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AUTOLESÃO NA ADOLESCÊNCIA

Michelle Fernanda de Arruda Silva

“Prática de automutilação entre adolescentes se dissemina na internet e preocupa


pais e escolas”, “Influenciados pelas redes sociais, casos de automutilação entre jovens no
Brasil aumentam”, “Hábito de praticar a automutilação afeta adolescentes e jovens de
Brasília”, “Jovens acreanos aderem à prática da automutilação para resolver conflitos”,
“Automutilação ganha força entre adolescentes nas escolas mineiras e tira sono dos pais”.
Infelizmente, manchetes como essas tem se tornado mais frequentes do que imaginamos.
Nos últimos anos a autolesão chegou e tomou seu espaço junto à bulimia, anorexia,
gravidez precoce, drogas, bebidas entre outros comportamentos emitidos por adolescentes
que os colocam em risco.
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), no Brasil ainda não se
encontram estudos de caracterização a respeito da autolesão, porém pesquisas feitas no
exterior revelam que a prática vem crescendo entre jovens e adolescentes e, que pelo
menos de 17% a 20% do público estudado, praticam, ou em algum momento de sua vida já
praticaram essa ação. Comumente a autolesão tem seu início na adolescência, tendo sua
maior incidência entre adolescentes e jovens adultos.
Os contextos nos quais o adolescente está inserido podem tanto potencializar esse
comportamento, como auxiliar na identificação e tomar as medidas necessárias para que se
possa alcançar esses adolescentes, antes que haja danos ainda mais significativos em seu
desenvolvimento. A escola e a igreja podem ser grandes aliadas nesse processo de
identificação e intervenção uma vez que comportamentos e sinais que por vezes passam
despercebidos, ou ainda são escondidos com maestria, em contexto familiar podem se
evidenciar fortemente na escola ou na igreja. Porém é necessário que estejamos preparados
para entender, acolher e ajudar esses adolescentes.
Conhecer o comportamento, a forma como ele ocorre e o nosso papel diante desses
casos é o primeiro passo para que possamos auxiliar esses jovens. Primeiramente
entenderemos o que é um comportamento autolesivo. Em um segundo tópico
explanaremos possíveis hipóteses para que esse comportamento ocorra, como ele ocorre e
suas possíveis consequências. No terceiro tópico falaremos a respeito do nosso papel
enquanto cristãos e missão frente à evidenciação desse comportamento.
NOSSOS DADOS
Em uma pesquisa feita com 17 cidades da MPC Brasil pudemos observar realidade
que temos enfrentado. Os dados nos mostram que:
 14 cidades (aprox. 83%) já se depararam com casos de autolesão nos projetos
que desenvolvem. Sendo encontrado em sua grande maioria no
desenvolvimento do Projeto Escola da Vida;
 Temos enfrentados casos como este há mais de 5 anos;
 Em 12 cidades pôde-se perceber um aumento significativo de (25% a 50%)
nos casos de autolesão no último ano;
 Atualmente 5 cidades tem trabalhado com casos de autolesão;
 Entre casos anteriores e atuais já lidamos diretamente com mais de 100 casos
em aproximadamente 5 anos;
 Já ocorreram casos de autolesão dentro de equipes locais, sendo estes tratados
satisfatoriamente;
 Nos casos abordados encontrou-se predominância do sexo feminino entre
idade de 12 a 15 anos;
 Aproximamente 87% das cidades não tem uma atividade específica voltada
para a prevenção e/ ou acompanhamento para casos de autolesão.

