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3539aila Kelma Sales
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BANCA EXAMINADORA
(Hebreus 11: 1)
RESUMO
In this thesis, was elected as the object of analysis the process of forming reading
circles, mediated by oral and sociointeractionists activities and their contributions to
the formation of the reader, perform an intervention project based on a didactic
proposal selected such aspects already mentioned and the sequence suggested by
Cosson (2014). Thus, from the implementation of this intervention, we analyze the
influence of orality and sociointeração in contributing in the formation of reading
circles, so that they were executed effectively, both for the reader training of
students, strengthening the teaching and learning process as for the realization of the
teacher in his attempt to meet one of the educational objectives of the Portuguese
language and literature, which is to work on your reading interactional and social
function of the reader. Thus, it was critical to this work Vygotsky's guidance and his
theory of sociointeração, Belintane about the importance of orality in the player's
training and Cosson in its view of literary literacy through reading circles. To support
our work and our research, we used the authors of studies as: Kleiman (2002), Kato
(1995), Solé (1998), Leffa (1996), Bakhtin (1997), among others. This is a qualitative
approach of action research. The participants were 22 students from the 7th grade of
elementary School of Josué de Oliveira in the municipality of Caraúbas - RN. The
constitution of the corpus took place in teaching situation through interviews records,
observation and collection autoavaliativas textual productions written by students. To
collect data we adopted the semi-structured interview as the most appropriate
technique. Data were analyzed using content analysis. The analysis revealed that
there is existence of a very sharp relationship between orality and player training as
well as the contributions of sociointeractionists activities in reading classes which
made possible the realization of reading circles. In discussing this issue, this study
contributes to the literature reading teaching-learning process, as the realization of a
work with this focus implies the need for change in the teacher's stance in conducting
reading activities, leading him to a reassessment of making teachers and students in
these activities.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
3.1.2 Leitura.................................................................................................... 27
3.4 Os círculos de leitura e seu papel no despertar do gosto pela leitura .......... 36
4.1 A crítica aos gêneros textuais e a pedagogia recorrente nas escolas ......... 41
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 94
1 INTRODUÇÃO
que para a maioria a leitura não é aquela atividade no aconchego do lar, no canto
preferido, que nos permite isolarmos, sonhar, esquecer, entrar em muitos mundos,
e que tem suas primeiras associações nas estórias que a nossa mãe nos lia antes
de dormir. Pelo contrário, para a maioria, as primeiras lembranças dessa atividade
são a cópia maçante, até a mão doer, de palavras, daí surgem dificuldades
imaginadas e reais que substituem o aconchego e o amor para essas crianças,
entravando assim o caminho até o prazer.
Após esse primeiro despontamento de contato com a palavra escrita, a
desilusão continua e o fracasso se instala como uma constante na relação com o
livro. Muitas dessas práticas do professor nesse período sedimentam imagens
negativas sobre o livro e a leitura desse aluno, que logo passa a ser mais um não
leitor em formação.
Portanto, é necessário que o trabalho em sala de aula esteja voltado para o
campo da leitura, mas principalmente o professor deve traçar estratégias para
trabalhar a leitura de maneira que esta seja proveitosa e prazerosa. Para tanto, é
importante que os professores se apropriem de novas teorias sobre o texto e leitura
e busquem trabalhar a partir de metodologias que defendem a concepção de leitura
sócio interacionista, bem como despertando este prazer através da oralidade, pois
pensamos que esta é uma fonte muito fértil no que diz respeito ao aprendizado e
prática de leitura de maneira eficaz e exitosa.
Porém, o que se vê muitas vezes é que ainda temos uma pedagogia
tradicional com alunos passivos. A leitura se faz a partir de textos canônicos e os
alunos de origem popular não estão preparados para este tipo de texto.
Nesse momento, surgiram duas perguntas que deram origem a nossa
pesquisa e ao título deste trabalho: como incentivar o gosto e a prática da leitura
literária aos alunos? Como uma didática a partir dos círculos de leitura (Cosson),
com auxílio da oralidade (Belintane), e da sociointeração (Vygotsky) pode despertar
o interesse dos alunos pela leitura?
Foi na tentativa de se comprovar tais constatações anteriores, bem como
tornar possível e viável o gosto e prática de leitura por partes dos alunos que
traçamos nossos objetivos:
Objetivo Geral:
15
Objetivos específicos:
Identificar as condições da aprendizagem e formação do leitor a partir da
oralidade.
Identificar as condições da aprendizagem e formação do leitor a partir da
sociointeração.
2.2.1 A escola
2.2.2 Os alunos
Diante deste contexto, ainda destacamos uma aluna com dislexia e traços de
hiperatividade e com grandes dificuldades de leitura, apesar de gostar de ler, outra
aluna muito tímida, principalmente para atividades de leitura e por isso não gosta
muito de ler, principalmente em voz alta, só às vezes, e outro aluno com grandes
dificuldades de leitura, na verdade não consegue ler quase nada, mas gosta de ler
mesmo assim.
Desse modo, temos sempre que nos preocupar em especial com estes três
alunos, pois nas nossas atividades não podemos deixá-los de fora, ao contrário,
devemos inseri-los para que assim consigamos ajuda-los a superar estas
dificuldades enfrentadas pelos mesmos dentro e fora da escola.
inicial mais preciso, porém, por vergonha dos alunos estas não foram gravadas. Por
fim, colhemos outros dados no final da intervenção, onde os alunos produziram
cartas avaliativas e autoavaliativas do projeto círculos de leitura.
As fases da coleta de dados se deu da seguinte maneira:
Fase 1: agendamento da entrevista (pessoalmente, na sala de aula);
Fase 2: entrega das entrevistas para serem respondidas em casa (após a
explicação dos objetivos, procedimentos metodológicos da pesquisa);
Fase 3: recolhimento das entrevistas respondidas ;
Fase 4: transcrição da entrevista ;
Fase 5: agendamento da escrita das cartas ;
Fase 6: escrita das cartas em sala de aula
Fase 7: arquivamento das transcrições das entrevistas foi feito em formato
document (.doc), arquivamento das cartas foi feito em formato document
(.doc),
Dentro desta abordagem qualitativa, o principal recurso utilizado para a coleta
de dados foi à entrevista, pois como destacam Martins e Bicudo (1994, pág. 54), a
entrevista:
Assim, tivemos nas entrevistas nossa principal fonte de diagnóstico para que
pudéssemos executar os círculos de leitura. Ao final da execução dos círculos,
coletamos também textos autoavaliativos que nos serviram de suporte para a
análise final da nossa intervenção.
