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Liderança Uma Reflexão Teórica Sobre Conceitos e Suas Diferentes Abordagens Nas Organizações Públicas e Privadas
Liderança Uma Reflexão Teórica Sobre Conceitos e Suas Diferentes Abordagens Nas Organizações Públicas e Privadas
Liderança Uma Reflexão Teórica Sobre Conceitos e Suas Diferentes Abordagens Nas Organizações Públicas e Privadas
RESUMO
O tema da liderança vem sendo estudado ao longo dos tempos por conta dos
impactos que a liderança tem na sociedade e também nas organizações tanto públicas
quanto privadas. O artigo em questão tem como objetivos apresentar definições sobre
a temática liderança bem como as diferenças entre líderes e chefes. Neste artigo
foram descritos os conceitos sobre os tipos de liderança apontados na literatura dentre
eles a liderança autocrática, a transacional e a transformacional bem como a
contextualização da liderança nas organizações privadas e as dificuldades que os
gestores públicos tem em promover a liderança por conta das questões burocráticas e
legais deste segmento. A metodologia utilizada para a pesquisa foi a pesquisa
bibliográfica com a utilização de dados secundários. Foram pesquisados em livros e
artigos os principais fundamentos sobre a liderança. Como conclusão o artigo
apresentou de modo geral informações que servem de base para administradores de
empresas e gestores do setor público aspectos relevantes para a formação das
lideranças nas instituições.
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Líderes Gestores
Com esta afirmativa do autor fica evidente que para liderar é preciso
desenvolver a habilidade de influenciar pessoas aproveitando as oportunidades que
surgem ao longo do caminho.
Outra consideração importante sobre líderes foi feita por Carlzon (2005)
quando afirmou que um líder não é escolhido porque sabe tomar uma decisão, pelo
contrário, ele tem a capacidade de reunir pessoas que possuem o conhecimento
necessário à realização da tarefa.
O segundo objetivo deste artigo é apresentar tipos de liderança e tipos de
líderes. Para Maximiano (2000) há três tipos de liderança: a) a que arrasta multidões
com a finalidade de exercer alguma pressão em decorrência de um conjunto de fatos;
b) a que interpreta os anseios das multidões e as transforma em ideais claros e c)
liderança que representa as multidões em seus anseios.
Chiavenato (1999) apresenta outros tipos de liderança: a) autocrática b)
democrática e c) liberal.
Como liderança autocrática Chiavenato (1999) explica que neste sistema o
líder toma todas as decisões e estabelece os prazos de entrega sendo ele o único
responsável pelas tarefas. Do ponto de vista da liderança democrática a ênfase está
tanto no líder quanto nos liderados pois este tipo de liderança é representado pela
discussão entre as partes sobre as tarefas, metas e prazos. Os liderados definem as
tarefas em conjunto ficando a cargo do líder a orientação e esclarecimento de dúvidas.
Enquanto isto, a liderança liberal ou laissez faire é caracterizada pela ausência de
metas e de acompanhamento do líder, modelo que apresenta, segundo autor, pouca
produtividade.
Os autores Hersey e Blanchard (1974) defendem a ideia de que a liderança é
situacional, depende do comportamento do grupo e de cada situação específica para
que aconteça a liderança. Este modelo é baseado nas premissas: a) cadeia de
comando: adequado a pessoas que evitam assumir responsabilidades, neste caso o
líder tem o papel autocrático; b) comportamentos voltados à tarefa e relacionamento:
neste caso as pessoas assumem responsabilidades e o líder desempenha o papel de
apoiador; c) participação: caracterizado por grupos de pessoas com forte
entrosamento, com boa comunicação e pouca disposição para assumir
responsabilidades. O líder desempenha o papel de agente de motivação do grupo; d)
delegação: neste caso o líder funciona como um agente de distribuição de tarefas para
um grupo. Deixa-se em segundo plano o foco na tarefa e no relacionamento na busca
do despertar o interesse em assumir responsabilidades.
De Robbins (2000) e Manus (2000) surge o conceito de liderança visionária,
modelo que afirma que o líder é a pessoa que tem um modelo de futuro e compartilha
com seus liderados buscando o caminho do amanhã tendo em vista que este tipo de
liderança atinge a emoção das pessoas na organização fazendo com que estas
coloquem-se na visão de futuro juntamente com seu líder. Um exemplo de líder
visionário foi Nelson Mandela que liderou os sul-africanos na luta contra o apartheid.
Este exemplo remete à questão fundamental da liderança apontada por Robbins
(2000); para que exista liderança deve existir a confiança, esta ultima é considerada
pelo autor como a pedra fundamental da liderança.
Ainda em Robbins (2009) buscou-se o conceito de liderança carismática, para
o autor este tipo de liderança está pautado em atos de heroísmo que são atribuídos
pelos seguidores. Há um consenso de que o líder tem habilidades sobre-humanas. Um
líder carismático é uma pessoa que tem uma clara visão da meta a ser alcançada,
conta com boa articulação e comunica-se muito bem. È uma pessoa que corre riscos
para atingir os objetivos e percebe as necessidades de seus liderados e, a partir delas,
exerce a influencia necessária para obter seguidores no grupo.
