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Revisão de Literatura Estudo Da Composição Química de Aminoácidos e Minerais Nas Folhas de Ora Pro Nobis (Pereskia Aculeata Miller)
Revisão de Literatura Estudo Da Composição Química de Aminoácidos e Minerais Nas Folhas de Ora Pro Nobis (Pereskia Aculeata Miller)
Revisão de Literatura Estudo Da Composição Química de Aminoácidos e Minerais Nas Folhas de Ora Pro Nobis (Pereskia Aculeata Miller)
Goiânia
2021
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Goiânia
2021
iii
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a todo o corpo docente da PUC Goiás que ao longo desses
5 anos tem me transmitido muito mais do que o conhecimento exigido na matriz curricular,
contribuindo não só para a minha formação acadêmica, como também na minha formação
pessoal.
Agradeço a minha família por sempre acreditar em mim, me apoiar nas minhas
escolhas e a me incentivar a alcançar os meus sonhos e objetivos.
Agradeço a minha orientadora pelo apoio, incentivo e paciência durante todo esse
processo. Com toda certeza, esse trabalho não seria possível ser realizado sem as suas
orientações.
v
RESUMO
As plantas alimentícias não convencionais, mesmo não fazendo parte da alimentação diária de
uma parte significativa da população, podem ser utilizadas como fonte de nutrientes de fácil
acesso à população com o intuito de reduzir a quantidade de pessoas em situação de insegurança
alimentar. Uma dessas hortaliças não convencionais é o ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata
Miller) que pode ser consumido tanto as suas folhas quanto o seu caule, e apresenta potencial
como fonte de nutrientes minerais. O objetivo desse trabalho foi analisar os dados de diferentes
autores referentes a composição química de aminoácidos e minerais das folhas de ora-pro-
nóbis. As buscas dos artigos, teses e periódicos ocorreu através do Google acadêmico,
Periódicos da Capes e SciELO. Como critério de inclusão, foram selecionados os estudos na
íntegra que abordam a composição centesimal do ora-pro-nóbis. Foram excluídos da seleção,
os estudos que abordam de maneira superficial o assunto, não correspondiam ao objetivo e
forneciam informações repetitivas. Os dados foram convertidos em base seca e apresentados
através de quadros e gráficos elaborados com o software Excel. Em relação aos minerais
presentes nas folhas de ora-pro-nóbis, destacaram-se o manganês, cálcio, cobre, ferro e
magnésio. As análises demonstraram que, a treonina e a isoleucina são os aminoácidos
essenciais majoritários e a metionina é o aminoácido limitante. De acordo com os resultados
encontrados, as folhas de ora-pro-nóbis podem ser utilizadas como ingrediente de formulações
com o objetivo de complementar a ingestão diária recomendada de minerais e aminoácidos
essenciais na alimentação de adultos e crianças.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Dados do teor de água (g) em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis. ............................. 15
Figura 4 Dados do teor de fibras totais (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis
............................................................................................................................................. 18
Figura 5 Dados do teor de cinzas (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis ...... 19
Figura 6 Dados do teor de manganês (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis
............................................................................................................................................. 21
Figura 7 Dados do teor de cálcio (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis.... 22
Figura 8 Dados do teor de magnésio (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis
............................................................................................................................................. 23
Figura 9 Dados do teor de fósforo (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis.. 24
Figura 10 Dados do teor de ferro (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis ... 25
Figura 11 Dados do teor de zinco (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis .. 26
Figura 12 Dados do teor de cobre (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis .. 27
Figura 14 Dados do teor de histidina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ............ 30
Figura 15 Dados do teor de treonina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ............. 31
Figura 16 Dados do teor de valina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ................ 31
Figura 17 ados do teor de lisina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .................... 32
Figura 18 Dados do teor de isoleucina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .......... 33
Figura 19 Dados do teor de fenilalanina + tirosina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-
nóbis..................................................................................................................................... 34
Figura 20 Dados do teor de leucina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .............. 35
vii
Figura 21 Dados do teor de metionina +cisteina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis
............................................................................................................................................. 36
Figura 22 Dados do teor de triptofano (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .......... 37
Figura 23 Dados do teor de asparagina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ......... 38
Figura 24 Dados do teor de serina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ................ 38
Figura 25 Dados do teor de glutamina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .......... 39
Figura 26 Dados do teor de arginina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis ............. 40
Figura 27 Dados do teor de alanina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-pro-nóbis .............. 40
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO __________________________________________________ 1
1 INTRODUÇÃO
Aos poucos, as PANCs têm ganhado notoriedade pela comunidade científica por
apresentarem uma alternativa para a maior utilização da biodiversidade brasileira e por serem
fontes nutricionais de baixo custo, as quais são mais acessíveis à população. Mesmo assim, nem
todas as plantas que possam compor a alimentação da população foram catalogadas ou
estudadas devido à enorme biodiversidade brasileira.
