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Revista Brasileira de Ortopedia Vol 26 #01 02 Janeiro Fevereiro 1991
Revista Brasileira de Ortopedia Vol 26 #01 02 Janeiro Fevereiro 1991
Revista Brasileira de Ortopedia Vol 26 #01 02 Janeiro Fevereiro 1991
REVISTA
BRASILEIRA DE
ORTOPEDIA
EFICAZ CONTROLE DA
INFLAMAÇAO . -
• RÁPIDO ALÍVIO DA DOR.
BOA TOLERABILIDADE
E POSOLOGIA FÁCIL
INDICAÇÕES: Ali vio d os sinto mas e sin a is d a infl a mação assoc iado aos seg uint es estad os agud os, bem co mo nas exace rbações agudas dos se-
guintes processos c rôni cos: bursite, tendinit e, artrite reum atOid e, es pondilit e anquilo sante, osteoartrit e, artrit e go tosa agud a, tromboflebite e
traumati smos d es po rti vos . DONOREST também es tá indi ca do pa ra uso ag udo, no alív io da dor leve e mod erad a, ta l como a d os traumatismos
mu sc uloesqueléti cos e d o pós-operató ri o. OONO RES T é efi caz para ali v iar os sint o mas da dism eno rréia prim ári a. CONT RA- INDICAÇÕES: Hi-
perse nsil:ilidade ao f enti azaco. DONORE ST está cont ra-in dica do pa ra pac ientes qu e aprese nt arem sin d ro me de as m a. rinit e. urticári a, ang,i oe-
dem a o u bro ncoes pas m o co mo d ecorrência da util ização d e ác ido acetil sa li c ilico o u outros anti inflam ató ri os não ho rmonais. PRE CAUÇOES: Fontoura
A segurança d o u so d e DO NO RE ST durante a gravid ez e a lac ta ção não f oi estabe lec ida. Reali za r tes tes de fun ção hepáti ca em tratament os
pro lo ngados. Não reco m end a-se a utili t ação em pacie nt es co m úlcera pépti ca . Deve ser usa do com ca utela po r pac ient es id osos o u aquel es
com hi st ória d e Ulcera pép t ica , alterações na coag ul ação o u receben do t ratam ent o co m anti-coa gul antes . Su pos it o rios. utili za r com ex trem a
ca ut ela em pac ientes com processos infl am ató rios irritati vos o u do lo rosos d a reg ião ano-reta I. EFE ITOS COLATE RA I S: Pirose, náuseas. vômi-
to, d o r a bdominal, diarréia, co nst ipa ção, ano rex ia, palpi tações, erupção cutâ nea, prurid o, urticá ri a, vert igem, ce fa léia. POSO LOG IA: De acor-
do co m a in te nsid ade d os sinto m as e a resposta d o pac iente, pod e·se admini strar até 400 mg por dia em doses d iv id id as. INFORM AÇÕ ES AD I-
CIONAIS, À D ISPOS IÇÃO DA ClASSE MÉDICA, MED IANTE SOLICITAÇÃO.
I
Wyeth
• Trad ição e qualidade
a scrvtço da prática
médica
• Marca Registrada
REVISTA ISSN 0102-3616
ORTOPEDIA
Órgão Oficial de circulação mensal da Sociedade
Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT
Indexada desde 1978 no IML A
(lndex Medicus Latino-Ameri cano)
Diretor e Editor Responshel
Dr. Dona to D' Angelo
Secretaria Geral da Revista: Rua Leopoldo Miguez, 10 -
,
CEP 22060, Rio de Janeiro, RJ , Brasil. Tels. 255-9636 e
256-3379.
Secretário de Redaçio: Dr. Jayr Vieira Gomes.
INDICE
Corpo Edltorlal: Drs. Arcelino Bitar, Carlos Giesta, Dag-
mar Aderaldo Chaves, Décio Souza Aguiar, Edison José
Antunes, Elias José Kanan, Flávio Pires de Camargo,
Fran cisco Sylvest re Godinh o, Geraldo Pedra, Ivan Ferra-
reno, Jorge Faria Filho, José Henrique Matta Machado,
VOL. 26- N~s 1-2- JAN/FEV, 1991
José Márcio Go nçalves de Souza, Karlos Mesquita, Lui z
Carlos Sobania, Luiz Garcia Pedrosa, Manlio Napo li ,
(Impresso em março de 1991)
Márcio lbrahim de Carvalho , Marco Martins Amatuzzi,
Nicolau Mega, Paulo César Schott, Raul Chiconelli, Sênio
Silveira, Zanine Figueiredo Coura.
Representante da Redprlnt no CO<po Editorial: Dr. João
1 Aos sócios
D.M.B. Alvarenga Rossi. Edison Antunes
Correspondente na Espanha: Prof. Francisco Vaquero
Gonzales (Madri).
4 Tratamento cirúrgico das lesões agudas do ligamento cruza-
SOCIEDADE BRASILEIRA
DE ORTOPEDIA do anterior: devemos reformular nossa conduta
E TRAUMATOLOGIA Marco Martins Arnatuzzi, Roberto Freire da Mota e Albuquerque
Diretoria 1990-1992
Presidente: Dr. Edison José Antunes (DF); Vice-Presiden-
te Norte: Dr. Humberto Maradei Pereira (PA); Vice-Pre-
11 Tratamento cirúrgico das fraturas do terço distai do úmero:
sidente Nordeste: Dr. Heráclito de Castro e Silva Neto avaliação de 10 casos
(CE); Vice-Presidente Sudeste: Dr. Carlos A. Vasconcelos
Giesta (RJ); Vice-Presideme Sul: Dr. Renato Barbosa Xa- Andrew Wilson, Cláudio H . Barbieri , Nilton Mazer
vier (RS) ; Vice-Presidente Centro-Oeste: Dr. Luiz Carlos
Milazzo (GO); Secretário-Geral: Dr. Roberto Attilio de
Lima Santin (SP); J.• Secretário: Dr. Geo rge Bitar (SP); 2.• 15 Estudo anatômico experimental dos retalhos escapulares e
Secretário: Dr. Gabriel Paulo Skroch (PR); J.• Tesoureiro:
Dr. José Márcio Gonçalves de Souza (MG); 2.• Tesourei-
paraescapulares
ro: Dr. Luiz Álvaro de Menezes F? (SP). Edie Benedito Caetano, Sung Seup Jung, Angelo Antonio Bimbato, João
Presidente Eleito: Dr. Osny Salomão (SP)
José Sabongi Neto
Presidente do XXVIII Congresso: Dr. Rude/li Sérgio A.
Aristide (S P)
Comlssio de Controle de Material- Drs. Cleber Paccola ,
Ivan Ferraretto, Pedro Tucci.
20 Retalhos musculares no tratamento das perdas de substân-
Comlssilo de Ética, Defesa Profissional e Honorários cia cutânea ântero-mediais da perna
M~lcos
Subcomissdo de Ética- Drs. Francisco S. Godi nho, José Geraldo Rocha Motta Filho, Humberto Mauro Mendes, José Paulo Inácio
Batista Volpon, Sérgio N. Drumond; Subcomissão de De- Barbosa
fi!sa Pro[lSSional - Drs. Marcos Luiz Santarosa, Ricardo
Esperidião, Ronaldo Caiado; Subcomissão de Honorários
Médicos- Gabriel Paulo Skroch, George Bitar, Sérgio 25 Fraturas diafisárias dos ossos do antebraço: osteossíntese
Molteni.
Comlssio de Educação Continuada e Pesquisa - Drs. com placa e parafusos
Cláudio Sant ili, Donato D' Angelo, Jaguaracy da Silva,
José Sérgio Franco, Luiz Roberto Marczyk , Maurício
Karlos C. Mesquita, Nelson Elias, Marcos O. Pequeno, Ney O .F. Filho
Gonzaga, Odilio Luiz da Silva, Rude/li Sérgio A. Aristide.
Comlssio de Ensino e Treinamento - Drs. Arlindo Go-
mes Pardini, Cláudio Barbieri , Edilberto Ramalho, Már-
29 Uso do parafuso de Herbert no trauma do escafóide por via
cio Malta, Sérgio Santos, Sizinio Kanan Hebert.
S.ode e Secretaria Geral- AI. Lorena, 1.304, 17?, salas
de acesso dorsal
1.71 21 13 , CEP 01424, Tel. 883-0575, São Paulo, SP. Fernando Baldy dos Reis, Gottfried Koberle, Nelson Mattioli Leite, Ro-
Publicação editada e dist ribuída po r zana Mesquita Ciconelli
~int
35 Artroplastia total do quadril com prótese sem cimento
Carlos R. Schwartsmann, Monik Fridmann, Paulo Lompa, Alexandre
David, Sérgio Zylbersztejn, Ivo Schmidt, Ari Ungaretti , Paulo Roithman ,
REDPRINT EDITORA LTDA. Yorito Kisaki, Paulo Rus.chel
Redaçio, Publlddade e Adntinistraçio - Rua Domingos
de Morais, 254- 4? - cj . 401-B, CEP 04010, São Pau-
lo , SP. Tel. 572-4813. Fax 884-9433. Diretor e Editor -
Tadaharu Katayarna. Arte- Decivaldo Pereira Campos,
40 Comportamento do quadril da criança na osteoporose
Ronaldo Rogério Marques . Circulaçào - Airto n Alves Pedro Carlos de M.S. Pinheiro, Sandra Melo Bianco, Antonio Carlos de
dos Santos.
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Paula Resende
Rua do Senado, 338- Sala 101 - CEP 20231 - Tels.
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INDICAÇOES: Déficit mineral na gravidez e senilidade. Osteopatias e fraturas em pessoas idosas. Osteogênese imperfeita. CONTRA-INDICAÇOES: Hiper-
sensibilidade aos componentes da fórmula do produto. PRECAUÇOES: o uso de OSSOPAN durante a gravidez e lactação deve ser feito sob acompanha-
mento médico e deve-se levar em conta o estado nutricional da paciente. Pacientes com problemas renais também devem ser acompanhadas por mé-
dico na terapia, com OSSOPAN. Pacientes portadores da síndrome de ZollingerEllison podem apresentar aumento na secreção de gastrina e ácido gástri-
co durante o tratamento com OSSOPAN, devido ao alto teor de cálcio do produto. REAÇOES ADVERSAS: o emprego de OSSOPAN não costuma provocar
reações adversas; pacientes sensíveis podem apresentar reações do tipo alérgico. INTERAÇOES MEDICAMENTOSAS: OSSOPAN contém um alto teor de
cálcio em sua composição: assim, deve-se levar em conta as interações do cálcio, e evitar o uso do medicamento conjuntamente com: gl icósidos cardiati·
vos, pois pode ocorrer potencialização dos efeitos dos digitálicos e precipitar uma intoxicação digitálica; e tetraciclinas, pois a absorção das mesmas
é retardada. Deve-se ter cu idado com a administração conjunta de vitamina D, pois altas doses desta substância associadas a altas doses de OSSOPAN
poderão levar à hipercalcemia. SUPERDOSACEM: Não há relatos de intoxicação porsuperdosagem com OSSOPAN; em caso de ingestão excessiva a indu-
ção da emese e o tratamento sintomático são os procedimentos indicados.
Labofarma
Uma divisão da Degussa s.a.
