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Aula TCC Casais e Familia

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TCC para Casais e famílias

KELLY PAIM
Visão Geral da TCC para Casais e Famílias

ALBERT ELLIS - Atribuições da TCC nos relacionamentos


íntimos (anos 60)

Disfunção no relacionamento ocorre quando os indivíduos:

• Abrigam crenças irracionais ou irrealistas sobre seus


parceiros e sobre o relacionamento;
• Fazem avaliações negativas quando o parceiro e o
relacionamento não correspondem às expectativas
irrealistas.
Visão Geral da TCC para Casais e Famílias

A B C
Activating Belief Emotional
Event Consequence

A ênfase de Ellis na cognição individual e na natureza


geralmente linear desse modelo, em que crenças
irracionais mediavam as reações emocionais e
comportamentais individuais aos eventos da vida, era
vista como incompatível com uma abordagem
familiar sistêmica.
Visão Geral da TCC para Casais e Famílias

Os princípios e as técnicas comportamentais usados com


sucesso no tratamento individual também começaram a ser
aplicados a casais e famílias disfuncionais. Por exemplo,
Stuart (1969), Liberman (1970), Weiss, Hops e Patterson
(1973) .

Uso do Condicionamento operante e procedimentos de


contingência para ajudar pais no manejo e controle de
comportamentos agressivos dos filhos. Por exemplo,
MecNeal, Hawkins e Phelps (1967).
Visão Geral da TCC para Casais e Famílias

A abordagem operante oferecia sólido apoio empírico e


se tornou popular entre os terapeutas de orientação
comportamental, mas ainda recebia pouco
reconhecimento dos terapeutas de casal e família.

As abordagens comportamentais compartilhavam com


as abordagens familiares sistêmicas um foco no
comportamento observável e nos fatores que o
influenciam nos relacionamentos interpessoais.
Entretanto, haviam diferenças fundamentais que não
tornavam atrativas as terapias comportamentais para
terapeutas de casais e família.
Visão Geral da TCC para Casais e Famílias

Treinamento das
habilidades de
Aproximação da Terapia
comunicação e
Comportamental para
resolução de
Casais e Família com a
problemas .
Terapias Sistêmicas.

Desenvolvimento de
abordagens mais
abrangentes para
modificar as
interações familiares.
Visão Geral da TCC para Casais e Famílias

Só no final da década de 1970 as cognições foram


introduzidas como um componente do tratamento
dentro de um paradigma comportamental.

A avaliação cognitiva e os métodos de intervenção


derivados da terapia individual foram adaptados
para o trabalho com casais a fim de identificar e
modificar cognições distorcidas que os parceiros
experiencivam um sobre o outro.
(Baucom e Epstein, 1990; Dattilio e Padesky, 1990)
Visão Geral da TCC para Casais

Mais recentemente, um estudo apontou que


68,7% dos terapeutas familiares dos EUA
declararam que com frequência usam a TCC em
combinação com outros métodos (Psychotherapy
Networker, 2007).
“O que você percebe seletivamente e o que você
cuida são o que compõe a sua experiência.”

William James, filósofo do Século XIX


Conceitos

PROCESSOS COGNITIVOS

Percepções:
 Influenciam na maneira como interagimos e como
percebemos o outro/família/cônjuge.
 Podem ocorrer vieses perceptuais.
TCC para Casais: Conceitos

PROCESSOS COGNITIVOS

Percepções:
 O Modelo Cognitivo propõe que o conteúdo das
percepções e inferências do indivíduo é moldado
por esquemas cognitivos.
Unidade básica da
Esquemas
personalidade

Estruturas responsáveis pelo


processamento da informação
ESQUEMAS
MENTAIS

Julgamentos
tendenciosos

Erros de Afeto e
processamento Comportamento
repetitivos Disfuncionais
Conceitos

PROCESSOS COGNITIVOS

 Baucom e Epstein (1990 e 2002), desenvolveram


tipos de processos cognitivos que podem
influenciar negativamente nos relacionamentos:
1. Atenção Seletiva

Tendência do indivíduo a perceber apenas


alguns aspectos que ocorrem na relação
com o parceiro e negligenciar outros.
2. Atribuições

Inferências sobre os fatores que tem


influenciado as ações de um parceiro.