3 A TEORIZAÇÃO DA LEITURA
3.1.1 Literatura
literatura; então, todos que forem preteridos pelo critério de seleção da escola e dos
próprios professores, serão considerados de “menor” valor em relação ao cânone
tradicionalmente estabelecido. Cabendo assim, o bom senso do professor na clareza
dos objetivos do trabalho que desenvolve em sala de aula o qual nortearão a
escolha adequada das obras a serem lidas e para isso, não é interessante que se
abordem apenas os livros que os “manuais” e que a crítica literária apontem como
os melhores. O professor deve ter uma responsabilidade criteriosa para fazer a
seleção dos livros que guiarão um trabalho produtivo da literatura.
Leite (1988, p. 12) expõe uma significação para o texto literário: O texto
literário [...] não só exprime a capacidade de criação e o espírito lúdico de todo ser
humano, pois todos nós somos potencialmente contadores de histórias, mas
também é a manifestação daquilo que é mais natural em nós: a comunicação. É
importante que o professor estabeleça um elo entre o aluno e o texto literário, e a
partir daí, que os novos leitores encontrem-se consigo e com os outros seres.
Segundo Silva (1985, p. 58, grifo do autor), “um dos objetivos básicos da
escola é o de formar o leitor crítico da cultura – cultura esta encarnada em qualquer
tipo de linguagem, verbal e/ou não verbal.” O que se tem visto é que o professor,
muitas vezes, atrapalha essa interação, ditando as regras que considera as mais
convenientes, utilizando as estratégias mais maçantes, com estudos intermináveis
de características de escolas literárias e de biografias de autores que não tem tido
outro objetivo além da informação em si mesma.
De acordo com as Orientações Curriculares para o Ensino Médio MEC
(2006), o texto literário diferente de outras formas de comunicação e garante ao
leitor uma maior liberdade de interpretação que pode levar aos limites mais extremos
da possibilidade em língua materna. Assim, ressalta-se que, mesmo o texto com
possibilidades pluralizaria de interpretações, é necessário ser cauteloso, pois a
interpretação do texto literário não pode ser feita de maneira solta e sem as
mediações adequadas do professor.
Não se deve tratar o texto literário enquanto um objeto sagrado, mas como
um objeto simbólico da linguagem, pois nele se intercalam vários discursos e
saberes. Para isto, o estudo da história da literatura deve ser enfocado
paralelamente ao das obras escolhidas, a obra deve ser localizada no tempo para
que dê uma consciência do seu lugar histórico e do que esse fato representa para
27
3.1.2 Leitura
Mediante afirmativa de Koch; Elias (2007), o ato de ler deve ser uma atividade
em que leve em conta as experiências e o conhecimento do leitor. A leitura de um
texto literário não deve ser apenas o conhecimento adequado dos códigos
linguísticos. “O texto não é um simples produto da codificação de um emissor a ser
decodificado por um receptor passivo” (KOCH; ELIAS, 2007, p.11). Então, levando-
se em conta a complexidade do texto literário apontado nesta afirmativa, vê-se a
considerável relevância do estudo e aperfeiçoamento por parte do docente em
explorar o objeto de estudo e transmiti-lo de forma consciente e coerente ao seu
alunado.
A partir do instante em que o professor insere no contexto da sala de aula a
oportunidade de seus alunos realizarem a leitura de textos e obras realmente
significativos do ponto de vista de suas pretensões e conhecimentos prévios, está
significativamente introduzindo o ensino eficiente de Literatura. Tendo isso em vista,
e também de forma paralela, é importante incentivar o aluno a ir além das leituras,
proporcionando também o ato de construção de seus próprios textos. O aluno deve
ser estimulado a explorar sua criatividade, sendo capaz de criar sua escrita própria
que o conceba diante de si mesmo e do mundo.
28
Estas afirmações podem ser fortalecidas pelos PCNs quando afirmam que: “A
questão do ensino de literatura ou leitura literária envolve, portanto, esse exercício
de reconhecimento das singularidades e das propriedades compositivas que
matizam um tipo particular de escrita”.
Portanto, é de suma importância o trabalho em sala de aula voltada para o
campo da leitura. Para tanto, é importante que os professores se apropriem de
novas teorias sobre o texto, sendo os PCN possuidores de uma teoria enunciativo-
discursiva de linguagem tratando, assim, como enfoque o desenvolvimento da
competência discursiva nos alunos.
Em relação ao ensino e a aprendizagem da leitura, os Parâmetros
Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 40) afirmam categoricamente que “o
trabalho com a leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes”. Ao
utilizar a expressão “trabalho com a leitura”, ao invés de “ato de leitura”, postula-se
que a atividade configura-se como um processo coletivo e não individual, em que
professor, aluno e autor, através do texto, dialogam em busca de possíveis leituras,
não havendo a predominância de um desses elementos no processo de leitura.
Além disso, a finalidade da atividade é, primeiramente, a formação do leitor e
não o seu desenvolvimento (MENEGASSI, 2010), haja vista que, é necessário que o
aluno passe pelas fases de formação lendo diferentes textos até alcançar o
desenvolvimento em leitura, momento em que se apropria daquilo que lê, trazendo à
sua realidade, realizando inferências, entre outras atividades de letramentos sociais,
não apenas o escolar, para a formação do leito competente.
