TCC Estagio de Gestão
TCC Estagio de Gestão
TCC Estagio de Gestão
CORUMBÁ/MS
2020
RODRIGO MARIANO POLITA
CORUMBÁ/MS
2020
RODRIGO MARIANO POLITA
1) Examinador (a)
2) Examinador (a)
3) Presidente
A cima de tudo, agradeço a Deus por mais esta
realização.
Fundado em 1775 com a finalidade de assegurar a extrema fronteira oeste do nosso atual
território com as colônias espanholas. Construído em madeira não teria condições de suportar
ataques com os ocorridos e 1801 e 1864. A coroa portuguesa verificando a fragilidade das
instalações designa o Capitão Ricardo Franco de Almeida Serra para construir o forte novo de
Coimbra. O objetivo dessa pesquisa é identificar as motivações para a construção do novo
Forte, seu construtor e suas características. A pesquisa realizada através de biografias e visitas
técnicas
Fotos
Número Titulo Página
1 Mapa “Tratado de Madri” 11
2 O Presidio de Coimbra 12
3 Mapa “Tratado de Santo Ildefonso” 13
4 Ricardo Franco de Almeida Serra 14
5 “Planta” Novo Forte de Coimbra 16
6 Alvenaria de Pedra e Cal 17
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
INTRODUÇÃO............................................................................................................... 9
CAPÍTULO I................................................................................................................... 10
4. A CONSTRUÇÃO..................................................................................................... 16
5. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS................................................................ 17
CAPÍTULO III................................................................................................................ 19
6. O ATAQUE DE 1801................................................................................................. 19
7. A GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA.................................................................... 20
8. A RECONSTRUÇÃO................................................................................................ 21
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 25
INTRODUÇÃO
9
CAPITULO I
10
Além de dar fim aos conflitos, o tratado delimitou o território o basicamente na forma
atual, destacando a regularização da capitania do Mato Grosso, que passa a ser território
brasileiro. Conforme afirma PARANHOS (2002, p. 193):
Desde o descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral, passando pelo
Tratado de Madri, de 1750, e seguintes até o Tratado de Santo Ildefonso, de 1777, a
construção territorial do Brasil deu-se em torno, ao longo e além da famosa “linha”
de Tordesilhas. Na Amazônia brasileira, foi seu primeiro demarcador nos termos do
Tratado de 1750 a obra diplomática de Alexandre de Gusmão, assim como do
governador do Grão-Pará e Maranhão Francisco Xavier de Mendonça Furtado,
meio-irmão do Marquês de Pombal. Entretanto, ainda não seria desta vez que as
desafiadoras fronteiras do Brasil – que levaram, inclusive, ao histórico conflito com
a poderosa Companhia de Jesus e ao iluminismo montante na Europa e nas colônias
– seriam demarcadas.
1.2. A FUNDAÇÃO
11
Figura 2 - O Presidio de Coimbra
12
1.3. TRATADO DE SANTO ILDEFONSO
13
2. RICARDO FRANCO
14
XVIII e XIX aconteciam muitas disputas entre as duas potências colonizadoras do novo
continente, Portugal e Espanha, conhecer a geografia, desbravar as fronteiras e construir
fortificações era a única forma para garantir a integridade territorial.
3. O ESTADO DO PRESÍDIO
15
CAPITULO II
4. A CONSTRUÇÃO
16
Em ofício enviado ao governado Montenegro em 31 de dezembro de 1800, Ricardo
Franco informa que a construção das muralhas estava chegando ao fim, e informa também as
características do forte como citado por MACEDO (2016, p. 284):
As muralhas são construídas sobre desigual terreno e áspera subida (desde a
margem do Paraguay); pelos dous lados edificados sobre o ângulo recto que este
monte faz no Paraguay, é huma rocha cortada a prumo, e pelos outros dous mais
praticáveis, cercado por hum escavado recinto de áspera penedia, na áspera escarpa
e descida deste íngreme monte.
O Forte foi atacado em 1801, mas sua construção foi concluída em 13 de setembro de
1803, quando a imagem de Nossa Senhora do Carmo foi levada pelas não do Ricardo Franco
a nova capela, agora no forte em alvenaria ao forte, em uma grande cerimonia que envolvia
militares em moradores da comunidade.
5. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
O novo forte construído com a técnica de alvenaria de pedra e cal, técnica construtiva
comum do período do Brasil colonial. Essa técnica construtiva consiste em muralhas e
paredes estruturais, usando matéria prima encontrada no terreno da própria construção. No
caso de Coimbra o construtor contou com matéria prima ideal, já que a moraria da região é
rica em rocha basáltica, que se caracteriza por sua grande resistência e baixa flexibilidade,
usado até os dias de hoje na construção civil, devido suas características. Já a argamassa que
unia a pedra foi feita de saibro encontrado no local e cal trazidos de outros lugares da colônia.