Exemplo: concluir que o parceiro negou-se a


conversar porque não tem mais interesse
na relação.
3. Expectativas

Previsões sobre a probabilidade de que


eventos particulares venham a ocorrer no
relacionamento.

Exemplo: esperar que expressar os


sentimentos com relação ao parceiro
resultaria em deixá-lo zangado.
4. Suposições

Crenças sobre as características gerais das


pessoas e dos relacionamentos.

Exemplo: suposição de uma esposa de que


os homens não necessitam de ligação
emocional.
O componente dos Esquemas
na TCC para casais e família

A construção da relações amorosas se


dará a partir do entrelaçamento dos
esquemas mentais do par conjugal.
A união desses esquemas constituirá
a dinâmica das relações familiares e
os Esquemas dos filhos.
Família de origem A Experiências Família de origem B
de vida

Crenças sobre si, Crenças sobre si,


União: crenças
sobre o sobre o
conjuntas como
casamento e casamento e
resultado da mistura
vida familiar vida familiar
das experiências de
vida e das crenças
individuais

Esquema familiar
atual
Necessidades
emocionais
básicas
não satisfeitas

Experiências de ESQUEMAS
vida precoces INICIAIS
traumáticas DESADAPTATIVOS

Temperamento
Emocional
( (Young, 2003)
Os Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs)
são estruturas interpretativas extremamente
estáveis, duradouras e rígidas que geram
sofrimento e comportamentos disfuncionais
em um grau significativo.

(Young, 2003)
Necessidades Emocionais Básicas

1. Pertencimento e Aceitação
2. Autonomia e Competência
3. Limites Realistas
4. Respeito às Necessidades Individuais
5. Expressão Emocional Legítima
Perguntas sobre Apego na relação
• Posso contar e acreditar em você?

• Está disponível para mim?

• Você vai ajudar quando eu precisar?

• Eu importo para você?

• Sou valorizado e aceito por você?


PROCESSOS ESQUEMÁTICOS
Estilos de Enfrentamento
MANUTENÇÃO/RESIGNAÇÃO
Distorções Cognitivas
Comportamentos Autoderrotistas

EVITAÇÃO Vida
Evitação Cognitiva
Evitação Afetiva conjugal e
Evitação Comportamental familiar

COMPENSAÇÃO
Cognição e Comportamentos
opostos para obscurecer
os esquemas
TERAPIA DO ESQUEMA com CASAIS

Kelly Paim
“DE ALMAS SINCERAS A UNIÃO SINCERA NÃO
HÁ NADA QUE IMPEÇA. AMOR NÃO É AMOR
SE QUANDO ENCONTRA OBSTÁCULOS SE
ALTERA OU SE VACILA AO MÍNIMO TEMOR...”

(WILLIAM SHAKESPEARE, SONETO 116)


28

Busca por Relações que trazem


relacionamentos prejuízo e
satisfatórios sofrimento

O que acontece então?


RELAÇÕES ÍNTIMAS

VULNERABILIDADE HUMANA
Reações instintivas, emoções primárias, papel
evolucionista

Necessidade inata de vínculo e


pertencimento ao grupo;
Necessidade de estimular afeto positivo na
mente dos outros;
SISTEMA DE DEFESA-AMEAÇA
O aprendizado emocional de dor e perigo leva a
nos comportarmos de maneira surpreendente,
irracional e até mesmo autodestrutiva. Amar
não impede alguém de agir sem levar em conta
os sentimentos do outro.

(Stevens, 2016)
Quais as emoções você mais sente na
sua relação?
Quais os julgamentos que você mesmo
faz dessas emoções?
Necessidade de validação Normalizando emoções e
emocional reconhecendo suas funções
A aprendizagem emocional carece de palavras,
mas sempre vai ser sentida como verdadeira;

ela é como uma pessoa misteriosa, com muitos


segredos e pouco conhecida, mas de alguma
forma familiar e muito atraente.