DEFINIÇÃO DE AUTOLESÃO

Segundo o dicionário Priberam, autolesão é definida como “um ferimento ou lesão


que um indivíduo faz a si mesmo”. Esse comportamento pode ocorrer de duas formas: em
rituais religiosos ou culturais ou de forma patológica. A autolesão em contexto cultural
ou religioso tem finalidade de refletir uma tradição de determinada cultura (marcar
posições sociais, expressões de espiritualidade); são passageiras e tem importância
sociocultural, sendo comum tal comportamento frente aquela determinada cultura. O
comportamento de autolesão patológica evidencia fundo afetivo-emocional, onde o sujeito
emite tal ação a fim de buscar alívio imediato a uma situação que lhe desperte sentimentos
negativos, os quais não consegue expressar de outra forma, sendo essa a maneira que o
indivíduo encontra de lidar com sua dor, sentimentos ou situações desestruturantes. Sendo
essa conduta vista como alternativa de lidar com um sofrimento psíquico ao indivíduo que
a pratica, onde o mesmo desvia a dor emocional através de uma dor física, esquecendo-se
do problema mesmo que temporariamente. Tal comportamento apresenta características de
uma patologia impulsiva, tendo-se como fator um comportamento marcado por reações
rápidas, não planejadas onde suas consequências não são avaliadas tendo o enfoque no nos
aspectos imediatos em detrimento das consequências de longo prazo.
Quanto à definição, é feita a diferenciação entre self-harm; self-injury (autolesão) e
self-mutilation (automutilação). Sendo as terminologias self-harm e self-injury geralmente
relacionadas a lesões de menor extensão ou gravidade; e self-mutilation geralmente
relacionada a lesões mais graves e extensas como: ferimentos desfigurantes, amputações
etc. Quanto à finalidade do comportamento, diferencia-se: deliberate self-harm (autolesão
deliberada), de non suicidal self-injury (autolesão não suicída), sendo, deliberate self-harm
relacionada a todo tipo de autolesão onde se reconhece a dificuldade na definição da
intencionalidade do comportamento; e non suicidal self-injury relacionada à autolesão
focada apenas na destruição do tecido corporal, sem intensão suicida, ainda incluindo o
tipo da autolesão como cortes e outros comportamentos associados (queimaduras,
arranhões, etc.). No Brasil, a terminologia comumente utilizada é automutilação para todo
o tipo de comportamento autolesivo.
Antes, apenas considerada como uma característica de determinados transtornos de
personalidade, outras patologias, ou relacionado a suicídio, hoje, devido a sua prevalência,
em contexto mundial, passou a ser tratada como uma patologia a parte. Dessa forma,
dentro da vivência patológica da autolesão a encontramos dividida em três campos:
AUTOLESÃO SEM INTENÇÃO SUICIDA, AUTOLESÃO COM INTENÇÃO
SUICIDA (TENTATIVA DE SUICÍDIO) e AUTOLESÃO COMO
CARACTERÍSTICA DE OUTROS TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS.
A definição de que tipo de autolesão está ocorrendo é feita por profissionais que
atuam na área da psiquiatria e psicologia. Para cada tipo de autolesão há um tipo de
procedimento diferenciado. Nos casos que adolescentes tem apresentados, em sua maioria
se trata de autolesão sem intenção suicida, porém é necessário que intensão e motivação
sejam investigadas a fundo para que as medidas necessárias sejam tomadas. Uma vez que
um diagnóstico precoce e errado pode causar grandes riscos para esse indivíduo.

POR QUE AS PESSOAS SE AUTOLESIONAM?

Várias são as hipóteses a respeito do que causa o comportamento autolesiovo


(veremos em um dos tópicos a baixo), porém, uma das razões mais comuns para a
autolesão é lidar com emoções negativas intensas (como: tristeza, estresses e raiva) e
pensamentos, em sua maioria, pensamentos negativos a respeito de si mesmo. Esses
sentimentos e pensamentos são sentidos de forma tão intensa e esmagadora que parece se
tornar intolerável. Há muitas razões que levam as pessoas a se autolesionarem e em muitos
casos pode-se apresentar mais do que somente uma razão, ou o motivo pode mudar de
tempo em tempos enquanto se pratica o comportamento. É muito difícil dizer o “porque”
as pessoas se autolesionam, pois se trata de uma complexa combinação de fatores.
Entretanto, as pessoas que se autolesionam sabem que estão fazendo isso para tentar se
sentir melhor, de um jeito ou de outro.
Autolesão é vista como uma estratégia de enfrentamento mal adaptativa, ou seja,
pessoas que tem muita dificuldade em lidar com seus sentimentos, em vez de lidar com as
emoções intensas (como: tristeza ou raiva), usam de estratégias prejudiciais (como a
autolesão) para reduzir, manejar ou escapar desses sentimentos. Porém, quanto mais a
pessoa utilizar desse comportamento para lidar com essas emoções mais intensas, mais
suscetível ela estará para se autolesionar mais vezes quando tiver alguma dificuldade
emocional no futuro. Muitas pessoas relatam que sentem que “não podem parar” ou que
são “viciados” em se autolesionar. É importante “quebrar o ciclo” mais cedo possível antes
que fique cada vez mais difícil de parar.
A autolesão não suicida não é uma tentativa de suicídio, por que é feita como uma
tentativa de se sentir melhor, não de acabar com a vida. Morrer não é o objetivo da
autolesão. Algumas pessoas que se autolesionam, experienciam a depressão. Depressivos
tem muitos pensamentos negativos (sobre si mesmos, os outros, o mundo a sua volta e o
seu futuro), também podem se sentir sem esperança e pensar que são um peso para os
outros. Esses sentimentos podem levar a ideação suicida e tentativas de suicídio. Quem se
autolesiona apresenta um alto risco de suicídio quando a dor emocional é maior do que a
habilidade de lidar com ela. Algumas pessoas utilizam a autolesão como meio para lidar
com a ideação suicida e o desejo de se matar. Em todo caso, sabe-se que quem se
autolesiona também corre um grande risco de tentar suicídio em algum ponto (por mais
que sejam comportamentos diferentes), qualquer pessoa que se autolesione pode ser
considerado em de risco de suicídio.
PRINCIPAIS MAL ENTENDIDOS A RESPEITO DE AUTOLESÃO NÃO SUICIDA