Uma das PANCs que vem despertando interesse de grandes chefes de cozinha é a
ora-pro-nóbis, cientificamente denominada Pereskia aculeata Miller. A ora-pro-nóbis, em
latim rogai por nós, é uma hortaliça originária do continente americano e pode ser encontrada
no Brasil, Bolívia, Venezuela, Panamá, Cuba e México.
De acordo com a Food and Agriculture Organization of the United Nations (2012),
em várias cidades do século XXI, a segurança alimentar está sendo ameaçada, uma vez que a
população opta por consumir alimentos processados baratos para adequação ao orçamento da
família, contudo, muitos desses alimentos apresentam carência de nutrientes.
Assim o objetivo deste estudo é analisar, através dos trabalhos dos autores, a
composição química e proteica de aminoácidos essenciais e minerais presentes nas folhas de
ora-pro-nóbis, e avaliar as vantagens da implementação desta PANC na alimentação da
população com o intuito de diminuir os números de pessoas em situações de insegurança
alimentar e nutricional.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 PANCS
De acordo com Tuler, Peixoto e Silva (2019) e Food and Agriculture Organization of
the United Nations (2012) a segurança alimentar consiste em produzir ou comprar alimentos
suficientes para satisfazer as necessidades nutricionais diárias das pessoas, com o intuito de
tornar a população saudável. As plantas não convencionais podem ser consideradas
fundamentais para efetivar hábitos alimentares que promovam a segurança alimentar e a
ampliação de fonte de nutrientes disponíveis à população.
Segundo Belik (2020), no Brasil, as famílias com maior poder aquisitivo têm as suas
despesas com alimentação 165,5% maiores do que a renda total das famílias mais pobres. Outro
ponto importante no estudo de Belik (2020), está relacionado com a análise de comportamento
alimentar em relação ao poder aquisitivo, as famílias mais pobres gastam mensalmente 26%
das suas rendas familiares com a alimentação, já nas famílias mais ricas, os gastos com a
alimentação correspondem a 5% da renda familiar.
As plantas alimentícias não convencionais são plantas que apresentam uma ou mais
partes que podem servir de uso alimentício mesmo que não façam parte do dia a dia da maioria
4
da população. Essas plantas não são cultivadas em sistemas de produção convencionais e muitas
vezes são consideradas como invasoras e indesejáveis (KINUPP; LORENZI, 2014).
Cada vez mais, as PANCs estão ganhando atenção da comunidade científica por serem
uma alternativa para uma maior utilização da biodiversidade brasileira e por serem fontes
nutricionais com baixo custo, sendo assim, acessíveis pela população (SILVA, 2019).
Muitas das plantas não convencionais eram consumidas no passado. Contudo, devido a
produção em grande escala, possibilitada pela agricultura convencional, e o afastamento do
homem com a natureza, espécies como o arroz e o trigo foram conquistando espaço no cardápio
humano e consequentemente, diminuindo o espaço das PANCs. A bertalha, por exemplo, foi
substituída por couve e rúcula na alimentação dos brasileiros e a rúcula, que já foi classificada
como erva daninha, atualmente, já é vista como uma planta convencional, assim uma hortaliça
considerada não convencional nos dias de hoje, pode ser um vegetal bem aceito em um futuro
próximo (LIRA, 2018).
Nem todas as plantas não convencionais que possam ser introduzidas na alimentação
humana foram catalogadas ou estudadas. Isso ocorre devido à grande biodiversidade presente
no Brasil, mas uma vez que os costumes de regiões interioranas são conhecidos, novas plantas
são encontradas e adicionadas a essa lista de PANCs. São exemplos de plantas alimentícias não
convencionais: azedinha (Hibiscus sabdariffa), taioba (Xanthosoma sagttifolium), peixinho da
horta (Stachys lanata L.) e ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller) (TEIXEIRA, 2018).
rosélia e vinagreira, é uma hortaliça versátil podendo ser utilizada para fins medicinais e
alimentícios. Essa planta é natural da Índia, da Malásia e do Sudão, mas atualmente pode ser
encontrada em países da África, Sudeste da Ásia e América Central e do Sul. A azedinha
apresenta teor expressivo de ferro e é uma excelente fonte de potássio (RAMOS et a.l, 2011;
BOTREL et al, 2020).