(Stevens, 2016)
❖ A Terapia do Esquema entende os problemas
interpessoais adultos como resultado de
esquemas formados da Infância.

❖ Como se estrássemos numa maquina do


tempo, um adulto torna-se uma criança
novamente.

(Simeone-DiFrancesco, et al., 2015)


Uma situação atual faz reviver sentimentos,
avaliações e reações de uma criança aflita

MODO CRIANÇA
38

Estudos apontam que problemas na estruturação da


personalidade estão por trás das dificuldades
conjugais
(Benjamin, 1996; Yoosefi, et al.,, 2010; Stroud, et al., 2010; Najarpourian, et
al., 2012; Cohen et al., 2013; Kolla et al.,2013; Hengartner, et al., 2014)

A associação entre os EIDs e problemas nos


relacionamentos conjugais vem sendo estudada e
confirmada em estudos de âmbito internacional
(Calvete, Estevez & Corral, 2007; Crawford & Wright, 2007; Messman-Moore
& Coates, 2007; Wright, Crawford, & Del Castillo, 2009; Khosravi, Attari &
Rezaei, 2011; Paim, Madalena & Falcke, 2012; Paim & Falcke, 2014)
“Renunciar a um esquema é
abrir mão de quem se é ou
de como é o mundo”
(Young, 2003)
Pontos importantes para o entendimento dos
estilos de relacionamento

• A saúde e a doença que se alimentam;


• O legado;
• A busca pelo amor incondicional;
• Tentativa de corresponder demandas não
cumpridas
• A química do cérebro ligada ao esquema;
A Química dos Relacionamentos

• Paixão x Compromisso amoroso


• Química emocional e sexual desequilibrada
• Idealização do parceiro;
• Indisponibilidade do parceiro desejado.
42

 A busca pela coerência cognitiva e perpetuação


dos EIDs, frequentemente, levam a uma forte
atração por relações que mantenham sensações e
crenças familiares.

 As escolhas amorosas e a permanência em


relacionamentos danosos podem estar baseadas
na química do Esquema

(Young et al., 2003; Simeone-DiFrancesco, et al., 2015)


Química esquemática

(Stevens & Roediger, 2017)


Qual a necessidade
emocional ligada a sua dor?
Pense em uma
situação com o seu
parceiro que tenha Qual a
lhe gerado dor necessidade não
suprida?

Como você busca


diminuir a dor?
Qual a intenção
comportamental?
Estilos de Enfrentamento nas relações

Hipercompensação

 Necessidade extrema e desesperada de


satisfação;
 Escolhas amorosas baseadas em idealizações
e expectativas exageradas;
Estilos de Enfrentamento nas relações

Resignação
 Avaliações derrotistas sobre si, sobre a relação e
sobre o parceiro;
 Escolhas amorosas pouco criteriosas que vão na
direção das crenças e sensações dos esquemas;
 Passividade e pouca iniciativa resolutiva na
relação.
ESTILOS DE ENFRENTAMENTO NAS RELAÇÕES
Evitação

 Isolamento e distanciamento emocional.


“Tudo o que fazemos faz sentido emocional profundo,
mesmo quando o motivo esteja fora da nossa
consciência”.

(Ticic et al, 2015)


Reconhecimento do valor
adaptativo do esquema / sintoma

Validação / Aceitação
Terapia do Esquema para casais
ENTENDER:
QUAL É O PERIGO?

