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Introdução A Cardiologia Veterinária
Introdução A Cardiologia Veterinária
Introdução A Cardiologia Veterinária
- Atua como uma “bomba” levando sangue para a pequena circulação (ou circulação
pulmonar- sai do lado direito (VD) para artéria pulmonar e pulmão) e grande circulação (ou
circulação sistêmica- sai do lado esquerdo do coração (VE) vai para a aorta em direção a
todo corpo)
- Atividade elétrica do coração é realizada por um sistema de condução, que funciona da
seguinte maneira:
1. A despolarização começa no nó sinoatrial, constituído por células autoexcitáveis
presentes no átrio direito e que atuam como principal marcapasso do coração;
2. A despolarização atinge o nó atrioventricular, presente na região de septo interventricular
3. A despolarização propaga pelo ventrículo, através das seguintes estruturas:
- Via feixe de His (fascículo atrioventricular) / rápido;
- Via fibras de Purkinje (ramos subendocárdicos), subdivisão dos feixes de His / rápido.
- Falhas no sistema de condução (como por exemplo fibrose), podem atrapalhar essa
condução elétrica, mas, não somente problemas cardíacos podem alterar essa condução.
Problemas eletrolíticos também podem influenciar, fazendo com que tenham alterações,
como por exemplo, falta de cálcio, alterações na bomba de sódio e potássio (ex:
hipercalemia em gatos obstruídos fazendo bradicardia)
-Conceitos importantes:
● Pré-carga: é o volume sanguíneo que retorna para o átrio direito (ou seja, o volume
que chega ao coração)= volemia. ex: Fluidoterapia pode aumentar a pré-carga, pois
aumenta o volume de sangue chegando no coração
OBS: em pacientes desidratados ou fazendo uso de diuréticos podem reduzir a volemia, e
por consequência, diminui a pré carga.
● Pós-carga: Sinônimo de trabalho. É a força que o ventrículo faz para ejetar o sangue
para a circulação= “Força de contração”
OBS: A hipertensão sistêmica pode aumentar a pós carga, tanto do lado esquerdo quanto
do lado direito.
-Um paciente que possui uma doença cardíaca não significa que ele é insuficiente .
Podemos ter pacientes doentes cardíacos que não são insuficientes e podemos ter
pacientes insuficientes cardíacos mas que não são doentes cardíacos;
- ex: paciente com doença cardíaca, mas que não tem sinais clínicos associados a doença
cardíaca, ainda não é insuficiente cardíaco. O termo insuficiente cardíaco está relacionado
ao aparecimento de sinais clínicos.
- Podemos ter pacientes demonstrando sinais de insuficiência cardíaca, mas sem a
presença de uma doença cardíaca de base. Ex: pacientes com ascite em animais com
hipoproteinemia. Excesso de fluidoterapia levando ao edema pulmonar
- Insuficiência cardíaca:
-É a síndrome clínica dos portadores de doença cardíaca crônica. Nesses pacientes, o
coração fica com incapacidade de manter o DC, seja por inadequação da contratilidade ou
alteração na diástole devido efusão pericárdica ou ainda endocardiose que permite o
regurgitamento sanguíneo para o átrio, diminuindo o volume ejetado pelo ventrículo e
acumulando de forma retrógrada;
-O organismo faz ativação de mecanismos compensatórios, e por isso, inicialmente os
pacientes com insuficiência cardíaca não demonstram os sinais, mas, a ativação crônica
desses mecanismos tornam-se prejudiciais, ocasionando distribuição inadequada de
sangue. Alguns desses mecanismos incluem a ativação do SN Simpático, cursando
com aumento da frequência cardíaca, aumento da força de contração e vasoconstrição
periférica, levando à redução do período diastólico e sistólico. Caso o animal permaneça em
taquicardia ocorre diminuição da perfusão coronariana (que ocorre durante a diástole)
ocasionando eventos isquêmicos no miocárdio e arritmias.
- É importante diagnosticar o paciente antes de entrar em insuficiência, na tentativa de
manter a estabilidade do coração.
- ICCE X ICCD:
- Insuficiência Congestiva Cardíaca Esquerda:
-Quando há ICC do lado esquerdo, observam-se sinais de edema pulmonar:
● Taquipneia
● Dispneia (crepitação pulmonar na ausculta)
● Posição ortopneica
● Cianose
● Tosse (tentativa de expelir o líquido)
● Intolerância ao exercício
OBS: A diferença de edema pulmonar e efusão pleural é que no edema pulmonar o líquido
está no interstício pulmonar e a efusão está entre as pleuras, dentro da cavidade.
-Causas comuns:
● Afecções de válvulas esquerdas - mitral e aórtica (endocardiose, endocardite
bacteriana, displasia, estenose)
● Cardiomiopatia dilatada
● Cardiomiopatia hipertrófica
● Miocardites
● Cardiomiopatias congênitas
-Sinais clínicos de baixo débito cardíaco (menor fluxo sanguíneo e oxigenação nos órgãos):
● Intolerância ao exercício
● Aumento de TPC
● Caquexia cardíaca
● Cianose
● Dispneia
● Edemas e efusões
-Causas de ICCD:
● Afecções das válvulas direitas - tricúspide e pulmonar (endocardiose, displasia,
estenose
● Dirofilariose - causa obstrução da passagem do fluxo sanguíneo
● Neoplasias cardíacas (mais comum a implantação no lado direito /
hemangiossarcoma)
● Cardiopatias congênitas
● Efusão pericárdica (diminui o retorno venoso)
TERAPÊUTICA DA ICC