Aos sócios*
EDISON ANTUNES 1
Quero que as minhas primeiras palavras sejam aque- c) trabalhar· em prol da sobrevivência econômica e
las proferidas pelo Dr. Salomão Schachter, Presidente da social, dignas e honradas, dentro do Brasil em que vive-
Sociedade Latino-Americana de Ortopedia e Traumato- mos, tão desalentado e desesperançado.
logia, na sessão inaugural do XXVII Congresso da Num discurso de posse seria enfadonho descermos
SBOT, quando afirmou que a assunção à presidência da aos detalhes do planejamento das metas que procurare-
SLAOT "não era uma meta em si, mas o início de um ca- mos atingir. Entretanto, gostaríamos de tecer comentá-
minho a ser percorrido com a ajuda de todos". rios de por que enfatizamos os três aspectos acima men-
Em segundo lugar, com o mesmo destaque dado às cionados.
palavras acima referidas, quero, publicamente, agradecer Educação continuada - Trata-se de uma decorrên-
à minha família - mulher e filhos - pela incomensurá- cia lógica de todo um trabalho que vem sendo feito pela
vel ajuda e estímulo sempre presentes, particularmente SBOT, no que diz respeito ao Ensino e Treinamento.
nas horas mais difíceis do ostracismo científico e político Num país com o estágio de desenvolvimento como o nos-
em que, por vezes, somos colocados . so, temos que nos mirar ainda naqueles outros que já
Retornando ao pensamento inicial do Dr. Schachter, atingiram estágios superiores aos nossos. Se nós virmos à
elevado que fui à condição de Presidente da Sociedade nossa frente, encontr.:....,nos que as Sociedades de Orto-
Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, pela vontade pedia dos países mais avançados estão no estágio da Edu-
expressa dos membros titulares desta Sociedade, afirmo cação Continuada, de permanente e efetiva reciclagem do
aqui e agora que nossa gestão será toda ela voltada para conhecimento, com metas a serem atingidas, as quais ele-
os interesses e aspirações dos ortopedistas que vivem o vam e tornam o mais homogêneo possível o padrão mé-
cotidiano da nossa especialidade, sem perder de vista o dico-assistencial prestado às respectivas comunidades a
íntimo relacionamento com aqueles que, em razão do que servem.
destaque e relevo profissionais, distinguiram-se no nosso A fase de preparação para a entrada na vida profis-
meio associativo, por suas valiosas contribuições ao en- sional e associativa ficaria, cada vez mais, a cargo dos
grandecimento da nossa Sociedade Maior. Serviços Credenciados e Supervisionados, cabendo à ad-
Na consecução dos nossos planos, a diretoria ora ministração da SBOT o controle efetivo e permanente da
empossada traçará vertentes nítidas e claras de sua atua- eficiência e eficácia dos programas por ela estabelecidos
ção, procurando ser a mais abrangente possível, sem se para a formação do médico ortopedista. Acreditamos
esquecer de todas as facetas do momento em que vive- que o empenho da Comissão de Educação Continuada
mos, como médicos, ortopedistas e cidadãos. deveria ser o de implementar e atualizar o conhecimento
Aqueles que me honraram com suas escolhas lem- geral e específico do ortopedista, não se mantendo numa
brar-se-ão que três foram os pilares de nossa plataforma posição respeitosa e distante; mas presente e efetiva,
eleitoral, a saber: acompanhando os ortopedistas de perto, em suas necessi-
a) relevo à Educação Continuada dentro da SBOT; dades de atualização, com material didático e pedagógico
b) destaque aos detalhes da Defesa Profissional, da disponíveis . É meu entendimento que a Comissão de
boa Ética Médica e; Educação Continuada deverá ser mais presente, ajudan-
do - esta é a palavra - ajudando àqueles Serviços e às
Seções Regionais menos dotados de recursos humanos e
materiais, provisionando tais recursos, como, por exem-
• Discurso de posse proferido na sessão solene do dia 8.8.90, durante o plo, criando-se a figura do Monitor Visitante, que, numa
XXVII Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia. escala de prioridades e precedência, viesse atender aos
I. Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. chefes de serviços que assim o quisessem ou aos Presiden-
Rev Bras Orto p- Voi. 26, N?s 1· 2- Jan/ Fev. 1991 1
E. ANTUNES
tes de Regionais que assim o solicitassem. Portanto, a de termos o melhor dos exames, não deveríamos sentar
Educação Continuada seria o coroamento de um longo e sobre os louros obtidos. Deveríamos obter, e temos o de-
árduo trabalho da Sociedade, todo ele voltado para o En- ver de obter, cada vez mais, a presença de todos ou de
sino e Treinamento. quase todos os residentes, no Exame Final para o TEOT.
Quais são as pedras angulares para se ter, dentro da Não vejo por que não se pensar e se repensar em al-
SBOT, uma Educação Continuada firme e constante? A gum momento na descentralização do exame, facilitando
meu ver são três: 1) a Revista Brasileira de Ortopedia; 2) o acesso ao mesmo, quase que invertendo a situação de,
os Congressos Regionais e o Congresso Maior; e 3) o exa- ao invés do residente vir à Sociedade, esta ir ao residente,
me para a obtenção do Título de Especialista. Este é o tri- talvez numa forma macrorregionalizada, por que não pa-
pé científico da Sociedade neste momento, no qual se as- ra o exame escrito? Acredito que tanto a Comissão de
sentam todas as correntes do conhecimento da especiali- Ensino e Treinamento quanto a Douta Comissão Execu-
dade. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer tiva estarão abertas ao debate para esta visão do exame,
ao Dr. Do nato D' Angelo pelo seu hercúleo trabalho em pois é por todos nós sabido que a Comissão de Ensino e
manter a RBO publicada em dia, com artigos interessan- Treinamento está na busca constante do conhecimento,
tes e de consistência científica e com a sobrevivência para melhor acompanhar e avaliar os nossos residentes.
econômica assegurada. É nosso propósito que, nesta ges- Estas são, em linhas gerais, as nossas metas mais fir-
tão, a RBO, na pessoa de seu Editor, venha a receber per- mes no planejamento dos aspectos científicos a serem
manente e total apoio da diretoria, com a meta final de atingidos em nossa gestão.
vê-la indexada. Acredito ser este o momento para abordar um gran-
A 2? perna do tripé é aquela dos Congressos Regio- de questionamento que é posto diante de nós. Faço a mim
nais e o nosso Congresso Maior, bianual. Cada vez mais, mesmo e a todos os senhores, que são os cérebros pensan-
torna-se evidente que, pela magnitude e proporções dos tes da Sociedade, a seguinte pergunta: Qual será nossa
congressos nacionais, ocorre a impossibilidade do deslo- atitude com os ortopedistas que estão exercendo a ativi-
camento freqüente dos mesmos para comunidades que dade de especialistas e especialmente e especificamente
não tenham um bom Centro de Convenções, à altura de com aqueles que terminaram suas Residências em Servi-
abrigar o número expressivo de congressistas que a ele ços Credenciados e reconhecidos e que não estão no seio
comparecem, bem como uma indústria hoteleira e de fa- da Sociedade, seja por que não fizeram o Exame Final,
cilidades turísticas que venham a ser a complementação seja pelo fato de terem tido insucesso ao fazê-lo?
da parte científica. Em passado recente, houve uma tentativa, quero
Entretanto, é pensamen~o de muitos de nós que, em crer abortada, de congregar esses ortopedistas debaixo de
face dos aspectos federativos da Nação, deverá haver um uma outra organização, da qual não soubemos mais deta-
dispositivo administrativo ou regimental que possibilitas- · lhes. Devemos manter uma atitude de avestruz, enfiando
se, de tantos em tantos anos, termos congressos nacionais as nossas cabeças nos buracos ou devemos ter uma atitu-
fora das regiões Sudeste ou Centro-Oeste. O Sul, o Norte de soberana, altiva e corajosa em procurar, com discerni-
e o Nordeste, desde que preenchessem os pré-requisitos mento e sabedoria, tentar resolver esse problema, que é
básicos já declinados, poderiam aspirar ao patrocínio e à extremamente grave, divisionista e segregacionista? Por
execução do nosso Congresso Maior, bianual. que não repensar os mecanismos de filiação à SBOT?
Por fim, a última perna do tripé é o Exame para a Deixo na consciência de cada um dos senhores e na minha
obtenção do Título de Especialista. Antes de qualquer co- própria estas indagações. Fica como uma decisão do Pre-
mentário, é sabido, público e notório, dentro do meio sidente trabalhar intensamente o assunto, ouvir os órgãos
médico brasileiro, ser o nosso exame um dos melhores, se colegiados da Sociedade e, finalmente, conscientizar os
não o melhor, entre aqueles realizados por diversas espe- sócios, aos quais, em última instância, cumprirá decidir
cialidades médicas. Por outro lado, é também do nosso qual a melhor solução para este crucial problema.
conhecimento que, em contrapartida, um expressivo nú- O segundo e o terceiro aspectos da plataforma de
mero de treinandos, pelos mais diversos motivos, inclusi- trabalho foram as atenções necessárias à Comissão de
ve os econômicos, deixam de comparecer ao Exame Fi- Ética, Defesa Profissional e Honorários. Num país em
nal, assim que terminam as suas Residências. Já expressei desenvolvimento como o nosso, qualquer médico espera,
na minha vida associativa dentro da SBOT que, pelo fato ao final de 18 anos de vida escolar e mais três ou quatro
2 Rev Bras Ortop- Voi. 26. N?s 1-2- Jan /Fev, 1991
AOS SÓCIOS
anos de Residência Médica, ter condições decentes de tra- totalmente afastados da verdade dos nossos dias . Deve-
balho e uma remuneração condigna pelo seu exercício mos atuar com independência mas com presença firme e
profissional. Não julgo, mas lastimo constatar, que a reta, com o peso de nossa ação associativa, junto a todos
maioria de nós não tem condições decentes de trabalho e os níveis de decisão, na escala em que se encontrarem.
não somos dignamente remunerados pelos nossos esfor- Com a nossa presença, evitaremos que se faça uso indevi-
ços em tornar o mais digno possível o diuturno cOnvívio do do nome da SBOT por quem quer que seja. Só a Dire-
com os nossos clientes. Não julgo e nem acuso, mas lasti- toria fala pela Sociedade.
mo, ainda, ter notícia que uma parcela de nossos colegas Finalmente, é nossa intenção atualizar a administra-
está escorregando nos desvios das práticas médicas não ção da Sociedade. Não há como não profissionalizar a
recomendáveis e nos descaminhos da falta aos preceitos administração nos moldes da era em que vivemos, com o
étkos, no sentido de procurar resolver os seus problemas uso da boa informática, da comunicação, do controle e
econômicos e sociais . Por outro lado, abomino, acuso e, supervisão orçamentários , no estabelecimento de metas e
pessoalmente, tenho ojeriza àquela mediCina de grupo, programas que se estendam além das eventuais diretorias.
àquela instituição pública, privada, estatal, previdenciá-
ria ou de qualquer outra origem, que, remunerando de Em suma, uma administração por metas, um geren-
maneira aviltante o trabalho do ortopedista, de certa ma- ciamento de projetos e programas , os quais darão curso
neira permite ou induz os mais fracos de espírito e de mo- às nossas necessidades atuais e futuras. Com este nosso
ral a praticarem atos médicos por vezes danosos e conde- pensamento de administração, convoco e quero compro-
náveis aos seus pacientes. É aqui que a SBOT, como ór- meter o distinto colega Dr . Osny Salomão, Presidente-
gão associativo, científico e político, -eu repito, políti- -eleito da nossa Sociedade, a estar presente conosco nesta
co também - tem a obrigação de atuar junto àqueles que jornada, pois as nossas metas , nossos projetos e nossos
detêm o poder, no sentido de reverter essa situação, de programas para a SBOT em muito extrapolam os dois
anos de nossa gestão.
atuar efetivamente, na esperança de vermos banidas do
nosso convívio o exercício das práticas médicas execrá- Convoco, e quero também comprometer-me com a
veis. Devemos manter nossa independência para influen- consciência viva da SBOT, com todos aqueles que te-
ciar decididamente, a qualquer nível do poder, na solu- nham qualquer contribuição a acrescentar a esta nossa vi-
ção dos problemas que nos afligem, médicos e pacientes, são, para que, juntando-se a nós, possamos construir
e não aceitar que decisões nos sejam impostas de cima pa- uma nova SBOT, para o ortopedista do agora e para
ra baixo, particularmente originárias daqueles teóricos , aquele do futuro. Muito obrigado.
Rev Bras Onop- Voi. 26, N?s 1-2 - Jan/ Fev, 1991 3
Tratamento cirúrgico das lesões agudas
do ligamento cruzado anterior:
devemos reformular nossa conduta*
MARCO MARTINS AMATUZZI 1 , ROBERTO FREIRE DA MOTA E ALBUQUEROUE2
Osteoartrite Fratura
Gota
IVIaior Eficácia Maior Economia
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TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS LESÕES AGUDAS DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR: DEVEMOS REFORMULAR NOSSA CONDUTA
TABELA4
A indicação da reparação, ressecção ou reconstrução
Tipos de lesão do LCA e a técnica operatória empregada do LCA seguiu critérios pessoais do cirurgião em cada ca-
so. Não havia protocolo a ser seguido.
Tipo de lesão Técnica
As estruturas que foram lesadas com maior freqüên-
Avulsão do fêmur 24 Pontos transósseos no fêmur 19 cia em associação à lesão do LCA estão na tabela 5. De-
Reconstrução 4 ve-se levar em conta que para o caso dos meniscos foram
Ressecção
consideradas as meniscectomias realizadas e assim descri-
Avulsão da tíbia 21 Pontos transósseos na tíbia 13
Reconstrução 6
tas no relatório das operações.
Ressecção 2 Todas as lesões do ligamento capsular mediai, liga-
Substância 11 Pontos tra nsósseos na tíbia e fêmur 10 mento colateral mediai e ligamento capsular lateral fo-
Reconstrução 1 ram suturadas. As lesões da cápsula posterior foram re-
Não descrito 6 Não descrita paradas por sutura, reinserção no fêmur e/ou reinserção
Reconstrução 4
Ressecção 1
na tíbia.
Parcial 5 Pontos transósseos no fêmur 2
As lesões do ligamento cruzado posterior associadas
Não reparado 3 foram as relacionadas e tratadas, conforme consta na ta-
Com fragmento Pontos tra nsósseos na tíbia 5 bela 6.
5
ósseo da tíbia As operações realizadas sobre os meniscos estão des-
Total 72 72 critas na tabela 7.
TABELAS
RESULTADOS
Lesões associadas mais freqüentes
Os resultados foram classificados em bom, regular e
Ligamento colateral mediai 53 mau, segundo critérios que foram baseados em Warren &
Cápsula posterior 38 Marshall <20>, com algumas modificações que o tornaram
• Menisco mediai 33
Ligamento cruzado posterior 21 mais rígido (quadro 1). Suprimimos o "excelente" para
Ligamento capsular lateral 16 considerarmos "bom" e diminuímos os ângulos da limi-
• Menisco lateral 16
TABELAS Bom
Tipos de lesão do LCP e a técnica operatória empregada Nenhuma dor ou falseio.
