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Uso de Substancias Psicoestimulantes Entre Estudantes de Medicina No Brasil - Uma Revisão Narrativa
Uso de Substancias Psicoestimulantes Entre Estudantes de Medicina No Brasil - Uma Revisão Narrativa
Uso de Substancias Psicoestimulantes Entre Estudantes de Medicina No Brasil - Uma Revisão Narrativa
Resumo
INTRODUÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
SUBSTÂNCIAS PSICOESTIMULANTES
Assim, eles são utilizados desde os primórdios, datados desde o século XI, pela
população africana com a utilização de psicoestimulantes naturais para o
tratamento de doenças e disseminados conforme a globalização aconteceu,
tornado o comércio dessas substâncias ampliado. A partir disso, foram criados
sinteticamente fármacos e drogas para controlar patologias e ampliar a
estimulação neuronal respectivamente (ZANDONÁ et al., 2020).
Cafeína
Por ser uma substância psicoestimulante a cafeína torna os seres humanos mais
ativos reduzindo o sono. Assim, um ciclo vicioso pode ser iniciado, pois o estado
de alerta no dia seguinte pode ser reduzido devido à má qualidade do sono e
mais quantidade da substância é necessária. Então, os acadêmicos, geralmente,
recorrem a esse composto para conseguir driblar as demandas acadêmicas e,
por consequência, tornam-se dependentes. A apresentação da cafeína pode ser
através de bebidas, a qual é a forma mais utilizada, mas ainda pode ser ingerida
através de medicamentos contendo a substância (PEREIRA et al., 2022).
Bebidas energéticas
Guaraná
As doses entre 37,5 e 300mg são recomendadas para que tal necessidade seja
suprida por esse público (COELHO; FARIA, 2015).
Esses compostos estimulantes têm como base a anfetamina, que é uma amina
simpática, a qual atua por meio da liberação das catecolaminas nas terminações
nervosas cerebrais como dopamina e norepinefrina e, também, é inibidora da
captura das catecolaminas fazendo com que altas concentrações delas fiquem
disponíveis nas fendas sinápticas (WHALEN; FINKEL; PANAVELIL, 2016).
No SNC seu efeito principal é a estimulação de todo o eixo cerebrospinal, o
córtex, o tronco cerebral e o bulbo fazendo a liberação e a potencialização de
dopamina e norepinefrina. Com isso, seus efeitos farmacológicos relacionados
com a dopamina são a ampliação do estado de alerta e da insônia e a
diminuição da fadiga e do apetite. Além disso, há ações simpatomiméticas
periféricas que causam elevação da pressão arterial e a inibição da motilidade
gastrintestinal através da atuação no sistema adrenérgico ativada pela liberação
de norepinefrina (WHALEN; FINKEL; PANAVELIL, 2016).
Metilfenidato
O consumo desse fármaco está crescendo cada vez mais no Brasil e no mundo.
Conforme pesquisas da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2013, a
produção mundial de Ritalina atingiu 71,6 toneladas e o Brasil foi o 5º maior
consumidor da substância. A produção e a importação de metilfenidato
cresceram 373% no Brasil nos últimos dez anos e, devido a essa maior
disponibilidade no mercado nacional, houve um aumento de 775% no consumo
da substância psicoestimulante de acordo com uma pesquisa realizada pelo
Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Neste contexto, fica claro o aumento do consumo de metilfenidato, que também
é conhecido no meio acadêmico pelo seu uso off label, isto é, fora da descrição
devido ao seu efeito psicoestimulante. Ao ingressar no curso de medicina os
alunos se deparam com uma carga horária extensa e exaustiva de aulas, estágios,
trabalhos para fazer, provas e estudo complementar fora da faculdade. Sendo
assim, esse composto é largamente usado com o intuito de aprimorar a
habilidade cognitiva do indivíduo, pois ele auxilia na realização de tarefas em um
menor espaço de tempo (PRAXEDES; SÁ-FILHO, 2021).