Neste aspecto surge a necessidade da escola ampliar mais as atividades
visando à leitura da literatura como atividade incentivadora de construção e
reconstrução de sentidos. O aluno se sentirá motivado a ler o texto sugerido,
independentemente da imposição ou não das tarefas escolares requeridas pelos
professores. Parece-nos que o contexto escolar incentiva o ensino da literatura
baseado na leitura realizada pelo professor, diferente daquela efetivada pelos alunos
a qual abrangerá diretamente o contato do leitor com o texto. Assim, tanto a leitura
da literatura, quanto o ensino da literatura devem estar presentes no contexto
escolar de modo articulado, pois tais níveis são dialogicamente relacionados.
Enfatizando tais aspectos e reafirmando o pensamento de Beach e Marshall
(1991), o desafio do professor é ajudar os alunos a elaborar ou rever suas
32
A leitura é uma prática que deve ser realizada não apenas na escola, tal
hábito deve ser estimulado em todos os ambientes possíveis, a começar por casa
com a colaboração dos pais, pois o ambiente familiar exerce influência primordial no
desenvolvimento da leitura, no entanto, alguns pais deixam a responsabilidade
somente para a escola, já que esta é o lugar institucional e formal para tal prática.
Para Martins (2006, pg. 25):
Atualmente, porém, a literatura parece não ter mais lugar no cotidiano das
pessoas. Segundo os resultados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil,
de 2012, os brasileiros leem em média quatro livros por ano em contraste
com 4,7 em pesquisa semelhante realizada em 2007.
[...] Os jovens não parecem ter tempo nem concentração para a leitura de
livros impressos – um hábito que se apresenta aparentemente contrário ao
modo dispersivo e irrequieto com que se relacionam com os demais
produtos e manifestações culturais contemporâneas. Se esse quadro tem
muito de desolador para quem trabalha com a literatura e acredita que ela é
fundamental para a condição humana, a situação do ensino de literatura na
escola não deixa dúvidas quanto ao que se pode esperar da formação do
leitor literário ou mais precisamente da ausência de formação do leitor
literário.
Segundo Zilberman (1988), desde o final dos anos 70, constatou-se uma crise
na leitura, fazendo com que o assunto passasse a ser exposto e discutido com mais
frequência. Tal crise se deu pelo fato da forte expansão industrial brasileira, surgindo
assim, certo contingente consagrado como público da literatura, tal mudança se
consagrou na escola e fora desta, pois a formação de um grande público leitor
alavancaria também o mercado industrial, produtor destes livros. Dessa forma, é
criado um paradoxo no qual aumenta o número de leitores e diminui a prática da
leitura por parte destes, onde se tem como responsabilidade da escola a execução
desta tarefa tanto cultural quanto política. Esta ideia da leitura ser uma forma de
exercício cultural perpetua há séculos. O próprio ingresso do indivíduo ao meio
social se dá pelo fato do início da sua vida escolar e da sua formação enquanto
leitor.
Ainda de acordo com Zilberman (1988), o princípio do ideário democrático é a
participação de todos, para que este uso e participação se concretizem é necessário
que a escola exerça seu papel de formação do indivíduo para tal, daí entende-se
que é na formação do indivíduo como leitor que se dá a transformação do individual
para o social. Podemos entender que a escola e a prática da leitura transformam e
executam o funcionamento de uma sociedade.
A forma de comunicação do sistema escolar relacionados aos que perpetuam
aspectos históricos contemporâneos são estes: a ascensão do livro como produto
industrializado, o aumento das formas de comunicação escrita e o crescimento do
43
Estas indagações, como uma das principais de muitas outras, deixa os profissionais,
digo “docentes”, a muitas vezes perturbar seu próprio objetivo.
Para que haja uma melhora neste ensino é necessário que os professores
conheçam a natureza da leitura e os pressupostos existentes para sua aplicação.
Para que este professor construa um contexto de aprendizagem baseado na
interação, quando o aluno passa a conhecer a natureza da leitura e esteja
convencido de sua importância. Podemos concluir que se faz relevante o professor
ter conhecimento específico na área de leitura.
Diante destas afirmativas, podemos dizer que a leitura precisa de um leitor
para efetivar seu ato de escrita em seu papel sócio interativo da linguagem.
Podemos então perceber que qualquer falha pode tornar o texto desinteressante, o
efeito de tal falha afetará sua compreensão e legibilidade. Sendo assim, o escritor
visa à compreensão da sua intenção pelo leitor.
Tendo em vista que a educação escolar tradicional concentrou-se no
desenvolvimento de um conjunto delimitado de habilidades de leitura e escrita na
alfabetização inicial, na qual focaliza os mecanismos de codificação e decodificação
de letras, sílabas e palavras. O professor de português costumou seguir o ditatorial
treino de ortografia, a fluência da leitura em voz alta e, finalmente, a compreensão e
a interpretação de textos, sobretudo narrativos e literários. Já os professores das
demais disciplinas, por sua vez, mesmo fazendo uso intenso de textos didáticos para
ensinar e avaliar os conteúdos, não focalizava diretamente os processos de leitura
propriamente ditos, pois a isto atribuíam exclusivamente ao professor de português.
Trabalhando neste sentido, o professor cria certa máscara da realidade, sem
deixar espaço para o trabalho com autores mais contextualizados, e talvez com uma
melhor aceitação do público leitor. Atingindo assim, os objetivos que tanto se fala, de
contribuição da literatura na formação do leitor.
Talvez possa se atribuir a estas problemáticas citadas anteriormente, que o
resultado do trabalho com o ensino de Literatura vem se tornando, cada vez mais,
distante da realidade de nosso alunado e da juventude de uma maneira geral. Pois
bem, está incutido a este grupo que ler é um ato enfadonho e cansativo. E a que
fatores podemos atribuir tal pensamento? O que leva a este “mito” do ato de leitura?
Esse tipo de prática escolar não conduz aos resultados esperados, junto a um
grande número de alunos, visto que eles não adquirem o gosto pela leitura e não se
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Para Silva (2003, p.15) de fato, quando existem nas escolas espaços
denominados bibliotecas, estes não passam, na maioria dos casos, de verdadeiros
depósitos de livros ou, o que é pior, de objetos de natureza variada, que não estão
sendo empregados no momento, seja por estarem danificados, seja por terem
perdido na sua utilidade. Às vezes, a “biblioteca” é um armário trancado, situado
numa sala de aula, ao quais os alunos só tem acesso se algum professor se dispõe
a abri-lo, quando a chave é localizada. Estes são alguns casos encontrados no
descaso da escola pública.
