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Resumo TCC

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RESUMO

A intervenção precoce (IP), realizada pelo psicólogo, visa trabalhar com a promoção e
prevenção de atrasos no desenvolvimento infantil, tendo como natureza terapêutica a
estimulação como forma de promover aquisição de habilidades identificadas como
atrasadas e/ou evitar o agravamento dos problemas já constatado no indivíduo. Sendo
assim, um dos maiores objetivos da IP é aproveitar a ‘janela de oportunidade’ decorrente
da neuroplasticidade cerebral para adquirir todos os domínios, cognitivo, social, emocional
e linguístico. Após o início da pandemia de covid-19, especificamente o isolamento social,
o aumento da procura por um diagnóstico que explicasse o atraso no desenvolvimento das
crianças, principalmente na fala, por pais, profissionais da área da saúde e educação; foi
possível observar a necessidade de um instrumento que auxiliasse na identificação de
quais funções e habilidades que o indivíduo ainda não adquiriu. Mediante a essa
problemática, e levando em consideração o contexto escolar, questionasse: “Como
pontuar tais atrasos dentro de sala de aula, sem utilizar de instrumentos extensos e que
necessitem de várias horas de aplicação e isolamento do indivíduo?”. Considerando essa
situação, este projeto tem por objetivo auxiliar no rastreio de atrasos por meio de um
instrumento de check-list. Para tanto, será utilizada a ferramenta correspondente à
metodologia ______________na elaboração do projeto.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

A COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia em março de 2020, tendo
como principal recomendação preventiva o isolamento social. Escolas foram fechadas
neste mesmo ano, retornando gradativamente de forma online e posteriormente de
forma hibrida, somente após quase dois anos, tivemos o retorno presencial. Considerando
as crianças de idade até 6 anos, onde o ambiente da pré-escola não tem como objetivo
principal a alfabetização, mas sim o cuidado, a estimulação e a aquisição de pré-requisitos
para a alfabetização, o autocuidado, autonomia, cooperação e aspectos psicossociais,
levando em conta sua individualidade e subjetividade; pode-se concluir que a modalidade
online ou até mesmo hibrida, dificultou a aquisição de tais habilidades.

A primeira infância é o momento de intenso desenvolvimento físico, psíquico e social do


ser humano. Elas aprendem a partir do contato com seus pares e com o mundo, é no
explorar e testar que proporcionamos experiências e trocas afetivas. É a partir deste
contato que a criança começa a compreender o seu contexto social, suas relações e seus
sentimentos, possibilitando o aprendizado de estratégias de resolução de problemas e
auxiliando na autonomia do indivíduo.

A partir do momento que escolas foram fechadas para acatar o distanciamento social, o
contato com seus pares e com outros ambientes limitaram o aprendizado. Considerando a
teoria de Piaget (1967) onde o conhecimento se produz a partir da ação do sujeito sobre o
meio em que vive, mesmo com o atendimento online, onde poderia proporcionar o
aprendizado de alguns requisitos específicos, outros que necessitam de imitação, como a
fala e a troca de olhares, ficam defasados, sendo única e exclusivamente responsabilidade
dos pais e cuidadores de estimular, por exemplo, tais quesitos. O que em muitas famílias,
não foi uma realidade possível, devido as demandas de trabalho, que também passaram a
ser home office.

Diante das circunstâncias, em minha atuação como psicóloga agindo na aplicação de


testes de rastreio para diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA); e na
estimulação precoce de crianças com atraso no desenvolvimento, na cidade de Maringá-
PR, foi notável a crescente procura por um diagnóstico que justificasse alguns sinais de
atraso, entre a população de 0 a 24 meses. Estes pais, encaminhados pela escola, com a
desconfiança de um possível diagnóstico de autismo, por meio dos atrasos observados em
sala, principalmente na comunicação e no contato visual, demonstra a necessidade de um
instrumento que auxilie os educadores a verificarem as habilidades pertencentes a cada
faixa etária, com uma aplicabilidade breve e sem necessidade de materiais específicos.

A partir de conversas com os pais, fica claro que o único instrumento utilizado pelos
educadores é a observação e a comparação com os demais alunos. As conversas
costumam ser informal, sem documentação de tais observações, não conseguindo passar
a esses responsáveis quais habilidades estão em atrasos e por vezes sendo descuidados e
“diagnosticando” as crianças com TEA ou Transtorno de déficit de atenção e
Hiperatividade (TDAH).

Visto esta necessidade iminente, proponho a criação de um check-list simplificado com as


habilidades necessárias da faixa etária dos 0 aos 24 meses, baseando-me nas teorias
desenvolvimentistas e em instrumentos de rastreio e triagem como o Denver II e o
Inventário Portage, focando em habilidades referentes ao quesito fala/comunicação.

