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Potencial Paisagístico Da Vegetação Nativa Do Cerrado para Uso em Espaços Urbanos
Potencial Paisagístico Da Vegetação Nativa Do Cerrado para Uso em Espaços Urbanos
Potencial Paisagístico Da Vegetação Nativa Do Cerrado para Uso em Espaços Urbanos
urbanos
Resumo
O uso de espécies nativas tem sido defendido em projetos de recomposição florestal, conservação,
implantação de parques, projetos de arquitetura paisagística e até arborização urbana. No entanto,
a disponibilidade comercial em larga escala desses vegetais em viveiros, produtores e fornecedores,
em geral, é muito restrita. Este estudo reuniu informações de fontes referenciais sobre a flora do
Cerrado para selecionar um rol de espécies com potencial para uso em paisagismo, aumentando a
representatividade da flora nativa nos projetos de áreas públicas urbanas. Considerando as crises
hídricas recorrentes, o uso da flora do cerrado com suas características de resistência ao estresse
hídrico, pode promover a biodiversidade e a diminuição de manutenção, sobretudo em jardins
públicos.
Abstract
The use of native species has been defended in projects for forest restoration, conservation,
implementation of parks, landscape architecture projects and even urban afforestation. However, the
large-scale commercial availability of these vegetables in nurseries, producers and suppliers, in
general, is very restricted. This study gathered information from reference sources about the flora of
the Cerrado to select a list of species with potential for use in landscaping, increasing the
representation of native flora in urban public area projects. Considering the recurrent water crises,
the use of the cerrado flora, with its characteristics of resistance to water stress, can promote
biodiversity and reduce maintenance, especially in public gardens.
INTRODUÇÃO
Figura 1. À esquerda, jardins do holandês Piet Oudolf no High Line Park, em Nova Iorque
em 2008 e à direita jardins de sequeiro da UnB, de Júlio Pastore, coordenador do projeto do
ICC (Instituto Central de Ciência), no Campus UnB Darcy Ribeiro, em Brasília em 2020
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS
Acanthaceae
Ruellia geminiflora1 2 3 ipecaconha3 Atp1 2, C lp1 3, C sj1 3, C Sub1 2 3
xipecacuanha-de- rup1 3, Crr lt1 3, Sa1 2,
flor-roxa 3 B mt cl2
Annonaceae
Duguetia furfuracea2 3 4 marolo2 C sj3, B mt gal2 3, Crst,2 Arb2 3 4
marolinho3 aticum2 3 Crr2, Camp3, S3
araticum-miúdo 4
Apocynaceae
Prestonia erecta1 2 C sj2, Cr st 2, Crr 2 Sub2
Asteraceae
Chresta sphaerocephala1 João-bobo2 Atp1, Cr lt1, Cr2, Crr2, Arb1 2
chapéu-de-couro2 C sj2, C rup st2
Convolvulaceae
Merremia tomentosa2 3 velame-trepador3 C lp2, C sj2, C um2, Sub2 3
Crup2, Camp3, S 3
Fabaceae
Desmodium subsecundum1 amores-do-campo3, Crr lt,1 Mt gal,1 2 Fl est Arb 1 Sub 1
carrapicho3 sem,1 Crr,2 Cr lt, 2 Vr,2 Herb 2
Desmodium discolor 2 3 4 marmelada-de- Camp,3 S,3 B mt3 Arb 3 4
cavalo3, carrapicho-
grande4
amor-agarradinho4
amoroso 4
Calliandra dysantha1 2 3 flor-do-cerrado2 C rup,1 2 Cr lt,1 2 Caa Sub1 2 3
flor-de-caboclo³ st,2 C lp,1 Camp,3 S 3 Arb 1
treme-treme³
Mimosa sensitiva¹ ² Atp,1 2 C rup,1 2 Cr lt,1 2 Arb 1 2
Caa st,1 Fl cl ou Fl Sub 1
gal,1 Fl fm,1 Fl est dec,1
Fl est sem,1 Fl omb,1
Rest1
Senna pendula var. B mt gal2, Cr lt1 2, Crr2, Arb1 2
glabrata1 2 Vr2, C rup1, Fl cl ou Fl
gal1, Fl omb1, Rest1
Senna rugosa1 2 C lp2, C sj2, Mt gal2, Arb1 2
Cr lt1 2, Crrc2, Ve2 Sub1
