Desvio Fonético e Fonológico - Passei Direto
Desvio Fonético e Fonológico - Passei Direto
Desvio Fonético e Fonológico - Passei Direto
Desvio Fonético
É uma alteração miofuncional oral, ou seja, um comprometimento motor
que possui uma causa orgânica. Por exemplo: a perda de um dente pode
fazer com que os sons de alguns fonemas se alterem durante sua
produção; a presença de freio lingual curto, mais conhecido como "língua
presa", impede a movimentação adequada da língua para a produção de
certos fonemas; a mal oclusão dentária; além disso, a própria
incoordenação dos movimentos dos músculos da face pode ocasionar
dificuldades na fala.
Desvio Fonológico
É uma desorganização no sistema de sons da criança, não tendo
nenhuma relação com comprometimentos orgânicos que afetem a
produção da fala. Crianças com desvio fonológico apresentam alterações
no seu desenvolvimento fonológico sem causa aparente.
Caracteriza-se pela fala espontânea quase ininteligível, com linguagem
bem desenvolvida e ausência de anormalidades anatômicas ou
fisiológicas nos mecanismos de produção da fala.
Desvio Fonético-Fonológico
Ocorre quando existe a presença de alteração motora e falta de
compreensão dos fonemas durante a fala.
As Perturbações Articulatórias
As alterações articulatórias podem ser de dois tipos: orgânicas e funcionais.
Os problemas dizem-se fonéticos quando se localizam exclusivamente a nível
da produção de fala (i.e., planeamento e execução dos movimentos
articulatórios) e fonémicos quando o sistema fonológico se encontra alterado
ou inadequado. Neste último caso, a pessoa é capaz de produzir sons mas fá-
lo de forma inconsistente, imatura ou inventada. Os erros reflectem uma
aprendizagem incompleta das regras de uso tendo, portanto, uma base
linguística.
Para uma eficaz intervenção nas perturbações de fala é necessário, por um
lado, identificar qual destes dois tipos se trata e, por outro lado, fazer
uma avaliação cuidada da situação. Para o correcto diagnóstico é
Impresso por Alexsandra Ribeiro Ferreira, CPF 083.727.259-93 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 08/04/2022 13:26:20
• Traços Distintivos
Os traços são propriedades de sons e caracterizam-se por serem binários
(presentes (+) vs. Ausentes (-)). Quando determinados traços servem para
diferenciar um som da fala de outro designam-se por distintivos. O leitor
interessado encontra em Mira-Mateus, Andrade, Viana e Villalva (1990) uma
revisão dos vários traços distintivos. Aqui, e para exemplificar, falaremos
apenas de quatro traços distintivos: o nasal (que tem a ver com a ressonância
nasal), o contínuo (bloqueio mínimo da corrente de ar), o estridente (som de
fricção), e o sonoro (funcionamento das cordas vocais)
Em casos de perturbações articulatórias, a identificação de traços
comprometidos pode ser de extrema utilidade pois permite ao terapeuta
trabalhar directamente esses traços ao invés de incidir sobre os diversos
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• Processos Fonológicos
Os processos fonológicos são processos naturais que as crianças usam para
simplificar os padrões de fala do adulto. Estes processos fonológicos têm a ver
com o tipo de erros articulatórios presentes na articulação de palavras.
Exemplos são a omissão de um segmento sonoro (e.g., dizer /peto/ em vez de
PRETO), a substituição de um som por outro (e.g., dizer /piSAmA/ em vez de
PIJAMA), a inversão, ou metátese (e.g., /kurkudilo para CROCODILO), a
adição (e.g., /f6lor/ para FLOR) e a assimilaço (e.g., /nAniS/ para NARIZ). O
leitor interessado encontra em Castro e Gomes (2000) os principais processos
fonológicos observados em crianças portuguesas entre os 3 e os 5 anos de
idade.
Considere o caso de um paciente que substitui sistematicamente os sons /S/ e
/Z/ por /s/ e /z/, respectivamente. Por exemplo, em palavras como CHAPÉU e
MÁGICO o paciente produz /sApEw/ e /maziku/, respectivamente. O tipo de
desvio observado é a anteriorização. Neste caso, a intervenção pode passar
pela técnica do bombardeamento auditivo (e.g., no início e final de cada
sessão, o terapeuta lê listas de palavras que contenham o som alvo) e pelo
treino conceptual. O treino conceptual consiste em estabelecer contrastes
mínimos com significado de forma a levar o paciente a perceber que a
alteração de um som por outro altera o significado da palavra (e.g., /masu/ vs.
/maSu/, /Zelu/ vs. /zelu/).