Nenhum derrame ou instabilidade.
Tipo de lesão Técnica Arco de movimento completo, ou com limitação de até 1O0 da flexão.
Retorno completo a todas as atividades .
Avulsão do fêmur 11 Pontos transósseos no fêmur 11 Não mais de 1 + de instabilidade em qualquer plano.
Avulsão da tíbia 4 Pontos tra nsósseos na tíbia 4
Regular
Substância 4 Sutura 2 Falseio eventual no esporte (não em atividades cotidianas).
Pontos transósseos no fêmur Raros derrames nas atividades cotidianas.
Não descrita Dor raramente em atividades cotidianas.
Não descrita 2 Não descrita 2 Retorno ao esporte e outras atividades com alguma limitação.
Limitação de movimentos de flexão em menos de 20 graus e extensão
Total 21 21
em menos de 5 graus .
Instabilidade de até 2 + em qualquer plano.
TABELA 7 Mau
Operações sobre os meniscos Falseio nas atividades cotidianas .
Dor freqüente nas atividades cotidianas.
Ressecados Suturados Retorno ao esporte impossível.
Derrame acentuado ou moderado.
Menisco mediai 24 9 Limitação acentuada de movimentos ou da extensão em mais de 1O
Menisco lateral 14 2 graus.
Total 38 11 Instabilidade 3 + em qualquer plano.
6 Rev Bras Onop- Voi. 26, N?s 1-2- Jan/ Fev, 1991
TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS LESOES AGUDAS DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR: DEVEMOS REFORMULAR NOSSA CONDUTA
tação da movimentação articular considerados por nós bela 11 . Em nenhum deles foi associada uma técnica de
muitos grandes para os casos "regulares". reconstrução específica para o LCP.
Na avaliação dos resultados, obedecendo-se os crité- A tabela 12 relaciona os resultados quanto aos pro-
rios adotados, observa-se o que consta da tabela 8. cedimentos usados com relação aos meniscos.
Os resultados globais foram analisados segundo a Na tabela 13 estão os resultados dos casos de avulsão
faixa etária dos pacientes (tabela 9). do LCA com fragmento ósseo da tíbia.
Na tabela 10 são comparados os resultados com e
sem reconstrução, de acordo com o tempo de segui-
TABELA 11
mento. Resultados dos casos com lesão do LCP associada
Os resultados daqueles casos em que ocorreu lesão
Bom Regular Mau
do LCP associada à lesão do LCA estão expressos na ta-
Sem reconstrução 5 {31 ,3) 3 {18,8) 8 {50,0)
Com reconstrução 5 {100)
TABELAS
Resultados segundo a classificação Total 10 {47,6) 3 {14,3) 8 {38,1)
de Warren & Marshall modificada
Nos ci nco casos com lesão do LCP em que foi feita a reconstrução do LCA o resultado foi bom.
Menisco mediai
TABELA 9
Ressecados 10 {43 ,5) 3 {13 ,0) 10 {43,5)
Resultados por faixa etária
Suturados 4 {57 ,1) 1 {14,3) 2 {28 ,6)
Os melh"'es resultados com significado estatistico f()(a m obtidos até 40 anos. Menisco mediai
Ressecados 1 {100)
Suturados 2 {100)
Menisco lateral
TABELA 10 Ressecados 4 {100)
Resultados segundo o tempo de seguimento Suturados
Total 7 {100)
36 meses
12-23 meses 24-35 meses
ou+ Esta tabela expressa o procedimento sobre os meniscos e nao necessariamente em meniscos ~
sados.
Sem reconstrução B 22 {38,6) 8 {34,8) 6 {31 ,6)
R 11 {19,3) 6 {26,1) 2 {10 ,5)
M 24 {42,1) 9 {39,1) 11 {57,9)
Com reconstrução B 11 {73,3) 8 {80 ,0) 6 {75,0) TABELA 13
R 2 {13 ,3) 1 {20 ,0) 1 {12,5) Resultados nos casos de avulsão
M 2 {13 ,3) 1 {20,0) 1 {12,5) da tíbia com fragmento ósseo
Total 72 33 27
Bom Regular Mau
Observa -se que os bons resultados dos casos em reconstruçlo decresceram com o passar do 3 {60)
2 {40)
tempo.
57, 1OJo os bons resultados, demonstrando que o acesso às reabilitação pós-operatória e que nossas equipes de pron-
regiões posteriores pode ser feito com o retorno do me- to-socorro são constituídas por médicos nem sempre trei-
nisco ao seu lugar e que sua preservação é de suma impor- nados para a cirurgia do joelho, podemos aceitá-lo como
tância para a articulação. bom.
A artrose do joelho não pode ser verificada, tam- O número de casos de reparação sem reconstrução
pouco a presença de desvios angulares. O trabalho foi re- -57 (79%)- e os 31,62% de bons resultados obtidos
trospectivo e esses dados foram impossíveis de serem ob- merecem reflexão mais profunda. Há necessidade de cria-
tidos. ção de um protocolo de tratamento dessas lesões e nele
O pequeno número de casos em que foi associada deverá estar incluída a reconstrução intra ou extra-arti-
uma técnica de reconstrução no tratamento da lesão agu- cular.
da foi o reflexo de conceitos de uma época em que não se É fato conhecido que o LCA lesado tem que ser
admitia a reconstrução no joelho agudo, pois ela deveria substituído, pois sua sutura é inconseqüente e determina
ser guardada para a eventual necessidade de tratamento o aparecimento da instabilidade com o correr do tempo,
de um insucesso. Em parte esses conceitos ainda hoje de- dependendo da atividade do paciente< 3• 11 •13>, embora al-
vem ser considerados, porque as reconstruções não são guns autores ainda defendam sua sutura <12 •17•19>. Esse fato
fáceis de serem feitas, exigem certa experiência e nem está demonstrado na tabela 9, onde se observa nitidamen-
sempre uma equipe de primeiros socorros conta com um te a deterioração dos casos nas avaliações seqüenciais da-
cirurgião treinado a realizá-las; nesses casos, é preferível queles tratados por reparação pura.
mesmo que não se esgotem os recursos de uma reconstru- Esse comportamento de piora com o tempo não
ção futura. ocorre nas reconstruções, em que não se observam dife-
renças significativas no percentual de bons resultados em
As reconstruções foram na maioria extra-articulares,
função do tempo de evolução.
técnica usada em nosso serviço por muito tempo. A pri-
meira que empregamos foi o avanço do ligamento oblí- O escopo deste trabalho é apresentar o resultado do
quo posterior como o preconizado por Hughston <8> em tratamento cirúrgico dessa afecção traumática do joelho
1973 e que era indicado para os casos de lesão ou insufi- e sugerir nova e atualizada proposta de padronização de
ciência do LCA. Foram usadas particularmente as técni- conduta, que inclui também o treinamento de nossos co-
cas externas baseadas na fixação do trato iliotibial, um legas do pronto-socorro para que, sob orientação ade-
pouco mais modernas. Se nos reportarmos à literatura quada, possam obter melhores resultados no tratamento
nacional, vemos que Amatuzzi <1> conseguiu, com a teno- das lesões ligamentares agudas do joelho.
dese do trato iliotibial nos casos crônicos, um índice de Servirá também este trabalho para que outros gru-
na/o de bons resultados, muito próximo aos aqui obtidos pos possam se espelhar nessa experiência, que em última
com uma mescla de técnicas de reconstrução extra-arti- análise enfatiza a importância do ligamento cruzado an-
cular para casos agudos. Hoje em dia sabe-se que as téc- terior e a necessidade de sua substituição. Enfatiza tam-
nicas mais indicadas para a substituição do LCA são as bém que a reconstrução deve ser empregada, mesmo a
intra-articulares <2•3 •10>, de preferência às que utilizam o pioneira extra-articular.
tendão patelar ou o tendão do músculo semitendíneo.
Na nossa revisão, verificamos que sempre foram re-
CONCLUSÕES
parados todos os elementos periféricos lesados. Hoje po-
demos admitir que as lesões periféricas podem até cicatri- Após a análise dos dados do presente trabalho, pu-
zar espontaneamente desde que tenhamos um suporte in- demos concluir:
terno (LCA e LCP) eficiente e usemos uma imobilização 1) A faixa etária de maior incidência das lesões liga-
rígida. Futuros levantamentos dos casos atuais certamen- mentares agudas e graves do ligamento cruzado anterior é
te irão comprovar isso. a de 16 a 30 anos.
O índice de 73,3% de bons resultados com as recons- 2) Os piores resultados globais foram obtidos nas
truções é hoje considerado baixo, mas em se sabendo que faixas etárias mais avançadas.
nossos doentes têm, em sua maioria, limitações socioeco- 3) A simples reparação ligamentar sem reconstrução
nômicas que diminuem sua capacidade de dedicar-se à propiciou índice muito alto de maus resultados.
Rev BrasOrtop- Voi. 26, N~s 1-2- Jan / Fev, 1991 9
M.M. AMATUZZI & R.F.M. ALBUQUERQUE
4) A associação da reconstrução no tratamento das 8. Hughston, J .C. & Eilers, A. F.: The role of the posterior oblique li-
gaments in repairs o f acute mediai (collateral) ligament tears o f the
lesões do LCA propicia melhores resultados.
knee. 1 Bone 1oint Surg 55: 923-940, 1973.
5) A reparação do LCA deteriora com o tempo.
9. Hughston, J .C. & Barrett, G .R.: Acute anteromedial rotatory ins-
6) A reconstrução do LCA não se deteriora com o tability. Long-term results o f surgical repair. 1 Bone 1oint Surg 65 :
tempo. 145-153, 1983.
7) Pelo menos para o menisco mediai, sua sutura 10. Insall, J .N.: Surgery of the knee. Churchil Livingstone, London,
1984.
propicia melhores resultados.
11. MacDaniel, W.J. & Dameron, J .B .: Untreated ruptures o f the ante-
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1989. -211, 1978.
TABELA 1
Características gerais dos pacientes com fraturas da extremidade distai do úmero
submetidos a osteossíntese e reavaliados
Fratura Resultados
Iniciais Idade Sexo Seguimento Tipo Redução Dor Edema Flexoextensão Avaliação 1" 1
12 Rev Bras Ortop- Voi. 26, N?s 1-2- Jan/ Fev, 1991
TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS FRATURAS DO TERÇO DI STAL DO ÚMERO: AVA LIAÇÃO DE 10 CASOS
Fig. 2- J.L.A.L. Aspectos radiológicos: A) no dia da fratura; B) após Fig. 3- S.A.P. A) no dia da fratura; B) la3m pós-osteossíntese; C) 8a
osteossíntese; C) 3a2m pós-fratura, após a retirada da síntese. pós-fratura, após retirada do material de síntese.
com habilidade, possibilita excelentes resultados funcio- 6. Fowles, J . V. & Kassab, M.T.: Fracture o f the capitulum humeri. J
nais, que podem ser melhorados desde que o paciente siga Bone Joint Surg [Am] 56: 794-798, 1974.
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14 Rev Bras Ortop- Voi. 26, N?s 1·2- Jan / Fev, 1991
O MODERNO TRATAMENTO-DA OSTEOPOROSE
EM DUAS APRESENTAÇOES EXCWSIVAS
Lombalgias
Traumas
músculo
esqueléticos
Estiramentos
musculares
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m10lg.as, bu"1tes, tendrnites, sinov1tes. Otorrinolaringologia -om,gdolites, fonngrtes, ot1tes. Gintcologio- onexrtes, porometrites, cerv.H:ites, !.alp•ng1tes, dismenorré10 Cirurgia· pré e pósoperotôno1profiloxiO e tratamento de enxaqueca Doe nças infecciosas tm geral- (cood,uvonre da tere pio espw
por exemplo, onfibioticoterop10). ContTa-lndicoçõ.t- Hipe~ns1b~idode ao ooproxenosócko ou r.aproxeno eaoóodo ocetllroiiC~ICO ou outros on!lmllomorónos não hormona1s, dev1do o pon1b111dooe de reações de sens1b1hdade cruzado P recau~ões • Advertência · Não se recomenda o us.o de no pro
sódico em crianças com menos de 1ano de idade, em pacientes comúkero péptico oliva e :10 grav1dez e lactação. Deve serusado comgrande cautela quando houver necess1dade de doses altas. lnttraçÕ•• com outros Fármocos • Pac1entes que recebam Simultaneamente hidanroino devem ser rigorosorr
monilorizodos com visto a ajuste do dose. Aconselha-se cautela quando do us.o de onticoog~lon tes, sulfoniluréios, lurosem1do, propranolol e outros betobloqueodores, probenec1d e metotrexoto. Ef1itos Secun dários - Os m01scomumente rela·ados cefolé10, desconlorto obdom1fiOI e/ou ep1góstnco, ec
periférico (leve), nóuseos, "linndus", vertigem . Po.olo ~i a- Compnmidos de IOOmg -.11mglkg como dose lfliCIOI seguidos de 2,75 o 5,5mg/kg o mtervalos de 8 horas. Não exceder 16,5kg/diO op:)so pnmelrO dia: de 275m~ 2 compnmldOs I,ICIOIS sesUidOs de \ COiflPfll"'ldO a tntervolos de 6 o 8 ho•o
;~~~ ~~~~~~~~~ h~~ed;'~~s~~ ~o~~~~~o~~i~e:~~ :;c~~c~d~~0r~~~d~~iodde f375~scS~~p~ n~~~r~~~~'d;i~J ~~~~x112u7~~~r ~o;d,d~cd;:~s~~':õ~ c~~~á\~~nÕ! ~ as7~n:~. 1ac~rl ~/~;did~ de s~~~~~~~o~~~~ ~~~~s 0i[~~i::~.'~:o~~~~~~~~~~~ld~'s de~~~
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o cedo 8 horas. ApreMnfa~Õtl: Caixas com 15 comprimidos de 100 e 275mg e caixa C01"1 IOcompr1mtdos de 550mg. Suspensão: frasco com 50ml (após reconsttlutçõo). contendo cada ml25mg de substõncio OIJVO
Oantiinflamatório
JUe faz a diferenfa.
