Compendio Theorico Pratico de Artilharia
Compendio Theorico Pratico de Artilharia
Compendio Theorico Pratico de Artilharia
evaaSconc&llod
Count of<Sa/ita Sulalia,
o
COMPENDIO
T H E O RI CO-PRATICO
DE
ARTILHARIA NAVAL.
EXTRACTADO, E REDIGIDO DAS OBRAS DOS MAIS
CELEBRES, E MODERNOS AUTHORES E AC-
COMMODADO PARA SERVIR DE
COMPENDIO LECTIVO
DA
LISBOA
JÍA TYPOGRAFIA DA MESMA ACADEMIA.
\ ***9-
Com Licenfa de S. MAGESTADE.
V f
HMVM6 CBÚteC ,:•.-.', t
COUNT OF SANTA EULALlA
COLLECTION
Blf T OF
«MN tf, STETMH. ti.
MAY 28 1924
ARTIGO
J l
INTRODUCÇÃO
PARTE PRIMEIRA.
SECÇÃO L
Das definiftíes , divisões da Artilharia , ordem
deve seguir-se na sua Theoria.
>
Bu
THEORICO-PRATICO
". • • •
r • • i . , -
s E c g à o n.
Da Pólvora.
,'• •
A
, 5 TO. ^L Pólvora he composta de Salitre , Enxo
fre, e Carvão, produz pela sua inflammação huraa força
espansiva, cujos eflèitos são tanto mais consideráveis,
quanto mais puras [9] são estas matérias, proporciona
das as suas doses, e perfeita a sua mistura. Nós passa
mos a analysar as substancias de que estas matérias se
compõem , e o modo de obter o seu mais perfeito estado ,
a fim de serem empregadas vantajosamente na compo
sição deste agente da maior importância nasactuaes Guer
ras.
Do Salitre.
§ n. O Salitre y Nitro ou Nitrato de Potetrsa he
hurn Sal Neutro, [9*] que resulta da combinação do»
acido nítrico , como a Potassa [10].
; ' Ha delle grande abundância na Natureza , porém
raras vezes se encontra em forma crystallina ; dissolve-se
em agua, esubmettido a huma evaporação lenta , secrys-
talliza em Prismas Hexaedros terminados por Pyramides
Diedras.
Dissolve-se em quatro vezses o seu pezo d*agua , es
tando esta na temperatura de if° , e na quarta parte do
seu pezo lançado em agua fervendo ; he inalterável na
presença do ar; exposto ao fogo promptamente se der
rete; seu sabor he fresco, e hum pouco desagradável*
§ 12. O Salitre entra ordinariamente nas Fabricas
em bruto , isto he, de i.° cozimento , precisa por isso re
finar-se, ou purificar-se antes de entrar na composição da
Pólvora , o que se pratica da maneira seguinte [u]:
Lance-se o Salitre em huma caldeira com a quanti
e- is* • ARTILHARIA NAVAU f
8ade de agua precisa para se dissolver (<*), e ponha-se
ao fogo: quando principiar a ferver deite-se alguma es
pécie de Colla , para refinar , e de quando era quando ,
pequenas porções d'agua, para fazer subir na efferves-
cencia toda a matéria estranha , e immundicie , que cui
dadosamente se escumará até a sua total extincção : puri
ficado assim o Salitre se põe a congelar, e depois fica
prompto para se empregar na composição da Pólvora de
Guerra.
A purificação do Salitre, que se emprega nos fo
gos de artificio , segue outro processo.
Deite-se em huma caldeira o Salitre em pedra , de
pois pize-se com huma quantidade de agua , que o cubra
até á altura de meia polegada, ponha-se a fogo brando,
deite-se-lhe huma pouca de Pedra-hume [ia], em prin
cipiando a ferver escume-se, e ligeiramente se remova:
quando, pela evaporação de agua, o Salitre tomar con
sistência , se tornará a remover raspando com huma Es
pátula as bordas da Caldeira, e o fundo, a fim de que se
não una, e depois que esteja secco, se passará, feito era fa
rinha , por huma peneira de seda.
Da Enxofre*
r CE "ARTILHARIA NAVAL. ^
Çoes-ert que devem entrar estas substancias [14]. Nas
nossas Fabricas , extensivamente a todas as classes de
-Polvoras , se tem adoptado para as denominadas Tare-
37 -j de Salitre ,
5" de Enxofre,
8 de Carvão.
A Pólvora, que resulta desta liga , em repetidas experiên
cias tem mostrado a necessária forca, e se conserva du-
.rante longas viagens sem se damnificar sensivelmente.
§ 1 6. Três operações successi vás se precisão para ob-
fer a pólvora em estado de se empregar:
i.* Triturar , ou misturar a Massa,
2.* Graniza-la ,
3.? Secca-la [ i y].
Para triturar (a} , se lança em Pildes de madeira
cada huma destas matérias (já pulverizadas) e se bare
$>or 10 ou li horas [16] ajuntando-lhe pequenas porções
d'agua •, e tanto que pelo movimento se tem evaporacte
^Ste fluido, a ponto que pondo-se sobre hum prato não
deixe vestígio algum de humidade, se leva a granizar. •
Para esre fim faz-se passar por diversos crivos deca-
bello ou mefal , de três ouquatro graduações differentes,
•postos horizontalmente huns por baixo dos outros, de
maneira que o mais inferior seja o mais fino; por -bai
xo deste se estabelece hum vaso, ou cubo commodo para
íeceber o pó, ou Polvtrim ; cada crivo conserva a Pól
vora, que não pode passar por elle : assim a do i." he
mais grossa , e niais desigual, que a do 2.° que se deno
mina Bombardeira , no 3." crivo fica a Pólvora de Ca
ça, e no 4.° a do Príncipe.
Estas ultimas, que são as mais finas, se costumao
arredondar , e aiizar , o que se consegue enchcndo-se de
qualquer delias hum cylmdro, cujo eixo he na parte in-
s E c q à o iii.
Theoria do Fluido Elástico produzido pela inflam-
mação da Pólvora , e sua applicaçao ao compri
mento das eargas , e figura dar Cameras.
,= =;
m,
donde d : d' ::-:—,.
n u
E substituindo era lugar de m •. m' a outra razão */ : ^
que vimos acima ser-lhe igual , temos
Demonstração.
.
d: d' :: q: q.1 C. S. Q. D.
§ 16 A intensidade do calor , produzida pela ex
plosão da Pólvora inflanimada , está na razão daden-
sidadt do Fluido Elástico.
Dentonstração.
A tensão do Calorico , ou intensidade do calor , que
produz a infla m maçã o delitima mesma quantidade de Pól
vora , encerrada emdifferentesvasos, está na razão inver-»
sã da capacidade dos vasos ; porque devendo esta tensão
distribuir-se pelo numero de pontos sólidos, que formão
a capacidade dos mesmos vasos, necessariamente o que
tiver menor numero de pontos , ou menor capacidade , spf-
fferá maior tensSo de Calorico. Assim conservando as
mesmas denominações , e fazendo /e/' iguaes ás imensi
dades , temos :
/ :/'::»': u.
E do § 24 se tira d : d' : : u' : u.
Logo teremrfS / t /' : : d : d.1 C. S. Q. D.
§ 27 Pelo § 23 temos :
/:/::</* : à^
Pelo § 23 quadrando ^s :</":: fV* : f'1».'
e substituindo/:/ : : fVa : q'* S C. S. Q. D.
§ 30. Suppondo a Peça DC carregada com a carga
BD , determinar a razão da Porca- Llastica da Pólvo
ra nos diferentes pontos do seu comprimento A E. FÍJ.I»
Solução.
Pelo § 29 temos :
/:/::,?V* : f"».»
i
Como porém neste caso he constante a quantidade da Pól
vora, será
f = *•"
donde p : p1 : : fs :fs.'
Porém a Esfera he, entre os sólidos de revolução da mes
ma capacidade, aquelle que tem menor superfície [23 ]j
por isso se representarmos
c j- =: superfície de huma Esfera
-} 'rz dita de outro solido de revolução da mesma ca
C pacidade
teremos s < /; e sendo fef invariáveis , quanto menor
for j- a respeito de s', menor será a pressão/» a respeito
de p.' ; logo entre todos os vasos , que contêm a mesma
quantidade de pólvora, o que tiver figura esférica, soffre-
rá menor pressão , e será menos comprimido.
§ 34. As pressões que receiem as bombas cheias
D 2
«o COMPENDIO THEORICO-PRATICO
de bunta quantidade de Pólvora proporcional d sua
capacidade , estão na razão dos quadrado? dos Raios.
Demonstração.
Conservando as mesmas denominações , e represen
tando r e r' os Raios das Bombas , teremos § 33
p:p'::fs:fs>
f : p' : : r* : r.'3 C. S. Q. D.
§ 3?. Aspressões contra as superfícies lateraes aof
Cylindros rectos , cheios de huma quantidade de Pól
vora proporcionada ás suas capacidades , estão na ra
zão das mesmas superfícies , ou na dos productos das
circunferências das bases pelas alturas , ou destas al
turas pelos raios das bases; e se forem semelhantes ,
na razão dos quadrados das suas dimensões Homolo
gas.
Demonstração.
Conservando as denominações temos §33
p:p'::fs:fs'
e segundo a hypothese § 3 z será
ws ARTILHARIA NAVAL. ar
Demonstração.
Demonstração.
•
Seja ADBA Jium Projéctil esférico ajustado ao fun
do da aJma de huma bocca de fogo, cuja Camera tenha
por diâmetro ML: he claro, que elle unicamente se
moverá na direcção CD, que he a mesma do Eixo da
alma. j
Prolongue-se PM até que seja PN = CD = r.
Seja a circunferência, cujo diâmetro he ML, igual
á base da Calote formada pela revolução do arco MD;
Tirem-se as Ordenadas infinitamente próximas pmt
p'm' &c.
c PC -x
Seja ^ Pp — dx
CK:KS: :MC:PM
ouf:f: : r :y.
Semelhantemente para qualquer"ponto m m' &c. do mês
24 CoMfENDio THEORICO-PRATICO
mo arco MD, sobre o qual obrasse da mesma maneira
a for^a /", teríamos análogas proporções ; multiplicando
a 2.' razão por dx . temos
f : f : : râx : ydx.
(F á somma de todas as forças / perpendiculà-
Clamando < rcs * suPcrfic>e igual á Força absoluta
"'*""' j F' A somnja de todas as forças f uo sentido do
V Raio DC igual á força resultante do choque ,
teremos F : F \ : f rdx : fyd» (B).
Porém he ydx =. superfície elementar do trapézio PMpm ,
logo fydx ^superfície do trapézio mixtileneo PMDCP.
Ora sendo x — PC
será rfdx =2 r PC = superfície do Rectângulo
PNDC., Substituindo na analogia (B)
PNDC x ?Circ. CP
MDCPx i Circ. CP.
fSF — Somma das forças F absolutas, qne
\ . obrao perpendicularmente sobre todos
-,. , / os arcos como MD , que formão a Ca-
Charaando ^ Jot£ esferica _ á força absoluta totaíx
(SF = Somma das forças como F, que actua
no sentido Z)C— á força do choque;
teremos multiplicando a 2.' razão da snalogia (B) por
f Grc. CP.
EB AKTILHAUIA NAVAL.
F : F : : | C/r. CP X rfax : i C/>f. CP J yáx.
Como porém a razão de F : P he sempre a mesma em
todos os arcos como MD, por serem arcos de Circulo
máximo, teremos
SF : SF : : $ Gire. CP. rfdx : { Circ. CP fydx (D).
Traduzindo e invertendo , temos
Força do choque na Calote formada pela revolução MD
.• Força absoluta
: : Solido da base Circular CP, e superior deforma esférica
: Cylvtdro da base cuja circunferência he CP , e altura CD.
Demonstra ai.1 Parte
Sendo i : f — Razão do dia metro á circunferência, te
remos
I : c : : a x : Circ. PC = a cx.
: ' 4 Circ. CP = cx.
Substituindo na equação (D) invertida , temos
•TF : SP : : cjxydx : crfxdx.
SP : SF: : ~ * + C: Z 4- C '
SF : SF : : f : r.
Logo a força do choque he f da força absoluta.
§ 40. Para fazermos applicação da proposição de
monstrada ;
s.(CD=r ='6o
efiectuando,
«TF : ,PF : : 34986 : 36000 : : 874,6 : 900,0
proximamente o que achou o manuscripto e o mesmo
Mu/ler empregando hum longo calculo , e indirecto, -
DE ARTILHARIA NAVAL,
41. Para a.» applicação:
F=F
-
donde se tira fs — f/
ou/:/::/:/
.
Demonstração.
Chá a d J Se S'— superfícies lateraes das duas Cameras
emana »— press5es do fluido elástico sobre ellas
Logo / : J : : l : 4
c comparando as superfícies lateraes «Te J*, temos
J* :£ : :4*;»£::4 :a
logo J" : J* : : 2 : i.
O que mostra , que a resultante da força F na T.a Came
ra he menor que a resultante da forya F na z.a : : l : 4-,
e he maior na razão de z : i. C. «S1. J2; •£?•
já COMPENDIO THEORICO-PRATTGO
§ 46. Se tivermos duas Cameras das mesmas ca
pacidades e aberturas , mas de diferentes superfícief
íateraes, as forças dos fluidos elásticos resultantes
estarão na razão inversa das superfícies, e por conse
quência terão tanto maior vantagem , quanto menorfor
a superfície.
Demonstração.
Conservando as denominações temos/':/': ; s' : f
§43 .
j- ~ s
logo f = ff
Consequen temente as forças resultantes, que actuão con
tra as aberturas, são iguaes; porém asqueresultão, dedu
zida a perda occasionada pela pressão lateral , estão § 4?
e 44 na razão inversa das superfícies lateraes. C. S. Q. D.
§ 47. Segue-se do que temos dito , que entre todas
as Cameras Cylindricas de igual capacidade será mais
vantajosa a equilátera ; e muito mais ainda se augmen-
tarâ esta vantagem , se o fundo for semiesferico (a} ;
porque entre todos os Cylindros de igual capacidade o
equilátero he o que tem menor superfície , assim corno a
esfera entre os sólidos de igual capacidade.
§ 48. Dado bum Cylindro de diâmetro e altura
conhecida , construir hum solido de igual capacidade ,
que seja composto de bum Cylindro equilátero e bu-
ma Semiesfera.
Solução.
Ca'a — alti
altura do Cylindro dado
Seja <«^ d — diai
diâmetro da sua base
Cl : c = razão do diâmetro á circunferência.
i : c : : à : Circ. — cd.
3:4::*: altura — % se
e i : c : : x : circunferência — cx
•
fa:' acJ*
T ~
donde x* = £ ad*
• t
j
logo o diâmetro x =: V 7 tá*
e a altura == f x =. ± V 7 ^-2
Para a construcção tire-se huma linha AD = x , e di
vida-se era 3 partes iguaes ; Kig. 7.
Jevante-se a perpendicular AE , que seja igual a quatro
dessas parres, e conclua-se o Cylindro, que terá a mes
ma capacidade do proposto :
pelo ponto E da terceira divisão se tire EF parallcla a
3» COMPENDIO Tnsomco-Pa ATIÇO
AO, e sobre esta se descreva hum semicírculo; e teremos
a Secção verrical do solido pedido, composto do Cylin-
dro equilátero EADF e Seraiesfera EGF.
Para demonstrar que tem a mesma capacidade do
proposto, continuem-se AB e DC mais meia divisão
até 7 e L; e a recta IL será tangente no ponto G (B. G.
§ 47) e teremos o Cylindro EILF circunscripto á Se-
miesfera EGF: logo '(5. G. § 246)
EGF -}do Cylindro EILF
Cylindro BEFC — ^do Cylindro EILF
logo a Semiesfera EGF = Cylindro BEFC:
porém o resto he commura ; logo tem igual capacidade.
C. u . Q. D.
§ 49. Nas Cameras de iguaes capacidades e su*
perficies as forças elásticas resultantes estarão na
razão inversa das aberturas.
Demonstração.
Conservando as deaominaçóes do § 43 segundo a
sua Theoria já achámos
/:/::/: j
isto he, que as forcas resultantes estão na razão inversa
das superfícies das aberturas; não tendo neste caso lugar
a diminuição de vantagem , que notamos no § 44 por
serem as superfícies lateraes iguaes. '
§ 5:0. Em duas Cameras de iguaes aberturas e
superfícies , e que contenhão diferente quantidade de
Pólvora, as forças elástica í resultantes estão na ra
zão das mesmas quantidades.
Demonstração.
A força elástica resultante nas duas Cameras depen-
r- »E ARTUHARTX NAVá^. -» j*
df, t." da quantidade de fluido elástico desenvolvido;
a.° da grandeza das superfícies lateraes, sobre as quaes
emprega huma parte das suas pressões j 3.° da grandez?
das aberturas, ou boccas.
Ora sendo as superfícies, e as aberturas iguaes, as
forças estarão na razão das quantidades de Pólvora, por
que quanto maior esta for, mais quantidade produzirá
de fluido elástico , e por consequência maior força (sen
do tudo o mais igual) Jogo F : P : -: q : q.' C. S. Q. D.
SECÇÃO IV.
Dos pezos e medidas , que s^podem em
pregar na Artitbariç [??]•
N, . -r
A divisão de medidas de extensão Por tu-,
gueza 10 Palmos formão huma Eraça , e f Palmos hu
ma Vara , 8 Polegadas hum Palmo , e li Polegadas hum
Pé, 12 Linhas hurna Polegada ,. e iz Pontos hmaa. L/»
tiha.
• Na divisão das medidas depezo Portuguez 54 Ouin-
faes fazem huma Tonelada , 4 Arrobas hum Quintal ,
31 Arráteis huma Arroba, \ 6 Onças hum Arrátel , B
Oitavas huma O»/<« , e 71 Grãos huma Oitava.
Na divisão de medidas de extensão Ingleza 1760
Jardas fazem hurna Milha, e 40 Jardas hum /-<?»r-
o»g, 3 PÍJ- huma Jarda, 12 j Ptj- hum fo/ff, e li
Polegadas hu m PíC •»
• Na divisão dos pezos Inglezes temos, que 20
dreds fazem huma Tvnelada., 112 Arraieis^ hum
^rf^, 14 Arráteis huma Pedra , 16 O^tf-r hum Arrátel,
1 6 Dracbmas huma Onça.
Na divisno das medidas de extensão Franceza 6 Pí\r
/azem huma Tavz-a, 12 Polegadas hum Pétii Linhas
huma Poltgada, 12 Pontos huma Linha.
F
34 COMPENDIO
Na divisão das medidas de pezo Francez 100 Li
bras fazem hum Quintal , 2 Marcos huma Libra , 8 On~
fas hum Marco^k Grãos huma Onça.
§ 52.. Passaremos a determinar a relação entre as me->
didas destes differentcs Paizes.
Pé Inglez
: Pé Régio Frattcesi
: : 107 : 114.
Pé Régio Francez
: Pé Portuguez
r: 320: 323.
Libra Inglez a
r Libra Francesa
: : 63 : 68.
Estas relações são resultado do exame Geométrico , a que
se procedeo nas Academias das Sciencias destas Nações ^
a seguinte Taboa he deduzida dos seus' trabalhos»
Suppondo Pé Régio Francez 1,0000
Será Pé Inglez, 0,9386
Pé Portuguez - - 1,0093
Pé Hespanhol -- 0,8571 Segundo Roroé-
Suppondo Libra Franceza - 1,0000
Será Libra Ingleza - 0,9164
Libra Portugueza 0,9372
Libra Hespanbola 0,9391»
Solução*
— gravidade especifica
'— pezo de huma parte k da unidade de volume
— unidade de volume
.» — numero porque se deve dividir v para ter k.
Pela. nota [ 29 ] temos
v : k : : p : p'
ou v : - : : p : p'
" , §
donde p1 — —
v/i
~ n.-
(o) Chyoiica de Mosinho Tom. i.9 pag. 55.
38 COMPENDIO TSEORICO-PRATICÒ
Logo párã ter o pezo de huma i da unidade de volu
me dividiremos a gravidade especifica pelo numero n
de vezes , que a unidade de volume contêm aparte da
da k.
Para a inversa temos
Solução.
i
logo x = y F— Formula geral quando
-1
Z
c CJ
IM k* M 0 3 CM hj Hl O •"O
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G
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O co U OS CC o (—1
!-
COMÍENDIO TMEÔRlCO-PRAflCÕ
SECÇÃO V.
Do metal das Peças.
§ 63. X]L S qualidades , que devera essencialmente
exigir-se no metal das Eoccas de fogo , se reduzem ás se
guintes :
i.° Deve terhuma tenacidade sufficicnte para resis
tir aos esforços occasionados pela dilatação do Fluido
elástico , produzido pela inflammacão da Pólvora.
a.° Deve ter huma tal rijeza , que na occasião do
tiro o Projéctil não faça amolgaduras , ou regos profun
dos nas paredes da alma.
3.° Que não seja muito dispendioso.
§ 64. Estas qualidades > necessárias para a bondade
das Boccas de fogo, arnda se não descobrirão eni hum
metal simples, [31] e por esse motivo se tem adoptado
o Bronze , que ne huma liga de Cobre e Estanho.
T „ fii'*- até 14'*- de Estanho de Inglaterra,
Lotao-se - e Cobre_RozettiU
SECÇÃO VI.
Experiências relativas ao comprimento das Pe
ças , grandeza das cargas , vantagem , e fi
gura das Cameras , e lugar do Ouvido.
(A)
Igualmente (B. Af. §493) expoente do momento do Pên
dulo igual ao seu pezo multiplicado pelas distancias do
eixo de suspensão aos centros de gravidade e oscillaçao
= fê°-
Logo somraa dos momentos do Pêndulo e da Baila
— pgo -h M* ...... (B).
Represente-se por s a velocidade destes dous corpos uni
dos , visto que a baila por não reflectir fica introduzida
<no Pêndulo ; esta he a expressão da velocidade do ponto
chocado: agora multiplicando as massas A Q B pelas
•suas respectivas velocidades , temos
(Quantidade de movimento da Baila — bi^v
Dita --- do Pêndulo e,Balla --- =: (pgo + £/J) z.
. fo 4- íi* : : —
/:r°—— c' : o i
Seno verso do i .
arco descripto ,
pelo
PS
Pb + li a» *
novo centro de oscillaçao
PS"
ps
COMPENDIO THEOUICO-PRATICO
donde vK = \ (pg -t- ti )
e também w« = ? J/"/ (/>£ -t- bi )
Igualmente
v — -^ V// (fg •+• bi} (pgo + bi* ) Formula geral ,
Seja-U== 4^,333
p'
| * = f i£
{V — Velocidade da Baila
Substituindo na formula
Log. v - Log. 5 ,6727 -t-Log.c -t- Log. Q>s+l>i') + i Log. «-Log. b— 2 Log. i.
5,6717 - - = 0,753789
Log. c ..... = 0,125949
Log. (pg + bi} = 2,387283
í Log. o ..... = 0,353918
Formula geral.