Stylosanthes scabra1 2 3 Alfafa-do-nordeste2 Atp1 3, C lp1, C rup1 2, Herb1
alfafa-do-campo 3 C alt1, Sa1, Sub1 2 3
meladinho 3 Fl est dec1, Fl est
sem1, Cr lt1 2, Rest1,
Caa st1, Camp3
Gentianaceae
Deianira nervosa1 2 3 raiz-amarga3, fel- C lp1, 2 C sj2, C rup1, Herb1 2 3
da-terra3, flor-de- B mt gal2, Cr st 2, Cr lt
são- 1, Fl cl ou Fl gal1, V
Lythraceae
Cuphea linarioides2 3 B mt gal2, Cr st2, C rup Sub2 3
lt2, Camp3, S3
Byrsonima basiloba1 2 murici2 C lt1, Cr st2, C sj2, Clp2, Arb 1
C mur2, C rup lt2 Sub 2
Marantaceae
Maranta leuconeura1 2 B mt gal2, Fl cl ou Fl Herb1 2
gal1, Fl est sem1, Fl
omb1, Mta cl2,
Myrtaceae
Eugenia punicifolia1 2 3 cereja-do-cerrado3 C rup1, Fl est sem1, Cr Arb1 2 Sub13
lt1, Camp1, Rest1, Arvt 3
Caa st1, V rup1
Eugenia klotzschiana1 2 3 pera-do-campo3 Cr lt1, Cr st2, Camp2 3, Sub2 3 Arb 1
pera-do-cerrado2 S3
cabacinha-do-
campo3
Orchidaceae
Eulophia alta1 2 Atp1 2, C sj1 2, C lp1, Herb 1 2
Crlt1 2, Fl cl ou Fl gal1,
Rest1, Atp1, V aquat1
Epistephium sclerophyllum1 manto-de-nossa- C lp1 2, C rup1, C sj2, Cr Herb 1 2 3
23
senhora3 lt1, Cr st2, Camp3
Orobanchaceae
Buchnera juncea1 2 C lp um2, C rup lt2, C Herb1 2
rup1, Brj2, Vr2, Atp2, Sub1
Cr lt1, C várz1, C lp1
Poaceae
Loudetiopsis chrysothrix1 2 3 brinco-de-princesa3 C lp1, C sj2, C rup lt 2, Herb1 2 3
capim-flechinha3 C rup 1, Cr st 2, Cr lt1,
trigo-da-felicidade3 Crrc2, Vr 2, Camp3, S3
Rubiaceae
Sipanea hispida1 2 3 C sj2, Brj2, Cr st2, Crr2, Herb 1 3 Arb 1
Cr lt1, Fl cl ou Fl gal1, Liana/volúvel/t
Fl fm1, Sa1, V rup1, rep 1 Sub 3
Camp3
Rutaceae
Hortia oreadica1 2 para-tudo 2, quina 2, C rup1 Cr lt1 Cr st2 Arb1 2
quina-do-campo 2
Tabela 1. Comparação das informações fornecidas através das publicações dos autores: (1) FLORA
DO BRASIL (2020); (2) MEDEIROS (2011); (3) DURIGAN (2018); BOKOS (2001); (4) LORENZI
(1949). Legenda: Atp = Área Antrópica, C alt = Campo de Altitude, C rup=Campo rupestre, C lp=
Campo Limpo C lp um= Campo limpo úmido, Cr lt =Cerrado (Lato sensu), C pn = Campinarana, C
sj = Campo sujo, Cr st = Cerrado (stricto sensu), Crr lt = Cerradão (lato sensu), Crrc = Carrasco, Crr
= Cerradão, Fl est sem = Floresta estacional semidecídua, Vr = Vereda, Caa lt= Caatinga (lato
sensu), Caa st = Caatinga (stricto sensu), Fl fm= Floresta de terra firme, Fl est dec = Floresta
Estacional Decidual, Fl omb dec = Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Fl omb mta = Floresta
Ombrófila Mista, C lp um = Campo limpo úmido, C lp um = Campo limpo úmido, Cr lt = Cerrado (Lato
sensu), Cr rl = Cerrado ralo, Sa= Savana Amazônica, Mt ga = Mata de galeria, B mt cl = Borda de
mata ciliar, B mt gal = Borda de mata de galeria, C sj rup = Campo sujo rupestre, Camp = Campestre,
S = Savânico, C rup lt = Cerrado Rupestre (lato sensu), C rup st = Cerrado Rupestre (stricto sensu),
B mt = Borda de mata, Rest = Restinga, V aquat = vegetação aquática, C várz = Campo de várzea.
DISCUSSÃO
Apesar do pouco uso das espécies nativas do cerrado, constatou-se uma grande
variedade de elementos, portes e expressões plásticas, capazes de propor uma
estética singular, adaptadas ao clima e solo da região e com desempenho
ambiental compatível com os recursos escassos para manutenção em áreas
públicas.
O projeto paisagístico é em si uma forma de divulgação e conhecimento
capaz de difundir a necessidade de valorização da flora nativa do Cerrado,
fomentando a cadeia produtiva e prestando um serviço de grande valor para a
proteção da biodiversidade local.
REFERÊNCIAS