Bursites
Tendinites
Entorses
e/uxacões
,
Lesões
articulares
No pós-operatório, auxilia a
recuperação do estado geral.(2)
BIOGALÊNICA
PRODUTOS
CIBA-GEIGY Uso tópico Uso sistêmico
Composição Diclofenaco potásslco: drágeas com 50mg; supositórios com 12,5, 25 e 75mg; gotas com 15mg/ml (aproximadamente0,5mg por gota); ampolas com 75mg/3ml.lndlcações Tratamen·
to de curta duração nas seguintes condições agudas: estados Inflamatórios dolorosos pós-traumáticos; dores musculares e articulares; slndromes dolorosas da coluna vertebral ; dor e edema
pós-operatório; estados dolorosos e/ou inflamatórios em ginecologia; como coadj uvante no tratamento de processos Infecciosos agudos acompanhados de inflamaçao no ouvido, nariz ou gar-
ganta. (A febre, isoladamente, nao é indicação). Posologia Adultos: Dependendo das indicações 75 a 150mg/dia (nadlsmenorréia, até 200mg); ver informação completa para prescrição. Ampolas:
uma ou excepcionalmente duas por dia; em casos agudos ou como início de terapia, não utilizar por mais de dois dias. Crianças: Acima de um ano, 0,5 a 2mg/kg/dia, em geral uma gota por kg de
peso, em duas a três tomadas. Contra-Indicações Úlcera péptica, hipersensibilidade àsubstanciaativa, acidoacetilsalicllico, outros ln lbidores da prostaglandina-slntetase, assim como ao meta·
bissulfito de sódio ou ou tro excipiente (ampolas). Proctite no caso dos supositórios. Precauções História de doençagastrintestinal, insuficiência hepática, cardíaca ou renal grave. Gravidez. Por-
fi ria. Pacientes idosos. Pacientes com perda de volume extracelular. Pacientes em uso de diuréticos, anticoagulantese antidiabéticos. Durante tratamento prolongado, contagem de células san-
gülneas e monitorização da função hepática são recomendadas. Possi bil idade de reações de hlpersensibllldade ao metablssulflto de sódio, particularmente em pacientes com asma (ampolas).
Reações adversas Ocasionais: distú rbios gastrintestinais, cefaléia, tonturas, rash, elevação da TGO, TGP. Raros: úlcera péptica, sangramento do trato gastrlntestlnal , hepatite e reações de hiper-
sensibilidade. Casos isolados: distúrbios sensoriais, eritemamultiforme, púrpura, anormalidades da função renal ediscrasiasangO inea. Apresen tação Drágeas de 50mg: cai xa com 15 drágeas.
Supositórios de 12,5, 25 e 75mg: caixas com 05 supositórios. Gotas: frascos com 15m i Ampolas de 75mg/3ml : caixas com 03 e 50 ampolas.
(1) JACOB. BT e cols. · Açao do dclo!enaco potássico versus (2)GUI OIO, A.S. · Estudo clfnlco duplcrcego entre Dlclolenaco
dlplrooa sOdlca injetável em condiçOtl:! pós·llaumá!lcas Potásslco Injetável e diplrona magncslana lnjctQvol como
--------------------------------------------------------~oow~r~~~N~
o ~~~·~
s~M~OOL~6~4~~~~7~
-3~
41~
. 1~~
~ -----------:~~~!coem ~~~~
~ 0000c~
iru~rg~la~~~~~
~~~c~•-----------------
Estudo anatômico experimental dos retalhos
escapulares e paraescapulares
1
EDIE BENEDITO CAETANO , SUNG SEUP JUNG 2 , ANGELO ANTONIO BIMBAT0 2 , JOÃO JOSE SABONGI NET0 3
INTRODUÇÃO 50 -t- 58 %
20 -- 26 %
• Trab. realiz . no Centro de Ciências Méd . e Biol. de Sorocaba da
s/p;:ed!e
Pont. Univ . Catól. de São Paulo . 10 -t- 1 6% m1n a n -
esca pu -
c ia
I. Prof. Titular do Dep . de Cirurg.; Respon s. pelo Serv. de Microci- la r
rurg. e Cirurg. da Mão.
RE TALH OS
2. Méd. Resid . de 3? ano da Disc . de Ortop. e Traumatol.
3. Auxiliar de Ensino . Gráfico I
TABELA 1
Peso = Kg; Altura = em; Medida = em; Area = cm2 ; D = comprimento; d = largura; m = mínimo; M = máximo.
Consideramos que houve predominância do retalho lhos. O maior retalho foi o do paraescapular, 21 x 14cm,
quando a área de um retalho ultrapassou no mínimo com área de 230cm 2 (caso I) (tabela 1).
IOcm 2 em relação ao outro. Nos seis cadáveres em que foram realizadas dissec-
Assim, tivemos predominância dos retalhos paraes- ções bilaterais, encontramos predominância do lado di-
capulares (fig. I) em li casos (580Jo), cujas áreas varia- reito em oito casos, do lado esquerdo em três casos e um
ram de 30cm 2 (caso 6) a 230cm 2 (caso 1), e predominân- caso de igualdade. Não encontramos relação direta da
cia dos retalhos escapulares (fig . 2) em três casos (16%), área dos retalhos com a altura, o peso e a idade.
wjas áreas variaram de 61cm 2 (caso 13) a 130cm 2 (ca-
so 3).
DISCUSSÃO
Em cinco casos (26%), consideramos que não houve
predominância dos retalhos (fig . 3), pois sua área total Analisando a literatura, observamos que diversos
não ultrapassou 10cm 2 de um em relação ao outro . No autores (1 -II.IJJ descreveram os estudos anatômicos e seu
entanto, deve-se destacar que em quatro desses cinco ca- uso clínico utilizando, ora o retalho escapular, ora o reta-
sos houve predominância dos retalhos paraescapulares, lho paraescapular, inclusive associando esses retalhos a
porém menor que 10cm 2 , e em um desses cinco casos (ca- outros , como o retalho do músculo grande dorsal, do
so 19) houve igualdade absoluta da área dos dois reta- músculo serrátil anterior <7>e os retalhos osteocutâneos <11 >.
Rev Bras Ortop- Voi. 26, N?s 1·2- Jan/ Fev, 1991 17
E.B. CAETANO, S.S. JUNG, A.A. BIMBATO & J .J. SABONGJ N?
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t
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I
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I
I
J
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Fig. 1 - Mostra um caso de predominância do retalho paraescapular Fig. 3 - Mostra um caso em que não houve predominância de nenhum
dos retalhos
3. Dimond, M. & Barwick, W.: Treatment of axillary burn scar con- 9. Pessoa, S.G.P .: Retalho escapular e paraescapular: uma nova op-
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Rev Bras Ortop- Vai. 26, N?s 1-2- Jan / Fev, 1991 19
Retalhos musculares no tratamento
das perdas de substância cutânea
ântero-mediais da perna*
2 3
GERALDO ROCHA MOTTA FILHO 1 • HUMBERTO MAURO MENDES , JOSE PAULO INACIO BARBOSA
QUADRO
Fig. I - Aspecto do membro, ao ser transferido e admitido em nosso Fig. l - Lesão do 113 proxima/; aspecto pré-operatório.
serviço
TÉCNICA CIRÚRGICA tíbia até o terço médio da perna, sendo o músculo facil-
mente identificável e separado do músculo solear. As fi-
Os retalhos musculares foram realizados utilizando- bras musculares do gastrocnêmico são separadas do ten-
-se um acesso longitudinal póstero-medial, que se esten- dão de Aquiles. A seguir, é verificado o intervalo entre as
dia do joelho até o maléolo mediai, dependendo do(s) fibras mediais e laterais e divididas de distai para proxi-
músculo(s) a ser(em) utilizado(s), segundo as técnicas po- mal. A seguir, o músculo é elevado até o nível dos planal-
pularizadas por Mathes & Nahai <4', como também por tos tibiais, onde geralmente ele terá um arco de rotação
Arnold & Mixter< 11. suficiente para cobertura anterior da tíbia.
Quando se tratava do gastrocnêmico mediai, utili- No caso de utilizarmos o músculo solear, o acesso
zou-se uma incisão que se estendia do planalto mediai da estende-se do terço médio proximal até 2cm proximal ao
Rev Bras Onop- Voi. 26, N ~ s 1-2- Jan/ Fev, 1991 21
G.R. MOTTA F? , H.M . ME NDES & J.P.I. BARBOSA
. Fig. 3 - Retalho gastrocnêmico; aspecto no pós-operatório imediato. Fig. 5 - Aspecto após retirada do gesso e limpeza da ferida
Fig. 4 - Retalho gastrocnêmico + enxerto livre de pele; aspecto no Fig. 6 - Desbridamento da ferida e fixação externa
pós-operatório.
ção, e drenagem do hematoma, não ocorrendo compro- A infecção, com presença de secreção purulenta,
metimento da viabilidade do retalho ou enxerto livre de existia em 680Jo dos nossos pacientes, o que nos levou a
pele. realizar uma média de 2,7 desbridamentos, com um má-
ximo de oito, para controle clínico da infecção. Em qua-
tro pacientes (18%), o retalho foi utilizado em presença
COMENTÁRIOS de infecção, realizando-se desbridamento amplo da feri-
da, sequestrectomia, se necessária, e o retalho no mesmo
Nosso propósito não foi analisar o tratamento final ato cirúrgico, seguindo os conceitos propostos por Fitz-
desse grupo de pacientes que apresentavam fraturas ex- gerald et ai. <2l para tratamento das osteomielites crônicas.
postas da tíbia, mas sim o resultado da utilização dos re- Nesse grupo de pacientes, a infecção não interferiu com a
talhos musculares na cobertura do segmento ósseo ex- viabilidade do retalho e acreditamos que por certo irá
posto. contribuir para uma consolidação mais breve das fra-
Consideramos que a estabilização inicial dessas fra- turas .
turas através do fixador externo é fundamental para o su-
cesso da terapêutica, como foi demonstrado inicialmente,
A auto-enxertia de pele foi realizada em ato cirúrgi-
permitindo os desbridamentos necessários, a realização
co posterior em 41% dos casos em que havia infecção clí-
do retalho muscular e enxertia de pele.
nica presente no momento da confecção do retalho, por
Fig. 8 - Aspecto após retirada do gesso e desbridamento Fig. 10- Retalho de gastrocnêmico e solear já incorporado
Rev Brl\S Onop - Voi. 26, N?s 1-2 - Jan/ Fev, 1991 23
G.R. MOITA F?, H.M . MENDES & J .P.I. BARBOSA
24 Rev Bras Onop - Voi. 26, N?s 1-2- Jan/ Fev, 1991
Fraturas diafisárias dos ossos do antebraço:
osteossíntese com placa e parafusos*
KARLOS C. MESQUITA 1 , NELSON ELIAS 2 , MARCOS 0. PEOUEN0 2 , NEY O .F. FILH0 3
RESUMO INTRODUÇÃO
Foi feito um estudo retrospectivo de 73 pacientes que A dificuldade na redução ou na sua manutenção, nas
apresentavam 114 fraturas diafisárias dos ossos do ante- fraturas diafisárias dos ossos do antebraço, no adulto,
braço (isoladas ou associadas) e que foram submetidas à tem contribuído para a aceitação do tratamento cirúrgico
redução cruenta e fixação interna com placa e parafusos, nessas fraturas <3•8- 10•13 >.
pelo método AO. Charnley(J), no seu livro "Tratamento Incruento das
Em 103 fraturas utilizamos placa de compressão di- Fraturas", recomendava o tratamento cirúrgico das fra-
nâmica para parafusos de 3,5mm e, nas 11 restantes, as turas do antebraço. Tarr, Garfinkel & Sarmiento< 12>, após
placas para parafusos de 4,5mm. As fraturas cominutivas estudo experimental em cadáveres, verificaram que o tra-
e as expostas receberam, rotineiramente, enxerto ósseo tamento conservador das fraturas diafisárias dos ossos
autólogo. do antebraço poderia ser indicado desde que o desvio an-
A consolidação ocorreu em 104 fraturas (920Jo) e 57 gular e/ou rotacional não ultrapassasse os 10 graus, de-
pacientes (80%) obtiveram resultados excelentes ou satis- monstrando que tal deformidade produzia pequeno de-
fatórios. Ocorreu infecção em seis casos (5%). A remo- feito cosmético e que a limitação da pronossupinação era
ção do material de síntese foi efetuada em sete pacientes aceitável.