Figura 6 - Alvenaria de Pedra e Cal
18
CAPITULO III
6. O ATAQUE DE 1801
O comandante do Forte, Tenente Coronel Ricardo Franco havia solicitado por mais de
uma vez ao governador da província canhões mais modernos e mantimentos para uma
resistência de seis meses, mas não fora atendido.
Em maio de 1801, Portugal e Espanha então em guerra. Lázaro de Ribeira y Spinosa, o
governador de Assunção precisava apenas de um motivo para colocar seu ambicioso plano em
ação, tratava-se de retomar as terras a oeste de Tordesilhas, expulsando pelo combate os
portugueses que ocupara tal posição.
O novo forte que Ricardo Franco era encarregado de construir não estava pronto,
entretanto a guarnição de Coimbra foi informada do possível ataque castelhano por
intermédio do alerta feito pelo índio guaicuru Nixinica, quando as embarcações inimigas
encontravam-se por volta de 380 km abaixo da posição do forte. O aviso oportuno foi de
grande valia para o comandante, que dispunha de poucas e frágeis canoas e um canhão de
calibre 1, organizou e deu ordens para que todos ocupassem o forte em alvenaria antes da
chegada do inimigo.
A tropa de Lazaro de Ribeira chega ao forte por volta das 16 horas, no dia 16 de
setembro de 1801, com o efetivo e material superior a tropa e material do forte, conforme
citação de PARREIRA (2013, p. 7) a seguir:
O efetivo inimigo constituía-se de 600 homens de combate em terras; 100
compunham a guarnição das sumacas; 200 marchavam por terra (não chegaram);
índios paiaguas, 200. Total de 1.100 atacantes! Ricardo franco contou apenas com a
lealdade de 49 bravas combatentes!
Como costume do combate naquele período, uma forma de cordialidade o atacante
propunha ao comandante oponente a rendição. Lazaro de Ribeira percebendo sua
superioridade de poder de fogo através do disparo da melhor arma de artilharia do forte, no
mesmo dia em que o inimigo é avistado Ricardo Franco efetua disparo com seu canhão de
calibre 1, e seu projetil mal consegue atingir o meio do rio, com isso no dia 17 é enviado o
ultimato de Lazaro de Ribeira que é respondido pelo Ricardo Franco conforme cita
PARREIRA (2013, p. 7) a seguir:
Eis a imortal resposta de Ricardo Franco: Tenho a honra de responder
categoricamente a V Exª que a desigualdade de forças sempre foi um estimulo que
animou os portugueses, por isso mesmo, a não desampararem os seus postos, e a
defende-los (...) repelir o inimigo ou a sepultar-se debaixo das ruinas dos fortes que
lhe confiam. Coimbra, 17 de setembro de 1801.
19
O combate acontecera do dia 16 ao dia 24, porém no dia 23 por forte tempestade as
operações foram suspensas, no dia seguinte as sumacas assumiram posição de combate e
efetuaram em torno de 100 disparos em direção ao forte, em seguida suspendeu fogo e se
retiram, marcando assim o fim do combate e a vitória dos luso-brasileiros.
Por muito tempo existia certa indisposição em Brasil e Paraguai. Por uma questão de
planejamento, visando garantir a integridade do território brasileiro o império deu ordens ao
governador da província do Mato Grosso para que transferisse a cede do governo e o quartel-
general para o Forte de Coimbra. Em atenção às diretrizes do império o governador Augusto
Leverger criou a Companhia dos Imperiais Marinheiros e se instalou na elevação em frente ao
forte na margem oposta do rio conhecido atualmente como morro da Marinha. Em 1855 passa
a tensão e Augusto Leverger retorna a Cuiabá.
Em 1962 com a morte do governador do Paraguai Carlos Lopes, assumiu o governo
seu filho, Francisco Solano Lopes, que em 1964 declara e inicia guerra a três países ao mesmo
tempo. A guerra que Solano Lopes inicia por interesse próprio como cita TAUNAY (2003, p
7) “a guerra que Francisco Solano Lopes, o presidente do Paraguai, na América do Sul
suscitara sem maiores motivos que os ditames da ambição pessoal; quando muito a invocar o
vão pretexto da manutenção do equilíbrio internacional.”
O Forte de Coimbra foi o primeiro local a sofre o taque Paraguai, do dia 26 de
dezembro de 1864 as tropas chegam próximas de Coimbra e no dia 27 pela manhã as
sentinelas do Forte visualizavam os 10 navios de guerra, armados com 39 canhões, e um
efetivo em torno de 3200 homens.