Em continuidade é apresentado o conceito de liderança transformacional, que
para Robbins (2000) é um tipo de liderança caracterizado pela diferenciação entre os
feitos extraordinários de líderes excepcionais quando comparados com feitos de
líderes ineficazes. Os primeiros tem aguda sensibilidade ao descobrir os desejos de
seus liderados. Desta forma estimula a equipe, inspira, motiva e serve de exemplo.
Neste tipo de liderança os pilares são o respeito, a confiança e a colaboração.
Por outro lado o tipo de liderança transacional é aquele que tem como apelo os
interesses e necessidades primárias dos seguidores, obtém a atenção e seguidores
por meio de promessas de recompensas ou de ameaças para os seguidores atingirem
metas. A liderança, neste caso está baseada na recompensa e poder de autoridade
por meio do controle e da punição aos que não se adequam ao padrão estipulado.
(Maximiano. 2005). Na mesma linha de pensamento, Wright (2000) afirma que neste
tipo de processo de liderança o líder está mais preocupado com fatores como aumento
de vendas e participação no mercado do que com o desenvolvimento futuro da
organização, ainda complementa que atualmente a maioria dos líderes adota esta
linha de atuação.
Maximiano (2000) apresenta mais dois conceitos que podem ser encontrados
nas organizações; o da liderança orientada para a tarefa e o da liderança orientada
para pessoas. No caso da liderança orientada para as tarefas o papel do líder está na
distribuição de metas, cobrança e busca da superação dos resultados de tarefas
anteriores, este tipo de líder faz a designação de pessoas para acompanhar o
andamento das atividades. Já o conceito de liderança orientada para pessoas está
fundamentado no desenvolvimento das pessoas, o líder ouve, orienta e busca o
desenvolvimento das pessoas que com ele trabalham tendo foco no desempenho
futuro da organização.
Tendo apresentado tipos de liderança segundo a literatura será contextualizada
a liderança nas organizações públicas conforme informado no terceiro objetivo desta
pesquisa.
Segundo Ribeiro (1999) a administração pública vem exigindo ao longo do
tempo profissionais melhor qualificados devendo estes:
a) ser comprometidos com resultados,
b) ser capazes de solucionar problemas e
c) criar em suas rotinas de trabalho métodos mais eficazes para o atendimento do
público.
De acordo com VanWart (2003) são poucos os estudos sobre liderança nas
organizações públicas porque estas se consideram excessivamente burocratas, este
imaginário as deixa fora do contexto da liderança. Estas organizações do setor público
perdem em produtividade quando enxergam apenas o horizonte burocrático, pois
limitam as habilidades de seus colaboradores.
Para Pereira (1996) “o Estado precisa de administradores que possuam perfil
de administradores empreendedores, diferente do que se encontra no setor público”,
neste há predomínio do administrador burocrático, conceito este complementado por
Junquilho (2011) quando descreve o administrador do setor público como sendo
autodidata, cordial e transigente.
Em pesquisa ao estudo de Hooijberg e Choi (2001) descobriu-se que o
pensamento sobre a liderança no setor privado está associado ao fato do líder neste
tipo de organização possuir foco em resultados e metas que podem ser traduzidas em
lucro em determinado espaço de tempo, por outro lado, há dificuldade em se criar
ambientes para a liderança nas organizações públicas porque os líderes devem
considerar questões como interesses distintos e estabilidade na função que tornam o
processo de liderança algo vago.
Ainda em relação à liderança no setor público os autores afirmam que há uma
série de regulamentos e leis que delimitam as funções administrativas fazendo com
que ocorra um abafamento da possibilidade do surgimento de lideranças dos tipos
carismática e transformacional, por exemplo.
Em resumo, para Hooijberg e Choi (2001) “há grandes diferenças enquanto se
aborda a questão da liderança no setor público quando comparado com o setor
privado. “
Quando Saraiva (2002) realizou uma pesquisa sobre liderança nas
organizações públicas obteve resultados que associam a rigidez burocrática, o
excesso de normas e a acomodação por conta da estabilidade como fatores que
inibem a liderança no setor público. Neste caso líderes e liderados enfrentam a
resistência à mudanças e acabam por desistir de motivar iniciativas para formação de
líderes.
Para Pereira (1996) ao se vincular novas demandas ao Estado são criados
cenários para uma mobilização crítica em relação à inovação na forma de fazer gestão
pública, fato este que envolve a questão do desenvolvimento das lideranças.
Segundo informações do CONSAD (2015) o Governo do Estado de Minas
Gerais implantou um programa de tutoria em liderança com os objetivos de
desenvolver os talentos de gestores e formar lideranças atuantes. O modelo adotado
foi o de mentoria, modelo no qual pessoas mais experientes orientam os mais jovens
com o objetivo de desenvolver novas habilidades no contexto das atividades diárias.
O grande destaque do programa foi a flexibilidade adotada no processo de
tutoria que além de desenvolver novas competências gerencias possibilitou um novo
campo para o desenvolvimento de lideranças no setor público. Pode-se notar que
segundo este estudo líderes também são importantes para as organizações do setor.
Após estas considerações sobre liderança no setor público constata-se que
uma sugestão para o desenvolvimento de lideres no setor público pode estar vinculada
à liderança transformacional devido a seu caráter de transformação de
comportamentos.
CONCLUSÃO
CERTO. Samuel C. Administração moderna. 9 ed. São Paulo. Prentice Hall, 2003.