§ 103. Para fazer applicaçao, se determinará a velo
cidade inicial de huma baila de 24 n- com a carga de 8*
arráteis. Para este fim
'/> =
8 onças
íf' ~
128 onças
oScjao
-- )èL, =
i">-
•> <\è'=;<i±H>.
tu •=.
1640
\x = Velocidade inicial pedida.
Substituindo temos :
* = 1640
DE ARTILHARIA NAVAL. 69
s E c q à o vm.
Determinar pela Theoria a velocidade inicial dos
Projecteis; e da formula deduzir resultados ,
que confirmem as experiências.
'; ^
Integrando temos
DE ARTILHARIA NAVAI.
£-*-* -h C
. 4.r
OU U =•
•JT. COMPENDIO THEORICÔ-PRATICO
Porém este logarithmo, como he hyperbolico , deve ser
reduzido a tabular; o que se obtém (B. C. § 114) mul
tiplicando-o pelo modulo 0,43429 &c. — -? e teremos
a formula da velocidade inicial da baila
(L)
m =
Log. -
a , a
)/>pb Log. - jtyA Log. -
ou m : m! : : v3 : v'9
isto he, as forças das Polvoras na razão dos quadrados
s velocidades iniciaes.
§ 107. Da formula (I) se deduz
L
74 COMPENDIO THEORICO-PRATICO
ncg
....... (M)
v '
igualmente a : x : : q : q'
ou a : x : : v* : v'*
donde se tira comprimento da carga x = •v'1
-^
s E c q à o ix.
Da resistência do ar , da maneira como se Jettr-
minvu peia experiência t e sua
BD : AD
: : resistência do ar em movimentos lentos
: resistência do ar na velocidade de 1700 p
CD: AD
: : resistência do ar em movimentos lentos
: resistência do ar na velocidade da Baila
representada por AC,
§ ny. As causas, a que Euler attribue o augmento
da resistência do ar nos movimentos rápidos , são as se
guintes :
i.° O ar não podendo seguir hum corpo, cujo mo
vimento he muito rápido, não exercita pressão alguma
sobre a parte posterior deste corpo ao mesmo tempo, que
a resistência actua constantemente na parte opposta.
2.° O ar, que precede o movei, por esta causa se
condensa mais j o que augmenta a pressão anterior, e por
consequência a sua resistência.
78 COMPENDIO THEORICO-PRATICO
A analyse destas causas depende do conhecimento
danaturexa e propriedades do ar : desta ditrkuldade nas-
ceo a precisão de Robins lançar inao [42] das experiên
cias como único recurso , e por ellas rendo determinado
a resistência dos Projecteis , que se movem cora a veloci
dade de 1700*" por segundo, e pelo processo do § 1:4,
calculou a seguinte Taboa em Pés Inglezes.
PARTE SEGUNDA.
Do MATERIAL DA ARTILHARIA [42*].
SECÇÃO I.
Das Peças.
Ouvido.
§ 123. Das experiências § 68 , e constante resulta
do [44] dn pratica , a posição geralmente adoptada para
oOuvido he proximamente na distancia dei polegada de
Camera, ou fundo da alma da Peça, e o seu diâmetro de
2 'OU 2 ', 6>"
Bocca.
§ 124. O diâmetro da Bocca he igual ao diâmetro
do Calibre, ou da sua baila mais o vento da baila.
O que temos adoptado nas nossas Fundições he ~
do diâmetro da baila ; e por consequência a bocca tem
de diâmetro |^ do diâmetro da baila [36].
Munhoes.
§ 125. O eixo dos munboes na Artilharia Ingleza;
Franceza, e Prussiana constantemente se tem situado per
M i
84 CoMPENDro THÉORICO-PRATICO
pendicular ao plano vertical, que passa pelo eixo da al
ma , e a baixo do mesmo eixo huma altura igual ao ^Ca
libre nas Pecas de sitio, e-^ do Ca libre nas pecas de cam
panha , e distante da Culatra huma quantidade tal , que
esta fique mais pezada , que a Bolada £ , ou ~ , ou ~do
pezo total; sua grossura, ou diâmetro, e comprimento
he igual a hum Calibre.
Da Theoria facilmente se conclue a razão, porqae
se situao desra maneira , como se observa na seguinte
Demonstração.
fAB — Eixo da alma de huma Peça
Fig. ia. geja }çj) — Distancia vertical do eixo da alma aoeixa
C. dos manhoes.
Cascavel.
§ 128. O Cascavel comprehende
i}. A distancia AC da aresta exterior da
Faxa alta da Culatra ao centro
do Botão -------- r: 27
Raio do Botão = 9
DE ARTILHARIA NAVAL. 87
Largura do boleado - - r - - — 2
Dita da moldura --»---— f
Cada Filete = i
Para traçar o Perfil desta construcção se levnnra no
ponto A, meio da aresta y/Fda Faxa alta da Culatra ,
a perpendicular ^ÍC igual a ^f do diâmetro da Baila; c
sobre ella se marcão pontos correspondentes 32, 3 , 8 ,
9 destas partes todas contadas da linha yíF, e nestes pon
tos se levantão outras tantas perpendiculares a AC.
Pelos pontos C e T se conduz a recta CF , cujo en
contro coma 2." perpendicular determinará o ponto # pa
ra aresta do i.° Filete.
Depois com hum raio igual a 9 partes , fazendo cen
tro em C, se descreverá o Botão até encontrar em x a
linha CF.
Para traçar a garganta se tira por x huma paralle-
la a AC j e se divide o angulo, que esta faz em x com
a linha xF, em duas partes iguaes por meio da linha xb;
e do ponto b, em que ella encontra a ultima perpendicu
lar a AC , se tira huma paralkla a AC , que encontrará
cm hum ponto qualquer O a linha xF\ e ultimamente
deste ponto como centro e com o raio Ox se descreverá
a garganta , cujo arco será tangente em x e h (B. G. § 5"8).
Pelos pontos w e q dos Filetes se tira a recta nq ,
e divide-se ao meio em /', e pelo mesmo ponto q se tira
ps paralella a AC; e baixando perpendiculares ao meio
das rectas ni e iq teremos os pontos K c X', donde como
centros descreveremos os arcos , que formão a moldura.
O Redondo se descreve determinando semelhante
mente o centro r na recta ps.
A Concha tem de largo - - - - — 6
O diâmetro do Ouvido - - - - = '- de polegada.
4 Boccal.
§ 120. O Boccal reforçando a bocca impede que a
88 COMPENDIO THEORICO-PHATICO
baila no movimento de Ziguezague , que adquire dentro da
alma em consequência do seu vento, arrebente a bocca j
alguns tem considerado esta parte da Peça como rendo
por objecto aformoscar sua fierura, outros como hum sy-
stema para encobrir ao inimigo o verdadeiro Calibre da
arma.
. 14. Para traçar o seu Perfil toma-se no liso da Bolada ,
e desde a aresta da bocea , Juiraa quantidade BK^=.^ do
Calibre.
Sobre esta se tome PB , e se levante a perpendicu
lar PL, cnda luitm ^ £ ; no ponto K se levante a per
pendicular indifinira KS\ e tirando a linha KL se le
vante ao meio a perpendicular Ir; e teremos o ponto /,
e dei lê como centro se descreva o arco IK.
Na distancia Em igual a ~ se levante am , que seja
igual a ^j , e baixe de a a linha ar perpendicular a LP ;
e nesta se determine , como temos feito , o ponto r para
centro do arco La.
Tome-se só igual •£• , e fazendo centro em o se de
screva o rebaixo.
O pszo médio destas Peças segundo esta construcçao
he de 126 '*• por cada Libra do pezo da baila.
Camera.
§ 130. Camera he huma cavidade, que se constroe
no fundo da alma da Bocca de fogo, e he occupada pe
la carga : as experiências § 67 , e a Theoria § 43 , e seguin
tes nos dão a conhecer não só as suas vantagens em ge
ral , mas particularmente as de algumas configurações ; ten
do-se desprezado este uso nas Boccas de fogo de pequeno
Calibre pela dificuldade de se limparem na occasiao do
fogo. Entre as differentes configurações notaremos as se
guintes formas :
Pyramide Cónica recebendo o fogo pelo vértice
Cónica Trancada
DE ARTILHARIA NAVAL. 89
Esférica
Em forma de Pêra
Cylindrica
Cilíndrica equilátera , efundo esférico : são estas duas
ultimas as que mais frequentemente se empregão [46].
Conslrucção das Peças de Ferro de bater , e guarnição.
§ 131. Comprimento AB - - - — 21 Diâmetro»
Diâmetro da bocca ------ = |i
Comprimento AD da aresta da Faxa
alta da Culatra ao Bocel dofogão = 48 ditos
Grossura dos raetaes nos pontos A e D — 25" partes
Grossura na bocca B ----- = 12
A Culatra AC - - - - - - - = 24
Liso da moldura do 2.° Reforço - - = 16
O resto como as de Bronze § 127 e seguintes
Pezo médio 256 '*• por cada Libra do pezo da balia.
SECÇÃO II.
Dos Morteiros , Obuzes , Pedreiros , e Bombas.
s E c q A o HL
Construcção das Carretas , f Leitos para bordo [5"!*].
r
rig.38. § ifj-. Diâmetro da Bocca - - 12, r >» 9, 3
F'?- 39- •» C Comprimento - - - - - - 87, 4» 78, I
F'g- 5°- 'S < Largura -------- 5^0, 2 «43, 7
5* í '• ^*"^ C. A l tUI"3 *~ ~~ •• •• ™' *~ ~ ~ . 2Ç j 2. ' * ? I * .L
Distancia do O/^o í/u £/*<? á extremi
dade dianteira - - - - - - - 36, 3» 27,, 7
Diâmetro do Olho do Eixo - - - 6, o » 6, o
f Distiío da extremidade
•K/T u ' dianteira - - - 42. 8>»ao, c
Munhoneiras <l -p,.
Diâmetro - - - - ' 9,' 3 >» "'
7, 4'
l Profundidade - - - 7, 4» 4, 6
Diâmetro do Leito circular - - - 54, 9»5'4, 9
Altura do dito -------7, 4 "f, 6
Distancia ao Chapuz do Leito - - 13, 9 "14, 9
Profundidade da cavidade - - - -13, 9»>il, »
Abertura superior da dita - - - - 27, 9»» 19, 5"
Fig. 53. Comprimento do Cbapuz do Leito - 49, 3 "40, p
Dito inferior - - - - - - - -27, o»»2i, 9
Altura ---------- 14, 9»»!^, g
Largura - - - - - - - - -13, Q"ii, 2
Estes Leitos são assentados sobre hum forte viga-
mento, que nasce do Porão, e solidamente fixo ao Na
vio , escorado com fortes Pés de Carneiro ; elles , em vir
tude do seu eixo, gyrão sobre este vigamento.
A parte dianteira deste Leito termina por bum ar
co de circulo concêntrico com o Olho do eixo , como se
pode examinar nos planos.
§ ijó. Ferragem do Leito.
a Misagras ------..----a
b Cavilhas escateladas ---------6
c . de Olhai 4
DE ARTILHARIA NAVAL. roj
Cavilhas das etapas curvas e do terço do Leito 6
f . de abraçar ---------7
k — de Peralta --------- iy
/ para o Leiro do Chapuz ----- 4
d Tufos , ou Malaguetas -------- ^
e Chapa do terço do Leito embutida ----- i
f curva embutida -------- i
m do Cbapuz do Leito -------2
Chavetas , Cadeias , e Fêmeas ------ 6
Ârganeos com Olhaes para o Chapuz - - - - z
Dos Leitos das Caronadas.
§ 157. As Caronadas são ordinariamente montadas .
sobre num corpo de madeira composto de duas princi- Fj|| j£
pães peças:
i." a Corrediça
i* o Leito.
^
s E c q à o iv.
Dos Instrumentos [yz] e Pelrexos. . •
36 w 24 » I« 11 de Catibre 24 9 8
12 ;> 9 55 8 13 de dito 12 10 9
6n 4» 3 )5 & dito 6 12 10
1 — —— """"""• i
Grossura em
Calibres •i Comprimentos • quadrado.
das em
Peçus. Diâmetros dos Calibres. Em baixo. No terço.
' -i s
6 » 4» 3 12 ditas fé 6 H 4i
u-—^_
SECÇÃO V.
Do Massatne e guarnecimento das Peças e Baterias.
Sobreselentes.
s E c q à o vi.
Da vestidura , atracadura , e contraatracadura.
S E C Ç Á'O VIL
»•
s E c q à o ix.
Do modo de examinar e provar as Pefaf.
Contra-vergtieiro ------------- t
Atracadof ---------------r
Trinca de Jóia ----------- i
reduzindo á denominação
6 /)7 4- 6 n -t- a n1 4- } n7 — n — } n7 — j n _
12
6n;4-4n4-an' } n7 4- a n 4- n'
12 ~6~~
n +• 2 n_4-2\
Regra.
Ao numero n de bailas da base se ajunte successi-
vamente i e i-, o producto destas sommas se multipli
que pelo mesmo n." , e a 6." parte deste producto será-
o ».' pedido.
Appttcação.
Seja » = ao
será ao X ii X 12 = 9240 | 6
ijoozzn.0 das Bai
las da pilha.
§ 239. Para determinar a formula das pilhas qua-
drangulares , temos ( B. A. § 239 ) para formula geral
da somma das Potências
m= 3
u = »
r= i
a = i logo será
ou J —
, __ a«'—a)t— {n1 — ) » 4- < n -4- 6 »*
e .r- — - — 4
reduzindo
_ a n» 4- n 4- } n* _ /a n- 4- l 4- « n\ ^.
s ' 6 ' *' ^ 6
Seja a = 12
12 X 13 X *5 = 3900 j 6
650 — numera
de bailas da pilha.
_. t § 240. As pilhas oblongas são formadas de h u ma
' " ''' pilha qvadrangular , e de hum prisma triangular* Pa
ra determinar a formula
/m — numero de bailas da fileira que forma
aresta superior da pilha
''•>" 4 » = numero de bailas da base da
t quadrangular
teíemos por expressão das Balias da pilha
TO ARTILHARIA NAVAL,
«4-1 * n + l , n -h l x s
» a . j h ». a (m
v — I\
'
* l
mas a aresta longitudinal DF — GI = a •+ m — t
e semelhantemente ^Í5 •+- DF-+- GI=. m H- 2 (* 4- m — l)
e substituindo
» + i AB -t- DF 4- GI
-«•"T- n
Daqui se deduz a
Regra
Multiplique-se o n.» de bailas do menor lado da
base pelo mesmo n." mais hum , eesteproducttse mul
tiplique pela somma das três arestas paralieIas , e a.
sua 6.* farte será o numero procurado.
JÍpplicação.
n = 6
m— ao
logo 6 X 7 (15- -h ay 4- zo) — 2040 |_6
430 n.° pedido.
§ 241. Para obter as bailas dehuma pilha incomple
ta se calcula como se fosse completa , e do resultado se
tirão as que lhe fahâo, e o resto será o valor da pi
lha incompleta.
§ 042. Antes ds concluirmos esta Parte , que cor»;
T a
COMPENDIO THEOKICO-PR ATIÇO
prehende o material da Artilharia , será uril dizer algum
cousa a respeito do modo como se poderão* determinar
theoricn mente as relações entre os Calibres da i.» Bate
ria e das superiores.
He evidente, que quanto mais elevada está a Arti
lharia a respeito do centro de gravidade, tanto maiores
sáo os momentos de inércia horizontaes nos balanços.
Deve portanto distribuir-se a Artilharia nas Cober
tas de maneira , que os momentos de inércia sejão pro-
porcionaes ás resistências das mesmas Cobertas, e amu
radas. Suppondo as Cobertas igualmente resistentes, de
vem por consequência os momentos de inércia.ser iguaes.
Ora (B. M. § 494) o momento de inércia de numa
Peça he igual ao producto do seu pezo pelo quadrado da
distancia vertical do seu centro de gravidade ao centro
de gravidade do Navio ; assim
i' P =z Pezo da Peça da l.° Bateria e Equipagem
\p =• Dito da z.a
. /•£— Distancia vertical do centro de gravida-
*°Ja \ de da Peça da i.a Bateria ao centro de gra-
i vidade do Navio
\à = Dita dita da Peça da a." Bateria
temos momento de inércia da Peça da i." Bateria
* f X D*.
dito da 2." Bateria
=:/> X f
Mas por serem igualmente resistentes deve ser
P X D* = f X <**
donde se tira
P : p : r a" : D?
isto he, os fezos na razão inversa dos quadrados dat
ufc ARTILHARIA N AVAI..
P. o1
logo f — T-j-i-
PARTE TERCEIRA.
DA BALLISTICA, B SUA AppucAqXo A* PRATICA*
S E C q à O I.
Do movimento dos Projecteis no Vácuo.
--
" ~ a V1
i í V
donde jy2 = — x1
Demonstração.
Igualando a equação (F) ao máximo, differenciand®
e dividindo por d (2 a) teremos
2 b Sen. a a =. Max.
e o — 2 £ Cos. 2 </
• : Cos. i a — Qy isto he . z a = 90
logo a = 45-.° C. J. jg. D.
§ 251. Para huma amplitude dada A, ehuma
lacidade conhecida determinar o angulo deprojecção a.
Solução.
Da EquaçSo (F) se tira
A = i b Sen. a a
V a
148 COMPENDIO THEOHICO-PRATICO
donde Sen. i a -=. —r
2 A
'• Jogo a a — Are. (Sen. =
e a =r i Are. fSen. =: ^
seja •<
[AI — Raio - i.
A recta AD , que divide em duas partes iguaes o
arco KD1, cujo Sen. — —. satisfará a questão.
Tire-se K'K parallela a //', o arco IK terá tam
bém por Seno K'E.'
E assim a recta AD', que divide este arco em duas
partes iguaes , corresponderá á mesma amplitude.
Accresce mais, que as rectas AD e AD1 formão de
huma parte e d'outra ângulos iguaes com a linha AOy
que divide igualmente cangulo recto LAI, porque geo
metricamente temos
IK +• 1LK! - 180".
.
]0g0 JK
-T--4- JIK' — 90°
, o
mas nós temos ID 4- ID' ~ IL
e W = LD
logo também QD = OD.'
DE ARTILHARIA NAVAL.
§ 25^. Para determinar o tempo total t, quando
o projéctil chegou a C, recorremos á equação (C)j e
igualando y — o temos
Vt Sen. tf — í /*' = O
e V Sen. a = ',ft
2 V Sen. o
e /-——
porém ( B. M. § 26 ) he V =. \f i bp e substituindo
R
* = -s D
—'• 'V*
f a =. diâmetro do projéctil
sendo < D
A — densidade do
densidade
D,__ do meio
mgvg/
— velocidade.
Porém a experiência tem mostrado , que ne fraca a quan
tidade { , quando as velocidades são muito consideráveis ,
como acontece, quando se trata dos globos metallicos,
e que satisfaz substituindo 0,45 em lugar de j.
Notaremos mais , que empregando o ar athmosferi-»
co huma velocidade de 430 metros por segundo para oc-
cupar qualquer Vácuo sobre a superfície da terra, todaj
as vezes que a velocidade do projéctil for superior a es
ta quantidade , existirá precisamente atraz do movei hum
Vácuo , e por consequência a parte anterior soffrerá tão
forte pressão, que não será contrabalançada.
§ ajj1. Vamos investigar os meios de determinar a
Equação da Trajectória nos meios resistentes tal , qual
descrevem os corpos lançados na athmosfera pelas toc-
cas de fogo.
A resistência dos Fluidos he huma força retarda-
triz proporcional ao quadrado da velocidade, cuja direc
ção se oppõe continuamente á do movimenta'
1 t>B AnTíLHAATA K/.TAl.'
por isío bístará na questão que acabsincs de resolver
introduzir a consideração desta Potência , e assim tere
mos que analysar as circunstancias do movimento dehtim
Corpo, sujeito a obedecer á força de Projecção, e a duas
forças continuas, gravidade e resistência do Fluido, hu
ma vertical, e a outra na direcção da Tangente da Tra-
jectofia.
Bem desejaríamos resolver este Problema em pregan
do as elegantes Soluções de Newton, Euler, e ultima-
irente Legendre; porém a complicação de suas Formu
las, a que conduzio a difficuldade inevitável, nascida da
natureza da questão, nos apartaria do fim, a que sedesti--
na este Compendio : essa a razão porque nos cingimos á
seguinte Theoria.
§ 256. Para determinarmos as Equações , que nos
conduzem ao conhecimento da natureza da curva e as
l^eis do movimento com que o Projéctil percorre °a sua
Trajectória ABC,
i
AZ — linha de projecçS»
AM— J — arco percorrido pelo movei atébum
tempo t
PM- y
AP = x
R — resistência do meio
p := atfão da gravidade do corpo no Fluido
a ~ angulo de projecção
seja b ~ altura devida a velocidade V
Ao* =: resistência do ar na hypotbese de ser pro
porcional ao quadrado da velocidade , sen
do A huma quantidade determinada pe
la experiência [60}
K =i altura donde deve cahir hum movei pa
ra soffrtr daparte do ar huma resistên
cia igual ^o íeu pezo '
e = numero cujo Logaritbmo =.i
ÍÍ^~ 1)? iílfi d n.A o /J'//1//// : • ' ' *
COMPENDIO
Supponlumos que o projéctil , tendo descripto o arco AM,
chegou ao ponto M , e que continua descrevendo em o
tempo dt o arco infinitamente pequeno Mm\ ré não
houvesse resistência do meio, nem pezo., elle descreveria
n'outro instante dt a parte mq do seu prolongamento, e
igual a Mm.
Supponhamos que a resistência rernrda huraa quan
tidade »q , e a gravidade faz descer a quantidade nm'\ o
corpo no fim do 1° instante se achará em m.'
Tirem-se mp, »/>', qp" verticaes, e ns , Mt hori-
zontaes ; teremos ( B. M. § 3 z ) que as velocidades no
instante dt serão
nq pela resistência do meio — Rdt
m nfela acção da gravidade — pdt.
Se decompozcrmos nq em duas forças , huma verti-1
cal qs , e outra horizontal ns , teremos
nq : sq : : Rdt : diminuição na "velocidade , que,
lhe causa a resistência em sentido vertical.
Semelhantemente
nq : sã : : Rdt : dita em sentido horizontal
porém no Triângulo fluxional Mmt temos
ds — — d,
Rdtdx /(/3;\
-.-. ~*~~i"7-":"w* x
§ 157. Sendo dt constante, e effèctuando asdifferen-
ciaçóes temos
RdxJt _ _ Fxdt
~~di ~ </«'
dividindo por dt
57 • ~~ w
porém temos R =z ^íu2, e sendo (B. M § 31) »s =: ~
será H = -— > 1ue substituído nas duas Equa
ções dará
—^ - ...... (I)
~ A»
"S!
Observando que o numerador he difFerencial do denomi
nador podemos integrar por Logarithmos, e teremos
C — As = Log. £ .
§ 25:9. Seja P hum n.° tal, que
C = Log. P
multiplique-se AÍ por Log. e = i , e teremos
BE ARTILHARIA NAVAL.