De acordo com Silva (1995, p. 14), boa parte das bibliotecas escolares
encontram-se em uma situação preocupante, pois os livros ficam guardados e de
difícil acesso para os alunos, tendo como bibliotecários professores readaptados da
sala de aula, transferidos para a biblioteca por ser um lugar tranquilo para
trabalharem até que chegue o devido tempo da aposentadoria, ou então aguardando
um departamento para que seja transferido.
Tal realidade precisa ser revertida, pois esse espaço deve ser identificado
como ambiente propício a uma leitura prazerosa e aconchegante, possível de
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despertar o gosto pela leitura e precisa está preparado para criar condições
favoráveis para o encontro dos discentes com o mundo da leitura.
Diante disso, em acordo com as orientações contidas nos PCNs (1998), é
necessário que os responsáveis pelas escolas: diretores, principalmente, os
educadores em geral, inclusive os bibliotecários se conscientizem de que esse
espaço, para muitos educandos, é o único que proporciona acesso a uma variedade
de textos e que esse setor possui a incumbência de colaborar direta e/ou
indiretamente com a base da formação do aluno no que diz respeito ao ensino
formal.
Pécora (1998) defende o trabalho em conjunto entre bibliotecário e professor:
que o docente procure desenvolver atividades que despertem no aluno o interesse
verdadeiro pela investigação. Neste sentido, reafirma-se que o trabalho educacional
só é de efetiva valia quando este se dá em um contexto plural, ou seja, por toda a
comunidade escolar, sendo todos pelo mesmo objetivo que é o de mediar a
aprendizagem do aluno da maneira mais facilitada possível.
Quando o ambiente da biblioteca escolar é satisfatório em relação às
questões pertinentes ao acervo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua
Portuguesa (2000, p. 92) enfatizam que:
pela leitura, sendo que a leitura e a Literatura são inseparáveis, uma não
sobreviveria sem a outra e vice-versa.
Dessa forma, é necessário que haja uma mudança no trabalho feito pelas
escolas e professores. É possível que se deixe de trabalhar apenas os gêneros
escolarizados com fins de ensino-aprendizagem, que acaba, muitas vezes, por não
acontecer, e se abram novas alternativas de ensino. A cada dia surgem novos
gêneros textuais que podem contribuir substancialmente na aprendizagem e ensino
de leitura, bem como para a formação e despertar do leitor.
Cabe ao professor direcioná-lo para que faça uso do texto e da leitura da
melhor forma possível, baseado na concepção de leitura mais adequada, que de
acordo com (KATO, 1995) seria a concepção de leitura sociointeracionista, pois
desta nasce o movimento de troca ascendente e descendente entre leitor e produtor,
onde acontece uma integração entre a informação escrita e o conhecimento de
mundo do leitor em que estes tem como instrumento principal o texto. Para tanto, é
importante que os professores se apropriem de novas teorias sobre leitura, literatura
e texto, e busquem trabalhar também de acordo com sugestões e propostas dos
PCN, os quais defendem também a concepção de leitura sociointeracionista, para
que esta realmente seja realizada de maneira eficaz.
aluno já sabe e o que ele pode aprender), pois esta inserido um ambiente de troca
de informações e utilizando a língua alvo em situação real de uso. Para Vygosky
(1998, p. 113) “Aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será
capaz de fazer sozinha amanhã”, o que nesse caso se traduz no que a criança sabe
falar com a ajuda do outro hoje ela será capaz de falar sozinha amanhã.
Freire (1996, p.32) afirma que é decidindo que construímos, com autonomia,
nosso projeto de vida e conclui afirmando que ninguém é autônomo primeiro para
depois decidir. A autonomia das decisões tomadas pelos professores enfatiza o
papel de formador de opiniões como organizador de métodos e recursos que
facilitem na transmissão do conteúdo.
Para o sociointeracionismo, o desenvolvimento se produz não apenas por
meio da junção de experiências, mas, especialmente, nas vivências das diferenças.
O aprendiz aprende imitando, concordando, discordando, formando analogias,
internalizando símbolos e significados, tudo isto num ambiente social e
historicamente situado. Assim, a frase de Vygotsky, que diz “Na ausência do outro, o
homem não se constrói”, traduz todo o pensamento aqui exposto.
As relações estabelecidas no ambiente escolar passam pelos aspectos
emocionais, intelectuais e sociais e encontram na escola um local provocador destas
interações nas vivências interpessoais. A escola distingue-se como um dos
principais locais que deveriam garantir a reflexão sobre a realidade e a iniciação da
sistematização do conhecimento socialmente construído.
1DOURADO, Ednólia Carvalho. O ensino de língua portuguesa nas séries iniciais. 2008. Disponível
em: < http://creedbrasil.blogspot.com.br/2008/04/o-ensino-de-lngua-portuguesa-nas-sries.html >
Acesso em: 25 de Abril de 2015 às 14 horas.
58
ganhar vida e sentido para aquele que lê. É um professor reflexivo, que colabora
para formação do seu aluno (Bruner, 2001).
A concepção interacionista e dialógica de linguagem são cruciais para o
entendimento da nova abordagem preconizada para o ensino. A visão de M Bakhtin,
como enfoque aos gêneros do discurso, é base para o ensino atual de Língua
Portuguesa, norteando, inclusive, a visão sobre linguagem considerada pelo
documento dos PCNs.
traduz a partir de ações efetiva na sala de aula. De acordo com Freire (1989, p. 58-
9):
(...) o ato de estudar, enquanto ato curioso do sujeito diante do mundo é
expressão da forma de estar sendo dos seres humanos, como seres
sociais, históricos, seres fazedores, transformadores, que não apenas
sabem mas sabem que sabem.
maioria das vezes não são significativas aos alunos e por isso não despertam a
função poética da leitura.
