Agriculture">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Revisão de Literatura Estudo Da Composição Química de Aminoácidos e Minerais Nas Folhas de Ora Pro Nobis (Pereskia Aculeata Miller)

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 59

i

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS


ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

REVISÃO DE LITERATURA: ESTUDO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE


AMINOÁCIDOS E MINERAIS NAS FOLHAS DE ORA-PRO-NÓBIS (PERESKIA
ACULEATA MILLER)

Yasmin Camila de Souza

Goiânia
2021
ii

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS


ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

REVISÃO DE LITERATURA: ESTUDO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE


AMINOÁCIDOS E MINERAIS NAS FOLHAS DE ORA-PRO-NÓBIS (PERESKIA
ACULEATA MILLER)

Yasmin Camila de Souza

Orientador (a): Ma. Maria Isabel Dantas de Siqueira

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Bacharelado em Engenharia de
Alimentos, como parte dos requisitos exigidos
para a conclusão do curso.

Goiânia
2021
iii
iv

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a todo o corpo docente da PUC Goiás que ao longo desses
5 anos tem me transmitido muito mais do que o conhecimento exigido na matriz curricular,
contribuindo não só para a minha formação acadêmica, como também na minha formação
pessoal.

Agradeço a minha família por sempre acreditar em mim, me apoiar nas minhas
escolhas e a me incentivar a alcançar os meus sonhos e objetivos.

Agradeço as minhas amigas da faculdade Amanda, Beatriz, Bianca, Gabryella,


Joyce, Karolayne, Luanna, Rafaela, Sirlainy e Vitória por tanto companheirismo e parceria ao
longo dessa jornada. Foi incrível viver essa loucura que é a faculdade ao lado de vocês.

Agradeço a minha orientadora pelo apoio, incentivo e paciência durante todo esse
processo. Com toda certeza, esse trabalho não seria possível ser realizado sem as suas
orientações.
v

RESUMO

As plantas alimentícias não convencionais, mesmo não fazendo parte da alimentação diária de
uma parte significativa da população, podem ser utilizadas como fonte de nutrientes de fácil
acesso à população com o intuito de reduzir a quantidade de pessoas em situação de insegurança
alimentar. Uma dessas hortaliças não convencionais é o ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata
Miller) que pode ser consumido tanto as suas folhas quanto o seu caule, e apresenta potencial
como fonte de nutrientes minerais. O objetivo desse trabalho foi analisar os dados de diferentes
autores referentes a composição química de aminoácidos e minerais das folhas de ora-pro-
nóbis. As buscas dos artigos, teses e periódicos ocorreu através do Google acadêmico,
Periódicos da Capes e SciELO. Como critério de inclusão, foram selecionados os estudos na
íntegra que abordam a composição centesimal do ora-pro-nóbis. Foram excluídos da seleção,
os estudos que abordam de maneira superficial o assunto, não correspondiam ao objetivo e
forneciam informações repetitivas. Os dados foram convertidos em base seca e apresentados
através de quadros e gráficos elaborados com o software Excel. Em relação aos minerais
presentes nas folhas de ora-pro-nóbis, destacaram-se o manganês, cálcio, cobre, ferro e
magnésio. As análises demonstraram que, a treonina e a isoleucina são os aminoácidos
essenciais majoritários e a metionina é o aminoácido limitante. De acordo com os resultados
encontrados, as folhas de ora-pro-nóbis podem ser utilizadas como ingrediente de formulações
com o objetivo de complementar a ingestão diária recomendada de minerais e aminoácidos
essenciais na alimentação de adultos e crianças.

Palavras – chave: PANCs; proteínas vegetais; segurança alimentar.


vi

LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Dados do teor de água (g) em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis. ............................. 15

Figura 2 Dados do teor de lipídeos (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis.... 16

Figura 3 Dados do teor de carboidratos (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis


............................................................................................................................................. 17

Figura 4 Dados do teor de fibras totais (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis
............................................................................................................................................. 18

Figura 5 Dados do teor de cinzas (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis ...... 19

Figura 6 Dados do teor de manganês (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis
............................................................................................................................................. 21

Figura 7 Dados do teor de cálcio (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis.... 22

Figura 8 Dados do teor de magnésio (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis
............................................................................................................................................. 23

Figura 9 Dados do teor de fósforo (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis.. 24

Figura 10 Dados do teor de ferro (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis ... 25

Figura 11 Dados do teor de zinco (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis .. 26

Figura 12 Dados do teor de cobre (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis .. 27

Figura 13 Dados do teor de proteínas (g em base seca) em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis . 28

Figura 14 Dados do teor de histidina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ............ 30

Figura 15 Dados do teor de treonina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ............. 31

Figura 16 Dados do teor de valina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ................ 31

Figura 17 ados do teor de lisina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .................... 32

Figura 18 Dados do teor de isoleucina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .......... 33

Figura 19 Dados do teor de fenilalanina + tirosina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-
nóbis..................................................................................................................................... 34

Figura 20 Dados do teor de leucina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .............. 35
vii

Figura 21 Dados do teor de metionina +cisteina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis
............................................................................................................................................. 36

Figura 22 Dados do teor de triptofano (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .......... 37

Figura 23 Dados do teor de asparagina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ......... 38

Figura 24 Dados do teor de serina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ................ 38

Figura 25 Dados do teor de glutamina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .......... 39

Figura 26 Dados do teor de arginina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ............. 40

Figura 27 Dados do teor de alanina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .............. 40

Figura 28 Dados do teor de prolina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis............... 41


viii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO __________________________________________________ 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _______________________________________ 3

2.1 PANCS _____________________________________________________ 3


2.2 ORA-PRO-NÓBIS ___________________________________________ 6
2.2.1 Caracterização química _________________________________________ 6

2.3 INGESTÃO DIÁRIA DE PROTEÍNAS E MINERAIS ____________ 10


2.3.1 Ingestão diária de aminoácidos essenciais _________________________ 10
2.3.2 Ingestão diária de minerais _____________________________________ 11

2.4 SEGURANÇA ALIMENTAR _________________________________ 12


3 UNIDADE EXPERIMENTAL _____________________________________ 14

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ____________________________________ 15

4.1 UMIDADE _________________________________________________ 15


4.2 LIPÍDEOS _________________________________________________ 16
4.3 CARBOIDRATOS __________________________________________ 16
4.4 FIBRAS TOTAIS ___________________________________________ 17
4.5 Cinzas _____________________________________________________ 19
4.6 Minerais ___________________________________________________ 20
4.7 Proteínas ___________________________________________________ 28
4.8 Aminoácidos essenciais _______________________________________ 30
4.9 Aminoácidos não essenciais ___________________________________ 37
5 CONCLUSÃO ___________________________________________________ 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________________ 43

APENDICE 1 - TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE PUBLICAÇÃO DE PRODUÇÃO


ACADÊMICA _____________________________________________________________ 50
1

1 INTRODUÇÃO

Não existem muitas informações sobre os estudos da flora alimentícia encontrada


no Brasil e a sua composição química, e as poucas informações existentes não estão disponíveis
a toda população. Popularmente conhecidos como matos, inços ou daninhas, muitas dessas
plantas são ricas em nutrientes, podem ser utilizadas na alimentação da população e são
denominadas de plantas alimentícias não convencionais (PANCs).

Aos poucos, as PANCs têm ganhado notoriedade pela comunidade científica por
apresentarem uma alternativa para a maior utilização da biodiversidade brasileira e por serem
fontes nutricionais de baixo custo, as quais são mais acessíveis à população. Mesmo assim, nem
todas as plantas que possam compor a alimentação da população foram catalogadas ou
estudadas devido à enorme biodiversidade brasileira.

Uma das PANCs que vem despertando interesse de grandes chefes de cozinha é a
ora-pro-nóbis, cientificamente denominada Pereskia aculeata Miller. A ora-pro-nóbis, em
latim rogai por nós, é uma hortaliça originária do continente americano e pode ser encontrada
no Brasil, Bolívia, Venezuela, Panamá, Cuba e México.

Botrel et al (2020) destacaram que a ora-pro-nóbis é uma alternativa para


complementar as dietas com micronutrientes e Oliveira et al (2013) afirmam que as folhas de
ora-pro-nóbis apresentam um bom teor proteico e que existe uma possibilidade de encontrar
nelas a presença dos aminoácidos essenciais metionina, cistina e cisteína.

De acordo com a Food and Agriculture Organization of the United Nations (2012),
em várias cidades do século XXI, a segurança alimentar está sendo ameaçada, uma vez que a
população opta por consumir alimentos processados baratos para adequação ao orçamento da
família, contudo, muitos desses alimentos apresentam carência de nutrientes.

Encontrar alternativas para a substituição de alimentos processados com carência


nutricional por um alimento que supra as necessidades de nutrientes diárias e apresente custo
acessível, é necessário para resolver o problema da insegurança alimentar e nutricional presente
no mundo inteiro. As proteínas de origem animal, como a carne, o ovo, o peixe e o leite,
apresentam elevados teores proteicos e possuem em sua composição os 8 aminoácidos
essenciais necessários para a alimentação humana. No entanto, essas proteínas possuem custos
elevados, o que as tornam inacessíveis a muitas pessoas.
2

Com o crescimento do veganismo como tendência de mercado, as indústrias


alimentícias precisam buscar diferentes tecnologias e fontes proteicas de origem vegetal. A
proteína de origem vegetal mais conhecida é a obtida da soja, contudo essa leguminosa é um
alimento controverso visto que há uma preocupação de reação alérgica.

Um estudo sobre a composição de nutrientes presentes nas folhas de ora-pro-nóbis


é importante, pois, uma vez que divulgadas as vantagens nutricionais, principalmente os valores
proteicos dessa hortaliça, ela se torna uma opção fundamental para melhorar os hábitos
alimentares da população promovendo a segurança alimentar.

Assim o objetivo deste estudo é analisar, através dos trabalhos dos autores, a
composição química e proteica de aminoácidos essenciais e minerais presentes nas folhas de
ora-pro-nóbis, e avaliar as vantagens da implementação desta PANC na alimentação da
população com o intuito de diminuir os números de pessoas em situações de insegurança
alimentar e nutricional.
3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 PANCS

De acordo com Tuler, Peixoto e Silva (2019) e Food and Agriculture Organization of
the United Nations (2012) a segurança alimentar consiste em produzir ou comprar alimentos
suficientes para satisfazer as necessidades nutricionais diárias das pessoas, com o intuito de
tornar a população saudável. As plantas não convencionais podem ser consideradas
fundamentais para efetivar hábitos alimentares que promovam a segurança alimentar e a
ampliação de fonte de nutrientes disponíveis à população.

Em diversas cidades do século 21, que ainda estão em processo de desenvolvimento, a


segurança alimentar é uma questão ameaçada. Na África e na Ásia, as famílias urbanas chegam
a gastar até 50% de toda a renda familiar em alimentos processados baratos, os quais muitas
vezes possuem carências nutricionais. As hortaliças são fontes naturais ricas em
micronutrientes, contudo, nessas cidades o consumo diário de hortaliças e frutas corresponde a
uma faixa de 20% a 50% do recomendado pela FAO e a Organização Mundial de Saúde (FOOD
AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, 2012).

Segundo Belik (2020), no Brasil, as famílias com maior poder aquisitivo têm as suas
despesas com alimentação 165,5% maiores do que a renda total das famílias mais pobres. Outro
ponto importante no estudo de Belik (2020), está relacionado com a análise de comportamento
alimentar em relação ao poder aquisitivo, as famílias mais pobres gastam mensalmente 26%
das suas rendas familiares com a alimentação, já nas famílias mais ricas, os gastos com a
alimentação correspondem a 5% da renda familiar.

Não há muitos estudos sobre a flora alimentícia nativa do Brasil, principalmente em


relação aos nutrientes que as compõem e a possibilidade de cultivar essas plantas. Muitas das
plantas conhecidas popularmente por daninhas, inços ou mato, são vegetais ricos em nutrientes
e denominados de PANCs (HENDGES; KOGLIN, 2019).

As plantas alimentícias não convencionais são plantas que apresentam uma ou mais
partes que podem servir de uso alimentício mesmo que não façam parte do dia a dia da maioria
4

da população. Essas plantas não são cultivadas em sistemas de produção convencionais e muitas
vezes são consideradas como invasoras e indesejáveis (KINUPP; LORENZI, 2014).

Cada vez mais, as PANCs estão ganhando atenção da comunidade científica por serem
uma alternativa para uma maior utilização da biodiversidade brasileira e por serem fontes
nutricionais com baixo custo, sendo assim, acessíveis pela população (SILVA, 2019).

As hortaliças silvestres apresentam teores de minerais maiores aos vegetais


convencionais. As plantas não convencionais podem ser mais ricas no teor de proteínas, fibras
e em compostos com função antioxidante (TEIXEIRA, 2018).