Log. P — As Log. e = Log. ^
e pela propriedade dos Logarithmos
</5X ^, <
ou *r *
</Ja:
donde /> = -
--------
Multiplicando , e dividindo o i.° membro por — dx
substituindo na Equação ( QJ
p-- F* Cos.1 ar**
9\/I-t-92=9V1'
<
Integ^a-se o a.° termo (B.C.§ i ao) multiplicando —_ —7
__ V" » -t- »*
por 9 4- V J + 9-2j 4ue ^ar^ simplificando
COMPENDIO THEORtCO-PRAflCO
VTTT1
dividindo para compensar a alteração commettida
-, =• H- d?
<p +• V._
i -+- <pl expressão, em que o Numerador hediffe-
rencial completa do denominador; e integrando
-r 9 = 3<
Ora o a.° membro se integra facilmente (5. C § 147),
e por tanto temos a Equação integrada
l- i Log. (ç +V 1+ 9a) = C- a ^ ^ 2 a (T).
ÇV
simplificando , e tirando o valor de dx será
, _
' " ~~
C 9 V i -h p* -i-Log. (9 H- V i -*- ç") - C )
multiplicando esta Equação pela hypothetica
^ =: 9 teremos
Jy =
C? V i 4- 9a -h Log. (9 + V i ^ ?») - C') A
dt* -
•e substituindo
l— —í —Log. Tang.
Pela propriedade dos Logarithrnos
í As Log. e - Log. -[ i -t- 2 ^ÃCos.* a (M- £~ -*
Log. Tang. (45° 4- i z))}
donde
*=h
Log. Tang. (45:' -H | z))} ------ (g).
V
DE AKTILHABIA NAVAL, ítfj
fazendo A — o como acontece no Vácuo será
— pás =. V* Cos.1
mas F» = 2
substituindo temos
_ d* =
integrando, como acabamos de fazer, e seguindo asmes-
mas hypothescs, attendendo a que também he /f =r o-4
e mudando j- em /' para indicar aue este valor se refe
re ao movimento do Projéctil no Vácuo , teremos
integrando
,2 Al
C - -^ = a* Cos.3tf (9 4- {• f' - f0 çr + &c.)
Cos.- a
s E c q à o m.
Da toiutrueção das Trajectórias , e resulta*
dos geraes deduzidos da aaalyse.
-9 V i -f^-Log.^+Vi -r(p"-)+-AÍ>
,- - f -t Vi + 't--v Log.
r,\ s
por simplificação
Solução.
Conhecida a velocidade inicial , se conhecerá a car
ga que lhe he relativa , e por esta se designará a serie
que contêm a Trajectória pedida , e entre as Trajectó
rias dessa serie se tomará aquella , cujo eixo de projecção
faça com o Horizonte hura angulo dado.
2.a Conhecida a posição do alvo e a -velocidade
inicial , fede-se o angulo de projecção ?
Solução.
S E C Ç Ã O V. >,
ApplicaçÕes em particular d Artilharia de bordo.
: 1
s E c q A o vi.
Dos Instrumentos , qve se empregao nas pontarias.
TV
§ 297. JL \ Jvel de Lanceta he hum instrumento,
que se compõe de huma pequena chapa de latão, de duas
a três polegadas de largura, e de 4 ate 4,5^ denltura, bo
leada pela parte siíperior, e dous pés calçados d*aço na
debaixo; tem horizontalmente adaptado hum pequeno
cylindro de latão que contêm hum nível de bolha , era
toda a altura do instrumento se move huma lanceia d'aco.
Esre Instrumento collocado sobre afaxa alta da
tulatra , e sobre a projecção doboccal\ e horizontalmen
te, f o que indica o nivel) marcará os pontos da Linho;
de Mira natural.
§ 298. Alça de Ponteira he hum instrumento de
metal, eu madeira graduado em polegadas, linhas, e terá
liuma fenda longitudinal, em forma de Pinnu/a, ehuma
braçadeira: adaptada de maneira, que facilmente se mo
ve pelo sea comprimento ; o Artilheiro a emprega pa-
jra marcar o ponto da Linha de Mira artificial; a bra
çadeira tem hum orifício, que corresponde Ofenda, e
ambos devem existir na vertical , que passa pela mira da
culatra , onde se assenta a Alça.
Este instrumento sendo de madeira deverá ter duas
polegadas de largura, e doze de altura.
No seu uso o Artilheiro segura com a mão esquer
da o instrumento; extendendo o braço para que a vista
fique distante do orificio da braçadeira, ou vizfira ,
e applicando a sua parte circular sobre afaxa alta da
culatra verticalmente, com a direita faz signal aos ser-
yenres para levantarem, ou abaixarem a culatra.
§ 299. Quadrante he hum instrumento de latão,
cujo ! iiLÓo he graduado em gráos correspondentes ao seu
tf» CoMfEUWíJ TíBOMÚO-PRAItCO ^
raio; no centro deste quadrante gyra huma alidade , que
indica no limbo os gráos do angulo de elevação.
Para fazer uso deste Instrumento se fixa a aliâade
no numero de gráos , ou partes de gráo, que se quer dar
de elevação , depois ae introduz o raio (que será pouco
mais , ou menos de dous pés ) na alma da bocca de fogo
de maneira , que fique parallelo ao seu Eixe , depois se le
vanta a fcocca «te que e nível He bolha , adaptado ao
estremo da alidade , mostre hurna posição horizontal, •
« pontaria terá a elevação pedida.
Também frequentemente se empreglo Quadrante»
detendulo: nestes os gráos de elevação sío demonstrado»
pelo Prumo, que oscilla livremente suspendido no centro
do quadrante.
c • fev Arriuum NATAv fff
í
APPENDIX.
r
Em que se trata âas composições , e artificias mo
dernos , e antigos., foguetes , e Brulotes.
Bailas ocas1
-— incendiarias
- d* f°gê, ou ithmi**çSe
- fumiger-antes*
»..° Em coiapwiçides destiaadaa a produzir a inflam-
ap na« cargas das Boeeas de fogo, <jU»M,ina8, eFor
gaças, e ern todas a$ Maçjiuas e artificio* de guerra,
«10 são
Outro methodo:
Tomem-se cordas formadas de três fioe de esto-
Bb a
COMPENDIO THEORICO-PR ATIÇO"
pás de linho, fação-se ferver em huma barreia de cinzas
ordinárias por 8 , ou 10 horas ; e retirando-se do lume se
deixem ahi embeber por 3 dias, depois fação-se seccar,
e se alizcm com hum panno gr<0so.
O seu dir metro, sendo de j a 6 linlins, 2.1 Pés de
tnurrío pezaráô huma Libra, 6435 polegadas dura-
ráÕ huma hora.
§ 308. Eofa-foço: no Ç 178 demos sua definição e
uso, agora exporemos as differentes composições.
Salitre ----- H<">Í- >» 3 'í'-
Enxofre - - - - a >» i
Carvão ----- o >»6
Éreo ----- o » 2.
Carrega-se o Canudo de cartão, servindo-se de hum fu
nil e huma pequena Cocharra , e cada carga se bate mui
to bem com 15" até 20 pancadas moderadas empregando
hum Calcador do seu diâmetro; para fazer 13 polega
das se empregao 27', e em 15' se queimao.
Outra composição:
Salitre --
F»xofre -
Pólvora moida
Bem moida , triturada , e peneirada se amassa com Olea
de Linhaça, e se carrega.
Também se usão composições a secco , cujos ingredientes
se calção nos Canudos , como temos dito.
Composição a secco:
Salitre
Enxofre
DE ARTILHABTA NAVAL. 189"
Pólvora móitia -------- -j
Antimonlo ---------- i.
f 300. Estopim he litima espécie de mecha prepara
da , feit.i de 3 até y fios de algodão conforme n grossura.
Para preparar os Estopins se lanção de infusão iç-
a a/t horas em bom vinagre, e se fazem ferver i de ho
ra em agoa salitrada , ou também se lançao de infusão
IO;'- ou 12 em boa ngua-ardente. na cual se faz dissol
ver r-uma orça de Cânfora por canada. Depois passa-se por
Polverim humedecido com boa agua-arder.te, na qual se
tenha dissolvido onça e 4 de Gomma arábia, ou Cot
ia forte por canada; e posta aseccar se corta em grande
zas proporcionaes aos serviços em que se hão de empregar.
§ JTO. As Espoletas variáo conforme os usos; as
quê antigamente se empregavao a bordo ?e reduzião a
hum Estopim , introduzido em hum Canudo de Perga
minho, atacado com pólvora moida ; porém actualmente
estão admittidas outras de liuma receita particular em
tudo semelhantes ás que se usão era campanha , porém
não são vasadas.
As Espoletas que se q^prcgao em campanha sao>
huns pequenos Canudos de papel de IP e 3-'- ou 4'- de-
comprimento; e 2 /• de diâmetro, e por isso servem em
todos os Calibres, tem hum pequeno Boquim em forma
côncava assentado em huma de suas extremidades. He a
sua composição :
Pólvora - - - - 1 6
Salitre - - - - ia
Enxofre - - - - 6^.
Outra composição :
Pohora - - 4
Salitre - - - 8
Enxofre - - 3.
Pólvora 5 7 IO 5 4 t IO
Salitre 3 4 6 3 2 3 6
Enxofre 2 2 3 i 3 2 3
Rezina Colofónia n 8 j) IZ
Sebo - - -
TeTPvnentinA - -
\
o
^
4
Cera -
Óleo de Linhaça canadas —' 6 » j» 99 •»' i
4
3a /j
Azeite - - - - >» 99 ló
IO
Salitre - - - - iA
IO .
3 h
Cx
316". ArruelIas alcatroadas ou inceniiarias se
constrntm destorcendo 5 a d Pés de Murrao , e entrela
çando-o pouco a pouco de maneira , que forme luitn cir
culo de y a 6 poíegndas de diâmetro, e depois »e lança
rá de infusão era quente em qualquer das composições
indicadas § 315:.
§ 317. Camiisas OH Cortinas incendiarias são hutl*
pedaços de lona de três palmos de largura, eio de com
primento, banhados na calda de qualquer das receitas
§ 31?.
Para seeffèctuar este banho, dous homens com gan
chos construídos de propósito , montados em hastes de
madeira, mergulhão a lona no banho -r e depois a tirão,
e estendem em toda a sua largura, depois se pulveriza
com serradura por ambas as partes,
Serrem- para incendiar portas , Embarcações , ou
quaesquer outros edifícios de madeira , pregando nesses
lligares as Camizas , eu Cortinas.
§ 318. Barria incendiários são huns barris de ffon-
strucç.ío forte ,, tanto para poder suster a composição ,
como para se não desmantelarem antes que ella se con-
surua toda; de que resultaria o vasar-se esta inutilmente
Iela coberta j $e.u diâmetro interior he de ^P"'-, £;esua
líurn 30'"" ,5"; enchc-se àefâcbitias incendiarias de
íous banhos, e se atacão os intervaJlos com a seguinte
tOm|qsjcão.:
119
- - r,,r ,- .r,
Outra para 7':
m r . « j - i» ..-*•*. ,* .4 1 ....i . T>
Ce i
TITEOHICO-PRATTCO
Salitre --------16
Enxofre »•------&.
p/ 99 ti 30
IO 4 4
9 4 2
i f» l
i M
i i»
ai j» »
i »
2 i»
t
>i 11
Pez negro --,*--- M H
•» ti *t I t »
§ 324, Granadas de mão enchem-s ; da mesi na c om-
posição das bombas, e semelhantemeim? só lhe intrc )du?5
no Ouvido huma Espoleta como a das jom bas j seu pé-
zo lie ordinariamente de ^ a 3.'*-
§ j»j. Os foguetes de Ce»greve rj i] forao emprega
dos primeiro pelos índios , quando em 1799 Tipoo-Saib
se servio dellcs contra os Inglezes no cerco de Seringa-
patnam; e foi em 1805- que Congreve fez os primeiros
«nsaios sobre estes projecteis, e.depois forão experimeiv-
tados era grande no bombardeamento de Bolonha, Co
penhague , e Flessinga,
Os grandes efteitos , que se tem attribuido a este a»v
tificio, obrigarão aos Governos de França e Inglaterra
a que nestes 20 annos , que tem decorrido desde a sua io«-
troducção na Europa , se procedesse a repetidas experiên
cias , donde tem resultado importantes melhorajnen.-
tos , [66] que nos induzem á precisão de dar delles al
guma idéa principiando pela sua construccno.
§ 326. Os Foguetes de Congre-ve differencão-e« dos
?4 foguetes de signaes em terem dimensões mais fortes, «
ser o seu cartuxo de folha tnetallica em lugar de -cartá«.
Em França se tem construído de 18" }) 24,, 36,,
41 ,,48.
CE AUTILHAUU NAVAL.
O snt pezo regula de 24'*- a 16'*- a 40.'*-
Os seus ângulos de projecção 4J10,, ff0,, 6o<°
As principaes partes do Foguete são
O Cartuxo , ou f0r/w </0 Foguete pjg. 5<J.
O Chopitel,ou Cabeça F'g. 56.
A fítfj/í , ou Cauda.
§ 327. O Cartuxa he Iium Cylindro de folha de fer-
ro [73] fechado por huma de suas bases com hum fundo
de Cobre roseta da mesma grossura , que he de 6f's- nos
Foguetes de 3 f1'-, de SP" nos de ^ !"'•{, e de i/- noa
de 4.?»'-
Neste fundo se abre fium buraco circular dê íy»
éé diâmetro, que sechatóa Orifício ou Ouvido ãoFòvue*
te.
O Cartuxo he forcado interiormente de cartão, pai
rã o preservar da humidade e ferrugem; e a altura de
íuitia polegada próxima á sua base aberta se fende era
forma de franja.
Alma do foguete He o vasio , que se reserva no corii*.
primeritô do cart,uxo qnandõ se carrega ; este vasio se faz
trcnco-conico , ou sitnplesmehte cónico , e he pratica-*
cfó por rtieio de huma agulha cónica de ferro bem tof*
ileada e polida.
._
17 it. 2 I '"'•
3*
?33? '*•
—— àti1->-**•—* esquipado < a** i . 40"- í 48*
Diâmetro superior da
. •> • r
4'/
•»/ *> r 7'7
7 T
• inferior ijH ««'A- ãV-^
Comprimento do Cartuxo 24-f »' , Jó,
Lado da cauda - — -
Comprimento da Agulha ?
17' i9/
H1
•*•• •••' •'• do massifo 35'^' 43' A 50'^
3-" Vo- 1 _x
^^
13''ã
,-/f
IO/' Io P_
Composição > ..
[7^].Ingleza
l 1
0 '"•
O r». ' R
o '/í. .- 7í.
Salitre » -X
Io
Enxofre — — — — — — — — » 04,
- l
, . a7 - TO * 9-
(O Charles Dupin paj. 151 To», a.0 , a Ia Grand. Bret,
Dá *
4O4 COMPENDIO THEOUICO-PRATICO
r 6 334. Composição dos Foguetes para lançar balize dif-
ferentes Calibres : asaber de Ia2 3 (J 12 18 a 24 32 {32
Chlorato de Potassa - - - - 4 6 9 n
2 9 '
7 Mi 4i
l
Enxofre l l
Carvão - l J i l
Salitre
L,anjora » O
Enxofre - 7 » o
Fezes tfOuro
_ _ - - - O » i
Tudo bem moido, e passado por peneira se bate, e aper
ta nas tigelinhas, que devem ter a capacidade de meio.
quartilho de liquido.
Outra composição :
Salitre 8
Enxffre 2
Pofoora I.
putra ;
Salitre 9
Enxofre 3
Pólvora z.
DE ARTILHARIA NAV.YL.
§ 337. Os Foguetes de signafs [??! distinguem-se
pelos seus diâmetros , e pelos artifícios que formão a sua
cabeça.
Para se obter o Cartuxo se forma hum Cylindro de
papel cartão colado sobre huma forma com massa de fa
rinha , até que forme huraa grossura igual a ~ do seu
diâmetro, e o seu comprimento serão 6 diâmetros; e de
pois se tira a forma , e deixa seccar.
Estronca-se ou esgana-se o Cartuxa por meio de
duas ou três voltas de cordel forte , deixando-lhe hura
orifício ou garganta do diâmetro da Agulha.
Para o carregar se cortão perpendicularmente ao ei-
io os extremos do Cartuxo , e se mette assim em huma
forma de páo, em cujo fundo existe huma Agulha tron-
co-conica, que no seu pé tem degrossura 7 dodiametro,
e na extremidade \ do mesmo; seu comprimento lie igual
a -t do comprimento do Foguete , igual a quatro diâme
tros- esta Agulha serve para fazer o orifício do Foguete.
Depois se lança a composição, e com hura Calcador
de ferro calcado de Cobre se bate , como nos outros ar
tifícios ; notando , que estes caleadores são furados para
passar a Agulha.
A parte do Foguete , que não fica furada, he deno
minada pelos artitas Massiço , e o seu comprimento se
gundo as experiências não deve exceder hum diâmetro,
porque sendo maior faz cahir o Foguete antes do seu ef-
Feito , e sendo mais pequeno arrebenta antes de chegar a
f da altura a que devia subir.
O comprimento da Cana ou Caniço, que faz aCWff-
da, regula-se depois de unida ao Foguete pelo equilíbrio,
que forma , pondo-o sobre o dedo na distancia de huma
a duas polegadas da bocca do Foguete.
Para se lhe pôr a cabeça se faz hum Cartuxo dequa-
si meia linha de grossura de papel colado; esgana-se a 5
do seu comprimento, e introduz-se na extremidade do
Foguete, e nesta parte se segtir.i com algumas voltas de.
' cordel, e se cobre com hum papel ; he neste Cylindro que
•ta6 COMPENDIO THEO«ICO-PR ATIÇO
<e fàritra a cabeça , em que se mctteru os artifícios,
distinguem os Foguetes em
Foguetes d?
--- de Estreitas
-- de Serpentes ou
---• de Bombas.
Polverim
Enxofre
Salitre -
Antimottio
Desta massa depois de bem misturada se farão com huffll
dedal pequenos Cylindros de 43 5' dediametro, que cor
tados ao meio, e rolados húmidos sobre o Polverirriy
sé porão-a seccar, para se metterem na Cabeça dos-Fo*
guetes.
§ 339. Para os Foguetes de Serpentes ou
formará a composição de
Salitre -
Enxofre
Carvão -
Polwrim
Depois toma-se huma carta de jogar , e. sobre fiuma for»
ma de 3 linKas de diâmetro faz-se hum cartuxo colado
em três dobras de papel; e?gnna-se em hum dos exrre-»
mós, e neste orifício se mette hum Estopim com escora
vá de Polverim humedecida com agua-nrdenre, e carre^
ga-se c0ra^) ralétufar- até '- jdo restante , e esgana-se de no*
TJE AHT1I.HA.KIA NAVAt. CO?
<W> « .meio-, enche-se o vazio restante de pólvora para 'fa
zer o estalo, e torna-se a esganar, e situa-se -perpendi
cularmente na cabeça com a escorva para baixo.
§ 340. Para os Foguetes de bombas resta expor o
fnodo como ellas se constróem.
Tomem-se pequeno? cubos de cartão, enchão-se de
Pólvora , arrochem-se fortemente com cordel encerado , e
«depois com huma Agulha se lhe faz hum furo por hum
•dos ângulos , e introduz hum Estopim , e se assenta na
Cabeça do Foguete.
§ 341. A composição h e relativa 20 Calibre como
Se segue :
Salitre Enxofre Carvão
Nos Calibres de 6a 8 44 4 16
- de o -a ii 40 4 ao
• de 12 a 14 38 4 16
• Wí
de 35
18 -aa ao
ly jó 4 3.6
34 4 l&
Os Calibres são expressos, como já dissemos, cmli-
nhas.
§ 5342. -A composição de Rocba-fcgo também varia ,
c as maré nota ireis^sao as -que se seguem :
•
l.« 2." 3.» 5.»
Ftftaffre derretido lentamente - IO 6' 6 6 < a8
í'0ilftT~£ peneirado — — — — — — 4 I J^
-f*eto*ra -em ,grao
4 r 4
4
3
3 i's
•j»
C/eo de 'lermentrna -•- * - •-. 6 »«í •
O fogo destas composições be acmo e xÍBraver, a
sua massa deve ser depois de fria partida em pedaços pa,-
•»a se empregai aeade for necessário.
io8 COMPENDIO THEORICO-PRATICO
§ 343. A composição para z&Panellas deillumina*
fao lie a seguinte:
Resina — " - 9
Pez 6
Cera 6
Sebo i.
§ 544. Archotes de composição fazem-se de 10 oã
ia fios cie Estopa torcidos, e também de cordas velhas
no comprimento de 4 J- Pés e ^P°I• de diâmetro, embebi
dos por a' em qualquer das composições que se seguem ;
e depois de enxutos e seccos durão com luz muito clara
huma hora por Pé em tempo de calma, e com vento me
tade.
Composição:
Pez Resina --------- 36
Pez, negro ---------- iz *
Alcatrão ----------12.
Outra :
Pez negro ----------j
Pez branco ____-----j
Termentina --------- i.
§ 345". Outros Fackos de composição se fabricão, e
cora a propriedade de arderem mesmo dentro de agua.
Para a sua construcçao se tome h um Cartuxo de car
tão, colado, como temos prescripto, de 18 linhas de diâ
metro , e i / de grossura , carregado com a seguinte compcn
:
Salitre ------ -p /í.
Enxofre ----_--<J
Resina -_-__-_4 g »»f•
Antimonw --____ 3 u
humedecida com 8 onças de Óleo de Termentina e 4 on«!
DE ARTILHARIA NAVAL.
cãs de Óleo de "Linhaça , c depois se escorva com a com
posição das "Lanças de fogo ; e durará mesmo dentro de
agoa i hora por cada Pé em tempo de calma , e metade
fazendo vento.
§ 346. Brulote [78] he hum Nnvio cheio de maté
rias combustíveis, e próprias para queimar outros Navios,'
Pontes &c.
Este artificio destructívo he invenção antiga , pois
da Historia consta que Varus queimou com elles huma
armada no Porto de Adnimete, e a de César teve a mes
ma sorte no Lepti?; os Gregos deitarão 17 para queimar
a armada dos Francezes , e Veneziannos, que sitiavão
Constantinopla; em 1588 o Capitão Draklnglez os lançou,
contra as armadas d« Hespanha nas costas da Inglaterra &c.
§ 347. Para preparar hum Brulote se constróem duas
anteparas, huma noCastello, e outra a Ré da Mesa gran
de, e junto a estas anteparas, e ao longo da amurada
se estabelecem duas ordens de Calhas com o intervallo'
de a pés e ^ -, e de Bombordo a Estibordo sesituao tam
bém outras ordens de Calhas, e assim conseguiremos com
as Caibas das amuradas communicar o fogo a todo o
Navio da Poppa á Proa , e pelas Calhas de Bombordo a
Estibordo coromunica-Jo instantaneamente de huma a ou
tra amurada, e facilitar assim a rapidez na inflamrnacão
das matérias.