2.2 ORA-PRO-NÓBIS
Ora-pro-nóbis, em latim, significa rogai por nós e existe uma lenda da qual acredita-se
que originou o nome dessa planta. No período do ciclo de ouro, os padres europeus plantavam
essa hortaliça com o intuito de criar cercas vivas entorno das igrejas, aproveitando os espinhos
presentes nos caules da planta. Naquela época, os mais desfavorecidos, começaram a roubar as
folhas das cercas para consumo próprio, e como os padres não queriam ter seus arbustos
desfolhados, eles vigiavam as cercas para garantir que as folhas não fossem furtadas. Para
conseguir pegar a hortaliça, os consumidores esperavam que os padres começassem a realizar
a missa em latim na qual a frase “ora pro nobis” era dita (MACEN, 2009).
Alves, Schuster, Dinon (2019) encontrou para 100 gramas das folhas os valores: 85 g
de umidade, 24,0 g de proteínas, 18,0 g de cinzas, 4,0 g de lipídeos e 53,8 g de carboidratos.
Já para o mês de abril de 2017, Francisco (2018) encontrou os valores de 7,40 mg/g de
proteína de histidina, 45,10 mg/g de proteína de treosina, 52,10 mg/g de proteína de valina,
143,20 mg/g de proteína de lisina, 35,04 mg/g de proteína de isoleucina, 46,00 mg/g de proteína
de leucina, 28,00 mg/g de proteína de fenilanina, 6,60 mg/g de proteína de metionina, 62,60
mg/g de proteína de aspargina, 36,80 mg/g de proteína de serina, 151,60 mg/g de proteína de
glutamina, 46,40 mg/g de proteína de arginina, 49,10 mg/g de proteína de alanina, 203,20mg/g
de proteína de prolina e 20,60 mg/g de proteína de tirosina.
10
A fome pode ser classificada em aguda e crônica, sendo a fome aguda equivalente a um
grande apetite consequente de uma urgência de se alimentar. Já a fome crônica consiste em uma
alimentação diária a qual não proporciona ao indivíduo energia suficiente para o bom
funcionamento do organismo, consequentemente, resultando em desnutrição. A desnutrição ou
deficiências nutricionais são decorrentes da alimentação insuficiente em termos de energia e
nutrientes, podendo também, ser uma consequência do não aproveitamento biológico dos
alimentos ingeridos (MONTEIRO, 2003).
A Food and Agriculture Organization of the United Nations (2012) estima que, em
decorrência da inflação dos preços de alimentos no mundo inteiro nos anos de 2007 e 2008, o
número de pessoas que sofrem com a fome crônica no mundo ultrapassou o marco de 1 bilhão
de pessoas. O aumento teve maior impacto entre mulheres e crianças pertencentes a população
13
3 UNIDADE EXPERIMENTAL
Este estudo consistiu em realizar uma revisão de literatura do tipo sistemática sobre a
composição química das folhas de ora-pro-nóbis. Para isso, foi realizado uma ampla leitura de
artigos, teses e periódicos que discorressem o tema com o intuito de melhor fundamentar o
trabalho e alcançar o objetivo traçado.
Os dados referentes a ingestão diária de minerais e proteínas foram obtidos através dos
documentos Human Vitamin and Mineral Requirements (2001), Necesidades de energía y de
proteínas (1981) e Protein and amino acid requirements in human nutricion (2007) (FOOD
AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, 1981, 2001, 2007).
Após a elaboração dos gráficos foi realizada uma discussão sobre as vantagens
nutricionais da PANC ora-pro-nóbis e conclusões sobre a sua utilização.
15
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 UMIDADE
91,60
Porcentagem de umidade
89,50
88,41 88,65 88,30 87,70
Ao analisar os valores encontrados pelos autores para a umidade das folhas de ora-pro-
nóbis, que podem ser observados na Figura 1, os resultados variam de 85,00% a 91,60%, o que
corresponde a uma variação de 6,60 % de umidade.
Assim como todas as folhas, o ora-pro-nóbis tem um alto teor e água o que o torna mais
perecível e reduz a concentração de nutrientes se consumido in natura, por isso recomenda-se
a sua utilização como ingrediente na forma desidratada, pois além de conservar concentrar os
nutrientes na porção consumida.
