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Modelo Projeto - PCC
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JOYCE MANTZOS
Brasília
2022
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JOYCE MANTZOS
Brasília
2022
SUMÁRIO
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1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................p. 4
3. OBJETIVOS........................................................................................................p. 5
1. INTRODUÇÃO
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Foi na Alemanha do final do século XVIII que houve a criação de um novo modo
literário para o fantástico, o qual foi sendo usado como modelo para muitas obras ao
longo do século XIX. O fantástico é considerado um componente da literatura
moderna, pois antecipou certas temáticas muito empregadas nesse campo literário,
como, por exemplo, a representação subjetiva do tempo, fragmentação de
personagens, o sonho e a visão. Além disso, quando leva-se em conta a imaginação
literária ou o âmbito não literário, é logo referência.
Na passagem do século XVIII para o XIX, vários modelos culturais sofreram mudanças
radicais por causa do estado mental e sensível das coletividades, em decorrência do
crescente ceticismo na Europa sobre o pensamento religioso cristão, em outras
palavras, a fé e a ciência entravam em choque constante. Isso gerou profundas
mudanças na vida social e familiar de muitos indivíduos, e reverberou em inúmeras
áreas do conhecimento. Sendo assim, na literatura fantástica, o sobrenatural era visto
como uma forma de explorar/abordar questões inquietantes do mundo natural. É como
se os pensamentos religiosos começassem a sofrer um processo de secularização,
de “contaminação” com as novas ideias da ciência.
Dessarte, em 1808, nasce Edgar Allan Poe, em Boston, nos Estados Unidos, que, ao
longo do século XIX, publicaria, principalmente, contos excepcionais de terror e
mistério policial, quase sempre adotando elementos góticos em suas obras. Sendo
assim, “O gato preto”, lançado em 1843, é um dos contos mais famosos desse escritor
e aborda uma temática bastante corriqueira nas histórias de Poe, o lado sombrio do
ser humano, aquilo que nos remete à maldade, à perversidade, o vício, o ódio. Sempre
envolta de uma atmosfera macabra. E é essa pequena obra o objeto de análise desta
pesquisa.
Segundo Todorov (2010), “O gato preto” é um dos únicos contos fantásticos de Poe
porque a maior parte dos textos está classificada em outras categorias de gênero
textual, próximas ao fantástico. Levando em consideração o autor e o objetivo deste
trabalho de explorar literatura fantástica, foram selecionadas as seguintes questões
para análise: a hesitação fantástica (composta pela hesitação do personagem e do
leitor), o envolvimento do leitor com a obra (no fantástico, é comum os escritores
produzirem uma obra que alimente a interação do leitor com a história, utilizando, para
isso, diversos recursos. O elemento escolhido para análise é o suspense) e o uso (e
o efeito no texto) das figuras de linguagem metáfora, comparação e personificação
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2. QUESTÃO PROBLEMA
➢ No conto “O gato preto”, de Edgar Allan Poe, como e em quais situações ocorre
a hesitação do personagem e do leitor?
➢ Por que e como o suspense no conto envolve o leitor com a obra?
➢ Como e em quais situações as figuras de linguagem metáfora, comparação e
personificação são empregadas no texto?
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral: Analisar a hesitação fantástica presente no conto, bem como o
suspense, elemento principal que provoca o envolvimento do leitor com a obra, e as
figuras de linguagem metáfora, comparação e personificação.
3.2. Objetivos Específicos:
➢ Investigar a hesitação do personagem e do leitor.
➢ Estudar o suspense como o principal elemento que estimula o envolvimento do
leitor com a obra.
➢ Analisar, a partir do texto, as figuras de linguagem metáfora, comparação e
personificação.
4. JUSTIFICATIVA
5. REFERENCIAL TEÓRICO
2010, p. 18), pois, em um mundo em que bruxas, vampiros e fantasmas não existem,
só a incerteza permanece diante de um acontecimento, aparentemente, sobrenatural.
Entretanto, não podemos só levar em consideração a personagem, mas também a
função implícita do leitor, o qual também duvida. Todorov (2010) afirma que nem
sempre a personagem irá hesitar, por causa disso, a hesitação do leitor é considerada
a primeira condição do fantástico. Sendo assim, não é uma condição necessária o
leitor identificar-se com algum personagem, mas acontece com muita frequência.
Quando isso ocorre, diz-se que a hesitação está representada na obra, pois as
incertezas do leitor conversam com as do personagem. No conto “O gato preto”, a
hesitação está representada.
➢ Envolvimento do leitor: Segundo Ceserani (2006), em um primeiro momento,
nas histórias fantásticas, o leitor encontra-se diante de um mundo normal e tranquilo,
todavia, logo depois, algo de anormal acontece nesse mundo, o que acaba deixando
quem está lendo desorientado, com medo, apreensivo. Isso acontece porque o
fantástico costuma estar muito ligado com histórias de horror e terror, que costumam
incutir, respectivamente, a repulsa e o medo no leitor. Contudo, cabe ressaltar que,
sobretudo, o medo não é a única emoção que uma história fantástica pode suscitar
em quem está lendo.
De acordo com Indrusiak e Domingo (2021), no conto “O gato preto”, é através do
suspense narrativo de Poe que a manipulação do leitor e a tensão é garantida.
Quando fala-se do efeito que esse conto causa no leitor, muito mais importa a
construção narrativa do que, necessariamente, a natureza dos eventos narrados. As
temáticas e os recursos utilizados por narrativas góticas e de terror intensificam a
natureza estrutural do suspense narrativo, mas é o narrador e a forma como a história
é narrada que ganham destaque.
➢ Figuras de linguagem: na literatura fantástica, há “(...) um forte interesse pela
capacidade projetiva e criativa da linguagem” (CESERANI, 2006, p. 70). Dependendo
da forma que é empregada no texto, pode-se perceber as potencialidades fantasiosas
que a linguagem proporciona ao efeito fantástico. Devido a isso, no discurso
fantástico, é comum o uso de figuras de linguagem porque propiciam, por exemplo, a
criação de novas “realidades” e, com isso, interpretações. Em “O gato preto”, nota-se
a presença das figuras de linguagem metáfora, comparação e personificação.
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7. CRONOGRAMA
Atividade Ju Ju A S O N D Ja
nh lh go e u o e ne
o o st t t v z ir
o e u e e o
m b m m
b r br b
r o o r
o o
Revisão Bibliográfica X X X
Seleção e resenha de X X
textos constitutivos do
corpus de análise e da
temática da pesquisa
Leituras e X X X
aprofundamentos sobre os
temas da pesquisa
Elaboração do projeto X X
monográfico
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Escrita do artigo/trabalho X X X
monográfico
Apresentação do trabalho X
monográfico
REFERÊNCIAS:
CESERANI, Remo. O fantástico. Trad. Nilton Cezar Tridapalli. Curitiba: UFPR, 2006.
CORTÁZAR, Julio. Valise de cronópio. Trad. Davi Arrigucci Jr.; João Alexandre
Barbosa. 2 ed. São Paulo: Perspectiva, 2006.
GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. 11ª edição. Série Princípios. São Paulo,
Ática, 2006.
Poe, Edgar Allan. Contos de imaginação e mistério. São Paulo: Tordesilhas, 2012.