(10%), não sendo constatada refratura após essa reti- Danis< 4>, em 1949, iniciou a era das placas de com-
rada. pressão. Muller e cols. <10>, em 1958, mostraram o uso de
um dispositivo tensor, que, colocado temporariamente
SUMMARY ao lado da placa, permitia ampla compressão do foco de
fratura. Anderson (IJ, em 1975, e Chapman (2), em 1989,
Diaphyseal fractures of the forearm: osteosynthesis with
relataram índices de consolidação em torno de 98% para
plates systems
as fraturas diafisárias dos ossos do antebraço tratadas
A retrospective study was done oj 73 patients with com redução cruenta e fixação interna pelo método AO/
114 diaphyseal jractures oj the jorearm treated with open ASIF (Associação Suíça para o Estudo da Osteossíntese).
reduction and internai jixation with AO-dynamic com- Em nosso meio, similar índice de consolidação foi relata-
pression plotes. The 3.5mm plote system was used in 103 do por Yoneda & cols. <15>, em 1984.
jractures, and the 4.5mm plote system was used for the O objetivo do nosso trabalho é apresentar os resulta-
remainder. Comminuted jractures and open jractures dos obtidos com o tratamento cirúrgico dessas fraturas,
were treated with bone grajts. Union occurred in 104 fixadas com placas de compressão.
jractures (92%) and 57 patients (80%) achieved excellent
or satisjactory junctional results. lnjection occurred in CASUÍSTICA
six patients (5%). Remova/ oj the plote was done in 7 pa-
tients (10%) and no rejracture occurred. De 1980 a 1989, 73 pacientes que apresentavam 114
fraturas diafisárias dos ossos do antebraço foram subme-
• Trab. realiz. no Serv . de Ortop . e Traumatol. do Hosp . Univ . Pedro tidos à redução cruenta associada à fixação interna com
Ernesto - UERJ. placa e parafusos, utilizando o método AO/ ASIF. A ida-
I. Professor Titular FCM - UERJ. de dos pacientes variou de 10 a 62 anos, com média de 32
2. Professor Adjunto FCM- UERJ . anos. Cinqüenta e cinco eram do sexo masculino e 18 do
3. Médico Residente (R 3 ) HUPE- UERJ . feminino.
Rev Bras Ortop- Voi. 26, N?s 1-2- Jan / Fev, 1991 25
K.C. MESQUITA, N. ELIAS, M.O. PEQUENO & N.O.F. FILHO
Oitenta e duas fraturas ocorreram, simultaneamen- Após a redução da fratura, a osteossíntese era execu-
te, no rádio e na ulna, sendo que, destas, cinco eram seg- tada, dando-se preferência, sempre que possível (depen-
mentares. Observamos 12 fraturas isoladas do rádio e 20 dendo do traço de fratura), à osteossíntese interfragmen-
da ulna. Nas do rádio, em seis houve comprometimento tária, fora ou através da placa.
da articulação radioulnal distai (Galeazzi), enquanto que Somente em três casos não foram fixadas cinco cor-
nas 20 fraturas da ulna, nove acometeram a articulação ticais de cada lado da fratura. Após a fixação, era execu-
radioulnal proximal (Monteggia). Com relação à locali- tado o fechamento da ferida, tendo-se o cuidado de colo-
zação, 68 (590Jo) eram no 1/3 médio, 30 (27%) no 1/3 dis- car dreno a vácuo e não suturar a fáscia.
tai e 16 (14%) no 1/3 proximal. No pós-operatório, nas fraturas que não comprome-
Em nossa série, seis fraturas (5%) eram expostas. As tiam as articulações radioulnais, o membro era imobiliza-
fraturas expostas foram classificadas de acordo com a de- do com calha gessada, cujo tempo médio foi de seis dias.
finição de Gustilo( 6>, sendo que quatro eram do tipo I e
duas do tipo Il.
RESULTADOS
Foram utilizadas 103 placas de compressão dinâmica
para parafusos de 3,5mm (variando de cinco a dez orifí- O tempo de consolidação foi definido como o perío-
cios) e 11 placas de compressão dinâmica para parafusos do entre a colocação da placa e a consolidação per pri-
de 4,5mm (variando de seis a oito orifícios). mam ou pela presença de calo ósseo, tendo variado de 40
A indicação de osteossíntese foi a presença de desvio a 120 dias, com média de 62 dias.
superior a dez graus ou comprometimento das articula- Em virtude de a maioria das fraturas estar anatomi-
ções radioulnais proximal ou distai. camente reduzida e rigidamente fixada, a consolidação
A fixação interna imediata nas fraturas expostas foi foi, normalmente, per primam, sem formação de calo ós-
efetuada em quatro casos (tipo I) e, nos dois restantes (ti- seo. Utilizamos como parâmetro radiológico o desapare-
po 11), a osteossíntese foi efetuada, respectivamente, no cimento do traço de fratura e, clinicamente, pela ausência
5? e 12? dia pós-desbridamento. de dor. A consolidação ocorreu em 104 fraturas (92%).
O enxerto ósseo foi indicado nas fraturas cominuti- Cinqüenta e sete pacientes (80%) obtiveram resulta-
vas (com envolvimento superior a 1/3 do diâmetro do dos funcionais considerados excelentes ou satisfatórios,
osso). que correspondem à consolidação até seis meses, perda
Com relação ao tempo transcorrido entre a fratura e máxima da função de 20 graus da flexoextensão do coto-
o procedimento cirúrgico, os casos foram enquadrados velo e 40% da pronossupinação.
em três grupos: entre 1? e 5? dias, 18 fraturas; entre 5? e Ocorreu infecção em seis casos (5%), sendo conside-
10? dias, 74 fraturas; após o 10? dia, 22 fraturas. O tem- rada superficial em quatro e profunda em dois casos. Os
po médio de seguimento foi de 13 meses (variando de 5 a quatro casos que apresentaram infecção superficial fo-
42 meses). ram submetidos a cultura e antibiograma da secreção da
ferida operatória e, posteriormente, a tratamento com
antibiótico adequado, evoluindo para a cura. Os casos
TÉCNICA CIRÚRGICA
que evoluíram para infecção profunda, em número de
Após a anestesia, geralmente por bloqueio do plexo dois, foram submetidos a drenagem cirúrgica. Em um ca-
braquial, era feita isquemia com faixa de Esmarch ou cre- so, realizamos desbridamento, deixando o material de
pom, seguida de garroteamento com manguito pneumá- síntese in loco. No outro caso, que era uma fratura de
tico. ambos os ossos do antebraço, após o desbridamento,
A ulna foi abordada através de incisão na borda sub- procedemos à retirada do implante da ulna, que se encon-
cutânea e as placas foram colocadas, independentemente trava afrouxado, sendo colocado fixador externo; a placa
do nível da fratura, em sua face dorsal. O rádio, quando do rádio, por estar perfeitamente adaptada ao osso, não
a fratura interessava o segmento médio ou proximal, era foi removida. Posteriormente, a ulna foi submetida a no-
abordado pela via de acesso de Thompson, sendo a placa va osteossíntese com placa, associada com enxerto ósseo.
colocada na região látero-dorsal, enquanto nas fraturas Ambos os casos evoluíram para a cura.
do terço distai o acesso foi vo lar, sendo a placa colocada Ocorreu neuropraxia, pré-operatoriamente, em seis
anteriormente. pacientes, sendo cinco do nervo radial e um do nervo me-
26 Rev Bras Ortop- Voi. 26, N?s 1-2- Jan / Fev, 1991
FRATURAS DIAFISÁRIAS DOS OSSOS DO ANTEBRAÇO: OSTEOSSÍNTESE COM PLACA E PARAFUSOS
diano. A recuperação completa somente não ocorreu em coll 0 1>, que afirmou a necessidade do cirurgião avaliar a
um paciente que apresentava lesão do nervo radial. personalidade da fratura, que inclui o tipo de fratura, o
Em cinco casos ocorreram deiscências de ferida ope- estado da extremidade e do paciente, assim como a expe-
ratória, entre o 3? e o 5? dias pós-operatórios. Em todos, riência do médico e a disponibilidade do material neces-
as fraturas de radio e ulna eram associadas . sário para tal procedimento.
Procedemos à remoção do material de síntese em se- Desde que se trate uma fratura exposta adequada-
te pacientes, em virtude de estarem causando desconforto mente, ou seja, evitar o tratamento definitivo de uma só
no antebraço. O tempo de permanência da placa e para- vez, realizando-o em quatro etapas: desbridamento, fixa-
fusos variou de 18 a 28 meses. ção estável, enxerto ósseo e fechamento da ferida <13 •14>, as
Após a retirada dos implantes, os pacientes foram taxas de complicações encontradas e os resultados fun-
submetidos à imobilização com calha gessada, por perío- cionais, quando comparados com a fixação interna retar-
do que variou de quatro a seis semanas. Não ocorreu re- dada, são similares <2.6,13l.
fratura após remoção dos implantes.
Devemos manter as citações de Tscherne <14>sempre
presentes, no tratamento da fratura exposta, pois esse au-
DISCUSSÃO tor afirmava que existiram quatro eras: a da morte, a da
amputação, a da infecção e, atualmente, a da recupera-
O índice de consolidação, em nossa série, foi de
ção funcional.
920?o, sendo considerado um valor baixo, se comparado
aos descritos na literatura 0·2·13-15l. Com relação ao tempo transcorrido entre a fratura e
Das 10 fraturas (8%) que não consolidaram, obser- a operação, não encontramos diferença significativa nos
vamos, em todos os casos, erros de técnica, a saber: em resultados, embora alguns autores argumentem que, nas
três casos, foram utilizadas placas com cinco orifícios, operações realizadas dentro dos cinco primeiros dias, os
não tendo sido efetuada a fixação mínima, de cinco corti- resultados são superiores< 1·2·13>.
cais, de cada lado da fratura. A presença de parafuso no Acreditamos que nas osteossínteses para fraturas as-
foco de fratura foi constatada em quatro casos e a com- sociadas do rádio e ulna, sempre que houver edema que
pressão inadequada ocorreu em três casos. dificulte o fechamento das feridas operatórias, a sutura
Acreditamos que os dez casos que evoluíram para primária prioritária deve ser do lado ulnal, pois é um osso
pseudartrose sejam devidos principalmente ao fato de subcutâneo, deixando a exposição radial coberta pelas
nosso hospital estar voltado para o ensino e ser formador camadas musculares, e, posteriormente, entre o 5? e o 7?
de especialistas, sendo, por isso, as osteossínteses tam- dias, promover a sutura retardada. TiJe0 3>, como rotina
bém efetuadas por residentes, que, por estarem em diver- nas osteossínteses de ambos ossos do antebraço, avisa aos
sos níveis de formação profissional, encontram dificulda- pacientes que existe uma possibilidade dele retornar ao
des na execução perfeita da técnica. centro cirúrgico, no prazo de sete dias, para o fechamen-
O predomínio das placas utilizadas foi de compres- to secundário de uma ferida operatória que eventualmen-
são dinâmica para parafusos de 3,5mm, que julgamos ser te não possa ser suturada primariamente.
a ideal para o antebraço <8•9l. As placas de compressão di- Procedemos à remoção de sete placas , após um pe-
nâmica para parafusos de 4,5mm devem ser utilizadas so- ríodo de 18 meses da osteossíntese; todas foram efetua-
mente em pessoas de porte atlético, ou naqueles com bio- das em razão da queixa dos pacientes. Os demais conti-
tipo acima dos parâmetros normais. nuam com o material de síntese, sem que nenhum proble-
O paciente mais jovem tinha dez anos de idade, sen- ma esteja ocorrendo.
do a nosso ver o limite inferior para indicação da osteos- DeLuca <5>considera como fatores de risco para reti-
síntese com placa, pois a textura óssea já se comporta co- rada de placa os pacientes que foram vítimas de fraturas
mo a de um adulto. Tile< 10> preconiza a fixação interna expostas ou aqueles cujas lesões tenham sido causadas
com placa em meninas acima de dez anos e em meninos por trauma de alta energia. Chapman <2>verificou refratu-
acima de 12 anos de idade. ra após remoção de placas somente nos pacientes subme-
Apesar da nossa casuística ser pequena em relação à tidos a osteossíntese com placas de compressão dinâmica
fratura exposta, e isso se explica pelo fato do nosso hos- para parafusos de 4,5mm; por essa razão, preconiza o
pital não ser de emergência, adotamos os preceitos de Ni- uso das placas de compressão dinâmica para parafusos de
Rev Bras Ortop- Voi. 26, N?s 1-2- Jan / Fev, 1991 27
K.C. MESQUITA, N. ELIAS, M.O. PEQUENO & N.O.F. FILHO
3,5mm, pois, por serem mais estreitas, promovem menos 4. Danis, R.: Théorie et pratique de l'osteosynthese. Paris, Masson,
espongização da cortical, sendo tal procedimento tam- 1949.
bém preconizado por outros autores <5•7>. 5. DeLuca, P .A., Lindsey, R.W. & Ruwe , P .A .: Refracture of bones
of the forearm after the remova! of compression plates. J Bone
Joint Surg [Am] 70: 1372-1376, 1988.
