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Adaptação de Prótese Total Inferior Relato de Caso

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Relato de Caso

ADAPTAÇÃO DE PRÓTESE TOTAL INFERIOR: RELATO DE CASO


ADAPTATION OF LOWER COMPLETE PROSTHESIS: CASE REPORT

¹Samylly Ernanda Pimentel Tavares de Miranda ²Ylka Salvador Gonçalves ³Paulo Alecrim

¹Graduanda em Odontologia, Faculdade Maurício de Nassau (UNINASSAU) – Garanhuns, PE, Brasil.

² Graduanda em Odontologia, Faculdade Maurício de Nassau (UNINASSAU) – Garanhuns, PE, Brasil.

³Docente do curso de odontologia da faculdade Maurício de Nassau (UNINASSAU) – Garanhuns, PE, Brasil.

RESUMO
A prótese total é um dispositivo que repõe os dentes e o volume alveolar perdidos em
uma arcada. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 60% dos brasileiros com
idade entre 65 e 74 anos utilizam pelo menos uma prótese total. A prótese total possui
muitos objetivos, sendo eles, restabelecer a função mastigatória do paciente, a fonética,
estética funcional e a deglutição.¹ Com isso, concluímos que as reabilitações com
próteses totais são favoráveis, gerando resultados positivos ao usuário. Dessa forma,
esse trabalho tem como objetivo relatar o caso clínico de uma paciente de 63 anos que
foi reabilitada com prótese total inferior.
Descritores: Prótese total, reabilitação oral, relato de caso.

ABSTRACT
A complete denture is a device that replaces lost teeth and alveolar volume in an arch.
According to data from the Ministry of Health, around 60% of Brazilians aged between
65 and 74 use at least one complete prosthesis. Complete dentures have many
objectives, including reestablishing the patient's chewing function, phonetics, functional
aesthetics and swallowing. With this, we conclude that even if performed on a thin and
flaccid edge, rehabilitation with complete dentures is favorable, generating positive
results for the user. Therefore, this work aims to report the clinical case of a 63-year-old
patient who was rehabilitated with a lower complete prosthesis.
Descritores: Total prosthesis, oral rehabilitation, case report.

INTRODUÇÃO
As próteses totais tem como principais objetivos desenvolver ao paciente totalmente
desprovido de dentes a função mastigatória, restaurar sua estética, normalizar sua
fonética e oferecer-lhe comodidade. (GALATI et al, 1996).
Para tanto, uma prótese estética deve manter os traços faciais típicos, o perfil, a forma e
suporte dos lábios e a harmonia ao sorrir, o que resulta numa fisionomia do paciente
rotulada como agradável. O sorriso é uma das mais belas e importantes expressões
faciais, sendo, por isso, essencial nas expressões de felicidade, humor, amizade,
concordância e apreciação. Assim, o completo sucesso da reabilitação de um paciente
edêntulo ainda é considerado um desafio na prática odontológica, exigindo
aprimoramento constante do Cirurgião-Dentista e retornos periódicos do paciente ao
consultório (TRENTIN et al, 2016).
No planejamento de uma reabilitação protética, é essencial que seja estabelecida uma
sequência lógica de condutas clínicas que serão executadas para reverter as situações
desfavoráveis pré-existentes, até a conclusão da prótese. Essa sequência, chamada de
plano de tratamento, deve ter como principal característica a prótese como seu último
item e deve ser estabelecida, sempre que possível, visando as características estéticas e
funcionais que se quer obter. (TELLES et al, 2009).
Esse trabalho tem como objetivo, apresentar os resultados e impactos da reabilitação
com prótese total.

METODOLOGIA
Este artigo refere-se a um relato de caso, tomado como fonte dez artigos científicos
publicados, que nos fornece conhecimento e ampla abordagem metodológica. Tem
como objetivo apresentar o processo realizado em uma paciente com prótese total,
descritos nesta temática. Para obter conhecimento teórico foi utilizado dados de artigos
originais publicados nos últimos dez anos em língua portuguesa e língua inglesa que
discutem o assunto em questão, em textos gratuitos disponibilizados online, bem como
resumos, trabalhos de conclusão de curso e livros como Próteses Odontológicas Uma
visão Contemporânea (Volpato, Garbelotto, Zani, Klee de Vasconcelos – 2011), Prótese
Total Convencional (Telles – 2011) e Prótese Total (Ademir Galati – 1996).