Quais necessidades não estão Quais memórias estão Quais os modos defensivos
sendo suprida na relação? sendo ativadas? estão sendo usados?
Quanto mais medo e sofrimento

MAIS NECESSIDADE DE ALÍVIO


PROTEÇÃO

MAIS MODOS DE
ENFRENTAMENTO
DESADAPTATIVOS
❖ A ativação dos modos é ainda mais percebida nas sessões de
terapia de casal;

❖ A intensidade das reações e a identificação precisa de cada


modo são desafios para o terapeuta;

❖ A possibilidade de perceber a interação esquemática no aqui e


agora é uma grande oportunidade.
Modelo Básico dos Modos Esquemáticos

MODO
ADULTO
SAUDÁVEL
MODO PAIS
MODOS INFANTIS
INTERNALIZADOS
INATOS
Dissonância (pensamentos críticos,
(emoções básicas)
exigentes e punitivos)

MODOS DE
ENFRENTAMENTO
DESADAPTATIVOS
55

O CICLO ESQUEMÁTICO CONJUGAL

• A dinâmica conjugal tende a acontecer de forma


que contribua para a manutenção dos EIDs do
indivíduo.

• Modos desadaptativos usados diante da ativação


esquemática, que normalmente acontece pela
revivência de privações emocionais nas relações
primárias, fazem com que os EIDs do(a) parceiro(a)
também sejam ativados.
FOCO NA EMOÇÃO

Ponto de Padrão
partida
Queixa/problema relacional
Ativações emocionais

EIDs pessoais e
ciclo esquemático
Exercício de acesso por imagem
Eduardo
distraído e filho
se machuca

EDUARDO
MÔNICA Esquema de Abuso
Esquema de Privação emocional MODO PROTETOR DESLIGADO
MODO CRIANÇA ZANGADA Joga e assiste Tv
Grita e chora MEMÓRIA ATIVADA: explosão de
MEMÓRIA ATIVADA: Sozinha em raiva do pai quando alcançou a
casa com dor de barriga ferramenta errada

EDUARDO MÔNICA
Esquema de Abuso Esquema de Abandono e PE
MODO PROTETOR MODO HIPERCOMPENSATÓRIO
DESLIGADO ATAQUE
Sai para beber com os amigos Critica, ofende e bate
Buscar a função dos MODOS
defensivos

CHEGAR NAS CRIANÇAS AFLITAS E


VULNERÁVEIS
REVISAR O IMPACTO DOS MODOS DE
ENFRENTAMENTO DESADAPTATIVOS NA
RELAÇÃO

DISTANCIAMENTO DAS NECESSIDADES


Relação Terapêutica

• Terapia como uma relação real – calorosa,


genuína, empática.

• “Repaternalização Limitada”: modelo reparador


para cada parceiro, sem diminuir a ligação entre
eles ou “superar” o outro.

• Importância de uma ligação independente entre


os parceiros – uso de humor e informalidade.
Relação Terapêutica

• “Confrontação Empática Equilibrada” – trabalhar


igualmente com cada parceiro ao longo do tempo.

• No início do tratamento, para manter o controle,


fazer com que respondam direto ao terapeuta, não
ao parceiro; com o tempo, dar mais liberdade aos
parceiros para que interajam livremente e se possa
observar os padrões esquemáticos.
Relação Terapêutica

• Confrontar se algum parceiro negar responsabilidade


ou tratar o outro de forma abusiva.

• Observe como cada parceiro interage com você, isto


serve de informação adicional sobre os padrões
esquemáticos.

• Conter o conflito e garantir a segurança durante as


sessões.
FOCO NA EMOÇÃO

Observar a emoção que cada parceiro demonstra e


focalizar os comentários sobre o sentimento de cada
um.

Nos estágios iniciais, não dedicar muito tempo da


terapia em problemas práticos, exceto como
exemplos típicos de padrão de relacionamento.
Objetivos da Terapia do esquema para casais

Compreensão consciente e emocional dos processos


esquemáticos da relação
Aceitação das vulnerabilidades
Diminuição das sensações de medo, dependência
emocional e culpabilização. Aumento da compaixão
consigo e com o parceiro.
Repaternalização também pelo cônjuge
Desenvolvimento de estratégias assertivas na busca das
necessidades
O QUE A TERAPIA DO ESQUEMA PARA CASAIS PERMITE?

Oportunidade de trabalhar nos processos esquemáticos


no aqui e agora

Possibilidade de quebra da perpetuação esquemática


Possibilidade de mais relaxamento na relação e viver
um relacionamento íntimo diferente
Mais saúde emocional e “cura” dos esquemas
PRIMEIRA FASE

AVALIAÇÃO
O Contrato Inicial e a Primeira Entrevista

COLOCAR ORDEM NO CAOS

O início muito pouco é previsível, exceto a culpa


do outro nos problemas da relação.