O emprego de PANCs no desenvolvimento de produtos alimentícios juntamente com a


integração dos conhecimentos acerca desses vegetais é de extrema importância, pois permiti a
preservação da biodiversidade em áreas agrícolas, o aumento da renda dos pequenos
agricultores, uma melhoria da saúde da população e o aumento da disponibilidade de produtos
alimentícios saudáveis nas gôndolas dos mercados (AZEVEDO, 2018).

Muitas das plantas não convencionais eram consumidas no passado. Contudo, devido a
produção em grande escala, possibilitada pela agricultura convencional, e o afastamento do
homem com a natureza, espécies como o arroz e o trigo foram conquistando espaço no cardápio
humano e consequentemente, diminuindo o espaço das PANCs. A bertalha, por exemplo, foi
substituída por couve e rúcula na alimentação dos brasileiros e a rúcula, que já foi classificada
como erva daninha, atualmente, já é vista como uma planta convencional, assim uma hortaliça
considerada não convencional nos dias de hoje, pode ser um vegetal bem aceito em um futuro
próximo (LIRA, 2018).

Nem todas as plantas não convencionais que possam ser introduzidas na alimentação
humana foram catalogadas ou estudadas. Isso ocorre devido à grande biodiversidade presente
no Brasil, mas uma vez que os costumes de regiões interioranas são conhecidos, novas plantas
são encontradas e adicionadas a essa lista de PANCs. São exemplos de plantas alimentícias não
convencionais: azedinha (Hibiscus sabdariffa), taioba (Xanthosoma sagttifolium), peixinho da
horta (Stachys lanata L.) e ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller) (TEIXEIRA, 2018).

A Hibiscus sabdariffa, conhecida popularmente como azedinha, azeda-da-guiné,


caruru-azedo, caruruda-guiné, cha-da-jamaica, pampolha, pampulha, papoula, papoula-de-
duas-cores, quiabeiro-azedo, quiabo-azedo, quiabo-de-angola, quiabo-róseo, quiabo-roxo,
5

rosélia e vinagreira, é uma hortaliça versátil podendo ser utilizada para fins medicinais e
alimentícios. Essa planta é natural da Índia, da Malásia e do Sudão, mas atualmente pode ser
encontrada em países da África, Sudeste da Ásia e América Central e do Sul. A azedinha
apresenta teor expressivo de ferro e é uma excelente fonte de potássio (RAMOS et a.l, 2011;
BOTREL et al, 2020).

A Xanthosoma sagttifolium, popularmente conhecida como taioba, faz parte da mesma


família do inhame, a família das Arácea. Essa hortaliça é originária da América do Sul e pode
ser encontrada em países da América Central, África e Ásia, locais onde a taioba é intensamente
cultivada e consumida. O maior consumo da taioba, no Brasil, ocorre na região Sudeste e nos
estados da Bahia. Em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo se consome a folha e, na
região Nordeste, se consume o rizoma. A taioba é uma ótima fonte de vitamina A, cálcio e
fósforo. A parte mais nutritiva são as folhas, as quais costumam ser consumidas refogadas como
a couve e podem ser utilizadas como ingredientes para recheios de tortas, pizzas e bolinhos
(ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ, [201-]; LANA, 2010).).

Popularmente conhecido como peixinho da horta, lambari de folha ou pulmonária, a


Stachys byzantina K. Koch é originária da Turquia, Ásia e Cáucaso. No Brasil essa planta pode
ser encontrada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Essa planta alimentícia não costuma
ser utilizada na alimentação da população que vivem nos países onde é nativa, no entanto no
Brasil, o peixinho costuma ser consumido empanado e frito. Em relação aos nutrientes presentes
nessa PANC, destacam-se o alto teor de fibra alimentar, o teor de potássio e ferro (AZEVEDO,
2018; BOTREL et al, 2020).

Em destaque às demais PANCs, o ora-pro-nóbis (OPN) pertence à família das cactáceas


e apresenta folhas e potencial como fonte de nutrientes minerais. Seu nome científico é Pereskia
aculeata Miller, mas é popularmente conhecido, além do nome de ora-pro-nóbis, como lobrobó,
lobrodo, guaiapá, groselha-da-américa, cereja-de-barbados, cipó-santo, mata-velha, trepadeira-
limão, espinho-preto, jumbeba, espinho-de-santo-antônio, rosa-madeira e carne de pobre. É
considerada uma planta não convencional, pois sua produção é limitada basicamente a
utilização doméstica. A Pereskia aculeata Miller é uma planta originária do continente
americano, podendo ser encontrada no México, Cuba, Panamá, Bolívia, Venezuela e no Brasil
(QUEIROZ, 2012; QUEIROZ et al, 2015).
6

2.2 ORA-PRO-NÓBIS

A Pereskia aculeata Miller compõe a família cactácea, e é o único em toda família a


produzir folhas verdadeiras, enquanto os outros membros da família produzem folhas que são
transformadas em espinhos. A ora-pro-nóbis apresenta ramos longos, folhas simples elípticas
com pecíolos curtos que possuem uma textura carnosa, podendo alcançar até 15 cm de
comprimento. Seus caules mais velhos têm espinhos poderosos e suas flores apresentam
coloração branca composta por 12 ou mais pétalas (MADEIRA et al, 2016).

Ora-pro-nóbis, em latim, significa rogai por nós e existe uma lenda da qual acredita-se
que originou o nome dessa planta. No período do ciclo de ouro, os padres europeus plantavam
essa hortaliça com o intuito de criar cercas vivas entorno das igrejas, aproveitando os espinhos
presentes nos caules da planta. Naquela época, os mais desfavorecidos, começaram a roubar as
folhas das cercas para consumo próprio, e como os padres não queriam ter seus arbustos
desfolhados, eles vigiavam as cercas para garantir que as folhas não fossem furtadas. Para
conseguir pegar a hortaliça, os consumidores esperavam que os padres começassem a realizar
a missa em latim na qual a frase “ora pro nobis” era dita (MACEN, 2009).

2.2.1 Caracterização química

Botrel et al (2020) determinaram a composição nutricional de amostras de ora-pro-nóbis


(Pereskia aculeata) cultivadas em Brasília e encontraram valores de umidade 88,65%,
proteínas 2,1%, lipídeos 0,51%, carboidratos 2,65%, fibras alimentares 3,88%, cinzas 2,33% e
valor calórico de 22,62 Kcal.

De acordo com as análises de Oliveira et al (2013), o ora-pro-nóbis apresenta em 100


gramas de folhas os valores de umidade de 82,96%, 3,37 g de nitrogênio, 0,45 g de fósforo,
3,74 g de potássio, 2,16 g de cálcio, 0,68 g de magnésio, 0,36 g de enxofre, 0,0028 g de boro,
0,0009 g de cobre, 0,0028 g de manganês, 0,0059 g de zinco e 0,0094 g de ferro. Os níveis de
nitrogênio nas folhas indicam um bom teor proteico e os níveis altos de enxofre indicam a
possibilidade de ter os aminoácidos metionina, cistina e cisteína.

Botrel et al (2020) encontraram em 100g de folhas in natura de ora-pro-nóbis 5,42 mg


de sódio,322,98 mg de potássio, 94,46 mg de magnésio, 269,38 mg de cálcio, 7,3 mg de
7

manganês,11,33 mg de ferro, 0,28 mg de zinco, 0,25 mg de cobre e 17,61 mg de fósforo. Esta


PANC é destacada como uma alternativa à complementação das dietas com micronutrientes.

Em suas análises da composição mineral das folhas de ora-pro-nóbis, Takeiti et al


(2009) encontrou os valores 89,5 g de umidade, 28,4 g de proteínas, 4,1 g de lipídios e 39,1 g
de fibra alimentar, 3,4 mg de cálcio, 1,9 mg de magnésio, 1,6 mg de potássio, 156 mg de fósforo,
46,4 mg de manganês, 26,7 mg de zinco, 14,2 mg de ferro, 5,55 mg de boro e 1,4 mg de cobre.

Rocha et al (2008) ao determinar a composição química das folhas in natura de ora-pro-


nóbis, encontraram valores de umidade 85,3%, proteínas 13,1%, lipídeos 11,2%, cinzas 21,2%
e carboidratos 54,5%.

As folhas frescas de ora-pro-nóbis utilizadas por Vargas (2017) em seu estudo,


apresentaram teor de umidade 87,7% no período do inverno e 85,54% no período do verão. No
período do inverno foram encontrados os valores 13,30% de proteínas, 3,73% de lipídeos,
29,69% de cinzas e 53,17% de carboidratos. Já no período do verão foram obtidos valores
19,35% de proteínas, 3,24% de lipídeos, 24,50% de cinzas e 52,38% de carboidratos.

Alves, Schuster, Dinon (2019) encontrou para 100 gramas das folhas os valores: 85 g
de umidade, 24,0 g de proteínas, 18,0 g de cinzas, 4,0 g de lipídeos e 53,8 g de carboidratos.

Em relação a composição de minerais, Almeida et al (2014) encontrou, para as folhas


de ora-pro-nóbis, 3,91 g de potássio, 1,34 g de cálcio, 0,58 g de magnésio, 0,58 g de enxofre,
0,32 g de fósforo, 0,043 g de manganês, 0,025 g de ferro, 0,007 g de zinco e 0,001 g de cobre.

Souza et al (2016) ao avaliar os teores de proteínas, minerais e nitrato em 100 gramas


das folhas de ora-pro-nóbis obtiveram os seguintes resultados 472 mg de fósforo, 3644 mg de
potássio, 4646 mg de cálcio, 712 mg de magnésio, 252 mg de enxofre, 3,66 mg de zinco, 17,41
mg de ferro, 41,44 mg de nitrato e 21,86 g de proteínas.

Segundo os experimentos realizados por Gonçalves et al (2014), as folhas de ora-pro-


nóbis apresentam 91,60% de umidade e 20,12% de teor de cinzas. Quanto as proteínas das
folhas, encontraram 27,79%.

Em seu estudo experimental sobre as características nutricionais presentes nas folhas de


ora-pro-nóbis in natura, Fidélix et al (2010) encontrou 20,36% de proteínas, 5,38% de gordura,
15,27% de cinzas, 61,67% de fibras e 83,3% de água.
8

Rocha et al (2008) ao analisarem a composição química de ora-pro-nóbis desidratado


encontraram os valores 6,53% de umidade, 93,47% de matéria seca, 3,64% de lipídeos, 22,93%
de proteínas, 12,64 % de fibra total, 18,07% de cinzas, 36,18% de carboidratos. Assim como as
folhas in natura, o OPN desidratado manifesta teores de proteínas, fibras e cinzas elevados.

Girão et al (2003) em sua análise bromatológica encontraram os valores, para a massa


seca das folhas, de 14,55% de umidade, 19,67% de proteína, 29,62% de fibra alimentar e 140,36
ppm de ferro.

As folhas de ora-pro-nóbis são fontes excelentes de aminoácidos, como por exemplo, o


triptofano, a fenilalanina, a tirosina, a leucina, a isoleucina, a treonina e a lisina. No entanto, os
aminoácidos essenciais metionina e cistina, não contribuem de maneira significativa para na
composição proteica dessas folhas (ALBUQUERQUE et al, 1991).

Baseando-se no teor proteico e no perfil de aminoácido não essenciais e essenciais,


clones de ora-pro-nóbis apresentam uma grande variabilidade genética. A Pereskia aculeata
Miller de fato é uma boa fonte de proteína composta por aminoácidos importantes para a
nutrição, destacando-se os aminoácidos leucina, fenilalanina e lisina (BOTREL et al, 2019).

Guimarães (2018) verificou que três espécies de ora-pro-nóbis (P. aculeata, P.


grandifolia e P. bleo) são excelentes fontes de proteína, fibras, ácido ascórbico, cálcio e ferro.
Em relação a cada espécie individualmente, a P. grandifolia apresentou maiores teores de
proteínas; a P. bleo apresentou concentrações elevadas de lipídeos, fósforo, ferro e zinco; e a
P. aculeata apresentou altos teores de fibras e cálcio.

No que se refere ao perfil aminoácidos da fração proteica, em cinco clones de ora-pro-


nobis, Brotel et al (2019) encontrou valores para os teores de aminoácidos essenciais e não
essenciais. Dentre os aminoácidos essenciais, a leucina apresentou destaque com valor médio
de 6,19 g, 4,63 g de fenilalanina, 4,26 g de lisina, 4,09 g de valina, 3,75 g de treonina, 3,21 g
de isoleucina, 2,41 g de histidina, 1,44 g de tripofano e 0,42 g de metionina.

Albuquerque et al (1991) ao analisar a composição de aminoácidos nas folhas de ora-


pró-nobis obteve, para os aminoácidos essenciais, os valores 9,26 g de leucina, 6,90 g de valina,
6,24 g de lisina, 5,89 g de fenialanina, 5,60 g de isoleucina, 5,31 g de treonina, 2,62 g de
histidina e 2,16 g de triptofano.
9

Ao analisar a composição de aminoácidos essenciais nas folhas de ora-pro-nóbis,


Takeiti et al (2009) encontrou, para os aminoácidos essenciais, os valores 1,44 g de arginina,
0,59 g de histidina, 1,07 g de isoleucina, 2,00 g de leucina, 1,43 g de lisina, 0,23 g de metionina,
1,27 g de fenilalanina, 1,00 g de treonina, 1,28 g de treonina e 5,52 g de triptofano.

