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A Ética Nas Organizações

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A ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

Origem e evolução da Ética empresarial


Deontologia Profissional
OBJECTIVOS
Geral:
Analisar a origem e a evolução da Ética empresarial e a Deontologia
profissional
OBJECTIVOS
Específicos:
 Apresentar as teorias ligadas a evolução da Ética empresarial;
 Identificar as fases da evolução da Ética empresarial;
 Descrever aspectos relacionados a Deontologia profissional;
 Identificar o papel da Ética na vida organizacional.
ESTRUTURA DA EXPOSIÇÃO
1. Origem da ética empresarial;
2. Evolução da ética empresarial
3. Deontologia Profissional;
4. O papel da ética na actividade profissional;
5. Papéis das pessoas nas organizações;
6. O papel das Ordens Profissionais e dos Códigos de Ética
Profissional na promoção da ética empresarial.
INTRODUÇÃO
A Ética, sendo tratada como o conjunto de princípios pelos quais se
avalia o comportamento humano como bom/mau, é adotado como
ferramenta imprescindível para a autorregulação do
comportamento do Homem em Sociedade. Esta característica de
possuir juízos de apreciação sobre a conduta humana, leva a que a
Ética seja foco de debate em qualquer organização social, seja de
domínio público ou privado.
INTRODUÇÃO
É neste âmbito que interessa debruçar sobre os principais factores
que ditaram sua origem nas empresas, bem como as fases da sua
evolução como ciência teórica e prática nas empresas.
Ademais, cabe-nos o papel de analisar a sua funcionalidade na
dimensão profissional, ou seja, o sua influência no modus Vivendi e
operandi dos profissionais nas organizações, particularmente,
empresas
1. ORIGEM DA ÉTICA EMPRESARIAL
1.1. A sociedade Liberal
A sociedade liberal é aquela que privilegia a liberdade como valor
fundamental na constituição da sociedade. Isto é, cada cidadão
escolhe os princípios que entende que o deve orientar a sua vida.

É uma sociedade plural, quanto aos bens que se procura, quanto


aos fins que se elegem como orientadores de acção de cada um,
assim como aos valores que assumem.
1. ORIGEM DA ÉTICA EMPRESARIAL
1.2. A sociedade Democrática
Surge como forma de encontrar, numa sociedade liberal, um
princípio mesclar que possibilita a convivência, a redução de
conflitos de interesse e uma base para esta sociedade.

John Rawls, na sua obra Uma Teoria de Justiça (1971), apresentou


uma solução para essa questão.
1. ORIGEM DA ÉTICA EMPRESARIAL
Na sua obra, Rawls lançou a base moral para a sociedade
democrática, ao propor um contrato social que assenta na igualdade
de oportunidades.

Evidênciando a ideia de equidade, ele ultrapassou o dilema dos


filósofos entre a “liberdade” vs “igualdade”, introduzindo a justiça
como o conceito central.
1. ORIGEM DA ÉTICA EMPRESARIAL
Rawls apresentou uma teoria chamada “posição original” ou “a
teoria do véu da ignorância”, do qual deriva dois princípios:
1. Liberdade igual;
2. Igualdade Democrárica (princípio da diferença e princípio da
oportunidade).

Desta forma, John Rawls, assim como outros pensadores (Willy


Kymlicka, Jeremy Waldron, Ronald Dworkin, etc), prepararam o
tereno para a Ética empresarial.
2. EVOLUÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL
 Na década de 60
Iniciaram-se debates no âmbito da Ética empresarial, nos países de
língua alemã. O objectivo era elevar o trabalhador à condição de
participante dos conselhos de Administração nas organizações.
2. EVOLUÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL
 Na década de 70
 O ensino da Ética empresarial nas Faculdades de Administração e
negócios;
 Primeira pesquisa junto de empresários;
 Desenvolvimento das primeiras multinacionais.
2. EVOLUÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL
 Na década de 80
 Desenvolvimento dos MBA (Master of Business Administration):
Facto que levou a automização da disciplina da Ética empresarial
que desde então passou a fazer parte de qualquer currículo na área
de Administração.
2. EVOLUÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL
 Década de 90
 Surgimento de redes acadêmicas sobre Ética empresarial:

Nos anos 90’ foram criadas as seguintes redes acadêmicas: Society of


Business Ethics (USA), European Business Network (Europa), Business
Ethics: a European Review e International Society of Business,
Economics and Ethics (ISBEE).
2. EVOLUÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL
A ISBEE é um fórum mundial criado para discussão de assuntos
inerentes a Ética empresarial.
O professor George Enderle, na Universidade de St. Gallen (Suiça),
iniciou a 1ª pesquisa em âmbito global, apresentada no primeiro
Congresso Mundial da ISBEE, no Japão, em 1996.