Os páos para as Calhas devem ter y f*1- em quadro ,
e a 5 de escavação ; segurão-se ás amuradas por pregos,
e escapulas , e os outros se sustentão sobre unhas de fer
ro fixas na coberta.
. As Cobertas do Navio e Calhas se cobrem de Rf-
sina derretida ; em cada bordo se abrem 6 vigias , que
tenhão 15 a iS'"'1 de rasgamento. >
As Portas devem ficar bem justas , e calafetadas , c
abrirem para baixo.
A cada Porta se arrima huma Recamera , a qual se
deverá arrombar no instante de se incendiar o Navio,
para dar lugar a sahir o fogo. . '.
Ee
COMPENDIO THEOKÍCO-PRATJCO
Na direcção das Mesas grandes e do Traquete se
constroe de cada lado hum Funil de madeira correspon
dente a hum escotilhao, e lium Barril incendiário, 2
fim de facilitar a communicação do fogo da coberta ás
enxárcias : abrem-se na coberta mais dous escotilhões de
cada lado.
Servem estes Funis e Escotilhas não só para faci-
Jitar a communicação do fogo para o costado e massa -
me, mas também para na occasião da inflammaçao dar
livre sahida ao ar , a fim de não se levantarem as cober
tas , como poderia acontecer era consequência da violen
ta rarefacção do ar.
Por detraz da antepara de hum e outro lado se abre
hum pequeno buraco, por onde caiba huma Calha das
mesmas dimensões, da qual sahe outra de communicação
para cada huma das amuradas, e o extremo de huma Ca
iba se faz fixo junto á porta , que se abre na amurada ,
e próximo ao mastro da Mezena , por onde sahe o Offi-
çial, ou aquelle que larga fogo ao Brulote ; o outro ex
tremo deste Calha entra pelo buraco da antepara , e se
faz fixo na Calha de communicação que está junto à an*»
tepara , e communica-se com os topos das Calhas, que
desse ponto partem ás amuradas.
• Assim dando fogo ao Brulote por meio do Estopim
com que se escorva a Calha, que está fora da antepara'
o fogo immediatamente se communica ás Calhas princi-
paes, e dahi a ambas as amuradas.
§ 348. A distribuição das matérias incendiarias sof-
frs algumas variações j entre ellas podemos adoptar a se
guinte.
Os Barrir incendiários ficão debaixo dos Funis-
e das Escotilhas \ o seu fim he incendiar as enxárcias e
o costado: he preciso segura lios bera pondo-lhes castanhas'
e travessóes na coberta , e atracando-os de encontro ás
Calhas.
M Cortinas , Camizas , Coxins se pregão pelas La
tas e \ aos.
r t)E ARTILHARIA NAVAL.
As Faxinas se distribuem á roda dos Barris pró
ximo ás amuradas , e as Recameras se fazem bem fixas
nas portas.
Por cima das Faxinas se lança alguma escorva de
composição e Estopins de communicaçao , e serem o cui
dado de untar as cobertas e Calhas com Resina derre
tida.
Matérias combustíveis para hum Brulote de ijõ
Toneladas.
Barris incendiários - - - - 8
Recameras de ferro - - - - li
Escorva de composição - - - j Barrit
Estopins -___-_- i Barril
Cortinas ou Camizas banhadas 30
Faxinas compridas de i banho - ijo
curtas de i banho - - 75"
í//f<7j de i banhos - - 7f
Dos Petardos, ou Minas fluctuantes , e Ma
quinas infernaes marítimas.
Ç 349. Monregery na sua excellente Memória sobre
«ste objecto principia por huma vasta descripcão e His
toria da invenção e progressos da Arte de minar os ter
renos ; elle nota as authoridades dos i.°« Historiadores
Clássicos, e em consequência mostra datar a sua existen*
cia dos annos próximos de 6 64 antes da Era vulgar; pó*
rém na Europa apenas a Pólvora se empregou em atacar
os Fornilhos em 1487 no cerco de Sarzana pelos Gcno*
vezes ; posto que no Oriente graves Authores assegurâo
ter-se delia feito uso em Épocas mais remotas.
Conclue-se facilmente, que nos primeiros tempos de*
pois do descobrimento da Pólvora, ella devia ser hum
objecto summamente arriscado a bordo dos Navios, í
por isso forao desgraçadamente sacrificados á explosão
Ee 2
2J^ COMPENDIO THEORICO-PRATICO
muitos Navios recommendaveis pela sua força e grande
za , entre elles La Cordeliere era 1^04 , Du Carraquo»
em IÍ4? , e Sans Pareil era 1563 , e outros.
§ 350. Estes acontecimentos indicarão de huma ma
neira positiva os meios de destruir grandes Navios, For
tes, e outros quaesquer edifícios estabelecidos sobre o
mar, ou sobre Rios: entre tanto depois do invento da
Pólvora limitarao-se á construcção de Brulotes , que em
outros mais antigos tempos se fizerao tão celebres.
Porém a mesma idéa , que suscitou a invenção das Mi
nas para destruir o terreno superior por effeito da explo
são , procurou destruir por" meio das chamas os corpos
combustiveis mergulhados na agua.
§ 3£l. Diz o P. Daniel que em 1203 ° Engenheiro
Gaubert descobrira o segredo de conservar debaixo d'agua
huma espécie de fogo artificial encerrado em vasos de bar
ro; artificio, que se empregara em queimar a paliçada ,
que defendia a entrada da Ilha de Andelis; foi porém
cm ijSj' que se poserao em pratica as primeiras Maqui
nas denominadas Minas Fluctuantes.
Alexandre de Farnesse , Duque de Parma , no cerco
da Cidade de Anvers, para evitar que os Habitantes des
ta Praça recebessem soccorros de Zelândia , fez construir
jio Escaut sobre Navios huma Ponte de 600 r- de com
primento; Jambelli , Engenheiro Italiano , ao serviço
de Anvers, se propoz a destrui-la, e para esse fim fez
apromptar 13 Brulotes com matérias fumigeraníes ; pa
ra mascarar 4 Maquinas infernaes , que consistião em
Navios de fundo chato carregados de Pólvora , artifícios,
e pedras de enorme volume: a explosão destas Maquinas
devia effèctunr-se per meir de murróes , cuja duração es
tava determinada; os Brulotes e Barcos conduzidos de
fronte dn Ponte se abandonarão á corrente; os Brulotes
encalharão nas margens do Escaut antes de chegar á Pon
te, ea mesma sorte tiverao duas das Maquinas , a 3.a en-
cheo-se d'agua , a 4.* que chegou á Ponte causou hum
horrível estrago 3 e matou mais de 800 homens.
t>E ARTILHARIA NAVJL. arj-
Are 1618 não consta se empregassem estas
s; porém neste anno os insurgentesRochelenses
perpararao infructiferamente três; depois os Inglezes vin
do em seu soccorro lançarão ao mar n Petardos flu-
ctvantrs , que consistião em Maquinas de folha de FÍan-
dres chei js de Pólvora , e que tinhão huma mola , que
cn m mu n cava fogo ao artificio, logo que chocava cual-
quer objecto solido. Oeífeitotambem não correspondeo ;
porque foi pervenido pelos atacados, que se senhorea
rão delles, á excepção de hum , cuja explosão apenas Jan-
çou huma columna d'agua dentro do Navio; a pequena
vantagem, que se tinha tirado deitas tentativas, poz em
descrédito estas Maquinas , atéqueoHollandezCornelio
Drebbel ensaiou as suas experiências com os Baféis mer
gulhadores; a que se seguio a idéa de construir minas1
debaixo d'agua , empregada por Cazirniro Sumienowicz
em 165*0, e por Wilkins em 1680; as primeiras maqui
nas forão semelhantes ás de Jambeíli.
§ 353. Em 1693 os Inglezes projectarão por meio
dehurna destas Maquinas a completa destruição de Saint
Maio; esta Maquina- consistia em huma Galiota de 300
toneladas, cujas amuradas do porão e fundo erão ladri
lhadas; nelle se estivou huma grande quantidade de Bar-
yis de Pólvora , cobertos de matérias combustíveis , como
Pez, Alcatrão, Enxofre, Resina, Estopa, Palha, e
Faxinas; sobre estas matérias se estabeleceo huma co
berta ou assoalhado furado em differentes lugares, a fira
de facil-itar a communicação do fogo; sobre este solho
se collocarao 340 Carcassas, cujo interior era recheado
de Granadaf, Bailas, Cadeias de ferro , fragmentof
metallicos , canos de Espingarda , e Pistolas carrega
das com b.illas de chumbo; os' intervallos se atacarão
com materits corr.bu?tiveis, e Lanças alcatroadas; ti»
nhão-se construído no corpo do Navio 6 aberturas, por
onde devião sahir chamas de huma natureza rao activa,
que seriSo capazes de consumir as substancÍ3S mais du
ras; ^segundo as experiências unicamente extinguiveiscon»1
1T4 COMPENDIO THEORICO-PRATICO
agua quente") o fim era conduzi-la junto ás muralhas de
Saint Mala, e não se duvidava , que a sua explosão re
duziria a Cidade a ruínas.
Conduzida assim a Maquina próxima das muralhas,
«a barlavento delias, huma bafagem contraria ao seu
destino a fez encalhar entre duas rochas, onde o Enge
nheiro, observando que estava a ponto de hir a pique,
se apressou a communicar-lhe fogo, e retirar-se. A ex
plosão se sep aio immediatamente , as Bal tas incendia
rias não podião produzir efíeito, porque esta vão molha
rias; porém assim mesmo, estando em distancia, lançou
por terra a maior parte das muralhas da Cidade , treme
rão todas as casas, abaterão mais de 300 telhados, e o
•Cabrestante do Navio, que pezava perto de 2000 libras,
•foi lançado dentro dos Reparos das muralhas.
§ 35-4. Segundo Mr. Burchett os Inglezes em 13
de Julho de 1694 no bombardeamento de Dieppe fízerão
saltar, durante a noite, huma destas Maquinas na cabe
ça do Molhe , porém sem maior resultado.
§ 35-5. Pelo meado de Setembro do mesmo anno
os Inglezes no bombardeamento de Dunkerque dirigirão
contra os seus Fortes duas Maquinas , que tendo-se des
viado da direcção saltarão sem lhe causar prejuízo.
§ 356. Em 5- de Julho de 1695" elles bombardearão
Saint Mati, e dirigirão contra hum Forte dous Brulo
tes , que muito o incommodarao.
§ 357. Em 1698 osFrancezes tinhão projectado- em
pregar contra os Algerinos huma Maquina^ cuja peça
principal se reduzia a huma enorme bomba , estabeleci
da no porão de huma Fusta denominada L,e Chameau ,
de figura oval , cuja capacidade montava de 7 a 8000 *•
de Pólvora i encontrada latteralmente por grossas vigas,
e apoiada sobre 9 reforçadas Peças de ferro de Calibre
•l 8, quatro de lado, e huma por antarré , com as boccas
para baixo , e por cima se tinhão assentado 10 Peças de
menores Calibres, muitas bombas, eestilhaços de Peças;
este todo era atacado com hum massijo de alvenaria com
DF. ARTILHARIA NAVAI* 115"
posta de cal , hitume, e 30:000 tijolos, ella estava além
disso guarnecida de Peças carregadas para arrebentarem , e
de Bombas e Carcassas; a escorva estava prolongada a hu-
ma hora : esta Maquina não chegou a servir.
§ 3^8. Ultimamente Bushenell Americano Inglez , e
depois por imitação M. Fulton emprehenderao fazer
Voar os Navios , empregando hum batel debaixo d'agua
[69] guarnecido de hum Petardo (a).
Em 1777, estando a Fragata Cerberus fundeada en
tre o Rio Connecticut e New-London , Bushnell pas
sou-se a bordo de hum Baleeiro , e conduzio por meio de
huma corda ao longo de seu bordo huma maquina cheia
de Pólvora , guarnecida de hura aparelho de fusil , c ga
tilho tal, que communicariafogo, logo que tocasse o cos
tado da Fragata ; porém o acaso a conduzio sobre outro
Navio , que a explosão metteo a pique.
§ 35-9. Em Dezembro do mesmo anno muitos bar
ris cheios de Pólvora , preparados de maneira , que se
inflammavão debaixo d'agua ao contacto do i.°corpo so
lido que chocassem, forão lançados noDelawre em fren
te da Esquadra fundeada próximo a Filadélfia ; porém
como intempestivamente fossem desamparados á corren
te, se demorarão de tal modo, que aproximando-se á Es
quadra já de dia, eHa os pôde inutilizar, e apenas hum
fVz saltar huma pequena embarcação, e a gente que con
duzia ; esta expedição tomou entre os Inglezes a denomi
nação da P.atalha aos ftarris*
§ 160. Foi no meado do anno de 1805- que M. Ful
ton passou ao serviço de Inglaterra : os Inglezes tinhao
na noite 4 para 5- de Outubro do mesmo anno tentado
destruir com Brulotes e pequenas Maquinas os Navios, •
que formaviío a Linha de Bolonha; estas Maquinas erão
da forma de hum pequeno batel todo fechado, e dentro
além dos artifícios tinhao hum movimento de pêndulo ,
(«) Hydrografia do P. Tournier pag. 777 edição de 164}.
Emaio sobre a navegação debaixo d'agua porMr. Castéra Paris iS 10:
nelL-j se encontra a sua descripqão e uso.
CoMPEKDIO
monrndo ponlgumas horas, cujas mol.i<s tinhao commu-
nicacno com hum reforçado fusil de Espingarda , que de
via produzir o fogo , Irgo que expirasse o movimento do
pêndulo. Insignificante foi o resultado tombem desta ex
pedição, e por isso Mr. Fulton lhes propoz promover
a destruição desta Esquadra , empregando huma Maqui
na ,& Que elle deo o nome de Treme/ga; estes artifícios
pouco differem dos Petardos fluctuantes de Rochella,
ou dos Barris de Buclinell aperfeiçoados.
§ 361. Tremeiga he hum Cylindro oco de cobre ter
minado porduas semiesferas , sendo a capacidade das i.al
de 1 6o'* de Pólvora actualmente reduzida a 100"-, seu
eixo de 2.p, e diâmetro de i.p; sobre huma das extremi- '
dades he applicada exactissimamente por meio de para- •
fusos (a fim de evitar a filtração da agua) huma caixa
cylindrica de cobre de proximamente 7.? de diâmetro,
e 2.P de altura ; ella contêm hum maquinismo composto
de hum pequeno cano de Pistola de 2.*1 , huns fechos, e
huma espécie de relógio; antes de assentar a caixa no seu
lugar se carrega com pólvora o pequeno cano, e se escor
va, depois armando o gatilho se monta o relógio, que
não começa a andar senão depois que se retira huma ca
vilha que o suspende, e assim se communica o fogo á
Maquina , porque estando determinado de prevenção o
n.c de minutos, que deve andar, Jogo que expira , desce
o gatilho, o tiro dispara , e tem lugar a explosão geral.
Constituida desta maneira a Trenielga adquire hu
ma gravidade especifica maior que a da agua do mar; e
como convém que ella não mergulhe hum n.° de Pés
maior que a Linha d'agua do Navio, que se cuer fazer
saltar, se equilibra applicando ao meio do Cylindro hu
ma caixa de faia com capacidade para receber a cortiça,
que conforme a experiência for necessária para mergu
lhar somente a quantidade conveniente.
§ 362. Para empregar ai.3 maneira proposta por M.
FuJton devem estas Maquinas ter pendentes das suas
extremidades algumas braças de corda , que facilitem o
NAV>1.
frrirjaraçar-se nas amarras do Navio, que sepertende ata
car ; porém esta invenção não correspondeo na Pratica á
expectação de Mr. Fulton , e os Inglezes principiarão a
duvidar da vantagem das Treme/gás , até que em 14 de
Outubro do n esmo anno , para se fazer duma experiên
cia decisiva em grande, se poz á disposição deMr. Ful
ton o Bergantim Dinamarquez Lorol íea , e duas Chalu
pas; feitos os ensaios precisos, elle carregou hurca Trc-*
meiga com 1:0'*- de Pólvora, e ás 4A- da tarde do dia
l j estando presente o AKnirante Eoloway, o Barão Si-
dney Smith. , o Capitão Kingston , e o Coronel Congre-
ve , se deo principio á experiência •, ás 4.''- 40' as Chalu
pas se dirigirão para o Ergue, e em posição conveniente
largarão zlremelga^ que, logo que expirarão os 1 8 pa
ra que tinha sido graduada , produzio a explosão, e par
tindo o Navio foi a pique.
§ 363. Mr. Fulton voltando á nova Inglaterra teve
o mesmo resultado em outra semelhante experiência ;
tem-se com tudo irraginado outro meio de dirigir as
Tremelgas , e assaz simples.
Carregada a Trt meiga, e guarnecida da caixa de
faia com cónica , a meio se assenta huma caixa quadra
da , em lugar da cylindrica , e dentro delia se introduz
o pequeno cano de Pistola , e fechos ; porém em lugar do
relógio, exteriormente se estabelece numa pequena ala
vanca que faz desfechar o gatilho , e promover a explo
são.
A caixa de faia pela quantidade de cortiça equilibra
a gravidade especifica da íretnelga com a da agua , e
para mergulhar se lhe applica hurn cabo, e no seu extre
mo J) uni pezo.
Com esta espécie de Minas se pode defender a en
trada de qualquer Ancoradouro , Bahia , ou Barra fazen
do-as fundear, attendendo a que o filame docabo regule
eom as marés ; he porem digno de attenção, que prohi-
bindo-se assim a entrada aos inimigos , o está tautbuu aos
Kacionaes. e amigos.
Ff
ttí?
§ 364. O ultimo raethodo que propde M.
para empregar as Tremelgas ^ he liuma applicaçao da i
Benção de Mr. Bell em 1793 Para 'an.Sar os Harpòes na
pesca das Balèas : elle imagina , para aproximar a Tre-
mflga ao casco do Navio, hum Harpáo todo de ferrb,
sã i extremidade superior he guarnecida de hura Cylindro*
pouco mais, ou menos do Calibre do Pedreiro, de qua
SR serve Mr. Bell: este Cylindro ajusta sobre a carga de
Çolvota , e na outra extremidade se constroe numa poiv.
ta de ferro farpeada , que fica fora da arma ; na parte
immediatamente inferior desta ponta , e fora da arma,
ha hum buraco em que se amarra huma corda, a qual a.
huma distancia igual ao comprimento da haste do Har-i
pão se abotoa a hum annel , que corre livremente ao lon
go da mesma haste , e o resto da corda fica a bordo co
lhido em huma espécie de carretel.
O Pedreiro he montado em huma forquilha de fer
ro,, que he ^susceptível de qualquer movimento vertical,
QU horizontal, que se queira dar ao Pedreiro, e na ou-,
tra extremidade da corda está fixa a Tremelga com hum
movimento de Relógio, como já expozemos.
§ 365. M. FuJton se propoz a avançar em embarca*.
Ç$es armadas de 4 Pedreiros , 6 Remeiros, i Patrão, e,
yv Artilheiros , e durante a noite atacar com Harpóés os,
Navios,, disparando-os na distancia de 40 Pés; segunda
aseu planp, oHarpão logo que se dispara parte, c o aunei
correndo pela haste leva a corda e Tremelga , e fazen-.
do saltar fora huma cavilha , que suspende o movimento
do systema horário, este principia a marchar, e a Tre-.
meiga assim se a próxima ao Navio, e lhe occasiona aexr
plosão. *
Este pensamento tem assaz grandes inconvenientes
na Pratica, osquaes Montegery energicamente desenvol-.
vê, e reforça com factos Históricos. Passemos agora a ex
por ojuizo , que elk forma das três espécies de Tremelgas ,
qjue designa por Tremelgás de Ancora e Alavanca ,
melgas de Linha de Juncção , e Tremelgas de
ARTIBBAKIA NAV*I;
Ç 366. i.° A.S Tremelgás de Âncora ou Alewankat
gue Mr. Fulton pertende estabelecer para a defesa dos
Portos , ainda que se submettão a todos os melhoramen
tos, de que são susceptíveis, precisão além disso, que não
tenha cada huma a sua amarração particular; mas que se
forme delias hura systema , o que se consegue unindo re
ciprocamente hum n.° de Treme/gás entre si por meio
de cordas , e situando nos extremos desta cadca de Tre-
welgas ou Minas fluctuantes dous cabos com as suas
ancoras , determinando por marcas tomadas para a ter
ra a sua posição relativa. As cordas que tazem a prisão
entre T remeiga eTremelga se deverão subcarregar com
pezos de Chumbo, para o seio seconservai' sempre infe
rior á Ireme/ga, o que evitará embaraçarem-se com aí
alavancas; além disso dará ao systema alguma elasticida
de ; circunstancias , que serão vantajosas para conservar
o systema mergulhado quasi sempre a mesma quantidade
de Pez, que forao calculados, especialmente durante as
aguas mortas.
§ 367. Estes systemas de Minas se podem multipli
car conforme as circunstancias, e mesmo deixar desemba
raçado hum canal , bem reconhecido com marcas beitf
distinctas para a entrada dos Navios amigos ou Nacio-
naes , ten'do prevenção na mudança de local afim de evi
tar que o inimigo tome delle conhecimento.
A mais arriscada manobra consiste em fundear, e
suspender o systema , porque a disposição de subcarregar"
as cordas com pezos de Chumbo não será bastante para'
nos segurar que nesta manobra as amarrações já «riais to-'
carão nas alavancas de que infelizmente resultaria explo
são; por isso julgo seria muito vantajoso, que a esta ala-'
vanca se adaptasse hum systema de molas, que tivesse
communkação com huma bóia, e que por eíle se podesse'
suspender a acção das alavancas por algum tempo deter-'
minado.
§ 368. As Tremeigás de Linha de Juvcção podem'
ser vantajosamente empregadas, temlo duas etub.trca jões.
THEOUICO-PRATIO» '
cadi hurtn com sua Tremelga desta espécie; porque t."
fa/en-se separar, quanto permitta a linha de juncção,
cujo comprimeiiro seri se.npre menor que o dobro do Na
vio ataca Io; depois adiantando-se pela Proa delleoraet-
terío na m:io, e bufando as Tremelgas ao mar, logo
que i IJnlu de Juncçáo tiver encontrado o Navio; por
meio das cordas, que estão amarradas ás outras extremi
dades das Tremelgas , se puchao estas para debaixo do
costado do Navio , e a explosão terá lugar logo que as
Tremelgas encontrem o casco , sendo para este fim me
lhor, que sejão de alavanca.
Para que a explosão não prejudique as embarcações ,
se regulará a Pólvora de maneira que metta a pique o Na
vio sem o fazer saltar x e além disto deve acorda ter bas
tante filarac.
§ 369. Hum só Navio poderia intentar raetter a pi-
3ue outro , conduzindo comsigo muitas Treme/gás liga-,
as entre si por meio de cordas conservando hura deter
minado espaço, e tendo dado ás mesmas Tremelgas nu
ma figura , que offerecesse menor resistência á agua em
que ellas se movem mergulhadas, sendo assim a i.» Tre*
meiga rebocada pelo Navio, a i.A pela i.», e assim por
diante^ só resta, que se rodeie o Navio atacado, e em
jjccasiâo conveniente se lhe largue sobre a Proa esta ca-
dêa de Tremelgas.