“Eu seria feliz se o meu parceiro mudasse”


A Primeira Sessão

• Inicio na primeiro contato: (quem marca? Em qual


senário? Possíveis dificuldades)

• Primeira sessão: pistas significativas (como tratam o


terapeuta? Onde sentam? Quem inicia a fala? Quem
busca mais aliança com o terapeuta? Quem é o mais
resistente? Quais os modos ativados?

A primeira sessão pode durar de 60 a 90 min


A Primeira Entrevista

A pessoa mais resistente pode já estar


fortemente retirando-se do relacionamento.

PRIORIDADE
A Primeira Entrevista

Somente a pessoa que se sentir ouvida e


compreendida vai querer voltar na próxima
sessão.

Dividir com o casal a primeira impressão


A Primeira Entrevista

“Eu fiquei com a impressão hoje, Mônica, que você está


mais convencida que a terapia vai ajudar. Mas fiquei
preocupada com você, Eduardo, uma parte de você não
parecia estar aqui. Por isso, a minha primeira tarefa é
encontrar uma maneira para que este processo seja útil
para você também. Então, inicialmente eu vou me dirigir
mais para você do que para Mônica. Eu espero que você,
Mônica, possa tolerar isso pelo relacionamento. Mas, por
favor, me sinaliza quando você se sentir abandona demais,
ok?”
74

Avaliação
FOCO do terapeuta:

 Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) pessoais;


 Comportamentos problemáticos (estilos de
enfrentamento);
 Ciclo Esquemático do casal.

PONTO DE QUEIXAS
PARTIDA ATUAIS
O terapeuta pode pedir permissão para trazer um
conflito atual para a sessão (Atkinson, 2012):

“Eu gostaria que vocês discutissem agora um conflito


atual não resolvido e perturbador por um período de
10 minutos, quero que tentem resolver esse tópico. Eu
irei apenas observar sem qualquer intervenção e
quando terminar o tempo nós conversaremos sobre a
experiência”.
Desde o primeiro momento pontuar como estão
lidando com os conflitos (todas as formas de
ataques devem ser pontuadas e entendidas)

Exemplo:
“Ana, você tinha um olhar bastante assustado agora. O
João foi bem duro sobre como é fácil resolver os seus
problemas. Você parecia temer a crítica dele. Foi isso
mesmo? Você Percebeu João? Qual era sua intenção com
aquela postura mais crítica?”
SEMPRE TENTAR COMPREENDER
AS NECESSIDADES POR TRÁS DOS
COMPORTAMENTOS
DESADAPTATIVOS
78
Segundo Behary e Young (2011), as principais
fontes esquemáticas para problemas nos
relacionamentos são:

➢ Parceiros não conseguem atender as necessidades emocionais


primordiais um do outro;
➢ Parceiros possuem EIDs que levam a uma hipersensibilidade e
distorções nas interações diárias;
➢ Parceiros não conseguem acessar emoções do Modo Criança
Vulnerável;
➢ Parceiros possuem EIDs e Modos de enfrentamento que se chocam e
levam a ciclos esquemáticos repetitivos e destrutivos.
É objetivo da avaliação ainda:

Identificar se é o momento para terapia de casal;


Necessidade de encaminhamento para programas
especializados (violência, dependência química...)
Encaminhamento para terapia individual (paralela ou
preparatória)
“Que bom que vocês chegaram até mim. Por causa
da situação, vocês estão muito reativos um com o
outro e com muitas dúvidas se querem prosseguir.
Eu acho que vocês precisam de algumas sessões de
terapia individual antes desse investimento na
terapia conjugal. Então, quando os dois estiverem
menos confusos e preparados, iniciaremos sessões
conjugais. Eu não posso garantir que, mesmo assim,
vocês melhorarão a relação, mas terão um melhor
senso para saber se este é um processo que poderá
ajudá-los.”
81

