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Carlarsfigueiredo, 52 - 7487-17986-1-SM Farias Furlanetti
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1. Introdução
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) se refere a todo e qualquer processo
educativo, formal ou não, destinada às pessoas consideradas adultas pela
sociedade a que pertencem, que através da aprendizagem possibilita que essas
pessoas enriqueçam os seus conhecimentos e/ou melhorem suas qualificações
profissionais e técnicas (OLIVEIRA, 2006).
Tendo em vista que muitos dos sujeitos da EJA têm trajetórias de fracasso
escolar, de não aprendizado e de frustrações, não é possível repetir modelos e
manter abordagens e métodos infantilizados, que não valorizam o conhecimento dos
educandos, sua história de vida, sua identidade e sua psicologia de aprendizagem
que é específica, conforme apontam os estudos de Oliveira (1999).
É nessa perspectiva que colocamos em questão as práticas e concepções
dos educadores da EJA, modalidade da educação brasileira que possui
especificidades tanto ao pensarmos os seus sujeitos quanto nas formas de trabalho
pedagógico possíveis.
1 UFGD – alessandrafonsecafarias@gmail.com.
2 UNESP – fatimarotta00@gmail.com.
2. O que é um currículo integrador?
O tema currículo é sempre instigante e desafiador, entretanto, vamos
relembrar a concepção que rege as práticas educacionais da EJA para pensar um
currículo específico para essa modalidade de ensino. Falamos da Educação
Popular, apresentada por Paulo Freire, que a colocou à nossa disposição para
refletirmos nossa prática e, com isso, termos base para construir um currículo
integrador para a educação de adultos.
O conceito de Educação de Adultos vai se movendo na direção do de
educação popular na medida em que a realidade começa a fazer
algumas exigências à sensibilidade e à competência científica dos
educadores e das educadoras. Uma destas exigências tem que ver
com a compreensão crítica dos educadores do que vem ocorrendo
na cotidianidade do meio popular. Não é possível a educadoras e
educadores pensar apenas os procedimentos didáticos e os
conteúdos a serem ensinados aos grupos populares. Os próprios
conteúdos a serem ensinados não podem ser totalmente estranhos
àquela cotidianidade. O que acontece, no meio popular, nas
periferias das cidades, nos campos – trabalhadores urbanos e rurais
reunindo-se para rezar ou para discutir seus direitos -, nada pode
escapar à curiosidade arguta dos educadores envolvidos na prática
da Educação Popular. (FREIRE, 2001, p. 16)
4. Considerações Finais
O sistema educacional brasileiro deve possuir articulações adequadas para
desenvolver a EJA, pois, dada a autonomia dos entes federados, o diálogo com os
sistemas estaduais e municipais de educação para a oferta desta modalidade são
fundamentais, considerando a enorme demanda que se estende por todo o país
(BRASIL, 2009).
Conhecer, priorizar, valorizar e trabalhar com a identidade dos sujeitos da
EJA é se comprometer enquanto educador popular, e ter um espaço de discussão,
estudo, planejamento é fundamental para estudantes do curso de Pedagogia,
educadores, supervisores e orientadores em EJA. Por ser a educação popular
comprometida com a realidade dos educandos, pensamos numa EJA que inclua a
todos nas suas especificidades.
Encerramos este artigo com uma proposta de mapa dialógico (FURLANETTI,
2009) a partir de uma perspectiva de currículo integrador, que resulta de nossa
prática enquanto educadores e pesquisadores de EJA. Através do envolvimento com
a identidade do educando, sua história, pela sua leitura de mundo, sua cultura, todos
esses aspectos que o levam à leitura da palavra e, consequentemente, à promoção
de uma educação libertadora, popular, enraizada na metodologia freiriana, na qual
os educadores são chamados a assumir um compromisso com a educação de
adultos.
FREIRE, Paulo. Política e Educação: ensaios. 5 ed. – São Paulo: Cortez, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 43A. Edição. Paz e Terra –RJ. 2005.