A Moral Do Dever em Kant
A Moral Do Dever em Kant
A Moral Do Dever em Kant
FILOSOFIA
-O imperativo categórico
O comando moral que faz com que nossas ações sejam moralmente boas, se
expressa no imperativo categórico: “age só segundo máxima tal que possas
ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” (FMC, 2004, p.51). Essa
lei está atada à razão pura prática. Todo sujeito é racional (tem raciocínio
lógico), por isso tem condição de sujeito moral, dotado de normas. Exercer
uma ação contrária levaria ao absurdo. O exemplo que Kant nos dá (FMC) a
respeito da mentira é o mais conhecido. Poderia alguém mentir em benefício
próprio, de um ente querido, ou mesmo em favor da humanidade? Kant, nos
diz não, pois a mentira jamais poderia ser universalizada sem autocontradição:
(...) pois, segundo essa lei, não poderia haver propriamente promessa alguma,
já que seria inútil afirmar a minha vontade quanto a minhas futuras ações, pois
as pessoas não acreditariam em meu fingimento, ou, se precipitadamente o
fizessem, pagar-me-iam na mesma moeda. Portanto, a minha máxima, uma
vez arvorada em lei universal, destruir-se-ia a si mesma necessariamente
(Kant, FMC, 2004, p.31).
Desse modo, cada sujeito, tem um alarme acionado na sua consciência moral
(com a razão pura prática funcionando), que evidencia essa contradição,
alertando que essa ação deve ser refutada, visto que essa ação não pode
servir para todos. Assim, consultando a razão pura prática (como deveria
alguém agir na minha situação?), constataremos que se todos se utilizassem
dessa ação, o mundo seria um verdadeiro caos.
A vontade não está, pois, simplesmente submetida à lei, mas o está de tal
maneira que possa ser também considerada legisladora ela mesma, e
precisamente por isso então submetida à lei (de que ela mesma pode ser
considerada como autora - FMC, 2004, p. 62).
Podemos verificar que o solipsismo vem a ser uma relação patológica consigo
mesmo. Trata-se de nosso sistema de inclinações (desejos, impulsos) guiados
pelo amor de si ou felicidade própria. E amor de si corresponde a arrogância
(presunção), amor próprio. Portanto, a razão prática não pode ser solipsista,
pois se baseia na moral prática entre os homens, nas ações livres segundo as
máximas, que se convertem em uma lei universal. O único amor que pode ser
ordenado é o amor prático, que reside na vontade, não patológico, sem
inclinações, mas por dever (ama teu próximo, até teus inimigos).
Considerações finais
:
Em Kant o dever é a necessidade de uma ação por respeito à lei. E uma ação
por dever elimina todas as inclinações (todo o objeto da vontade), e, portanto,
só resta à vontade obedecer à lei prática (baseada na máxima universal), pois
trata-se de um princípio que está ligado à vontade. O valor moral da ação não
reside no efeito que dela se espera, pois o fundamento da vontade é a
representação da lei e não o efeito esperado (uma boa vontade não é boa
pelo que promove ou realiza, mas pelo simples querer, em si mesma).
A ética kantiana é a ética do dever, autocoerção da razão, que concilia dever e
liberdade. O pensamento do dever derruba a arrogância e o amor próprio, e é
tido como princípio supremo de toda a moralidade.
Referências Bibliográficas
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