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Resumo 2022-2 Neuroanatomia

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Professora Salete do Rocio Cavassin Brandalize

Resumo das aulas EaD – disciplina de neuroanatomia 2022-2

AULA 01
Introdução a Neuroanatomia
O sistema nervoso possibilita ao corpo responder a mudanças contínuas em
seus ambientes externo e interno; ele controla e integra as atividades
funcionais dos órgãos e dos sistemas orgânicos. Do ponto de vista anatômico,
o sistema nervoso é dividido da seguinte maneira:

O sistema nervoso central (SNC) é formado pelo encéfalo e pela medula


espinal, localizados, respectivamente, na cavidade craniana e o no canal
vertebral

O sistema nervoso periférico (SNP) é formado pelos nervos cranianos, espinais


e periféricos, que conduzem impulsos a partir do SNC (nervos motores ou
eferentes) e de volta para ele (nervos sensitivos ou aferentes); por conjuntos de
corpos celulares nervosos fora do SNC, denominados gânglios; e por
terminações nervosas especializadas (tanto motoras quanto sensitivas). As
interações dos nervos sensitivos (aferentes) que recebem estímulos, o SNC
que os interpreta e os nervos motores (eferentes) que iniciam as respostas
criam vias neurais. Essas vias medeiam ações reflexas, denominadas arcos
reflexos. Em seres humanos, a maior parte dos neurônios sensitivos não passa
diretamente dentro do encéfalo, mas se comunica por meio de terminações
especializadas (sinapses) com os neurônios motores na medula espinal.

Divisão do Sistema Nervoso

Sistema Nervoso Central

– Encéfalo

Cérebro (telencéfalo, diencéfalo)

Tronco encefálico (mesencéfalo, ponte, bulbo)

Cerebelo

– Medula espinhal

Sistema Nervoso Periférico

Nervos (12 Cranianos, 31 espinhais)

Gânglios
Terminações nervosas

COMPOSIÇÃO DO SISTEMA NERVOSO


O tecido nervoso consiste em dois tipos principais de células: os neurônios e as
células de sustentação.
O neurônio ou célula nervosa é a unidade funcional do sistema nervoso.
Consiste em um corpo celular, que contém o núcleo, e em vários
prolongamentos de comprimento variável. As células nervosas são
especializadas em receber estímulos de outras células e em conduzir impulsos
elétricos para outras partes do sistema por meio de seus prolongamentos. Os
contatos especializados entre neurônios que possibilitam a transmissão da
informação de um neurônio para o seguinte são denominados sinapses.
As células de sustentação são células não condutoras, localizadas próximo
aos neurônios. São designadas como células neurogliais ou, simplesmente,
glia.
Além dos neurônios e das células de glia, existe vasculatura substancial tanto
no SNC quanto no SNP. Os vasos sanguíneos são separados do tecido
nervoso pelas lâminas basais e por quantidades variáveis de tecido conjuntivo,
dependendo do calibre do vaso. A delimitação entre os vasos sanguíneos e o
tecido nervoso no SNC exclui muitas substâncias, que geralmente saem dos
vasos sanguíneos e entram em outros tipos de tecidos. Essa restrição seletiva
de substâncias transportadas pelo sangue no SNC é denominada barreira
hematoencefálica.
NEURÔNIO
Os neurônios sensitivos transmitem impulsos dos receptores para o SNC. Os
prolongamentos desses neurônios estão envoltos por fibras nervosas aferentes
somáticas e aferentes viscerais. Essas fibras transmitem as sensações de dor,
temperatura, tato e pressão a partir da superfície corporal, bem como impulsos
de dor e outras sensações nos órgãos internos até o SNC.

Os neurônios motores transmitem impulsos do SNC ou dos gânglios para as


células efetoras nos tecidos. Os prolongamentos desses neurônios estão
envoltos por fibras nervosas eferentes somáticas e eferentes viscerais. Os
neurônios eferentes somáticos enviam impulsos voluntários para os músculos
esqueléticos. Os neurônios eferentes viscerais transmitem impulsos
involuntários para músculo liso, células de condução cardíaca e glândulas
efetoras.

Os interneurônios, formam uma rede de comunicação e de integração entre


os neurônios sensitivos e motores. Estima-se que mais de 99,0% de todos os
neurônios pertençam a essa rede integrativa.

Componentes funcionais dos neurônios


O corpo celular de um neurônio contém o núcleo e as organelas que mantêm
a célula. Os prolongamentos que se estendem a partir do corpo celular
constituem a única característica estrutural comum de todos os neurônios, cuja
função é controlar as funções celulares. A maioria dos neurônios tem
apenas um axônio, que geralmente consiste no prolongamento mais longo,
que se estende a partir da célula e transmite impulsos do corpo celular para um
terminal especializado (sinapse). A sinapse estabelece contato com outro
neurônio ou com uma célula efetora (p. ex., uma célula muscular ou uma célula
epitelial glandular). Em geral, o neurônio tem muitos dendritos, ou seja,
prolongamentos mais curtos que transmitem impulsos da periferia de outros
neurônios em direção ao corpo celular, além de aumentarem a superfície de
contacto do neurônio.
 

Os neurônios se conectam através das sinapses. O neurônio que transmite um


sinal para a sinapse é denominado célula pré-sináptica, e o neurônio que
recebe o sinal é chamado de célula pós-sináptica. O espaço estreito entre duas
células é a fenda sináptica. A grande maioria das sinapses no corpo são
sinapses químicas, em que a célula pré-sináptica libera sinais químicos que se
difundem através da fenda sináptica e se ligam a um receptor de membrana
localizado na célula pós-sináptica. O SNC humano também possui sinapses
elétricas, em que a célula pré-sináptica e a célula pós-sináptica estão
conectadas através de junções comunicantes.