Dimesilato de Lisdexanfetamina
PIRACETAM
MODAFINIL
DELIMITAÇÕES METODOLÓGICAS
Para a realização desta revisão narrativa foi conduzida uma busca na literatura
utilizando as palavra-chave dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS):
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Autor e Base
ano de de Amostra Psicoestimulantes Resultad
publicação dados
2,9% faze
Nasário;
243 19,3% já fi
Matos Scielo Cloridrato de metilfenidato
Questionários uso do
(2022)
psicoestim
psicoestim
e 22% com
a usar no
graduaçã
de 2017, 6
usavam
psicoestim
e 31% com
a usar du
ano de gr
Já no ano
68% usav
psicoestim
e 30% com
a usar du
ano de gr
uso de pi
e modafi
27% fazem
cafeína, 3
fazem us
bebidas
energétic
Cafeína, cloridrato de fazem us
metilfenidato,modafinil, anfetami
Morgan et 200
Lilacs piracetam, bebidas fazem us
al. (2017) questionários
energéticas, anfetaminas e cloridrato
ecstasy. metilfeni
fizeram u
ecstasy, 2
fizeram u
piracetam
uso de m
Silveira et 34,2% já fi
al. Lilacs Lilacs 152 alunos Cloridrato de metilfenidato usode clo
(2014) de metilf
Conforme as regiões analisadas, a região sul do Brasil foi a que apresentou maior
prevalência no uso de substâncias estimulantes cerebrais devido ao maior
número de estudos feitos, analisados e publicados.
Ainda acerca do assunto, Santana et al. (2020) apontaram em seus estudos com
600 alunos que 18 (3%) acadêmicos faziam uso de cloridrato de metilfenidato e
Morgan et al. (2017) aplicaram 200 questionários, neles foram contatados que 11
(5,5%) dos alunos faziam uso do medicamento. Já Mezacasa et al. (2021)
apontaram um aumento do uso de psicoestimulantes visto que foram descritos
de forma geral somente uma crescente do uso de várias substâncias, não
somente do cloridrato de metilfenidato, avaliando quantitativamente o aumento
no período de 2015 a 2018 de 50% em relação àqueles que começaram a usar
durante o primeiro ano de graduação.
Ainda nesse estudo presume-se que as principais motivações para uso de tais
agentes estimulantes cerebrais são o aumento do desempenho cognitivo,
concentração, memória, raciocínio e para privação do sono a fim de
aprimoramento acadêmico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Porém, a literatura que aborda esse assunto com maior profundidade no Brasil é
escassa e não há materiais que comprovem os benefícios da utilização dessas
substâncias, principalmente as sintéticas, em pessoas que não preenchem os
critérios de recomendações de uso. Infere-se, também, que os acadêmicos de
medicina têm maior facilidade de acesso aos medicamentos psicoestimulantes
que necessitam de prescrição médica, pois encontram-se inseridos em meios
que facilitam a obtenção de tais receituários.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Aida Felisbela Leite Lessa; RIBEIRO, Mara Cristina; VANDERLEI, Aleska
Dias. La Automedicação de psicofármacos entre estudantes universitários de
odontologia e medicina. Revista Internacional de Educação Superior,
Campinas, v. 7, p. e021037-e021037, 2021. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/riesup/article/view/8659934.
Acesso em: 01 set. 2022.
CERQUEIRA, Nadinni Silva Vilas Boas; ALMEIDA, Bruna do Carmo; CRUZ JUNIOR,
Raineldes Avelino. Uso indiscriminado de metilfenidato e lisdexanfetamina por
estudantes universitários para aperfeiçoamento cognitivo. Revista Ibero-
Americana de Humanidades, Ciências e Educação, São Paulo, v. 7, n. 10, p.
3085-3095, 2021. Disponível em:
https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/3014. Acesso em: 10 out. 2022.
RANG, H. P. et al. Rang e Dale farmacologia. 8. ed. São Paulo: Elsevier Brasil, 2015.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/trends/a/mHzgBd8dZm3yzmHKFYcMPRt/?lang=en.
Acesso em: 15 set. 2022.
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