Os valores médios encontrados para os aminoácidos não essenciais foram 9,39 g de


ácido glutâmico, 6,42 g de asparagina, 5,48 g de arginina, 5,39 g de glicina, 4,78 g de prolina,
3,99 g de albina, 3,94 g de serina e 3,19 g de tirosina (BOTREL et al, 2019).

A composição de aminoácidos não essenciais de acordo com Albuquerque et al (1991)


apresenta valores de 10,13 g de ácido glutâmico, 9,93 g de asparagina, 8,40 g de arginina, 7,94
g de alanina, 5,86 g de serina, 5,03 g de prolina, 4,86 g de tirosina e não foi encontrado valor
para cisteína.

Para a composição dos aminoácidos não essenciais, Takeiti et al (2009) encontraram os


valores 1,71 g de ácido aspártico, 1,00 g de serina, 2,67 g de ácido glutâmico, 1,19 g de prolina,
0,35 g de cistina, 1,31 g de glicina, 1,36 g de alanina e 1,21 g de tirosina.

Francisco (2018) realizou duas análises em diferentes épocas, para analisar a


composição de aminoácidos presentes nas folhas trituradas de ora-pro-nóbis. No mês de
outubro de 2016, os resultados encontrados foram 11 mg/g de proteína de histidina, 27,26 mg/g
de proteína de treosina, 31,90 mg/g de proteína de valina, 403,70 mg/g de proteína de lisina,
33,08 mg/g de proteína de isoleucina, 121,30 mg/g de proteína de leucina, 23,30 mg/g de
proteína de fenilanina, 2,50 mg/g de proteína de metionina, 78,40 mg/g de proteína de
aspargina, 28,20 mg/g de proteína de serina, 99,20 mg/g de proteína de glutamina, 31,20 mg/g
de proteína de arginina, 32,20 mg/g de proteína de alanina, 18,70 mg/g de proteína de prolina
e 21,10 mg/g de proteína de tirosina.

Já para o mês de abril de 2017, Francisco (2018) encontrou os valores de 7,40 mg/g de
proteína de histidina, 45,10 mg/g de proteína de treosina, 52,10 mg/g de proteína de valina,
143,20 mg/g de proteína de lisina, 35,04 mg/g de proteína de isoleucina, 46,00 mg/g de proteína
de leucina, 28,00 mg/g de proteína de fenilanina, 6,60 mg/g de proteína de metionina, 62,60
mg/g de proteína de aspargina, 36,80 mg/g de proteína de serina, 151,60 mg/g de proteína de
glutamina, 46,40 mg/g de proteína de arginina, 49,10 mg/g de proteína de alanina, 203,20mg/g
de proteína de prolina e 20,60 mg/g de proteína de tirosina.
10

2.3 INGESTÃO DIÁRIA DE PROTEÍNAS E MINERAIS

A proteína é um nutriente indispensável na alimentação. Sua molécula é formada por


ligações de aminoácidos, os quais podem se dividir em aminoácidos essenciais e não essenciais.
A qualidade de uma fonte proteica está relacionada a quantidade de proteína presente no
alimento, a quantidade de aminoácidos essenciais e a digestibilidade (MASTERSENSE,
FRIESLANDCAMPINA, [201-]).

De acordo com a Food and Agricultura Organization e a Organização Mundial da Saúde


(2001) a ingestão diária recomendada para um adulto é 60g de proteínas, 53 g para adolescentes
com até 18 anos, 26 g para as crianças com até 10 anos de idade, 13 g para as crianças de 1 a 3
anos de idade.

2.3.1 Ingestão diária de aminoácidos essenciais

A qualidade de uma proteína é avaliada segundo a presença de aminoácidos essenciais.


As proteínas que apresentam quantidades suficientes de todos os aminoácidos essenciais são
melhores que as proteínas que possuem a mesma digestibilidade, mas contém menos
aminoácidos essenciais (TORUN, 1988).

A formação das proteínas ocorre através de uma combinação variada de 20 tipos


diferentes de aminoácidos. Dos 20 tipos de aminoácidos 9 são classificados como aminoácidos
essenciais e os outros 11 são denominados de aminoácidos não essenciais, porém essa
classificação pode ser alterada em casos específicos, nos quais o organismo não sintetiza mais
quantidades suficientes de aminoácidos para atender as necessidades fisiológicas, sendo assim,
o aminoácido não sintetizado se torna um aminoácido essencial. São aminoácidos essenciais: a
isoleucina, a leucina, a lisina, a metionina, a fenilalanina, a treonina, o triptofano e a valina. No
caso das crianças, a histidina é um aminoácido essencial (MARCHINI et al, 2016).

O fornecimento de quantidades suficientes de tipos de aminoácidos para o organismo é


de suma importância, uma vez que esses aminoácidos são utilizados para reconstituir as
proteínas. É através de uma dieta equilibrada que o organismo absorve todos os aminoácidos
necessários e em quantidades ideais (MARCHINI et al, 2016).
11

Segundo a Food and Agriculture Organization, a Universidade das Nações Unidas e a


Organização Mundial da Saúde (2007), as recomendações de ingestão diária de aminoácidos
essenciais para as crianças com idade escolar são: 16,00 mg/g de proteína de histidina, 30,00
mg/g de proteína de isoleucina, 60,00 mg/g de proteína de leucina, 48,00 mg/g de proteína de
lisina, 25,00 mg/g de proteína de treonina, 6,50 mg/g de proteína de triptofano e 40,00 mg/g de
proteína de valina.

A recomendação para a ingestão de aminoácidos essenciais para os adultos consiste em


30,00 mg/g de proteína de fenilalanina e tirosina, 15,00 mg/g de proteína de histidina, 15,00
mg/g de proteína de isoleucina, 60,00 mg/g de proteína de leucina, 48,00 mg/g de proteína de
lisina, 22,00 mg/g de proteína de metionina e cistina, 23,00 mg/g de proteína de treonina, 6,00
mg/g de proteína de triptofano e 10 mg de valina (FOOD AND AGRICULTURE
ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,
UNIVERSIDADE DAS NAÇÕES UNIDAS, 2007).

2.3.2 Ingestão diária de minerais

As vias de metabolismo dos aminoácidos dependem da ingestão diária adequada de


micronutrientes e da qualidade e quantidade dos alimentos ingeridos. A suplementação ou
fortificação de alimentos pode acarretar um consumo excessivo de micronutrientes, resultando
em complicações nas vias metabólicas ou em estresse no corpo. Como um exemplo, o excesso
do zinco na alimentação pode induzir a síntese de metalotioneína e, por consequência,
aumentando a demanda de enxofre no organismo (FOOD AND AGRICULTURE
ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,
UNIVERSIDADE DAS NAÇÕES UNIDAS, 2007).

De acordo com a Food and Agriculture Organization e a Organização Mundial da Saúde


(2001) a ingestão diária recomendada para um adulto é em 1000 mg de cálcio, 14 mg de ferro,
260 mg de magnésio,7 mg de zinco, 700 mg de fósforo, 900 μg de cobre e 2,3 mg de manganês.

Para as crianças de 1 a 3 anos de idade, a recomendação é de 500 mg de cálcio, 6 mg de


ferro, 60 mg de magnésio, 4,1 mg de zinco, 460 mg de fósforo, 340 μg de cobre e 1,2 mg de
manganês (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS,
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2001).
12

A recomendação da ingestão diária, para as crianças com até 10 é 700 mg de cálcio, 9


mg de ferro, 100 mg de magnésio, 5,6 mg de zinco, 1250 mg de fósforo, 440 μg de cobre e 1,5
mg de manganês (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED
NATIONS, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2001).

2.4 SEGURANÇA ALIMENTAR

A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) consiste em garantir o direito de toda


população ao acesso de alimentos de qualidade e em quantidades suficientes, regulamente e
permanentemente, não comprometendo outras necessidades. Esse acesso deve ser
ambientalmente sustentável e embasado em práticas alimentares saudáveis, respeitando a
diversidade cultural, social e econômica. Pode ser mensurada através de medidas diretas e
indiretas que consistem em quantificar o número de indivíduos em situação de carência
alimentar ou fome (CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL, 2004; KEPPLE, SEGALL-CORRÊA, 2011).

Segundo o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (2004), situações


de insegurança alimentar e nutricional podem ser percebidas através de diferentes problemas
como a fome, obesidade, ingestão de alimentos prejudiciais a saúde e/ou de qualidade duvidosa,
doenças provenientes de uma má alimentação, estrutura da produção de alimentos, entre outros.

A fome pode ser classificada em aguda e crônica, sendo a fome aguda equivalente a um
grande apetite consequente de uma urgência de se alimentar. Já a fome crônica consiste em uma
alimentação diária a qual não proporciona ao indivíduo energia suficiente para o bom
funcionamento do organismo, consequentemente, resultando em desnutrição. A desnutrição ou
deficiências nutricionais são decorrentes da alimentação insuficiente em termos de energia e
nutrientes, podendo também, ser uma consequência do não aproveitamento biológico dos
alimentos ingeridos (MONTEIRO, 2003).

A Food and Agriculture Organization of the United Nations (2012) estima que, em
decorrência da inflação dos preços de alimentos no mundo inteiro nos anos de 2007 e 2008, o
número de pessoas que sofrem com a fome crônica no mundo ultrapassou o marco de 1 bilhão
de pessoas. O aumento teve maior impacto entre mulheres e crianças pertencentes a população
13

urbana pobre, validando a informação de que o acesso a alimentos nutritivos é essencial à


segurança alimentar.

Um inquérito objetivando a analisar a insegurança alimentar durante a pandemia da


COVID-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa e Soberania e Segurança
Alimentar, mostra que 55,2% dos domicílios brasileiros se encontram em estado de insegurança
alimentar e os domicílios em área rural apresentam as piores condições (PENSSAN, 2021).

Utilizar as PANCS na alimentação não envolve apenas a escolha de um alimento


saudável, mas também conecta o valor histórico do alimento em culinárias regionais e o
reconhecimento da herança cultural. Investir nas PANCs contribui para reafirmar a segurança
alimentar ao utilizar uma base alimentar variada, e auxilia na promoção e na manutenção da
saúde da população. Agregar novas espécies na alimentação, aumenta a segurança alimentar no
Brasil, no entanto, isso depende da percepção da sociedade, de pesquisas visando melhorar o
aproveitamento da biodiversidade brasileira e da implementação de políticas públicas a fim de
viabilizar uma alimentação saudável e adequada (TULER, PEIXOTO, SILVA, 2019).
14

3 UNIDADE EXPERIMENTAL

Este estudo consistiu em realizar uma revisão de literatura do tipo sistemática sobre a
composição química das folhas de ora-pro-nóbis. Para isso, foi realizado uma ampla leitura de
artigos, teses e periódicos que discorressem o tema com o intuito de melhor fundamentar o
trabalho e alcançar o objetivo traçado.

As buscas dos artigos, teses e periódicos ocorreu através do Google acadêmico,


Periódicos da Capes e SciELO, publicados em língua portuguesa e inglesa, sem restringir as
datas de publicação, e que possuem como palavras-chave: ora-pro-nóbis, Pereskia aculeata,
aminoácidos e hortaliças não-convencionais. Como critério de inclusão, foram selecionados os
estudos na íntegra que abordam a composição centesimal do ora-pro-nóbis. Foram excluídos
da seleção, os estudos que abordam de maneira superficial o assunto, não condiziam com o
objetivo e forneciam informações repetitivas.

Foi realizado um levantamento dos dados encontrados para as composições centesimal


das folhas. Esses dados foram convertidos em base seca e apresentados através de quadros e
gráficos elaborados com o software Excel.

Os dados referentes a ingestão diária de minerais e proteínas foram obtidos através dos
documentos Human Vitamin and Mineral Requirements (2001), Necesidades de energía y de
proteínas (1981) e Protein and amino acid requirements in human nutricion (2007) (FOOD
AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, 1981, 2001, 2007).

Após a elaboração dos gráficos foi realizada uma discussão sobre as vantagens
nutricionais da PANC ora-pro-nóbis e conclusões sobre a sua utilização.
15

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores encontrados pelos autores em estudo para a composição centesimal do ora-


pro-nóbis, apresentam divergências, e em alguns casos, essas diferenças são discrepantes. As
variações encontradas são, provavelmente, consequências da diferença de solos, fatores
climáticos localização geográfica e a metodologia utilizada pelo analista para obter essas
informações.