16
Por se tratar de uma folha, esses valores elevados condizem com o esperado uma vez
que o espinafre e a couve manteiga apresentam uma umidade de 93,4% 90,9%, respectivamente
(TACO, 2011).
4.2 LIPÍDEOS
5,07
4,49
4,00 4,10
3,64 3,73
3,24
4.3 CARBOIDRATOS
17
52,8 53,17
52,22 52,38
51,13
Nos estudos analisados os carboidratos são obtidos por diferença, subtraindo-se em 100
a soma dos valores obtidos para umidade, proteína, lipídios, cinzas, desta forma os resultados
ficam dependentes também das metodologias utilizadas na determinação dos outros compostos,
quando calculados desta forma e não por metodologias específicas para amidos, açúcares entre
outros, as fibras são contabilizadas como carboidratos.
Figura 4 Dados do teor de fibras totais (g em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-
nóbis
61,67
39,10
34,18
29,62
21,60
13,52
4.5 CINZAS
29,69
24,50
20,52 20,12 19,33
18,00
14,81 15,27 16,10
Segundo os autores, o quantitativo de cinzas em 100 g de matéria seca das folhas de ora-
pro-nóbis variou de 14,81g a 29,69 g como mostrado na Figura 5. Comparando os resultados
encontrados pelos autores com o estabelecido pela TACO (2011), as folhas de ora-pro-nóbis
apresentam um teor de cinzas maior do que o presente nas folhas da couve-manteiga, 14,29 mg,
no grão de bico, 3,65 mg, e nas folhas de espinafre, 5,26 mg.
4.6 MINERAIS
Como mostrado nos gráficos das Figuras 6, ocorrem discrepâncias entre os resultados
dos diferentes autores. Moraes et al (2011) analisaram minerais em amostras de folhas e caules
de ora-pro-nóbis cultivadas com diferentes níveis de incidência solar e encontraram valores
discrepantes entre as amostras mostrando que fatores externos influenciam na composição
química dos vegetais.
Para Botrel et al (2020) diferenças observadas nos valores obtidos em seu estudo
comparando aos resultados de outros autores, podem ser devido a influência de fatores pré-
colheita, tais como local e sistema de cultivo, idade da planta no momento da colheita, bem
como a variabilidade que pode ocorrer dentro da própria espécie.
Figura 6 Dados do teor de manganês (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-
nóbis
64,40
46,40
Botrel (2020) Takeiti et al. 1 a 3 anos (FAO) até 10 anos (FAO) Adultos (FAO)
(2009)
O UL do manganês para crianças até de 1 a 3 anos é de 2 mg, até 8 anos e de 3 mg. Para
adolescente até 13 anos 6 mg, até 18 anos 9 mg e para adultos é de 11 mg, valores que devem
ser considerados para a formulação de produtos para consumo diário prolongado (INSTITUTE
OF MEDICINE,2002).
Figura 7 Dados do teor de cálcio (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis
3.422,00
2.373,30
700,00
500,00
100,00
Botrel (2020) Souza et al Takeiti et al. 1 a 3 anos até 10 anos Adultos (FAO)
(2016 ) (2009) (FAO) (FAO)
As quantidades de cálcio encontradas são maiores do que o descrito pela TACO (2011)
para a couve manteiga e o brócolis que apresentam, respectivamente, 1.439,56 mg e 689,19 mg
em base seca.
23
Figura 8 Dados do teor de magnésio (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-
nóbis
1.900,00
832,20
712,00
260,00
60,00 100,00
Botrel (2020) Souza et al Takeiti et al. 1 a 3 anos até 10 anos Adultos (FAO)
(2016 ) (2009) (FAO) (FAO)
O magnésio é essencial para que ocorra a formação dos ossos e dentes. Esse mineral
também é necessário para que o organismo funcione normalmente, uma vez que ele está
relacionado ao bom funcionamento celular (MANUAL MSD a, [201-]).
Figura 9 Dados do teor de fósforo (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-
nóbis
1.250,00
Quantidade de fósforo em 100 g (mg)
700,00
472,00 460,00
155,15 156,00
Botrel (2020) Souza et al Takeiti et al. 1 a 3 anos até 10 anos Adultos (FAO)
(2016 ) (2009) (FAO) (FAO)
Segundo Instituto of Medicine (1997) o consumo diário prolongado de fósforo não deve
ultrapassar 4.000mg.