 A autolesão não suicida é contagiosa - Autolesão não é contagiosa. Geralmente é


feito em um contexto privado e o motivo varia de pessoa para pessoa (em termos de
motivação, local da lesão e o tipo da lesão). As pessoas só se autolesionam quando
essa prática auxilia nas necessidades emocionais dela. Pessoas que tem meios e
formas saudáveis de lidar com suas angústias e dificuldade emocionais,
dificilmente começam a se autolesionar após saber que outras pessoas se
autolesionam. Porém, pessoas que acham difícil lidar com suas emoções são bem
mais suscetíveis a tentar uma maneira não saudável para enfrentar seus problemas
(como a autolesão) após saber que os seus amigos fazem isso. Toda via, não se
pode “pegar” autolesão. Conhecer alguém que se autolesiona pode apenas aumentar
a chance de iniciar esse comportamento se a pessoa já tiver dificuldade de lidar
com as suas emoções.
 Autolesão é uma tentativa frustrada de suicídio - A autolesão não é uma
tentativa de tirar a vida. A maioria das pessoas que se autolesionam dizem que
fazem isso para se sentir melhor, para expressar a sua dor e/ou para sentir algo. Em
alguns casos, pode-se ter esse comportamento para não ceder ao desejo ou aos
pensamentos de suicídio. Apesar de a autolesão e a tentativa de suicídio serem
comportamentos diferentes, muitas pessoas que tem comportamento autolesivo as
vezes podem também lutar com ideações suicidas.
 O machucado (da lesão) não é tão grave, então não é tão sério - A gravidade a
respeito da dor emocional de uma pessoa não pode ser medida pela seriedade ou
tamanho do ferimento. A autolesão está ligada a dificuldade de lidar com as
emoções, angústias e as vezes ideação suicida. Sendo assim, qualquer grau de
autolesão precisa ser levado a sério.
 A autolesão é apenas uma tentativa de chamar atenção - O comportamento
autolesivo não é a respeito de tentar chamar atenção. Geralmente a lesão é feita em
contexto privado, e o indivíduo mantém segredo a respeito desse comportamento.
Muitas pessoas que se autolesionam nunca contaram a ninguém a respeito disso. Se
relatam a alguém, geralmente contam a um amigo próximo, em quem confiam, ou
compartilham suas experiências online, porque, geralmente tem dificuldade de
compartilhar com os outros a respeito de seus sentimentos, podem usar da
autolesão para expressar a angústia ou dor que estão sentindo e que não conseguem
colocar em palavras. Logo, a autolesão não é sobre chamar a atenção, mas sim uma
tentativa de comunicar a sua dor ou emoções intensas.
 Pessoas que se autolesionam tem algum transtorno de personalidade - Muitas
pessoas que se autolesionam não tem nenhum tipo de transtorno de personalidade.
Em alguns casos a autolesão pode ser um sintoma de Transtorno de Personalidade
Borderline (TPB), um transtorno que a envolve um padrão de logo prazo de
dificuldade de lidar com emoções, impulsividade e relacionamentos instáveis, mas
o diagnóstivo de TPB não pode ser baseado apenas no comportamento autolesivo.
Há outros sintomas que devem estar presentes para que se possa diagnosticar
alguém com esse transtorno. E muitas pessoas que se autolesionam não apresentam
quadro de Transtono de Personalidade Borderline.
 Autolesão é sinal apresentado por alguém que foi abusado - Embora autolesão
seja comum entre pessoas com histórico de abuso, não são todos os casos que
apresentam esse comportamento e não quer dizer que toda a pessoa que foi abusada
irá se autolesionar. Muito menos que todos que se autolesionam foram abusados. É
importante não ter a autolesão como um rótulo, ou um indicador para casos de
abuso.
 Pessoas que se autolesionam não sentem dor - Quem se autolesiona SIM, sentem
dor. As vezes quando a pessoa se sente entorpecida, ou como se estivesse separada
de seu corpo, o propósito da autolesão é sentir dor (nesse caso o objetivo é sentir
alguma coisa, mesmo que seja dor). Entretanto, algumas pessoas que se
autolesionam as vezes relatam que não sentem dor, isso se dá pois se sentem
desconectadas do seu corpo durante o processo mas não é um caso comum.
 Autolesão é uma fase da adolescência, que se supera como tempo - O
comportamento autolesivo não é uma onda, uma moda ou uma fase. Esse
comportamento é uma tentativa de lidar/enfrentar sentimentos e emoções difíceis e
complicadas. Muitas vezes, esse comportamento é referido como “Estratégia de
enfrentamento mal adaptativa”. Pesquisas evidenciam que o uso da autolesão em
qualquer ponto da vida é um sinal de que a pessoa está tentando lutando para lidar
com os seus conflitos. A maioria das pessoas não consegue deixar de se
autolesionar sem encontrar maneiras saudáveis de enfrentamento. Sair desse
comportamento é complicado e requer ajuda profissional. A autolesão não fica
melhor com o tempo e por si só.

