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Filofos Pré - Socráticos
Filofos Pré - Socráticos
Filofos Pré - Socráticos
Os gregos cultuavam uma série de deuses (Zeus, Hera, Ares, Atena etc), além
de heróis e semideuses (Teseu, Hércules, Perseu etc). Relatando a vida desses
deuses e heróis e seu envolvimento com os homens, os gregos criaram uma rica
mitologia, isto é um conjunto de lendas e crenças que, de modo simbólico,
fornecem explicações para a realidade universal. Integra a mitologia grega
grande número de relatos maravilhosos e de lendas que inspiraram e ainda
inspiram diversas obras artísticas ocidentais.
O mito de Édipo, rico em significados, é um exemplo disso. Na Antiguidade, ele
foi utilizado pelo dramaturgo Sófocles (496-406 a. C.), na tragédia Édipo rei, para
uma reflexão sobre as questões da culpa e da responsabilidade dos homens
perante as normas e tabus (comportamento que, dentro dos costumes de uma
comunidade, é considerado nocivo e perigoso, sendo por isso proibido a seus
membros). Damos em seguida um resumo desse relato mítico.
1.1.2 A saga de Édipo
Laio, rei da cidade de Tebas e casado com a bela Jocasta, foi advertido pelo o
oráculo (resposta que os deuses davam a quem os consultavam) de que não
poderia gerar filhos. Se esse aviso fosse desobedecido, seria morto pelo próprio
filho e muitas outras desgraças surgiriam.
A princípio, Laio não acreditou no oráculo e teve um filho com Jocasta. Quando
a criança nasceu, porém arrependido e com medo da profecia, ordenou que o
recém-nascido fosse abandonado numa montanha, com os tornozelos furados,
amarrados por uma corda. O edema provocado pela ferida é a origem do nome
de Édipo, que significa "pés inchados". Mas o menino não morreu. Alguns
pastores o encontraram e o levaram ao rei de Corinto, Polibo, que o criou como
se fosse seu filho legítimo. Já adulto, Édipo ficou sabendo que era filho adotivo.
Surpreso, viajou em busca do oráculo de Delfos para conhecer o mistério de seu
destino. O oráculo revelou que seu destino era matar o próprio pai e se casar
com a própria mãe. Espantado com essa profecia, Édipo decidiu deixar Corinto
e Rumar em direção a Tebas. No decorrer da viagem encontrou-se com Laio. De
forma arrogante o rei ordenou-lhe que deixasse o caminho livre para sua
passagem. Édipo desobedeceu às ordens do desconhecido. Explodiu então uma
luta entre ambos, na qual Édipo matou Laio.
Sem saber quem tinha matado o próprio pai, Édipo prosseguiu sua viagem para
Tebas. No caminho deparou-se com a esfinge, um monstro metade leão, metade
mulher, que lançava enigmas aos viajantes e devorava quem não os decifrasse.
A esfinge atormentava os moradores de Tebas.
O enigma proposto pela Esfinge era o seguinte: "Qual o animal que de manhã
tem quatro pés, duas ao meio-dia e três à tarde?" Édipo respondeu: "é o homem.
Pois na manhã da vida (infância) engatinha com pés e mãos; ao meio-dia (na
fase adulta) que anda sobre 2 pés; e à tarde (velhice) necessitada das duas
pernas e do apoio de uma bengala".
Furiosa por ver o enigma resolvido, a esfinge se matou. O povo de Tebas saudou
Édipo como seu novo rei. Deram-lhe como esposa Jocasta, a viúva de Laio.
Ignorando tudo, Édipo casou-se com a própria mãe. Uma violenta peste abateu-
se então sobre a cidade. Consultado, o oráculo respondeu que a peste não
findaria até que o assassino de Laio fosse castigado. Ao longo das investigações
para descobrir o criminoso, a verdade foi esclarecida. Inconformado com o
destino, Édipo segou-se e Jocasta enforcou-se. Édipo deixou Tebas, partindo
para um exílio na cidade de Colona.
1.1.3 O complexo de Édipo
"Nem água nem algum dos elementos, mas alguma substância diferente,
limitada, é que dela nascem os céus e os mundos neles contidos" (Anaximandro)
"E assim como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos, da mesma maneira o
vento envolve todo o mundo" (Anaxímenes)
"Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo. O ser não é mais que vir-a-
ser" (Heráclito).
Nascido em Éfeso, cidade da região jônica, Heráclito é considerado um dos mais
importantes filósofos pré-socráticos. A data de seu nascimento e a de sua morte
não são conhecidas. Há referências históricas de que, por volta do ano 500 a.C.,
estava em plena "flor da idade".
Heráclito é considerado o primeiro grande representante do pensamento
dialético. Concebia a realidade do mundo como algo dinâmico, em permanente
transformação. Daí sua escola filosófica ser chamada de mobilista (de
movimento). Para ele, a vida era um fluxo constante, impulsionado pela luta de
forças contrárias: a ordem e a desordem, o bem e o mal, a justiça e a injustiça,
o racional e o irracional, a alegria e a tristeza etc. Assim, afirmava que "a luta
(guerra) é a mãe, rainha e princípio de todas as coisas". É pela luta das forças
opostas que o mundo se modifica e evolui.
Atribui-se a Heráclito frases marcantes de sentido simbólico, utilizadas para
ilustrar sua concepção sobre o fluxo e a movimentação das coisas, o constante
vir-a-ser, a eterna mudança, também chamada devir: "não podemos entrar duas
vezes no mesmo rio, pois suas águas se renovam a cada instante. Não tocamos
duas vezes o mesmo ser, pois este modifica continuamente sua condição".
Assim, Heráclito imaginava a realidade dinâmica do mundo sobre a forma de
fogo, como chamas vivas e eternas, governando o constante movimento dos
seres.