AULA 02
Sistema Nervoso Central
ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Em um período embrionário muito precoce, as células que formarão o sistema
nervoso se dispõem em uma região achatada, chamada de placa neural.
Aproximadamente no 23° dia do desenvolvimento humano, as células da placa
neural se fundem, formando o tubo neural. As células das camadas externas
do tubo neural se tornam neurônios e a glia do SNC. As células da crista neural
se tornam neurônios sensoriais e motores do sistema nervoso periférico.
Na 4ª semana do desenvolvimento humano, a porção apical do tubo neural
começa a se especializar nas regiões do encéfalo.
Como descrito anteriormente, o SNC, assim como o SNP, é composto de
neurônios e células da glia de sustentação. Observando-se
macroscopicamente, os tecidos do SNC são divididos em substância cinzenta e
substância branca.
A substância cinzenta consiste em corpos, dendritos e axônios de células
nervosas não mielinizadas. Os corpos celulares estão reunidos de maneira
organizada tanto no encéfalo como na medula espinal. Em algumas regiões do
encéfalo, eles formam camadas e, em outras, formam grupos de neurônios
com funções similares.
A substância branca é constituída principalmente por axônios mielinizados e
contém poucos corpos celulares. A sua cor pálida é devida às bainhas de
mielina que envolvem os neurônios.
A consistência do encéfalo e da medula espinal é macia e gelatinosa. Embora
cada neurônio e célula da glia tenha um citoesqueleto interno extremamente
organizado que mantém a forma e a orientação da célula, o tecido neural
possui uma matriz extracelular mínima e precisa contar com um suporte
externo para se proteger de traumas. Esse suporte vem sob a forma de um
invólucro exterior de osso, três camadas de membrana de tecido conectivo e
fluido entre as membranas.
OS OSSOS E O TECIDO CONECTIVO NO SNC
Nos vertebrados, o encéfalo está guardado em uma caixa óssea, o crânio, e a
medula espinal segue ao longo do canal da coluna vertebral. A segmentação
do corpo, característica de alguns invertebrados, ainda pode ser observada nas
vértebras, as quais estão empilhadas umas sobre as outras e separadas por
discos de tecido conectivo. Os nervos do sistema nervoso periférico entram e
saem da medula espinal, passando através de forames localizados entre as
vértebras.
Três camadas de membranas, chamadas de meninges, situam-se entre os
ossos e os tecidos do sistema nervoso central. Estas membranas ajudam a
estabilizar o tecido neural e a protegê-lo do impacto contra os ossos. A partir do
osso até o tecido nervoso, as membranas são (1) a dura-máter, (2) a aracnóide
e (3) a pia-máter.
A dura-máter é a mais grossa das três membranas (pense em durável). Ela
está associada a veias que drenam o sangue do encéfalo através de vasos ou
cavidades, chamadas de seios. A camada do meio, a membrana aracnoide, é
frouxamente ligada à membrana mais interna, deixando um espaço
subaracnóideo entre as duas camadas. A membrana interna, a pia-máter, é
uma membrana fina que adere à superfície do cérebro e da medula espinal. As
artérias que suprem o encéfalo estão associadas a essa camada.
O último componente protetor do SNC é o líquido extracelular, o qual ajuda a
acolchoar o delicado tecido neural.  
LÍQUIDO CEREBROSPINHAL OU CEFALORAQUIDIANO
O líquido cerebrospinal (LCS). O LCS serve a duas funções: proteção física e
proteção química.
O encéfalo e a medula espinal flutuam na delgada camada de líquido entre as
membranas. O LCS também promove proteção por amortecimento. Quando
ocorre um choque na cabeça, o LCS deve ser comprimido antes que o encéfalo
bata na parte interna do crânio.
MEDULA ESPINHAL
A medula espinal é a principal via para o fluxo de informações em ambos os
sentidos entre o encéfalo e a pele, as articulações e os músculos do corpo.
Além disso, a medula espinal contém redes neurais responsáveis pela
locomoção. Se for seccionada, há perda da sensibilidade da pele e dos
músculos, bem como paralisia, a perda da capacidade de controlar os
músculos voluntariamente.
A medula espinal é dividida em quatro regiões: cervical, torácica, lombar e
sacra, nomes que correspondem às vértebras adjacentes. Cada região é
subdividida em segmentos, e de cada segmento surge um par bilateral de
nervos espinais. Pouco antes de um nervo espinal se juntar à medula espinal,
ele divide-se em dois ramos, chamados de raízes. A raiz dorsal de cada nervo
espinal é especializada em conduzir a entrada de informações sensoriais via
aferente. Os gânglios da raiz dorsal, dilatações encontradas na raiz dorsal
antes de entrar na medula, contêm os corpos celulares dos neurônios
sensoriais. A raiz ventral carrega informações provenientes do SNC para
músculos e glândulas. Os cornos ventrais da substância cinzenta contêm
corpos celulares de neurônios motores que conduzem sinais eferentes para
músculos e glândulas. Estão organizados em núcleos motores somáticos e
autonômicos. As fibras eferentes deixam a medula espinal pela raiz ventral.
A substância branca da medula espinal é o equivalente biológico a cabos de
fibra óptica que as companhias telefônicas utilizam para conduzir os nossos
sistemas de comunicação. A substância branca pode ser dividida em diversas
colunas compostas de tratos de axônios que transferem informações para cima
e para baixo na medula. Os tratos ascendentes conduzem informações
sensoriais para o encéfalo. Eles ocupam as porções dorsal e lateral externa da
medula espinal. Os tratos descendentes conduzem principalmente sinais
eferentes (motores) do encéfalo para a medula. Eles ocupam as porções
ventral e lateral interna da substância branca.