Dous Navios, ouduas embarcações caçadas por for
ças superiores podem também defender-se lançando aã
mar algumas cadêas de TremeLgas , de maneira porêoi
que o inimigo não perceba , porque então as evitará.
Também se podem collocar de noite na embocadu
ra de hum Rio inimigo ou Porto , guarnecidas as extre
midades com duas ancoras; torna porém Montegery are-
çoramer_d,.r as molas para demorar o effeito das alavan
cas por iium detenninado tempo.
„ '§ 37°- t&s"lremelgas de Harpão tem o grande de
feito ae avisarem com o tiro do Pedreiro ao inimigo a e
a guarnição de prevenção.
í. - « ». , - J
Por isso Mr. Fulton lembra as embarcações inven
tadas p< r Mr. Greathead empregadas ha annos em dar
soccorrõ aos Navios naufragados ; estas embarcações, a
que celn/rlezescliamão Life-boats , são muito curtas ; por
isso conviria sem augmentar sua largura, que he sufficien-
te, augmentar o seu comprirrento de sorte que podesse
admittir 14 remos ; a Poppa e Proa destas embarcações são
iguaes, e o leme he supprido por hum remo; esra circun
stancia lhes dá a vantagem de tornarem todas as direcções
sem virarem de bordo; porém para serem empregadas
neste serviço se devem coroar Poppa e Proa de hum estra
do elevado, e susceptível dereceber o Pedreiro, Tremei-
f a , Carretel , Harpão , e sua competente linha , tudo
esempachado , e aliaz ficar huma abertura , por onde
passe o remo que faz a. funccão de leme ; assim podem
admittir-se em cada embarcação duas Treme/gás com o
seu respectivo aparelho.
Ultimamente avaliando os riscos, a que ordinaria
mente estão sujeitos estes artifícios, estou persuadido
que^se tiraria maior vantagem de armar grandes Embar
cações de vapor [yojjcom grossos Obuzes, e Morteiros,
cujos projecteis, se são empregados proximamente á li
nha de agua x fazem quasi o mesmo effèito das Tremei-
gás , e cahindo dentro occasionão primeiro o estrago do
choque de huma baila , e depois , arrebentando , seus es
tilhaços fazem espantosas ruínas.
Ultimamente acaba concluindo, que estas Maqui
nas tem. vantagem , porém em certas e determinadas
circunstancias; que sendo antiquíssima a sua invenção,
poucas vezes se tem empregado na guerra ; eque são suv-
ceptiveis de grande melhoramento; e em consequência
que-est-e systema he secundário em as guerras navaes, as
sim como as t,linas em as guerras de cerco, e defesa de
rracas.
!»*« CoMtfciíDio THEOMCO-PRATICO
A P P E N D I X II.
DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS DE ARTILHARIA.
s E c q à o i.
Do exercido de Peça.
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Formatura em combate»
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Esquerda. Direita»
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Formatura em Parada.
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• S 377« Se adoptarmos a a.a guarnição , teremos
BE ARTILHARIA
Formatura em combate.
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2. 1. m.
Esquerda, s 3- 3- m Direita*
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Formatura em Parada,
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Formatura em Parada,
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i.1 i. ^. u.
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Formatura em Parada,
s m m s
i. i.»
trc ARTILHARIA
§ 380. Ao toque para exercício em Parada, os Ser
ventes nomeados para as Peças vem buscar o seu lugafr
em formatura de Parada ; porém se for para combate , en
tão entrarão logo em formatura de combate, levando
comsigo os petrechos necessários para guarnecer a Peça,
e pela seguinte ordem :
O i.° da direita leva Lanada e Soquett
O i.° da esquerda o Guarda-MurraO
O 1° da direita o Espeque
O z,° da esquerda o Pé de Cabra
O 3.° da esquerda a Trança , que leva á tina dos raur*
rões para se accender
O ultimo da direita leva a Retenida
O Porta-Cartuxo le-va o Guarda-Cartvxo fornecido
O Chefe de Peça leva o Polvorinho , Caixa de Esfole*
tas , Dedeira de couro , e bum molho de Tacos.
§ 381. O Chefe de Peça deve, para examinar se td-
dos os Serventes estão nos seus devidos lugares , e mes
mo saber cada hum os seus empregos , fazer a sua nomea
ção, que será relativa á guarnição. Se por ex. for em
pregada a i.» guarnição , fará primeiro a nomeação dos
Postos da maneira seguinte :
1.°, 2.°, 3.°, 4.°, penúltimo , e ultimo , Servehtes da direita
1.°, 2.°, 3.°, 4.°, penúltimo, e ultimo, Serventes da esquerda
Porta-Cartuxo
Chefe de Peça.
Depois seguirá a seguinte nomeação de empregos :
x.° da direita Carregador
i.* da esquerda 2." Carregador
2.° da direita Espeque
a.° da esquerda Pé de Cabra dá Baila e Taci»
3.° da esquerda Bota-fogo
a.° e penúltimo da direita Lanada e Soquete.
Gg 2
COMPENDIO THEORICO-PRATICO .
-Os pevultimos desbollnao
•Os ultimas colhem as Talhas
• l." e ultimo da direita servem a Retenida.
./
§ 382. A Bateria deve ser dividida em duas meia»
Baterias , Direita e Esquerda; deve também dividir-
se em Brigadas i.*,, 2.',, 3.* e ultimamente em i.a«ea.»»
Peças principiando sempre a nomeação pela Proa.,
§ 383. Signaes de Caixa :
-i.» = Sentido. —
A esta voz deverão todos estar com attenção e si
lencio.
NB. Como as Peças, logo que os Navios de guer
ra sahem dos Portos , se devem considerar carregadas, he
-nessa hypothese que se principia o exercício.
6.* = Escorvar ~
§ 389. A esta voz oChefe de Peça pega na prancha
da, e a põe sobre o i.° Reforço, e com a mão direita
pega no Diamante , e ao mesmo tempo corn a esquerda
tira a Escravelha , e a guarda ; depois fura o Cartuxo , e
xeconhece na costa da mão esquerda , e enfiando o annel
' DE ARTILHAKJA NATAL.
•fio Diamante no dedo mínimo da mão direita pega com
a esquerda no Polvorinho, e o traz á frente, e abrindo
a mola com o dedo polegar da mão direita bota a Pól
vora no Ouvido da Peça , e tendo-o cheio faz na Faxa
alta da Culatra hum rastilho, enclla moe a Pólvora, de
pois larga o Polvorinho, e pegando na pranchada cobre
a escorva , e repõe o Diamante no seu lugar.
NB, Quando se usa de Espoletas, se pratica tudo,
como acabamos de ensinar até enfiar no dedo o annel do
Diamante, depois com a mão esquerda abre a Cartuchei-
ra , e cora a direita tira a Espoleta , e rapidamente fecha
a Cartuxeira , e passando ocanudinho para a mão esquer
da , com a direita tira a encoifadura do boquim t e Iogt>
a Espoleta , que introduz no Ouvido da Peça até encos
tar o boquim, e cora a Pólvora moída que contêm o Ca
nudinho faz o rastilho.
8.a — Apontar. =
12.» = Carregar. =:
§ J97. A esta voz o Chefe de Peça mette o Diaman
te no Ouvido para ver se está desembaraçado, e tendo
calçado a Dedeira de couro o tapa com o dedo. O i.° e
a.° Carregador passao as pernas por cima das Talhas;,
isto he , o da direita a perna direita , e a esquerda o da es
querda, ficando ambos com as costas para a amurada. O
a.° e o penúltimo da direita dão hura passo á rectaguar-
da , e abairando-se pegão na Lanada , e vão com ella dês-
rançar sobre o Munhão da direita , e retirao-se.
, O i.° Carregador fica pegando na Lanada com %
mão direita > e com a palma para baixo.
i •
13.» = Limpar a Peça. =
§ 398. A esta voz o r.° Carregador mette a Lanada
até ao fira da alma da Peça , e movendo-a circularmente
duas ou três vezes a retira , e sacode na parte inferior da
Jóia , e dá ao 2.° e penúltimo Servente , que a repõe em.
£€u lugar, e lhe traz oSoquete v o i." Carregador lhe pe
ga, e fica em posição com a. massa do Soquete por baixo
do Boccal da Peça; o Porta-Cartuxo marcha, e vai pos
tar-se ao lado do 2.° Carregador com a frente para a amu
rada, prorapto para lhe dir o Cartuxo na occasião em
que se retira a Lanada, e vem a sea Posto comelle; o
.3.° Carregador pega no Cartuxo , e o mette na Peça com
o atado para fora, e põe a mão esquerda na Boçca da
Peca.
; * .1
fcB AUTILHAKIA NAVAÍÍ "
' O 2.° Servente da esquerda , logo que se mette ò
Cartuxo, dá meia volta á direita, e vai buscar a Baila
e Taco, e vem postar-se no lugar em que estava o Porta-
Cartuxo.
14.* = Unir Cartuxo. =
§ $99. A esta voz o i.c Carregador une o Cartuxo com
duas pancadas, e não retira o Soquete, até que o Che«
fé de Peça lhe designai de que chegou: o Chefe de Peça,
logo que está unido o Cartuxo, o fura e reconhece na cos
ta da mSo esquerda , e diz = chegou rr ; logo põe a
Pranchada em o seu lugar, e depois o Diamante; o i.*
Carregador tira o Soquete , e fica na mesma posição en»
que estava antes de o naetter na Peça. O 2." Servente d*
«squerda entrega Baila e Taco ao 2.° Carregador , e vol
ta ao seu Posto. O 2.° Carregador , logo que sahe o Só*
quete, mette Baila e Taco na Peça a ética com a mão es
querda na bocca.
17.» =± AleU ~
».* „ Sentido
*-l » A seus Postos , á direita , ã esquerfá
3-a „ Marcha , alto
4«, » O Chefe de Peça faz a nomeação dof Postos
j. „ Dêsatracar a Artilharia^
f »E ARTILHARWL NAffflU^ «43
* ' No COMBATE,
6.* „ Escorvar
7." „ Abaixar as pontarias
8." „ Apontar
9. „„
iO.a Firmar pontarias,
Retirar da Bateriadarfogo
„
12." „ Carregar
13.' „ Limpar a Peça
14." „ Unir Cartuxo
15-. a „ Ctf/fflr 5/Z///Z í
i6.a „ Metter em Bateria
lj.* „ Ala.
.- DEPOIS DO COMBATO,
s E c q Á o n.
Exercido de Caronadas com Vergueirofixo,
Esquerda.
.S. J|j Direita»
m ^PÍ1 ,—,
—l C
4.» =s Estorvar, =
§ 419. O Chefe de Peça pega na Pranchada , e a pá«
tobre a i.° Reforço , e com a mão direita pega no Dia
mante, e com a esquerda tira a Eícravelha e guarda, e
depois fura o Cartuxo, e reconhece m mão esquerda; e
enfiando o annei do Diamante no dedo mínimo da mão
direita pega cot» a esquerda no Polvorinho, e trazen
do-o á frente lhe abre a mola com a mão direita , e es
corva a Caronada; e tendo cheio o Ouvido lhe faz hura
pequeno rastilho de Pólvora, que esmaga com o mesmo
Polvorinho, e depois torna a cobrir com a Pranchada.
.- NB. Empregando Espoletas se reduz a introduzir
t Espoleta , como temos ensinado § 389.
£.• = Abaixar as pontariaf , apontar. =
-
7.» = Limpar a Caronada. = .
•
SECÇÃO III.
. Exercido de Morteiro de Marinha.
Esquerda.
JD ' GD* Direita,
m 1 2.1 j r. l m
Nesta Formatura o Bombeiro occupa a rectaguarda do
Morteiro , e na sua rectaguarda em duas filas se formão
os 4 Serventes , como se vê na figura.
Formatura
i •
em combate*
- .
••
- ff •»... i i f
Ke?ta formatura o Bombeiro ocnipa a recfaguarcfa ao
Morteiro > o» K0» Serventes se perfilão no alidramínto
ida bocca , hum de cada lado , e es 2.«" Serteares nu alk-
Éhamento dos .Munhóes. .. . <, '.
§ 431. Para exercício, suppondo que a guarnição ao
respectivo toque se postou em Formatura deparada le-
lando u rcspeuiya FdLmenta , se seguem as voxcs :
r- M 'ArrnvAfttA NAVAK.
» r
i.» = Sentido. =
A esta voz devem todos esrar na forma com atteo»
çao e silencio esperando as vozes , que se seguem ;
a.« = A' segunda forma marcha. =
Ç 431. A eíta voz marchão todos a tomar a a»« for
ma, a fila da direita para a direita, e a da esquerda pá
ra a esquerda do Morteiro; e logo que chegão aosrespe-
ttivos lugares marcão a passo , o que também deve tet
feito o Bombeiro , até á voz — alto. —
3.» = Ali», Frente, =n
§ 433. A esta voz todos parao fazendo frente para
o Morteiro, e ficáo firmes, e perfilados com OB Espeques
no braço direito até á voz :
§ 445".
44 Os Serventes e o Chefe de Paca conduzem a
ólvora , Polvorinho , e Caioca de Elípoktas . o -i^
a Xorança dcsfiuciulo asam A /cana»'! • „,-, (
THEOMCO-PRATICO
§ 446. Vozes seguidas :
:r= ANTES DO COMBATE. =
Vl ... ..«. .
x.« „ Sentido J
a." „ A* z.' formatura
3.* „ Alto frente
4.* „ Guarnecer o Morteiro.
•• •
— No COMBATE. = '>
l
y.« „ Carregar
6." „ Limpar
7.* „ CTiwr Cartuxo
,i 8.*
ç.a ,,„ Metter
Metter aemBomba
Bateria
i •- --IO.*-,, I>«r elevação
li.* „ Escorvar * •
iz.a „ Fogo: segue carregar e as mais vozes,
r= DEPOIS DO COMBATI. =:
-' ' 13.* „ Desguarnecer o Morteiro
s • 14.' „ A* i.» formatura
* . jy." „ Romper.
, • i
s E c q A o iv.
"fáudançar qve occasitnaria nos exercidos descriptoS
a admissão defechos nas Pecaf, e dasprovidencia^
que deverão dar-se aos incidentes , que na occasiao
do fogo o podem interromper. . t
A
- . § 447« •**• vantagem , que resulta do uso dos fe
chos, nas Peças, e Cartmadas, empregadas na Marinha,
NAVAL. *>
lie actualmente reconhecida por tcdas as Nações, e com
provada com repetidas experiências.
i Ora a razão mostra, que a bordo he indispensável
.aproveitar, para tirar vantagem do tiro, hum instante fa
vorável ; o que exige tão rápida passagem da ordem de
•_ f0go — & sua execução % que só poderá ter lugar sen
do a Artilharia guarnecida com fechos ; porque neste ca-
jgo o apontador dá também fogo. ;-.. . > •-.
§ 448. Os fechos que se em pregão na Artilharia são
semelhantes aos de fusil , com a diferença de ser substi
tuído o gatilho por hum cordão; a importância do bom
resultado deste aparelho exige que se empreguem todos
os meios de aperfeiçoar sua construcção, c reparar os de
feitos e obstáculos , que se encontrão no seu uso. •• , 3
Como huma das mais poderosas objecções consiste
na difficuldade de substituir huma pederneira nova a ou
tra , que na força do combate' se partio , ou de qualquer
maneira se inutilizou •, para evitar a interrupção do rfogo
por esta causa , Mr. Douglas inventou os fechos com dou»
Cães, cujo maquinismo he muito simples , e facilita quaor
to se pode desejar esta mudança. ;..•:':(» (
r Para a obter desanda-se a porca de orelhas , a fira
•<de suspender a peça que sustenta os dous Cães em hum
«ixo cylindrico situado verticalmente i o que conseguido
íedá á mesma peça hum movimento circular, até que fi
quem trocadas as pederneiras; depois desce este apare
lho, e se torna a atarraxar a porca de orelhas, e ncará
solidamente fixo; preparação, que se pode eíFectuar com
a maior rapidez.
- § 449. Se ti vermos huma Peça guarnecida de fechos,
<3 exercício em suas vozes e evoluções será o mesmo até
^o § 380, ao qual a ccrescen taremos, que o ultimo Serven
te da direita deverá ter hum pequeno panno com hum sa
quinho , que conterá as pederneiras de sobreselente ; este
panno serve para limpar os fechos do salitrado,
t. Por isso cada Bateria neste caso deve ter entre os
fiobreselemes dous fechos e algumas porcas d'ordhas^ no-
Ml
-faremos mais, que se osfedios não estão
nas Peças , enrão este mesmo Servente será obrigado a
'trazemos , quando vier para a forma , e o Chefe de Peça
"tapidaraente os parafusará , Jogo que chegue ao seu Posto.
"'" § 45^ Seraelhanteraertte accrescentareraos ao § 389 1
que depois dê atacar! ó- Outidd1 coto Boitora , oa imrodif.
íif o Estopim, ou Espoleta sem elle (como ultima meu»
te se pratica era Portugal ) era lugar de fazer o rastilho,
fce deve encher a caçoleta dos fechos.
• '§ 45 1 * No § 391 depois de ter o Chefe de Peça fei»
Ib-signal para se retirarem os Serventes, em quanto el-
les vão a seus Postos, dle retira a Pranchada, e arma
bs féchos; pegando depois com a mão direita no cordão,
e retirando o corpo do trilho das rodas ; no momento fa-
VÒravel dá hum pucháo secco , o Cão desfecha , e parte
tfrirp. - ^
Se por qualquer incidente erra fogo , então o Che
fe de Peça deve rapidamente verificar a sua pontaria,
ttoe 'achando-a conveniente dará a voz de —fogo — que
Bèprompto será executada pelo Servente Bota-fogo , que
Iheapplicará a Trança , como está dito no mesmo^§ 393.
Senão obstante ter ardido a escorva o tiro não par-
tfo, he então preciso deixar extinguir todo o fogo antes
dê ap^rotimar a Peça , e depois tapar cora o dedo o Ou^
Vido retimndo-Se sempre do trilho das rodas; depois O
Chefe de Peça , ou o Servente encarregado de trazer o
èanno se aproxima .ia Culatra, oi.° para desentupir cora
6 Diamante o Ouvido , escorvar, e armar os fechos; e o
2.° para os limpar: e depois se verifica a pontaria , e se
gue o prescripto para dar fogo. Outro methodo mais rá
pido" se pode empregir com a cautella necessária , e se
reduz a, iramediatamente que erra fogo, o Chefe dePe-
Ça tapar o Ouvido com a dedeira, e depois limpar edesemr
baracar o Ouvido , e continuar , como dissemos.
§ 45TZ. Accrescentaremos ao § 41?, 9ue ° 2>° ^er"
vente àn esquerda , deve trazer-o panno e saquinho com
as pederneiras de sobreselente.
f- t>E AUTILHAMA
O processo do § 419-116 o tnesmo até'escor.
a Caronada ^ porém depois de encher o Ouvido de
Pólvora , passa a encher a caçoleta , e arma os fechos.
§ 45-4. Depois de no § 421 ter firmado a pontaria,
em lugar de dar a voz — foge =, pega no cordão, è
dando hum puchão desfecha, e o tiro dispara.
NB. Se for preciso dar á Caronada huma eleva
ção superior áquella , que permitte o parafuso d« pon-.
taria , se tirará este, e em seu lugar se empregará hiwna
Palmeta.
• § 45?. Quanto ao expendido no § 421 somente ao»
Crescentaremos , que depois de limpa a Caronada, o Ser
vente da esquerda passa a limpar os fechos, e pp-los«ni
descanço depois vai ao seu Posto.
§ 456. Se huma Peça de grosso Calibre se desarraca
com os balanços, porque rebentarão na occasião do com
bate os arganeos da amurada, ou o Vergueiro, e Ta
lhas, se lhes lanya a diante do trilho hum sacco com
Tacos soltos (o que deve estar prevenido, havendo al
guns de sobreselente em cada Bateria), e quatro homens
com Pés de Cabra entalão á huraa as rodas, o que or
dinariamente fornece tempo stifficiente para lhe lança
rem Seios de Cabos de hum a outro bordo , que lhe que
brem a força do balanço. Era antiga providencia, que se
recommenda vá na occasião deste incidente , metter ma
chados ás rodas para as partir, o que meparece será qua-.
si sempre inexequível ; porque além da resistência , que
ellas pela sua extraordinária grossura , e tenacidade fibro
sa da madeira de que são construídas , oppfiem a fender-
se, mesmo recebendo o golpe na direcção das suas fibras,
existe a difficuldade de ser encontrada esta posição, e não
a encontrando, pode-se assegurar que será infructifera
semelhante providencia.
§ 457. Durante o fogo do combate pode a Carreta
de huma Peca soffn-r tal avaria , que fique por este mo
tivo impossiblitada de continuar o ff go ; se tivermos
Carreta de sobreselente, faremos a muaança suspendea
Li a
THBOIIICO-PRATICCÍ
4o a Peça ás Latas , ou Váo» , para cujo fim se podeKb
empregar convenientes aparelhos formados pela combina-
cão de Estropos, Talhas, e moutóes de retorno ; e quan
do se tiver obtido a Peça em altura sufficíente para se
retirar debaixo a Carreta avariada , se tira huma , e sub*\
stitue outra.
Outro expediente se pode aproveitar quando o tem
po o permittir , que se reduz a conduzir sobre rolos a
Peça desmontada até á mais próxima bocca da escotilha ,
ou mesmo na Carreta, seella poder ainda conduzi-la não
obstante a sua avaria , onde os aparelhos possão suspen
de-la e monta-la de huma maneira análoga á que expose-
roos para raetter dentro a Artilharia da Coberta > Con
tes, e Tolda.
FI M.
r • > .- s í .»
i"1 • • i • . ' > • . . . ' . .
••,
NOTAS. i
m
cO Egundo Texier a Pólvora foi conhecida na China no
anno 85 da Era Vulgar, e desta data até 130 da mesma
Era , época do governo do Rei Vitey , alli forão fundidas
Peças de hnma espécie de Bronze , que o Padre André
d'Aquire diz que vira; porém não sendo o nosso obje
cto contestar a veracidade destas tradições, nos limita
remos a seguir a constante opinião de que na Europa os
eífeitos prodigiosos deste mixto forão desconhecidos, até
que Roger Bacon em 1214 no seu Tractado de Nullita-
•te Magia indicou que huma composição de Salitre
Enxofre e Carvão causava, applicando-lhe o fogo, hu
ma violenta inflammação e estampido. Esta descoberta
não incitou a curiosidade , ou o génio de investigação dos
Chymicos desde esta época até 13 30, em que o Frade
Chymico Bertoldo Schwartz , tendo preparado em hurn
almofariz huma semelhante composição para outras ex
periências , observou a instantânea inflantmação e vio
lenta explosno , que delia resultou pelo contacto occasiq»'
nal de huma faísca, acontecendo que a pedra, que tapa
va parte da bocca do almofariz, fora lançada ao chão.