Portanto, ao final desta Intervenção, o que se esperava era comprovar o que
já foi afirmado na Introdução, quando tivemos por base na execução do mesmo às
leituras de Belintane (2013), em seu livro Oralidade e alfabetização e Cosson
(2014), em seu livro Círculos de Leitura e Letramento literário. Desse modo,
pretendemos não só elucidar o gosto já existente pela leitura por parte dos alunos,
mas também torná-los indivíduos motivadores e multiplicadores de tais práticas,
sendo capazes de formar seus próprios Círculos de leitura e interação mútua através
da leitura e dos gêneros textuais. Dessa maneira, começamos a pôr em prática a
formação dos círculos de leitura.
5.1.1 A preparação
Após duas semanas passadas, tempo para que todos os livros fossem lidos,
passamos para a Disposição dos leitores. Neste momento, fizemos um círculo em
sala de aula e iniciamos uma conversa com os alunos, fazendo indagações na
tentativa de descobrir o gosto leitor de cada um, isto é, as impressões sobre leitura,
como descobriram a leitura, as preferências por determinados gêneros e ou autores.
Em seguida, fizemos uma atividade motivacional, onde os alunos, através da
interação oral, levaram sua leitura preferida para socializar com toda sala,
apresentando também os motivos pelos quais o levaram e levam a gostar da
mesma. Em seguida, a professora realizou a atividade de modelagem, quando
explicou para os alunos o que são os círculos de leitura, seus procedimentos e
etapas de funcionamento, a fim de que os educandos fossem sabedores das etapas
e atividades vindouras.
Passemos então ao momento chamado de Sistematização das atividades.
Trata-se de uma etapa em que foi feito um acordo e decidida toda a dinâmica dos
círculos: formamos os círculos pelo gênero escolhido por cada um em sua leitura
inicial, isto é, os livros com temas/histórias semelhantes ficaram em um mesmo
círculo. A sala é composta de 22 alunos, dessa maneira, formamos 4 círculos, sendo
dois com 5 integrantes e dois com 6 integrantes. Decidimos também que, em virtude
de termos uma sala diversificada, com metade dos alunos da zona rural e metade da
zona urbana, e ainda nem todos terem acesso à internet, os encontros seriam
presenciais para que assim ninguém fosse prejudicado. Decidimos também que pelo
mesmo motivo o calendário de encontro seria semanalmente na sala de aula e
biblioteca escolar e quinzenalmente poderiam acontecer encontros na biblioteca
municipal ou por fim na casa dos participantes. Foi feito também pacto com os
deveres de cada participante.
Vale salientar que, cada grupo foi formado com as seguintes funções:
conector/ líder, questionador, iluminado, ilustrador e dicionarista, nos grupos de 5
componentes e nos grupos de 6 componentes: conector, líder, questionador,
iluminador, ilustrador e dicionarista. Os círculos de leituras foram formados a partir
da leitura individual feita na escolha das obras, cada círculo foi formado pela
semelhança e proximidade dos temas/do teor dos livros lidos anteriormente. Isto é,
juntamos os alunos pelas semelhanças dos livros e em seguida os alunos fizeram a
73
interação entre si dos livros, na sequência, eles fizeram a escolha da obra a ser lida
em conjunto.
A primeira função escolhida em todos os círculos foi a de líder, pois
automaticamente o aluno que teve a sua obra lida escolhida, haja vista por já ser
conhecedor do livro teria mais facilidade para conduzir e motivar os outros
componentes. Em seguida, tivemos a escolha do nome dos círculos e apresentação
do nome da obra escolhida para toda a sala. Assim tivemos:
5.1.2 A execução
5.1.3 A avaliação:
Nossa intervenção pode ser dividida em três fases: a primeira foi a fase de
entrevistas, orais e escritas; a segunda foi à aplicação dos círculos, já apresentada
anteriormente; e a terceira foi à avaliação dos resultados alcançados.
As entrevistas orais, por vergonha, os alunos não permitiram a
gravação.
As entrevistas escritas nos serviram para que pudéssemos conhecer
as impressões dos mesmos acerca da (s):
o Leitura e da literatura, apresentadas abaixo no ponto 6.1;
o Oralidade, apresentadas no ponto 6.2;
o Experiências sociointeracionistas já vividas pelos mesmos na
sua trajetória leitora no 6.3;
A aplicação dos círculos, após a coleta das impressões dos citados
acima, nos permitiu por em prática a teoria de formação de leitores
com atividades orais e interacionistas e formar grupos de leitura,
conforme sugere Cosson.
A avaliação dos resultados obtidos com o funcionamento dos círculos
de leitura será no 6.4.
Estas etapas deram origem a nossa avaliação final enquanto professora e
pesquisadora, isto é, a partir dos dados coletados in loco, poderemos agora analisar
e avaliar o que constatamos e se, por enquanto, conseguimos alcançar o nosso
objetivo maior que é: Formar leitores a partir de meios como experiências orais e
atividades sociointeracionistas, para se chegar ao fim que é a formação exitosa dos
círculos de leitura.
Passemos agora ao que conseguimos como resultados. A partir de agora,
trataremos os alunos por uma espécie de código criado por nós, uma fusão dos seus
números de acordo com o diário de presença, sexo e idade: N-S-I. E também
ressaltamos que as respostas estão transcritas da mesma maneira que foram
escritas pelos alunos.
Aluno 17-F-12: Sim, as vezes, as vezes porque tem horas que me dar dor de
cabeça. Romance, aventura, comédia, terror, não gosto de ler coisas sobre esporte,
porque não tenho vontade de ler. Algo que a gente faz para nos inspirar, para
aprender e nos admirar, é importante para que a gente aprenda, etc.
Aluno 18-F-12: Sim, porque ler nos ajuda na leitura e etc. Gosto de ler
histórias em quadrinhos, porque é legal, tem figuras, não gosto de ler aqueles textos
grandes, porque tem os textos e não tem figuras e é ruim. Ler é a pessoa poder
entender a leitura, porque com a leitura foi que nós aprendeu a ler, porque nós
aprende a desenvolver a leitura.