HIPÓTESES, PROCESSO, CONSEQUÊNCIAS E TRATAMENTO

Entender o que ocorre e como ocorre, pode nos ajudar a desmistificar muita coisa a
respeito desse comportamento, que dá um nó na cabeça de muitos, já que a primeira coisa
que pensamos, na maioria das vezes é: “Como alguém pode ‘gostar’ ou querer se
machucar?” ou ainda “Como alguém pode se sentir bem provocando o próprio
machucado”. Na realidade, via de regra, a emissão desse comportamento é muito doloroso
para quem o pratica e tido como vergonhoso para eles. Isso é visto e tomado como uma
fuga, uma forma de expressar algo que não se conseguiu de outra forma. Não é algo que se
goste de contar ou mostrar, mas que traz um sentimento de profunda vergonha e dor física
e emocional. O que temos presenciado nos últimos tempos, em grande parte dos casos, foi
classificado como autolesão sem intensão suicida.
A autolesão não suicida trata-se de um dano intencional autoafligido na superfície
do corpo, provavelmente induzindo sangramento, contusão ou dor com expectativa de que
a lesão levará a um dano físico menor ou moderado, sem intenção suicida declarada pelo
indivíduo. Este comportamento tem como característica ser repetido chegando, em alguns
casos, a mais de 100 repetições em um ano. Tal comportamento é um ato espontâneo, não
sendo explicado por demais transtornos psicológicos (ex: transtornos psicóticos, transtorno
de espectro autista, transtorno de personalidade borderline, transtornos psicóticos,
transtorno de escoriação, etc.), outras condições médicas, comportamento suicida, ou
intoxicação, abstinência ou uso de substâncias.
O comportamento autolesivo pode ser classificado em quatro categorias:
estereotipado, maior, compulsivo e impulsivo. A autolesão sem intenção suicida entra na
classificação impulsiva, sendo o mais comum onde o alvo da agressão é o próprio
indivíduo costumando ocorrer após a vivência de uma forte emoção (como por exemplo, a
raiva) sendo o comportamento visto como uma forma de lidar com a emoção predominante
no momento. A autolesão ocorre com a finalidade de reduzir emoções negativas como,
tensão, tristeza, decepção, frustração, raiva, ansiedade, autocensura, ou tentativa de
resolução de uma dificuldade interpessoal, chamar atenção de alguma pessoa significativa,
necessidade de autopunição, entre outros. Podendo ser desencadeados por uma vivência
traumática ou apenas a sua lembrança.
Pode-se citar como prováveis fatores de risco ligados ao comportamento autolesivo
o abuso emocional, físico, ou sexual na infância; conflitos familiares; conhecimento ou
vivência com algum familiar e/ou colega que apresente comportamento autolesivo; ser
vítima de bulling na infância e/ou adolescência; presença de sintomas depressivos,
ansiosos e impulsividade; baixa autoestima.