ESTUDAR OS PRINCIPAIS TRATOS CORTICOESPINHAIS E SUA


ANATOMIA, PARA RESPONDER A PERGUNTA: * Por que a lesão do
hemisfério direito afeta o lado esquerdo do nosso corpo????
 
AULA 03
Encéfalo e suas divisões
O sistema nervoso central (SNC) apresenta uma série de divisões. Incialmente
o SNC é dividido em encéfalo e medula espinhal. O encéfalo por sua vez é
divido em: cérebro, cerebelo e tronco encefálico.
O cérebro é subdivido em: telencéfalo (composto pelo córtex cerebral e pelos
núcleos da base) e pelo diencéfalo (composto pelo tálamo, hipotálamo e
glândula pineal).
O cerebelo é composto de córtex cerebelar e núcleos profundos.
E por fim o tronco encefálico é divido em mesencéfalo, ponte e bulbo.
Durante o desenvolvimento embrionário, quando o encéfalo cresce
rapidamente, a substância cinzenta do córtex se desenvolve muito mais rápido
que a substância branca, mais profunda. Consequentemente, o córtex se dobra
sobre si mesmo – o que aumenta a área de sua superfície, com aumento
mínimo do volume – a estas dobras dão-se se o nome de giros, e entre eles
teremos fendas, as fendas mais profundas entre os giros são chamadas de
fissuras; as mais superficiais, de sulcos. A fissura mais proeminente, a fissura
longitudinal, separa o telencéfalo (cérebro) em duas metades chamadas de
hemisférios cerebrais. Os hemisférios cerebrais são conectados internamente
pelo corpo caloso, uma grande faixa de substância branca contendo axônios
que se projetam entre os hemisférios.
Deste modo os hemisférios são separados um do outro por um aprofunda
fenda na linha média, denominada fissura cerebral longitudinal, separados do
tronco cerebral e do cerebelo pela fissura cerebral transversa.
Cada hemisfério cerebral apresenta três superfícies: superfície medial,
superfície inferior e superfície supero-lateral onde evidenciamos os giros.
LOBOS CEREBRAIS
O córtex cerebral adulto é dividido em seis regiões:
- lobo frontal, lobo parietal, lobo occipital, lobo temporal, lobo límbico e lobo da
ínsula, sendo que os quatro primeiros lobos os que recebem seus nomes de
acordo com os ossos que os recobrem.
ÁREAS FUNCIONAIS DO CÓRTEX
Embora a anatomia de superfície do córtex forneça marcos importantes para a
localização dos lobos e áreas funcionais, a significância funcional das várias
áreas corticais é o mais relevante para se avaliar as consequências de uma
lesão.
Assim, em uma visão simplista, o encéfalo é um processador de informações
muito semelhante a um computador. O encéfalo recebe a entrada sensorial dos
ambientes interno e externo, integra e processa a informação e, se apropriado,
gera uma resposta. Assim, tipos específicos de sinais sensitivos, motores e
integradores são processados em regiões distintas do córtex cerebral.
De modo geral as áreas sensitivas recebem informações sensitivas e estão
envolvidas com a percepção, ato de ter consciência de uma sensação; as
áreas motoras controlam a execução de movimentos voluntários; enquanto as
áreas associativas lidam com funções integradoras mais complexas, tais como
memória, emoções, raciocínio, vontade, juízo crítico, traços de personalidade e
inteligência.
E ainda teremos a subdivisão destas em áreas associativas primárias,
secundárias e terciárias.

Áreas primárias: relacionam-se diretamente com a sensibilidade ou com a


motricidade.
Área primária motora:

 área 4 de Brodmann, situada no lobo frontal, anteriormente ao giro pré-


central. Responsável pelos movimentos de grupos musculares do
lado oposto do cérebro. Vide anatomia dos tratos córtico-espinais.

Áreas sensitivas primárias:

 áreas 1, 2 e 3 de Brodmann, situa-se diretamente posterior ao sulco


central de cada hemisfério, no giro pós-central de cada lobo parietal.
 área visual primária (área 17), localizada na parte posterior do lobo
occipital, está envolvida com a percepção visual.
 área auditiva primária (áreas 41 e 42), situada na parte superior do lobo
temporal, está relacionada com a percepção auditiva.
 área gustativa primária (área 43), localizada no lobo parietal, está
envolvida com a percepção gustativa e com a discriminação de gostos.
 área olfatória primária (área 28), situada na face medial do lobo
temporal, está envolvida com a percepção olfatória.

Áreas de Associação Secundárias: Não se relacionam diretamente com a


motricidade ou com a sensibilidade. Ocupam um território cortical muito maior
que as áreas de projeção e podem estar relacionadas com o grande
desenvolvimento das funções psíquicas humanas.

Áreas de Associação Terciária: integram informações de áreas sensoriais e


motoras, podendo direcionar comportamentos voluntários.