A força disponível no Forte era de 115 artilheiros, e 11 canhões disponíveis, e desses
canhões só 5 foram empregados, por conta do efetivo reduzido de militares no forte, e uma
embarcação canhoneira, Amambai. Nesse episódio o forte era comandado pelo Capitão
Benedito Jorge de Faria, que não comandou a resistência do forte pois estava presente o
Tenente-Coronel Portocarrero, que se encontrava nas instalações em visita de inspeção e
assumiu o comando por ser o militar mais antigo.
O combate iniciou por volta das 11 horas da manha do dia 27, tendo trégua no período
noturno, essa trégua foi muito importante, pois durante a noite de 27 para 28 as mulheres do
20
forte confeccionaram 6000 cartuchos, usando parte de seus vestidos. No dia seguinte a guerra
continuava, conforme a citação a seguir de PARREIRA (2013, p. 14):
Durante o desenrolar do dia, a vantagem numérica e a falta de munição no
Forte de Coimbra começava a fazer efeito. Os lances da infantaria paraguaia eram
incessantes e nada arrefecia seu ânimo. Um diluvio de ferro e fogo caía mais e mais
contra o forte! É nesse momento que o verdadeiro milagre acontece. O musico
Verdeixas, por ordem de dona Ludovina, esposa o Tenente-Coronel Portocarrero,
ergue por sobre as muralhas a imagem da Protetora de Coimbra: Nossa senhora do
Carmo! Ela estava usando a faixa de comandante! Diante da confusão da batalha, de
ruídos e estrnbos e gritos, milagrosamente brasileiros e paraguaios, ao verem a
Imagem, cessam o fogo, e começam a dar vivas! Viva Nossa senhora do Carmo!,
Viva Nuestra Señora Del Carmen! ”
8. A RECONSTRUÇÃO
Desde a manhã do dia 29 de dezembro de 1864 até abril de 1868 o Forte ficou sob
domínio paraguaio. O forte foi abandonado pelos paraguaios em decorrência do desfeio das
batalhas, em junho de 1867 Corumbá foi retomado pelo Tenente-Coronel Antônio Maria
Coelho, e esse episódio representou o início da queda das conquistas paraguaias em seu
objetivo. Devido a conjuntura o Exército Paraguaio retrai para defender seu território que
estava ameaçado.
Em 1968 assume o comando do Forte o Tenente João de Oliveira Mello, que
participou da resistência de 1864, e ficou conhecido por sua bravura como Mello Bravo. A
fortificação encontrava-se com muitos danos em sua estrutura, já que os paraguaios não
fizeram a manutenção após a ocupação de 1864, os canhões e materiais que podia ser
transportados foram levados pelo Exército paraguaio em sua retirada.
A partir de 1870 com o final da Guerra inicia a reconstrução do forte e a implantação
das armas, o forte passou por manutenções e alterações em seu projeto até a construção do
novo quartel em 1908.
Em 1974 o forte é inscrito no livro do tombo e deixa de sofrer alterações estruturais e
passa a ser preservado como patrimônio histórico e cultural, em 1992 através da
21
reorganização do Exército e atualização da doutrina, Coimbra passa a ser ocupada por uma
unidade de infantaria.
22
CONCLUSÃO
23
Ainda que, a partir da década de 30 a fortificação deixa de ser utilizadas como base
militar, sendo preservadas suas características, portanto é de suma importância para história
brasileira, o Forte é conhecido não somente pelas lições de bravura representadas por sua
riquíssima história, mas pela localidade, que conta com uma bela paisagem natural que é
peculiar no pantanal, onde se confundem os dois morros em uma enorme planície alagável,
além, também, da sua paisagem artificial composta por uma grande fortificação branca em
pedra e uma pequena vila de pescadores ribeirinhos.
24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
25
Site Exército Brasileiro, Patronos, http://www.eb.mil.br/ricardo-franco (acesso em 29
de abril de 2020);
Trabalho de Conclusão de Curso: A Doutrina do Uti Possidetis na Tradição Ibérica: A
política externa expansionista do Marquês de Pombal, 2019, NETO, Lael Ferreira, Site:
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/22413/1/2019_LaelFerreiraNeto_tcc.pdf ((acesso em 29
de abril de 2020);
https://br.pinterest.com/pin/828521662685337120/ (figura 1)
http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do-brasil/america-portuguesa/86-da-
am%C3%A9rica-portuguesa-ao-brasil/8799-os-contornos-do-territ%C3%B3rio (figura 3)
https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/09/06/tecnicas-construtivas-do-periodo-
colonial-i/ (figura 6)
26