CONCLUSÕES
6. Gustilo, R.B.: Management of open fractures and their compli-
1) O tratamento cirúrgico das fraturas diafisárias cations. Philadelphia, W.B. Saunders, 1982. V. 4.
dos ossos do antebraço com placas de compressão dinâ- 7. Hidaka, S.: Refracture o f bones o f the forearm after plate remova!.
mica permite elevado índice de consolidação. J Bone Joint Surg [Am} 66: 1241-1243, 1984.
2) As fraturas expostas graus I e 11 de Gustilo po- 8. Mesquita, K.C.: Osteossíntese com placa de autocompressão nas
fraturas diafisárias dos ossos longos. Tese apresentada â FCM-
dem ser tratadas por fixação interna imediata.
-UERJ, para Professor Titular, Rio de Janeiro, 1979.
3) A remoção do material de síntese só deve ser indi-
9. Mesquita, K.C., Ribeiro, E.P., Bort, A.S.G. , Barros, A.A.C.R. &
cada quando houver queixa do paciente. Arima, F. : Osteossíntese por compressão nas fraturas diafisárias
4) Nas fraturas cominutivas, o enxerto ósseo deve dos ossos do antebraço. Rev Co/ Bras Cir 3: 84-90, 1981.
ser usado. 10. Muller, M.E., Algower, M., Willenegger, H . & Schneider, R.:
5) Sempre que o traço de fratura permitir, deve ser Technique of interna/ fixation of fractures. New York, Springer,
efetuada a osteossíntese interfragmentária. A escolha da 1979 .
placa deve recair sobre a de compressão dinâmica para li. Nicoll , E.: Fractures o f the tibial shaft . A survey o f 105 cases . J Bo-
parafusos de 3,5mm. ne Joint Surg [Br] 46: 313-381, 1964.
12. Tarr, R.B., Garfinkel , A.l. & Sarmiento , A. : The effects o f angular
and rotational deformities of both bones of the forearm . J Bone
REFERÊNCIAS Joint Surg [Am] 66: 65-70, 1984.
I. Anderson, L.D., Sisk , D., Tooms, R. & Park , W.l.: Compression 13. Tile, M. & Petrie, D. : Fractures of the radius and ulna. J Bone
plate fixation in acute diaphyseal fractures o f the radius and ulna. J Joint Surg [Br] 51 : 193, 1%9.
Bone Joint Surg [Am] 57: 287-296, 1975. 14. Tscherne, H .: The management of open fractures . Em : Tscherne,
2. Chapman, M.W. , Gordon, J.E. & Zissimos , A.G .: Compression H . & Gotzen, L. (eds. ): Fractures with soft tissue injuries. Berlin,
plate fixation o f the diaphyses o f the radius and ulna. J Bone Joint Heidelberg, New York, Tokyo, Springer, 1984.
Surg [Am] 71: 159-169, 1989. 15. Yoneda, T ., Neto, J.S.H . & Filho, W.C.P .: Tratamento das fratu-
3 . Charnley, J.: Closed treatment of common fractures. 3rd. ed., ras diafisárias do antebraço com placas. Rev Bras Ortop 19: 209-
Edinburgh, Livingstone, 1%1. -216, 1984.
28 Rev Bras Ortop - Voi. 26, N?s 1-2- Jan/ Fev, 1991
Uso do parafuso de Herbert no trauma do
escafóide por via de acesso dorsal*
FERNANDO BALDY DOS REIS 1 , GOTTFRIED KOBERLE 2 , NELSON MATTIOLI LEITE 3 , ROZANA MESQUITA CICONELL1 4
RESUMO shape and the size of the scaphoid, the system being stabi-
lized by a Herbert screw also by means oj a dorsal ap-
Foram estudados 25 pacientes com trauma do esca-
proach. The wrist was immobilized for an average oj
fóide, divididos em dois grupos: 1) fratura aguda e 2) fra-
18.28 days. Patients were reviewed 6 to 12 weeks ajter
tura com retarde de consolidação e pseudartrose. Os pa-
surgery using the clinicai and subjective criteria proposed
cientes do grupo 1 foram submetidos a osteossíntese do
by Herbert, and radiographical/y to determine the bone
escafóide por via de acesso dorsal, com parafuso de Her-
union. Bane healing was achieved in 100% oj patients in
bert; já os pacientes do grupo 2, ao enxerto ósseo córtico-
group 1, and in 86.66% oj patients in group 2.
-esponjoso em cunha, para correção da forma e tamanho
do escafóide, fixando-se o sistema com parafuso de Her-
bert por via dorsal. O tempo médio de imobilização pós- INTRODUÇÃO
-operatória foi de 18,28 dias. Os pacientes foram avalia-
dos 6-12 semanas de pós-operatório pelos critérios clíni- O trauma do punho com fratura do escafóide vem
cos e subjetivos de Herbert e, ao raio-X, quanto à conso- sendo estudado há mais de um século, sendo a fratura
lidação óssea. Obtivemos consolidação óssea ao raio-X mais freqüente do carpo <26>.
em 1000Jo dos pacientes do grupo 1 e 86,66% dos pacien- Maatz (1943)(1 9> empregou pela primeira vez a os-
tes. do grupo 2. teossíntese com parafuso no tratamento da fratura do es-
cafóide, sendo posteriormente utilizada por outros auto-
res (1,5,12, 14,25,27 ,30,40>.
SUMMARY
Foi com a introdução dos conceitos de estabilidade
Use of Herbert screw in scaphoid trauma by dorsal das fraturas e lesão ligamentar cárpica que os métodos de
approach tratamento cruento ganharam impulso <24 •36•37> e os crité-
A review of twenty-five patients with scaphoid in- rios de indicação de osteossíntese foram melhor estuda-
jury divided them into two groups: 1) acute jractures dos e definidos <15>.
and 2) delayed unions and non-unions. Patients in group Segmuller (1973)<31 > descreveu a osteossíntese does-
1 were submitted to osteosynthesis oj the scaphoid by cafóide utilizando parafuso cortical pela técnica de com-
means oj a dorsal approach using a Herbert screw, and pressão interfragmentária e, nas pseudartroses, descreveu
patients in group 2 were submitted to a bane grafting pro- a interposição do enxerto córtico-esponjoso, por via dor-
cedure using a cortico-cancellous wedge to correct the sal, para restabelecer o comprimento original do escafói-
de. Posterio.rmente, Herbert (1984)(1 5> apresentou um pa-
rafuso que não possuía cabeça e que era introduzido por
• Trab. realiz. no Curso de Pós-Grad. em Ortop. e Traumatol. do via vo lar, ficando totalmente oculto dentro do osso.
Dep. de Ortop. e Traumatol. da Esc. Paul. de Med.
Em 1987, iniciamos este estudo prospectivo do uso
I. Mestre em Ortop. e Traumatol. do Grupo de Trauma do Dep . de Or-
da técnica descrita pelo Prof. Segmuller para as pseudar-
top. e Traumatol. da Esc. Paul. de Med .
troses, porém utilizando para síntese o parafuso de Her-
2. Prof. Tit. do Dep. de Ortop. e Traumatol. da Univ. Est. de Cam-
pinas. bert. Nosso trabalho é semelhante ao apresentado por
3. Mestre e Chefe do Setor de Trauma do Dep. de Ortop . e Traumatol. Herbert (1984)< 15 >, no que diz respeito às indicações e cri-
da Esc. Paul. de Med . térios de avaliação, clínica e subjetiva; entretanto difere
4. Pós-Graduanda da Disc. de Reumatol. da Esc . Paul. de Med. na via de acesso (utilizamos a dorsal), que permite mudar
Rev Bras Ortop- Voi. 26, N?s 1-2- Jan / Fev, 1991 29
F.B. REIS, G. KOBERLE, N.M. LEITE & R.M. CICONELLI
a posição do parafuso, adaptando-o ao traço de fratura, culino e dois pacientes (80Jo) do sexo feminino. Em 21 pa-
e na avaliação radiográfica, em que utilizamos apenas o cientes (84%), a mão afetada foi a dominante. Vinte pa-
critério de consolidação. cientes (80%) eram brancos e cinco pacientes (20%), não
brancos. Dois pacientes apresentavam fratura-luxação
associada com trauma grave e lesão ligamentar importan-
MATERIAL E MÉTODO
te do carpo. As lesões foram classificadas segundo Her-
Foram estudados 25 pacientes com lesão do escafói- bert (1984) (tabela 1). Havia uma fratura do tipo A; nove
de. A média de idade foi de 30,72 anos, variando de 21 a fraturas do tipo B; duas fraturas do tipo C; e 13 pseudar-
72 anos. Vinte e três pacientes (92%) eram do sexo mas- troses, tipo D.
As lesões foram agrupadas, para estudo, em dois
TABELA 1
grupos básicos distintos: 1) lesões agudas, tipos A e B de
Classificação das fraturas do escafóide - Herbert (1984) Herbert- dez pacientes; e 2) lesões crônicas, tipos C e D
de Herbert - 15 pacientes. Os pacientes do grupo 1 fo-
A - Fratura aguda estável
ram submetidos à redução cirúrgica com anestesia tron-
A1 Fratura do tubérculo
A 2 - Fratura da cintura cular, com aplicação de torniquete na raiz do braço,
usando-se a abordagem posterior, descrita por Me
8 - Fratura aguda instável Laughlin (1954)< 21 ) (figura 1).
81 Fratura oblíqua do 1 /3 distai
82 Fratura da cintura com desvio Passamos o parafuso de distai para proximal, per-
83 Fratura do pólo proximal pendicular ao traço de fratura, utilizando, para isso, um
84 Fratura-luxação do carpo guia em T, como mostra a figura 2. Em um paciente com
85 Fratura cominutiva
fratura do 113 proximal do escafóide, o parafuso foi pas-
C Fratura com união retardada sado de proximal para distai. Testamos a estabilidade da
síntese após a colocação do parafuso e fizemos exame ra-
D Pseuda rtrose
diográfico de controle.
01 União fibrosa
0 2 - Pseudartrose esclerótica Aplicamos uma goteira gessada antebraquiopalmar
e incluímos o polegar, deixando a articulação interfalan-
giana livre por período de 15 dias, após os quais retira-
mos, juntamente com os pontos. Iniciamos, nesse mo-
30 Rev Bras Ortop- Voi. 26, N?s 1-2- Jan/ Fev, 1991
USO DO PARAFUSO DE HERBERT NO TRAUMA DO ESCAFÓIDE POR VIA DE ACESSO DORSAL
TABELA2
Avaliação dos resultados segundo os critérios:
radiogréfico, clinico, satisfação do paciente e nota atribufda
Separando os pacientes com pseudartrose do grupo ximal, ou até necrose, conseguimos consolidação óssea e
2, verificou-se consolidação ao raio-X em 84,61 Ofo. revascularização do pólo necrótico após osteossíntese rí-
Como complicação, tivemos um paciente com neu- gida.
ropraxia do nervo radial superficial, provavelmente por Os bons resultados obtidos e a facilidade da técnica
tração dos afastadores, a qual regrediu completamente da cirurgia de Matti-Russe levou muitos autores a indicá-
após 60 dias. la em todos os tipos de pseudartrose; Brahin (1984) <2> se-
lecionou casos de pseudartrose associada à instabilidade
Uma paciente do sexo feminino mostrou grande in- cárpica e obteve apenas 50% de consolidação; outros au-
satisfação pela cicatriz e pelo defeito ósseo verificado na tores, observando os pobres resultados obtidos nas pseu-
região doadora de enxerto, na crista ilíaca, mas ficou sa- dartroses associadas à instabilidade cárpica, propuseram
tisfeita com o aspecto funcional do punho; assim, consi- o uso de fixação interna com fios de Kirschner na cirurgia
deramos seu resultado como satisfatório e assintomático. de Matti-Russe como fator de estabilização e melhora dos
resultados finais <32•35 •38>.