AULA 04
Diencéfalo, Núcleos da Base e Cerebelo
O diencéfalo é uma das divisões do cérebro, composto pelo tálamo, hipotálamo
e glândula pineal.
Tálamo

O tálamo, que mede cerca de 3 cm de comprimento e forma cerca de 80% do


diencéfalo, é composto por duas massas ovais de substância cinzenta
organizadas em núcleos com tratos de substância branca de permeio. Sendo
fundamental para processar e integrar informações sensoriais (exceto o olfato)
e motoras e para regular a atividade cortical.

Hipotálamo

Encontra-se abaixo do tálamo. Embora o hipotálamo ocupe menos de 1% do


volume total do encéfalo, ele é o centro da homeostasia e contém centros que
controlam vários comportamentos motivados, como fome e sede. As eferências
do hipotálamo também influenciam muitas funções da divisão autônoma do
sistema nervoso, bem como uma variedade de funções endócrinas. O
hipotálamo recebe informações de múltiplas origens, incluindo o cérebro, a
formação reticular e vários receptores sensoriais. Comandos do hipotálamo vão
primeiro ao tálamo e, por fim, para múltiplas vias efetoras.
Também é importante salientar, que o hipotálamo é, do ponto de vista
estrutural, parte do diencéfalo, mas, funcionalmente, faz parte do sistema
límbico (lobo límbico), tendo um papel fundamental na coordenação e
integração das funções endócrinas, autonômicas e homeostáticas.
Glândula pineal e a Glândula hipófise
A glândula pineal tem o tamanho aproximado de uma ervilha e se projeta a
partir da linha mediana posteriormente ao terceiro ventrículo, ela faz parte do
sistema endócrino, uma vez que secreta o hormônio melatonina. Como a
melatonina é liberada mais na escuridão do que na luz, acredita-se que este
hormônio esteja relacionado com o sono. Quando administrada por via oral, ela
parece contribuir com a regulação do relógio biológico ao induzir o sono.  
Enquanto a glândula hipófise é subdividida em neuro-hipófise e adeno-hipófise.
A neuro-hipófise (hipófise posterior) é uma expansão inferior do hipotálamo que
secreta neuro-hormônios sintetizados em seus núcleos. A adeno-hipófise
(hipófise anterior) é uma glândula endócrina verdadeira. Os seus hormônios
são regulados por neuro-hormônios hipotalâmicos secretados no sistema porta
hipotalâmico-hipofisário.
NÚCLEOS DA BASE
Profundamente, dentro de cada hemisfério cerebral, existem três núcleos que
são conhecidos coletivamente como núcleos da base. Dois dos núcleos da
base estão lado a lado, laterais ao tálamo. São eles o globo pálido, mais
próximo do tálamo, e o putâmen, mais próximo do córtex cerebral. O terceiro
dos núcleos da base é o núcleo caudado, que tem uma grande “cabeça”
conectada a uma “cauda” menor por meio de um longo “corpo” em forma de
vírgula.
Por serem interligados, estes núcleos têm um papel essencial no controle do
movimento, funcionando na organização de programas de movimentos
herdados e altamente aprendidos e automáticos, especialmente aqueles que
afetam o tronco e as extremidades proximais.
CEREBELO
O cerebelo é uma estrutura localizada na fossa posterior e ligada à ponte, ao
bulbo e ao mesencéfalo pelos três pares de pedúnculos cerebelares, é a
segunda maior estrutura no encéfalo.
O nome cerebelo significa “pequeno cérebro” e, de fato, a maioria das células
nervosas do encéfalo está no cerebelo, e ainda por vezes tem sido referido
como a área silenciosa do encéfalo, porque a estimulação elétrica não produz
nenhuma sensação consciente e raramente provoca quaisquer movimentos
motores.  No entanto, a remoção ou danos ao cerebelo provocam grandes
anomalias nos movimentos. O cerebelo é especialmente vital durante o
desempenho de atividades musculares rápidas, como corrida, escrita e até
mesmo a fala. A perda da função cerebelar pode resultar em total falta de
coordenação dessas funções, mesmo que não aconteça uma paralisia.
A função especializada do cerebelo é processar informações sensoriais e
coordenar a execução dos movimentos. As informações sensoriais que nele
chegam vêm de receptores somáticos da periferia do corpo e de receptores do
equilíbrio, localizados na orelha interna. O cerebelo também recebe
informações motoras de neurônios vindos do cérebro.
O cerebelo compara e integra essa informação aos planos de movimento
recebidos do córtex, pode prever a consequência dos movimentos por meio de
mecanismos antecipatórios e modular continuamente os padrões de
movimento.
Nas vistas superior e inferior, o cerebelo tem um formato que lembra o de uma
borboleta. A área central menor é conhecida como verme do cerebelo, e as
“asas” ou lobos laterais, como hemisférios do cerebelo. Cada hemisfério é
composto por lobos separados por profundas e distintas fissuras. Os lobos
anterior e posterior controlam aspectos subconscientes dos movimentos da
musculatura esquelética. O lobo floculo nodular da parte inferior contribui com o
equilíbrio.
 
AULA 05
Sistema Nervoso Periférico (SNP)
O sistema nervoso periférico é composto de nervos cranianos e espinais que
ligam o encéfalo e a medula espinal ao meio e aos tecidos viscerais. Os nervos
cranianos emergem do cérebro e do tronco encefálico, enquanto os nervos
espinais surgem da medula espinal.
Os nervos periféricos transportam os inputs sensoriais ao sistema nervoso
central vias aferentes. O SNC, por sua vez, envia estímulos motores aos
músculos para a resposta motora apropriada via eferentes. As informações
recebidas dos nervos periféricos entram pela parte dorsal sensorial da medula
espinal, enquanto as informações enviadas para os nervos periféricos, as quais
irão estimular as respostas motoras, emergem da porção ventral da medula
espinal.
O SNP pode ser dividido em componentes somáticos e viscerais. Os gânglios
são agregações de corpos de células nervosas fora do SNC. Todos os nervos
sensoriais, tanto somáticos como viscerais, têm seus corpos celulares no
gânglio espinal.
NERVOS CRANIANOS
São 12 os nervos cranianos (números I-XII), os quais carregam as informações
sensorial e motora relativas à cabeça e ao pescoço.