Os termos “fonte” ou “alto conteúdo” foram utilizados de acordo com a Resolução da


ANVISA – RDC n° 54, de 12 de novembro de 2012, que dispõe sobre os atributos e/ou termos
relacionados as informações nutricionais complementares que podem ser utilizadas em
alimentos que atendem aos requisitos desse regulamento técnico.

4.1 UMIDADE

Figura 1 Dados do teor de água (g) em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis.

Comparativo da quantidade de umidade das folhas de ora-


pro-nóbis

91,60
Porcentagem de umidade

89,50
88,41 88,65 88,30 87,70

85,00 85,30 85,54

Ao analisar os valores encontrados pelos autores para a umidade das folhas de ora-pro-
nóbis, que podem ser observados na Figura 1, os resultados variam de 85,00% a 91,60%, o que
corresponde a uma variação de 6,60 % de umidade.

Assim como todas as folhas, o ora-pro-nóbis tem um alto teor e água o que o torna mais
perecível e reduz a concentração de nutrientes se consumido in natura, por isso recomenda-se
a sua utilização como ingrediente na forma desidratada, pois além de conservar concentrar os
nutrientes na porção consumida.
16

Por se tratar de uma folha, esses valores elevados condizem com o esperado uma vez
que o espinafre e a couve manteiga apresentam uma umidade de 93,4% 90,9%, respectivamente
(TACO, 2011).

4.2 LIPÍDEOS

Figura 2 Dados do teor de lipídeos (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis

Comparativo da quantidade de lipídeos das folhas de ora-


pro-nóbis em base seca
5,38
Quantitativo de lipídios por 100 g (g)

5,07
4,49
4,00 4,10
3,64 3,73
3,24

Almeida Alves, Botrel Fidélix et al Rocha et al Takeiti et Vargas Vargas


(2012) Schuster, (2020) (2010) (2008) al. (2009) (2017) (2017)
Dinon Inverno Verão
(2019)

Os lipídeos são responsáveis pela formação de hormônios e das membranas celulares.


Esse macro nutriente, também, é responsável pela preservação do calor no corpo humano
(FUNDAÇÃO CARGIL, 2018).

Os valores encontrados para os lipídeos, mostrados na Figura 3, variam de 3,00 g a 5,07


g por 100 g das folhas desidratadas. Assim, como a maioria das folhas, o ora-pro-nóbis não é
fonte de lipídeos, sendo, portanto, uma opção para ser utilizado em formulações para dietas de
baixa calorias.

4.3 CARBOIDRATOS
17

Figura 3 Dados do teor de carboidratos (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-


nóbis

Comparativo da quantidade de carboidratos das folhas de


Quantitativo de carboidratos por 100 g (g) ora-pro-nóbis em base seca
57,52

52,8 53,17
52,22 52,38
51,13

Almeida Alves, Botrel (2020) Rocha et al Vargas (2017) Vargas (2017)


(2012) Schuster, (2008) Inverno Verão
Dinon (2019)

Os carboidratos são compostos bioquímicos que possuem a função de fornecer energia


ou fibra para o organismo (FUNDAÇÃO CARGIL, 2018).

Os resultados encontrados pelos autores no que se refere a composição de carboidratos


variam de 51,13 g a 57,52 g em 100 g de matéria seca.

Nos estudos analisados os carboidratos são obtidos por diferença, subtraindo-se em 100
a soma dos valores obtidos para umidade, proteína, lipídios, cinzas, desta forma os resultados
ficam dependentes também das metodologias utilizadas na determinação dos outros compostos,
quando calculados desta forma e não por metodologias específicas para amidos, açúcares entre
outros, as fibras são contabilizadas como carboidratos.

Apesar de alta concentração de carboidratos, assim como em outras folhas, a do ora-


pro-nóbis pode ser utilizada nas dietas low carb, pois apresentam grande parte dos carboidratos
na forma de fibras, uma vez que, dos seis autores, somente Almeida (2012) e Rocha et al (2008)
determinaram a quantidade de fibras, como mostrado na figura 4.

4.4 FIBRAS TOTAIS

A fibra dietética é um componente essencial de uma dieta saudável. Eles compreendem


carboidratos vegetais que resistem à digestão pelo intestino humano, mas sofrem fermentação
completa ou parcial pela microbiota intestinal. Estudos demonstram a relação entre o consumo
de fibra alimentar e diminuição do desenvolvimento de câncer, incluindo colorretal, intestino
delgado, laringe, boca e mama (NOMURA et al., 2007; PARK et al., 2009).
18

As fibras ajudam a controlar a obesidade, prevenir doenças cardiovasculares,


diabetes tipo 2 e melhorar o sistema imunológico. As recomendações atuais de ingestão de fibra
alimentar variam de acordo com a idade, sexo e consumo de energia.

O Guia Alimentar para a População Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde,


recomenda o consumo de 25 g de fibras alimentares ao dia para adultos similar à da OMS -
Organização Mundial da Saúde e da ADA- Associação Dietética Americana que recomendam
25 a 30 g diários (ASSOCIAÇÃO DIETÉTICA AMERICANA, 2002; MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2005).

Segundo Associação Dietética Americana (2002) devem ser acrescentados 5 g mais


a idade para maiores de 2 até 20 anos de idade. Como ainda não há recomendação para crianças
menores de 2 anos, orienta-se uma alimentação completa e variada após os 6 meses de
aleitamento materno exclusivo. Da mesma forma, enquanto não há recomendações para idosos,
a ADA orienta que uma margem segura de ingestão é de 10 a 13 g de fibra para cada 1.000 kcal
para esta faixa etária.

Figura 4 Dados do teor de fibras totais (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-
nóbis

Comparativo da quantidade de fibras totais das folhas de


ora-pro-nóbis em base seca
Quantitativo dde fibras totais por 100 g (g)

61,67

39,10
34,18
29,62
21,60
13,52

Almeida Botrel (2020) Fidélix et al Girão et al Rocha et al Takeiti et al.


(2012) (2010) (2003) (2008) (2009)

Ao analisar o gráfico da Figura 4, Fidélix et al (2010) encontraram um valor discrepante


de 61,67 g, essa variação pode ser em função da metodologia utilizada.

As quantidades de fibras encontradas por Botrel et al (2020), Fidélix et al (2010), Takeiti


et al (2009) e Girão et al (2003) comparadas com as recomendações das instituições mostram
19

que em 100g de folhas de ora-pro-nóbis desidratadas consegue-se obter a quantidade


recomendada para adultos.

Com exceção do resultado de Rocha et al (2008), as folhas de ora-pro-nóbis apresentam


mais fibras que o broto de feijão, 16,00 g, amendoim cru, 8,55 g, e o grão de bico, 14,14 g
(TACO, 2011).

De acordo com Brasil (2012), as folhas de ora-pro-nóbis desidratadas podem ser


caracterizadas como alto conteúdo em fibras.

4.5 CINZAS

Figura 5 Dados do teor de cinzas (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis

Comparativo da quantidade de cinzas das folhas de ora-


pro-nóbis em base seca
Quantitativos de cinzas por 100 g (g)

29,69
24,50
20,52 20,12 19,33
18,00
14,81 15,27 16,10

Segundo os autores, o quantitativo de cinzas em 100 g de matéria seca das folhas de ora-
pro-nóbis variou de 14,81g a 29,69 g como mostrado na Figura 5. Comparando os resultados
encontrados pelos autores com o estabelecido pela TACO (2011), as folhas de ora-pro-nóbis
apresentam um teor de cinzas maior do que o presente nas folhas da couve-manteiga, 14,29 mg,
no grão de bico, 3,65 mg, e nas folhas de espinafre, 5,26 mg.

A determinação de cinzas permite verificar a composição de matérias inorgânicas do


alimento, ou seja, o resíduo mineral fixo que são vistas como ponto de partida para análise de
minerais específicos, essas análises são utilizadas paras fins nutricionais ou de segurança para
a saúde.
20

4.6 MINERAIS

Os minerais são importantes para a saúde e garantem o equilíbrio metabólico, além de


presentes nos organismos são necessários em pequenas quantidades diárias e estes podem ser
considerados componentes essenciais.

Outra questão a ser considerada é a disponibilidade de minerais cuja assimilação


depende de fatores como interação com outros compostos, forma química em que aparece,
idade, estado fisiológico e estado geral de saúde, de forma que não haja risco de consumo
excessivo de minerais pois segundo Pandovani et al (2006) nutrientes podem ser nocivos em
doses que às vezes são apenas pouco superiores aos valores de recomendação. O UL Tolerable
Upper Intake Level, é definido como o mais alto valor de ingestão diária prolongada de um
nutriente que, aparentemente, não oferece risco de efeito adverso à saúde em quase todos os
indivíduos de um estágio de vida ou sexo.

Como mostrado nos gráficos das Figuras 6, ocorrem discrepâncias entre os resultados
dos diferentes autores. Moraes et al (2011) analisaram minerais em amostras de folhas e caules
de ora-pro-nóbis cultivadas com diferentes níveis de incidência solar e encontraram valores
discrepantes entre as amostras mostrando que fatores externos influenciam na composição
química dos vegetais.

Para Botrel et al (2020) diferenças observadas nos valores obtidos em seu estudo
comparando aos resultados de outros autores, podem ser devido a influência de fatores pré-
colheita, tais como local e sistema de cultivo, idade da planta no momento da colheita, bem
como a variabilidade que pode ocorrer dentro da própria espécie.

Segundo Brasil (2012), RDC nº54 (Portaria N 27 da ANVISA) sobre a informação


nutricional complementar na rotulagem de alimentos, estabelece que alimentos que forneçam
no mínimo 30% da recomendação diária (IDR), em 100 g ou 100 ml, recomendada para
vitaminas ou minerais, podem trazer na rotulagem a alegação de “alto conteúdo...”, e os que
apresentam no mínimo 15% da IDR podem ser designados como “fonte” assim as folhas de
ora-pro-nóbis desidratadas podem ter esta alegação para alguns destes micronutrientes.
21

Figura 6 Dados do teor de manganês (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-
nóbis

Comparação da quantidade de manganês em base seca no


ora-pro-nóbis com a recomendação diária da FAO
Quantidade de manganês em 100 g (mg)

64,40

46,40

1,20 1,50 2,30

Botrel (2020) Takeiti et al. 1 a 3 anos (FAO) até 10 anos (FAO) Adultos (FAO)
(2009)

O manganês é um mineral essencial para a ativação de diversas enzimas, participando


também do processo de inibir radicais livres e realizar sínteses de micronutrientes no corpo
humano (CHACUR, [201-]).

O valor encontrado por Botrel et al (2020), mostrado na Figura 6, é de 64,40 mg, já o


encontrado por Takeiti et al (2009) é de 46,40 mg. Segundo os autores, 3,57 g de extrato seco
de folhas de ora-pro-nobis seriam suficientes para atender as recomendações diárias da FAO
tanto para os adultos.

O UL do manganês para crianças até de 1 a 3 anos é de 2 mg, até 8 anos e de 3 mg. Para
adolescente até 13 anos 6 mg, até 18 anos 9 mg e para adultos é de 11 mg, valores que devem
ser considerados para a formulação de produtos para consumo diário prolongado (INSTITUTE
OF MEDICINE,2002).

As folhas de ora-pro-nóbis apresentam maior teor em base seca de manganês em 100 g


do que os brócolis (2,93 mg), couve manteiga (11,21mg) e a lentilha (12,58 mg) (TACO, 2011).

Conforme o estabelecido pela RDC n° 54 (BRASIL, 2012), as folhas de ora-pro-nóbis


podem ser definidas como alto conteúdo de manganês.
22

Figura 7 Dados do teor de cálcio (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis

Comparação da quantidade de cálcio em base seca no ora-


pro-nóbis com a recomendação diária da FAO
4.646,00
Quantidade de cálcio em 100 g (mg)

3.422,00

2.373,30

700,00
500,00
100,00

Botrel (2020) Souza et al Takeiti et al. 1 a 3 anos até 10 anos Adultos (FAO)
(2016 ) (2009) (FAO) (FAO)

O cálcio é o principal mineral responsável por conferir resistência e dureza a estrutura


óssea, além de auxiliar nas trocas de mensagens químicas entre as células, assegurando o
funcionamento normal dos órgãos (UNIMED, 2020).

Ao analisar o quantitativo de cálcio presente em 100 g de matéria seca de folhas de ora-


pro-nóbis mostrado na Figura 7, os autores encontraram valores discrepantes, sendo o valor de
Botrel et al (2020), 2.373,30 mg, Souza et al (2016), 4.646,00 mg, e Takeiti et al (2009),
3.422,00 mg, sendo que segundo Institute of Medicine (1997), o consumo diário prolongado
não deve ultrapassar 2.500 mg deste mineral.

Apesar da grande diferença entre os resultados, segundo dados de Botrel et al (2020),


29,50g de extrato seco das folhas de ora-pro-nóbis suprem a recomendação da FAO para
crianças entre 3 e 10 anos. Esses resultados demonstram que as folhas de ora-pro-nóbis possuem
alto conteúdo de cálcio (BRASIL, 2012).