CONTRATO

Faz parte do acordo fundamental que proporciona uma


estabilidade de trabalho em relação a dois tópicos:

➢ Compromisso (colocar a relação em primeiro lugar)


➢ Não fazer mal
82

Infidelidade
Violência BARREIRAS
Negligência MUROS
Uso de drogas
Possíveis contraindicações
O estabelecimento do contrato para o
tratamento deve ser muito claro

Frequência e horário

Valores

Sigilo

CONTATOS EXTRA SESSÂO


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Etapa de Avaliação
 Interação na sessão e linguagem não verbal (sempre, pois depende
do modo ativado);
 Questionários esquemas e parental;
 Técnicas vivenciais – Mesmo roteiro do acesso individual (vídeo);
 Genetograma;
 Fotos e linha do tempo;
 Sessões individuais (cuidados importantes);
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A AVALIAÇÃO MAIS PROFUNDA PERMITE ENTÃO...

 Um visão sistemática e estruturada sobre os profundos padrões


emocionais e comportamentais dos cônjuges e da dinâmica do
casal;

 Que o terapeuta e os pacientes tenham um mapa claro dos


problemas do casal e das mudanças que precisam ser feitas;

 Que os parceiros entendam suas necessidades infantis e adultas


de forma adaptativa;
Ativações emocionais

EIDs pessoais e ciclo


esquemático
Dica

Avaliação dos modos


individuais antes da avaliação
do ciclo esquemático
Gatilho:

CÔNJUGE: CÔNJUGE:
ESQUEMA: ESQUEMA:
MODO: MODO:
REAÇÔES: REAÇÔES:
MEMÓRIA ATIVADA: MEMÓRIA ATIVADA:

CÔNJUGE: CÔNJUGE:
MEMÓRIA ATIVADA: MEMÓRIA ATIVADA:
ESQUEMA: ESQUEMA:
MODO: MODO:
REAÇÔES: REAÇÔES:
Vídeo:
Jeffrey Young avaliando o ciclo
esquemático na primeira sessão.
SEGUNDA FASE

MUDANÇA
91

 Auxiliar no desenvolvimento de novas estratégias


efetivas para aliviar sofrimento pessoal e do cônjuge;

 Focar na quebra de ciclos repetitivos da dinâmica do


casal.
• Usar técnicas cognitivas e experienciais individualmente
com os parceiros para curar esquemas.

• Ensinar os parceiros a satisfazer as necessidades


primordiais do outro (“repaternalização”).

• Ensinar os parceiros sobre os “gatilhos” dos esquemas e


sobre como trabalhar com eles.
• Ensinar os parceiros a mudar dos Modos Desadaptativos para
Modos Saudáveis, principalmente da Criança Zangada e
Criança Vulnerável.

• Ensinar o casal a não agravar os confrontos esquemáticos.

• Ajudar os parceiros a aumentar os comportamentos positivos.


TRABALHANDO OS MODOS ESQUEMÁTICOS
COM CASAIS

Após a psicoeducação sobre os Modos e entendimento do ciclo, os


seguintes passos devem ser realizados com objetivo de mudança:

1. Identificar situações gatilhos dos Modos Desadaptativos;


2. Desativar os Modos de Enfrentamentos disfuncionais (driblar) e
os Modo Pais internalizados (combater);
3. Chegar nos Modos Infantis e nas necessidades emocionais;
4. Reforçar o Modo Adulto Saudável;
5. Ativar o Modo Criança Feliz.
TRABALHANDO OS MODOS ESQUEMÁTICOS
COM CASAIS

1. Identificar situações gatilhos e EIDs que acionam o Modo


disfuncional do(a) parceiro(a)

❖ Típicos nas situações conflitos;


❖ Na semana;
❖ Na sessão.
TRABALHANDO OS MODOS ESQUEMÁTICOS
COM CASAIS

Rotular o Modo ativado pela situação gatilho;

Tentar chegar no modo criança vulnerável;

Qual memória de necessidade não suprida foi


ativada.
Exemplo:

“Paulo, o que aconteceu dentro de você agora?


