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Trabalho de Filosofia

Professora Adriana Campos

Aluno: José Expedito Caldeira Vilela


O trabalho e o consumo:

O mercado de trabalho pode ser avaliado segundo diversas variáveis, sendo que as principais
são: a taxa de desemprego ou desocupação, a renda média do trabalhador e a massa salarial.

O Brasil apresenta grandes variações no que diz respeito às taxas de desemprego e que
chegaram a um patamar preocupante no período da Pandemia da Covid-19, em especial entre
a segunda metade de 2020 e a primeira metade de 2021, atingindo patamares na casa de 15%.
No final de 2022 e início de 2023 este índice retornou para a faixa abaixo de 10%, situando-se
ao redor de 8,0%.

Outro indicador bastante importante e que impacta diretamente o desempenho do consumo


no país é a renda do trabalhador. O IBGE mensura esta renda média através da PNAD Contínua
Mensal e o que se pode perceber é que, ao longo dos últimos 8 anos, a renda média variou
muito pouco, permanecendo quase que estagnada entre o início de 2015 e o final de 2020.

Ao longo do segundo semestre de 2022 houve um ligeiro crescimento. No trimestre de Nov-


Dez-Jan de 2015 a renda média era de R$ 2.460,00 e no mesmo período de 2023 o valor foi de
R$ 3.201,00, ou seja, um crescimento de cerca de 30% para uma inflação de mais de 60% no
período. Estes valores apontam para a perda de poder aquisitivo da população.

Um indicador que também é bastante importante para o consumo e que decorre da renda
média e do número de pessoas empregadas é a Massa Salarial, que em outras palavras é o
montante de recursos disponíveis aos trabalhadores em determinado período.

No Brasil, o Universo de negócios é formado fundamentalmente por empresas de micro ou


pequeno porte. Do total de 20,84 milhões de empresas ativas no país em março de 2023,
57,8% são formadas pelas chamadas MEI – Microempresas Individuais – modalidade que
surgiu em 2008 e buscou formalizar trabalhadores que desempenhavam atividades
econômicas sem nenhum amparo legal ou segurança jurídica.

Em 2023, o valor máximo anual de faturamento de uma MEI é de R$ 81 mil, porém existe a
expectativa da votação de projeto de Lei que eleva este valor para R$ 130 mil anuais.

Quando observamos as demais 8,78 milhões de empresas não caracterizadas como MEI, 88,9%
são empresas de pequeno porte. A segmentação de empresas pelo porte pode ser feita
através de diversos critérios, sendo um dos mais utilizados o do BNDES – Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social. Neste caso, uma empresa de pequeno porte fatura
anualmente entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões. As de médio porte faturam entre R$ 4,8
milhões e R$ 300 milhões e as de grande porte acima de R$ 300 milhões.

Assim sendo, os pequenos negócios e os empreendedores dão contornos ao mercado de


trabalho no país.

O recuo na quantidade de empresas de comércio prende-se ao fato do baixo desempenho do


varejo e o consequente fechamento de lojas. Por outro lado, Serviços foi um setor de
crescimento puxado por alguns segmentos específicos, tais como, Saúde e Alimentação fora do
lar.

De toda sorte, em 2022, Comércio e Serviços representaram 81,2% das empresas formalmente
estabelecidas no país.

O trabalho na vida das pessoas e na sociedade:

O trabalho desempenha um papel fundamental na vida das pessoas e na sociedade como um


todo. Além de fornecer um meio de subsistência, também é uma fonte de realização pessoal e
profissional, contribuindo para a autoestima, a autoconfiança e a sensação de propósito.

Na sociedade, o trabalho é essencial para o desenvolvimento econômico e o crescimento


sustentável. Gera renda e riqueza, promove a distribuição de recursos e o aumento do bem-
estar social. Além disso, é responsável pela inovação e pelo avanço tecnológico, impulsionando
a competitividade e a produtividade.

No entanto, a importância do trabalho vai além do aspecto econômico. É uma forma de


contribuir para a sociedade, de criar valor e de fazer a diferença na vida das pessoas.