RELATO DE CASO
Paciente L.L, 63 anos, sexo feminino, compareceu a Clínica Escola do Centro
Universitário Maurício de Nassau, tendo como queixa o desgaste considerável de sua
prótese, além de um desconforto na área. Ao exame clínico foi observado rebordo
inferior fino e flácido o que indica um prognostico ruim para a confecção da prótese
total inferior, que resultava em seu desconforto relatado. Realizamos os exames
intrabucais, extrabucais, as tomadas fotográficas, e definimos o grau de complexidade.
Em sua primeira consulta, iniciamos a moldagem com silicone de condensação, já que o
rebordo inferior na maioria das vezes se apresenta baixo, com o intuito de reproduzir
fielmente a área chapeável e as estruturas anatômicas. E, em seguida, vazamos o modelo
com gesso tipo III. A partir do modelo de estudo, obtivemos a cópia da extensão da
mucosa que será a futura prótese. Com o modelo de estudo integralizado,
confeccionamos sua moldeira individual, preparada com resina acrílica. Além disso,
durante esta consulta, realizamos um alívio na prótese atual da paciente, para que ela
sinta um conforto maior na área de incômodo, até que a nova seja confeccionada.

Figura 1: Aspecto do terço inferior da face, lábios Figura 2: Aspecto do terço inferior da face, lábios selados, selados,
selados sem prótese, vista lateral. sem prótese, vista frontal.

Figura 3: Vista frontal, sorriso, sem prótese. Figura 4: Aspecto do rebordo inferior.

Na segunda consulta, fizemos a prova da moldeira individual, que tem como objetivo
reproduzir a área basal, além de atingir uma agradável retenção para a nova prótese.
Posteriormente a prova da moldeira individual, realizamos o selamento periférico com
silicone de condensação para obter uma reprodução do fundo de vestíbulo, resultando
em um vedamento correto. Em seguida, realizamos outra moldagem propriamente dita,
com silicone leve e pesado para obter nosso modelo de trabalho. Após isso, executamos
o encaixotamento com gesso tipo IV, e enviamos para o laboratório de prótese.
Na terceira consulta, o laboratório de prótese confeccionou os planos de cera, e, com
ele, realizamos o registro de mordida da paciente. Nessa consulta, observamos os
parâmetros estéticos da futura prótese, o posicionamento dos dentes, bem como o
registro intermaxilar. Com o plano de cera em boca, visualizamos que seria necessário
remover excessos em sua altura, o ajuste foi efetuado com uma espátula de gesso
aquecida e repetimos a prova. Após o ajuste do plano de cera, conferimos os parâmetros
de DVO com o compasso de Willis, o corredor bucal e suporte labial. Como a paciente
já utilizava prótese total superior, as medidas necessárias foram tomadas com base na
mesma, bem como a marcação da linha média e linha dos caninos no plano de cera.
Nessa consulta escolhemos a cor dos dentes artificiais que serão usados na confecção da
prótese (Cor 62).
Figuras 5 e 6: Plano de cera em posição.

Na quarta consulta, realizamos a prova dos dentes. Verificamos se a relação cêntrica e a


dimensão vertical de oclusão que tínhamos determinado correspondia com a base de
prova dos dentes, e a estética. Com os pontos aprovados, escolhemos a cor da gengiva
artificial, e encaminhamos para o laboratório de prótese.

Figuras 7 e 8: Prova dos dentes.

Na quinta consulta foi feita a instalação da prótese total inferior. Observamos se havia
algum ajuste a ser feito para garantir maior conforto a paciente, e também utilizamos o
papel carbono para checar sua oclusão. Notamos que a prótese da paciente não havia
uma demasiada retenção, e por isso, foi realizado alguns testes de contração muscular
com o intuito de observar a movimentação da gengiva, e tomamos como orientação, que
a mesma ocasionava o deslocamento da prótese. Concluímos que a melhor opção seria o
uso de produtos fixadores, visto que, a prótese total inferior já não disponibiliza uma
retenção exorbitante. A paciente foi orientada sobre o uso do fixador, e, sobre a
higienização de suas próteses e da cavidade bucal, para que haja uma longevidade dos
trabalhos e uma melhor qualidade de vida. Também foi entregue um kit de higiene
bucal e um folheto com orientações para os cuidados com sua nova prótese.
Figuras 9,10,11: Aspecto final, próteses instaladas, vista lateral e frontal.

Figuras 12 e 13: Kit entregue a paciente para sua higiene oral.