Já os valores encontrados por Botrel et al (2020) uma porção em 100g fornecem 3,8%
para crianças de 1 a 3 anos, 1,4% para crianças até 10 anos e 2,5% para adultos. Segundo
Taikeiti et al (2009) a porção em 100g de extrato seco de ora-po-nóbris fornecem 33,9%, 12,5%
e 22,3% das recomendações estabelecidas pela FAO para as diferentes faixas etárias, podendo
assim ser utilizado como ingrediente em formulações para complementar a IDR deste mineral.
Segundo os dados dos autores, com exceção da análise de Souza et al (2016), que
encontraram valores maiores, a quantidade de fósforo nas folhas de ora-pro-nóbis é menor do
25
que a encontrada em leguminosas utilizadas como fontes vegetais de proteínas como grão de
bico e na lentilha que apresentaram 389,97 mg e 438,82 mg, respectivamente.
Figura 10 Dados do teor de ferro (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis
17,41
Quantidade de ferro em 100 g (mg)
14,20 14,00
11,71
9,00
6,00
Botrel (2020) Souza et al Takeiti et al. 1 a 3 anos até 10 anos Adultos (FAO)
(2016 ) (2009) (FAO) (FAO)
Já o valor encontrado por Botrel et al (2020) de 11,71 mg, atende à necessidade das
crianças de 1 a 3 anos e das crianças com até 10 anos. Em relação a recomendação para os
adultos, o valor corresponde a 83,6%.
No que diz respeito a quantidade de ferro, os resultados dos autores são maiores do que
os definidos pela TACO (2011) para o espinafre, 7,02 mg, lentilha, 6,33 mg, e a couve manteiga
que apresenta 5,49 mg deste mineral.
O extrato seco das folhas de ora-pro-nóbis pode ser considerado como alto conteúdo de
ferro (BRASIL, 2012).
26
Figura 11 Dados do teor de zinco (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-nóbis
7,00
5,60
3,66 4,10
2,47
Botrel (2020) Souza et al Takeiti et al. 1 a 3 anos até 10 anos Adultos (FAO)
(2016 ) (2009) (FAO) (FAO)
O zinco é um nutriente que auxilia nas sínteses dos micronutrientes, na defesa contra
agentes antioxidantes, na imunidade do organismo e na manutenção do crescimento do corpo
(WHYTE, 2020).
A composição de zinco nas folhas determinada pelos diferentes autores, como mostra a
Figura 11, tanto os valores encontrados por Botrel et al (2020), 2,47 mg, quanto Souza et al
(2016), 3,66 mg, correspondem, respectivamente, a 60,3% e 89,3% das recomendações da FAO
para crianças de 1 a 3 anos, 44,1% e 65,4% para as crianças até 10 anos, e 35,3% e 52,3% para
os adultos.
Figura 12 Dados do teor de cobre (mg em base seca), em 100 g de folhas de ora-pro-
nóbis
2,20
Quantidade de cobre em 100 g (mg)
1,40
0,90
0,44
0,34
Botrel (2020) Takeiti et al. 1 a 3 anos (FAO) até 10 anos (FAO) Adultos (FAO)
(2009)
O extrato seco das folhas de ora-pro-nóbis pode ser considerado como alto conteúdo de
cobre (BRASIL, 2012).
28
4.7 PROTEÍNAS
60,00
53,00
36,65
28,99
28,60
28,40
27,79
26,00
24,53
24,00
22,83
21,86
20,91
20,36
19,67
19,35
18,50
18,25
13,30
13,00
As proteínas são fundamentais para a composição dos tecidos do organismo e das
enzimas e hormônios. Elas atuam, também, na formação de anticorpos e no crescimento
(FUNDAÇÃO CARGIL, 2018).
Ao lado das fontes de proteína animal, classicamente consideradas como de alto valor
biológico, tem sido demonstrado que misturas de vegetais, também resultam em misturas
proteicas de alto valor biológico.
Histidina 15
Isoleucina 30
Leucina 59
Lisina 45
Metionina + cisteína 22
Fenilalanina + tirosina 38
Treonina 23
Triptofano 6
Valina 39
15,00
11,00
7,40
A histidina é utilizada pelo organismo para a reparação e restauração dos tecidos. Sendo
importante, também, para a saúde dos músculos e para as pessoas que praticam atividades
físicas intensas.
Mesmo que Francisco (2018) tenha realizado duas análises com folhas de ora-pro-nóbis
da mesma região com a mesma metodologia, ele obteve valores com uma variação de 3,60 mg/g
de proteína. Essa discrepância pode ser justificada pela variação climática entre os meses de
outubro e abril que interferiram nas condições de cultivo da planta.