O trabalho na sociedade atual:

Trabalho como é tido na sociedade contemporânea é visto como dispendioso, como uma
forma de tortura, relacionado à subordinação. Porém, a autora recupera também as
concepções Marxistas acerca de trabalho, principalmente no que tange o sentido e o
significado de trabalho e de labor. A partir de Marx, uma versão de trabalho que dá
importância ao processo e à construção de uma produção, e não ao produto final apenas —
marco e falha ápice do sistema capital, que valoriza mais o produto final do que o processo de
produção realizado e o esforço do trabalhador.

Desta forma, as impressas pelo capitalismo na nossa sociedade, a medida que, alinhando e
comparando tais concepções aos ideais propostos por Marx, realiza denúncia à corrupção
desse sistema de exploração perversa da força de trabalho dos sujeitos sociais. As ideias
propostas por Marx frente às denúncias ao capital servem também como ponto de apoio e
combustível para a formação dos sindicatos, e os abastecem com ideais que reivindicam a
igualdade, justiça, e direitos aos trabalhadores explorados pelo sistema capital. Apesar de os
sindicatos terem papel fundamental na consolidação de direitos trabalhistas, existe uma
ameaça iminente contra os sindicatos na sociedade contemporânea, que visa seu extermínio.
Isso porque, principalmente no Brasil, com o sucateamento das políticas públicas e legislativas,
que ocorre à medida que o neoliberalismo ascende, os sindicatos perdem força e são atacados.
Além disso, as artimanhas e artifícios oriundos do sistema capital neoliberal, como a
uberização e virtualização do trabalho, apenas contribuem para a fragmentação dos
trabalhadores como classe, fomentando um pensamento e comportamento individualizantes e
segregantes.
Essas mudanças de mercado e as consequentes mudanças políticas aparecem como forma de
criar uma sustentação para o sistema capitalista que sempre esteve em ameaça de colapso,
tanto pela finitude dos recursos que consome, quanto pelo adoecimento e exaurir da força de
trabalho dos trabalhadores, o capitalismo impõe sua própria finitude. O liberalismo e o
neoliberalismo surgem como formas de dar sustentação ao sistema capital, e daí os diversos
artifícios de manutenção deste, como a uberização, pejotização, etc. que são, além de
estratégias de mercado, atitudes políticas que facilitam a perpetuação da classe dominante
exploratória, como, por exemplo, o sucateamento da CLT no governo Temer, que afrouxou a
legislação trabalhista de forma a propiciar maior exploração dos trabalhadores em prol do
benefício dos empregadores. É importante ressaltar ainda, que a faceta política que promove e
facilita a perda de direitos trabalhistas não é acidental nem coincidente, mas porque a
dominação política, principalmente em países em desenvolvimento como no Brasil, é de
pertencimento à uma classe elitista, dominante, que possui cor, gênero e status social, e que
age de forma a perpetuar seus interesses.

A uberização surge juntamente com o avanço das tecnologias da informação e da


virtualização, marcas do mundo contemporâneo que aprecio denominar de “cyber-
capitalismo”. No cyber-capitalismo, a uberização e a gamificação, a fragmentação das relações
de trabalho e os pressupostos individualistas, marcas do neoliberalismo, se expandem e se
potencializam. Isso ocorre a partir da necessidade, como com a pandemia, mas alguns estudos
demonstram que isso já vinha acontecendo e, a partir do avanço das tecnologias e da
automatização dos meios de trabalho, a tendência é que esta realidade prevaleça. As formas
de comunicação, interação e contato se virtualizam, assim como as relações de trabalho e as
relações interpessoais. A virtualização das relações tende à uma maior individualização, para
sujeitos mais autocentrados e “empreendedores” de si, desmoralizando o sentimento de
pertencimento à classe trabalhadora e alimentando as alegorias capitais contemporâneas.