Aluno 19-M-13: Gosto, porque desenvolve as leituras e quando eu for fazer
alguma prova e tiver pra eu fazer alguma redação já sei alguma coisa. Gosto de ler
notícias, pois com as notícias eu fico informado, não gosto de ler histórias falsas,
pois não fico informado. Leitura é tudo que vemos no dia a dia, em placas, cartaz,
músicas, etc. ler é importante, pois se não existisse leitura nós não saberíamos de
nada.
Aluno 20-F-12: Sim, é muito divertido, a gente imagina coisas quando ler.
Gosto de ler livros de aventuras e mistérios, românticos e etc. não gosto de livros
sem cor e sem diversão. É imaginar tudo de que a gente sente, tudo que pensa, é
importante porque a gente imagina coisas e é muito legal.
Aluno 21-F-17: Gosto muito de ler, porque me ajuda a aprender cada dias
mais. Eu gosto de ler contos e aventuras e não gosto de ler cordel e poesia, porque
não entendo a linguagem deles. É se aventurar, ler é sim importante porque através
da leitura aprendemos várias coisas.
Aluno 22-M-12: Sim, porque livros são muito legais. Histórias em quadrinhos
e livros de aventura, terror e romance. É uma forma de soltar a imaginação ao ler um
livro de qualquer tipo.
As nossas indagações estão em modo afirmativo, isto é, não perguntamos se
o aluno gostava ou não de ler, mas se gostava de ler e o que gostava de ler e qual a
visão que o aluno tem sobre leitura (literatura). Isto foi proposital, pois tínhamos a
intenção de comprovar o que diz Cosson, (2014, p. 11, 15, 19, 21 e 22) :
Atualmente, porém a literatura parece não ter mais lugar no cotidiano das
pessoas. [...] O resultado de tudo isso é o estreitamento do espaço da
literatura na escola e, consequentemente, nas práticas leitoras das crianças
e dos jovens. [...] A percepção de desaparecimento ou deslocamento da
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Assim, pela fala dos alunos foi possível constatar que todos gostam de ler
algum tipo de leitura ou gênero, não obrigatoriamente sendo os livros clássicos
propriamente ditos, mas sim de diferentes maneiras nas quais a leitura hoje se
apresenta. Até os alunos que disseram gostar mais ou menos de ler, gostar um
pouco de ler, etc., citaram o que gostam de ler algum gênero, portanto, na verdade
gostam de ler alguma coisa. Somente nesta sala de aula, podemos destacar
inúmeras possibilidades de leitura citadas, na visão dos alunos: Poemas, histórias
de terror, esporte, aventura, livros infantis, histórias divertidas, contos de fadas,
histórias em quadrinhos, mangás, narrativas, gibi, ficção científica, contos, comédia,
mistérios, notícias etc.
Tomando por base estas constatações, não nos resta dúvida que a leitura e
literatura estão mais que presentes na vida dos alunos, o que nos cabe como
educadores é acompanhar as evoluções e as diferentes manifestações das mesmas
nos dias atuais, para que assim consigamos nos adaptar a este novo leitor. Na
verdade, na maioria das vezes os problemas não estão nos alunos que não querem
ou gostam de ler, mas sim na maneira como a escola conduz estes momentos de
leitura dentro e fora da escola. Pois como afirma Nascimento (2001, p. 38):
Aluno 9-M-12: Sim, a minha mãe contava muitas histórias, como Pinóquio, os
três porquinhos e outros contos de fada. Não gosto de contar e nem ouvir, já passou
o meu tempo que fazia.
Aluno 10-F-12: Sim, mãe. Foram bem legais. Gosto de contar porque é muito
divertido.
Aluno 11-M-12: Sim. Minha mãe. Eu ficava deitado na cama e ela na beirada
da cama contando histórias. Gosto de ouvir e contar histórias, para começar a
apreciar a arte da leitura.
Aluno 12-F-12: Sim. Minha mãe quando eu ia dormir. E sou mais de escutar,
porque gosto de ouvir histórias.
Aluno 13-M-13: Não. Não gosto de ouvir e nem contar histórias, só se for de
nós da sala ou para uma namorada.
Aluno 14-F-12: Sim, contos de fada. Minha mãe. Gosto de ouvir porque é
melhor.
Aluno 15-F-12: Sim, adivinhas. Na casa da minha vó e na casa de minhas
amigas. Nós ficávamos na calçada sentadas e começava a contar histórias de
adivinhas, terror e piadas. Era muito bom, saudade desses tempos. Gosto de ouvir
porque contar não sou muito boa.
Aluno 16-F-12: Sim, meu pai na hora de dormir. Gosto de contar, ouvir não,
não tenho paciência de escutar.
Aluno 17-F-12: Sim. Minha irmã. Ela sentava comendo pipoca e começava a
contar histórias e também na hora de dormir. Gosto de ouvir porque me desestressa
mais.
Aluno 18-F-12: Não, ninguém nunca contou e nem leu. Só minha professora
na escola. Eu gosto de ouvir porque quando tô escutando fico imaginando as
figuras, sabe?
Aluno 19-M-13: Sim, mãe na hora de dormir. Eu deitava e ela contava
histórias. Gosto de ouvir, pois não sei contar, e é mais legal ouvir histórias de quem
sabe contar.
Aluno 20-F-12: Sim, minha mãe e minha vó. Era lindo. Eu gosto de ouvir e
contar histórias por é muito divertido.
Aluno 21-F-17: Sim, minha vó e minha professora. Minha vó, acontecia
quando eu ia dormir, eu gostava muito desse momento. Na escola, minha professora
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contava e lia contos de fadas. Gosto muito de ouvir e contar histórias, são momentos
legais, porque ainda não sei ler direito, estou aprendendo e isso me ajuda muito.
Aluno 22-M-12: Sim, contos de fadas. Minha vó quando eu ia dormir e eu
pedia para ela contar. Eu gosto de contar e ouvir porque adoro ler e quero que as
pessoas gostem de ouvir e contar histórias.