As quantidades de cálcio encontradas são maiores do que o descrito pela TACO (2011)
para a couve manteiga e o brócolis que apresentam, respectivamente, 1.439,56 mg e 689,19 mg
em base seca.
23

Figura 8 Dados do teor de magnésio (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-
nóbis

Comparação da quantidade de magnésio em base seca no


Quantidade de magnésio em 100 g (mg) ora-pro-nóbis com a recomendação diária da FAO

1.900,00

832,20
712,00

260,00
60,00 100,00

Botrel (2020) Souza et al Takeiti et al. 1 a 3 anos até 10 anos Adultos (FAO)
(2016 ) (2009) (FAO) (FAO)

O magnésio é essencial para que ocorra a formação dos ossos e dentes. Esse mineral
também é necessário para que o organismo funcione normalmente, uma vez que ele está
relacionado ao bom funcionamento celular (MANUAL MSD a, [201-]).

De acordo com Botrel et al (2020), Souza et al (2016) e Takeiti et al (2009), 100 g de


folhas de ora-pro-nóbis apresentam 832,20 mg, 712,00 mg e 1.900,00 mg, respectivamente, de
magnésio. Os três valores são discrepantes, como mostrado na Figura 8, contudo, demostram
que 100g de ora-pro-nóbis desidratado atende à necessidade de magnésio das crianças de 1 a 3
anos, crianças de até 10 anos e adultos.

Segundo os resultados de Souza et al (2016) 36,52 g de extrato seco de folhas do ora-


pro-nóbis atende a necessidade diária de magnésio dos adultos.

Recomenda-se o consumo máximo e 350 mg diários de magnésio, porém esta


recomendação é referente a agente farmacológico ou suplemento alimentar e não inclui o
consumo via alimento ou água (PANDOVANI et al ,2006).

Comparando o teor de magnésio das folhas de ora-pro-nóbis com os brócolis e com a


couve manteiga que apresentam 202,70 mg e 394,62 mg, respectivamente, a hortaliça não
convencional apresenta o maior teor de magnésio (TACO, 2011).

Conforme o estabelecido na RDC n° 54, as folhas de ora-pro-nóbis desidratadas podem


ser classificadas como alto conteúdo de magnésio (BRASIL, 2021).
24

Figura 9 Dados do teor de fósforo (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-
nóbis

Comparação da quantidade de fósforo em base seca no


ora-pro-nóbis com a recomendação diária da FAO

1.250,00
Quantidade de fósforo em 100 g (mg)

700,00

472,00 460,00

155,15 156,00

Botrel (2020) Souza et al Takeiti et al. 1 a 3 anos até 10 anos Adultos (FAO)
(2016 ) (2009) (FAO) (FAO)

A principal função do fósforo no organismo humano é a construção e manutenção da


estrutura óssea, equilíbrio hormonal, transmissão de impulsos nervosos do cérebro para o corpo,
auxiliando na melhoria do desempenho físico (OLIVEIRA, 2013).

Em relação ao quantitativo de fósforo nas folhas de ora-pro-nóbis desidratadas, o maior


resultado encontrado foi o de Souza et al (2016), e que segundo as recomendações da FAO
atendem 100% das necessidades das crianças de 1 a 3 anos, 37,7% da necessidade das crianças
entre 3 e 10 anos e 67,4% para os adultos como mostra a Figura 9. Assim, com base nos
resultados deste autor, considerando uma porção de 100g o produto é considerado como alto
conteúdo de fósforo segundo Brasil (2012).

Segundo Instituto of Medicine (1997) o consumo diário prolongado de fósforo não deve
ultrapassar 4.000mg.

Já os valores encontrados por Botrel et al (2020) uma porção em 100g fornecem 3,8%
para crianças de 1 a 3 anos, 1,4% para crianças até 10 anos e 2,5% para adultos. Segundo
Taikeiti et al (2009) a porção em 100g de extrato seco de ora-po-nóbris fornecem 33,9%, 12,5%
e 22,3% das recomendações estabelecidas pela FAO para as diferentes faixas etárias, podendo
assim ser utilizado como ingrediente em formulações para complementar a IDR deste mineral.

Segundo os dados dos autores, com exceção da análise de Souza et al (2016), que
encontraram valores maiores, a quantidade de fósforo nas folhas de ora-pro-nóbis é menor do
25

que a encontrada em leguminosas utilizadas como fontes vegetais de proteínas como grão de
bico e na lentilha que apresentaram 389,97 mg e 438,82 mg, respectivamente.

Figura 10 Dados do teor de ferro (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis

Comparação da quantidade de ferro em base seca no ora-


pro-nóbis com a recomendação diária da FAO

17,41
Quantidade de ferro em 100 g (mg)

14,20 14,00
11,71

9,00

6,00

Botrel (2020) Souza et al Takeiti et al. 1 a 3 anos até 10 anos Adultos (FAO)
(2016 ) (2009) (FAO) (FAO)

O ferro apresenta variadas funções no organismo, destacando-se a sua participação na


composição da hemoglobina. A falta desse mineral pode prejudicar a imunidade do organismo,
a produtividade e o desempenho mental dos seres humanos (SANTOS, [201-]).

A quantidade de ferro em 100g de folhas de extrato seco de folhas ora-pro-nóbis,


segundo Souza et al (2016) e Taikeiti et al (2009), apresentados na Figura 10, é de 17,41 mg e
14,20 mg, respectivamente. Esses valores são suficientes para atender as necessidades,
referentes ao ferro, de todas as faixas etárias. Segundo Instituto of Medicine (2002) o consumo
diário prolongado de ferro de um adulto não deve ultrapassar 45mg e das crianças não deve ser
maior que 40 mg.

Já o valor encontrado por Botrel et al (2020) de 11,71 mg, atende à necessidade das
crianças de 1 a 3 anos e das crianças com até 10 anos. Em relação a recomendação para os
adultos, o valor corresponde a 83,6%.

No que diz respeito a quantidade de ferro, os resultados dos autores são maiores do que
os definidos pela TACO (2011) para o espinafre, 7,02 mg, lentilha, 6,33 mg, e a couve manteiga
que apresenta 5,49 mg deste mineral.

O extrato seco das folhas de ora-pro-nóbis pode ser considerado como alto conteúdo de
ferro (BRASIL, 2012).
26

Figura 11 Dados do teor de zinco (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis

Comparação da quantidade de zinco em base seca no ora-


pro-nóbis com a recomendação diária da FAO

Quantidade de zinco em 100 g (mg) 26,70

7,00
5,60
3,66 4,10
2,47

Botrel (2020) Souza et al Takeiti et al. 1 a 3 anos até 10 anos Adultos (FAO)
(2016 ) (2009) (FAO) (FAO)

O zinco é um nutriente que auxilia nas sínteses dos micronutrientes, na defesa contra
agentes antioxidantes, na imunidade do organismo e na manutenção do crescimento do corpo
(WHYTE, 2020).

A composição de zinco nas folhas determinada pelos diferentes autores, como mostra a
Figura 11, tanto os valores encontrados por Botrel et al (2020), 2,47 mg, quanto Souza et al
(2016), 3,66 mg, correspondem, respectivamente, a 60,3% e 89,3% das recomendações da FAO
para crianças de 1 a 3 anos, 44,1% e 65,4% para as crianças até 10 anos, e 35,3% e 52,3% para
os adultos.

Já o resultado de Takeiti et al (2009) que encontrou 26,70 mg de zinco 100 g de folhas


de ora-pro-nóbis desidratada, as recomendações diárias para as crianças e os adultos são
supridas.

A recomendação do Instituto of Medicine (2002) o consumo diário prolongado de zinco


não deve ultrapassar 40 mg.

Excluindo o valor de Botrel et al (2020), as folhas de ora-pro-nóbis apresentam maior


quantidade de zinco do que o amendoim cru com 3,42 mg. De acordo com a RDC n° 54, as
folhas de ora-pro-nóbis podem ser classificadas como alto conteúdo de zinco (TACO, 2011;
BRASIL, 2012).
27

Figura 12 Dados do teor de cobre (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-
nóbis

Comparação da quantidade de cobre em base seca no ora-


pro-nóbis com a recomendação diária da FAO (2007)

2,20
Quantidade de cobre em 100 g (mg)

1,40

0,90

0,44
0,34

Botrel (2020) Takeiti et al. 1 a 3 anos (FAO) até 10 anos (FAO) Adultos (FAO)
(2009)

O cobre no organismo humano compõe muitas enzimas que auxiliam na produção de


energia, na formação de glóbulos vermelhos e na ação antioxidante. A maior parte desse mineral
fica localizada no fígado, ossos e músculos (MANUAL MSD b, [201-]).

Ao analisar a composição de cobre nas folhas desidratadas de ora-pro-nóbis mostrada


na Figura 12, Botrel et al (2020) e Taikeiti et al (2009) encontraram os valores de 2,20 mg e
1,40 mg. Segundo esses resultados, as folhas de ora-pro-nóbis atendem as recomendações
diárias para todas as faixas etárias.

Segundo Institute of Medicine (2002) o UL do cobre para adultos é de 10 mg, para


adolescentes até 13 anos 5 mg e 8 mg até 18 anos e para crianças entre 4 e 8 anos este valor é
de 3 mg e entre 1 e 3 anos 1 mg.

Comparando os valores de Botrel et al (2020) e Takeiti et al (2009) com a tabela da


TACO (2011), as folhas de ora-pro-nóbis possuem mais cobre do que os brócolis, com 0,81
mg, a ervilha vagem, 0,86 mg, e o espinafre, 1,05 mg.

O extrato seco das folhas de ora-pro-nóbis pode ser considerado como alto conteúdo de
cobre (BRASIL, 2012).
28

4.7 PROTEÍNAS

Figura 13 Dados do teor de proteínas (g em base seca) em 100 g de folhas de ora-pro-


nóbis

Comparativo da quantidade de proteínas, das folhas de


ora-pro-nóbis em base seca com a recomendação
Quantitativo de proteínas por 100 g (g)

consumo diário médio da FAO (2007)

60,00
53,00
36,65
28,99
28,60

28,40
27,79

26,00
24,53
24,00

22,83

21,86
20,91

20,36
19,67

19,35
18,50

18,25

13,30

13,00
As proteínas são fundamentais para a composição dos tecidos do organismo e das
enzimas e hormônios. Elas atuam, também, na formação de anticorpos e no crescimento
(FUNDAÇÃO CARGIL, 2018).

No que se refere a quantidade de proteínas nas folhas de ora-pro-nóbis, apresentados na


Figura 13, os valores encontrados pelos autores vão de 13,30 g a 36,65 g por 100g em base
seca. Considerando um adulto que pesa 62,50 Kg, sua necessidade de proteína é em média de
60 g, 100 g do extrato seco das folhas de ora-pro-nóbis fornecem em média 50,0% da
necessidade diária, mostrando ser um ingrediente que pode ser incorporado a formulações para
se conseguir atingir o IDR. Em relação a quantidade de proteína determinada pela FAO (2007)
para as crianças de 1 a 3 anos, 100 g de folhas desidratadas suprem essa necessidade segundo
todos os autores.

Ao lado das fontes de proteína animal, classicamente consideradas como de alto valor
biológico, tem sido demonstrado que misturas de vegetais, também resultam em misturas
proteicas de alto valor biológico.

Comparando a quantidade de proteínas nas folhas de ora-pro-nóbis com outros vegetais,


Albuquerque et al (1991) e Almeida (2012) encontraram, respectivamente, 28,60 g e 28,99 g.
Esses valores são maiores do que os definidos pela TACO (2011) para os brócolis, 28,38 g,
espinafre, 21,05 g, grão de bico, 24,17 g, e lentilha, 26,58 g.
29

Estes resultados corroboram com o apelo de um alimento de alto conteúdo em proteína


segundo a RDC n°54 que é apresentar no mínimo 12 g de proteína por 100 g de produto ou por
porção desde que cumpram os teores mínimos de aminoácidos essenciais conforme a Tabela 1
(BRASIL, 2012):

Tabela 1 Composição de Referência de aminoácidos (mg de aminoácido/g de proteína)

Aminoácido mg/g de proteina

Histidina 15

Isoleucina 30

Leucina 59

Lisina 45

Metionina + cisteína 22

Fenilalanina + tirosina 38

Treonina 23

Triptofano 6

Valina 39

Fonte: Adaptado de Brasil (2012)


30

4.8 AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS

Figura 14 Dados do teor de histidina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparativo da quantidade de histidina com a


recomendação diária da FAO (2007)
26,20
24,10
21,70
18,00
16,00
mg/g de proteína

15,00
11,00
7,40

A histidina é utilizada pelo organismo para a reparação e restauração dos tecidos. Sendo
importante, também, para a saúde dos músculos e para as pessoas que praticam atividades
físicas intensas.