A rica contribuição de várias regiões no mundo originou a


publicação esclarecedora, informativa e de profundidade científica.
2. EVOLUÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL
Neste fórum, ressaltou-se a existência de 3 modos inter-
relacionados de abordar a Ética no âmbito das empresas:
 Semântico (falar sobre a Ética);
 Teórico (pensar sobre Ética);
 Prático (actuar eticamente).
2. EVOLUÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL
semântico

prática teórica
3. DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
3.1. Etimologia
Deontologia, deriva do grego deon ou deontos/logos e significa o
estudo dos deveres.

A sua aplicação traduz-se numa hetero-regulação, uma vez que


os membros do grupo devem cumprir as regras estabelecidas num
código e fiscalizadas por uma instância superior.
3. DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
3.2. Conceito
 Deontologia é um conjunto de deveres, princípios e normas
reguladoras dos comportamentos exigíveis aos profissionais
ainda que nem sempre estejam codificados numa
regulamentação jurídica.
 Deontologia profissional é o conjunto de regras éticas e jurídicas
pelas quais um determinado profissional deve pautar o seu
comportamento.
3. DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
A deontologia de uma determinada profissão inclui, assim, as regras
éticas e jurídicas. No caso dos profissionais existe uma preocupação
do legislador em regulamento destes profissionais através da lei.

O objectivo da deontologia é reger os comportamentos dos


membros de uma profissão para alcançar a excelência no trabalho,
tendo em vista o reconhecimento pelos pares, garantir a confiança
do público e proteger a reputação da profissão.
4. O PAPEL DA ÉTICA NA ACTIVIDADE
PROFISSIONAL
Para compreender melhor a questão subjacente a ética profissional,
vale a pena ver o conceito de profissão.

A palavra “profissão” deriva do latim e significa pessoa que se


dedica a cultivar uma arte. É a prática de uma ocupação que
influencia directamente no bem estar humano e requer o domínio
de um corpo complexo de conhecimentos e capacidades
especializadas, igualmente prestígio ligado a posição social.
4. O PAPEL DA ÉTICA NA ACTIVIDADE
PROFISSIONAL
A ética diz-nos não o que o homem pode fazer, mas o que o homem
deve fazer.
A ética é cada vez mais uma ética aplicada, procura aplicar na
prática os fundamentos gerais da ética no plano individual, familiar
e social.
4. O PAPEL DA ÉTICA NA ACTIVIDADE
PROFISSIONAL
Toda a profissão tem uma ética, pois implicam sempre o
relacionamento com pessoas .
A ética profissional subdivide-se em vários ramos: ética médica,
ética dos advogados e, naturalmente entre muitas outras, ética na
engenharia.
4. O PAPEL DA ÉTICA NA ACTIVIDADE
PROFISSIONAL
Desta forma, a ética profissional define os padrões de conduta a
aplicar no exercício da profissão, uns comuns a várias profissões,
outros específicos da profissão em causa:
 Ajuda os indivíduos a pertencerem a um determinado grupo e
distingue esse mesmo grupo dos demais grupos profissionais;
 Ajuda a tomar decisões profissionais que sejam acertadas do
ponto de vista ético.
4. O PAPEL DA ÉTICA NA ACTIVIDADE
PROFISSIONAL
 E a boa reputação que o grupo profissional consiga alcançar com
a sua conduta ética ajudará os seus membros a poder exercer as
suas funções na sua área de perícia.
5. O PAPEL DAS PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
5.1. Contextualização
A responsabilidade dos profissionais é extensível às consequências
económicas, sociológicas e culturais do produto, não se resumindo
aos aspetos técnicos.
Os códigos de ética, em geral, estabelecem não só deveres no
exercício da profissão e para com os colegas, mas também deveres
para com os empregadores, os clientes e para com a comunidade.
5. O PAPEL DAS PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
5.2. Papel das pessoas:
 Obedecer ao código deontológico;
 Encorajar os outros a obedecer ao código deontológico;
 Criticar aqueles que não obedecem ao código deontológico
 Assumir os valores deontológicos como compromisso pessoal
5. O PAPEL DAS PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
Algumas áreas são mais susceptíveis de causar problemas éticos:
é o caso das questões relacionadas com a lealdade profissional, o
risco e a responsabilidade social, Responsabilidade social, etc.
Dessas questões listam-se os seguintes papeis:
 Proteger o bem estar público (RS);
 Garantir a segurança das pessoas (Risco);
 Proteger o publico antes do interesse de lealdade (Lealdade
Pro.).
5. O PAPEL DAS PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
Proteger o bem estar público (RS)
A engenharia (…) como qualquer experiência, comporta (…) a
probabilidade de ocorrer um dano. Foi a sociedade que lhes deu
oportunidade de educação e as condições para o exercício da
profissão. Em troca, os engenheiros têm a responsabilidade de
proteger a segurança e o bem-estar do público no exercício da sua
profissão.
5. O PAPEL DAS PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
Garantir a segurança das pessoas (Risco):
Uma decisão de um engenheiro pode afetar inúmeras vidas. Por
isso, é importante lembrar que a primeira obrigação do engenheiro
é para com a segurança das pessoas. O engenheiro deve definir,
avaliar e gerir o risco à luz de obrigações para com o público, o
empregador e a sua profissão.
5. O PAPEL DAS PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
Proteger o publico antes do interesse de lealdade
(Lealdade Pro.):
É a mais propícia ao surgimento do conflito entre a lealdade para
com o empregador e a obrigação de serviço e/ou de proteção do
público. Para o incumprimento deste último dever também não
serve o argumento segundo o qual o engenheiro é apenas um elo
numa cadeia de decisões e de ações, cujos impactos estão
distanciados no espaço e no tempo das ações concretas que
praticou.
6. O PAPEL DAS ORDENS PROFISSIONAIS
As ordens profissionais são associações que regulam o exercício de
uma determinada profissão num dado contexto social. Estes são
responsáveis pela atribuição de licenças de exercício de
determinadas profissões dentro da sociedade em que está inserida.