O intuito do projeto é possibilitar que os educadores consigam, de forma facilitada,


identificar as habilidades ainda não adquiridas, sintetizar em um relatório para
encaminhamento à um profissional, criar um plano pedagógico diferenciado para
trabalhar tais habilidades dentro do contexto escolar e/ou ainda orientar os pais.

APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA


IDENTIFICADO

Mediante a procura de pais por um diagnóstico para os atrasos no desenvolvimento,


focando na faixa etária 0 à 24 meses, em clínica de psicologia, encaminhados por
profissionais da área da educação sem o suporte de relatório de análises; é perceptível a
necessidade de um instrumento breve que auxilie na comunicação entre os profissionais
para a compreensão da demanda encaminhada à clínica, e também que possibilite no
delineamento dos objetivos que podem ser trabalhados dentro de sala de aula e em
contexto familiar. Assim, proponho um instrumento simplificado onde os profissionais
poderiam estar aplicando em sala de aula, sem a necessidade de muitas horas de
aplicação e afastamento da criança do ambiente. É preciso salientar que tal instrumento,
em forma de check-list, tem como função de analisar algumas habilidades deficitárias em
destaque, principalmente a comunicação/fala, para auxiliar no encaminhamento e/ou
possibilitar trabalho mais intensificado em sala e/ou orientação parental, não tem por
objetivo diagnóstico e não tem valia como instrumento de avaliação psicológica.

Os primeiros anos de vida do ser humano é a base para o desenvolvimento pleno como
adulto. Essa fase é caracterizada pela aquisição progressiva de funções importantíssimas
como o controle postural, autonomia, comunicação, linguagem e interação social. (GAT,
2005). O afastamento de sua rotina, mediante ao isolamento social, dificultou na obtenção
de habilidades que seriam corriqueiras a faixa etária. Como defendem Pilz e Schermann
(2007), um ambiente não estimulador pode enfatizar o atraso no desenvolvimento, porém
esses atrasos podem ser reduzidos mediante a um ambiente permeado por estímulos e
apoio.

Durante minha atuação como psicóloga, fora perceptível o aumento de encaminhamentos


por parte da escola, sobretudo pós pandemia, porém, são raros os casos em que os pais
chegam com algum tipo de relatório ou documento que descrevam as queixas
apresentadas. Costumeiramente, as conversas são informais e na entrega da criança.
Durante as primeiras entrevistas, onde realizo o rastreio da queixa e de seus contextos, a
dificuldade em expressar os comportamentos e carências que o infante demonstra em sala
e a falta de parâmetros comparativos de comportamentos esperados na idade do filho,
mostra o quanto os pais ficam desorientados quanto ao motivo da procura do profissional.
Mesmo com a crescente multidisciplinariedade dos atendimentos, ainda encontro
resistência de algumas escolas para a orientação quanto a contestações realizadas acerca
do infante.

Logo, a utilização de um check-list que não necessite de materiais específicos ou um


ambiente totalmente controlado e de rápida aplicação; auxiliaria tanto a objetivar os
motivos do encaminhamento, quanto o esclarecimento de comportamentos que poderiam
ser melhores trabalhados dentro do contexto escolar e familiar. Além de oportunizar a
observação das habilidades já adquiridas e onde ela está tendo dificuldades.

Contudo, esse instrumento teria como característica o auxílio na comunicação, não


substituindo a importância de um relatório pedagógico ou reunião multidisciplinar para a
boa comunicação entre as áreas e assim proporcionar o melhor atendimento para o
cliente. Conforme Souza (2006), o diálogo investigativo não segue um roteiro fechado de
questões, este deve atuar no sentido de compreender melhor a natureza das dificuldades
enfrentadas pelas crianças e em que circunstancias elas aparecem. Busca-se ouvir as
queixas apresentadas pelos docentes, levantando indagações, tentando perceber e
valorizar os recursos e esforços empreendidos na solução do problema.

ALUNO:
DATA DE NASCIMENTO: IDADE:
DATA DA ANÁLISE: EDUCADOR:
COMUNICAÇÃO RECEPTIVA
AS
SIM NÃO VEZES OBS:.
VOLTA-SE PARA SONS (FONTE SONORA), SONS LÚDICOS E
PARA PESSOAS
OLHA PARA AS IMAGENS INDICADAS POR UM ADULTO EM
UM LIVRO

SEGUE UMA DISTÂNCIA PEQUENA PARA COLOCAR OBJETOS


(PEÇAS DE QUEBRA-CABEÇAS, OBJETOS EM RECIPIENTE).