Hipóteses

Foram levantadas algumas hipóteses a respeito de possíveis funções atreladas ao


comportamento de autolesão sendo essas:
 Hipótese da aprendizagem social - Trata-se de um comportamento aprendido
socialmente através da influência dos pares (pais, irmãos, amigos, etc.),
comunicação social, filmes, músicas, internet, sendo muitas vezes até a
divulgação do comportamento com boas intenções sendo interpretada de uma
maneira errônea, principalmente na adolescência;
 Hipótese da Autopunição - utilização do comportamento como meio de
regulação afetiva-cognitiva através da autopunição, podendo estar ligada a:
sentimento de ódio por si próprio, sentimento de desvalorização, autocrítica,
auto depreciação, forma encontrada de lidar com suas falhas etc;
 Hipótese se anti-dissociação - utilizado como forma de interromper um
estado dissociativo onde nada é sentido (a pessoa se sente anestesiada),
encontrando na dor física a possibilidade de “sentir algo” ajudando a sentir-se
íntegro;
 Hipótese de anti-suicídio - pode-se encarar como uma forma ou tentativa de
resistir ao suicídio através da autolesão;
 Hipótese de sinalização social - utilizado como meio de comunicação quando
as demais falharam (gritar, falar, escrever) resultando de um déficit
comunicacional ou interferência no sinal emitido. Trata-se de uma
comunicação limitada e prejudicial, porém que encontra eficiência ao
despertar as respostas que não foram alcançadas por outros meios, sendo esse
para conseguir afeto ou amor por partes de outros, ou para criar vínculos com
outros que também se autolesionem;
 Hipótese pragmática - o comportamento é visto como a maneira mais fácil,
acessível e rápida para alcançar o que se deseja, exigindo menos força, tempo
e elaboração que outros comportamentos para a mesma finalidade exigiriam.

Processo

Esse comportamento, às vezes, dá-se de forma totalmente imprevisível, após um


sentimento forte de angústia, raiva, tensão, tristeza, ansiedade, entre outros; os quais o
indivíduo não consegue lidar, levando-o a atacar seu corpo com mais ou menos violência;
podendo cortar superficialmente braços, dorso das mãos, pulsos, peito, interior das coxas,
locais de fácil acesso e fáceis de esconder; ou até mesmo precipitar-se contra um objeto
duro, bater a cabeça contra a parede, jogar o corpo contra uma porta de vidro, dar murros,
bofetadas no rosto, nos olhos, no busto etc. Os instrumentos comumente utilizados são
facas, agulhas, lâminas de barbear, tesoura, caco de vidro, quaisquer objetos pontiagudos,
ponta de cigarro acesa, entre outros. A prática geralmente ocorre em locais onde o
indivíduo possa ficar sozinho, conseguindo privacidade para o processo. Isso se dá devido
ao forte sentimento de vergonha despertado frente ao ato, sendo também, o motivo da
escolha de locais do corpo que possam ser facilmente escondidos por roupas ou algum
acessório e tipos de corte que possam ser facilmente justificados (ex: arranhão do cachorro,
tombos, cortes acidentais, etc.).
Após a emissão do comportamento, geralmente, relata-se uma sensação de alívio,
este resultado da lesão causada. Essa sensação é possível através de reações neuroquímicas
que ocorrem no momento da lesão, sendo que, quando há danos físicos é liberada no
sistema nervoso central beta-endorfina (β-endorfina) que produz a sensação de alívio, bem-
estar e relaxamento. Dessa forma, a junção da dor física e a sensação de alívio, proporciona
ao indivíduo a distração que busca de sua dor emocional, diminuindo-a momentaneamente.
Frente a isso, o cérebro estabelece ligação entre os fatores envolvidos no processo
(sentimentos ruins, ato de automutilação e falsa sensação de alívio), fazendo com que
pouco a pouco o indivíduo recorra a esse comportamento sempre que se encontrar a
eminência de qualquer turbulência emocional, desencadeando uma dependência, tornando
um comportamento impulsivo em que o indivíduo acha que possui o controle em uma
compulsão que, na realidade, foge de seu controle. Como todo fator de dependência, com o
passar do tempo vão se atingindo níveis de tolerância, sendo necessários maior número de
cortes e maior profundidade para que se possa atingir a sensação esperada com o
comportamento, tornando o ato cada vez mais danoso e prejudicial.