Nas pseudartroses do escafóide, o tratamento com
DISCUSSÃO
enxerto córtico-esponjoso em cunha, interposto após res-
O tratamento cirúrgico das afecções traumáticas do secção dos cistos e da esclerose do foco de pseudartrose,
escafóide vem ganhando ênfase mais recentemente, após proposta por Segmuller (1973) (3 1), apresenta na literatura
a introdução dos conceitos de estabilidade das fraturas e grande variação na taxa de consolidação, estando entre
lesões ligamentares cárpicas <8•9 •11 •15 •29 •36•39> e da apresenta- 70% e 95% <10>, utilizando imobilização gessada por até 15
ção de trabalhos mostrando as alterações degenerativas dias no pós-operatório.
do carpo nas pseudartroses não tratadas com evolução de Essa significante variação na taxa de consolidação
mais de dez anos, principalmente as associadas à instabi- está relacionada com vários fatores: 1) seleção imprópria
lidade cárpica <29 •37>. dos casos, ou seja, pacientes com pólo proximal do esca-
A incidência de maus resultados no tratamento con- fóide muito pequeno e necrótico, pois o fragmento não
servador das fraturas de escafóide, principalmente quan- suporta a compressão e/ou tamanho do parafuso, so-
do associada à instabilidade cárpica, chegando em torno frendo fratura posterior e soltura da síntese, conforme
de 50%, segundo Herbert (1984) 05>, levaram muitos au- ocorrido no paciente 20; 2) posicionamento inadequado
tores a proporem redução e fixação interna como trata- do parafuso em relação ao traço de fratura, produzindo
mento de escolha <3•6 •13 •17 •18 •22 •23 >. J. Bõhler, citado no traba- forças de cisalhamento e tornando a síntese menos está-
lho de Lederman (1974)0 6>, recomendava o uso de osteos- vel, o que, com a mobilidade precoce do punho, pode le-
síntese com parafuso para as fraturas do escafóide com var a soltura do parafuso; 3) parafuso muito curto ou
diástase ou luxação cárpica. Sbazo (1988)< 29> preconizava muito longo; 4) má técnica de aplicação interfragmentá-
como essencial a redução anatômica para a boa evolução ria do parafuso; 5) nas pseudartroses, o enxerto córtico-
no tratamento das fraturas com desvio do escafóide. -esponjoso necessita ser compacto e a retirada dos cistos e
A osteossíntese com parafuso, desde que foi introdu- do tecido fibroso interposto deve ser cuidadosa, sem a
zida por Maatz (1953)0 9>, sofreu avanços, principalmente qual não se obtém um sistema rígido o suficiente parare-
no que se refere à estabilidade da síntese, com o uso das sistir às forças após a retirada da imobilização <2•10•31 >, fa-
técnicas de compressão interfragmentária e de parafusos lha esta observada no paciente 13.
de tamanho e configuração cada vez menores. Fernandez Encontramos, basicamente, duas vias de acesso ci-
(1990)< 10> afirma que a compressão no foco de fratura é rúrgico para o escafóide, descritas na literatura: a de Rus-
fator imprescindível para uma estabilidade duradoura, se (1951) <28>, via vo lar, e a dorsal ou dorsorradial, descrita
levando à consolidação, mesmo com o uso de imobiliza- por Me Laughlin (1954)<21>. Muitos autores utilizavam a
ção gessada por curto período no pós-operatório. via descrita por Russe, por julgá-la ser de morbidade me-
A ausência ou a fragilidade da compressão ao nível nor, principalmente para a irrigação do escafóide <28 •33 •35>.
de foco de fratura é apontada como principal causa na Botte & cols. (1988)<4 > demonstraram que tanto a via
falha do tratamento cirúrgico por osteossíntese com pa- de acesso volar como a dorsal podem ser utilizadas na os-
rafuso, nas fraturas do escafóide<7•10·m, sendo que mesmo teossíntese, sem comprometimento circulatório do esca-
nas fraturas em que há pouca vascularização do pólo pro- fóide; nos nossos pacientes com fraturas agudas instáveis
32 Rev Bras Ono p- Voi. 26, N ~s 1·2- Jan/ Fev, l991
USO 00 PARAFUSO DE H ERBERT NO TRAUMA DO ESC AFÓIDE POR VIA DE ACESSO OORSAL
do escafóide, encontramos, na sua quase totalidade, Herbert (1984)(1 5>, que, ao examinar a radiografia no fi-
comprometimento ligamentar e vascular do escafóide pe- nal do estudo, propõe quatro possibilidades quanto à
lo próprio trauma; assim, a via de acesso não influencia a consolidação. No nosso entender, só existem duas possi-
vascularização, pois esta já se encontra rota. bilidades, consolidado ou não consolidado. Na dúvida,
A dissecção cuidadosa em ambas as vias não pode os pacientes deveriam ser melhor estudados com tomo-
ser esquecida; nos nossos 25 pacientes operados por via grafias, para uma definição precisa.
dorsal, não tivemos em nenhum deles sinais de sofrimen- Radiograficamente, dois pacientes não apresenta-
to vascular decorrente do ato cirúrgico. A via dorsal nos ram consolidação, sendo que o de n? 13 evoluiu com sol-
permite ampla abordagem do escafóide e do foco de fra- tura do parafuso e reabsorção do enxerto ósseo, que se
tura, o que facilita a colocação em 90 graus com o traço fragmentou no pós-operatório, ao que atribuímos a falha
de fratura, potencializando o efeito de compressão e mi- de tratamento. O paciente 20 apresentou fratura e frag-
nimizando as forças de cisalhamento no foco. Já nas mentação do pólo proximal, havendo integração do en-
pseudartroses, o posicionamento ideal para o parafuso xerto ósseo apenas no pólo distai.
seria de 60 graus com as bordas de contato do escafóide
com o enxerto ósseo (figura 3).
CONCLUSÃO
A utilização do parafuso cortical de 2, 7mm pela téc-
nica de compressão interfragmentária (10•27 •31 •32> tem como A introdução do parafuso de Herbert por via dorsal,
inconveniente o tamanho da cabeça do parafuso, que com as modificações por nós introduzidas, acrescentada
muitas vezes fica saliente e necessita ser retirado após a da modificação do formato da cunha do enxerto ósseo,
consolidação óssea. traz grandes benefícios no tratamento da pseudartrose do
escafóide, sendo analisada do ponto de vista radiológico
Por outro lado, o parafuso de Herbert apresenta
(consolidação óssea e forma final do escafóide), como
pouca compressão interfragmentária quando aplicado
clínico (mobilidade articular do punho) e subjetivo (satis-
pela técnica original (34>. Para aumentar essa compressão,
fação do paciente ao tratamento). Vale a pena lembrar
utilizamos no ato cirúrgico uma pinça tipo Backhaus,
que o tempo de imobilização foi marcadamente menor
que, além de manter a redução, já faz compressão do fo-
que o proposto pelas técnicas clássicas de tratamento.
co de fratura (figuras 2 e 3). Não utilizamos a broca larga
(3mm) para fazer o furo inicial, de maneira que a parte
do parafuso proximal à chave, que é de maior diâmetro, REFERÊNCIAS
entra no osso fazendo leve pressão, aumentando a com-
I. Adams, B.D., Blair, W.F., Reagan , D.S. & Grundberg, A.B .:
pressão no foco de fratura.
Technical factors related to Herbert screw fixation, J Hand Surg
Após a retirada da imobilização, todos os pacientes {Amj 13: 893-899, 1988.
foram submetidos a cuidadoso programa de terapia ocu- 2. Brahin, B. & Allium, Y.: Les desaxations carpiennes d'adaptation .
pacional. No entanto, dos pacientes do grupo 2 com Ann Chir Main 3: 357-363, 1984.
pseudartrose, nenhum conseguiu, ao final do tratamento, 3. Bongers, K.J. & Ponsen, R.J .G.: Operative and nonoperative ma-
mobilidade articular do punho maior do que a já conse- nagement of fractures of the carpa! scaphoid. Five years experien-
ce. Neth J Surg 32: 142-145, 1980.
guida no pré-operatório, através de terapia ocupacional
4. Botte, M.J ., Mortensen, W.N ., Gelberman, R.H., Rhoades, C.E.
intensiva. Por isso, enfatizamos a terapia ocupacional
& Gellman, H .: Internai vascularity o f the scaphoid in cadavers a f-
pré-operatória, à qual submetemos todos os pacientes ter insertion of Herbert screw. J Hand Surg {Amj 13: 216-222,
com pseudartrose. 1988.
Na avaliação final dos resultados, utilizamos os cri- 5. Carter, P .R., Malinin , T .l. , Abbey, P .A. & Sommerkamp, T.G.:
térios clínicos e subjetivos propostos por Herbert The scaphoid allograft. A new operation for treatment o f the very
proximal scaphoid non-union or for the necrotic fragmented sca-
(1984)(1 5>, pois julgamos de extrema importância a fisio-
phoid proximal pole. J Hand Surg {Amj 14: 1-12, 1989.
logia articular do punho na avaliação do tratamento, tan-
6. Cooney, W.P ., Dobyns, J .H . & Linscheid, R.L. : Management
to para pseudartrose como para as fraturas do escafóide, fractures . Clin Orthop 149: 90-97, 1980.
critério este não observado na literatura para compara- 7. Cooney, W.P. , Linscheid, R.L., Dobyns, J.H . & Wood, M.B.:
ção com outras técnicas operatórias. Para a avaliação ra- Scaphoid nonunion: role of anterior interpositional bone grafts . J
diográfica, no entanto, discordamos da proposição de Hand Surg {Am} 13: 635-650, 1988.
Rov Bras Ortop - Voi. 26, N?s 1-2- Jan/ Fev, 1991 33
F.B . REIS, G. K0BERLE , N.M. LEITE & R.M. CICONELLI
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34 Rev Bras Onop- Voi. 26, N?s 1-2- Jan / Fev , 1991
Artroplastia total do quadril
com prótese sem cimento*
1
CARLOS R. SCHWARTSMANN , MONIK FRIDMANN 2 , PAULO LOMPA 1 , ALEXANDRE DAVID 1 , SÉRGIO ZYLBERSZTEJNl
IVO SCHMIDT , ARI UNGARETTI 1 , PAULO ROITHMAN 3, YORITO KISAK1 3, PAULO RUSCHEL3
1
TABELA 1 TABELA2
Diagnbstico pré-operatbrio Complicações transoperatbrias
possui um modelo cilíndrico de pistonagem diafisária. É ler<20>, já testadas em mais de 100.000 casos, confirmam a
alargado na região metafisária, na tentativa de preencher boa fixação acetabular.
toda a cavidade medular.
Amstutz O> considera o "acetábulo tipo screw ring"
A avaliação isolada do desempenho dos componen-
como o mais importante avanço obtido na experiência
tes nos 93 casos operados mostrou que a fixação acetabu-
com as próteses sem cimento. Galante critica o modelo,
lar rosqueada foi bastante satisfatória. Até mesmo nos
pois confronta com o desenho anatômico do cótilo: a fi-
casos da 1~ série (CS).
xação pode ser prejudicada se o anel permanecer extruso
O acetábulo rosqueado dá uma rígida fixação inicial e remover pouco osso. A fixação poderá ser eficaz se
e propicia a fixação biológica secundária (fig. 3). A afir- aprofundada, mas à custa de maior ressecção óssea.
mativa pode ser comprovada em peças ósseas, cadáveres,
no ato operatório e na avaliação radiológica dos pa- Para eliminar essa crítica procedente, o modelo C0-
cientes. -10 foi transformado em quase semi-esférico e as lâmi-
nas da rosca foram escalonadas, podendo penetrar no os-
A imagem radiológica do cótilo parece se tornar me-
so até 3mm de cada lado (fig. 3).
lhor a cada nova reavaliação. Em alguns casos, rebordos
metálicos extrusos foram recobertos pelo crescimento ós- Radiologicamente, o crescimento de osso entre as
seo de fundo e das paredes laterais de acetábulo. As pró- paredes do anel parece ser um fato. As radiografias e as
teses de Parhofer< 16>, Lord <10>, Mittelmeier0 1>e Zweyrnul- tomografias podem confirmá-lo.
Rev Bras Onop- Voi. 26, N~s 1-2- Jan / Fev, 1991 37
C.R. SCHWARTSMANN, M. FRIDMANN , P. LOMPA, A. DAV ID, S. ZY LBERSZTEJN, I. SCHMIDT, A. UNGA RETTI, P. ROITHMAN, Y. KISAKI & P. RUSCHEL
RESUMO INTRODUÇÃO
Os autores apresentam o relato de quatro pacientes Esta rara doença foi descrita pela primeira vez em
portadores de osteopetrose, enfermidade descrita por Al- 1904, apresentada à sociedade de medicina de Hamburgo
bers-Schõnberg em 1904. Observaram a evolução dos por um radiologista alemão, Albers-Schõnberg, que de-
quadris quanto à deformidade pouco relatada na literatu- nominou a entidade de "MARMORKNOCHENKRANKHEIT".
ra que é a coxa vara. Relatam que a deformidade em varo A descoberta, ao acaso, foi devida a um comerciante de
é o resultado de forças de stress sobre o colo femoral en- 26 anos que apresentava fratura no fêmur e história pre-
volvido pela doença e que a deformidade se verifica com gressa de outras fraturas sendo investigada e também ten-
o crescimento e o desenvolvimento dos pacientes, afas- do sido estudada por vários outros autores até sua morte,
tando-se assim a etiologia congênita. Estudando oito aos 49 anos. Subseqüentemente, investigou-se também a
quadris de quatro pacientes com osteopetrose no Hospi- mãe do paciente, que era portadora da enfermidade vi-
tal Municipal Jesus, verificou-se presença de coxa vara vendo até aos 80 anos<7•10 •11 >.
bilateral em todos os pacientes. O termo osteopetrose foi proposto por Rolla e
Karschner, de Los Angeles, em 1926. Casuccio relatou
SUMMARY em 1949 a existência de 100 casos na literatura. Em 1967,
estimava-se haver cerca de 400 casos de osteopetrose rela-
Behavior of child hip in osteopetrosis tados (7>.