Parece que você precisou desligar por um instante. O
que você sentia no momento em que Lara disse que
você não cuidava bem do seu filho?” O terapeuta
redireciona Paulo para a emoção do Modo Criança
Vulnerável, que ativou o Modo Protetor Desligado.
“Vamos voltar na cena? Eu gostaria que você
fechasse os olhos e descrevesse novamente a cena e
como se sente”.
• Ajudar cada parceiro a se tornar mais “consciente”
desses “gatilhos” para aumentar a percepção das
potenciais áreas de conflitos.

• Construir uma lista dos gatilhos.

• Identificar qual a reação de defesa (MODOS DE


ENFRENTAMENTO) de cada um.
• Usar “cartões lembretes” contendo os gatilhos mais
comuns de cada um.
• Quando um conflito surgir na sessão, apontar para o
parceiro o esquema que pode ter sido acionado.
• Identificar o gatilho e o esquema acionado, mostrar ao
parceiro o “cartão lembrete” correspondente.
• Peça ao parceiro outra perspectiva sobre a situação gatilho.
• Ajuda os parceiros a avaliarem as queixas válidas das
reações exageradas causadas pela ativação do esquema.
• Relacionar o conflito a exemplos ocorridos na infância e a
situações similares presentes na relação atual.

• Praticar maneiras de cada parceiro resolver a situação gatilho


no futuro; se for o caso, pedir desculpas pelo comportamento
insensível.
TRABALHANDO OS MODOS ESQUEMÁTICOS
COM CASAIS

2. Desativar os Modos de Enfrentamentos


disfuncionais (driblar) e os Modo Pais
internalizados (combater);
FOCO SEMPRE NA EMOÇÃO

“ Por que precisou desligar? O que sentiu? O que tocou em ti”


“O ataque foi ativado para te proteger do que?”
“Essa voz que está criticando duramente agora é familiar?”
“Qual era sua intenção nesse momento?”
Do que você sentiu falta agora? O que você desejava? Qual seria
a reação que você esperava do Paulo? Como ele poderia lhe
amparar?
“O que você acha que ele sentiu quando você teve essa reação?
TRABALHANDO OS MODOS ESQUEMÁTICOS
COM CASAIS

Descrever os efeitos sentidos em cada parceiro


(SEMPRE NA PRIMEIRA PESSOA)

REVISAR O IMPACTO DOS MODOS DE


ENFRENTAMENTO E DOS MODOS PAIS
INTERNALIZADOS NA RELAÇÃO

DISTANCIAMENTO DAS NECESSIDADES


• BUSCAR ORIGEM DOS MODOS DE ENFRENTAMENTO
E MODOS PAIS INTERNALIZADOS.

• Combinar como tarefa de casa o registro de ativações


emocionais durante a semana, para observar como
cada parceiro responde e praticar uma resposta mais
assertiva.

• Construir sinal ou cartão para mostrar que “doeu” sem


precisar ligar os modos defensivos.
MUDANÇAS DE PADRÕES DEFENSIVOS DE SEGURANÇA
• Mindfulness
• Momento de proximidade, abraço, toque... (10 minutos)

TAREFAS
COMPORTAMENTAIS
CARTAS AOS PAIS

Em conjunto;
Aliança no combate aos pais abusivos ou punitivos;
Quando um dos dois não estiver conseguindo ter
empatia pelo outro, buscar os motivos;
Identificar necessidades da criança.

Tira do cônjuge a culpa e responsabilidade pela dor. A dor já


existia.
TRABALHANDO OS MODOS ESQUEMÁTICOS
COM CASAIS

3. Chegar nos Modos Infantis e nas necessidades


emocionais
 Praticar com cada parceiro a expressão das necessidades
dos Modos infantis desadaptativos (Modo Criança
Vulnerável/Solitária/Abandonada e Modo Criança
Zangada/Impulsiva);
A Repaternalização Limitada não ocorre apenas
na relação terapêutica, ela é aperfeiçoada e
utilizada na relação conjugal.