Consequências

O comportamento autolesivo origina-se em um sofrimento psíquico que se expressa


no físico causando consequências danosas em todos os âmbitos do indivíduo (físico,
emocional, social). Não importa qual o comportamento emitimos, suas consequências
englobam o ser humano em todas as suas esferas. Nossos pensamentos geram sentimentos
que nos levam a um comportamento, que são evidenciadas nas nossas relações sociais
(como agimos em relação as pessoas e como vemos que as pessoas agem conosco).
Vejamos as consequências em suas esferas separadamente:
Físico: a sequencia desse comportamento pode levar o indivíduo a ter sérios
problemas devido à profundidade dos ferimentos, levando a dificuldade de cicatrização
perante a ocorrência diversas de lacerações; corte de vias venosas importantes, podendo
levar a morte (mesmo que sendo não intencional); marcas e cicatrizes irreversíveis.
Emocional: No campo emocional, psicológico, o próprio comportamento emitido
já evidencia a necessidade de uma atenção para algo que está disfuncional (seja qualquer
for a hipótese do fator desencadeante). A expressão não saudável de sentimentos é
prejudicial em vez de ajudar acaba por gerar mais problemas e sofrimento. O uso contínuo
desse comportamento pode levar a problemas com autoestima, autoimagem, maior
dificuldade na comunicação e expressão de sentimentos, baixa tolerância a frustração,
dificuldade em lidar com problemas usuais, baixa nas habilidades sociais, etc. As
consequências emocionais variam de acordo com cada pessoa e o nível de envolvimento
com o comportamento.
Social: O comportamento autolesivo gera complicações sociais para aqueles que o
praticam. É característico desse comportamento o isolamento social devido à própria
tentativa de esconder as cicatrizes e a vergonha em admitir a emissão da autolesão. As
marcas resultantes dos cortes e lesões podem levar a limitação de locais para ir devido ao
tipo de roupa que será usada. O preconceito sofrido por conta das cicatrizes também é um
fator que leva ao prejuízo social, a opinião daqueles que rodeiam é importante para
qualquer pessoa. Comentários, conversas, incompreensão, formas equivocadas de se
abordar (brigar ao invés de conversar), faz com que se leve a fechar ainda mais a
comunicação podendo levar ao aumento do comportamento, isolamento e o contato com
pessoas que praticam o mesmo comportamento em busca de compreensão e aceitação.

Tratamento

A autolesão passou a ser alvo de interesse entre psiquiatras e psicólogos apenas a


partir do final dos anos de 1960, dessa forma, os estudos e publicações envolvendo
tratamento desse tipo de comportamento ainda são escassas. A procura da população em
busca de tratamento para casos de autolesão é muito baixa em relação aos casos
empiricamente vistos, porém quando ocorre é por inciativa de algum familiar ou
encaminhamento escolar. Dificilmente o tratamento é iniciado por demanda própria do
paciente com comportamento autolesivo.
Existem dois tipos de tratamentos envolvidos em casos de comportamentos
autolesivos: Médico (Ambulatorial e clínico) e Psicoterápico.
Tratamento médico ambulatorial se trata do atendimento imediato quando se é
necessária intervenção em relação aos machucados feitos, sendo estas, suturas, curativos,
etc. Já o tratamento médico clínico se trata do atendimento psiquiátrico e a intervenção
medicamentosa em casos que se são necessários este tipo de intervenção. Ainda hoje não
há qualquer medicação formalmente indicada para o tratamento de comportamentos
autodestrutivos, porém com a devida avaliação do caso existem evidências de alguns
medicamentos que são eficazes no auxilio do controle do comportamento. Tal avaliação e
indicação só podem ser feitas por um psiquiatra devidamente capacitado.
O tratamento psicoterápico é trabalhado juntamente com o tratamento médico,
quando necessário, tendo como objetivo, após o diagnostico diferencial, trabalhar com o
paciente a redução e a eliminação do comportamento autolesivo e quais quer outros tipos
de comportamento autodestruitivos ou não adaptativo (saudável), utilizados para lidar com
suas emoções, conflitos e situações frustrantes, motivo que o leva a se autolesionar,
objetivando a reestruturação emocional e cognitiva do paciente.
Para que o tratamento ocorra com eficácia se faz necessário à presença de suporte
familiar e social que auxiliem em todo o processo para que o paciente não abandone o
processo terapêutico. Ainda mais quando a iniciativa para a busca do tratamento não foi
por demanda espontânea do paciente.
NOSSO PAPEL