The authors present jour patients with the disease A osteopetrose pertence a um grupo de doenças de
described by Albers-Schonberg in 1904. They observed desordem genética, caracterizando-se por apresentar au-
the evolution oj hips with coxa vara, a dejormity which is mento da densidade óssea, com anormalidades na remo-
not much rejerred to in the medica/ /iterature. They re- delagem, principalmente dos ossos longos.
por! that the varus dejormity is the result oj shearing
stress forces o ver the neck of lhe femur ajjected by the di- Duas formas são distintas: a osteopetrose jetalis,
sease and that the dejormity appears with the growth and que é herdada por gen recessivo, é mais grave e nunca
development oj the patients, therejore discarding the atinge a forma adulta; e a forma benigna, que é herdada
congenital etiology. The authors studied eight hips oj por um gen dominante, podendo atingir a fase adulta. A
jour patients with osteopetrosis at the Jesus Hospital and forma benigna está associada com a esclerose generaliza-
verijied the presence oj coxa vara in ali cases. da do esqueleto <8>.
A etiologia permanece obscura, sendo a consangüi-
nidade um dado relatado na literatura <2•6 •14>. A anormali-
dade esquelética básica é a falha de reabsorção da cartila-
gem calcificada e esponjosa primitiva que não é removida
• Trab. realiz. no Serv. de Ortop. e Traumatol. do Hosp. Munic. Je- durante a invasão vascular, resultando num excesso de te-
sus, Rio de Janeiro, RJ. cido osteocondral desorganizado <7>. A camada de cartila-
I. Chefe de Clínica e Coord. da Resid . Médica. gem calcificada na zona de transformação cartilaginosa
2. Médica Residente (R 3 ) . da placa de crescimento é excessivamente calcificada e
3. Médico Residente (R 2 ) . muito espessa <14>.
40 Rev Bras Ortop- Voi. 26, N?s 1·2- Jan / Fev, 1991
COMPORTAMENTO DO QUADRIL DA CRIANÇA NA OSTEOPETROSE
Osteoblastos e osteoclastos têm sido descritos como bém, paralisia facial e ocular. A osteomielite pode ser en-
aumentados, diminuídos e normais. Estudos biofísicos contrada no maxilar e na mandíbula. Autores referem
relatam que a estrutura molecular é preservada nos ossos também a ocorrência de raquitismo em crianças com os-
densos; entretanto, as fibras colágenas são, sem sombra teopetrose, tendo sido encontrados no Brasil, Costa Ri-
de dúvida, esparsas, contribuindo para a grande fragili- ca e Europa 0 3>.
dade<~·7>. As manifestações radiológicas principais são: anor-
malidades na remodelação óssea e diminuição do espaço
As manifestações clínicas variam de sinais e sinto- medular, esclerose e fratura patológica <3•4>.
mas, dependendo do grau individual de envolvimento;
quanto mais grave a doença, pior o prognóstico. Pode- Quadril
mos encontrar hepatoesplenomegalia, surdez, aumento Consulta à literatura específica não revela muitas in-
de gânglios linfáticos e cegueira por atrofia óptica e, tam- formações sobre uma das complicações da osteopetrose
Rev Bras Onop- Voi. 26, N?s 1-2- Jan/ Fev, 1991 41
P.C.M.S. PINHEIRO, S.M . BIANCO & A.C. P. RESENDE
Fig. 3-A
Fig. 3-C
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44 Rev Bras Orto p - Voi. 26. N?s 1-2- Jan / Fev. 1991
I
Notícias
X Rev Bras Ortop- Voi. 26, N?s 1·2- Jan/ Fev, 1991
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7. Os trabalhos deverão ser acompanhados de sinopse de , 13 . Quando as ilustrações enviadas tiverem sido publicadas
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mo em inglês. permissao para reproduzi-las.
8. Por "Resumo do Autor", compreende-se o resumo de 14. As legendas das ilustrações deverão ser feitas em papel
um trabalho científico, redigido pelo próprio autor e pu- separado e numeradas .
blicado ao mesmo tempo que o trabalho, depois de sua 15 . Fotos em preto e branco serão reproduzidas gratuita-
apresentação ter sido examinada pelo Editor. O resumo mente , mas a Revista se reserva o direito de estabelecer
deve recapitular sucintamente os fatos contidos no traba- o limite razoável quanto ao número delas ou cobrar do
lho e suas conclusões e chamar atenção para os novos autor a despesa decorrente do excesso . Fotos coloridas
dados do problema. (Código de boa prática em matéria serão cobradas do autor.
de publicações científicas - Tradução por Zeferino Fer- 16. Somente a Revista Brasileira de Ortopedia poderá auto-
reira Paulo, autorizada pela UNESCO, do "Code de bon rizar a reprodução dos artigos nela contidos.
usage · en matiêre de publications scientifiques", Buli 17. Serão fornecidas ao autor 20 separatas de seus artigos
UNESCO Bibl: (Paris) 17 ( 1) : 30-34 , 1963). publicados na Revista.
9. O artigo para publicação deverá conter, além do nome 18. O próprio autor deve indicar se o seu texto pertence à
do autor, os seus títulos principais e a procedência do categoria :
trabalho. a. "memórias científicas originais" ;
10. O autor citado será numerado e relacionado, em ordem b. "comunicações provisórias ou notas preliminares"
alfabética, na referência bibliográfica, de acordo com as ou
seguintes normas: c. "revisões de conjunto ou atualizações".
19. Sendo a Revista Brasileira de Ortopedia uma publicação
Livros
periódica, seguiremos o projeto de norma brasileira pro-
Número de ordem, ponto, sobrenome do autor, vírgula, posto pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, na
letras iniciais de seus nomes, dois pontos, título do capí- sua publicação "Normalização de Documentação no
tulo, ponto e vírgula, autor do livro, se diferente do Brasil".
capítulo, ponto e vírgula, título do livro (em grifo) , vír- 20. Os casos omissos serão resolvidos pela Diretoria da Revis-
gula, local da edição, vírgula, editor, vírgula, data da im- ta .
pressão, ponto, número do capítulo, vírgula, páginas
inicial e final, ponto.
Ex .: A Revista Brasileira de Ortopedia circula anualmente nos
1. Casa Grande, P.A. & Frost, H.M.: "Pie zambo", in meses de jan.-fev., março, abril, maio , junho, julho, agosto, se-
Fundamentos de ortopedia cUnica, Barcelona, tembro, outubro e nov.-dez., formando um volume.
Salvat , 1955 . Cap . 8, p. 147-149. Tiragem ....... .. . . ...... . ... .. . ... . .. . .. .. .. ..... 5.000
Preço do exemplar . .... . . ...... . .. .. ....... .. Cr$ 1.600,00
Artigos Assinatura
Número de ordem, ponto, sobrenome do autor, vírgula, Assinatura anual, inclusive porte, pagamento adiantado:
letras iniciais de seus nomes, seguidas de ponto (o que Brasil .... .. .... . . . . . . . . .... . ... . . . . . . . Cr$ 10.000,00
se repete para cada co-autor, intercalando vírgula), dois Exterior . .... ............. . . ... ........ ... US$ 60.00
pontos, título do trabalho, ponto. Os artigos de periódi- Pagamento
cos devem incluir: nome abreviado do periódico (grifa- Todos os cheques e outras formas de quitação deverão ser
do), segundo o "Index Medicus", número em arábico do pagáveis à Redprint Editora Ltda.
-
EVOLUÇÃO NO TRATAMENTO DA DOR E DA INFLAMAÇÃO
Sempre que a pesquisa científica O outro aspecto diferencial de Nisulid
permitir a evolução dos conhecimentos é a inibição da biossíntese das
técnicos ou dos produtos existentes, o ser prostaglandinas, entretanto, não afeta a
humano é beneficiado. síntese das PGE2 e PGI 2 de ação
gastroprotetora, proporcionando uma boa
Pensando assim, a Labofarma está tolerabilidade.
lançando Nisulid (Nimesulide), uma
molécula original com propriedades
antiinflamatória, analgésica e
antipirética. Pelo fato de apresentar um
grupo funcional sulfononilídico difere da
maior parte dos antiinflamatórios não
hormonais (AINH) disponíveis.
Em termos de terapêutica
antiinflamatória, trata-se de uma
evolução porque possui propriedade anti-
radicais livres de oxigênio. Os radicais
livres derivados do oxigênio são moléculas
altamente reativas e tóxicas, e quando
geradas em excesso provocam lesão celular.
A pesquisa comprova a importância
do excesso de radicais livres de oxigênio ÁC IDO
NIMESU LIDE
CON TROLE ACET IL
o; no desenvolvimento do processo SALI CiLI CO
NIMESULIDE O, I mM
V= l,l nm o102fmin V= 2,0nmol0i / min
Labofarma
Uma divisão da Degussa s.a.
-------~--~----------~-----------------------------------------
. Maiores informações à disposição no Depto. Médico Labofarma • Nisulid já aparece na edição 90/ 91 do D.E.F., pg. 379.
1 únlea
eápsulallllírfa
Maxicomodidade
Maxiproteção gástrica
Maxieconomia
•Artrlt.
• Osteoartrlu
• Osteoarlrou
:~~··
• TriiUIIIGflsnloS
Apresentação:
Embalagem com IO cápsulas
Composição : Cada cápsula contém: Diclofenaco sódico 100 mg. Indicações: Como antiinflamatório. analgésico e antipirético. Contra-indicações: AATAEN não deve ser utilizado por pacientes com úlceras pépticas. gastrites e duodenites. Ouso do
produto é também contra-indicado em pessoas com reconhecida hipersensibilidade ao diclofenaco. assim como naqueles pacientes alérgicos cujas crises de asma e/ou rinite são desencadeadas ou agravadas pelo uso de salicilatos e outros
medicamentos inibidores da síntese de prostaglandinas. Precauções: Em tratamentos prolongados deve-se controlar periodicamente o hemograma e as. funções renal e hepática. Como as prostaglandinas têm grande importância na manutenção do
fluxo sangüíneo renal. o produto deve ser empregado com cautela em nefropatas. cardiopatas. pacientes em uso de diuréticos e após grandes cirurgias. E igualmente recomendável cautela ao prescrevê-lo a idosos. em especial. aqueles que tenham
função renal prejudicada e em uso de diuréticos e beta·bloqueadores. Em pacientes grávidas. o produto só deverá ser prescrito em casos de extrema necessidade. Essa recomendação é especialmente aplicável nos três últimos meses de gravidez. pela
possibilidade de ocorrerem alterações na motilidade uterina e/ou fechamento prematuro do canal arterial. Épequena a quantidade de diclofenaco eliminada no leite materno. podendo. no entanto. ocasionar efeitos indesejáveis sobre o lactente.
Conseqüentemente. é aconselhável que mulheres que estejam amamentando abstenham-se de usar o produto. Interações medicamentosa : Odiclofenaco. tal como outros anti inflamatórios não-hormonais. interage com anti-hipertensivos e diuréticos.
provocando. no primeiro caso. hipertensão e. no segundo. anulação do efeito diurético com exacerbação de insuficiência cardíaca e hipertensão. A utilização de diuréticos poupadores de potássio deve ser acompanhada de controle da potassemia. pois
esses agentes. combinados aos antiinflamatórios não-hormonais, podem ocasionar auniento de potassemia em insuficiência renal aguda reversível. Não existem relatos de interações significativas entre o diclofenaco e anticoagulantes, assim como
entre aquela substância e os antidiabéticos orais. A utilização de antiinflamatórios não-Hornionais, menos de 24 horas após ou antes de tratamento com metotrexato, pode ocasionar elevação dos niveis
séricos dessa ultima droga e aur11entai sua toxicidade. Odiclofenaco aumenta os níveis plasmáticos do lítio. por prejudicar sua excreção renal. Reações adve"'as: Embora possam ocorrer reações
adversas em cerca de 30% dos pacientes tratados com diclofenaco. essas reações são em geral pouco importantes. somente obrigando à interrupção do tratamento em menos de 1% dos casos. As
reações adversas mais comuns envolvem o aparelho gastrintestinall13.5 · 25%1 e o sistema nervoso 11 · 9%1:- No aparelho gastrintestinal- náuseas. vômitos. epigastralgia. diarréia. sangramento
gastrintestinal, alterações na função hepática. exacerbação de colite ulcerativa. casos isolados de úlcera péptica com perfuração; - No sistema nervoso- cefaléia, vertigem. insônia. sonolência,
MERCK
agitação. convulsões. Existem rBiatos, pouco freqüentes, das seguintes reações adversas;- Erupções cutâneas, fenômenos de hipersensibilidade (bronco-espasmo, reações anafiláticas ou anafilactói- MERCK S/A. Indústrias Químicas
des), edema. eritema multiforme. fotossensibilização. insuficiência renal aguda. hematúria. nefrite intersticial. síndrome nefrótica. trombocitopenia. leucopenia. agranulocitose. anemia aplástica. Estrada dos Bandeirantes, 1099
anemia hemolitica e sindrome de Stevens Johnson. CEP 22710 - Rio de Janeiro- RJ