OLHA QUANDO LHE MOSTRAM UM OBJETO


OLHA QUANDO CHAMADO PELO NOME
PEGA UM OBJETO LONGE DE SEU PONTO
OLHA, SORRI OU ALCANÇA EM RESPOSTA A BRINCADEIRAS
DE: CÓCEGAS E CADÊ. E DURANTE CANÇÕES
INTERROMPE AÇÕES EM RESPOSTA DE PALAVRAS COMO
"NÃO" E "PARA".
ENTREGA UM OBJETO QUANDO SOLICITADO (COM A MÃO
ESTENDIDA)
REALIZA UMA AÇÃO COMBINADAS COM PISTAS
GESTUAIS/VERBAIS. "VEM AQUI", "SENTA" OU "GUARDA".
COMUNICAÇÃO EXPRESSIVA
AS
SIM NÃO VEZES OBS:.
TENTA ALCANÇAR UM OBJETO QUE ESTA NA MÃO DO
ADULTO
VOCALIZA COM INTENÇÃO (DEVE TER CONTATO VISUAL)
"PEDE" AJUDA ENTREGANDO UM OBJETO. (NÃO PRECISA DE
FALA OU CONTATO VISUAL)
TOMA A VEZ VOCALIZANDO COM O PARCEIRO
EXPRIME RECUSA AFASTANDO UM OBJETO OU O
DEVOLVENDO
APONTA PARA PEDIR UM OBJETO PRÓXIMO E PARA UM
OBJETO DISTANTE.
ESTABELECE CONTATO VISUAL PARA PEDIR UM OBJETO
QUANDO O ADULTO O RETÉM
APONTA PARA ESCOLHER ENTRE DOIS OBJETOS PRÓXIMO E
PARA OBJETOS DISTANTES.
FAZ PEDIDOS INTENCIONAIS USANDO VOCALIZAÇÃO E
CONTATO VISUAL
VOCALIZA COM BALBUCIOS (MA-MA, BA-BA) NÃO PRECISA
SE APROXIMAR DE UMA PALAVRA
PRODUZ 5 OU MAIS CONSOANTES EM VOCALIZAÇÕES
ESPONTÂNEAS
PRODUZ BALBUCIOS DIFERENCIADOS (BA-BU, MA-VU).
COMPETÊNCIAS SOCIAIS
AS
SIM NÃO VEZES OBS:.

ACEITA BREVES ATIVIDADES SOCIAIS SENSORIAIS E O TOQUE


ALCANÇA, IMITA, ENTREGA UM OBJETO OU ITEM PARA
INICIAR OU CONTINUAR UMA ROTINA SOCIAL SENSORIAL
(CÓCEGAS)
SEGUE BREVEMENTE A OUTRA PESSOA COM CONTATO
VISUAL
RESPONDE A OBJETOS/ATIVIDADES PREFERIDOS COM O
OLHAR, ALCANCE, SORRISOS E MOVIMENTOS.
OBSERVA E INTERAGE COM UM ADULTO, O IMITANDO,
DURANTE UMA BRINCADEIRA
RESPONDE A CUMPRIMENTOS OLHANDO, VIRANDO,
FAZENDO GESTOU OU VOCALIZANDO
PARTILHA SORRISOS COM O PARCEIRO DE JOGO
IMITAÇÃO
AS
SIM NÃO VEZES OBS:.
IMITA DE 8 A 10 ESQUEMAS COM OBJETOS (BATER DOIS
OBJETOS, COLOCAR OBJETO EM RECIPIENTE, ETC)
IMITA 10 AÇÕES VISIVEIS DENTRO DE ROTINAS DE CANÇÕES
(EX. MEU PINTINHO AMARELINHO)
IMITA 6 AÇÕES INVISIVEIS NA CABEÇA OU FACE EM
CANÇÕES (MÚSICA CABEÇA, OMBRO, JOELHO E PÉ)
IMITA 6 AÇÕES ORO-FACIAIS (MOSTRAR LINGUA, VIBRAR A
LINGUA, ENCHER AS BOCHECHAS DE AR)
COGNIÇÃO
AS
SIM NÃO VEZES OBS:.
AGRUPA OBJETOS IDÊNTICOS
AGRUPA IMAGENS IDÊNTICAS
AGRUPA IMAGENS E OBJETOS
AGRUPA OBJETOS PELA COR
Outros pareceres:

Figura 1: Modelo de check-list

Fonte: o autor.

ANÁLISE DOS RESULTADOS PREVISTOS

Este projeto prevê a melhora na comunicação entre os profissionais da educação e da


psicologia, frente aos encaminhamentos por suspeita de atraso no desenvolvimento infantil
até os 24 meses. O instrumento desenvolvido melhoraria a compreensão das queixas acerca
dos comportamentos da criança; a objetivação no tratamento em clínica; orientar os docentes
e familiares quanto a estimulação das habilidades deficitárias; esclarecer a demanda para
assim auxiliar na elaboração de um relatório e criação de um plano pedagógico.
A equilibração das estruturas cognitivas: problema central do desenvolvimento. Rio de Janeiro,
Zahar, 1976 (b)

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