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Queratinização e Descamação

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Queratinização e Descamação – aula do Professor Fábio Francesconi

A Pele
Órgão que reveste e delimita o organismo, protegendo-o e interagindo com o meio
exterior. Plasticidade: determinada pela sua resistência e flexibilidade. Possui grande
capacidade renovadora e de reparação, e de certo grau de impermeabilidade. Mais
importante e vital função: HOMEOSTASIA (termorregulação, controle hemodinâmico e
produção e excreção de metabólitos).

A pele tem uma resistência relativa aos agentes mecânicos por sua capacidade
moldável e elástica.

Física: proteção contra as radiações ultravioletas por meio do sistema


melânico.

Equilíbrio Hidroeletrolítico: relativa impermeabilidade da pele.

PROTEÇÃO Físico-química: manutenção do pH da camada córnea (ácido, em torno


de 5,4 a 5,6).

Química: manto lipídico com atividade antimicrobiana.

Imunológica: células de Langerhans (epiderme) e macrófagos, linfócitos


e mastócitos (derme).

Estrutura
Constituída, basicamente, por 3 camadas interdependentes: epiderme, derme e
hipoderme. A transição entre a epiderme e a derme é chamada de junção dermoepidérmica.

EPIDERME: tecido epitelial estratificado ceratinizado. Constituída por:

Sistema ceratinocítico: composto por


Sistema Melânico:
queratinócitos , responsáveis pelo corpo da
formado pelos
epiderme e de seus anexos (pelos, unhas e
melanócitos
glândulas)

Células de Células de Merkel: Células Dendríticas


Langerhans: com integradas ao Sistema Indeterminadas: com
função imunológica Nervoso função mal definida

Samuel Basualto – Turma 98


SISTEMA CERATINOCÍTICO

Responsável por 80% das células epidérmicas, é


caracterizado pela disposição lado a lado de suas
células e sua constante renovação.

Camada Basal: alto índice de multiplicação celular


dos queratinócitos. Essas células gradativamente
se diferenciam e migram para a superfície,
formando a Camada Espinhosa (ou de Malpighi),
cujas células passam para um estágio no qual
possuem um citoplasma mais basofílico e
granuloso, dando origem à Camada Granulosa. Em
seguida transformam-se em células anucleadas
(corneócitos), formando a camada mais externa:
Camada Córnea.

Figura 1: Seta Preta: camada córnea; Seta Branca: camada granulosa; Seta
Amarela: camada espinhosa; Seta Azul: camada basal. FONTE: Azulay 7ª edição.

Citoesqueleto das células eucarióticas: composto por proteínas estruturais


(microfilamentos de actina, filamentos intermediários e microtúbulos).

NOS QUERATINÓCITOS: filamentos intermediários são compostos por


citoqueratinas (CK). Nota: são conhecidos mais de 30 tipos de CK, sendo 20 epidérmicos e
10 do pelo. Os epidérmicos são divididos em tipo I (ácido – 9 a 20) e tipo II (básico – 1 a 8),
sendo necessária a combinação de uma CK de cada tipo para formar um filamento
intermediário.

Camada celular mais profunda da epiderme, com participação vital na


formação e manutenção da junção dermoepidérmica. Composta por uma
única fileira de queratinócitos justapostos, a maioria com capacidade de
CAMADA multiplicação. Par de CK característico é o 5 e o 14. As células basais
podem ser células-tronco (velocidade baixa de mitose durante toda a
BASAL sua existência) e células amplificadoras transitórias (TAC), que possuem
número limitado de mitoses, as quais originam uma nova TAC, que
permanece na camada basal, e uma célula que vai sofrer o processo de
diferenciação e de migração para a superfície.

Samuel Basualto – Turma 98


O processo de renovação dura de 52 a 75 dias (de acordo com o Azulay, de acordo com
o professor, são cerca de 30 dias) = divisão célular (19 dias), trânsito pela camada de malpighi
(26 a 42 dias) e trânsito pelo estrato córneo (19 dias).

Ao deixar a camada basal, os queratinócitos sofrem contínuas


modificações, passando a ser poligonais, de citoplasma acidófilo e ricos
CAMADA em desmossomos, sendo chamados de células espinhosas. Ao progredir
na sua migração, as células achatam-se e tornam-se cada vez mais
ESPINHOSA acidófilas. Apesar de os filamentos de citoqueratina produzidos na
camada basal (CK 5 e 14) deixarem de ser sintetizados, eles persistem
nessas células, agora acompanhados do par CK 1 e 10 aí produzido.

Cimento intercelular, também chamado de glicocálice: constituído de glicoproteínas


que auxiliam na coesão intercelular, enquanto viabiliza a circulação de substâncias solúveis
em água.

Ao deixarem a camada espinhosa, as células formam algumas fileiras


em que se apresentam repletas de grânulos basofílicos de cerato-
hialina no citoplasma, constituindo a camada granulosa. O par de
CAMADA citoqueratina característico é o 2 e 11, derivado do metabolismo do
par 1 e 10. Caracteriza-se por grande atividade metabólica,
ESPINHOSA objetivando a síntese dos elementos necessários ao processo final da
cornificação, que resulta no súbito surgimento da camada córnea. Os
grânulos de cerato-hialina são constituídos por pró-filagrina,
filamentos de citoqueratina e loricrina.