Nervos olfatórios (I) - totalmente sensitivo, olfato.

Nervo óptico (II) - totalmente sensitivo, visão.

Nervos oculomotores (III) - regulam a contração pupilar.

Nervos trocleares (IV) - movimentos oculares.

Nervos trigêmeos (V) - mastigação.

Nervos abducentes (VI) - movimentos oculares.

Nervos faciais (VII) - secreção de saliva e lágrimas e a contração de músculos


da mímica facial.

Nervos vestibulococleares (VIII) - transmitem impulsos relacionados com o


equilíbrio.

Nervo glossofaríngeo (IX) – gustação e deglutição (terço posterior da língua).

Nervo vago (X) - nervo craniano que passa pela cabeça e pelo pescoço até o
tórax e o abdome. Sua inervação interfere no controle da pressão arterial
(barorreceptores).

Nervo acessório (XI) - transmite impulsos motores para os músculos


esternocleidomastóideo e trapézio com o objetivo de coordenar os movimentos
da cabeça.

Nervo hipoglosso (XII) - seus axônios conduzem impulsos nervosos


relacionados com a fala e a deglutição.

“O objeto de Ouro Tinha Teias de Aranha Fazendo a


Vassoura Girar Varrendo o Armário Horripilante”.

• Olfatório – Óptico – Oculomotor – Troclear –


Trigêmeo – Abducente – Facial – Vestibulococlear –
Glossofaríngeo – Vago – Acessório – Hipoglosso.

NERVOS PERIFÉRICOS
Os nervos periféricos são feixes de axônios ou fibras nervosas rodeados por
várias camadas de tecido conectivo. Carregam tanto informações somáticas
como viscerais. Os nervos periféricos são extensões de nervos espinais e
cranianos.
A classificação dos neurônios é baseada na velocidade de condução, mais
rápida ou lenta, e, no diâmetro do axônio. Neste último caso só é usada esta
classificação para as fibras sensoriais.
Como cada fibra tem sua função também teremos receptores diferentes para
cada informação que recebemos, que são chamados receptores sensoriais. Os
receptores sensoriais detectam informações do meio, como luz e som, ou do
próprio corpo, como tato e posição do corpo, atuando como transdutores,
transformando um estímulo físico ou químico em impulso elétrico. Temos 5
(cinco) categorias de receptores:
Quimiorreceptores, Fotorreceptores, Termorreceptores, Mecanorreceptores e
Nociceptores.
A pele por sua vez, também apresenta cinco modalidades básicas de
receptores: tato epicrítico, tato protopático, vibração, temperatura e dor.
As áreas de pele a partir das quais a sensação é percebida são chamadas de
campos receptivos; a pele é, essencialmente, um mosaico de áreas dedicadas
a sensações específicas.

1. Receptores dos folículos pilosos,


2. Terminações de Merkel,
3. Corpúsculos de Meissner,
4. Corpúsculos de Pacini,
5. Terminações de Ruffini,
6. Nociceptores.  