O gráfico da Figura 14 refere-se ao comparativo da quantidade de histidina encontrada


pelos autores em 1 g de proteína, comparando-os com a recomendação diária da FAO (2007)
para diferentes faixas etárias. De acordo com o gráfico, os valores encontrados por Albuquerque
et al (1991), Botrel et al (2019) e Takeiti et al (2009) atendem as necessidades das faixas etárias.

Em contrapartida, os resultados de Francisco (2018) mostram que amostras de folha de


ora-pro-nóbis analisadas em out de 2016 e abril de 2017 não atendem a quantidade mínima de
histidina estabelecida em Brasil (2012) para o atributo de fonte ou alto teor de proteína.

Mesmo que Francisco (2018) tenha realizado duas análises com folhas de ora-pro-nóbis
da mesma região com a mesma metodologia, ele obteve valores com uma variação de 3,60 mg/g
de proteína. Essa discrepância pode ser justificada pela variação climática entre os meses de
outubro e abril que interferiram nas condições de cultivo da planta.
31

Figura 15 Dados do teor de treonina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparativo da quantidade de treonina com a


recomendação diária da FAO
53,10
45,10
mg/g de proteína
37,50 37,10
27,26 27,00 25,00 23,00

A treonina é um aminoácido essencial para o sistema nervoso e auxilia na prevenção do


acúmulo de gorduras no fígado (LOPES,2020).

Em relação ao comparativo entre os valores obtido de treonina, pelos autores e as


recomendações da FAO (2007), mostrados na Figura 15, observa-se que os valores de todos os
autores suprem a ingestão diária recomendada para as crianças e os adultos, sendo, portanto,
importante no balanceamento de formulações proteicas.

Para rotulagem complementar com o atributo “fonte de” ou “alto teor” de proteína o
alimento deve conter no mínimo 23 mg de treonina/g de proteína (BRASIL,2012).

Figura 16 Dados do teor de valina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparativo da quantidade de valina com a


recomendação diária da FAO (2007)

69,00
mg/g de proteína

52,10
47,50
40,90 42,00 40,00 39,00
31,90
32

A ingestão da valina é importante para o bom funcionamento do sistema nervoso. Esse


aminoácido atua também na regulação do sistema imunológico, na regulação do nitrogênio e
na promoção e reparação das fibras musculares (PIRES, [201-]).

Ao analisarem quantitativamente o aminoácido essencial valina nas folhas de ora-pro-


nóbis, como mostra a Figura 16, os autores encontraram diferentes valores entre 31,90 mg/g de
proteína e 69,00 mg/g de proteína. Comparando esses valores com o estabelecido pela FAO
(2007) apenas a amostra de Francisco (2018) no mês de outubro obteve valores que não
atendem as recomendações e Botrel et al (2019) encontrou valor um pouco abaixo em relação
as exigências para crianças de 1 a 2 anos.

Segundo Brasil (2012) para rotulagem complementar com o atributo “fonte de” ou “alto
teor” de proteína o alimento deve conter no mínimo 39 mg de valina/g de proteína.

Figura 17 ados do teor de lisina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparativo da quantidade de lisina com a recomendação


diária da FAO
403,70
mg/g de proteína

143,20
62,40 42,60 52,90 52,00 48,00 45,00

O aminoácido lisina contribui para o sistema imunológico através das suas propriedades
antivirais e a sua atuação na produção de anticorpos (BARBOSA, 2019).

Nas análises referentes a lisina, apresentadas na Figura 17, é possível observar uma
discrepância de resultados. Francisco (2018) no mês de outubro encontrou o valor de 403,70
mg/g de proteína e no mês de abril, 143,20 mg/g de proteína. Essa divergência foi justificada
pelo próprio autor como consequência da época do ano em que as colheitas foram realizadas.

Albuquerque et al (1991), Francisco (2018) e Takeiti et al (2009) encontraram valores


para a lisina que suprem, tanto a necessidade das crianças quanto dos adultos. Já o valor de
Botrel et al (2019), apesar de não atender a 100% das recomendações, equivale a 81,9%, 88,7%
33

do indicado para crianças de 1 a 2 anos e em idade escolar respectivamente e a 94,6% para


adultos.

Segundo Brasil (2012) para rotulagem complementar com o atributo “fonte de” ou “alto
teor” de proteína o alimento deve conter no mínimo 45 mg de lisina/g de proteína.

Figura 18 Dados do teor de isoleucina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparativo da quantidade de isoleucina com a


recomendação diária da FAO (2007)
56,00

39,50
33,08 35,04
mg/g de proteína

32,10 31,00 30,00

15,00

A isoleucina realiza o controle do nível de açúcar no sangue e o aumento da produção


da hemoglobina (BARBOSA, 2019).

O gráfico da Figura 18 referente a isoleucina mostra que os valores encontrados por


todos os autores correspondem a mais de 100% da ingestão diária recomendada pela FAO para
as crianças com idade escolar e para os adultos.

Para rotulagem complementar no Brasil com o atributo “fonte de” ou “alto teor” de
proteína, o alimento deve conter no mínimo 30 mg de isoleucina/g de proteína além de atender
as quantidades mínimas de proteína estipuladas (BRASIL,2012).
34

Figura 19 Dados do teor de fenilalanina + tirosina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-
pro-nóbis

Comparativo da quantidade de Fenilalanina+ tirosina com


a recomendação diária da FAO (2007)
107,50
95,70
mg/g de proteína

78,20

48,40 48,60 46,00 41,00 38,00

A fenilalanina é um aminoácido essencial que pode se transformar em tirosina, e


desempenha a função de reduzir a sensação e de melhorar o humor, uma vez que ela atua no
sistema nervoso central (LOPES, 2020).

A Figura 19 mostra os valores encontrados pelos autores, comparando com o valor


recomendado pela FAO (2007), para a ingestão de fenilalanina e tirosina indicado para os
adultos. Albuquerque et al (1991), Botrel et al (2019) e Takeiti et al (2009) obtiveram
resultados que suprem a necessidade desse aminoácido para todas as faixas etárias.

Os resultados mostram que as folhas de ora-pro-nóbis são uma excelente fonte de


fenilalanina + tirosina contribuindo para atender os atributos de “fonte de” ou “alto teor” de
proteína, que requer no mínimo 38 mg destes aminoácidos/ g de proteína. (BRASIL,2012).
35

Figura 20 Dados do teor de leucina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparativo da quantidade de leucina com a


recomendação diária da FAO (2007)
121,30
mg/g de proteína
92,60
74,00
61,90 63 60,00 59,00
46,00

A leucina é indicada em recuperação pós-operatórios por contribuir para a melhorar na


saúde dos ossos, da pele e músculos após traumas (BARBOSA, 2019).

Como mostrado na Figura 20, em relação ao quantitativo de leucina nas folhas de ora-
pro-nóbis, apenas o valor encontrado por Francisco (2018) no mês de abril de 2017 não atende
as recomendações de consumo. Para o atributo de “fonte de” ou “alto teor” de proteína o
alimento deve conter no mínimo 59 mg / g de proteína segundo Brasil (2012), assim formulação
com extrato seco de folhas de ora-pro-nóbis como ingrediente podem contribuir para
atendimento a esta legislação.
36

Figura 21 Dados do teor de metionina +cisteina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-
pro-nóbis

Comparativo da quantidade de aminoácidos sulfurados


( metionina + cisteina) com a recomendação diária da
FAO
26,00
23,00 22,00
21,00
mg/g de proteína

8,50
6,41 6,60
2,50

A metionina auxilia o fígado no processamento de gorduras, contribuindo para o


controle de disponibilidade da glutationa no fígado (BARBOSA, 2019).

Apenas Botrel et al (2019) quantificou a cisteina separadamente encontrando valor


médio de 2,21 mg/g sendo que a recomendação é da proporção de 6 mg de cisteina para 16 mg
de metionina para os adultos totalizando 22 mg.

Segundo o resultado de Albuquerque et al (1991), apresentado na Figura 21, o valor


correspondente de metionina nas folhas de ora-pro-nóbis equivale a 80,7%, 91,3% e 95,5% da
recomendação de metionina mais cisteina da FAO (2007), respectivamente, para crianças entre
1 e 2 anos, crianças em idade escolar e adultos.

Os outros autores encontraram valores bem abaixo que representam 9,6%, a 32,7% das
recomendações para crianças entre 1 e 2 anos, 10,8% 36,9% para crianças na idade escolar e
11,36 % a 38,6% para adultos.

Segundo Brasil (2012), o alimento deve conter no mínimo 22mg de metionina + cisteina
/g de proteína, para poder ser considerado “fonte” ou “alto teor” de proteína.
37

Figura 22 Dados do teor de triptofano (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparativo da quantidade de triptofano com a


recomendação diária da FAO (2007)

204,60
mg/g de proteína

21,60 14,40 7,40 6,50 6,00

Albuquerque Botrel et al. Takeiti et al. 1a2 Idade escolar Adultos (FAO)
et al (1991) (2019) (2009) anos(FAO) (FAO)

O triptofano é fundamental para a realização das sínteses de novas proteínas e


neurotransmissores. Além disso, esse aminoácido auxilia no equilíbrio do apetite, sono, humor
e energia (SILVA, 2020).

O gráfico da Figura 22 mostra que o valor encontrado por Takeiti et al (2009) é


discrepante dos demais, uma vez que a 204,60 mg/g de proteína é 9 vezes maior que o valor de
Albuquerque et al (1991) e 14 vezes maior que o valor de Botrel et al (2019). Contudo, todos
os valores encontrados suprem as necessidades diárias de triptofano da FAO (2007),
recomendadas para as crianças e adultos.

Analisando os resultados dos três autores, as folhas de ora-pro-nóbis são uma excelente
fonte de triptofano sendo que a quantidade mínima de 6 mg/g de proteína é requerida para a
rotulagem complementar com atributo de “fonte de” ou “alto teor” de proteína (Brasil, 2012)

4.9 AMINOÁCIDOS NÃO ESSENCIAIS

Os aminoácidos não essenciais não apresentam recomendações de ingestão diária da


FAO, com exceção da tirosina e cisteína, pois esses dois aminoácidos estão inclusos na
orientação da FAO para a fenilanina e metionina, como mostrado nas Figuras 19 e 21
respectivamente.
38

Figura 23 Dados do teor de asparagina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparação da quantidade de aspargina mg/g de proteina

mg/g de proteína 99,30

78,40

64,20 62,60 63,20

Albuquerque et al Botrel (2019) Francisco (2018) Francisco (2018) Takeiti et al.


(1991) Out/16 Abr/17 (2009)

A asparagina possui a capacidade de influenciar a produção de hormônios. Esse


aminoácido costuma ser utilizado por fisiculturistas, por contribuir para uma elevação dos
músculos rapidamente (NUTRITIENDA, 2021).

Segundo os dados das pesquisas, mostrados na Figura 23, as folhas de ora-pro-nóbis


possuem de 62,60 a 99,30 mg/g de proteína.

Figura 24 Dados do teor de serina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparação da quantidade de serina mg /g deproteina


mg/g de proteína

58,60

39,40
36,80 37,10

28,20

Albuquerque et al Botrel (2019) Francisco (2018) Francisco (2018) Takeiti et al.


(1991) Out/16 Abr/17 (2009)

A serina possui a capacidade de evitar a hipoglicemia, pois esse aminoácido permite a


formação de glicose no fígado (NUTRIENDA, 2021).
39

A comparação da quantidade de serina entre os autores, apresentada na Figura 24, indica


que as folhas de ora-pro-nóbis em base seca, apresentam pelo menos 28,20 mg/g de proteína.
Entre os 5 valores encontrados, o maior é o de Albuquerque et al (1991) e o menor de Francisco
(2018) no mês de outubro, com uma variação de 30 mg/g de proteína.

Figura 25 Dados do teor de glutamina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparação da quantidade de glutamina mg/ g de


proteina
151,60
mg/g de proteína

101,30 99,20 99,00


93,90

Albuquerque et al Botrel (2019) Francisco (2018) Francisco (2018) Takeiti et al.


(1991) Out/16 Abr/17 (2009)

A glutamina é utilizada para o fornecimento de energia para o cérebro e também, para


eliminar o excesso de amônia na circulação sanguínea (NUTRITIENDA, 2021).

Analisando o gráfico na Figura 25, o maior valor encontrado foi o de Francisco (2018)
com 151,60 mg/g de proteína, apresentando uma variação de 57,70 mg/g de proteína com o
menor valor, o de Botrel (2019).

De acordo com os resultados dos autores, é possível encontrar, pelo menos, 93,90 mg/g
de proteína de glutamina.
40

Figura 26 Dados do teor de arginina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparação da quantidade de arginina mg/ g de proteina

84,00
mg/g de proteína

54,80 53,20
46,40

31,20

Albuquerque et al Botrel (2019) Francisco (2018) Francisco (2018) Takeiti et al.