O terapeuta orienta sobre como repaternalizar.


• Discutir quais as necessidades primordiais que não estão sendo
atendidas na relação; o parceiro explica o tipo de
“repaternalização” que precisa.
• Para gerar empatia, discutir, com exemplos, como as necessidades
primordiais de cada parceiro não foram satisfeitas na infância.
• Usar a técnica do role-play para satisfazer as necessidades
primordiais de cada parceiro.
• A prática para identificar as necessidades primordiais do parceiro
ocorre durante as sessões e como tarefa de casa.
 Repetir a situação gatilho com o casal, instruindo
para que respondam conforme os Modos Criança
Vulnerável;

 Combinar como tarefa de casa a permanência nos


Modos Criança Vulnerável ou Adulto Saudável por
mais tempo.

 O modo criança vulnerável tende a reforçar o


Modo Adulto Saudável do parceiro.
• Técnicas de Imagem
• Cadeira vazia
• Diálogo entre os modos – Múltiplas cadeiras
• Cartões com as necessidades
• Imagem segura com o parceiro para repaternalizar
TRABALHANDO OS MODOS ESQUEMÁTICOS
COM CASAIS

4. Reforçar o Modo Adulto Saudável


• Cartão lembrete do ciclo
• Role- play Assertividade (frases prontas)
• Diferença entre vontades e necessidades
• Compaixão
• Pontuar pontos fortes (identificando outras funções)
TRABALHANDO OS MODOS ESQUEMÁTICOS
COM CASAIS

5. Ativar o Modo Criança Feliz


• “Lista de desejos”
• Incremento dos aspectos positivos
• fotos que representem momentos felizes e
satisfeitos nas necessidades de cada um.
• Elogios
• Frases prontas
Técnicas e Procedimentos

Incremento dos Pontos Positivos no


Relacionamento

▪ Tarefas comportamentais para melhorar a qualidade do


relacionamento.

▪ Aumento das interações positivas.

▪ “Dia do Carinho” – lista de pequenos comportamentos


que gostaria que o parceiro fizesse.
Se não houver resultados com a terapia?

Considerar e avaliar os medos e esquemas referentes


a separação

Separação com menos sofrimento e prejuízos


Casos que vão melhorar (lidando com as dificuldades,
“jogando frescobol”)

Casos que vão se separar

Casos que vão se manter disfuncionais

Sempre fazer buscando o que trará menos sofrimento


casal e filhos.
Técnicas e Procedimentos

Educação para o Modelo Cognitivo

 Explicação dos princípios e métodos;

 Leituras podem ser utilizadas;


Técnicas e Procedimentos
Registro de Pensamentos Automáticos das
situações familiares
Situação Relevante Pensamento Emoção Comportamento

“Karen ultrapassou “Ela não tem menor Frustração Brigar


Nosso limite de noção do que seja um
Crédito.” orçamento.”

“Este é seu modo de Raiva


me forçar a trazer
mais dinheiro para
casa.”
Técnicas e Procedimentos
Registro de Pensamentos Automáticos das
situações familiares
Situação Relevante Pensamento Emoção Comportamento

“Pedro deixou de levar “Ele realmente Frustração Não fala mais com
o lixo para fora mais espera que eu faça Pedro o dia todo
uma vez.” isso em seu lugar.”

“Ele se considera Raiva


bom demais para
rebaixar-se a esta
tarefa.”
Técnicas e Procedimentos

Treinamento da Comunicação

▪ Enfoque educacional - Treinamento de habilidades de


comunicação. Aprender a falar e ouvir.

▪ Ajudar o casal ou família a ver a comunicação como o


processo de mútuos benefícios, ao invés de uma luta
pelo poder.

▪ Exercícios de comunicação na sessão: papéis de falante


e ouvinte
Técnicas e Procedimentos

Solução de Problemas

▪ Debate de todas as possíveis e escolha de uma solução


de consenso, pelo casal ou família.

▪ Aumentar a flexibilidade.
Obrigada!
kelly@valenciapsicoterapia.com.br

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