Quando vemos uma situação assim em tamanha crescente se passa em nossa cabeça
qual seria o nosso papel, o que poderíamos fazer para ajudar esses jovens e adolescentes,
até onde podemos ir?
Os tratamentos, médico e psicoterápico, são indispensáveis para que possa
realmente haver uma reabilitação em relação a esse tipo de comportamento. Cremos em
um Deus que pode todas as coisas e realmente ele pode curar alguém apenas com um toque
ou uma palavra, porém, em sua grande maioria, se faz necessário passar pelo processo de
reestruturação emocional, cognitiva e comportamental. Para isso existem profissionais que
dispõe de ferramentas adequadas para auxiliar cada caso em sua particularidade, uma vez
que, mesmo que o comportamento seja o mesmo os motivos que o desencadeiam nem
sempre são os mesmos. O nosso papel, como igreja e como cristãos está voltado a
PREVENÇÃO, para casos de risco e SUPORTE SOCIAL E SUPORTE ESPIRITUAL,
para casos que já estão em prática do comportamento.
Como já citado acima, nossas ações refletem consequências em todos os planos,
nós podemos auxiliar no tratamento da alma através do suporte social e podemos tocar
onde o tratamento com profissionais não pode chegar, a parte espiritual.
Em caso de Prevenção, está em nossas mãos munir de conhecimento e estratégias
(emocionais e espirituais) adolescentes e jovens que estão perto de nós para que não
cheguem ao ponto de lançar mão de comportamentos autodestrutivos. A prevenção pode
ocorrer de várias formas: Palestras educativas, Palavras voltadas o tema, conversas francas,
discipulados, aconselhamento, abrir espaço para que eles se expressem, estar atentos a
comportamentos indicativos e fatores de risco.
Como Suporte Social nosso papel está em:
 Acolher;
 Encaminhar para o processo terapêutico;
 Acompanhar, dando força e incentivo em momentos de conquistas, também
ajudar na não desistência do processo terapêutico em momentos de possíveis
recaídas;
 Não potencializar a vitimização;
 Prevenir situações de possíveis recaídas.
Como Suporte Espiritual nosso papel está em:
 Amar;
 Orar, clamar e interceder;
 Tratar o comportamento autolesivo (e outros comportamentos
desencadeadores da autolesão) no que está ligado ao espiritual (como
pecado);
 Orientar a respeito das consequências espirituais resultantes desse
comportamento;
 Evangelizar (casos de não cristãos);
 Relembrar e orientar a consagração (casos de cristãos);
 Consolidar para que as bases da fé sejam bem firmadas;
 Ensinar as armas em oração e palavra para que se possa lidar com os
momentos de fraqueza diante do comportamento;
 Acompanhar observando sinais que possam indicar qualquer indicio de
possível recaída;
 Discipular para que a fé se desenvolva e a pessoa se torne um cristão
autentico e ativo.

