Cronica Autismo
Cronica Autismo
Cronica Autismo
Perfil
para assinantes
Semanário
Exclusivos
Em Destaque
Newsletters
PODCASTS
Opinião
2:59
Expresso
Início
Últimas
Política
Sociedade
Internacional
Economia
Tribuna
Cultura
Blitz
Boa Cama Boa Mesa
Multimédia
1
Classificados
Emprego
Imobiliário
Siga-nos
Facebook
Twitter
LinkedIn
RSS
Assinar
Estatuto editorial
Código de Conduta
Ficha Técnica
Política de cookies
Termos de utilização
Política de privacidade
Publicidade
Contactos
Lei da Transparência
Cartas ao Diretor
Loja
Configurações de Privacidade
SEMANÁRIO#2587 - 27/5/22
Sumário
Partilhar
2
Henrique Raposo
Crónica
3
a ser a mulher mais ativa. Vista de fora, parece
“normal”; aliás, parece excecional, é uma avó rara, faz
da sua quinta um oásis acolhedor. É como se
conseguisse transformar a dor crónica numa energia
extra.
4
É impossível descrever em 3000 caracteres o que é ter
uma filha autista. Estou agora a finalizar um romance
que reflete sobre coisas que vivi há 30 anos. Talvez
daqui a 20 anos consiga escrever um romance sobre
esta aventura, parte sacrifício, parte bênção. Mas, para
usar a primeira ideia desta crónica, a dor crónica, abriria
o tema da seguinte forma: criar filhos implica sentir dor
de vez em quando; criar um filho autista é sofrer uma
espécie de dor crónica, uma preocupação crónica; basta
pensar que a empregabilidade dos autistas é baixíssima.
Só que esta preocupação crónica, se for bem canalizada,
é de facto uma bênção. As pessoas dizem-me que aos
43 estou mais novo do que aos 33. Ter de acompanhar
o autismo rejuvenesceu-me, até porque estou
desconfiado que o paraíso não é um spa onde somos
servidos, é um local onde servimos os outros.
5
6