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TCC - Alzira - Final
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PARIPIRANGA
2021
0
Paripiranga
2021
2
Paripiranga, ____/___/___.
Prof. 1º - examinador
Centro Universitário AGES
Prof. - 2º examinador
Centro Universitário AGES
Dedico esse trabalho e a minha conclusão de graduação aos meus pais,
Orlando Rocha e Irenilza Silva, essa vitória é totalmente de vocês.
Vocês que não mediram esforços para que eu desse mais um passo, mesmo sem condições e
sem forças, vocês nunca perderam a fé e a esperança de que esse dia iria chegar, vocês são o
amor da minha vida.
Foram cinco anos árduos e de muita batalha, mas com a graça de Deus e de Nossa Senhora de
Aparecida chegamos ao fim, hoje posso dizer: VENCEMOS.
AGRADECIMENTOS
Keywords: Dental Care for People with Disabilities. Autism. Interdisciplinary Research.
LISTA DE ABREVIATURAS
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 11
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 13
2.1 Transtorno do Espectro Autista (TEA): do Diagnóstico ao Tratamento ...................... 13
2.2 Transtorno do Espectro Autista (TEA): o Desvio do Comportamento e as suas
Implicações no Atendimento Odontológico ................................................................. 15
2.3 Recursos Terapêuticos para o TEA no Consultório Odontológico .............................. 17
3 DISCUSSÃO ............................................................................................................... 20
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 22
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 23
ANEXOS ................................................................................................................................. 29
11
1 INTRODUÇÃO
As pessoas com deficiência (PcD) são indivíduos que possuem algum tipo de desvio
no padrão de normalidade, podendo ter comprometimento intelectual e funcional. Eles
necessitam de uma atenção individualizada no tratamento, juntamente com uma equipe
multidisciplinar, logo, para isso é necessário que os profissionais tenham o conhecimento
aprofundado acerca dos sinais clínicos e das limitações desses pacientes (ANDRADE;
ELEUTÉIO, 2016; DOMINGUES et al., 2015). Dentre os indivíduos com distúrbios de
comportamento, há aqueles com o transtorno do espectro autista (TEA), que pode apresentar
disfunções de ordem comportamental, social, além de distúrbios neurológicos comprometendo
o seu desenvolvimento intelectual e motor (OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017).
al., 2017). Os sinais clínicos do TEA aparecem ainda nos primeiros anos de vida, no paciente
ainda bebê (ZANON; BACKES; BOS, 2014).
Grande parte dos indivíduos com TEA pode apresentar mais de uma comorbidade,
como epilepsia, distúrbios na fala ou na linguagem, problemas gastrointestinais entre outros
sinais clínicos, cabendo aos responsáveis observar os sinais e sintomas, e procurar atendimento
médico especializado para a confirmação do diagnóstico o mais cedo possível. A etiologia do
TEA é incerta sendo atribuídos ao seu desenvolvimento alguns fatores hereditários e
ambientais, por isso é importante a realização de testes moleculares e o aconselhamento
genético aos pais (OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017).
Diante desse contexto, esse trabalho, a partir de uma revisão de literatura, tem como
objetivo relatar a importância do tratamento multidisciplinar aliado ao atendimento
odontológico em pacientes com transtorno do espectro autista (TEA), descrevendo as limitações
e as necessidades que esses indivíduos possuem, dando ênfase a relevância dessa abordagem
para obtenção de uma terapia odontológica de sucesso. Os materiais e métodos utilizados foram
por meio de revisões de literaturas, com base em sites acadêmicos renomados, como Decs,
Scielo, Pubmed e Lilac, publicados no período de 1997 a 2021.
13
2 REVISÃO DE LITERATURA
Além disso, de acordo com Santos & Carneiro (2019), percebe-se que a falta de
conhecimento e inexperiência da maioria dos profissionais, e de modo específico, da área
odontológica frente à PcD dificulta ainda mais o atendimento, a orientação, a prevenção e o
tratamento desses pacientes. A PcD pode ser classificada da seguinte forma: com deficiência
física, deficiência mental, anomalias congênitas, distúrbios comportamentais, sensoriais e de
comunicação, transtornos psiquiátricos, doenças sistêmicas crônicas, doenças
infectocontagiosas e condições. E dentre este grupo de pacientes existem aqueles que
apresentam o transtorno do espectro autista (TEA).
O paciente com TEA tem o seu primeiro contato com profissionais da saúde através
do médico pediatra, comumente sendo realizada a suspeita diagnóstica do TEA, e
posteriormente o diagnóstico é fechado pela junção da equipe multidisciplinar. Decorrente as
suas disfunções de ordem comportamental e social, o paciente autista necessita de um
acompanhamento multidisciplinar para facilitar a sua interação e a sua vivência no âmbito
familiar e social (PERUCHI et al., 2021). A equipe multidisciplinar é composta por:
neurologista, psicólogo/educador, psiquiatra, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional,
fonoaudiólogo e cirurgião-dentista. É um encargo do médico pediatra, além de realizar a
suspeita diagnóstica, fazer uma ligação entre os pais e os profissionais da equipe
multidisciplinar, buscando proporcionar à criança e aos seus pais saúde e bem-estar
(SANT’ANNA; BARBOSA; BRUM, 2017).
De acordo com Oliveira & Sertié (2017), os indivíduos com TEA apresentam
modificações no neurodesenvolvimento, acarretando em alguns déficits na comunicação e na
socialização com as pessoas, sendo proveniente de alterações na região cortical do cérebro
responsável pela fala, aprendizado e sociabilidade. É comum desenvolver movimentos
estereotipados e repetitivos durante a realização de algumas funções. Dessa forma, crianças
com o transtorno podem apresentar dificuldades para dormir e serem muito agitadas durante o
dia (PINTO et al., 2016).