Através destas constatações afirmadas por nossos alunos, é possível
confirmar o nosso pensamento inicial, onde concordamos com Belintane (2013), em
que o mesmo destaca a importância da oralidade na formação leitora dos indivíduos,
de maneira que a maioria de nós tivemos nossas primeiras experiências leitoras na
primeira infância, através de interações com familiares ou personagens do nosso
cotidiano. Como vemos, os alunos citam o contato com adivinhas, contos de fadas,
anedotas, entres outros textos orais na sua infância, como sendo seus primeiros
contatos com a leitura e literatura. O autor destaca esta importância citando as
experiências de poetas como Manuel Bandeira, Jorge de Lima e Graciliano Ramos,
que tiveram também estas experiências como primeiro incentivo ao gosto leitor.
Vejamos o relato sobre Manuel Bandeira:
Aluno 10-F-12: Sim. Todas porque são todas boas. Porque ele é muito bom e
ensina as crianças e também as pessoas porque a leitura muda a vida.
Aluno 11-M-12: Sim. Drácula e Dom Quixote. Para as pessoas voltar a ler
livros, eu antes desse projeto não me interessava em ler muitos livros, mas agora eu
gosto de ver muito livro.
Aluno 12-F-12: Sim. Médico a força, histórias em quadrinhos, etc. Para nós
conhecer mais a leitura.
Aluno 13-M-13: Sim, porque desse jeito a gente fica se conhecendo melhor.
Romance, porque é muito bom. Porque a gente aprende a fazer um projeto para a
gente e ler de um jeito diferente.
Aluno 14-F-12: Sim. Poesia e poema. Para incentivar as pessoas a ler.
Aluno 15-F-12: Gostei, porque assim os alunos se interessam mais sobre a
leitura. Livros de poesia. Porque incentiva nós alunos a gostar mais de ler.
Aluno 16-F-12: Sim, muito. Diário de um banana. Para mim tudo que envolve
leitura é importante, sempre gostei de ler e pretendo continua assim.
Aluno 17-F-12: Sim. Otolina e a gata amarela atrás do jardim. Para nós ler
mais e para ajudar uns aos outros, pois antes tinha preconceito com as pessoas que
liam muito.
Aluno 18-F-12: Sim, porque nós aprende e ensina aos outros. Sim eu queria
indicar: A turma da Mônica, vocês vão gostar muito e vão rir. Porque nós desenvolve
a leitura e aquelas palavras que eram difíceis, que nós não sabia... eu mesma
aprendi... tudo que não tinha visto.
Aluno 19-M-13: Sim. A menina que roubava livros e o vendedor de sonhos. É
importante, pois estamos desenvolvendo mais a leitura.
Aluno 20-F-12: Sim. Livros de aventuras. Para a gente aprender mais sobre
leitura.
Aluno 21-F-17: Sim, gostei muito porque eu pude conhecer melhor o gosto
de livros de cada amigo meu. A história de menina Lili, porque gostei muito e
indicaria para todos os meus amigos. Para desenvolver a escrita e a leitura e porque
faz com que cada um de nós goste mais de ler.
Aluno 22-M-12: Sim, porque trocar e indicar livros é muito legal. A culpa é
das estrelas, o diário de um banana, o santo e a porca e o caso do elefante dourado.
Porque serve para nós se aventurar em muitos livros.
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6.4 A avaliação dos resultados obtidos com o funcionamento dos círculos de leitura
a partir das cartas autoavaliativas feitas pelos alunos.
Ao final da primeira formação dos círculos de leitura, pedimos aos alunos que
escrevessem uma carta autoavaliativa falando das suas memórias literárias e por
fim, falando das suas experiências vividas nos círculos de leitura, isto é, fazendo
uma avaliação do projeto, bem como sua autoavalição dentro dele. Nossa intenção
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foi através disso, como sugere Cosson (2014, p. 173), fazer a avaliação não
somente do desempenho dos alunos, mas também do nosso próprio objetivo ter sido
alcançado como realmente almejávamos.
Aluno 7-M-12: [...] Em minha opinião o projeto que você começou está
ajudando e muito a mim a os meus amigos a nos aproximar muito mais dos livros
que estariam muito mais distantes sem esse seu projeto incrível.
Aluno 8-F-12: [...] Esse projeto é realmente importante, porque despertou a
mente de muitos alunos com relação a leitura. Acho realmente legal a ideia de ler,
pois desperta amor pela leitura e muda pensamentos sobre estudos, eu gostei da
ideia e estou realmente me apaixonando por John Green, pois os livros dele prende
a nossa atenção e dá vontade de cada vez ler mais.
Aluno 9-M-12: [...] Quase toda aula você passa ou faz uma roda de leitura, eu
as vezes gosto outras não, mas é sempre bom, agora já estamos com essa tarefa
de até o final do ano com esse projeto de pegar um livro.
Aluno 10-F-12: [...] Logo quando a roda de leitura começou com a professora
Aíla Kelma, ela (eu) se aprofundou mais na leitura, começou a imaginar novos
mundos e novas formas para se distrair, hoje a leitura é fundamental para sua vida e
roda da leitura ajuda muito a exercitar a mente.
Aluno 11-M-12: [...] O projeto é muito bom para quem se interessa, porque
incentiva a leitura e o estudo.
Aluno 12-F-12: [...] Esse projeto me ajudou muito na minha leitura e no meu
aprendizado, ele trouxe muito conhecimento para nós estudantes e para melhorar e
nos conhecer e trazer para os outros.
Aluno 13-M-13: [...] Aqui é um meio de se estabelecer a leitura, estar por
dentro do que a leitura fala e passa, mostrar diversos livros, nos transmitir
conhecimento, acrescentar coisas boas, enriquecem nossa educação, pois a leitura
também tem poder da transformação.
Aluno 14-F-12: [...] Quero agradecer por esse apoio para a leitura, me fez
perceber, na verdade todo tempo que eu achava não ter, era apenas desculpas, pois
leitura abre portas para a imaginação e é o que mais precisamos no mundo.
Aluno 15-F-12: [...] A roda de leitura vai ser muito boa para todos, porque dá
para trabalhar em grupo e exercita a mente e vai ser muito bom, mais uma chance
de conhecer livros novos.