Como a pele apresenta seus receptores o sistema musculoesquelético também


apresenta os seus proprioceptores, que estão distribuídos por todo o nosso
sistema musculoesquelético. Detectam a posição do corpo no espaço e
transmitem essa informação de volta ao SNC. A propriocepção é fundamental
para a compreensão do controle da motricidade. Os fusos musculares
detectam mudanças no comprimento do músculo e são encontrados dispersos
em todos os músculos esqueléticos. Os órgãos tendinosos de Golgi são
receptores fusiformes encontrados na junção miotendínea. São
mecanorreceptores de adaptação lenta estimulados pela tensão no tendão, irão
detectar a deformação das fibras da cápsula decorrente da tensão no tendão.
Abaixo temos a imagem dos órgãos tendinosos de Golgi e dos fusos
musculares.
E por fim temos os enteroceptores que são receptores viscerais, funcionam
principalmente em nível subconsciente nos reflexos viscerais. Podem ser
mecanorreceptores que reconhecem alterações na pressão sanguínea no arco
da aorta; quimiorreceptores, como aqueles em que o corpo carotídeo
reconhece mudanças no pH ou gases sanguíneos ou nociceptores que indicam
a distensão de um órgão (p. ex., por uma cólica abdominal).
 UNIDADE MOTORA
A junção neuromuscular (JNM), ou placa motora, é uma sinapse química entre
fibras nervosas motoras e fibras musculares. À medida que o axônio do nervo
motor alcança seu músculo-alvo, ele se divide em muitos ramos, e cada
processo axonal inerva uma fibra muscular. O neurônio motor e as fibras
musculares que inervam são chamados de unidade motora, que desencadeiam
potencial de ação na junção neuromuscular. 
AULA 06
Sistema Nervoso Periférico (SNP) - Plexos
Os nervos espinais estão associados à medula espinal e, como todos os
nervos do sistema nervoso periférico, são feixes paralelos de axônios – e sua
neuróglia associada – envolvidos por várias camadas de tecido conjuntivo. Os
nervos espinais conectam o SNC a receptores sensitivos, músculos e
glândulas em todas as partes do corpo. Os 31 pares de nervos espinais são
nomeados e numerados de acordo com a região e o nível da coluna vertebral
de onde surgem. Nem todos os segmentos da medula espinal estão alinhados
com suas vértebras correspondentes. Lembre-se de que a medula espinal
termina próximo ao nível da margem superior da segunda vértebra lombar (L
2), e que as raízes dos nervos lombares, sacrais e coccígeos se angulam
inferiormente para alcançar seus respectivos forames antes de saírem da
coluna vertebral. Esta disposição forma a cauda equina.
O primeiro par de nervos espinais cervicais emerge da medula espinal entre o
occipital e o atlas (primeira vértebra cervical, ou C 1). A maioria dos nervos
espinais restantes sai da medula pelos forames intervertebrais, formados por
duas vértebras adjacentes. Os nervos C1–C7 emergem do canal vertebral
acima de suas vértebras correspondentes. O nervo espinal C8 sai do canal
vertebral entre as vértebras C7 e T1. Os nervos T1–L5 emergem do canal
vertebral abaixo de suas vértebras correspondentes. As raízes dos nervos
sacrais (S1–S5) e coccígeos entram no canal sacral, a parte do canal vertebral
localizada no sacro. Na sequência, os nervos S1–S4 saem do canal sacral
através dos quatro pares de forames sacrais anterior e posterior, e o nervo S5
através do hiato sacral.
 PLEXO CERVICAL
O plexo cervical é formado pelas raízes dos primeiros quatro nervos cervicais
(C1–C4), com contribuições de C5. O plexo cervical supre a pele e os
músculos da cabeça, do pescoço e das partes superiores dos ombros e do
tórax. Os nervos frênicos originam-se dos plexos cervicais e fornecem fibras
motoras que inervam o diafragma.
PLEXO BRAQUIAL
As raízes dos nervos espinais C5 a C8 e T1 formam o plexo braquial, que se
estende inferior e lateralmente em ambos os lados das últimas quatro vértebras
cervicais e da primeira vértebra torácica. Ele passa acima da primeira costela,
posteriormente à clavícula, e então entra na axila. O plexo braquial fornece
quase toda a inervação dos ombros e dos membros superiores. Cinco grandes
ramos terminais se originam do plexo braquial: Nervo axilar, Nervo
musculocutâneo, Nervo radial, Nervo mediano e Nervo ulnar.
PLEXO LOMBAR
As raízes dos nervos espinais L1 a L4 formam o plexo lombar. O plexo lombar
supre a parede abdominal anterolateral, os órgãos genitais externos, e parte
dos membros inferiores.
PLEXO SACRAL
As raízes dos nervos espinais L4–L5 e S1–S4 formam o plexo sacral. O plexo
sacral inerva as regiões glúteas, o períneo e os membros inferiores. O maior
nervo do corpo – o nervo isquiático – se origina deste plexo.
PLEXO COCCÍGEO
As raízes dos nervos espinais S4–S5 e os nervos coccígeos formam um
pequeno plexo coccígeo. Deste plexo se originam os nervos anococcígeos, que
suprem uma diminuta área cutânea sobre o cóccix.