Aproveitou o Chymico este incidente para deduzir, que
esta composição poderia ser empregada em 'lançar corpos
fL grandes distancias. •• -,^s .- BI^M—•.*
COMAKDTO THEORICO-PRATICO
m
1 Obras âe campanha ou frovisionaes são aquelhs,,
<que sendo destinadas a existir somente durante algum
tempo, se devera depois desamparar, e por isso são con
struídas com menos solidez, porém mais acceleraçáo^
nestas obras se empregão madeiramentos , saccos de ter
ra , leivas , fachinas , e estacadas , sendo muitas vezes con
struídas na presença do inimigo, e até debaixo do seu
'fogo.
Bateria (<*) he hura systema de Boccas de fogo , que
se destinão de accordo a produzir hum determinado fira :
ellas tem diffèrentes denominações conforme a direcção
dos seus fogos, ou a posição dos objectos, que devem
ferir, e por isso
- - - —
.__ . _^-^^__^_^,^ __
C«J Veja-se Traité Theorique et Pratique dês iateiies par Au.
• 'í* AntlLHAUtA NAVA t. í#f
Baterias directas são aquellas, emqufe as linhas do
tiro são perpendiculares á direcção da obra de fortifica-
, frente atacada, ou costado do Navio.
Baterias £escarpa são aquellas, em qufe as linhas
tiro 9zío ctvliouas á direcção da obra, frente atacada,
•ou costado do Navio , fazendo hum angulo .de ip a 50,*
Baterias de enfiada são aquellas, cujas Trajecto/iaj
estão no mesmo plano vertical da direcção das obras, eu
da quilha do Navio.
Baterias de' revez são aquellas, que batera porde-
traz dê huma obra, ou péla rcctaguarda de hunia frente
de Tropa.
Baterias enernzadas são aquellas, «nqueaslinjjaf
ao tiro se encruzão sobre os pontos que se querem bar
ter.
Ultimamente as Baterias saofíxas, ou moveis- &
fixas são empregadas no ataque, e defesa de Costas
Praças &c. *
Baterias moveis são relativas aos combates, e ba
talhas j são desta natureza as Baterias fiuctoames c mes
mo a^sim se podem considerar as dos Navios , que con-
-frrme a situação relativa á obra atacada lhes pode cqn>
f»etir qualquer das denominações acima.
Espaldao he hum parapeito de terra e fachinas df
-naicr eu menor altura , conforme o local e o fim a
-f)ue se destina : pode empregar-se com vantagem para
rolrir afgum lugar, ou desembarque, do fogo d as obra s,
que o inimigo occupa; se este Espaldao tem fosso ebanv
gueta , se lhe dá o nome de Travez.
Por Panqueta entendemos hum pequeno degráft, ^
que a Tropa sobe para fazer fogo de.fmjMobre a saaç
p.mha.
Fosso he huma escavação em forma de valia . donde
se tira a terra para formar o Esfaluão, ou Iravcz.
-rt
.«i
' - [4]
[8] '
He opinião geralmente adoptada, que os Venezia-
nos forão os i.°» (£) na Europa, que em 1380 emprega
rão contra os Genovezes Peças em forma de Morteiros,
construídas de grossas barras de ferro, abraçadas com ar
cos do mesmo metal ; e como estas Peças abrissem facil
mente, recorrerão passados annos, ao ferro, e bronze
fundido.
No Século XVI. reinando Gustavo Adolfo, fabrica-,
rão os Suecos Peças de couro da maneira seguinte. .- ^
Fundio-se hum Cylindro de bronze do comprimen
to das Peças ordinárias com 7 do diâmetro do Calibre de
grossura; reforçou-se este tubo com arcos de ferro a iguaes
intervallos; depois se enliou com cordas quanto foi pré-,
ciso, para que no i.° Reforço produzisse huma grossura
igual a hum diâmetro do Calibre , e no resto igual a ~
ao mesmo diâmetro , e depois tudo isto era coberto de
couro; estas Peças assim servirão por mais de 20 annos,
mas tornavão-se incomraodas e dispendiosas pelas refor
mas de capas de couro , e mesmo arcos ; além disso arre-
bentavao frequentemente nos Munhoes.
Segundo a melhor tradição as Maquinas principia-
(«) James Hist. naval da Gram-Eretanha.
W M. Daro Hbtoire de Veoi* T-RP». *,% „ >^>
Mm
THEOKICO-PRATICO
rão a ser empregadas na guerra depois do anno 128
tes da Era Vulgar, na época emqne foi intentado ocer»
Co de Tróia.
No anno 8c6 Ozias eu Azarias 9.° Rei dejudá fé*
Construir sobre as torres e ângulos dos muros de Jerusa-
km Maquinas de arreweço , para se defender dos Am*
monius e Philisteus.
No anno 587 empregou Nabucodonosor Rei de Ba-
feylonta nos cercos de Tyro o Aríete , e as Torres am~
bulaates assentadas sobre Terrassos. . ;
Semelhantemente forao empregadas pelos Gregos
em y 10 no cerco de Paros por Miltiades, e em 440 no
sitio de Samos por Pericles.
Dionysio o velho Tyranno deSyracusa delias fez uso
«n 404 no cerco de Motya , e em 388 no de Rhege.
No anno 341 Philippe de Macedonia comellas sus*
tentou os cercos de Perintho e Byzancio.
Alexandre Magno levou as Maquinas á maior perv
feição, e desenvolveo o seu uso com a maior vantagem
nos sitios de Thebas em 335-, de Halicarnasso em 334 .
ác Tyro e Gaza em 332, annos todos antes da Era Vul
gar.
As Maquinas, que Demetrio empregou no cerco
de Rhodes em o anno 304 , forão as mais colossaes. (a)
Depois o uso das Maquinas passou aos Romanos,
tpie delias tirarão a maior vantagem em ^6^ no cerco de
Agrigento, em 146 nos deCorimho eCarthago, em 13}
no de Numancio , em 8a no de Arhenas , em 72 no d*
Massada , (b} cm 49 no de Bourgos <>' e Marselha por
César; porém a decadência do Império fez transtornar
*bsolur?rriente a foce á arte da guerra , are que He ann»
8&6 da Era Vulgar se defenderão as muralhas de Psrit
com 100 Catafaltas ou Bai/istas, dos N ormandos , qu«
inutilmente a atacarão.
<») Histoire de Polybe par Folard Tom. a.n rã». 1*1. "•"-*
(4) Dita, Tom. a.° pá?. rgo.
(ÒO Ijita> Toin. a.8 jpig. -jtt »*•»./ sL ii,oJc..i u:^ . i vj>
f^UE ARTILHARIA NAVAL. 167
No anuo 990 no cerco de Montbrol empregou •
Conde de Chartres huma grande Torre de madeira.
Em 1097 no cerco de Antiochia pelo Conde Baú-
dovin , enosdeNicea ejerusalera porGodefroi deBouil-
lon se empregarão 3 Hélcpoles , e hum grande numero
de Maquinas d\irremeço.
Era 1 203 Philippe Augusto fez uso dos Hélcpoles
«o cerco de Chareau Gaillard e de Rouen , que o fez Se
nhor de toda a Normandia.
r Em 1226 forao empregados os Terrassos no cerco
«TAvinhão, e em 1308 no de Rhodes por Fouques de
Viiiaret.
i Ultimamente em 1339 forao montadas sobre Bar
cas elevadas Torres de madeira no cerco de Aiguillonpof
João Duque de Normandia. A descoberta da Pólvora veia
logo depois fazer abandonar o uso de todas estas Maqui
nas , de cuja construccão passaremos a dar alguma ide*
«eguindo a melhor tradição.
As Maquinas antigas se distinguido em
Maquinas de arremeço ou Ballisticas
JMaquinas de aproximação e demolição.
Entre as que pertencia o á i.a Classe erão as mais notft*
veis: -i
Sallista , ou Onagre
'Catapulta
Jlrcèballistas , ou Taxoballistaf
JLtjorpiões , Manuballistas , ou Arbaletes , ou Arcustai-»
.. listarius , ou Ballista manualis
" (a) Lart cfe jeter fés Bbrfifcs; Blondet pá». 4414
(4) Traitc dês Aliuss par Vauban pag. 276 edição de P4rií aiino }.•
jfbr COMPENDIO THEORKÍO-PRAWCO
jwltas , e lium braço d'alavanca , edella faz huma enge
nhosa applicaçao á defesa dos contra-escarpas , e mesmd
da escarpa , sendo praticado o raaquinismo em Casamatas;
ultimamente indica o methodo de as empregar com van
tagem nas obras exteriores, é mesmo na defesa da bre
cha, e dos fossos aquáticos; este author sem querer, co
rno Folard , inculcar liuma absoluta necessidade de em-
çregar as Maquinas antigas para o prolongamento da de»-
•fesa de huma Praça, nos offerece na sua Memória mui
tas e delicadas invenções, e numa bem acertada combi
nação de princípios mecânicos, o que melhor se poderá
avaliar consultando-a.
-.. As Maquinas de aproximafao edemollçHo ôefedtí*
•ião ás seguintes: ••)
: • •• . • •. . .1 .•••".-.
-i.a Vinha
-a.a Tartaruga ou Testudo -7
4." Hélépole
j.a O Trado > -
16.* <Sambuco ;•••:. \
'• •! •
í..- _ ! ' l •<
As Vinhas sáo humas Barracas de madeira de it
a ao Pés'de comprido, e 7 Pés, a 8 de largo, e outro
tanto de alto, cujo tecto a duas aguas he construído com
muitas camadas de canissos ; isto a fim de resistir ao
ch(X]ue dos corpos que se lança vão do alto das muralhas
«obreéllcs; faziao-se mover empregando Cylindros , Ro
los ou Rodas com eixo ou de peão; tomarão este nome
dos camssados construídos á semelhança das Jatadas de
vinhas, com que se defendião OS' lados expostos ao ini
migo. .f i n»••.-: -i •
Estas Vinhas servião, urridss de Cabeça comCabe-
fa , para formar communicaçocs cobertas diante da freor
te atacida, ou para facilitar a? entrada nos Hélépoles e
ferrasses. . , „.'•„, t .... '. . , '
DE AWTILHAKIA NA VAI." •" - t? t
Tartaruga ou Musculus he huma Barraca de ma-í
d eira das mesmas proporções das Vinhas , defendida la-
teralmente com canissos de maneira, que possa resistir
ao impulso das pedras e dardos; cosruraavão-se construir
á prova de fogo por diíferentes maneiras; porém a mais
frequente consistia em forrar o tecto com couros frescos
assentidos com o ca bei Io para dentro.
Esta Maquina he montada sobre rolos ou rodas co
mo as Vinhas ; empregava-se para cobrir a communica-
cão entre os Hélépoles , e aproximando-se das muralhas
cobrir a gente empregada na escavação para a sua demo*
lição.
O Aríete (a) he huma viga, guarnecido o seu ex
tremo com huma grossa massa de ferro ou bronze em
figura de cabeça de Carneiro, suspendida por cordas ou
cadeias dentro de huma solida barraca de madeira cora
tecto de duas aguas, que se denomina também Tartarifr
ga; tem ordinariamente 20 a 25" Pés de base, e 12 Pé»
de largo e alto.
O Aríete , quando oscilla sobre huma calha guarne
cida de rodettes , tem o nome de Kridochée.
O Trado consistia n'huma viga guarnecida d'huma
reforçada ponta de ferro suspendida como o Aríete. Em*
Íregava-se esn descalçar e descozer as pedras das mura*
ias , a fim de ser mais fácil ao Aríete conseguir a sua
demolição, e franquear a brecha, que se fazia praticá
vel empregando as mesmas Maquinas. •
O Hélépole he huma torre de madeira -sendo o Ia»
do da sua base, sempre quadrada , igual a ^ da altura,
^ue n.is mais pequenas era de 70 a 90 Péí, como as que
se empregarão nos cercos de Massada e Jerusalém por
Tito, e junto a Cahors por César.
As medianas erão de 100 a 120 Pcs de altura: taeifc.
erão as do «éreo <je Perintho por Phiiippe.
As maiores erão de 1 30 a 140 Pés de alturaí':' t
. .1 .'_!. 'Í'. ,LtÍ<7
» J
A U T H O R E S.
í
Ioo
f -------
- - . r - , --- - - 7,o „ 3,0
Precisando o Salitre ser refinado, indicaremos o
thodo exposto na- ÇJiymica de Mosinho.
178 COMPENDIO THEOMCO-PR ATIÇO
Dissolve -se o Salitre bruto em agua na razão de
30 pnrtes do Sal , e 6 de liquido, e faz-se ferver; como
os Hydro-chloratos de Soda e de Potassa são menos
•oluveis em agua quente que o Nitrato de Potassa ;
estes Saes precipitão-se nodecursoda ebulliÇno; clarifica.
se então o liquido por meio d'huma dissolução deColla
ejuntao-se quatro parres d'agua fazendo-se ferver de no
vo; deixa-se então diminuir o calor, passa-se a dissolu
ção pura para vasos chatos de Cobre, onde, apitando-a
com rolos, se perturba a sua crystallização , obtendo pe
lo resfriamento o Salitre em pó.
Para acabar de separar os Saes estranhos lava-se o
Salitre assim obtido com huma Earrell.i siturada des
te Sal , a qual não podendo dissolver o Salitre , dissol
ve e separa os Saes Heterogéneos, ,
Esta lavagem faz-se em caixas de madeira com bu
racos fechados com cavilhas, começando por lançar a
dissolução e o Sal nas caixas fechadas, e abrindo de
pois os buracos para sahir a i.1; e isto feito , secca-se o
Salitre , e acha-se prompto para os usos ordinários.
['3]
O Enxofre de commercio se obtém das Terras Sul"
furetadas pelo seguinte processo :
Em fornos compridos de huma forma particular,
aos quaes se dá o nome de Galeras, disptíe-se hum certo
|j.° de Cadilhos de barro, arranjados em duas linhas pa-
rallelas , e cada hum delles ccberto cem hum Capacete
ou Chapjtel também de barro, ao qual se une hum Tu
bo, que sahe fora do forno, e corresponde a hum balde
com agua j introduzrse a matéria cm pedaços nu interior
• • T>E ARTILHAI» i A
aos Cadilhos, encccnde-se o forno, o 1-nxofre funde-se,
voluiliza-se, e passa em sublimação -pelo Ttibo que con
duz ao balde, e cahindo na agui se consolida.
O Enxofre , que resulta desta i.- operação, aiqda
não lie puro j porém refina-se de três maneiras , a saber:
Pela fundição
Pela sublimação
Pela destillação.
Nós trataremos do r.°, que ordinariamente se emprega pá»
rã os artifícios de guerra.
Lanca-se o Enxofre em huma caldeira , põe-se a fo
go, e meche-se com huma Espátula até que elle esteja
derretido, escumasse, e escoa-se, e fica prompto para a
Serviço.
He propriedade do Enxofre a íua prompta combi
nação com o Gaz Oxygetieo em huma temperatura ele
vada; resultando delia huma activa e rápida combustão,
produzindo hum Gaz acido com o desenvolvimento de
Caloria) e luz.
C '*]
Das provas feitas em 1816 , e continuadas em 1817
por Mr. Dusaussoy e Mr. Lê General Conde de Ruty,
sie conclue :
i.° Que a densidade da massa depende menos do
prolongamento do tempo que gasta em ser batida, do
que do gráo de humidade que conservão as matérias.
i." Que humedecendo a massa de 2 em 2 h-, a den
sidade crescerá gradualmente até 8/(- de trabalho.
3.° Pondo-se a seccar em huma temperatura baixa
a densidade augmenta , e a eflorescencia diminue ; he por
tanto vantajoso secca-la á sombra , e já mais ao Sol ou
em estufa.
4.° A densidade augmenta augmentando 10"- ás
nãos dos Pilões.
5".° A ausência dos Sáes , que attrahem a humida
de mais que a densidade , contribuo para a conservação
da Pólvora.
6." Que até u horas de trabalho de Pilão a mas
sa está perfeitamente triturada e misturada. •
^^^^^^_^^_^^___ _
[ 18. J
Caiorico designa a causa qualquer que seja , que
em nós he capaz de produzir a sensação do calor , quan
do livre de circunstancias , que encadeiao a sua acção , e
dissimulão a sua presença, pode livremente obrar, sobre
es nossos Órgãos.
O Catorico não manifesta unicamente a sua presen
ça pela sensação do calor que produz nos Entes orga^
HÍzados, mas tambe.n pela alteração que occasiona no
nolu.ru de todos e quaesquer corpos submctiidos á sua
acção: e com effeito todo o corpo, qualquer que seja o
seu estado, dilata-se quando se aquece, e pelo contrario
diraimie de volume pelo resfriamento.
O Caiorico co.nbate a força de cohesao , e diminue
Sensivelmente o seu eflfeiro;.
A forja , qualquer que seja , em. virtude da qual o
r DE AnTtLHAMA NAVAL. "* '
Catarico teude.a sahir dos corpos , e .atravessar o espaço
cm forma de raios , se diz Tensão do Calorico nos cor
pos ; e o Calorico , que atravessa o espaço em forma de
raios , tem o nome de Calorico radiante.
Huma de suas propriedades de que nós faremos uso,
he a seguinte:
As Intensidades do Calorico , que dimana ele hum pon
to , estão na razão inversa dos quadrados das distan
cias ao dito ponto.
-
B •
Demonstração.
Seja A hum ponto quente emittindo os raios Calo-
rificos em todas as direcções : abstrahindo a Pyramide
cónica de raios CAB , e tirando a Secção cb parallela á
base , teremos :
AD— altura = distancia á base CB - — D
Ad- --- = --- ........ - d
Superfície do Circ. CS - - ---- - — S
Dita - - do Circ. cb ------- - = *.
C 19* l
i ' •
A força relativa da Pólvora he exclusivamente de
terminada pelos Provctes; porém não he único aquelle
Provete que indicámos ; este he o que se denomiaa Pro
vete de Ordenança. Ha além deste :
Provete de rodas dentadas
de balanço de Mr. Regaier
.- Hydrostatico do mesmo
t. de Bailas
• de S. Remy
• do Cbav. d^Arey
-tf—,— de Pêndulo.
~- .
Nós daremos a descripção deste ultimo , por ser aquelle
que foi empregado nas experiências, a que nos referimos
neste Compendio ; aquelles , que desejarem ter conheci
mento das construcçóes dos outros , podem recorrer ao Ai-
de-Memoire na palavra Eprovete.
O Provete 'do Pêndulo consiste em huma peqflena
""' " peça suspendida por duas barras de ferro, que se reúnem
em hura eixo horizontal , cujos extremos cylindricos os-
cillao sobre dous apoios ou moentes , imbutidos nos tra
vessões de huma pequena grade de madeira.
Quasi a meio das duas barras de ferro' está fixo hum
arco de circulo graduado, cujo centro existe no eixo de
rotação da Peça do Provete.
O Cursor , que se move ao longo do arco gradua
do, está unido a numa alidade movei, que partindo do
eixo forma cora huma segunda barra huma alavanca
angular , de que a alidade forma o i.° braço.
No estado de quietação do pêndulo se move a ali
dade , até que o Cursor marque o sobre o arco graduado.
Hum pequeno parafuso de reclamo atravessa o ex
tremo ao 2.° braço da alavanca.
r UE AHTILHAIÍIA x
Fâz-se mover este parafuso, até que a ponta venha
, itocar huma pequena chapa ttietallica situada sobre a es
quadria da grade de madeira , que serve de apoio a todo
este systema.
Quando se quer fazer uso deste Provete , se conduz
a Peça a huma posição vertical , e com huma Cocharra
se lança a Pólvora no fundo da alma, a qual se aperta
hum pouco coro o Taco^ e se deixa tomar aposição ho
rizontal.
: Depois se ajusta a posição da Alidade fazendo uso
do parafuso de reclamo , e comrounicado o fogo permeio
de hum Estopim ou Trança enxofrada , a Peça dispara.
Por effeito do recuo a Peça se eleva gyrando sobre
o seu eixo de suspensão ; porém a alavanca angular , que
se apoia sobre hum dos travessões , fica fixa, assim como
a Alidade , que forma o i.° Braço , e por esta causa obri
ga o Cursor a percorrer huma porção do arco , que de
ve marcar a amplitude da máxima oscillação.
E ficará assim determinada a força relativa da Pól
vora ; porque on.° degráos percorridos pelo Pêndulo nas
meias oscillaçóes he proporcional ao quadrado da forc^
motriz.
.[*>] . •. :
He notável a variedade, que desde 1686, em que
se introduzio na França o uso de empregar os Prtrvetes
para determinar a força relativa da Pólvora , se tem
observado nos alcances decretados para a admissão das
Polvoras em França j sua ordem com os seus respecti
vos alcances he a que se segue :
Em — 1686 devia ser o alcance — jo Toezas
1729 dito ------ 6o ditai
1769 dito -----=: oo ditas
1798 dito -•.--. 5= iço ditaf
•— 1808 dito - . - - - -ssiic dttas
COMPENDIO THEORICO-P&ATICO
aonde á : d' : : / X x : / X A
Eorem J = J/
?go à : d' : : x : a.
Do § £9 se tira:
differenciando será :
du + dx 4- dy -h dz •+• &c. — o
u'du + udu' •+- x'dx + xdx' + y dy + ydy1 + *'</* + w/*' + &c. SÓ,
Da i.» se tira :
du ^ — dx — dy — dz.
(a) Jornal das ^ciências Tom. 7.° pag. 569.
(4) Nouveaux Príncipes d'Artilherie de Robins 178} pag. 165 , •
pag. 409 , e a nota %.' pag. 105.
(c j Demonstração do Sr. Jtiargiochi. -t
Pp 2
COMPENDIO THEOKICO-PRATICO
Substituindo na 2.» e multiplicando teremos :
it'dx — u'd — u'de, -4- udu' +- *'<** 4- x<fcr' 4-
E M ]
As repetidas experiências , em <jue se tem emprega
do as mais exactas e delicadas Maquinas , com o auxilio
de quanto podia fornecer a Mathematica , Physica , e Chy-
mica, não forão suficientes para evitar a pasmosa dis
cordância de opiniões sobre a mais exacta expressão da
força absoluta da Pólvora.
Querendo (Diz Mr. Madelaine) (£) assignar-se
hum termo fixo á força absoluta da Pólvora , não ha dous
authores que perfeitamente concordem na determinação
deste termo i estes o fazem variar entre iço e 55000 ath-
mosferasi nós pensamos exactas todas as grandezas nu
méricas, que nrs apresemão estes authores, por quanto
pospersuadincs,que não he possível limitar a força des-
'° P"te +* Livro 7-°
Jouinal dc$ Sswnee» militaiíea Tom. a." pag. 377. -
THBo*tco-?ir/mcà
te tão poderoso agente ; sendo seus effeitos tão viríareít
já pelas quantidades das matérias empregadas, já pelot
«paços occopados, e resistências a vencer,
Se nos cingimos ás ultimas experiências deRumfbrJ
sobre a medida da força absoluta da Pólvora, que clle
pode obter mais exactamente, em resultado das quaes
affirma, que hum só gramma de Polv<wa era hum Pro-
vete cheio por elle a f tinha feito equilíbrio a huma
pressão de mais de 10000 athmosferas; que pensaremos
a respeito da potência , que deverá desenvolver huma quan
tidade de Pólvora roço ou 4000 vezes maior, tal qual
nós empregamos nas Boccas de fogo ordinárias? Como
se fixarão os limites, que podemos obter no Serviço ape-
zar das perdas inevitáveis provenientes da expansão pro
gressiva dos Gazes na alma do Canhão , e das perdas ré»
«ultantes do vento da Bi lia , e Ouvido?