Aluno 16-F-12: [...] Para mim projeto de leitura é ler muito e aprender coisas
novas para repassar para outras pessoas.
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Aluno 17-F-12: [...] O círculo de leitura para mim está sendo muito bom,
assim podemos aconselhar leituras para os outros colegas e vise e versa.
Aluno 18-F-12: [...] Estou aprendendo hoje com essas leituras de vez em
quando, pois ler nos ajuda a desenvolver e ter mais conhecimento nas coisas. O que
a gente seria se não soubesse ler?
Aluno 19-M-13: [...] Eu sempre soube que era importante ler, mas como eu
sempre fui muito ligado na TV, eu tinha muita preguiça de ler, mas com seu projeto
eu aprendi que se eu começo a ler um livro e não gosto, é só trocar até encontrar
um livro que se encaixe com minha personalidade, porque se não for assim nós, as
pessoas vão achar que aquela leitura ter sido ruim, todas vão ser.
Aluno 20-F-12: [...] Gente, esse círculo de leitura incentiva a leitura, eu já lia,
agora vou continuar lendo. É claro que não troquei nenhum livro ainda, porque o
círculo de leitura começou agora na sala, mas é ótimo, nós conhecemos livros novos
e nos imaginamos em estórias ou histórias novas.
Aluno 21-F-17: [...] Quando fiquei sabendo desse projeto fiquei muito feliz,
pois é mais um incentivo para a leitura. Muitos não leem livros com desculpas de
falta de tempo [...]
Aluno 22-M-12: [...] Dou meus parabéns a esse projeto que despertou mais
ainda meu interesse pela leitura e me fez recordar das minhas leituras passadas
como histórias em quadrinhos, dos poemas, dos contos de fadas...
espontaneamente, o que prova que esta maneira de ler os empolga e desperta seus
interesses. Temos a pretensão de que em um futuro muito próximo estes alunos
alcancem maturidade leitora e já se tornem multiplicadores de leitura muito além da
escola, pois:
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
dados das nossas escolas brasileiras têm revelado que isto não tem sido
concretizado.
Porém, ao ter conhecimento do livro: Círculos de Leitura e Letramento
Literário, Cosson (2014), passamos a entender a leitura e literatura de uma maneira
diferente, pois em suma o mesmo nos fala que todos têm um gosto leitor e o que
precisamos fazer é reunir pessoas com os mesmos gostos, a fim de que possam
trocar ideias leitoras e formar vários círculos de maneira que um possa contagiar o
outro com sua leitura e isso torne-se uma espécie de cadeia na difusão da leitura,
são os chamados círculos de leitura.
Partimos desta acertiva e fomos em busca de comprová-la em nossa prática.
O estudo evidenciou através das respostas dos 22 alunos que realmente todos tem
um gosto leitor, pois mesmo aqueles que responderam não gostar muito de ler,
gostam de ler um gênero ou um tipo de texto específico. Isto é, todos revelaram
gostar de ler alguma coisa.
Este estudo revelou também através das respostas dos alunos, outra hipótese
adquirida com a leitura do livro : Oralidade e alfabetização, Belintane (2013), onde o
autor nos remete ao pensamento da importância do trabalho com a oralidade, não
só nas atividades presentes, mas ao se fazer uma espécie de resgate de memórias
leitoras nos alunos, pois a maioria das pessoas tiveram na oralidade as primeiras
experiências de leitura e essas memórias resgatadas provocam uma volta ao prazer
da leitura.
Nos revelou ainda e também através das respostas dos alunos que o trabalho
baseado no sociointeracionismo, da aprendizagem, da linguagem e da leitura, torna-
se um caminho viável na concretização das atividades em sala de aula.
Desse modo, estas constatações inicias nos fizeram ter a confiança
necessária para apostar na execução da nossa intervenção: formar círculos de
leituras, com o auxilio da oralidade e numa abordagem sociointeracionista. Pois
percebemos que para se formar círculos de leitura é essencial que tenhamos
atividades de oralidade e sociointeração, de outro modo o bom rendimento dos
círculos não seria tão satisfatório como almejávamos.
Assim, com esta intervenção conseguimos formar os círculos de leitura e o
projeto permanecerá, no mínimo até o final deste ano letivo, a fim de que possamos
formar leitores maduros, como sugere Cosson (2014).
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Por fim, através das cartas autoavaliativas dos alunos, pudemos constatar
que o nosso objetivo inicial foi alcançado, pois todos avaliaram de maneira positiva a
formação e execução dos círculos de leitura. Podemos perceber que os alunos
estão se mostrando interessados, participativos e já é possível ver o brilho nos seus
olhares ao falarem dos livros e ao darem sugestões para as atividades de leitura.
Espera-se, com este estudo, que esta experiência de formação de círculos de
leitura possa servir como proposta pedagógica para outros professores, que
desejem mudar de alguma maneira sua forma de trabalhar a formação de leitores.
O ponto forte dessa pesquisa é o desejo por mudanças. É preciso que nós
professores tenhamos a coragem de mudar nossas práticas e tenhamos a certeza
que como afirma Pinheiro (2006), com bastante trabalho é possível proporcionar o
encontro prazeroso entre leitor e leitura.
Portanto, sociedade e a educação precisam de novas metodologias, que
acompanhem a evolução dos tempos, pois em muitos casos o que se vê é que a
escola não tem acompanhado seu tempo. Ficando vinculada a modelos
ultrapassados que não mais funcionam. É preciso inovar e a cada dia buscar novas
possibilidades, até que consigamos uma resposta positiva para nossas inquietudes
pedagógicas.
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REFERÊNCIAS
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2006.
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KOCH, Ingedore Villaça & amp; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os
sentidos do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2007
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SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura & realidade brasileira. 2. ed. Porto Alegre:
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1995. p. 14 (Coleção Questões da nossa época, v. 45)
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos
problemas de aprendizagem escolar. 10 ed. 1ª reimp. – Rio de Janeiro: DP&A,
2004.
YUNES, Eliana. Tecendo um leitor: uma rede de fios cruzados. Curitiba: Aymará,
2009.
ANEXOS
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ROTEIRO DA ENTREVISTA