AULA 07
Sistema Nervoso Autônomo

O sistema nervoso autônomo inerva a maioria dos órgãos efetores e tecidos do


corpo, incluindo-se o músculo cardíaco, o músculo liso encontrado em vasos
sanguíneos e diversas vísceras (por exemplo, estômago e vias respiratórias),
glândulas (por exemplo, glândulas sudoríferas, glândulas salivares e algumas
glândulas endócrinas) e tecido adiposo. Ele é denominado “autônomo” porque
suas funções ocorrem em nível subconsciente. Por exemplo, uma pessoa não
decide conscientemente aumentar sua frequência cardíaca; em vez disso, a
frequência cardíaca aumenta pela ação de mecanismos neurais
subconscientes quando surge a necessidade, como durante o exercício. Por
esse motivo, o sistema nervoso autônomo é, às vezes, denominado sistema
nervoso involuntário.
O sistema nervoso autônomo é subdividido em divisões simpática e
parassimpática (comumente chamadas de sistema nervoso simpático e
sistema nervoso parassimpático). Os sistemas simpático e parassimpático
podem ser diferenciados anatomicamente, mas não há uma maneira simples
de separar as ações dessas duas divisões do sistema nervoso autônomo sobre
os seus órgãos-alvo. A melhor forma de distinguir as duas divisões é de acordo
com o tipo de situação na qual elas estão mais ativas. Se você está
descansando tranquilamente após uma refeição, o parassimpático está no
comando, assumindo o controle de atividades rotineiras, como a digestão.
Consequentemente, os neurônios parassimpáticos são, às vezes, considerados
como controladores das funções de “repouso e digestão”. Em contrapartida, o
simpático está no comando durante situações estressantes, como o
aparecimento da cobra, que é uma ameaça em potencial. O exemplo mais
marcante da ativação simpática é a resposta generalizada de luta ou fuga, na
qual o encéfalo dispara uma descarga simpática maciça e simultânea em todo
o corpo. Quando o corpo se prepara para lutar ou fugir, o coração acelera, os
vasos sanguíneos dos músculos das pernas, dos braços e do coração dilatam,
e o fígado começa a liberar glicose para fornecer energia para a contração
muscular. Nessa situação, quando a vida está em perigo, a digestão torna-se
um processo de menor importância, e o sangue é desviado do trato
gastrintestinal para os músculos esqueléticos.
A função primária do sistema nervoso autônomo é regular a função dos órgãos
efetores, de modo a manter a homeostase. Em repouso, as divisões simpática
e parassimpática estão ativas, mas o sistema nervoso parassimpático domina.
Quando o corpo fica excitado ou estressado, porém, o padrão se altera para
demonstrar menor atividade parassimpática e maior atividade simpática.
 ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
O sistema nervoso autônomo consiste em vias eferentes contendo dois tipos
de neurônios, dispostos em série, que proporcionam a comunicação entre o
SNC e o órgão efetor. Esses neurônios se intercomunicam por meio de
sinapses localizadas em estruturas periféricas denominadas gânglios
autônomos. Em cada gânglio, desse modo, encontram-se terminais axônicos,
além dos corpos celulares e dendritos de neurônios pós-ganglionares. Um
único neurônio pré-ganglionar geralmente estabelece sinapses com vários
neurônios pós-ganglionares.
SISTEMA NERVOSO AUTONOMO SIMPÁTICO 
Sob estimulação do sistema nervoso simpático, a medula da suprarrenal libera
três tipos de catecolaminas. Aproximadamente 80% dessa produção de
catecolamina é de adrenalina, 20% são de noradrenalina, e uma quantidade
muito pequena é de dopamina.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO
Na parte cranial do sistema nervoso parassimpático, os axônios dos neurônios
pré-ganglionares se originam em núcleos de nervos cranianos, localizados no
tronco encefálico, e, então, reúnem-se formando nervos cranianos. Um
importante nervo craniano é o nervo vago (X nervo craniano), que se origina na
medula oblonga e inerva boa parte das vísceras, incluindo-se pulmões,
coração, estômago, intestino delgado e fígado.
Uma observação recente é que os nervos autonômicos além de fibras
eferentes possuem também fibras aferentes, de onde chegam informações dos
tecidos para chegarem até o sistema nervoso central. São importantes para
proporcionar retroalimentação sobre as condições do ambiente interno, para
que ajustes possam ser feitos para manter a homeostase do corpo.
TONUS AUTONÔMICO
Uma das inúmeras funções do sistema nervoso autônomo é manter o tônus
autonômico. Pelo fato de que a maior parte dos órgãos do corpo recebe
inervação de ambas as partes do SNA, que geralmente provocam efeitos
antagônicos. O equilíbrio entre a atividade das partes simpática e
parassimpática, tônus autônomo, é regulado pelo hipotálamo. De modo geral,
quando o hipotálamo aumenta o tônus simpático, ele diminui o parassimpático
e vice-versa. As duas partes podem afetar os órgãos de maneiras distintas
porque seus neurônios pós-ganglionares liberam neurotransmissores diferentes
e seus órgãos efetores apresentam diferentes receptores adrenérgicos e
colinérgicos. Algumas poucas estruturas recebem inervação apenas simpática
– glândulas sudoríferas, músculos eretores dos pelos ligados a folículos pilosos
na pele, os rins, o baço, a maioria dos vasos sanguíneos e as medulas das
glândulas suprarrenais. Nestas estruturas, não há respostas antagônica da
parte parassimpática. Mesmo assim, enquanto um aumento do tônus simpático
produz um determinado efeito, a diminuição desse tônus produz o efeito
oposto.

AULA 08
NEUROTRANSMISSORES AUTONÔMICOS (SNA)

Os dois neurotransmissores primários do sistema nervoso periférico são a


acetilcolina e a noradrenalina.
Os neurônios que liberam a acetilcolina são denominados colinérgicos.
A noradrenalina é liberada por quase todos os neurônios simpáticos que são
denominados adrenérgicos.
A acetilcolina é liberada por neurônios das divisões simpática e parassimpática
do sistema nervoso autônomo.
A acetilcolina é também o único neurotransmissor da divisão somática do
sistema nervoso eferente.
Cabe destacar que os efeitos de um neurotransmissor dependem do tipo de
receptores pós-sinápticos ativados, quando o neurotransmissor se liga a eles.
O sistema nervoso autônomo trabalha em estreita colaboração com o sistema
endócrino e com o sistema de controle dos comportamentos para manter a
homeostasia no corpo.
A informação sensorial segue para os centros de controle homeostático,
localizados no hipotálamo, na ponte e no bulbo. Esses centros monitoram e
regulam funções importantes, como a pressão arterial, a temperatura corporal e
o equilíbrio hídrico.

AULA 09
Barreira hematoencefálica
A proteção ou barreira de defesa do nosso corpo está fundamentalmente
relacionada à FUNÇÃO DOS ASTRÓCITOS.
Os astrócitos são as maiores células da neuróglia. Os astrócitos formam uma
rede de células dentro do SNC e comunicam-se com os neurônios para
sustentar e modular muitas de suas atividades. Alguns astrócitos estendem-se
por toda a espessura do encéfalo, proporcionando um arcabouço para os
neurônios em migração durante o desenvolvimento do encéfalo. Outros
astrócitos alongam seus prolongamentos até os vasos sanguíneos e até outros
neurônios.
A barreira hematoencefálica desenvolve-se inicialmente no embrião por meio
de uma interação dos astrócitos gliais com as células endoteliais capilares.  
Várias evidências mostram que a integridade das zônulas de oclusão da
barreira hematoencefálica depende do funcionamento normal dos astrócitos
associados a ela. Várias doenças cerebrais são caracterizadas por soluções de
continuidade na barreira hematoencefálica, portanto, várias patologias do SNC
envolvem distúrbios da função da barreira hematoencefálica (BHE).
Exemplos: AVC ou AVE, Trauma, Processos infecciosos ou inflamatórios
(meningite, encefalite e sepse), Esclerose Múltipla, Doença de Alzheimer,
Doença de Parkinson, Epilepsia eTumores cerebrais.
Esses são exemplos de como a barreira hematoencefálica é importante e a
partir dela ocorre a mediação do desenvolvimento de muitas doenças.