O atendimento desses pacientes deve ocorrer sempre que possível pelo período da
manhã, de curta duração, e o cirurgião-dentista deve sempre ter a atenção de marcar as consultas
com esses indivíduos de forma igual, ou seja, sempre no mesmo dia da semana e no mesmo
horário, para se criar uma rotina e previsibilidade ao paciente com TEA (SANTANA, 2021).
Além disso, o profissional deve manter sempre a mesma rotina de atendimentos antigos, durante
o novo atendimento e sempre ser um mesmo profissional a atender aquele indivíduo, pois são
pacientes que possuem uma rotina estabelecida. Também não devem ser mudados a conduta e
nem os objetos do consultório, uma simples posição diferente pode comprometer todo o
atendimento. São pequenos cuidados que auxiliam o profissional odontólogo a proporcionar
um bom atendimento e também ter uma segurança maior durante o atendimento a esses
pacientes (SILVA et al., 2019).
Devido ao diagnóstico do TEA, muita das vezes, ser feito de forma tardia e o
tratamento desses pacientes ser composto de terapias com diversos profissionais, como o
fonoaudiólogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, esses pacientes acabam chegando ao
consultório odontológico em uma idade já avançada, entre 07 a 14 anos, muitas vezes com
dentição permanente e com doenças bucais já instaladas (SOUZA, 2015). Normalmente, a
chegada desse paciente já é com problemas orais instalados devido à dificuldade que esse
indivíduo possui para a higienização oral, decorrente de suas tribulações motoras e de seu déficit
de atenção, dessa forma, o paciente necessita de um tratamento mais invasivo e não apenas
preventivo. Além disso, esse paciente não tem uma adaptação precoce ao ambiente
odontológico, o que resulta em uma dificuldade ainda maior da colaboração desse paciente,
podendo ser considerado o caso de encaminhamento hospitalar para uso de anestesia geral
(AMARAL; DE CARVALHO; BEZERRA, 2016).
No estudo de Du et al. (2019), realizado nos EUA, comparando crianças com e sem
TEA e os seus comportamentos de saúde bucal, 53,9% dos pais relataram dificuldade durante
a higiene bucal. Sendo que a frequência de escovação dental foi menor nas crianças com TEA,
assim como tinham mais assistência dos pais durante essa atividade e menos uso do creme
dental. Isso, provavelmente, se deve por conta da deficiência intelectual do paciente, pela
presença de distúrbios sensoriais (sensibilidade à cerda da escova e/ou ao gosto do creme
dental). Ademais, esses pais ainda relataram que 36,9% de seus filhos têm medo da escovação,
46,8% não entendem a escovação e 36% não gostam de introduzir nada em sua boca.
provocam ruídos altos, como a caneta de alta rotação, e materiais com textura, gosto e aromas
que não são conhecidos. Esse lugar vai causar um certo incômodo para pacientes com TEA,
pois são indivíduos que não reagem bem a esses tipos de estímulos externos, pois são sensíveis
ou hipersensíveis a esses estímulos (CZORNOBAY, 2017). De acordo com Delli et al. (2013)
e Leite (2018), é preciso minimizar as chances de ocorrer este tipo de impacto para se evitar um
trauma ao paciente, lançando mão de um atendimento lúdico através da apresentação para a
criança de todos os equipamentos e instrumentais que serão utilizados, e empregando métodos
que deixem a criança mais tranquila, como balões, desenhos, músicas e brinquedos. E em
relação à escovação, tanto o cirurgião-dentista como os pais podem utilizar a música para
cativar a criança, visto que elas apresentam uma grande aptidão musical (LEITE, 2018).
espelho, caneta de alta e baixa rotação. Dessa forma, a criança vai ter uma previsibilidade do
que irá ocorrer (GIASSI; COSTA, 2017).
O Programa SonRise também pode ser uma metodologia empregada para estes
pacientes, visando a maior interação dessas crianças com outras pessoas, para que se troque
experiências e informações. Aplicando-se na Odontologia, o dentista precisa conseguir um
meio de transformar a consulta em uma experiência mais prazerosa, e que provoque a atenção
e o interesse do paciente com TEA. Dessa forma, utiliza-se o atendimento lúdico aliado ao
auxílio dos pais para cativar a criança (RESENDE, 2020).
A técnica dizer-mostrar-fazer pode ser utilizada, tanto para instrução de higiene oral
quanto para tudo que será realizado no consultório. Pois para a criança é tudo novo e diferente,
falando com elas antes de realizar qualquer procedimento, explicando o que será feito,
mostrando como irá acontecer e fazendo tal como se detalhou anteriormente para ela, pode-se
evitar o impacto do estranhamento e a traumatização das mesmas (OLIVEIRA, 2019).
modelação, os pais relataram que o vídeo ajudou, sim, durante a escovação e que a rotina de
sentar e focar no vídeo permitiu que seus filhos se preparassem para o ato de escovar os dentes,
resultando em sessões de escovação mais bem-sucedidas (POPPLE et al., 2016).
3 DISCUSSÃO
Como o primeiro contato dos pacientes com TEA, normalmente, é com o médico
pediatra, este tem um grande papel na orientação da família, assim, demonstrando e explicando
a importância do tratamento com os outros profissionais que compõem a equipe
multidisciplinar, como a importância do cirurgião-dentista para esses pacientes, em razão,
sobretudo, de que normalmente a higiene bucal desses pacientes não é tão eficiente, levando ao
21
dentista como os pais podem utilizar a música para cativar a criança, visto que elas apresentam
uma grande aptidão musical.
4 CONCLUSÃO
ABA, além de uma boa interação com os pais, sendo estes os que passaram uma maior
confiança para a criança.
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