'•> I' Boyle, Haley, Hauksbée, Lahire, Valliere, Moro-'
gues avaliarão o volume do fluido expansivo da Pólvora
em 400 até joo vezes o volume do ar athmosferico.
Amontons, Dulak, Beíidor, e curros assentarão,
que o fluido elástico da Pólvora se dilatnva pelo seu ca-
Joriào a yooo vezes o seu volume. Daniel Bernoulli sus
tenta , que a elasticidade do Fluido da Pólvora he icoo
vezes maior que a do ar athmosferico.
1 Lombard avalia a acção do fluido elástico perma
nente desenvolvido pela inflammação em 02 15" vezes a
pressão athmosferica.
Antony em 18000 vezes a mesma pressão. Gay-Lus-
sac em resultado das suas experiências concorda em que
estes fluidos elásticos occupão hum espaço 1000 vezes
maior que o ar athmosferico.
[** 3
v
Temos: i : c : : ir : Circ. — icr
togo Superfície da Esfera = 2 cr X ^r = 4 fr.*
Solidez — 4<r2 X T r = T frJ
Logo Semiesfera = $ cr* ,
Circunferência da base do cylindro = zcr
Superfície da base — 2 rr X 5 r = ÍTa
Solidez = fr" x ar = 2fr}
Cylindro circunscrifto â semiesfera = cr'.'
Demonstração.
_ r i :c =: Razão do diâmetro â circunferência .
Seja ^ x ~ Raio da base . .u -. •»:
M».
' , {. y ~ Altura de bum cylindro», r'(
CoMfENDlO THEÔfcICO-PRAticd
Logo l : c : : ^x : Circ. zz 2cx
Superfície lateral •=. ^cxy
Bases — icx X y x = cx*
Superficle total — ^ cxy -H ^ cx* = Min.
differenciando o = xdy + ydx -t- 2 xdx
=: cx"1y
differenciando x*dy -h ^yxdx =: O
substituindo — x*dx (*--—\ -f- lyxdx = 6
— xdx (y + ^ x ) -4- ^yxdx = o .
— ^x'1dx -t- ^yxdx = Ot,
Reduzindo e dividindo por xdx temos :
0,001.
A unidade de pezo heo Gramma , que he equivalen
te a hum Centímetro cubica de agua pura , e segue hu-
aaaloga Nomfioclatura.
Myria-gramma ----- 10:000 Granima*
Kjlo-gramma ------ u. i.-ooo
Hecto-gramma - - - ----- - iocr
Deca-gramma ~ - - - _ - - _ ^- IQ
Cramma, ------ -^» r
Deci-gramma. - - - _ - . .^ _ o,-r .
Centi-gramma -------- 0,01
Milli-gnam-ma -- - - — - - — _• 0,00 r.
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DE AKTILHAMA NAVAL.
^':: r 6 X
frf1 i
— = cdx - d =. Solidez da Esfera, logo .f
3.» G^<? </o diâmetro : Solidez da Esfera : : 678 : 375*.
Multiplicando na analogia (E) a i.» razáo por </*, emuí-
tipHcando os antecedentes por 4, e dividindo depois a i.*
razão por 4 , temos :
f *
*••'• - • 4
COMPENDIO THEOMCO-PRAÍHCOÍ
mas ^ = '- X ^ = Sflidez do cylindro equilátero 9
logo
4." Cubo do diâmetro : Solidez do tylinàro : :
Porém' nós temds achado :
Solidez do cyíindr» = --
6
Solidez da Esfera = —
^
£ »9 3
O e /)' 0/>mj í/e </»<zj- quantidades de Pólvora
4 g e g' *s suas gravidades esptcificas
C v e v' «j volumes , o» solidezcf.
he g = g
temos : p : f : : v : v'
\
isto he, ospezos proporcionaes ds solidezes ou volumes*
[30] ;
Dada huma Esfera se determina graficamente o seu
- diâmetro da maneira seguinte r
-'
-• Co» num compasso curvo ft?endo ctntro érft hum
ponto qualquer yí da Baila , cujo «in-fretro K fertendtsa*
ter, se descreva hurra circumferencia Í.CC, na qur.l se
fomem cora o rnesrr.o' coirpasôo as prsnde/as <l?s cerdas
imaginadas PD „ DC „ BC: com ellas se construa' sobre
e papel num triângulo bdc , e circunscreva-se l;um eircn*
Io , e pelo seu centro se tire o diâmetro </, que ò será
do circulo menor BCD.
Tire-se depois huma linha LH iguaí ao diâmetro
rf, e ao meio delia se levante a perpendicular indefinitá
xz ; e fazendo centro em L com o raio AC se descreve
Èum arco , que cortará xz em hum ponto A> que será d
j.° extremo do diâmetro da Baila ; tire-se AL, e ao seu
extremo L se levante a perpendicular LB , que determi
nará o outro extremo K do diâmetro pedido.
Porque o ponro L existe na circumferencia , e he
YWtice de hum angulo recto, lego seus lados devem pas^
sar peles extremos do seu diâmetro respectivo.
' C 3* 3
Csmetaes distinguem-se dosoufros corpos pelo seu
brilhante, considerável gravidade especifica, e falta de
transparência.
Alguns são maneáveis , e debaixo de martello erti
Hum gráo de temperatura mais ou menos elevada , fa
cilmente se manufncturão , como o Ouro , Prata , Cobre ,
Ferro , Estanho; outros partem-se , como o Ffrro coado %
o Cobre roseta.
Os metaes tem differente gráo de tenacidaíe-, es'r£
mede-se pela percussão , ou suspendendo de hum nó do
metal que está em exame, successivamente dlfferentes
pezos. 'J' '
Os metaef- fámhern s^-tfistingue
gráo de temperatura em que se" funcíemV '
Três são r,s- maneicns e fbrmás tfá 'e
tats na uaturezà}'a'te!bet: ; ^ . -^v^»'"*
i.° Em metal virgem ou nativo , e he quando es
tá reduzido ao estado de pureza , sem matérias heterogé
neas.
i.° Era Oxidos metal/icos , ou metaes combinados
com o Oxygeneo , que se encontrão debaixo de apparen-
cia de terras, ou pedras mesmo em forma de crystaes.
g.° Em mineraes , que apparecem combinados com
substancias differentes, principalmente Sulfúreas.
A maior parte dos metaes tem a propriedade de
absorver o Oxygeneo atbmosferico , quando erahum cer
to gráo de calor são expostos ao seu contacto ; e por is
co para obter a sua conservação he preciso, quanto for
possível , evitar-lhes o contacto do ar.
Alguns metaes ha , que tem a propriedade de dis
solver os outros , como o Mercúrio ao Ouro,
O F- rr^-raras vezes se encontra puro na natureza ;
he necessário submete-lo a operações metallurgicas , pa
ca dos mineraes obter os seus 3 differentes estados.
t 3* 3
Segunda LombarJ f
As Peças de 12 , 8 , 6 , 4 devem ter de comprimento 17 Calibre»
• de 48 ....ao ditos.
Çomftimento
9 i*>
COMPENDIO THEORICO-PRATICO
f- 1776 - «í
- 1464 -:--— 8
i
2016 -- 6\
1904 -• . •
6. r *
....
e substituindo
ou ff ^
[34]
.
O maior prejuizo , que o -vento supérfluo da Baila
occasiona , resulta do movimento em forma de zigueza-
fue , que a Baila adquire em quanto percorre a alma da
eça ; pois em consequência delle varia o angulo de Pro
jecção; além disso a fricção communica á Balia hurn mo
vimento de rotação , que se não for no plano da Traje
ctória , soffrerá da parte do ar huma resistência muito ir
regular.
O vento que na Inglaterra se dá ás Bailas , he ordi
nariamente ^j do seu diâmetro, excepto nas Caronadas,
nas quaes os seus inventores , aproveitando os resultados
das experiências, reduzirão o seu vento como se observa.
Calibre de 36 f^ent» - - - - -i - - i^>» 6ftm
-- 30 --- __-_--•! •»> 6
- M --- - ..... a » 3
jr
- - - - - a >» 3
* Marinba /g »
+. • Jde 8 - •
/de 6 -
V de 4. -
Vv
33* COMPENDIO Tnioaieo-PRAfico
He facif de perceber quaes forão os morivOs , <que obri
garão os antigos a darem tanto vento ás Bailas, Jembran-»
do-nos das imperfeições- das bailas antigas, e mesmo Pe
jas j mal puriHcado ferro , &c.
Não estando da parte do Official encarregado da
Artilharia o diminuir o vento das Bailas, está com tudo
da sua parte ter tod"as as precauções para o não augmen-
tar, o que conseguirá não usando de Bailas mal calibra
das , e evitando que estejão expostas ao tempo , e pro-
hibindo que se limpem da ferrugem batendo-as a mar-
[37]
Eu já notei algumas vantagens das Peças curtas pá- .
rã guarnição dos Navios , e ainda mais sensíveis se tor-
não estas admittindo as Caronadas ; porém os resulta
dos da acção de 12 de Setembro de 1813 entre n Es
quadrilha commandada pelo Capitão Barclay e a Flori-
lha Franceza , e a das Fragatas a Phoebe e L' Esscx
nos devem pôr de prevenção, que hum navio de força
já mais deve ser guarnecido cm todas as suas Baterias de
Caronadas e Peças curtas, ainda que de grossos Cali
bres, porêiu-pequenos alcances; porque o inimigo reco
nhecendo a vantagem do alcance diligenciará incommo-
dar muito antes que o incommodem , e hum desastroso
. . ire ARTILHAMA NATAL.
incidente pode causar grande confusão e transtorno a
bordo.
[38]
.
i As seguintes experiências, em que principalmente
se funda o que exposemos , e seus resultados são o inte^
ressantc objecto que occupa esta nora.
i.4 Huma Peça de 18 carregada cora r !í- de Pólvo
ra foi atirada contra duas pranchas de Carvalho , que faT
zião a grossura de 13 poleg. e em distancia de 90 Pés;
as Bailas ns atravessarão lançando estilhaços de 5* a iy
Toezas de distancia.
í a.» A mesma Peça carregada successivamentc com
3?j» 3 53 ^k de Polvos f°i atirada contra y espessuras
de pranchas, que davão 32 poleg. i, c bem ligadas; as
Bailas as atravessarão fazendo huma grande quantidade
de estilhaços; porém a carga mais fraca occasionou mais
estragos , fez saltar as peças , separou as pranchas , e par-
tio duas do interior.
3.» A mesma Peça carregada com 6lí- de Pólvora
foi atirada contra hum massiço construído de pranchas
de Carvalho Inglez , muito bem ligadas com cavilhas de
ferro , que formavão hum solido de 4 Pés e | de espessu
ra ; as Bailas penetrarão de 27 até 46 poleg.
' : . •'
A mesma com *L
3'»- -.
_.-...-
- - -.U - - 28
30 poleg.
[393' ,':'
A velocidade inicial assim determinada pela expe
riência he aquella , que constantemente se emprega ; po
de com tudo demonstrar-se geometricamente , sendo co-
niu.cu.k> *
,»..
O Comprimento e Calibre da Peça
Pezo ao. Baila e carga de Pólvora
E a Força elástica da mesma Pólvora no instan
te da inflammaçao.
Deve além disso a força da Pólvora cessar de actuar
sobre a Baila no mesmo instante em que ella sahirda boc-
ca da arma , e a Pólvora ser inflammada e convertida
inteiramente em Fluido elástico, antes que a Baila adqui
ra hum movimento sensível (<f).
[40]
donde P : p : : p—- : X
ôuP = -£-
*-»-«,
Porém ^pressão em F = m "vezes a presta»
feriça — m x p'
logo p rz mp'
f substituindo teremos : P = »~—
. -. 4- se
donde P : f' : : T s i > como está deduzido.
i J
donde
, r ..» gncv*
logo Log. tabular - =
e * = rIIí^E x Log° Formula.
ncg> 6
[4»]
He sobre a Theoria dos movimentos lentos que
Robins busca a Regra para os movimentos rápidos \ e
por isso daremos destes cálculos algumas ideas, e estabe
leceremos alguns princípios, que illustrem esta matéria.
Se hum Globo se move no ar com huma velocida
de igual i que elle adquiria, se cahisse de huma altura
= v ; a experiência nos mostra , que elle encontrará hu
ma resistência igual ao pezo de huma columna de ar do
mesmo diâmetro, cuja altura = \ v (B. M. § 237).
Segundo Euler este principio satisfaz perfeitamente
para determinar a resistência do ar nas medíocres alturas
v.
Porém ella será maior que 7 v, se a altura v for tal,
que a velocidade que delia resultar, seja de 1000 pés por
segundo j e tanto que chegar a ser de 1700 Pés, a re
sistência do ar será representada por huma columna ath-
mosferica da mesma base do diâmetro do Projéctil , e
cuja altura — quasi i -o.
Seja x — altura de huma columna de ar do mes
mo diâmetro do Globo, e equivalente á resistência que
o ar lhe oppõe.
Este valor he tal , que sendo .v ~ ? nas velocidades
medíocres, será x = -i na máxima velocidade, que aqui
calculamos, qx:e são íyco Pés por segundo, isto he; será
v = 46400 Pés.
Assim x indica a força resistente do ar.
Xx
COMPÈVDTO
V ^ Velocidade de \jx> Pés Portugaezet
Seja ^ V1 =. •— para a qual se pede a resis-
C. tenda t. -t
Seja se' = x qudndo V =: V
Ftg'IO'logo *' =r -i proximantcnre
e quando *' =: 7 seja AB =z a
e sempre poderemos ter:
: : V: V
a?'
donde AC— T?-
w •
Semelhantemente :
'- '• BD : AD : : { : *'
.. . w AD - BD : AD : : x' - '-z : x'
e pela figura ^5 : ^ííí : : A?' — i : yf
, -^ aã*'
loeo
6 AD — —;-a* — i
« mas AC=."-^:
donde AD - AC= -4^-
a* — i
- íV.
Reduzindo:
- ( 2 *' - l ) —
aV'
.
Ultimamente temos:
CZ) : ^ÍD : : I : *
^P^
* — Tcõ
e substituindo temos :
2 <ia;'T/' — f 2 x' l)
—õ^^y^~
dividindo por a e por ( i x' — i ) temos :
x- «*y
2 (2xy — (_2X' - l ) V)
. DE ARTILHARIA NAVAL» T 319
dividindo por ^
~ a * K - ( a*' - i) V
SL . -.•>.,
*_>
* = . *Y -L'V + V ~ * = * C0m°
L_
368 COMPENDIO THBORICO-PRATICO
nesta Carreta se montou horizontalmente huma Colum-
biada.
Defronte da Bolada ha hum resbordo circular da
grandeza da bocca da arma, tapado cora hum Taco de
madeira em forma de Válvula , e tão justo, que a agua
não possa entrar dentro da Embarcação.
Mettida dentro a Columbiada se carrega tendo at-
tençao a que o Taco vá bem ensebado , e bem justo , de
pois se escorva a caçoleta dos fechos , e se faz entrar exa^-
•ctamente a Bolada no resbordo, que deve ajustar perfei
tamente; e quando estiver ii a ij Pés em distancia do
alvo, se levanta a Tapa que fecha por fora o resbordo, e
faz fogo. Ora quando a Columbiada recua, trazcomsigo
a Tapa e fecha o resbordo; apouca agua, que neste mo
mento entra , se deposita nas cavernas , e depois com as
Bombas se esgota.
Fulton trabalhou na construcçãode hum Navio, que
denominou Mute\ porém elle bem conhecia adifficulda-
de de lhe dar direcção inteiramente mergulhado debai
xo d'agua, e para remediar este inconveniente concebeo
a idea dos Navios , que se denominarão Invisíveis; por
que podião roubar-se á vista dos inircigcs, todas as vezes
que lhe fosse necessário.
Estes Navios ordinariamente navegavão por meio
de velas e Maquinas á superfície d'agua : os que forão
apresentados em modelo devião ter 86 Pés de quilha, 23
de bocca , e 14 de pontal.
Era these geral conviria que estes Navios fossem
construídos de ferro ; porém ate ao presente todos o tem
sido de madeira ; a Coberta he hum pouco semelhante ao
fundo, ainda que mais achatada por causa da manobra;
tem dous EscotilhÓes , he todo guarnecido de vidros len-
tioulares da maior grossura, os Mastros tem huma forte
Charneira junto á Coberta para dobrarem sobre ella; o
interior he dividido ao meio por hurca Coberta, que ser
ve para alojar a gente; o Porão he dividido em Paioes
DE ARTILHARIA NAVAL. 369
para munições e mantimentos, e no meio he formado
o tanque ou Reservatório para receber a agua, que o faz
mergulhar, o que gradualmente se consegue abrindo as
torneiras destinadas para este fim ; e quando se pertende
subir , se lança a agua fora por meio da Bomba que está
no dito tanque, cujo corpo sahe fora da Coberta supe
rior.
Era huma Memória de M. lê Baron de R.** en
contramos outra arma Submarina, cuja construccão («)
he a seguinte.
>•
NOMENCLATURA.
Calibre»» Pezo »» Comp.
"Basilisco («) ------ 48 »» 7200 >» 10 Pés
Dragão- -------40» 7000 »» 167
Dragão volante - - - - - 32 » 7200 »» 22
Serpentina ------- 24» 4300 » 13
Çolubrina -------20» 700 » 16
Passa-muro ------16»» 4200 »» 18
Asfid -------- i:» 425*0 »> ir
JM«£ Çolubrina ----- ja.tt 385:0 »» 13
Pelicano ------- £»> 2,400 »» 9
Jrfgrtf ---,---_ j, i 285-0 » 13
Pequeno Sagre ----- 4 » 25-00 >» 12^
falcão -------- j»» 2300 »» 8
falconete ------- 2» 135-0 » iof
Ribaudequim tia França - - l » 7^0 >» 8
Outro mais pequeno - - - - i >» 45-0 »» í
Esmerilhão ------ i»> 400 »»
Em 1572 se introduzirão
bastardo ----__- 7!
Çolubrina ------- i^
[44]
Foi questão se o Ouvido devia ser collocado no
principio, meio, ou fim da carga, ou se era indiffèrente :
t ^ -
(*) Nouvau dktkmnaire milit»ire Gaignc pag. 5 j. .. , >
Bbb 2
37* CÒMMWMÔ TlTCÔ*TCO-P*ATlC<l
as experiências mostrarão , que devia reprovar-se o Ou
vido na extremidade da carga próxima ao Projéctil ; e se
concordou , que elle teria huma posição vantajosa logo
que dirigisse o fogo ao centro da carga , afira de promo
ver huma quasi instantânea inflammacão e combustão
da Pólvora.
• No Século de 1700 se usou no fundo das almas e
Cameras huraa pequena Camera cylindrica equilátera do
diâmetro de j do Calibre da arma , onde terminava o Ou
vido: o inconveniente de se poder limpar, e a repetição
de desastrosos acontecimentos por ficar o fogo dentro,
fez abolir este uso; donde alias a experiência mostrou
grandes vantagens.
Das experiências de Robins e de Hutton em 16 de
Fevereiro de 1784 se conclue ser indifferente a posição
do Ouvido para os alcances ; Thompson segue a mesma
opinião.
Lombard he de parecer , que o Ouvido termine no
meio da carga pelas razões acima , e pelas experiências a
que procedeo em 1 808.
Em França o canal do Ouvido he inclinado para a
bocca fazendo num angulo de 15° com a direcção per
pendicular ao eixo.
Os Ouvidos nas Peças de Bronze são ordinariamen
te de Cobre roseta , ou mesmo de Ferro, a que se dá o
nome de Grão.
•_ i •» -•
i • -
RoBins fundado em que a inflammacão da Pólvora
era instantânea , sustentou , que a figura das Cameras não
í «•fc<í'A*ínUHA*TÁ TÍAVJt.
influía nos alcances; porém Euler reconhecendo já en
tão ser successiva, prova que afigura esférica era amais
vantajosa.
Lombard he de parecer, que será preferível aqucl-
la figura , que sendo do volume da sua carga , abranger
maior porção de superfície esférica , combinando-se cora
a menor abertura , a fim de que a acção do Fluido elás
tico contra o Projéctil seja a maior possível.
Com tudo he a forma cylindrica a que está consi
derada como preferível , eaquella que melhor satisfaz na
combinação da Theorica com a Pratica.
[47]
O Morteirohe actualmente a Bocca de fogo de maior
importância no ataque das Praças: esta arma foi pela
i.« vez empregada pelos Turcos no cerco de Rhodes em
15-22.
Desde essa Época tem grandemente variado ; porém
a differença mais notável entre elles consiste na figura da
sua Caraera e local dos MunhÓes.
Para investigarmos a razão , porque na maior parte
dos Morteiros os MunhÕes são situados na Culatra , e
não no meio do corpo do Morteiro , notaremos que o
Fluido elástico produzido pela inflammacão da Pólvora,
escapando-se pela parte superior da Bomba , comprime o
Projéctil contra a parede inferior da alma , donde resul
tara , que se os MunhÓes estiverem collocados no meio
do Morteiro , se deverá augmentar o pezo da Culatra
de maneira , que embarace pelo seu equilíbrio , que a
parte dianteira do Morteiro mergulhe na occasião do ti
ro ; o que lhe addicionaria , sem vantagem , hum pezo enor-
xne.
Além dos Morteiros de que demos a construcção
temos alguns celebres , como são i.° Morteiro deGomer
inventado pelo General Gomer , Official distincto na sua 1£" ' *
arma: estes Morteiros são mais simples e leves, e de
maiores alcances em iguaes circunstancias; em 178^ se
fundirão alguns segundo o Perfil da sua invenção.
O seu Perfil he despido de ornatos e molduras; dis-
tingue-se particularmente pela sua Cimera, e por ter os
Munhães situados a meio corpo Ao Morteiro cora as con
siderações que fizemos a respeito das Peças.
; [49]
Os Pedre';ror podem ser de muita vantagem na de
fesa das Praças, principai.nente carregados com cesto»
de Granadas ; no mar não se usão.
Da-se também o nome de Pedreirva. huma peque
na Peça montada sobre huma forquilha, e que se empre
ga a bordo para armar a« embarcações miúdas, e mesmo
em occasião de combate situar nas Gáveas.
- [50]
O interior da Bomba não he perfeitamente esférico ;
«lia tem hura segmento de Ferro na parte opposta ao
Ouvido 4a altura de 16 •: quando a sua parede for de
16 •, este augmciito de metal se destina a dous fins.