AULA 10
CIRCULAÇÃO ARTERIAL CEREBRAL
O fluxo sanguíneo para o encéfalo é fornecido, anteriormente, pelas duas
artérias carótidas internas e, posteriormente, pelas artérias vertebrais.
As duas artérias vertebrais se unem, formando a artéria basilar no nível do
tronco encefálico. Esse sistema vertebrobasilar supre tanto a medula espinal
quanto o tronco encefálico.
Repetindo o encéfalo é vascularizado por dois grupos principais: as vértebro-
basilares (ou artérias vertebrais) e carotídeo (carótida interna). Quando se
tornam confluentes na base do crânio, esses sistemas formam um polígono,
que foi nomeado com o epônimo do grande pesquisador que o descobriu:
Thomas Willis. Esse polígono é formado pelas seguintes artérias: cerebral
anterior, comunicante anterior, carótida interna, cerebral posterior e
comunicante posterior. A importância desse polígono é refletida no que foi
chamado de redundância da circulação cerebral. Este fenômeno é importante
porque, à medida que alguma obstrução ou estenose ocorra em qualquer uma
dessas artérias pertencentes ao polígono, a circulação cerebral de maneira
geral não é prejudicada de maneira significativa, pois as outras artérias
conseguem suprir a deficiência de qualquer uma delas. Esse fato é
extremamente importante no caso de embolias cerebrais ou condições que
promovam estenose das artérias cerebrais, diminuindo a extensão do dano
sofrido por esses pacientes. A partir deste círculo arterial cerebral (ou polígono
de Willis) emergem as principais artérias que irrigam o encéfalo.
A artéria cerebral média é a extensão direta da carótida interna, suprindo a
maior parte da superfície lateral do cérebro; irriga, ainda, estruturas
profundas, como os gânglios da base e a cápsula interna.
A artéria cerebral anterior, que supre a superfície medial dos lobos frontal e
parietal. As duas artérias cerebrais anteriores são unidas pela artéria
comunicante anterior.
A artéria comunicante posterior une o sistema vertebrobasilar. Nesta junção, a
artéria cerebral posterior se ramifica para irrigar as superfícies mediais dos
lobos occipital e temporal, bem como o tálamo profundamente no cérebro.
Abaixo temos a representação desta circulação. Portanto, o círculo arterial do
cérebro equaliza a pressão arterial para o encéfalo e oferece vias alternativas
para o fluxo sanguíneo no encéfalo em caso de danos nas artérias.
DRENAGEM VENOSA CEREBRAL
A circulação cerebral é drenada por dois conjuntos de veias que desembocam
nos seios venosos durais: o sistema venoso profundo e o sistema venoso
superficial cerebral. Em contraste com as veias cerebrais superficiais que
trafegam através da pia-máter na superfície do córtex cerebral, o sistema
profundo está bem protegido.
O aumento na pressão intratorácica, como pode ocorrer durante a tosse ou a
realização da manobra de Valsalva (i. e., expirando contra a glote fechada),
produz aumento da pressão venosa central, que é refletida de volta para as
veias jugulares internas e para os seios da dura-máter.
A maior parte do sangue que drena da cabeça passa por três pares de veias:
as veias jugular interna, jugular externa e vertebral.  

AULA EXTRA

O nosso cérebro é extraordinário. Ele está sendo estudado há muitos anos


e ainda não descobrimos todas as suas possibilidades. Talvez seja por isso
que, quando novas funções ou áreas do cérebro são identificadas, tentamos
simplificar a descoberta. Foi o que aconteceu com o Homúnculo de
Penfield.

O Homúnculo de Penfield foi descrito pela primeira vez pelo  Dr. Wilder
Penfield entre os anos 40 e 50. Este neurocirurgião canadense procurava
explicar e curar doenças neurológicas como a epilepsia. Durante o seu
trabalho, como o cérebro não sente dor, ele aplicava choques elétricos nas
diferentes áreas e perguntava aos seus pacientes, que estavam acordados,
o que eles sentiam. Ao aplicar esses choques, ele descobriu uma
pequena área cerebral que demonstrava um mapa sensorial do nosso
corpo. Este mapa sensorial refletia a sensibilidade de cada uma das partes
do nosso corpo. Ele decidiu representar esta área como se fosse uma forma
humana, dando origem ao Homúnculo de Penfield. De acordo com os
estudos atuais, existem dois Homúnculos de Penfield: um sensorial e um
motor.
A importância clínica desta descoberta é que a representação de Penfield nos
ajuda a identificar a relação do comprometimento motor ou sensitivo com as
regiões corticais lesadas. Dessa maneira, podemos perceber a relação da
representação do membro superior e da face com o território vascularizado
pela artéria cerebral média, e perceba também a relação da representação do
membro inferior com o território vascularizado pela artéria cerebral anterior.
Referência: Aulas de 01 a 10 da disciplina de neuroanatomia disponibilizadas
via Canvas em 2022-2 (Centro universitário UnidomBosco).

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