Pensando nas ideias apresentadas, e pensando também na fragmentação de grupos e classes


que, perdidas no abismo cibernético se polarizam cada vez mais, é importante lembrar que os
meios digitais e virtuais fazem dos sujeitos vítimas ainda maiores da manipulação perversa de
grupos dominantes normativos que detém esse meio, como pode ser observado no material
construído por Bruno Cardoso, que discorre acerca das tecno políticas de vigilância. Analisando
todo este contexto, é preciso pensar na psicologia de forma crítica, alimentando as
possibilidades de intervenções críticas frente às instituições, na perspectiva de libertação. A
formação e perpetuação da pesquisa e análise crítica das instituições, assim como uma visão
mais social, histórica e cultural que visa superar as barreiras individualizantes que a clínica
muitas vezes carrega. É importante atentar ainda para a inclusão de perspectivas como da
clínica do trabalho e da saúde do trabalhador como pontos essenciais. Além disso, é preciso
também se atentar para a atuação política que o profissional da psicologia possui,
principalmente como concomitante à defesa dos direitos humanos. Uma visão crítica e social,
que vai de contramão a aspectos dominantes e psicologizantes é essencial para uma ‘práxis’
que visa a saúde coletiva e dos trabalhadores, a defesa de direitos humanos e a libertação.
Desafios das pessoas no mundo do trabalho:

O mundo do trabalho está cada vez mais desafiador, marcado pela exigência do mercado
competitivo em busca da produtividade, inovações tecnológicas que alteram
significativamente a organização de produção, do processo, requisitando do profissional novas
habilidades e que acompanhe as mudanças, se adequando às necessidades organizacionais.

Ao trabalhador é exigido polivalência, desenvolver aptidões, ser um profissional multitarefas,


executar várias funções ao mesmo tempo com eficiência, sendo estimulado a descobrir novas
demandas para assumir funções e, assim, mostrar seu “potencial”. Ele costuma ser cobrado a
administrar o tempo das atividades e suportar a pressão na execução do trabalho,
conquistando a confiança do empregador que cada vez mais lhe repassa novas
responsabilidades.

Com isso, o ambiente de trabalho se mostra mais dinâmico, competitivo, individualizado e


precarizado, atingindo as relações interpessoais, a família e, consequentemente, abalando a
saúde daquele que desenvolve a capacidade de dizer não às novas e consecutivas demandas
por receio de perder o emprego. Como resultado, a sobrecarga, que pode acarretar problemas
com estresse, depressão ou ansiedade, bem como passivo ao esgotamento físico e mental,
afetando substancialmente a qualidade de vida dentro ou fora do espaço ocupacional.

Tais situações podem fragilizar o trabalhador, que, muitas vezes, não sabe como lidar com as
pressões diárias e não tem com quem dividir as dificuldades enfrentadas no cotidiano
profissional, assim como refletir sobre os “sim” dado ao empregador para garantir o vínculo
empregatício.

Reestruturação produtiva e mudanças recentes no trabalho:

A reestruturação produtiva é um processo que envolve a reorganização das atividades


econômicas, a adoção de novas tecnologias e a reconfiguração das relações de trabalho. Ela
está intimamente ligada à globalização, uma vez que as empresas buscam se adaptar a um
ambiente econômico cada vez mais interconectado.

A reestruturação produtiva começou a se tornar mais evidente nas décadas de 1970 e 1980,
quando as empresas passaram a adotar tecnologias avançadas, como a automação e a
robótica, para aumentar a eficiência e a produtividade. Isso levou a mudanças significativas na
organização do trabalho e na produção.

As principais causas desse processo incluem a necessidade de competir em um mercado


globalizado, a pressão por redução de custos, o avanço tecnológico e a busca por flexibilidade
na produção. As empresas buscam adotar novas tecnologias e métodos de produção para se
manterem competitivas.

A reestruturação produtiva trouxe consequências significativas, como o aumento da


automação e a redução da demanda por mão de obra não qualificada, o que resultou em
desemprego e subemprego. Por outro lado, também levou à criação de empregos mais
especializados e à melhoria da produtividade.

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