Camada mais externa da epiderme. As células são acidófilas e


extremamente planas, sendo as células mais largas do organismo, o que
torna possível a sua descamação e a mobilidade da região sem provocar
danos à integridade do tecido. Surge subitamente pela ocorrência
simultânea e muito rápida de vários eventos na célula da camada
CAMADA granulosa, dos quais se destacam: apoptose, com destruição do núcleo
e organelas; liberação e ativação da filagrina contida nos grânulos
CÓRNEA de cerato-hialina, com consequente organização dos filamentos de
queratina em feixes paralelos compactos; extrusão do conteúdo dos
grânulos lamelares, especialmente colesterol, ceramida e ácido graxo
livre; formação do envelope celular do corneócito; e destruição
gradativa dos desmossomos, que leva à descamação final de células
isoladas na porção mais externa da camada córnea.

Samuel Basualto – Turma 98


Regiões palmoplantares: pode ser observada a camada lúcida, de aspecto homogêneo e
constituída por células achatadas, anucleadas.

Ceramida (45%), colesterol (25%), ácidos graxos (15%),


esfingosina livre, sulfato de colesterol, ésteres do colesterol e
triglicerídios. Todos esses se depositam em forma de bainha
dupla em torno de cada corneócito, originando a grande barreira
lipídica à passagem de água e substâncias polares da epiderme

Até aqui é um resumo do processo de Queratinização, que foi o assunto explicado em sala pelo professor! (FONTE: Azulay)
A partir daqui é o assunto dado na monitoria (FONTE: Slides da Monitora e Azulay)

ESTÍMULO DOS QUERATINÓCITOS

Atrito Inflamação Agente Externo Mecanotransdução

ESCAMAS

“Correspondem a lamínulas epidérmicas, de dimensões variáveis, desprendendo-se


fácil e continuamente. Essas lamínulas podem ser pequeníssimas, recebendo então o adjetivo
de pitiriásicas, ou em grandes retalhos (escamas laminares). O processo patológico que
conduz à formação das escamas é um distúrbio de ceratinização cujo epílogo é a permanência
de núcleos achatados ao nível da camada córnea.” (Definição do Azulay)

Samuel Basualto – Turma 98


TIPOS DE ESCAMAS

Em colarete

Furfurácea

Argêntica

Fonte das
imagens:
slides da
monitora
Oleosa

Poligonal

Ásperas

Samuel Basualto – Turma 98


O assunto abordado a partir daqui é proveniente da monitoria. Todas as informações seguintes são de autoria da monitora Giulia
(turma 97) – as informações são do livro e de artigos pesquisados por ela.

DOENÇAS RELACIONADAS

Escamas na Inflamação: As citocinas são pequenas moléculas secretadas na resposta do


sistema imune, sendo uma delas o TNFa. O TNFa é sintetizado a partir de queratinócitos,
fagócitos epidérmicos, mastócitos, células NK e linfócitos T ativados nos sítios de
inflamação. Uma das suas ações é o estímulo à proliferação celular, o que explica os distúrbios
de ceratinização na inflamação.

Psoríase

Eczema

Samuel Basualto – Turma 98


Dermatite Atópica

Escamas na Infecção: Os queratinócitos são as primeiras células afetadas por uma infecção.
E uma de suas respostas é por meio da queratinização. Acredita-se que o sistema imune
amplifique alguma resposta endógena da epiderme à infecção, pois se observa elevada taxa
de substituição epitelial, com pico no máximo da resposta imunológica. É possível que a
eliminação dos dermatófitos acompanhe essa descamação do estrato córneo.

Samuel Basualto – Turma 98


Ptiríase Versicolor

Sífilis Secundária

Samuel Basualto – Turma 98


Ptiríase Rósea

XEROSE/XERODERMIA

O funcionamento adequado da barreira epidérmica confere integridade, equilíbrio


d’água, hidratação e descamação corneocítica organizada à pele. Caso haja um distúrbio de
barreira, ocorre perda de água, ocasionando Xerose.

Devido à perda de água há alteração do ritmo normal de maturação e descamação


dos corneócitos, já que a hidratação da pele ativa as enzimas quimiotrípicas córneas
(responsáveis pela hidrólise dos corneodesmossomas). Impede o desprendimento e a
separação dos corneócitos superficiais um a um.

Xerose: Aspereza cutânea resultante da desidratação da epiderme

Existem várias condições intrínsecas e extrínsecas que podem contribuir para o


estabelecimento da xerose cutânea (como, por exemplo, umidade ambiental excessiva,
radiação solar, extremos de idade, estresse emocional, baixa umidade relativa do ar,
testosterona, traumas físicos e inflamação cutânea). Pode ser classificada em “pele seca” ou
ictiose-like (que gera desconforto e alterações estéticas importantes).

Samuel Basualto – Turma 98


XEROSE NO IDOSO

No idoso, devido a atrofia do tegumento e diminuição do aporte vascular, ocorrem


alterações na composição dos lipídios da epiderme, comprometendo a retenção de água,
ocasionando descamação da epiderme, geralmente sem eritema ou erupção.

Obs: Descartar doenças crônicas, causa medicamentosa, infecções.

XEROSE POR CAUSAS GENÉTICAS

Ictiose Vulgar Simples

Ictiose Lamelar

Ictiose Lamelar

Ictiose Vulgar Simples

Samuel Basualto – Turma 98

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