Tem grande importância pois previne que os indivíduos exerçam


individualmente e sem respectivo controlo dadas actividades
profissionais, principalmente aquelas que têm grande impacto
social, ao exemplo da área da engenharia.
6. O PAPEL DAS ORDENS PROFISSIONAIS
Estas ordens criam as regras de exercício das actividades
profissionais que vão de acordo com os princípios éticos
universais, salvaguardando assim as sociedades de possíveis efeitos
negativos das áreas profissionais.
Ao exemplo, com a existência das associações de engenharia,
existem regras de manuseamento de matérias biológicas e químicas
que podem prejudicar a vida humana, sendo que não é qualquer
engenheiro que tem permissão de criação de armamentos
nucleares, armas biológicas e entre outros.
6. O PAPEL DAS ORDENS PROFISSIONAIS
Para que os indivíduos com formação técnicas em várias áreas
específicas ou mesmo empresas terem permissão de exercicios de
diversas actividades empresarias, devem pertencer a tais ordens
profissionais, e obedecer às regras destas.
6. O PAPEL DAS ORDENS PROFISSIONAIS
Aí entra o papel destas ordens/associações como agentes
reguladores das actividades profissionais, pois estas são responsáveis
em criar as regras de deontologia ética e fazer com que seus
membros às cumpram, incorrendo a sanções no caso de
incumprimento.
6. O PAPEL DAS ORDENS PROFISSIONAIS
Outra função destas ordens é a de imputar nos seus membros o
desejo de se identificar com os princípios éticos que regem às tais
ordens, salvaguardando o cumprimento dos direitos de seus
membros enquanto cumpridores de tais princípios além de mostrar
as vantagens competitivas sustentáveis decorrente do cumprimento
destas
Bibliografia
UCA (2016) Compêndio de Ética: Função Pública, Empresas e
Negócios. Pp.148-154 (electrónico)
CARAPETO, Carlos e FONSECA, Fátima.(2012). Ética e
Deontologia - Manual de Formação. Lisboa. OET – Ordem dos
Engenheiro Técnicos ( CAPITULO 2) (electrónico)
DE ARRUDA, Maria. (2001). Fundamentos da Ética
Empresarial e Económica. São Paulo: Atlas

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