(1991) Out/16 Abr/17 (2009)

A arginina, é utilizada no processo de cicatrização de feridas, e desempenha um papel


importante no transporte de nitrogênio e na defesa imunológica (BARBOSA, 2019).

O gráfico da Figura 26 mostra a comparação das quantidades encontradas para a


arginina. É possível perceber que Albuquerque et al (1991) foi o autor que mais encontrou
arginina nas folhas de ora-pro-nóbis. Entre os resultados, Francisco (2018) no mês de outubro
foi quem obteve o menor valor com 31,20 mg/g de proteína.

Figura 27 Dados do teor de alanina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparação da quantidade de alanina em base seca no


ora-pro-nóbis

79,40
mg/g de proteína

49,10 50,40
39,90
32,20

Albuquerque et al Botrel (2019) Francisco (2018) Francisco (2018) Takeiti et al.


(1991) Out/16 Abr/17 (2009)

A alanina é o aminoácido que intervém no metabolismo da glicose, servindo como fonte


de energia para os músculos, cérebro e sistema nervoso (NUTRITIENDA, 2021).
41

A Figura 28 mostra os valores encontrados para o aminoácido alanina. O resultado de


Albuquerque et al (1991) é o que se destaca, por ser o maior e apresentar maior variação quando
comparado com os demais.

Figura 28 Dados do teor de prolina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis

Comparação da quantidade de prolina mg/g de proteina

203,20
mg/g de proteína

50,30 47,80 41,00


18,70

Albuquerque et al Botrel (2019) Francisco (2018) Francisco (2018) Takeiti et al.


(1991) Out/16 Abr/17 (2009)

A prolina possui ação cicatrizante e anti-inflamatória, podendo ser utilizada para a


reparação de cartilagens e reduzir fricções nas articulações (JOBST, [201-]).

Entre os resultados encontrados, como mostrado na Figura 28, Francisco (2018) no mês
de abril obteve o resultado de 203,20 mg/g de proteína, sendo muito discrepante dos demais
valores, visto que a segunda maior quantidade encontrada foi a de Albuquerque et al (1991)
com 50,30 mg/g de proteína. A variação entre esses dois autores é de 152,90 mg/g de proteína.
42

5 CONCLUSÃO

Os gráficos possibilitam uma melhor compreensão e uma interpretação visual da


comparação entre a quantificação dos macronutrientes e de aminoácidos e minerais encontrados
na literatura com as recomendações diárias de consumo de recomendados pelos órgãos oficiais.

Nenhum alimento sozinho consegue atender todas as recomendações nutricionais,


apresentando falta ou excesso de nutrientes específicos, assim nas formulações industriais ou
na elaboração de refeições balanceadas é importante o acesso aos dados de composição química
para otimizar do ponto de vista nutricional a formulação do produto.

Existem muitas discrepâncias em relação aos resultados da composição nutricional das


folhas de ora-pro-nóbis seja devido aos tratos culturais, regiões de cultivo bem como ao preparo
e conservação das amostras e metodologia analítica, assim para industrializar esse produto, é
necessário realizar análises da matéria prima, uma vez que os fatores extrínsecos e intrínsecos
interferem nessa composição

Os dados da literatura mostram que a ora-pro-nóbis é uma hortaliça não convencional


com benefícios para a alimentação, uma vez que suas folhas apresentam alto teor de proteínas
e minerais (magnésio, manganês, ferro, cálcio e cobre), podendo ser utilizada como ingrediente
de formulações com o objetivo de complementar a IDR de minerais e aminoácidos essenciais.

Em relação aos aminoácidos essenciais a metionina e a cisteina são os aminoácidos


limitantes, sendo excelente fonte de treonina, isoleucina e fenilalanina segundo os dados
avaliados. Com essas características, a introdução das folhas de ora-pro-nóbis na alimentação
dos brasileiros, que hoje é restrito a apenas a algumas regiões do Brasil, contribuiria para o
consumo de proteínas de qualidade oriundos de vegetais, pois apresentam custo mais acessível
à população, sendo uma solução para as pessoas que vivem em situação de insegurança
alimentar.
43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, M.G.P.T. et al. Composição centesimal e escore de amino-ácidos em três


espécies de “ora-pro-nobis” (Pereskia aculeata Mill., P. bleu De Candolle e P. pereskia (L)
Karsten). Boletim SBCTA, v.25, n.1, p.7-12, 1991.

ALMEIDA, M. E. F. et al . Chemical characterization of the non-conventional vegetable


known as ora-pro-nobis. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 30, n. 3, p. 431-439, 2014.
Disponível em:
http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/view/17555/14557. Aceso em 10
mai. 2021.

ALVES, L.U., SCHUSTER, M.B., DINON, A.Z. Influência do processo de secagem nas
características físico-química da farinha de ora-pro-nóbis. In: Seminário de iniciação
científica, 29, 2019, Florianópolis. Anais[...]Florianópolis: Universidade do Estado de Santa
Catarina, 2019. Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.udesc.br/arquivos/ud
esc/id_cpmenu/10573/67_15663961672039_10573.pdf&ved=2ahUKEwiR5sePq6PwAhXsFb
kGHd3EDZcQFjAAegQIBRAC&usg=AOvVaw0yR-51u_VQNPGZ5Bn-ysku. Acesso em:
22 abr. 2021.

ASSOCIAÇÃO DIETÉTICA AMERICANA. Health implications of dietary fiber. J Am Diet


Assoc.v. 2002, 102, p. 993-1000. Disponível em:
http://www.eatright.org/cps/rde/xchg/ada/hs.xsl/advocacy_adar2_0702_ENU_HTML_(Draft).
htm. Acesso em 27 de ago 2021

AZEVEDO, T.D. Propriedades nutricionais, antioxidantes, antimicrobianas e toxicidade


preliminar do peixinho da horta (Stachys byzantina K. Koch).2018. Dissertação (Mestrado
em Alimentação e Nutrição) Departamento de Nutrição, Universidade Federal do Paraná-
UFPR, Curitiba, 2018. Disponível em: https://www.acervodigital.ufpr.br/handle/1884/58899.
Acesso em: 13 mar. 2021.

BARBOSA, E. Substâncias essenciais para o funcionamento do organismo. Blog Educamais


Brasil. Salvador, Bahia, 13 jun. 2019. Disponível em:
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/aminoacidos. Acesso em: 2 nov. 2021.

BELIK. W. Estudo sobre a cadeia de alimentos. São Paulo, 2020. Disponível em:
https://www.ibirapitanga.org.br/acervo/programaticos/. Acesso em: 2 dez. 2021.

BOTREL, N. et al. Estudo comparativo da composição proteica e do perfil de


aminoácidos em cinco clones de ora-pro-nóbis. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2019.20
p. (Embrapa Hortaliças. Boletim de pesquisa e desenvolvimento, 196). Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1112949. Acesso em: 24 mar.
2021.

BOTREL, N.et al . Valor nutricional de hortaliças folhosas não convencionais cultivadas no


Bioma Cerrado. Braz. J. Food Technol., Campinas, v. 23, e2018174, 2020. Disponível em:
44

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-
67232020000100461&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 23 mar. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA.


Resolução – RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012. Dispõe sobre o Regulamento Técnico
sobre Informação Nutricional Complementar. Diário Oficial da União,2012. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0054_12_11_2012.html. Acesso
em: 26 out. 2021.

CHACUR. Manganês. Blog Nutrologiario. Rio de janeiro, [201-]. Disponível em:


https://nutrologiariodejaneiro.com.br/manganes.html. Acesso em: 19 out. 2021.

CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Princípios


e diretrizes de uma política de segurança alimentar e nutricional. Brasília, 2004.
Disponível em:
https://www.ipea.gov.br/participacao/images/pdfs/conferencias/Seguranca_Alimentar_II/texto
s_referencia_2_conferencia_seguranca_alimentar.pdf. Acesso em: 7 abr. 2021.

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ. Catálogo Brasileiro de


Hortaliças. Blog Esalq. Piracicaba, [201-]. Disponível em:
http://www.esalq.usp.br/cprural/flipbook/pb/pb48/assets/basic-html/page55.html. Acesso em:
13 mar. 2021.

FIDÉLIX, M.P. et al . Estudo experimental sobre as características nutricionais e sensoriais


do ora-pro-nobis (Pereskia aculeata Mill). Nutrição Brasil, v.9, n.6, p.392-397, 2010.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS,


ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Human Vitamin and Mineral Requirements.
Tailândia, 2001. Disponível em:
https://www.who.int/nutrition/publications/nutrientrequirements/WHO_TRS_935/en/. Acesso
em: 10 abr. 2021.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS,


ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, UNIVERSIDADE DAS NAÇÕES UNIDAS DE
EXPERTOS. Necesidades de energía y de proteínas. Roma, 1981. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/handle/10665/40157. Acesso em: 10 abr. 2021.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS,


ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, UNIVERSIDADE DAS NAÇÕES UNIDAS DE
EXPERTOS. Protein and amino acid requirements in human nutrition. Índia, 2007.
Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/43411. Acesso em: 15 abr. 2021.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. Criar


cidades mais verdes. Roma, Itália, 2012. Disponível em:
http://www.fao.org/ag/agp/greenercities/pt/hup/seguranca_alimentar.html. Acesso em: 17
mar. 2021.
45

FRANCISCO, T. C. T. Analise de hidrolisados proteicos de Pereskia aculeata Miller.


Dissertação (pós-graduação em biotecnologia). UNESP, Araraquara, São Paulo, 2014.
Disponível em: https://docero.com.br/doc/xvnv11v. Acesso em: 30 agos. 2021.

FUNDAÇÃO CARGIL. Nutrientes e suas Funções: equilíbrio é fundamental quando se trata


de alimentação saudável. Blog Alimentação em foco. São Paulo, 2018. Disponível em:
https://www.google.com/amp/s/alimentacaoemfoco.org.br/nutrientes-e-suas-funcoes/amp/.
Acesso em: 2 nov. 2021.

GIRÃO, L. V. C.; SILVA FILHO, J. C.; PINTO, E. B. P.; BERTOLUCCI, S. K. V.


Avaliação da composição bromatológica de ora-pro-nóbis. Horticultura Brasileira, Brasília,
v. 21, n. 2, jul. 2003 (Suplemento 2). Disponível em:
http://www.abhorticultura.com.br/biblioteca/arquivos/Download/Biblioteca/pmfi5000c.pdf.
Acesso em: 6 abr. 2021.

GONÇALVES, J.P.Z. et al. Quantificação de proteínas e análise de cinzas encontradas nas


folhas e caule da ora-pro- nóbis (Pereskia aculeata Miller) p. 3127-3132. In: XX
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA QUÍMICA, 2014. Anais [...]
Florianópolis, Santa Catarina, 2014. Disponível em:
https://www.proceedings.blucher.com.br/article-details/quantificao-de-protenas-e-anlise-de-
cinzas-encontradas-nas-folhas-e-caule-da-ora-pro-nbis-pereskia-aculeata-miller-17008.
Acesso em: 10 mai. 2021.

GUIMARÃES, J. R. A. Physical-chemical characterization and mineral composition


Pereskia aculeata mill., Pereskia grandifolia haw. and Pereskia bleo (kunth) DC. 2018.
Tese (Doutorado em agronomia). Universidade Estadual Paulista em Franca, Botucatu, São
Paulo, 2018. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/154805. Acesso em: 24 mar. 2021.

HENDGES, E., KOGLIN, G. Introdução alimentar de plantas alimentícias não convencionais


em escolas. In: SEMANA CIENTÍFICA DA UNILASALLE, 2019. Anais. Universidade La
Salle, Rio Grande do Sul, 2019. Disponível em:
https://anais.unilasalle.edu.br/index.php/sefic2019/article/view/1759. Acesso em: 13 mar.
2021.

https://www.unimed.coop.br/viver-bem/alimentacao/qual-a-quantidade-de-calcio-que-o-
corpo-precisa-e-como-obte-la. Acesso em: 19 out. 2021.

INSTITUTE OF MEDICINE-IOM. Dietary reference intakes for calcium, phosphorus,


magnesium, vitamin D, and fluoride. Washington (DC): National Academy Press; 1997.

INSTITUTE OF MEDICINE-IOM. Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K,


arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon,
vanadium, and zinc. Washington (DC): National Academy Press; 2002.

JOBST, M. Guia da prolina: o que é? Para que serve e como tomar. Blog NutriJobst. Atibaia,
[201-]. Disponível em: https://www.sociedadeglobal.org.br/Prolina/. Acesso em: 19 out.
2021.
46

KEPPLE, A. W., SEGALL-CORRÊA, A. M. Conceituando e medindo segurança alimentar e


nutricional. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 187-199, jan. 2011
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000100022. Acesso em: 7 abr.
2021.

KINUPP, V.F.; LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil:


guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. São Paulo: Instituto
Plantarum de Estudos da Flora, 2014. 768 p. Disponível em:
https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/ebook-plantas-alimenticias.pdf. Acesso em: 10 mar.
2021.