O QUE NÃO DEVEMOS FAZER QUANDO LIDAMOS COM CASOS DE


AUTOLESÃO

 Emitir julgamentos- Não devemos julgar a pessoa. Inicialmente, como


cristãos nosso papel é amar as pessoas e não julgar. Vale lembrar o que Jesus
nos orienta no sermão do monte ao falar a respeito de julgamentos “Não
julguem os outros para vocês não serem julgados por Deus. Por que Deus
julgará vocês do mesmo modo que vocês julgarem os outros e usará com
vocês a mesma medida que vocês usarem para medir os outros” (Mateus 7. 1-
2). Jesus em toda a sua caminhada nos ensina a amar e a nos colocar no lugar
das pessoas. Ao ver uma pessoa que se autolesiona é fácil emitir julgamentos
como: “Isso é frescura!”, “É só para chamar atenção!”, “Não ter nada pra
fazer dá nisso!”, “É doido! Precisa se tratar!”, entre tantas outras coisas. É
necessário entender e compreender que a pessoa, que chega a esse ponto, de
alguma forma está em sofrimento e precisa de ajuda. Ela não precisa de
pessoas para apontar o dedo e julgar, mas precisa de pessoas que as abracem,
amem e tentem ajuda-la a sair dessa realidade.

 Ficar chocado ou muito emocionado- Para auxiliar com esse tipo de caso é
necessário saber se você tem condições de aguentar lidar com ele. Quando
passamos a acompanhar uma pessoa que se autolesiona temos que saber que
possivelmente vamos ter que ver cortes, sangue, queimaduras, hematomas,
etc. É necessário “ter estomago” para isso. Expressar uma reação forte de
espanto frente a um braço lesionado pode fazer com que a pessoa se feche
não se abra novamente com medo de ser julgado. Não é para virar uma pedra
de gelo, mas temos que controlar nossas emoções e expressões para não
perder uma porta aberta com aquela pessoa. Precisamos também saber até que
ponto devemos nos envolver, temos que manter os olhos abertos e estar
atentos a casos de manipulação, por conta da atenção doada. Algumas pessoas
podem utilizar da sua disponibilidade e usar os cortes como chantagem para
receber mais atenção. É necessário amar, porém é sempre bom lembrar que
essa pessoa está em um momento de fragilidade emocional e o alvo é leva-la
a um comportamento social e emocional saudável e não somente mudar uma
saída não saudável para outra.

 Fazer o problema parecer trivial (Dizer simplesmente que tudo vai ficar
bem): Não pergunte a respeito da situação da pessoa se realmente não quer
ajuda-la, ou ouvi-la. Ao fazer o problema parecer trivial pode-se piorar o
caso. Se você não consegue lidar com esse tipo de comportamento auxilie
encaminhando a pessoas que o possam fazer e assuma o papel de orar e
interceder.

 Tratar a pessoa de uma maneira que possa colocá-lo numa posição de


inferioridade (“excluir a pessoa”): Esse comportamento automaticamente já
faz a pessoa se sentir inferior as demais. É um forte golpe em sua autoestima
e é usual que as pessoas se isolem. Brincadeiras de mal gosto, comentários,
julgamentos, etc. Levam a pessoa a se sentir ainda mais inferior e pode fazê-
la afundar ainda mais nesse tipo de comportamento. Nós devemos olhar para
eles como pessoas que precisam de ajuda, porém isso não os faz melhores ou
piores que nós. Podemos não ter chegado ao ponto de recorrer a esses
comportamentos, mas também somo humanos e não somos diferentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema Autolesão é recente e sua crescente presença em meio a jovens e


adolescentes tem alarmado as famílias, escolas e igrejas. Há muito o que estudar e apurar a
respeito desse tema. Buscar conhecimento e direção do alto é o início do caminho para
poder ajudar esses jovens e adolescentes. Cada caso de autolesão é único, pois por trás de
cada corte e cicatriz a uma pessoa, uma história, uma angústia, uma vida que precisa
urgentemente da nossa ajuda, oração e amor.
Diante do exposto, podemos entender um pouco a respeito do que se trata autolesão
e do nosso papel frente a essa problemática. Que isso não fique apenas no campo da
informação a respeito de um tema atual, que possamos usar esse conhecimento para ir ao
resgate desses jovens. Afinal, essa é a nossa missão. Não poderia deixar de relembrar
nosso lema “Ao compasso dos tempos, mas ancorada na Rocha”, os tempos mudam, as
formas e estratégias de satanás para enganar os jovens também vem pintadas de uma forma
diferente, mas nós também estamos ao compasso dos tempos buscando nos aprimorar para
sempre firmados na Rocha para colocar por terra essas estratégias pelo poder do nome de
Jesus.
Seguimos trabalhando! Por Aslam e por Nárnia! Até a volta do Grande Leão!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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