DISCUSSÃO
Na prótese total, a retenção e a estabilidade são alcançadas através de uma combinação
de fatores, que são conceitos fundamentais na confecção e adaptação bem-sucedida de
próteses totais, que desempenha um papel de conforto para o paciente, a qualidade da
base da prótese, a adaptação aos tecidos orais, a seleção correta pelo cirurgião-dentista
dos materiais de moldagem e a técnica de confecção de melhor escolha (SOUZA et.al.
2023).
Qualquer perda dentária implica fortemente na qualidade de vida do ser humano, tida
como um relevante agravo na condição de saúde bucal do indivíduo. O edentulismo
total, especialmente, interfere negativamente na alimentação pela diminuição na aptidão
das funções mastigatórias e gerando impactos nutricionais. Ainda, há diminuição na
funcionalidade da fonética, além de malefícios psicológicos e estéticos, acarretando
baixa autoestima e uma reclusa na integração social (MOREIRA et al., 2011; MAIA et
al.,2020).
Nota-se que grande parte dos usuários de próteses dentárias totais são idosos. Nesse
sentido, Teles (2010) afirma que, com o avanço da idade, ocorre uma diminuição do
fluxo salivar que pode ocasionalmente, em usuários que usam próteses totais, provocar
falta de retenção e falta de aderência em decorrência da mobilidade em boca e causando
dor.
Além disso, de acordo com Brill et al.4 (1965), a prótese total inferior possui uma série
de desvantagens quando comparada à prótese total superior em razão da menor área
chapeável, maior interferência muscular e maior reabsorção óssea alveolar em altura
quando comparada ao osso alveolar maxilar.
Apesar da falta de retenção e estabilidade da prótese total inferior, todos os resultados
revelam que a reabilitação oral por meio de próteses totais promove grandes impactos
positivos acerca do bem-estar do paciente. É importante ressaltar a relevância de um
bom diagnóstico, planejamento e execução para obter uma ideal adaptação do paciente
com sua prótese total, além de conseguir fazer o uso rotineiro da mesma.

CONCLUSÃO
Considerando variáveis como retenção, estabilidade, anatomia oral do paciente, o
suporte e a oclusão da prótese são essenciais para fornecer ao paciente uma reabilitação
que atenda suas necessidades fonéticas, funcionais e estéticas. Com isso, concluímos
que mesmo que realizada em rebordo fino e flácido, as reabilitações com próteses totais
são favoráveis, gerando resultados positivos ao usuário.

REFERÊNCIAS

¹ VOLPATO, Garbelotto, Zani, Klee de Vasconcelos. Próteses Odontológicas


– Uma Visão Contemporânea. 1° ed. Rio de Janeiro: Livraria Santos Editora,
2012.
TELLES D. Prótese Total Convencional. 1° ed. São Paulo: Santos Editora,
2011.
GALATI A. Prótese Total. 2° ed. São Paulo: Editora Senac, 1996.
TRENTIN, Larissha Mafacioli et al. Determinação da dimensão vertical de
oclusão em prótese total: revisão de literatura e relato de caso clínico, [s.
l.], p. 50-60, 2016.
Brill N, Tryde G, Cantor R. The dynamic nature of the lower denture space.
J Prosthet Dent 1965; 15:401-18.
SOUZA, K. S. R. Fatores que influenciam na retenção e estabilidade em
prótese total convencional: uma revisão integrativa. e-Scientia. 2023.
TELES, J.A.C.F. Lesões na cavidade oral associadas ao uso de prótese
parcial removível. 2010. 34 f. Monografia (licenciatura em Medicina Dentária).
Souza D. L, Sá F. P, Meira F.G, Souza C.G. Reabilitação estético-funcional
por meio de prótese total: Relato de Caso Clínico. Santa Maria, 2021.
CARDOSO M.J. Fatores que influenciam na retenção e estabilidade em
prótese total convencional: São José do Rio Preto, 2023.
CARMO S.C.F, ROCHA B.B, CARVALHO R.F Reabilitação Oral com o uso
de Prótese Total: Relato de Caso Clínico. Vitória da Conquista, 2019.
Moreira RS, Nico SL, Tomita NE. O risco espacial e fatores associados ao
edentulismo em idosos em município do Sudeste do Brasil. 2011, v. 27,n.
10].
AGUIAR, C. H. S.; SILVEIRA, A. S. Meios de retenção e estabilidade em
prótese total: Revisão de literatura. R. Odontol. Planal. Cent. 2018.
MOTA B.S.L. Reabilitação com prótese total superior e inferior em rebordo
reabsorvido: relato de caso. Minas Gerais, 2022.
Referências:
1. Levin B. The status and practice of complete dentures – a personal view. J
Calif Dent Assoc. 1991; 19 (8): 40-3.
2. Georgetti MP, Georgetti BA, Corrêa GA, Magalhães Filho O. Aspectos
fundamentais para a estabilidade das próteses totais. Rev Odontol Univ Santo
Amaro. 2000; 5 (2): 71-5.

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