LANA, M. M.; TAVARES, S. A. (Ed.). 50 Hortaliças: como comprar, conservar e


consumir. 2. ed. rev. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2010. Disponível em:
http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/854775. Acesso em: 13 mar.
2021.

LIRA, A. Mais do que matos, elas são as plantas alimentícias não convencionais. Blog
AGRAER: Agência de desenvolvimento agrário e extensão. Campo Grande, MS, 20 abr.
2018. Disponível em: https://www.agraer.ms.gov.br/mais-do-que-matos-elas-sao-as-plantas-
alimenticias-nao-convencionais/. Acesso em: 24 mar. 2021.

LOPES, N. Aminoácidos essenciais: Conheça suas funções. Blog Vitat. São Paulo, 12 mar.
2020. Disponível em: https://vitat.com.br/aminoacidos-essenciais/. Acesso em: 2 nov. 2021.

MACEN, F. Ora-pro-nóbis- a origem do nome. Blog Pescaki. São João del Rey, 26.nov.
2009. Disponível em: https://www.pescaki.com/topic/22276-ora-pro-nobis-a-origem-do-
nome/. Acesso em: 23 mar. 2021.

MADEIRA, N.R. et al. Cultivo de ora-pro-nóbis (Pereskia) em plantio adensado sob


manejo de colheitas sucessivas. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2016. (Circular técnica,
156). Disponível em : https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-
/publicacao/1066888/cultivo-de-ora-pro-nobis-pereskia-em-plantio-adensado-sob-manejo-de-
colheitas-sucessivas. Acesso em: 23 mar. 2021.

MANUAL MSD a. Considerações gerais sobre a função do magnésio no organismo. Blog


Manual MSD. [201-]. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-
br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/equil%C3%ADbrio-
eletrol%C3%ADtico/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-a-
fun%C3%A7%C3%A3o-do-magn%C3%A9sio-no-organismo. Acesso em: 19 out. 2021.

MANUAL MSD b. Deficiência de cobre. Blog Manual MSD. [201-]. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-
nutricionais/minerais/defici%C3%AAncia-de-cobre. Acesso em: 19 out. 2021.

MARCHINI, J. S. et al . Aminoácidos. São Paulo: International Life Sciences Institute,


2016. Disponível em: https://ilsibrasil.org/publication/aminoacidos/. Acesso em: 15 abr. 2021.
47

MASTERSENSE; FRIESLANDCAMPINA; O que determina a qualidade de uma proteína?


Aditivos e ingredientes, São Paulo, p:32-35, [201-]. Disponível em:
https://aditivosingredientes.com.br/artigos/todos/o-que-determina-a-qualidade-de-uma-
proteina. Acesso em: 10 abr. 2021.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de


Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: Promovendo a
alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 236p. Disponível
em: http://www.nutritotal.com.br/publicacoes/?acao=bu&id=155&categoria=7. Acesso em:
19 out. 2021

MONTEIRO, C. A. A dimensão da pobreza, da desnutrição e da fome no Brasil. Estud. av.,


São Paulo, v. 17, n. 48, p. 7-20, Aug. 2003. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142003000200002. Acesso
em 7 abr. 2021.

MORAES, C.M.S et al. Teor de minerais em folhas e caules de ora-pro-nóbis cultivada sob
níveis de radiação solar direta. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
QUÍMICA, 34. Anais[...], Florianópolis, maio 2011. Disponível em:
http://sec.sbq.org.br/cdrom/34ra/resumos/T3296-2.pdf . Acesso em: 2 nov. 2021.

NOMURA, Abraham M.Y et al. Dietary fiber and colorectal cancer risk: the multiethnic
cohort study. Cancer Causes & Control, v. 18, n. 7, p. 753-764, 2007.

NUTRITIENDA. Para que serve fenilalanina? Benefícios e propriedades. Blog Nutritienda.


Portugal. 1 jan. 2010. Disponível em: https://blog.nutritienda.com/pt/l-fenilalanina/. Acesso
em: 2 nov. 2021.

OLIVEIRA, D. C. S. et al . Composição mineral e teor de ácido ascórbico nas folhas de


quatro espécies olerícolas não-convencionais. Hortic. Bras., Vitoria da Conquista, v. 31, n. 3,
p. 472-475, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-05362013000300021.
Acesso em: 24 mar. 2021.

OLIVEIRA, F. L. Fósforo - benefícios e causas para o corpo humano. In: 53° CONGRESSO
BRASILEIRO DE QUÍMICA, 2013. Rio de janeiro, 2013. Disponível em:
http://www.abq.org.br/cbq/2013/trabalhos/2/2330-8605.html. Acesso em: 19 out. 2021.

PADOVANI, R.M.; AMAYA-FARFÁN, J.; COLUGNATI, F. A. B.; DOMENE, S. M. A.


Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Rev. Nutr.,
Campinas, v.19, n.6, p.741-760, nov./dez., 2006. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rn/a/YPLSxWFtJFR8bbGvBgGzdcM/?format=pdf&lang=pt. Acesso
em: 2 out. 2021.

PARK, Y.; BRINTON, L. A.; SUBAR, A. F.; HOLLENBECK, A.; SCHATZKIN, A. Dietary
fiber intake and risk of breast cancer in postmenopausal women: The National Institutes of
Health-AARP Diet and Health Study. American Journal of Clinical Nutrition,
Houston,v.90, p. 664–671, 2009.
48

PIRES, J. Vanila. Blog Infoescola. São Paulo,[201-]. Disponível em:


https://www.infoescola.com/bioquimica/valina/. Acesso em: 2 nov. 2021.

QUEIROZ, C. R. A. A. Cultivo e composição química de ora -pro-nóbis (Pereskia


aculeata Mill.) sob déficit hídrico intermitente no solo. 2012. Tese (Doutorado em
Agronomia). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Jaboticabal. 2012.
Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/100813/queiroz_craa_dr_jabo.pdf?sequen
ce=1&isAllowed=y. Acesso em: 23 mar. 2021.

QUEIROZ, C.R.A.A. et al . Ora-pro-nóbis em uso alimentar humano: percepção sensorial.


Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Pombal, Paraíba, v.10,
n.3, p 01-05, jul-set, 2015. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/281994591_Ora-pro-
nobis_em_uso_alimentar_humano_percepcao_sensorial. Acesso em: 23 mar. 2021.

RAMOS, D.D. et al . Atividade antioxidante de Hibiscus sabdariffa L. em função do


espaçamento entre plantas e da adubação orgânica. Ciência Rural, Santa Maria, v.41, n.8,
p.1331-1336, agosto, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
84782011005000107&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 13 mar. 2021.

REDE BRASILEIRA DE PESQUISA E SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR.


Insegurança alimentar e Covid-19 no Brasil. Blog Olhe para fome. Brasília, 2021.
Disponível em: http://olheparaafome.com.br/. Acesso em: 25 abr. 2021.

ROCHA, D.R. C. et al. Macarrão adicionado de ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller)


desidratado. Alimentos e Nutrição, Araraquara v.19, n.4, p. 459-465, 2008. Disponível
em:http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/alimentos/article/viewArticle/656. Acesso
em: 24 mar. 2021.

RODRIGUES, S. et al . Caracterização química e nutricional da farinha de ora-pro-nóbis


(Pereskia aculeata Mill). Faculdade de Tecnologia Estudante Rafael Almeida Camarinha.
Avenida Castro Alves, Marília, São Paulo, [201-]. Disponível em:
https://docplayer.com.br/21549425-Caracterizacao-quimica-e-nutricional-da-farinha-de-ora-
pro-nobis.html. Acesso em: 25 mar. 2021.

SANTOS, V. S. Importância do ferro para a saúde. Blog Prepara ENEM. Goiânia, [201-
]. Disponível em: https://www.preparaenem.com/amp/biologia/importancia-ferro-para-
saude.htm. Acesso em: 19 out. 2021.

SILVA, L.W. Potencial tecnológico da folha da Pereskia aculeata Miller (ora-pro-nóbis):


Uma Revisão. Orientadora: Renata Dias de Melo Castanho Amboni. 2019. Trabalho de
conclusão de curso (Bacharelado em Engenharia de Alimentos) - Universidade Federal de
Santa - UFSC, Florianópolis, Santa Catarina, 2019. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/199740. Acesso em: 11 mar. 2021.
49

SILVA, T.C. O que o triptofano faz no organismo? Blog Nutriblue. São Paulo. 23 set. 2020.
Disponível em:https://blog.nutriblue.com.br/o-que-o-triptofano-faz-no-organismo/. Acesso
em: 19 out. 2021.

SOUZA, M. R. M. et al. Teores de minerais, proteínas e nitratos em folhas de Pereskia


aculeata submetidas à fertilização com nitrogênio. Pesqui. Agropecu. Trop., Goiânia, v. 46,
n. 1, pág. 43-50, março de 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1983-
40632016v4637959. Acesso em: 10 mai. 2021.

Tabela brasileira de composição de alimentos (TACO) 4 ed. Campinas: NEPA, UNICAMP.


2011. Disponível emco: https://www.nepa.unicamp.br/taco/tabela.php?ativo=tabela. Acesso
em: 25 out. 2021.

TAKEITI, C. Y. et al . Nutritive evaluation of a non-conventional leafy vegetable (Pereskia


aculeata Miller). International Journal of Food Sciences and Nutrition, v. 60, n.1, p.148-
160, 2009. Disponível em: https://bv.fapesp.br/pt/publicacao/38078/nutritive-evaluation-of-a-
non-conventional-leafy-vegetable-p. Acesso em: 12 abr. 2021.

TEIXEIRA, B.A. Bioprodução de fitoquímicos em plantas alimentícias não convencionais


(PANC) nas quatros estações do ano. 2018. Tese (Mestado em Ciências Agrárias) –
Universidade Federal São João Del Rei, Minas Gerais, 2018. Disponível em:
https://www.ufsj.edu.br/portal2-
repositorio/File/ppgca/Dissertacao%20Barbara_19_04_2018.pdf. Acesso em: 17 mar. 2021.

TORUN, B. Proteínas y aminoacidos, características y satisfaction de requerimento con dietas


latinoamericanas. Achirvos Latinoamericanos de Nutricion, Caracas, v. 38, n. 3, p. 483 -
505, 1988. Disponível em: https://www.alanrevista.org/ediciones/1988/3/art-5/. Acesso em:
15 abr. 2021

TULER, A. C.; PEIXOTO, A. L.; SILVA, N. C. B. da. Plantas alimentícias não


convencionais (PANC) na comunidade rural de São José da Figueira, Durandé, Minas Gerais,
Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 70, e01142018, 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/2175-7860201970077. Acesso em: 17 mar. 2021.

UNIMED.Qual a quantidade de cálcio que o corpo precisa e como obtê-la. Blog Unimed. São
Paulo, 21 jul. 2020. Disponível em:

VARGAS, A. G. Influência da sazonalidade na composição química e nas atividades


antioxidante e antimicrobiana das folhas de ora-pro-nobis (Pereskia aculeata Miller),
Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos) – Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2017. Disponível em:
http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2281. Acesso em: 31 mar. 2021.

WHYTE, P. P. M. Qual é a importância do zinco para imunidade do organismo? Blog


Cuidados com a vida. Minas Gerais, 12 agos. 2020. Disponível em:
https://cuidadospelavida.com.br/cuidados-e-bem-estar/alimentacao/importancia-do-zinco-
imunidade. Acesso em: 19 out. 2020.
50

APENDICE 1 - TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE PUBLICAÇÃO DE


PRODUÇÃO ACADÊMICA

RESOLUÇÃO n°038/2020-CEPE

ANEXO I

Termo de autorização de publicação de produção acadêmica

A estudante Yasmin Camila de Souza do Curso de Engenharia de Alimentos, matricula


20177002901620 telefone (62) 991793338, e-mail yassouza@gmail.com ,na qualidade de
titular dos direitos autorais, em consonância com a Lei n° 9.610/98(Lei dos Direitos do autor),
autoriza a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) a disponibilizar o Trabalho
de Conclusão de Curso intitulado Revisão de literatura: estudo da composição química de
aminoácidos e minerais nas folhas de ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata miller),gratuitamente,
sem ressarcimento dos direitos autorais, por 5 (cinco) anos, conforme permissões do documento,
em meio eletrônico, na rede mundial de computadores, no formato especificado (Texto
(PDF);Imagem(GIF ou JPEG);Som (WAVE,MPEG,AIFF,SND);Vídeo
(MPEG,MWV,AVI,QT);outros, específicos da área; para fins de leitura e/ou impressão pela
internet, a título de divulgação da produção científica gerada nos cursos de graduação da PUC
Goiás.

Goiânia, 02 de dezembro de 2021

Assinatura da autora:
Nome completo do autor: Yasmin Camila de Souza

Assinatura do professor-orientador:
Professor-orientador: Profª Ma Maria Isabel Dantas de Siqueira
51

Você também pode gostar