I.s Para que este augmento de pezo , rompendo o
equilibrio, que causaria a gravidade especifica homogé
nea da composição da Pólvora á roda do centro, obrigue
a Bomba a cahir sobre o alvo to.ando-o coma parte op
posta ao Ouvido , evitando que caia com o Ouvido para
baixo, de que resultaria vedar-lhe a cormnunicação do
V, e por consequência apagar-se a composição , e nuo
rebentar a Bomba.
t . -tat
4." Para fazer maior effeito o choque > offerecendo
hum corpo mais resistente.
• &.s Bombas podem recoxetar-se como as Balhs ra
sas j e ellas se introduzem dentro dos madejíros, e mas
sas de terras , e depois rebentão,, fazendo espantosos e€-
tragos, espalhando estilhaços, e até ateando as matéria*
combnsthreis , q»e toca ; algumas vezes as Bombas são
destinadas a este fim empregando-se composições prp-
prias , de que trataremos em seu lugar ; em consequência
podem empregar-se os Obuzes com muita vantagem a
bordo dos Navios de guerra.
S» • < r • «. •
Ccc
380 COMPENDIO THEORICO-PRATIÇO
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. 2: o » 674 «
[5-1*3
l
[f*}
Era França e Inglaterra , quando nos Arsenaes ou
Fundições se recebem Pecas para serviço , além das es-
periencias de resistência , que são feitas pelas provas de
fogo, ha as visitas e inspecções relativas ás suas propor
ções e perfeição de construccão ; para cujo fim se era-
pregão muitos instrumentos , como são 4
A Estrella movei , que serve para verificar a exa
ctidão do Calibre , mettendo-se para este fim dentro da
alma da Pega (a).
O Gabari ou Escantilhão de Ferro , que serve para
verificar o contorno e Perfil da figura exterior da Peça.
Huma Passadeira se emprega para reconhecer se
os MunhÔes tem o necessário Diâmetro.
Huma Escala graduada com os Diâmetros da
Peça em diffèremes pontos do seu corpo a verifica nesta
parte, auxiliada com hum compasso de pontas curvas.
fiz -S
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Ditasdecam-j< o0O ^íf ^i --- a 2-5
fanba \ {.a --- a 3
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Cbuzes â Camera cheia
•elevação </<f
de 6o.a
30"
II l..'
Ddd s
3 88 COMPENDIO THEOMOO-PRATICO
- :»•'•- -.'--^
[ 55 ] .
Era resultado de repetidas experiências se concor
dou que a maior parte dos erros commettidos a bordo na
direcção e alcance dos tiros, nasce do differente gráo de
alteração que produz a humidade nas munições de guer
ra, e por isso se devem empregar todas as precauções pa
ra as roubar á influencia deste funesto agente. Foi com
este fim que lembrou o transporte da Pólvora em vasos
lierraeticamente fechados, e por esta razão a Marinha
Ingleza admittio o importante melhoramento dos caixo
tes parallelipipedos rectangulares para a conducçao da
Pólvora ; desta maneira , como já notámos na nota ante
cedente, se conseguirá não só a conservação no seu esta
do primitivo , mas mesmo a vantagem de se accommo-
dar e conduzir cora menos risco.
A Fragata Svrveillante construída em L' Orient
já sahio fornecida cora hum sufficiente numero de caixo
tes de Cobre , e outros de Nogueira forrados de Chum
bo em rolo. A Pólvora se tira de dentro porhuma aber
tura circular feita era hum dos ângulos da parte supe
rior; esta abertura he guarnecida cora hura aro de La^
tão, no qual mette de rosca a sua respectiva tampa.
[ 5«5 3
A Trajectória he plana e descripta no mesmo pla
no; porque esta curva sendo formada, como a suppo-
mos, unicamente peia acção successiva e combinada- da
gravidade e forja de projecção, he necessariamente sim
ples.
.[•57 J
Isto he, o espaço igual ao producto da velocidade
pelo tempo , ou £ — V T.
ABTILHAKIA NAVAL.
- • -i
{. 59 ]
Sen. (</ 4- 0') = Cos. a' Sen. <* 4- Sen. a' Cos. *.
Mas se for a == <j', teremos
Mdv =
dv SD
[61] V
Nós temos v — ^ , mas de he aqui representado pôs
4y^ e assim discorreremos ea> alguns outros casos aná
logos, que se seguem. .... / ,, j-
r - w AWILHAMA Kinu
r» • : • i
[6-z]
í
Ora (£. C. § 113 ) temos
H • •
fydx = arjr — f xdy,
Para integrar por este metnodo
E substituindo teremos
T » • . * - m -^~ — r-
V » -r 9*
[ 4» 3
Imagine-se que próximo á beeca- da Peça se forma
hum pequeno triângulo RAO; e sendo a o angulo de
projecção , teremos ., .. .;..-,,;. -i
i : AO : : Cos. a- : Pefocidade no sentido hori
zontal — AR.
Mas lie AO — V — Velocidade inicial
Logo ^ÍA = V Cos. /i
e semelhantemente OR ~ ^ Sen. a,
. -' [b 64« J} n f,- .(
fTang.Ns = g^-
Mas he < ,«
f oCC. 25 — *v* ••* •*
\. Co», s
Q ^ i -i ir i C t
Logo Tang. z + Sec. z — j^ h Co»,
rr-—c =: - * "*" '•
'' ° Cos. i Cos. i.
,-. , í Sen. 90
90°=:
EsendoÍGos. = oR — i
Semelhantemente
•9» Vi •*- V = Tang. z X Sec. z — 7^-—
• ^--os- s*
f."
'j:« '
Para extrahir esta raiz aproximada teremos
• ' .' • ~
i 7-» ^ - a -k -
_
t —
Logo i •+• ç1 = i •*• ? ?2 — T *4 -í- f, f6 — &c.
t^]
Posto que esta definição seja geralmente seguida por
Tignola, Schcel, Hoyer, Granville Eliot , MorJa Hu
r"DÉ ARTILHARIA NAVAL. 393
fcrt ~ XSáSséndi , e Gibert para authorizar daremos por
integra a de M. Gibert («).
*"~-'n A' sahida do cylindro da arma a Baila descreve
n htimâ curva ; he esta huma lei, que a gravidade impfie
fcfá-todos os corpos lançados obliquamente: esta linha
» curva , que o Movei descreve, corta logo era curta dis-
n tancia da Peça a Linha de mira , e passa depois por
* cima delia , até que a força da gravidade actuando so-
»» bre o Projéctil o aproxima de novo desta Linha , e que
»» he alli segunda vez cortada , e assim acaba de des-
tt crever á sua Parábola , e cahe. He a este segundo
»> ponto de intersecção , que se chama alcance da ar-
» ma de ponto em branco , que será mais ou <nenos dis-
» tante da extremidade do cylindro, em proporção á aber-
»» t u rã do angulo, que formão entre si as Linhas do ti-
»> ro e de mira , da força com que he arrojado o Mo-
» vel , do seu volume e densidade , e daquella do meio
» que elle deve atravessar , e ultimamente do compri»
» mento da carga proporcionado ao seu Diâmetro. >»
v
[«73 ,
..... . . . - . - . - -
%
O uso dos artifícios remonta á mais obscuro aaiiguU
dadej os antigos os empregarão para incendiar as Ma
quinas, de que se serviao no ataque das-Rraças e mura
lhas das Cidades fechadas* Elles piara este fim formavão
Bailas de Estopa embebidas em Bitvme , Petz, ç Enxó*-
—"^^» -•^—~^— i i •^r^*^ ii • i i» ••-•^•^•••••••^.^i^••••^•^^ .
* Fff
no meSmo ponto , seria possivel proroptaraentc prodlielf
a inflammação era matérias combustíveis a 300 ou 400
Pês.1 '
Esta experiência moderna náo deixa alguma dúvida
Sobre a realidade dos factos citados, e ainda menos para
òccdsionar o incêndio em algumas Galeras, que provavel>-
rncnte estariáo fundeadas maito próximas de terra,
r»
• n •• [Ti I
MaHotte e Nollet atrribuera a elevação rápida dl»
Fogueies á resistência , que o ar exerce contra os Gazes
fesultantes (a) da inflammaçao da Pólvora , de que deve
nascer a reacção, cora que elles então obrão contra O
corpo do Foguete, e determinão a sua subida.
Desaguners e Antoni pensão , que O ar nada coo
pera para este fenómeno , e attribuem tudo á poderosa
reacção dos Gazes da Pólvora contra a cabeça ÀvFogve*
'te.
Montegery pensa , que a subicía do Foguete hedevi-
ch não somente á pressão dos Gazes da Pólvora , mas tam
bém á resistência , que o ar opptfe á sua sabida : por fim
elle julga seria fácil determinar a intensidade das for
cas, que os arrojão , e mesmo a velocidade destes corpos
em cada instante do seu movimento. Nota também , quê
esta determinação se poderia conseguir pela comparação
entre oscffritos, que resultassem do movimento que da
ria a huma roda hum Foguete atado fortemente á sua
circu-nferencia , e os que se obtivessem pelo movimento das
rodas movidas por vnpor ; ou mesmo empregando o Pen>-
dulo ballistico, tendo para este fim posto fixo hum Fo-
feuete á extremidade inferior do Pêndulo.
A Theoria dos seus alcances differe sensiyelmen-re
da dos Projecteis ordinários; porque os Projecteis ordi-
nnrios são arrojados para o espaço por hum impulso
— . ._ _ _, - i ... •
(a) Journal dês Sciences militaires, Montegery, 1 826 Tom. a.cpag »*
M AitriWAWA. N**A«,. 403
tteftnto e qnasi instantâneo , que lhes imprime iiuma
grande velocidade inicial ; os Foguetes ao contrario são
arrojados com muito fraca força., cujos fiffeitos accumu-
lados conseguem imprimir ao Morei por fira huma v§*
íocid:;de considerabilissima.
Assim para determinar a velocidade dehum Fogue*
fé em hum instante qualquer . sua direcção, sua Traje
ctória, seu alcance &c. he necessário considera-lo com»
submettido á acção da Pólvora , e á gravitação e resis
tência do ar , e deduzir por formulas os eleiftentos do
seu movimento (a). Deixando pois esta Teceria , que 9«
poderá examinar nas Memórias de Moo tegery, e dos Ca
pitães de Artilharia Morton e Bourrée, notaremos,, que
o angulo de projecção , que por experiência tem forneci
do o máximo alcance , existe nos limites entre fo0 e 60°,
quando nos Projecteis ordinários se encontra entre 30° e
V-°
Os Foguetes de Congreve reconhecidos pelo antigo
ttome Latino-Italico Rocheta tem entre os artificies hura
principal lugar (£). Principiando pelas propriedades , que
D Mixto deve possuir, notaremos, que he essencial que
a composição no mesmo volume e pezo produza a maior
quantidade possível de Gaz , a fim de obter a mesma for*
ca de projecção, diminuindo a grandeza dos cartuxos,
ou maior forca , conservando-os constantes. Reduz-sepor
consequência a solução da questão a descobrir, empre
gando os mesmos simples Salitre, Enxofre , e Carvão.,
qual será a combinação de suas doses, de que se obterhâ
•íiuTna composição mais 'abundante de Gaz.
Ora o Salitre por si só não se inflamma , eajuntan-
'do-lhe —; de Enxofre e Carvão , ainda que se inflamme ,
não faz estampido ; tem-se por consequência adoptado
^>ara os Foguetes -ordinários 7 de Enxofre , e outro tan-
ío de Carvão.
C f» 3 .
Receita da composição para os Foguetes incendiários.
Embeba-se completamente algodão em essência de
Terebentina , á qual se deve misturar huma porção de
Pólvora moida , melhor será daquella em cuja composi
ção entrar o Cblorato de Potassa , isto de maneira que
se obtenha huma massa solida e quasi secca.
Cheios os Foguetes deste artifício y e dirigindo pe
los Ouvidos Estopins ao centro, ou ainda melhor mur-
rSes impregnados nos mesmos artifícios , teremos os Fo-
Ê vetes incendiários, que na pratica tem produzido orae-
or effeito.
Receita para a composição dos Foguetes de illu-
minaçao produzindo luz dourada.
Salitre --------- jo partes
Enxofre -------_j6
Antimonio --------$
Deuto-sulfureo de arsénico - - 8.
Outra composição, cuja luz he prateada.
Salitre -----------48
Enxofre ---------- 17 .
Antimonio ---------- jr.
Além dos Foguetes indicados Montegery- na sua f." (a)
Memória sobre este objecto trata da constnicção e uso
de alguns outros , e também expõe algumas reflexões
Fogttetes de bóia.
Estes Fogttfttif são exteriormente formados como os
ordinários de cauda , e para serem mais leves não se ar»
rochão em Hélices , mas se carregão com a composição sim
ples; os orifícios serão guarnecidos com pequenas Válvu
las , que se fecharão por meio de molas logo que a for
ça superior seja menor que a ac^ão da mola ; e para. se
inflammar se conservarão abertos por effeito de huns Es
topins grossos, por ondese lhes communica o fogo, huma
cadeia formando o prolongamento de huma corda se íàr
rá fixa á extremidade da cauda.
Aconstrucção das Válvulas he tal, que devçráfí fé*.
char-se logo que a composição se tiver inflarnínadQ.j e
então o Foguete czihindo na agua necessariamente fiuctua-
-rá. " l :.,. -^ -,
Podem-se empregar estes íegjw/fj^para.salv.ar gente
naufragada, ou que cahio ao mar em tempo que -cê -nj»t>
pode lançar fora Fmbarcaçaa para e.stfc. fim. De noite se
pode adaptar ao corpo do Fogueft huma JSaJJa
nação , mesmo da composição líaiante,, o.
cer ao naufragado a posicua a.fta» j »..ij'.i:.'; •„
43* COMÍBMMO TltBOKlG 0-PnATICO
* \ •
Ffguetes de Brecha.
Estes Foguetes derem ter de Dia metro ro polegadas
e perto de 6 Pés de comprido; todas as suas partes devem
ser de Ferro fundido, seu pezo será de mil libras compre-
hendendo 200 '*• de Pólvora doratada e ioo'*« da com
posição dos Foguetes ; o tubo para lançar estes Foguetes
deve ser reforçado , e montado sobre duas rodas, e n'hu-
ma espécie de Carreta com suas alavancas para lhes dar
direcção.
Esta arma será manobrada por 32 homens, que fa
cilmente poderão dar movimento a hura pezo de 3.000 "•,
a que poderá montar todo este aparelho com o seu Pro
jéctil , o qual deve pôr-se na distancia de fo a 6o Toe-
zas da Obra que se pertende bater em brecha : e teremos
(segundo Montegery) em resultado, que huma mura/Aã
de 5* a 8 pés de espessura será atravessada , e por con
sequência demolida pelo choque de hum semelhante Pro
jéctil,
Foguetes navaes.
[733 .
Ainda que nestes foguetes sempre o Carrtnco he de
chapa de Ferro , pode com todo acontecer , estando em hu-
xna Praça sitiada , ou em hum Paiz cujas communica-
Ç6"es estejáó Interrompidas , que falte a folha de Fefro , e
que assim seja indispensável empregar outra qualquer ma
téria , como papel , estofo de seda , pellcs , ou raçsrao ma
deira : nestas circunstancias observareitfbs o segbinté.
O £apel pôde em pregar-se, coroo temos dito § 3^
para os Foguetes ordinários; sendo estofo de seda ou
pelles , devem enrolar-se na forma , e depois trineafiát coni
Voltas de fio bera forte. Ô mesmo sé praticará sendo fór-
taado de pequenas aduéllffs de ràadeká: e para lhes dar i
solidez necessária se prcparão com huma mão de Collâ
forte ; assim como para resistir a hnmediata combustão ,
«e banháo em huma íbrte dissolução de Pedra Humc é
Sal Ammoniaco. Ultimameme notaremos, quê deve sem
pre diligenciar-se , que os- fundos sejão metallicos , a fira
de diminuir a imperfeição, que os Foguetes assim con
struídos soarem em maior ou menor grão.
[75-1
• « Os Foguetes de luz fluctuante fazem parte das in
venções que podem utilmente ser empregadas no mar; e
por isso merecem , que demos delles huraa ligeira, idea.
Supposto hum Foguete de Congreve prompto pata
arrojar í uma Baila ou Carcassa, forme-se hurna Baila
de ílluminação , era cuja composição se empreguem sub
stancias e matérias especificamente mais leves que a
agua , e que se não apaguem sobre a sua superfície , taes
como o Petrole , a Camfora , e o Algodão; e prepare-se
com ella o Chapitel do Fogueie , e disponha-se de ma
neira , que rebente logo que a composição se tiver inflam»
macio; então a Baila ou Bailas começarão a brilhar na
athraosfera , e continuarão a espalhar luz no Horizonte,
mesmo depois de calarem no mar, isto em consequência
da sua propriedade natante. ,
[76 J
Omethodo empregado pelo General Congreve para
os Foguetes de Apara-quedas soíFre huma pequena ex-
plpsão, ehe posterior a ella , logo que se separaa /?<*//# de
íjluminaçao suspensa pelo respectivo Apara-quedas. Nós
cpnsideramos esta explosão como hum obstáculo á con
41$ ...
scrvaçao do Jlpara-quedat^A por-i^r> exftractamos tU
4." Memória de Montçgery o sQg^yijejnetíwdo, em que
o Apara-quedas pode ser de seda., fjfai; risjço de se quei
mar. .•:, v.-.cj'.!!- .» o'* •> rii £.'.<• f. rol :.bcre~i \ -..:•. * i»
... , . Colkw<ar-$e-ha hunna #<*//* ^#/##/»tfp70 sobre 6
Chapitel do Cartuxo, e a,hi se sujeit-wá-(f)or meio d'al-
guns fios atra vez degta parte -do finguete^ os fios neces-:
sariamente se queimarão jogo que.se inflamme a ultima
camada da composição, e por consequência a Baila se se
parará repentinamente do Cartucho , e íará;peJa sua des-
cida desdobrar o /jpara-quedas , que estará fechado so
bre a sua superfície. .-:..••' . {-.-:—/" .(••>
As varetas do Apara-quedas deveráó ser de Latão ~t
e se reunirão era hum ponto , donde se suspenderá a Bai
la empregando huma pequena cadeia i a Baila deverá es
tar preparada de tal maneira, que principie a incendiar-t
se pela parte inferior, isto » fm, de que a sua chamma
não ganne o Apara-quedas antes de aberto, e a Baila
pendente da cadeia. Além disto se deverá ter preparado
o Âpara-quedas com huma dissolução ignifuga , e huma
folha de papel banhada na mesma preparação se adapta
rá sobre a Baila, a fim de retardar a commtjnieac^o do
r~ *o e a sua inflaramação na parte supefjor. ''írr-i
.:*!
) ,rr.,f
...
Os Foguetes ordinários se podem empregar facil
mente para formar hum Sysrema Telegráfico nocturno.
empregando não só a combinação das differentes espécies
de que tratamos, assim como também variando as corea
de fogos em verdes, azues, brancas x, e amarellaiS..
• •> • ;• :. !i»»9 :•,•-•. r» .'••>.
• -i- : •. ^ ;£.?$• j]. •-, . /.•v.-L " •: • •••. ..i
' ' i:" '^ : ''•'•'
, M outros tempos (<*) se fazia muito frequente uso
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(a) Ciiarles_Dupia, Force Naval Tom. 2.° pg. -íc*. í." ».;.:
CoM»«m»io
aos meios incendiários , cada Armada era por costurm
seguida de Bonthgrdas « Rfutvtes.
O mais feliz ettmplo de Brtthtes empregados con
tra liu.na Armada fundeada he o do combate de Mes-
sina; hum só Brulote obrigou o Navio do Almirante
He?panboí a largar as amarras, e estando rota a linha
Duquesne penetrou por esta abertura , e metteo o inimi
go entre dous fogos. A victotia dos Francezes etn Messi-
na he mais -fcrUhante ainda que a vicroria dô$ Inglezeí
na Bahia del\<joultir , onde Nelson imitador de Duques-
ne metteo semelhantemente entre dous fogos a linha
que per tendia destruir.
Os Brulotes empregados nos combates travados em
mar largo raras vexes tem produzido eíFeito, e por isso
está quasi abandonado o seu serviço; como era de espe
rar attendendo ao excesso de mobilidade, que as Arma
das tem adquirido, e wl que as Bombardas c Brulotes
dificilmente poderião acompanha-los : notaremos com
lodo que quando hábeis e intrépidos Marítimos tiverem
a lutar com adversários sem experiência , podem por meio
dos Brulotes tirar grandes vantagens.
Longo tempo ha que os Brulotes tem sido unica
mente empregados pelas mais hábeis Potências marítimas
em lançar Projecteis incendiários sobre as Cidades marí
timas, ou sobre Armadas concentradas em alguns anco
radouros.
Assim o Almirante Elphinstone , que commandava
no Mediterrâneo a Esquadra da Imperatriz Catharina ,
tendo cforigado a Esquadra Turca a refugiar-se na Ba-"
hia de Tehesraé , lançou contra elía dous Brulotes , que
lhe causarão a sua total ruina : o incendia desta nurtíero»
sã armada , e a explosão dos Navios á medida que as
chamraas os devoravão , produeio a ruina das Fortifica
ções do Porto.
Nófc vimos n» ultima guerra hum grantíe n.° de
Navios incendiados a pezar da protecção das Baterias de
terra j eu vou íalJar ( diz Dupin ) da Esquadra ás Qr-
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do Almirante Lallemant destruída na embocadura
de Charento. Este General , temendo à sorte da Esqua
dra d'Aboukir , e não suspeitando que os Brulotes o vi-
riao atacar , tinha disposto os seus Navios era duas li
nhas; huma forte estacada posta na frente desta Linha
duplicada devia deter os primeiros Navios, que sedcsti-»
nassem a penetraria ; em fim a forca do máo tempo obri
gou a Esquadra a arrear os mastareos : os Inglezes apro
veitando-se do mar arrojarão contra ella enormes Navio»
armados em Brulotes , tendo as Proas guarnecidas de
hum aparelho próprio para arrancar a estacada , e as
sim destrui-ia mais facilmente ; o que fizcrão de facto.
Com tudo estes Brulotes não conseguirão incendiar
hum só dos nossos Navios , porém muitos dclles , em lu
gar de subir a Charento , e de evitar assim a aproxima"
cão dos seus antagonistas , encalharão na Costa , onde pe
quenas Embarcações inimigas os v terao atacar e incen
diar , sem que podeseera ser soccorridos pelos Navios que
restavão em nado ; foi pois como espantalho , e não pela
sua força , que os Erulotes occasionarao a perda da Es
quadra de La llema n i. 'V
Os Inglezes fizerão bastantes tentativas para des
truir pelo fogo a Esquadrilha ancorada nos Portos de
Bolonha ; porém seus esforços íbrao inúteis.
Conclue Dupin que nãofallandodos?0r/ftfo.r, nem
Minas fluctua»tts , Fogtfetfsde CtMgreve , e outras mui-
tas invenções , cujos resultados tem sido qu.nsi nullos no
mar , he necessário , que estas ia venções todas tenhao maior
efficacia para poderem occupar hum lugar no quadro dos
grandes meios ofensivos e defensivos da forca naval.
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