não impostos por interesses políticos ligados aos poderes
temporais.” (BARROS, 2006: 52)
“Para levar adiante a reforma”, corrobora Rust (2009), “o Papado necessitou elevar uma Igreja
Cristã envolta em burocracia e uniformizada, tal qual uma pirâmide em cujo ápice, (2009) achava-
se a Cúria Romana, suprema e hierocrática. (2009) Uma situação que culminou em consequências
de outra ordem, pois afinal, tal centralização foi necessária para emancipar a Igreja da influência
laica, de nobres, reis e sobretudo, da coroa imperial.” (RUST, 2009).
“Foi preciso afirmar a autonomia e o caráter inviolável dos bens”, sintetisa o medievalista e
professor da UFMG Leandro Duarte Rust (RUST, 2009) no trecho que segue:
Ao mesmo tempo, percebia que era preciso que o Papado (Apud BARROS, 2006)
retomasse claramente a ideia de que era o Sumo Pontífice o líder máximo da
Cristandade, acima de Imperadores e reis. Em função desta última preocupação,
deve ser entendida a sua preocupação em reformular toda a imagística do Papado,
apropriando-se, inclusive, de símbolos e imagens do poder imperial. Com a
utilização do gorro branco que simbolizava o regnum, afirmava-se agora como um
senhor temporal percorrendo o caminho inverso de imperadores, desde Carlos
Magno, procuravam afirmar também a sua imagem de senhores espirituais da
Cristandade. (BARROS, 2006: 52)
O Papa não pode ser julgado por ninguém, (Apud BARROS, 2006) a Igreja
Romana nunca errou e nunca errará até o final dos tempos; A Igreja Romana foi
fundada apenas por Cristo, só o Papa pode depor e empossar bispos. Só ele pode
convocar assembleias eclesiásticas e autorizar a Lei Canônica; só ele pode revisar
seus julgamentos; só ele pode usar a insígnia imperial; pode depor imperadores,
pode absolver vassalos de seus deveres de obediência; todos os príncipes devem
beijar seus pés. (SOUTHERN Apud BARROS, 2006: 53)
O historiador José D’Assunçao Barros ressalta em seu artigo (2006) que “Como grandioso
reformador e um homem que tinha consciência das mudanças ocorridas em seu tempo, Gregório
VII conseguiu perceber que a possibilidades e a sobrevivência da expansão da Igreja enquanto uma
instituição sagrada, requeriam resoluções sérias no sentido de solucionar algumas questões cruciais
(BARROS, 2006), e a primeira delas encontrava-se relacionada precisamente a uma urgência em se
consolidar a autonomia da Igreja em relação ao Império ou a qualquer outro poder temporal.”
(BARROS, 2006: 52)
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Referências Bibliográficas:
SITE: A Santa Sé
LINK: http://w2.vatican.va/content/vatican/pt.html
DATA: 18/01/19
HORÁRIO: 11:22 Hs
Papa Adriano I
INÍCIO
1,9.II.772
PONTIFICADO
FIM DO
25.XII.795
PONTIFICADO
NASCIMENTO Romano
INÍCIO
26.III.752
PONTIFICADO
FIM DO
26.IV.757
PONTIFICADO
NASCIMENTO Romano
2
INÍCIO
19,20.XII.1187
PONTIFICADO
FIM DO
...III.1191
PONTIFICADO
NOME
Paulo Scolari
NASCIMENTO
NASCIMENTO Romano
INÍCIO
22.IV,30.VI.1073
PONTIFICADO
FIM DO
25.V.1085
PONTIFICADO
NOME
Ildebrando
NASCIMENTO
NASCIMENTO Tuscia
3
INÍCIO
2,12.III.1939
PONTIFICADO
FIM DO
9.X.1958
PONTIFICADO
NOME
Eugenio Pacelli
NASCIMENTO
NASCIMENTO Romano
SITE WEB http://w2.vatican.va/content/pius-xii/pt.html
INÍCIO
16,22.X.1978
PONTIFICADO
FIM DO
2.IV.2005
PONTIFICADO
NOME
Karol Wojtyła
NASCIMENTO
NASCIMENTO Wadowice (Cracóvia)
SITE WEB http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/index_po.htm
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INÍCIO
19,24.IV.2005
PONTIFICADO
FIM DO
28.II.2013
PONTIFICADO
NOME
Joseph Ratzinger
NASCIMENTO
NASCIMENTO Marktl am Inn (Baviera)
SITE WEB http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/index_po.htm
Papa Francisco
266º Papa da Igreja Católica
INÍCIO
13,19.III.2013
PONTIFICADO
NOME
Jorge Mario Bergoglio
NASCIMENTO
NASCIMENTO Buenos Aires (Argentina)
SITE WEB http://w2.vatican.va/content/francesco/pt.html