31
Para rotulagem complementar com o atributo “fonte de” ou “alto teor” de proteína o
alimento deve conter no mínimo 23 mg de treonina/g de proteína (BRASIL,2012).
69,00
mg/g de proteína
52,10
47,50
40,90 42,00 40,00 39,00
31,90
32
Segundo Brasil (2012) para rotulagem complementar com o atributo “fonte de” ou “alto
teor” de proteína o alimento deve conter no mínimo 39 mg de valina/g de proteína.
143,20
62,40 42,60 52,90 52,00 48,00 45,00
O aminoácido lisina contribui para o sistema imunológico através das suas propriedades
antivirais e a sua atuação na produção de anticorpos (BARBOSA, 2019).
Nas análises referentes a lisina, apresentadas na Figura 17, é possível observar uma
discrepância de resultados. Francisco (2018) no mês de outubro encontrou o valor de 403,70
mg/g de proteína e no mês de abril, 143,20 mg/g de proteína. Essa divergência foi justificada
pelo próprio autor como consequência da época do ano em que as colheitas foram realizadas.
Segundo Brasil (2012) para rotulagem complementar com o atributo “fonte de” ou “alto
teor” de proteína o alimento deve conter no mínimo 45 mg de lisina/g de proteína.
39,50
33,08 35,04
mg/g de proteína
15,00
Para rotulagem complementar no Brasil com o atributo “fonte de” ou “alto teor” de
proteína, o alimento deve conter no mínimo 30 mg de isoleucina/g de proteína além de atender
as quantidades mínimas de proteína estipuladas (BRASIL,2012).
34
Figura 19 Dados do teor de fenilalanina + tirosina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-
pro-nóbis
78,20
Como mostrado na Figura 20, em relação ao quantitativo de leucina nas folhas de ora-
pro-nóbis, apenas o valor encontrado por Francisco (2018) no mês de abril de 2017 não atende
as recomendações de consumo. Para o atributo de “fonte de” ou “alto teor” de proteína o
alimento deve conter no mínimo 59 mg / g de proteína segundo Brasil (2012), assim formulação
com extrato seco de folhas de ora-pro-nóbis como ingrediente podem contribuir para
atendimento a esta legislação.
36
Figura 21 Dados do teor de metionina +cisteina (mg/g de proteína) nas folhas de ora-
pro-nóbis
8,50
6,41 6,60
2,50
Os outros autores encontraram valores bem abaixo que representam 9,6%, a 32,7% das
recomendações para crianças entre 1 e 2 anos, 10,8% 36,9% para crianças na idade escolar e
11,36 % a 38,6% para adultos.
Segundo Brasil (2012), o alimento deve conter no mínimo 22mg de metionina + cisteina
/g de proteína, para poder ser considerado “fonte” ou “alto teor” de proteína.
37
204,60
mg/g de proteína
Albuquerque Botrel et al. Takeiti et al. 1a2 Idade escolar Adultos (FAO)
et al (1991) (2019) (2009) anos(FAO) (FAO)
Analisando os resultados dos três autores, as folhas de ora-pro-nóbis são uma excelente
fonte de triptofano sendo que a quantidade mínima de 6 mg/g de proteína é requerida para a
rotulagem complementar com atributo de “fonte de” ou “alto teor” de proteína (Brasil, 2012)
78,40
58,60
39,40
36,80 37,10
28,20
Analisando o gráfico na Figura 25, o maior valor encontrado foi o de Francisco (2018)
com 151,60 mg/g de proteína, apresentando uma variação de 57,70 mg/g de proteína com o
menor valor, o de Botrel (2019).
De acordo com os resultados dos autores, é possível encontrar, pelo menos, 93,90 mg/g
de proteína de glutamina.
40
84,00
mg/g de proteína
54,80 53,20
46,40
31,20
79,40
mg/g de proteína
49,10 50,40
39,90
32,20
203,20
mg/g de proteína
Entre os resultados encontrados, como mostrado na Figura 28, Francisco (2018) no mês
de abril obteve o resultado de 203,20 mg/g de proteína, sendo muito discrepante dos demais
valores, visto que a segunda maior quantidade encontrada foi a de Albuquerque et al (1991)
com 50,30 mg/g de proteína. A variação entre esses dois autores é de 152,90 mg/g de proteína.
42
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RESOLUÇÃO n°038/2020-CEPE
ANEXO I
Assinatura da autora:
Nome completo do autor: Yasmin Camila de Souza
Assinatura do professor-orientador:
Professor-orientador: Profª Ma Maria Isabel Dantas de Siqueira
51